• Nenhum resultado encontrado

APREN. Associação Portuguesa de Energias Renováveis

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "APREN. Associação Portuguesa de Energias Renováveis"

Copied!
48
0
0

Texto

(1)

______________________________________________________________________________________________ 

 

 

 

APREN 

Associação Portuguesa de Energias Renováveis 

 

Resposta à Consulta Pública 

 

“Linhas Estratégicas para a Revisão dos Planos Nacionais de 

Ação para as Energias Renováveis e Eficiência Energética” 

           

29 de Junho de 2012 

 

 

 

(2)

______________________________________________________________________________________________ 

Índice 

1.  Introdução ... 4  2.  Comentários da APREN ao Documento em Consulta Pública ... 7  2.1.  Considerações Gerais ... 7  2.2.  Análise dos Dados em Consulta Pública ... 12  2.2.1.  Análise dos preços das commodities ... 12  2.2.2.  Análise da evolução do consumo de electricidade ... 15  2.2.3.  Análise da evolução da capacidade do sistema electroprodutor ... 17  2.2.4.  Análise da evolução da capacidade PRO ... 18  2.2.5.  Análise da evolução da capacidade PRE ... 23  2.2.6.  Análise final do cumprimento das metas ... 36  2.3.  Breve Análise acerca de Alteração de Medidas ... 37  2.3.1.  Medidas retiradas do plano por serem consideradas competência da DGEG .... 37  2.3.2.  Medidas eliminadas ou descontinuadas ... 37  2.3.3.  Medidas fundidas ... 38  2.3.4.  Medidas suspensas ou alteradas até revisão em 2014 ... 39  2.3.5.  Medidas mantidas ... 41  3.  Considerações Finais ... 43  3.1.  Expectativas Práticas da APREN para o Desenrolar do Processo de Revisão do PNAER   46  Anexos ... 47  Post‐scriptum ... 48   

(3)

______________________________________________________________________________________________   

Índice de Figuras 

Figura 1 ‐ Evolução da dependência energética e sua relação com o regime hidrológico. ... 9  Figura 2 – Cenários de evolução do preço do petróleo. ... 13  Figura 3 – Cenários de evolução do preço do gás natural. ... 14  Figura 4 – Cenários de evolução do preço do carvão. ... 14  Figura 5 – Cenários de evolução do preço das licenças de emissão de CO2. ... 15  Figura 6 – Cenários de evolução do consumo de electricidade. ... 16  Figura 7 – Cenários de evolução da potência instalada em PRO térmica. ... 19  Figura 8 – Cenários de evolução da potência instalada em PRO térmica total. ... 20  Figura 9 – Cenários de evolução da potência instalada em PRO hídrica. ... 22  Figura 10 – Cenários de evolução da potência instalada em PRO Total (térmica + hídrica). ... 22  Figura 11 – Cenários de evolução da potência instalada em cogeração não renovável. ... 27  Figura 12 – Cenários de evolução da potência instalada em cogeração renovável. ... 28  Figura 13 – Cenários de evolução da potência instalada em parques eólicos. ... 29  Figura 14 – Cenários de evolução da potência instalada em PCH. ... 29  Figura 15 – Cenários de evolução da potência instalada em centrais a RSU. ... 30  Figura 16 – Cenários de evolução da potência instalada em centrais a biomassa. ... 31  Figura 17 – Cenários de evolução da potência instalada em centrais a biogás. ... 31  Figura 18 – Cenários de evolução da potência instalada em centrais solares fotovoltaicas. ... 32  Figura 19 – Cenários de evolução da potência instalada em centrais solar termoeléctricas. ... 33  Figura 20 – Cenários de evolução da potência instalada em centrais geotérmicas. ... 33  Figura 21 – Cenários de evolução da potência instalada em centrais de energia de ondas. ... 34  Figura 22 – Cenários de evolução da potência instalada em PRE renovável... 35  Figura 23 – Cenários de evolução da potência instalada em fontes de energia renovável (PRO + PRE). .. 35   

Índice de Tabelas 

Tabela 1 – Calendarização dos novos grandes aproveitamentos hidroeléctricos. ... 21  Tabela 2 – Comparação da potência prevista para o sector da PRE FER para 2020: PNAER vs. documento  em consulta pública... 23  Tabela 3‐Estimativa APREN da Evolução da Potência PRE (MW) ... 24  Tabela 4‐ Comparação entre a potência considerada para 2011 e 2020 – APREN, PNAER 2 e PNAER 1  (MW) ... 26   

(4)

______________________________________________________________________________________________ 

1. Introdução 

A  Associação  Portuguesa  de  Energias  Renováveis  (APREN)  é  uma  associação  sem  fins  lucrativos,  constituída  em  Outubro  de  1988,  com  a  missão  de  coordenar,  representar  e  defender  os  interesses  comuns  dos  seus  Associados.  São  Associados  da  APREN  empresas  detentoras de licenças de estabelecimento de centrais de produção de electricidade renovável  em  regime  especial  (PRE  FER),  assim  como  quaisquer  pessoas,  individuais  ou  colectivas,  interessadas  no  desenvolvimento  das  energias  renováveis  em  Portugal.  No  final  de  2011,  a  APREN representava já cerca de 87% da potência instalada de PRE‐FER em Portugal. 

Desde a sua constituição, esta Associação tem vindo a desenvolver trabalho em conjunto com  organismos  oficiais  e  outras  entidades  congéneres,  a  nível  nacional  e  internacional,  visando  constituir  um  instrumento  de  participação  na  elaboração  das  políticas  energéticas  para  Portugal, promovendo o aproveitamento e valorização dos recursos renováveis nacionais para  produção de electricidade. 

A  APREN  vem,  através  da  resposta  à  consulta  pública  ao  documento  intitulado  “Linhas 

Estratégicas  para  a  Revisão  dos  Planos  Nacionais  de  Ação  para  as  Energias  Renováveis  e  Eficiência  Energética”,  expressar  a  sua  profunda  preocupação  com  o  sector  da  PRE  FER  em 

Portugal, que no último ano tem sido alvo de inúmeros ataques, encontrando‐se actualmente  submerso numa profunda incerteza e instabilidade, e sob orientações antagónicas. Encontra‐ se  instalado  um  clima  de  total  estagnação  no  desenvolvimento  deste  sector,  estando  os  promotores a enfrentar diversas barreiras, como a paragem dos procedimentos de atribuição  de  potência,  a  morosidade  dos  procedimentos  de  licenciamento  ambiental,  a  intensa  actividade  de  fiscalização  da  Administração  Fiscal  junto  dos  promotores  na  tentativa  abusiva  de obtenção de receitas fiscais adicionais (ex. IVA e IMI), da qual já resultaram várias acções  judiciais movidas pelos promotores contra a Administração Fiscal, as dificuldades de acesso ao  financiamento  junto  à  banca  e  a  instabilidade  regulatória,  que  adiciona  a  incerteza  face  ao  futuro do sector. 

Note‐se que Portugal possui ainda uma muito elevada dependência externa em combustíveis  fósseis – cerca de 77% em 20101; este é um valor que deve ser devidamente enquadrado no  facto  de  que  a  electricidade  representa  cerca  de  ¼  do  consumo  final  de  energia,  sendo  o  restante  da  responsabilidade  das  áreas  do  aquecimento  e  arrefecimento  e  dos  transportes2.  Este  facto  torna  premente  uma  mudança  de  paradigma  ao  nível  destes  últimos  domínios,  o  que poderá passar pela sua electrificação, possibilitando uma maior sustentabilidade de todo o  sector  energético  nacional.  Como  referência  para  a  necessidade  económica  de  diminuir  esta  dependência,  refere‐se  que  em  2010,  o  Saldo  Importador  de  Produtos  Energéticos  cifrou‐se  em 5 561 M€, tendo registado um aumento (+13,8%) face ao valor de 2009 (4 888 M€). No que  diz  respeito  às  cotações  médias  anuais  do  Brent,  têm  apresentado  uma  acentuada  e  sustentada  tendência  de  crescimento,  e  já  em  2010,  as  cotações  deste  produto  voltaram  a  atingir níveis elevados na ordem dos 94 USD/bbl (71 €/bbl), muito próximos dos verificados em  20083. 

