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PREFEITURA MUNICIPAL DE MARIANA DIRETORIA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR. Decisão

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PREFEITURA MUNICIPAL DE MARIANA

DIRETORIA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR

Decisão

FA nº 0114.000.074-7

Reclamante: Francisco Gregório da Silva

Reclamados: UNIMED UNIDONTO

Relatório

Tratam os autos de Procedimento Administrativo, instaurado pela Gerência do Procon Municipal de Mariana, na FA 0114.000.074-7 em face da fornecedora UNIMED

UNIDONTO, inscrita no CNPJ sob o nº 10.414.182/0001-09, com endereço na Alameda

Ministro Rocha Azevedo, nº366, Bairro Cerqueira Cézar, São Paulo-SP, CEP: 01.410-901, nos termos do art. 58, II do Decreto nº 2.181/97, por se tratar de violação ao art. 42 § único do Código de Proteção e Defesa do Consumidor, lei 8.078/90.

O consumidor é titular de plano odontológico da reclamada, cujo valor mensal é R$ 21,40(vinte e um reais e quarenta centavos) no qual sua filha é dependente.

Ocorre que desde setembro de 2013, embora mantendo o pagamento em dia, foram bloqueados do plano, sem obter acesso às suas coberturas, além de receber cobranças e ter pago o valor de R$73,98(setenta e três reais e noventa e oito centavos)cobrado indevidamente. Destarte, este órgão registrou a reclamação nos autos em epígrafe com fulcro no art. 35 e 42 do CDC e em audiência de conciliação, a reclamada informou a realização do desbloqueio do plano e do cancelamento das cobranças, sem, contudo se manifestar sobre a devolução em dobro do valor cobrado indevidamente (fls. 15).

Assim, a reclamada fora notificada às fls. 34 e 35 da sua inclusão no cadastro municipal, estadual e federal como “FUNDAMENTADA NÃO ATENDIDA”.

Ato contínuo, foi proferido o despacho de fls. 36 e 37, notificando a empresa a apresentar defesa no prazo de 10(dez) dias a contar do recebimento, sob pena de ser

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instaurado procedimento administrativo sancionatório.

Em 13/03/2014, a reclamada juntou defesa, alegando que houve um problema junto ao banco com relação a baixa da fatura com vencimento em 30/12/2013, no valor de R$73,98(setenta e três reais e noventa e oito centavos) e que a baixa das cobranças foi realizada, estando o plano à disposição do beneficiário e dos seus dependentes.

Rechaçou ainda que não tem obrigação de devolução em dobro, já que providenciou o desbloqueio do plano quando teve conhecimento dos fatos.

Quanto ao atraso na entrega das faturas, o que foi informado pelo consumidor em audiência, a reclamada alega que não tem gerência sobre os CORREIOS e assim, não tem como prever a entrega em tempo e que no caso de atraso, basta que o consumidor solicite o código de barras com pelo menos 5 dias de antecedência ao vencimento da fatura.

Por fim, requereu a redesignação de audiência para esclarecer a questão objeto do auto de infração ou não sendo o pedido acatado, que o consumidor seja notificado a apresentar os comprovantes de pagamento que justifiquem o pleito de devolução em dobro.

RELATO SUCINTO, passo, pois, à decisão administrativa.

Considero presentes as condições da ação e demais pressupostos processuais. Por conseguinte, inexistindo vícios ou nulidades que mereçam enfrentamento processual, DECIDO:

Pois bem.

Pela descrição fática acima, depreende-se, “ab initio” que a reclamada

UNIMED UNIDONTO violou o art. 42 § único da Lei 8078/90, vez que embora tenha

efetuado o desbloqueio do plano e retirado as cobranças, valendo dizer que se deu tão-somente após recebimento da notificação do Procon, não se manifestou quanto à devolução em dobro do valor cobrado indevidamente.

No que se refere ao atraso nas entregas das faturas, é preciso registrar que como tal questionamento não está disposto na inicial, servindo apenas como informação à reclamada em audiência, não é objeto de apreciação e sanção no presente.

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prosperam, visto que os comprovantes de pagamento das mensalidades de outubro, novembro e dezembro, bem como o comprovante de pagamento do valor cobrado indevidamente de R$73,98 encontram-se acostados à inicial nas fls. 7 a 12, tendo a reclamada a oportunidade de oferecer acordo em audiência de conciliação.Dessa forma, é este o motivo para indeferimento de redesignação de audiência e incabível a notificação do consumidor para apresentar tais comprovantes que já encontram-se nestes autos.

Neste diapasão a reclamada ao se negar a devolver o valor cobrado indevidamente infringiu o art. 42 § único da lei 8.078/90, estando, pois suscetível às penalidades legais

Dessa forma, considero subsistentes as infrações constantes do processo administrativo em epígrafe, pela fornecedora UNIMED UNIDONTO.

Ex positis, passo, pois, à aplicação da SANÇÃO ADMINISTRATIVA.

É cabível a aplicação da pena de multa prevista no artigo 56, inciso I, do Código de Defesa do Consumidor, a qual será aplicada observando-se os preceitos do artigo 57 do mesmo diploma, bem como as regras previstas no decreto municipal 6.346/2012.

FIXAÇÃO DA PENA DE MULTA (artigo 57, CDC, e artigo 40 do Decreto

Municipal 6346/2012.