Assim sendo, e tendo em conta a já muito elevada dívida externa, a continuação da aposta nas  energias  renováveis  para  a  produção  de  electricidade  limpa  é  essencial,  evitando  custos  significativos  com  a  importação  de  combustíveis  fósseis  e  em  licenças  de  emissão  de  CO2.  A 

1  Segundo informação avançada no documento em consulta pública.  2  Balanço Energético 2010 (provisório), da Direcção‐Geral de Energia e Geologia.  3  A factura energética portuguesa 2010, da Direcção‐Geral de Energia e Geologia. 

(5)

______________________________________________________________________________________________ 

APREN  destaca  que,  em  2011,  Portugal  poupou  um  total  825  milhões  de  euros  através  da  produção  de  electricidade  renovável  por  produtores  independentes  –  mais  195  milhões  de  euros  do  que  em  2010.  Este  valor  resulta  de  uma  poupança  de  721  milhões  de  euros  na  importação de combustíveis fósseis (gás natural, carvão, e fuel nas Regiões Autónomas) e 104  milhões de euros em licenças de emissão de CO2. 

Mais  ainda,  o  sector  da  produção  de  electricidade  de  origem  renovável  tem  contribuído  de  sobremaneira para a economia portuguesa ao nível da criação de emprego, desenvolvimento  da indústria, exportação de equipamentos e serviços, desenvolvimento de actividades de I&D  e inovação a par com as universidades portuguesas, preservação da floresta e contributo para  as economias regionais. Até 2011 foram investidos perto de 9 000 milhões de euros, 70% dos  quais  de  capitais  estrangeiros4,  e  prevê‐se  que  em  2012  este  sector  contribua  com  3 200  milhões de euros para o PIB Nacional e crie 47 800 empregos5. 

É importante lembrar que Portugal definiu os seus objectivos energéticos para 2020 através da  submissão  do  Plano  Nacional  de  Acção  para  as  Energias  Renováveis  (PNAER)  à  Comissão  Europeia,  em  meados  de  2010.  Em  particular,  o  sector  da  electricidade  renovável  produzida  em  regime  especial,  tem  acompanhado  a  expectativa  do  País  face  ao  seu  desenvolvimento,  tendo vindo a demonstrar uma notável capacidade de evolução, o que tem permitido colocar  Portugal  nos  lugares  cimeiros  de  incorporação  de  fontes  de  energia  renovável  (FER)  na  produção  de  electricidade  dentro  da  UE‐27.  Segundo  dados  do  Eurostat,  Portugal  apresenta  um desempenho melhor nas energias renováveis do que a União Europeia – a percentagem de  energia de fontes renováveis representou, em 2010, 24,6% do consumo final bruto de energia,  face  aos  12,4%  da  média  da  EU.  Em  2010,  Portugal  era  então  o  quinto  Estado‐Membro  com  melhor  desempenho  nesta  área.  No  que  diz  respeito  mais  especificamente  à  electricidade  renovável,  de  acordo  com  a  mesma  fonte,  Portugal  tinha  em  2010  49,99  %  de  electricidade  renovável, sendo o terceiro país com maior penetração a nível europeu. 

No entanto, é essencial destacar três aspectos: 

o 2010 foi um ano húmido, com um índice de hidraulicidade de cerca de 1,30. Este facto  possibilitou uma elevada contribuição do sector hídrico na produção de electricidade;  o A  electricidade  é  dos  três  o  sector  que  melhor  desempenho  tem  tido  para  o 

cumprimento  do  objectivo  de  obtenção  de  31%  de  energias  renováveis  no  consumo  bruto de energia em 2020, e aquele  com maior potencial  de penetração de  energias  renováveis, tanto actualmente como no futuro; 

o Em  2010  Portugal  possuía  ainda  alguma  estabilidade  regulatória  e  elevado  apoio  político  ao  seu  desenvolvimento,  algo  que  desde  o  segundo  semestre  de  2011  tem  vindo a deteriorar‐se.  

A  publicação  do  Decreto‐lei  n.º  25/2012,  de  6  de  Fevereiro,  ao  suspender  a  atribuição  de  potências de injecção na rede eléctrica de serviço público, por tempo indefinido, colocou um  grave travão ao desenvolvimento de todas as formas de produção de electricidade em regime  especial, em particular de fontes renováveis. A APREN vê com agrado a indicação de uma data  para  o  final  desta  disposição  no  documento  em  consulta  pública,  ao  verificar  que  no 

4  Dados provenientes de consulta aos associados da APREN.  5  Dados resultantes do “Estudo do Impacto Macroeconómico do Sector das Energias Renováveis em Portugal”,  elaborada pela Deloitte para a APREN e disponível em http://apren.pt/gca/?id=242  . 

(6)

______________________________________________________________________________________________ 

documento  em  consulta  pública  se  refere  que  em  2014  a  situação  de  estagnação  do  sector  será revista. 

A este respeito, a APREN deixa ainda uma nota de profunda preocupação face à publicação do  Despacho  n.º  3316/2012,  de  6  de  Março,  que  indica  claramente  que  enquanto  se  mantiver  suspensa a atribuição de potências de injecção na RESP, as autoridades competentes na área  dos  recursos  hídricos  devem  emitir  informações  prévias  desfavoráveis  ou  indeferimentos  liminares  aos  pedidos  e  requerimentos  de  atribuição  de  novos  títulos  de  utilização  dos  recursos  hídricos  para  fins  de  produção  de  energia  a  partir  de  pequenas  centrais  hídricas  (PCH),  assim  como  promover  a  extinção  dos  procedimentos  administrativos  de  iniciativa  particular já desencadeados. A APREN compreende e concorda com a necessidade de rever o  processo de atribuição coordenada de potência de ligação para PCH e de títulos de utilização  de recursos hídricos. No entanto, uma suspensão de todos os processos até 2014, levará a que  a  próxima  PCH  a  ser  desenvolvida  em  Portugal  surja  apenas  após  2020,  uma  vez  que,  em  média, uma PCH leva dez anos a ser licenciada. Para além do mais convém ainda clarificar que  tais alterações não afectam o processo de licenciamento de projectos em curso. 

Afigura‐se  da  maior  importância  o  repensar  de  uma  completa  travagem  ao  desenvolvimento  de  centros  electroprodutores,  em  particular  os  que  se  baseiam  na  utilizam  de  recursos  energéticos  renováveis,  os  únicos  endógenos,  sob  pena  de  prejudicar  irremediavelmente  os  interesses  económicos,  ambientais  e  sociais  do  País  assim  como  os  compromissos  que  neste  domínio foram assumidos a nível internacional. 

Importa  ainda  não  esquecer  o  esforço  e  investimento  dos  promotores  e  garantir  que  estes  serão  devidamente  considerados  quando  equacionada  uma  revisão  do  plano  de  acção  que  define  os  objectivos  de  política  energética  até  2020.  Caso  contrário,  elevadas  perdas  serão  registadas num dos sectores que mais desenvolveu e promoveu economicamente Portugal nos  últimos anos. 

   

(7)

______________________________________________________________________________________________ 

2.

Comentários da APREN ao Documento em Consulta Pública

 

 

Sendo  a  APREN  uma  Associação  que  no  seu  âmbito  defende  o  sector  da  produção  de  electricidade  renovável  em  regime  especial,  a  sua  resposta  à  consulta  pública  “Linhas 

Estratégicas  para  a  Revisão  dos  Planos  Nacionais  de  Ação  para  as  Energias  Renováveis  e  Eficiência Energética” incidirá sobretudo sobre as linhas estratégicas para a revisão do PNAER, 

e  dentro  destas,  dirigir‐se‐á  essencialmente  ao  sector  da  electricidade.  No  entanto,  face  à  importância da eficiência energética para o novo paradigma energético a nível não só nacional  mas também internacional, importância essa amplamente reconhecida pela APREN, far‐se‐ão  comentários relativos às expectativas em relação ao PNAEE sempre que se afigurar necessário.     

2.1. Considerações Gerais 

Tendo  em  consideração  os  objectivos  de  racionalidade  económica  no  consumo  e  produção 

de electricidade, a APREN salienta a necessidade de realizar uma análise macroeconómica de 

cada  uma  das  opções  de  produção  de  electricidade,  que  possibilite  a  contabilização  das  principais variáveis macroeconómicas6 associadas a cada uma das opções, considerando todo  o seu ciclo de vida (conceito de Levelized Cost of Electricity ‐ LCOE) e um horizonte de longo  prazo.  Para  isso,  destaca‐se  a  importância  do  envolvimento  e  da  participação  de  todos  os 

stakeholders na recolha e análise de tanto dos pressupostos como das conclusões, como por 

exemplo no que concerne a evolução dos preços de combustíveis e curva de maturidade das  diferentes  tecnologias,  sendo  essencial  que  os  resultados  da  referida  análise  sejam  tornados  públicos e revistos periodicamente. 

Salienta‐se  ainda  que  a  análise  macroeconómica  de  cada  uma  das  opções  de  produção  de  electricidade  será  da  maior  importância  para  a  revisão  prevista  para  2014,  possibilitando  a  tomada  de  decisões  que  reúnam  o  consenso  do  sector  e  que  contribuam  para  aumentar  a  transparência e o seu racional técnico e económico. 

Será ainda de elevada importância, numa futura revisão do PNAER, a inclusão de um cenário  de contingência, que possibilite fazer face a um agravamento da crise económica e financeira  na  Europa  num  futuro  próximo,  que  a  ocorrer  terá  fortes  impactos  na  economia  dos  seus  Estados‐Membros, em especial dos mais vulneráveis. Este cenário privilegiará necessariamente  as energias endógenas (renováveis) em detrimento das energias fósseis, cujo preço “dispara”  face  à  instabilidade  económico‐política.  Existe  uma  clara  correlação  entre  a  cotação  do  petróleo  e  a  factura  energética  externa  Portuguesa,  sendo  o  nosso  grau  de  independência  energética determinado pela produção de electricidade renovável. 

 

Considerando  os  objectivos  de  promoção  da  competitividade  e  bom  funcionamento  dos 

mercados  energéticos,  a  APREN  salienta  a  necessidade  de  identificar  e  quantificar  as 

distorções  de  mercado  actualmente  existentes,  que  impedem  que  a  PRE  FER  compita  no 

6

  Emprego,  contribuição  para  o  PIB,  exportação  de  equipamentos,  produtos  e  serviços,  investimento  nacional  e  estrangeiro,  criação  de  empresas,  dinamização  da  indústria  nacional,  criação  de  know‐how,  impacto  na  balança  económica, dependência energética, segurança de abastecimento, etc.

(8)

______________________________________________________________________________________________ 

mercado em condições de igualdade com a PRO7. Este exercício possibilitará a obtenção de um  novo  preço  de  referência,  que  inclua  todas  as  formas  de  remuneração  da  produção  de  electricidade.  É  ainda  essencial  garantir  que  a  comparação  do  impacto  das  várias  opções  de  produção de electricidade na factura dos consumidores, devendo ser realizada através de uma  metodologia ajustada8 considerando as referidas distorções e o novo preço de referência.   

No que concerne os pressupostos apresentados no documento em consulta pública, a APREN  considera  essencial  frisar  que  muitos  dos  dados  apresentados,  como  por  exemplo  os 

pressupostos  macroeconómicos,  não  são  devidamente  enquadrados  nas  análises  avançadas 

pelo  documento,  tornando  de  difícil  compreensão  o  objectivo  da  apresentação  de  determinados valores, tabelas e gráficos, uma vez que não são retiradas quaisquer conclusões  nem é referida a influência no cumprimento dos objectivos traçados. Por esta razão a APREN  considera importante que alguns conceitos e dados fornecidos sejam clarificados. 

Relativamente à evolução do Produto Interno Bruto (PIB), afigura‐se essencial clarificar qual a  sua influencia na evolução do consumo de energia, uma vez que as previsões para o consumo  de  electricidade  foram  drasticamente  reduzidas.  É  importante  destacar  o  positivo  contributo  das  renováveis  para  o  PIB,  bem  como  o  seu  papel  na  recuperação  da  economia  portuguesa.  Este aspecto reveste‐se de elevada importância uma vez que as poupanças registadas devido à  não importação de combustíveis fósseis e à não aquisição de licenças de emissão, por via do  aumento de penetração das energias renováveis, têm vindo a aumentar a cada ano. 

No  que  diz  respeito  ao  peso  da  energia  na  balança  comercial,  é  essencial  esclarecer  que  os  dados  apresentados  estão  influenciados  pelo  aumento  do  preço  dos  combustíveis  fósseis,  como se pode comprovar com os dados igualmente apresentados no documento em consulta  pública,  que  desagregam  a  evolução  do  consumo  de  energia  e  do  preço  de  barril  de  brent.  Uma análise completa possibilita verificar o contributo positivo das energias renováveis para a  balança comercial, que têm vindo a possibilitar que o peso da energia nesta balança não seja  superior, funcionando como um seguro contra as flutuações dos mercados. 

Em relação à evolução da dependência energética e à sua relação com o regime hidrológico,  importa  esclarecer  que,  a  partir  de  2006,  a  penetração  da  energia  eólica  veio  “quebrar”  a  correlação existente; é o que se verifica quando observada a figura 1, e se analisa por exemplo  o  ano  de  2008  –  o  índice  de  produtibilidade  hidroeléctrica  é  menor  face  a  2006,  mas  a  dependência  energética  diminuiu.  Verifica‐se  que,  de  facto,  o  aumento  da  capacidade  renovável,  principalmente  eólica,  permitiu  diminuir  a  dependência  energética  de  um  valor  médio de 85% entre 1995 e 2005, para 76,8% em 2010. 

7

 Produção em Regime Ordinário.  8

  Ver  como  referência  o  estudo  da  Roland  Berger  realizado  para  a  APREN  “Avaliação  dos  custos  e  benefícios  da 

(9)

______________________________________________________________________________________________ 

 

Figura 1 ‐ Evolução da dependência energética e sua relação com o regime hidrológico. 

 

Considerando  agora  os  ambiciosos  objectivos  relacionados  com  a  eficiência  energética,  a  APREN  vem  alertar  para  a  difícil  concretização  das  metas  enunciadas.  Analisando  a  concretização do PNAEE em vigor, aprovado em 2008, verifica‐se que, apesar do seu elevado  potencial, o nível de adopção das medidas previstas não foi tão elevado como o previsto. Tal  hipótese  é  aliás  considerada  no  documento  em  consulta  pública,  ao  referir  as  medidas  de 

backup no caso de atrasos na execução do PNAEE. 