De acordo com os artigos 57 do CDC e Decreto 6346/2012. O valor da pena de multa será fixado atendendo critérios estritamente legais, os quais levarão em conta a gravidade da infração, a vantagem auferida e a condição econômica do fornecedor.

a) Gravidade da Infração: relaciona-se com sua natureza e

potencial ofensivo. As infrações que ensejam essa sanção administrativa enquadram-se na classificação III, considerada de natureza grave.

b) Vantagem não auferida: Considerando a ausência de prova nos

autos acerca da vantagem auferida pelas fornecedoras, aplico o fator “1”, do artigo 65, § 3.º da Resolução 11/2011 da PGJ e art. 42, I do decreto municipal 6.346/2012.

c) Condição econômica: Por fim, considerando o Capital aplicado

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no importe de R$ 2.900.000,00(dois milhões e novecentos mil), verificando assim que sua condição econômica é de nível “Médio Porte”.

CÁLCULO:

I. Pena-base: Com os valores acima apurados, estando

retratadas a gravidade das infrações, a vantagem auferida e a condição econômica do reclamado, aplico os dados à fórmula prevista em Decreto 6.346/2012, Decreto 2.181/97 e art. 65 da Resolução PGJ 11/2011, fixando o quantum da pena-base no valor de R$ 8.250,00(oito

mil e duzentos e cinqüenta reais), tendo em vista que não houve

concorrência de infrações, nos termos das legislações supra-citadas, calcula-se o valor da Multa Mínima base reduzida em 50%

R$4.125,00(quatro mil e cento e vinte e cinco reais) conforme

planilha de cálculo anexa.

II. Atenuantes (artigos 25 do Dec. 2.181/97 e Decreto

6346/2012): Com fulcro no art. 25, II, do Decreto Federal 2.181/97, verifica-se existir circunstância atenuante em relação a reclamada, haja vista que é primária. Em assim sendo, por imperativo legal, aplico a diminuição da pena prevista no artigo 44, I, do Decreto 6346/2012, diminuindo a pena-base em 1/2 (um meio).

III. Agravantes (artigo 26, IV do Dec. 2.181/97 e 44 do

Decreto 6346/2012: não se vislumbra no feito circunstância agravante.

Desta feita, fixo a PENA DE MULTA DE FORMA DEFINITIVA no valor de R$ 4.125,00(quatro mil e cento e vinte e cinco reais).

ISTO POSTO, determino:

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para recolher à conta do Fundo Municipal de Defesa do Consumidor (FMDC), BANCO DO BRASIL, Agencia 2279-9, Conta 11029-9 o valor da multa administrativa aplicada R$

4.125,00(quatro mil e cento e vinte e cinco reais). ou, caso queira, apresentar recurso no

prazo de 10 (dez) dias, a contar da data de sua notificação com a devida comprovação nos autos (Decreto Federal de nº 2.181/97, art. 9 do Decreto 6346/2012).

Na ausência de recurso, ou após o seu improvimento, caso o valor da multa não seja quitado em até 30 (trinta) dias, que se proceda à inscrição do débito em dívida ativa, na forma do art. 55 do Decreto Federal de n.º.2.181/97, devendo, ao final do mencionado prazo, incidir juros de mora de 1% (um por cento) ao mês e correção monetária de acordo com o índice oficial

Após o trânsito em julgado desta decisão, seja realizada a inscrição do nome dos infratores no cadastro de fornecedores mantido pelo PROCON Municipal, nos termos do artigo 44, caput, da Lei 8.078/90 e dos artigos 57 a 62, do Decreto Federal de nº 2.181/97.

Publique-se na imprensa oficial. Registre-se. Intimem-se. Remeta-se cópia do inteiro teor desta decisão, por correspondência eletrônica, ao responsável pelo Setor de Relações Institucionais do PROCON Estadual, disponibilizando-a no site deste órgão.

Cumpra-se na forma legal.

Cientifiquem-se as partes interessadas.

Mariana, 19 de março de 2014.

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PLANILHA DE CÁLCULO DE MULTA

MARÇO DE 2014

Infrator UNIMED UNIDONTO

Processo FA Nº 0114.000.074-7

Motivo Art. 42, § único da lei 8.078/90

1 - RECEITA BRUTA R$ 2.900.000,00

Porte => Médio Porte 12 R$ 241.666,67

2 - PORTE DA EMPRESA (PE)

a Micro Empresa 220 R$ 0,00 b Pequena Empresa 440 R$ 0,00 c Médio Porte 1000 R$ 1.000,00 d Grande Porte 5000 R$ 0,00 3 - NATUREZA DA INFRAÇÃO a Grupo I 1

3

b Grupo II 2 c Grupo III 3 d Grupo IV 4 4 - VANTAGEM

a Vantagem não apurada ou não auferida 1

1

b Vantagem apurada 2

Multa Base = PE + (REC BRUTA / 12 x 0,01) x (NAT) x (VAN) R$ 8.250,00

Multa Mínima = Multa base reduzida em 50% R$ 4.125,00

Multa Máxima = Multa base aumentada em 50% R$ 12.375,00

Valor da UFIR em 31/10/2000 1,0641

Taxa de juros SELIC acumulada de 01/11/2000 a 28/02/2014 174,85%

Valor da UFIR com juros até 28/02/2014 2,9247

Multa mínima correspondente a 200 UFIRs R$ 584,93

Referências

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