Enfatiza‐se que, caso uma sobrevalorização da eficiência energética ocorra, esta colocará em  causa  não  apenas  as  metas  de  eficiência  energética,  mas  também  as  relacionadas  com  as  energias  renováveis.  É  então  deixada  uma  nota  referente  à  preocupação  face  à  elevada  probabilidade  de  atrasos  na  execução  do  PNAEE,  o  que  implicará  ajustes  nas  previsões  de  consumo, e portanto da oferta para o satisfazer. 

A  APREN  relembra  ainda  que  a  aposta  nas  energias  renováveis  constitui,  em  si  mesma,  uma  medida  de  promoção  de  eficiência,  uma  vez  que  tira  proveito  de  recursos  endógenos,  promovendo  um  melhor  aproveitamento  dos  recursos  financeiros,  e  ainda  um  aumento  de  eficiência da conversão de energia primária em energia final, se considerarmos uma eficiência  de  aproveitamento  dos  recursos  renováveis  de  100%,  já  que  a  energia  renovável  que  não  é  aproveitada não se perde nem degrada. 

 

No que se relaciona com a evolução dos consumos de energia, a APREN chama a atenção para  o impacto positivo das energias renováveis. A maior penetração de renováveis tem permitido  diminuir  o  consumo  de  energia  primária  e  final  (a  partir  de  2005),  graças  a  uma  maior  eficiência na utilização dos recursos, i.e., uma menor intensidade energética. Esta Associação  relembra ainda que a electrificação do consumo é uma tendência europeia que permitirá uma  elevada penetração de renováveis no mix eléctrico, a descarbonização do sistema eléctrico e a  diminuição da emissão de gases com efeito de estufa (GEE). 

(10)

______________________________________________________________________________________________ 

É  deixado  um  alerta  para  várias  inconsistências  na  previsão  da  evolução  do  consumo  de  electricidade. 

Em primeiro lugar, um aumento do consumo da energia primária superior ao da energia final,  interpretado como um crescimento do consumo não eléctrico, não é consistente com os dados  históricos e com as projecções da International Energy Agency (IEA), nem com os objectivos de  eficiência energética. 

Em  segundo  lugar,  a  revisão  do  consumo  de  electricidade  em  baixa  parece  irreal  se  se  considerar que este estudo parte de uma base (2011‐2012) de clara procura deprimida, devido  ao cenário de crise em que o País se encontra, e que é expectável que, depois de ultrapassada  a  crise  económica,  sejam  restabelecidos  os  níveis  de  consumo  iniciais,  ou  mesmo  que  se  registem ligeiros aumentos da procura devido à retoma económica. A esta análise deve ainda  ser acrescentado o elevado risco de não cumprimento dos objectivos de eficiência energética,  que poderá levar à necessidade de um melhor desempenho do sector da electricidade. Assim,  afigura‐se  indispensável  alertar  que  uma  incorrecta  previsão  dos  consumos  terá  um  elevado  impacto  na  execução  do  PNAER,  uma  vez  que  é  ao  nível  da  procura  que  define  a  oferta  necessária e portanto, a capacidade instalada de produção renovável e não renovável. 

 

A  APREN  deseja  ainda  destacar  que,  face  à  necessidade  referida  de  “actuar  junto  dos 

promotores para garantir instalação prevista e licenciada”, se afigura de extrema importância 

uma  reflexão  sobre  as  razões  de  uma  eventual  não  realização  e  uma  análise  à  própria  motivação desta medida. Esta Associação aproveita para sublinhar que, neste âmbito, diversos  factores foram já identificados e alertados às autoridades competentes, nomeadamente: 

o As  barreiras  administrativas,  nomeadamente  no  que  concerne  o  licenciamento  ambiental, são cada vez mais severas; 

o O  novo  enquadramento  macroeconómico,  designadamente  a  dificuldade  de  financiamento,  inviabiliza  uma  rentabilidade  mínima  para  as  condições  oferecidas  à  data dos diferentes concursos; 

o O risco regulatório tem vindo a agravar‐se, dificultando o acesso a financiamento junto  à banca. 

Conclui‐se  assim  que,  mais  do  que  actuar  junto  dos  promotores,  é  essencial  que  o  Governo  actue  para  ultrapassar  as  referidas  barreiras  que  muito  dificultam  o  desempenho  dos  promotores. 

 

Tendo  em  conta  as  afirmações,  constantes  do  documento  em  consulta,  que  “Portugal 

apresenta um dos melhores registos históricos no cumprimento do peso das FER“ e que “os  desafios  associados  ao  PNAER  são  hoje  facilmente  alcançáveis  com  medidas  de  menor  investimento”, e apesar de serem reconhecidos e apreciados os níveis actualmente atingidos, 

a APREN chama a atenção para uma eventual atitude demasiado optimista. Relembra‐se que a  Comissão  Europeia  afirmou  explicitamente  que  todos  os  PNAER  previam  um  aumento  do  esforço nos últimos anos do período de análise, pelo que o cumprimento das trajectórias até à  data não garante o cumprimento das metas finais. Acresce ainda que os feitos passados não  garantem  o  cumprimento  de  metas  futuras,  principalmente  quando  o  contexto  político‐ económico associado às energias renováveis se tem vindo a alterar dramaticamente. 

(11)

______________________________________________________________________________________________ 

Assim,  a  APREN  considera  de  elevada  importância  a  revisão  proposta  para  2014,  pois  sem  novos  investimentos  em  energias  renováveis  dificilmente  as  metas  de  ambos  os  Planos  em  análise serão alcançáveis. 

 

A revisão prevista de metas e novos licenciamentos para 2014, é assim vista com agrado pela  APREN,  na  medida  em  que  se  compreende  que,  até  2014,  a  prioridade  deve  ser  dada  à  capacidade já atribuída em procedimentos concursais ou outros processos anteriores, que será  suficiente  para  colmatar  a  procura  expectável.  Esta  Associação  reconhece  que  a  revisão  de  metas  e  a  análise  da  capacidade  do  sistema  electroprodutor  é  um  exercício  salutar  e  necessário. Considera‐se ainda que este documento estabelece assim o ano de 2014 como o  limite temporal para o Decreto‐Lei n.º 25/2012, de 6 de Fevereiro. 

Contudo,  a  APREN  também  alerta  para  a  necessidade  de  considerar  a  possibilidade  de  um  maior crescimento do consumo do que o previsto, e a necessidade do sector eléctrico ter de  compensar atrasos nos restantes sectores (A&A9 e transportes), o que implicaria necessidades  de potência adicional para satisfazer a procura e para cumprir as metas estabelecidas. É ainda  essencial  ter  em  conta  a  imprevisibilidade  de  entradas  e  saídas  de  serviço  das  centrais  térmicas, cuja decisão está sobretudo dependente do mercado e de condições técnicas e não  apenas da vontade política. 

É  ainda  extremamente  importante  ter  em  atenção  a  flexibilidade  limitada  do  sistema  electroprodutor,  bem  como  os  timings  de  atribuição  e  licenciamento  de  nova  capacidade.  Preparar com antecedência os procedimentos de atribuição de potência, discutir publicamente  os  seus  critérios  e  respectivos  mecanismos  de  remuneração  é  fulcral  para  o  sucesso  da  atribuição de nova potência renovável. 

No âmbito da referida revisão, a APREN alerta ainda para que, aquando da análise à evolução  dos custos das tecnologias renováveis, seja tido em conta que opções que hoje possam não ser  económica  e  tecnicamente  viáveis  poderão  sê‐lo  em  breve,  como  é  o  caso  do  solar  fotovoltaico, cuja curva de maturidade tecnológica tem vindo a registar importantes reduções  ao  nível  do  custo  em  curtos  períodos  temporais.  De  acordo  com  a  recente  comunicação  da  Comissão Europeia sobre a estratégia de energias renováveis10, é referido que nos cinco anos  até  2010,  o  custo  dos  sistemas  fotovoltaicos  diminuiu  em  48%.  O  mesmo  alerta  é  feito  em  relação ao abandono de políticas de apoio a tecnologias emergentes, como é o caso da energia  das ondas e da solar, que pode implicar a perda irreversível destes mercados. 

Face às razões enunciadas, a APREN considera que a revisão em 2014 não deverá ter como fim  exclusivamente  a  atribuição  de  nova  capacidade  renovável,  mas  sim  avaliar  quais  as  tecnologias  e  os  melhores  moldes  para  realizar  os  investimentos  necessários,  com  base  no  estudo  macroeconómico  alargado  referido  anteriormente.  Caso  contrário,  não  só  as  metas  estabelecidas  a  nível  Europeu  serão  seriamente  postas  em  causa,  como  estar‐se‐á  a  acabar  com  um  sector  de  actividade  que  tem  vindo  a  trazer  inúmeros  benefícios  para  a  economia  Portuguesa,  dando  sinais  muito  negativos  ao  investimento  estrangeiro,  que  deixará  de  ser  captado.  Portugal  perderá  irremediavelmente  a  liderança  Europeia  e  mesmo  mundial  neste  sector, e com ela, as mais‐valias do seu desenvolvimento.   

9  Aquecimento e arrefecimento.  10  COM(2012) 271 Final, de 6 de Junho. 

(12)

______________________________________________________________________________________________ 

É  também  importante  deixar  claro  que  a  APREN  considera  que  a  suspensão  de  novos 

licenciamentos  até  2014  não  inclui  a  potência  de  sobreequipamento,  apesar  de  essa 

suspensão  estar  prevista  na  secção  relativa  ao  estado  de  execução  das  medidas  do  PNAER.  Considera‐se que a autorização para instalação de sobreequipamento não configura a emissão  de  uma  “nova”  licença  de  exploração,  sendo  que  o  Decreto‐Lei  n.º  51/2010  refere  expressamente  que  a  potência  de  injecção  atribuída  não  sofre  qualquer  alteração.  Por  esta  razão  a  APREN  manifesta‐se  em  total  desacordo  com  a  acção  futura  recomendada  de  suspensão  da  viabilização  de  potência  através  de  sobreequipamento,  mais  ainda  tendo  em  conta que estes projectos trazem inúmeras vantagens para o sistema eléctrico e mesmo para o  consumidor, tal como explanado mais à frente na secção 2.3.4. 

 

Finalmente, no que diz respeito ao espírito com que se analisa e redige um documento desta 

natureza,  a  APREN  relembra  que,  tanto  o  PNAER  como  o  PNAEE  –  com  objectivos  definidos 

para  2020  ‐  são  um  meio  e  não  um  fim;  assim,  todas  as  análises  devem  ser  feitas  tendo  em  conta  o  horizonte  de  2030  e  2050,  cujo  objectivo  é  a  descarbonização  de  85%  a  90%  da  economia de acordo com o Roteiro para 2050 da Comissão Europeia11. Este objectivo implica a  descarbonização  total  do  sistema  electroprodutor,  logo  é  necessário  um  planeamento  energético atempadamente reflectido e preparado, para que seja possível caminhar ao ritmo  mais sustentável para este futuro.     

2.2. Análise dos Dados em Consulta Pública 

  Uma vez mais, a APREN destaca que os pressupostos apresentados no documento em consulta  pública,  não  são  devidamente  enquadrados  nas  análises  e  nas  conclusões  avançadas  pelo  documento  e  que  não  é  visível  a  relevância  da  consideração  dos  dados  apresentados,  nem  qual a sua influência na evolução do desenvolvimento de energias renováveis em Portugal.     

2.2.1. Análise dos preços das commodities 

Apesar de não se compreender o alcance dos pressupostos relativos ao impacto da evolução  do preço das commodities nas conclusões avançadas pelo documento, considera‐se relevante  destacar uma inconsistência encontrada entre os valores do preço do petróleo avançados pelo  Ministério das Finanças em Setembro de 2011, no “Documento de Estratégia Orçamental para  2011‐2015” e os considerados no documento em consulta pública.   

11  COM(2011) 112. 

(13)

______________________________________________________________________________________________ 

 

Figura 2 – Cenários de evolução do preço do petróleo. 

Existe de facto uma diferença considerável entre os valores apresentados no documento em  consulta  pública,  cuja  fonte  apresentada  é  o  Ministério  das  Finanças  e  os  valores  publicados  pelo  mesmo  Ministério  aquando  do  “Documento  de  Estratégia  Orçamental  2011‐2015”,  em  2011, sendo aconselhável uma justificação para as diferenças encontradas.                         

A  APREN  promoveu  análises  semelhantes  no  que  concerne  as  restantes  commodities  que  apresenta de seguida. 

 

Nota explicativa sobre legenda do gráfico 

o PNAER  2:  valores  apresentados  no  documento  “Linhas  estratégicas  para  a  revisão  dos 

Planos Nacionais de Ação para as Energias Renováveis e Eficiência Energética”.  o Roland Berger: valores considerados no estudo realizado pela Roland Berger para a APREN  “Avaliação dos custos e dos benefícios da energia eléctrica de origem renovável” – fontes:  Bloomberg e IEA.  o Min. Finanças: valores apresentados no “Documento de Estratégia Orçamental 2011‐2015”  (Setembro 2011).  o IEA – Current Policies Scenario: valores publicados no “World Energy Outlook 2011”, da IEA  para o cenário “Current Policies”. Foram utilizados preços em termos reais. 

(14)

______________________________________________________________________________________________ 

 

Figura 3 – Cenários de evolução do preço do gás natural. 

Figura 4 – Cenários de evolução do preço do carvão.

(15)

______________________________________________________________________________________________  Figura 5 – Cenários de evolução do preço das licenças de emissão de CO2.

 

Ainda  no  que  concerne  os  pressupostos  apresentados  na  tabela  do  slide  15,  a  APREN  alerta  para  incoerências  nos  valores  de  taxa  de  crescimento  médio  anual  (tcma)  apresentados  em  determinados indicadores; destaca‐se a tcma referente à evolução da potência instalada FER  total – o valor apresentado é de 5,6% e o valor calculado é de 4,3%. 

 

2.2.2. Análise da evolução do consumo de electricidade 

Em primeiro lugar, destaca‐se que a análise apresentada no documento em consulta pública é  relativa  ao  consumo  final  líquido  de  electricidade,  descontado  de  auto‐consumo,  perdas  e  bombagem. É essencial explicitar este facto, uma vez que o espírito da Directiva 2009/28/CE,  está assente sobre os consumos brutos de energia que uma análise incorrecta poderá levar ao  não cumprimento da Directiva, por via de uma sob‐estimativa dos consumos. 

É  de  seguida  apresentada  uma  análise  a  diferentes  expectativas  relativas  à  evolução  do  consumo  de  electricidade  em  Portugal,  que,  como  se  pode  facilmente  verificar,  seguem  tendências semelhantes, de aumento do consumo no pós‐2015. No entanto, destaca‐se que a  previsão  apresentada  no  documento  em  consulta  pública  é  a  única  que  apresenta  uma  redução significativa do consumo até 2015. 

Verifica‐se  de  facto,  que  a  expectativa  para  o  consumo  de  electricidade  em  2020  é  bastante  baixa,  não  só  quando  comparada  com  (i)  o  valor  apresentado  no  PNAER  em  vigor,  (ii)  os  valores avançados pela REN (utilizados no estudo realizado pela Roland Berger para a APREN), 

(iii)  com  os  valores  obtidos  através  da  aplicação  das  taxas  de  crescimento  do  consumo 

publicadas  pela  IEA  aos  valores  de  consumo  verificados  em  2010  –  dois  cenários  “Current 

policies” e “New Policies”. 

(16)

______________________________________________________________________________________________ 

 

Figura 6 – Cenários de evolução do consumo de electricidade. 

 

Relativamente à comparação dos valores apresentados pode referir‐se o seguinte: 

o Uma  comparação imediata dos valores das curvas “PNAER 1” e  “PNAER 2”  não pode  ser  realizada  directamente,  uma  vez  que  ao  contrário  dos  valores  apresentados  no  PNAER, em que o consumo considerado era o consumo bruto de electricidade, no caso  das linhas estratégicas em análise, o valor apresentado é o valor líquido. Assim, seria  necessário  possuir  os  valores  associados  a  auto‐consumo,  bombagem  e  perdas  para  obter uma curva verdadeiramente equivalente à do PNAER. 

o O mesmo acontece com os valores apresentados pela REN, aos quais acresce ainda o  facto de a REN só considerar valores para Portugal continental. 

o Em  relação  aos  valores  obtidos  através  da  aplicação  das  taxas  de  crescimento  do  consumo, publicadas pela IEA no “World Energy Outlook 2011”, estes serão passíveis  de  comparar  directamente  com  os  apresentados  pela  DGEG  no  documento  em  consulta pública, uma vez que partem do mesmo valor de consumo líquido em 2010.  No  entanto,  verifica‐se  que  as  curvas  obtidas  com  a  aplicação  destas  taxas  valores  possuem um andamento diferente do da curva “PNAER 2”, uma vez que não estimam  reduções  do  consumo  no  período  2010‐2015.  Considera‐se  contudo  oportuno  enaltecer que ao aplicar a taxa de crescimento prevista pela IEA para o cenário “new  policies”, ou seja, um cenário onde são já incorporados os compromissos políticos e os  planos anunciados pelos países em todo o mundo, que visam combater a insegurança  energética, as alterações climáticas e a poluição local, as expectativas de aumento do  consumo são significativamente superiores às apontadas no documento em análise.  o Destaca‐se ainda que a curva dos valores apresentados pela APREN no projecto REPAP 

(17)

______________________________________________________________________________________________ 

que mais se aproxima em termos de trajectória, da curva apresentada pela DGEG na  presente consulta pública. 

 

A APREN chama a atenção que a expectativa de uma redução considerável do consumo de  electricidade,  que  por  sua  vez,  determina  um  menor  valor  de  nova  potência  a  instalar  em  Portugal é alarmante. 

Ainda  que  se  registe  um  aumento  dos  níveis  de  implementação  de  medidas  de  eficiência  energética, atingir uma procura de electricidade de 53,6 TWh em 2020, mesmo acrescidas dos  consumos  relativos  a  auto‐consumo,  bombagem  e  perdas,  significaria  alcançar  poupanças  muito  elevadas  no  sector  eléctrico  no  período  em  causa  (2011‐2020),  algo  que  se  afigura  bastante  ambicioso  face  à  experiência  já  existente.  Acresce  ainda  que  esta  análise  parte  de  uma  base  –  2011  e  2012  –  de  clara  depressão  da  procura  de  electricidade,  por  via  da  crise  económico‐financeira  que  severamente  se  faz  sentir  em  Portugal;  no  entanto,  é  expectável  que  aquando  da  retoma  económica,  sejam  restabelecidos  os  níveis  iniciais  de  consumo  e  respectivos índices de crescimento. 

É  ainda  preocupante  que  se  esteja  a  ignorar  o  facto  de  existir  uma  tendência  a  nível  não  só  Europeu,  mas  mundial,  para  a  electrificação  do  consumo,  ou  seja,  fazer  uso  da  electricidade  renovável nos sectores A&A e dos transportes, tendência que está patente nas projecções da  IEA,  mas  que  não  é  aparentemente  considerada  nas  linhas  estratégicas  agora  em  apresentação. 

Assim,  mesmo  considerando  os  impactos  das  medidas  de  eficiência  energética  previstas,  afigura‐se  mais  correcto  a  utilização  de  previsões  superiores  de  evolução  do  consumo  de  electricidade, na linha dos valores propostos pela APREN no projecto REPAP. Ressalta‐se que  uma  incorrecta  previsão  do  consumo  poderá  levar  ao  incumprimento  da  Directiva  Comunitária. 

   

2.2.3. Análise da evolução da capacidade do sistema electroprodutor 

Acerca da evolução da capacidade do sistema electroprodutor, e em termos dos pressupostos  avançados,  a  APREN  faz  em  primeiro  lugar  uma  importante  chamada  de  atenção  para  uma  aparente  falta  de  critério  nas  projecções  de  evolução  da  potência  a  instalar  em  Portugal  até  2020. 

Denota‐se  que,  para  o  caso  da  Produção  em  Regime  Ordinário  (PRO),  foi  considerada  a  potênciaa instalar em função das licenças atribuídas. O planeamento da REN foi tido em conta  para  o  período  em  causa,  considerando‐se  as  entradas  e  saídas  dos  grupos  térmicos  e  a  realização  dos  projectos  de  grandes  aproveitamentos  hidroeléctricos,  que  ainda  não  foram  suspensos pelos promotores (EDP, Iberdrola e Endesa) ou chumbados a nível do licenciamento  ambiental. 

No entanto, quando são analisados os valores avançados para a Produção em Regime Especial 

(PRE), verifica‐se que o mesmo critério não foi seguido. 

No  caso  da  cogeração  (renovável  e  não  renovável)  a  potência  apresentada  foi  baseada  num  estudo  sobre  o  seu  potencial  disponível  em  Portugal,  pelo  que  são  considerados  valores 

(18)

______________________________________________________________________________________________ 

ambiciosos para a evolução deste sector, que se afigura estagnado ou mesmo em declínio face  ao menor número de actividades industriais que necessitam de produção de calor. 

No caso de projectos PRE FER, como é o caso da energia eólica, solar e ainda das PCH, em que  existem  licenças  atribuídas  e  potencial  disponível,  parecem  ter  sido  aplicadas  considerações  subjectivas  acerca  da  potência  a  considerar,  nomeadamente  a  capacidade  dos  promotores  conseguirem  concluir,  em  tempo  útil,  o  desenvolvimento  de  projectos  com  licença  atribuída  por razões ambientais ou de falta de financiamento. 

Por  fim,  no  caso  dos  resíduos  sólidos  urbanos  (RSU),  biogás  e  geotermia,  outras  considerações/critérios  aparentam  ainda  ter  sido  utilizados.  Note‐se  ainda  que  não  é  justificada a motivação para esta diferente aplicação de critérios. 

A  APREN  sublinha  a  necessidade  de  estabelecimento  de  critérios  homogéneos,  sólidos  e  transparentes  para  a  consideração  da  potência  a  instalar  por  tecnologia,  que  devem  ser  aplicados tanto à PRO como à PRE, a bem da garantia de equidade no sector. 

 

São  em  seguida  apresentadas  algumas  considerações  face  aos  números  e  pressupostos  utilizados no documento em consulta pública.     

2.2.4. Análise da evolução da capacidade PRO 

  ‐ PRO Térmica 

A  retirada  da  garantia  de  potência  poderá  travar  irremediavelmente  o  desenvolvimento  das  CCGT12 de Sines e Lavos. Pelo que foi possível apurar por esta Associação, a consideração da  entrada ao serviço destas duas centrais em 2017 poderá ser um cenário demasiado optimista.  É ainda importante destacar que estas duas centrais representam um acréscimo de cerca de  1 700 MW. 

A  acrescer  a  esta  problemática,  existe  ainda  o  facto  do  preço  das  licenças  de  emissão  se  encontrar bastante baixo – cerca de 8 €/tonCO2eq. A continuar a estes níveis, poderá implicar 

um atraso na saída de serviço da central a carvão de Sines, se tal não for ditado por questões  técnicas. 

Será  pelos  argumentos  apresentados  relevante  a  consideração  de  um  cenário  que  tenha  em  conta  estes  factores,  uma  vez  que  poderá  ser  alocada  uma  potência  excessiva  a  centrais  térmicas fósseis, que poderá não ser realizável na sua totalidade antes de 2020. 

Vale  ainda  a  pena  enfatizar  o  facto  de  que  o  cenário  de  evolução  da  PRO  térmica  até  2020  remete para uma dependência de combustíveis fósseis quase exclusiva de gás natural, que é  importado  na  sua  totalidade,  e  de  países  com  uma  considerável  instabilidade  geopolítica  (Argélia  e  Nigéria).  Afigura‐se  essencial  que  não  seja  esquecido  tão  importante  objectivo  fundamental de política energética ‐ a segurança do abastecimento energético. 

 

12

(19)

______________________________________________________________________________________________ 

Nos  gráficos  abaixo  apresentados,  destaca‐se  como  diferenças  entre  os  cenários  a  hipótese  colocada  pela  APREN  das  novas  CCGTs  de  Lavos  e  Sines  não  entrarem  ao  serviço  em  2017,  como  previsto  no  documento  em  consulta  pública.  Foi  antes  considerado  um  atraso  na  sua  entrada ao serviço – Lavos em 2018 e Sines em 2022, após análise do mercado e consulta às  partes envolvidas. Note‐se que a eventual não entrada dos grupos CCGT de Sines e Lavos antes  de  2020,  promoverá  a  ausência  de  cerca  de  1 700  MW,  que  poderiam  ser  alocados  a  fontes  renováveis,  mais  descentralizadas  e  que  contribuem  para  objectivos  de  descarbonização  e  incorporação de energias renováveis. 

Face ao panorama actual, a APREN considera mais razoável um atraso da entrada ao serviço  destas centrais, como proposto, e a eventual assunção de medidas de backup para colmatar  este atraso, como por exemplo atribuição de potência renovável. 

Podem  ainda  ser  encontradas  pequenas  diferenças  entre  os  valores  considerados  para  o  carvão e para o gás natural, constantes ao longo de todo o período, o que pode evidenciar a  consideração por parte da DGEG de grupos de backup das centrais existentes, uma vez que a  APREN se baseou em números da REN para realizar esta análise.  Merece ainda uma pequena referência as diferenças encontradas no período 2010‐2012 para  as centrais a fuel em Portugal; considera‐se que podem ser devidas à calendarização de saída  de determinados grupos das centrais de Setúbal e Tunes.  Denota‐se então que as principais diferenças verificadas aquando da comparação dos valores  propostos no documento em análise e pela APREN se devem essencialmente a esta proposta  relativa às novas CCGT.                                Figura 7 – Cenários de evolução da potência instalada em PRO térmica.   

(20)

______________________________________________________________________________________________  Nota: em todas as análises apresentadas, os valores “APREN 2012” são, para os anos 2010, 2011 e 2012,  os valores reais verificados, e encontrados em fontes públicas de informação.      Figura 8 – Cenários de evolução da potência instalada em PRO térmica total.   ‐ PRO Hídrica 

Uma  vez  mais  se  alerta  para  o  facto  de  a  retirada  da  garantia  de  potência  poder  travar  o  desenvolvimento  de  empreendimentos  já  previstos  mas  cujo  desenvolvimento  ainda  não  se  iniciou.  A  esta  problemática,  acrescem  ainda  todas  as  barreiras  existentes  ao  nível  do  licenciamento  ambiental  e  da  contestação  social,  face  ao  desenvolvimento  de  grandes  aproveitamentos hidroeléctricos, bem como a retirada de alguns incentivos, que poderão pôr  em causa a concretização destes investimentos. 

Merece  ainda  referência  a  alteração  do  planeamento  de  entrada  em  funcionamento,  bem  como de potência a instalar, face ao Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial  Hidroeléctrico (PNBEPH) e ao PNAER ainda em vigor. Apresenta‐se de seguida um mapa com  as referidas diferenças assinaladas: 

(21)

______________________________________________________________________________________________    Tabela 1 – Calendarização dos novos grandes aproveitamentos hidroeléctricos.        No que concerne a potência total, não se verificam diferenças substanciais quando se analisam  as curvas sugeridas pelas diferentes fontes; essencialmente são verificados pequenos atrasos  na entrada ao serviço de determinadas centrais hidroeléctricas. 

No  entanto  destaca‐se  que,  face  à  importância  da  informação  em  análise  para  o  sector  eléctrico  nacional,  será  desejável  que  um  ponto  de  situação  acerca  do  desenvolvimento  dos  projectos do PNBEPH, e dos projectos da EDP – novos aproveitamentos e reforços de potência,  seja publicamente apresentado.  Nota explicativa sobre a tabela  o A calendarização do PNAER em vigor encontra‐se a verde – “PNAER 1”.  o A calendarização segundo o documento em consulta pública é apresentada como “PNAER  2”. 

(22)

______________________________________________________________________________________________    Figura 9 – Cenários de evolução da potência instalada em PRO hídrica.    Quando analisada a PRO total, ou seja, o conjunto das centrais térmicas e hídricas, verifica‐se  uma vez mais que a principal diferença registada é devida à possibilidade da não entrada ao  serviço dos grupos CCGT de Sines e Lavos.    Figura 10 – Cenários de evolução da potência instalada em PRO Total (térmica + hídrica).     

(23)

______________________________________________________________________________________________ 

2.2.5. Análise da evolução da capacidade PRE 

Relativamente  à  PRE,  para  além  da  aparente  subjectividade  na  aplicação  de  critérios,  sem  fundamentação apresentada, verifica‐se uma preocupante redução da potência a instalar até  2020; uma redução tão significativa que colocará, sem dúvida, em causa os objectivos do País  quanto à produção de electricidade a partir de recursos endógenos e os compromissos/metas  que, nesse domínio, assumiu perante a UE. 

A redução prevista afecta todas as fontes renováveis de produção em regime especial, embora  com  expressão  diferenciada  para  cada  uma  delas  relativamente  às  metas  estabelecidas  no  PNAER inicial. 

Tabela 2 – Comparação da potência prevista para o sector da PRE FER para 2020: PNAER vs.  documento em consulta pública. 

Fonte / Potência   PNAER 1 [MW] PNAER 2 [MW] Redução 

Eólica  6 875 5 300 ‐23%  Solar  1 500 550 ‐63%  PCH  750 500 ‐33%  Biomassa total 13 952 861 ‐10%  Geotermia  75 30 ‐60%  Ondas  250 6 ‐98%    Denota‐se ainda um aparente excesso de optimismo face ao desenvolvimento da cogeração –  único subsector que apresenta uma evolução mais positiva face ao PNAER em vigor. Apesar de  reconhecer  o  mérito  da  cogeração  renovável,  uma  actividade  extremamente  importante  na  promoção da eficiência da produção de calor e electricidade, ao que foi possível apurar, não  parecem  estar  reunidas  as  condições  necessárias  para  que  nova  actividade  industrial,  com  necessidade  de  produção  de  calor,  combinado  com  produção  de  electricidade  (renovável  e  não  renovável),  se  instale  em  Portugal.  Acresce  ainda  que,  no  que  concerne  a  actividade  já  existente no nosso País, não só não parecem existir condições para o seu crescimento, como a  tendência  verificada  é  a  de  fecho  de  instalações  por  via  da  crise  sentida  em  Portugal  e  das  alterações regulatórias implementadas recentemente. 

A  APREN  vem  apresentar  a  sua  análise  relativa  à  tabela  apresentada  no  slide  21,  do  documento em consulta pública; uma análise baseada em informação recolhida por consulta a  fontes de informação públicas, aos seus Associados e a outros promotores de PRE. De referir  que esta é uma análise realizada no espírito da presente consulta pública, ou seja, é apenas 

uma  previsão  da  potência  que  é  possível  instalar  tendo,  exclusivamente  em  conta  os  pressupostos  que  regem  o  documento  em  consulta  pública  –  suspensão  de  novos  licenciamentos  e  realização  apenas  de  projectos  com  potência  já  atribuída.  No  fundo,  este 

constitui o ponto de partida para equacionar a revisão do PNAER, e quando esse processo for  iniciado,  a  APREN  dará  o  seu  contributo  relativamente  à  potência  que  considera  viável  para  cada  uma  das  tecnologias,  tendo  em  conta  o  respectivo  potencial  técnico  e  económico,  esperando ser consultada nesse processo, enquanto canal privilegiado entre a administração  central e os promotores. 

13

(24)

________________________  ______________________________________________________________________ Tabela 3‐Estimativa APREN da Evolução da Potência PRE (MW)  Potência (MW)  2011  Verificados 2012  2013  2014  2015  2016  2017  2018  2019  2020  Potência  adicional  2012‐2020  Cog NFER14 1 431  1 431  1 431  1 431  1 431  1 431  1 431  1 431  1 431  1 431  Cog FER14  349  349  349  349  349  349  349  349  349  349 Eólica  4.379  4.552  4.902  5.306  5.560  5.610  5.644  5.644  5.644  5.644  1 265  ENEOP215 814  142  154  90  386  Ventinveste16 12  72  164  152  388  Fase C16  20  40  50  50  34  194  Processos em desenvolvimento16  3 545  11  20  Sobreequipamento16  ‐  20  92  110  30  252  Offshore17 22  25  PCH  453  453  453  463  505  535  612  657  704  750  297  Processos em desenvolvimento16  453  10  10  10  10  10  10  10  70  Concurso 201018 32  47  79  Novas concessões19 20  20  35  37  36  148  RSU14  88  88  88  88  88  88  88  88  88  88 Biomassa  106  106  106  106  106  184  184  184  184  184  78  Processos em desenvolvimento16  101  Concurso 200620 78  78 

14  Consideração da não existência de processos em desenvolvimento.  15  Consideração da potência atribuída nas três fases do concurso de 2007 – 1200 MW + 400 MW + 200 MW.  16  De acordo com consulta a Associados da APREN e outros promotores desta tecnologia.  17  Projectos NER 300 de acordo com informação da DGEG.  18  Consideração da potência atribuída no concurso de 2010 ‐ adjudicados 79 MW dos 150 MW colocados em concurso.  19  Valor baseado nas previsões de atribuição de 250 MW em potência por concurso – Resolução do Conselho de Ministros n.º 72/2010 e Decreto‐Lei n.º 126/2010.  20  Consideração da potência atribuída no concurso de 2006 ‐ adjudicados 83 MW dos 100 MVA colocados em concurso. 

(25)

____________________________________________________________________________  __________________ Potência (MW)  2011  Verificados 2012  2013  2014  2015  2016  2017  2018  2019  2020  Potência  adicional  2012‐2020  Biogás  52  54  63  63  63  63  63  63  63  63  11  Processos em desenvolvimento16  52  10  11  Solar PV  173  215  296  397  489  539  579  619  659  699  526  Microgeração21 69,5  13  10  10  10  10  10  10  10  10  93  Minigeração21  30  30  30  30  30  30  30  30  30  270  Concurso 201022 30  50  50  10  140  Concurso CPV 200923 Processos em desenvolvimento16  103  19  Solar Termoeléctrico  0  0  20  40  50  50  50  50  50  50  50  Concurso CSP 200924 10  10  10  30  Processos em desenvolvimento16  10  10  20  Geotermia14  23  23  23  23  23  23  23  23  23  23  Ondas  0  0  1  2  3  5  6  6  6  Processos em desenvolvimento16  TOTAL PRE  7.054  7.271  7.731  8.268  8.667  8.877  9.029  9.114  9.201  9.287  2 233  TOTAL PRE FER25 5.623  5.840  6.300  6.837  7.236  7.446  7.598  7.683  7.770  7.856  2 233   

21  Consideração do planeamento de quotas anuais de potência a atribuir em micro e minigeração.  22  Potência atribuída no concurso de 2010 – adjudicados 140 MW dos 150 MW colocados em concurso.  23  Consideração da potência atribuída no concurso para projectos de demonstração de 2009 para CPV – 5 MW.  24  Consideração da potência atribuída no concurso para projectos de demonstração de 2009 para CSP – 29,5 MW.  25  A PRE FER exclui cogeração não renovável (Cog NFER). 

(26)

______________________________________________________________________________________________ 

Tabela 4‐ Comparação entre a potência considerada para 2011 e 2020 – APREN, PNAER 2 e PNAER 1 (MW) 

Fonte  Potência Instalada em 2011  Potência prevista para 2020  Potência adicional 2012‐2020 

APREN 2012 PNAER 2 PNAER 1 APREN 2012  PNAER 2 PNAER 1 APREN 2012 PNAER 2 PNAER 1 

Cog NFER 1 431  1 431  ‐ 1 431  1 532  ‐  0  101  ‐  Cog FER  349  349  499 349  491  560  0  142  61  Eólica  4 552  4 351  4 928 5 644  5 300  6 875  1 265  949  1.947  PCH  453  455  457 750  500  750  297  45  293  RSU  88  100  ‐ 88  110  ‐  0  10  ‐  Biomassa 106  117  178 184  200  250  78  83  72  Biogás  52  46  53 63  60  150  11  14  97  Solar PV  173  158  228 699  500  1 000  526  342  772  Solar Termoeléctrico 0  0  30 50  50  500  50  50  470  Geotermia 23  30  30 23  30  75  0  0  45  Ondas  0  0  5 6  6  250  6  6  245  TOTAL PRE 7 054  7 037  ‐  9 287  8 779  ‐  2 233  1 742  ‐  TOTAL PRE FER 5 623  5 606  6 408  7 856  7 247  10 410  2 233  1 641  4 002       

Referências

Documentos relacionados

6 Num regime monárquico e de desigualdade social, sem partidos políticos, uma carta outor- gada pelo rei nada tinha realmente com o povo, considerado como o conjunto de

O primeiro passo para introduzir o MTT como procedimento para mudança do comportamento alimentar consiste no profissional psicoeducar o paciente a todo o processo,

L'Hallel viene come proposta innovativa di evangelizzazione e annuncio della Parola di Dio al servizio della Chiesa e in comunione con essa, cercando di attirare più cuori a

Controlador de alto nível (por ex.: PLC) Cabo da válvula Tubo de alimentação do ar de 4 mm Pr essão do fluido Regulador de pressão de precisão Regulador de pressão de

metodologia de Vogel (1981).. Durante todo o período de estudo não observou-se indícios de colmatação nesse módulo. O WCV operou com cargas médias de 80 g SS/m² semana, e

Dessa maneira, os resultados desta tese são uma síntese que propõe o uso de índices não convencionais de conforto térmico, utilizando o Índice de Temperatura de Globo Negro e

Atualmente os currículos em ensino de ciências sinalizam que os conteúdos difundidos em sala de aula devem proporcionar ao educando o desenvolvimento de competências e habilidades

Discussion The present results show that, like other conditions that change brain excitability, early environmental heat exposure also enhanced CSD propagation in adult rats.. The