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Uma reconstrução da história de Parintins através de relatos de moradores antigos e da linguagem fotográfica

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Academic year: 2021

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Uma reconstrução da história de Parintins através de relatos de

moradores antigos e da linguagem fotográfica

Rubia Maria Farias Cavalcante1, Alice Nascimento Teixeira Rocha2, Yasmim Fontinelly3

1 Professora de Ensino de Artes – IFAM. e-mail: farias.rubia@gmail.com

2 Aluna do Curso Integrado em Administração - IFAM. Bolsistas do IFAM. e-mail:alice.rocha@gmail.com

3Aluna do Curso Integrado em Administração- IFAM – colaboradora

Resumo: A pesquisa científica teve por objetivo fazer uma reconstrução da história de Parintins através de relatos de moradores antigos e da linguagem fotográfica, identificando os fenômenos simbólicos do passado. Essa “reconstrução de instantes” da história de Parintins foi mediada por um diálogo específico: o da história com a memória dos moradores antigos do município através dos relatos orais e através dos registros fotográficos. Procurou-se valorizar, registrar e preservar, através de depoimentos, as experiências temporais vividas por essas pessoas e também através da linguagem fotográfica, captando sensibilidades e fragmentos passados, expressos em discursos e imagens, analisando e interpretando, historicamente, as experiências dessas pessoas que, anonimamente ou publicamente, deixaram suas marcas, visíveis ou invisíveis, no tempo e no espaço em que viveram e que, de uma forma ou de outra, contribuíram com o município de Parintins. A pesquisa é de cunho histórico, o objeto de estudo foi à história de Parintins, a investigação deu-se por meio de fontes orais, oficiais e iconográficas.

Palavras–chave: fotografia, história, memória, parintins

1. INTRODUÇÃO

As pessoas precisam encontrar suas raízes pessoais em uma sociedade cada vez mais marcada por mudanças e transformações, o que as leva a estudar a história de sua cidade.

O interesse de pesquisa pela história de Parintins veio quando resolvi fazer uma visita no memorial e no setor do patrimônio da cidade de Parintins e não obtive informações necessárias sobre a história do município, visto que o mesmo completou 169 anos e críticas são feitas acerca da falta de registro da história, visto que é uma cidade turística e com várias denominações como ilha Tupinambarana, ilha do azul e do vermelho, capital do folclore, reconhecida mundialmente pela sua cultura, mas com uma evidência, a escassez de material sobre a própria história. Esse desconhecimento, essa escassez de material, inspirou em tornar notória a pesquisa partindo do pressuposto de que a história da cidade está, indissoluvelmente, entremeada à história dos moradores antigos da cidade. Acredita-se que a expressão delas são vozes sobre o passado, atualizadas no presente, que presenteiam o futuro com uma das maiores fontes da vida: a memória. O intuito dessa pesquisa é “resgatar” a memória dos “moradores antigos” do município; produzir uma pesquisa sobre a história de Parintins e, sobretudo, confeccionar material que seja acessível à população, e que, ao mesmo tempo, possa incitar a curiosidade dos mesmos em conhecer parte da trajetória histórica da cidade. Na “reconstrução” dessas experiências, dessas “histórias” de vida, a memória se relaciona com o tempo (presente e passado) e também com a linguagem. O processo da memória interpõe não só a arrumação de vestígios do passado, mas também numa releitura desses vestígios.

Esse trabalho permitirá que a comunidade tome conhecimento desse legado deixado pelos nossos antepassados, pois é necessário que o povo cultive sua história para manter viva sua memória para deixar à disposição da pesquisa, leitura e visitação da população para fortalecer a educação, a cidadania, a identidade e a memória do município de Parintins, mostrando a trajetória social e cultural criando registro do patrimônio material e imaterial da cidade.

A pesquisa teve o intuito valorizar os relatos orais, os saberes dos moradores, identificando os fenômenos simbólicos do passado através da expressão dos registros da memória e os registros fotográficos mostrando a cidade de Parintins na versão passado remoto valorizando os aspectos

ISBN 978-85-62830-10-5 VII CONNEPI©2012

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temporais, individuais e sociais ligados à memória e também seus aspectos linguísticos. Com a pretensão de divulgar e registrar as tradições orais para colocar em contato com as novas gerações para compartilhar as histórias guardadas nos recantos fugidios da memória.

2. MATERIAL E MÉTODOS

Para a investigação do tema foi desenvolvida uma pesquisa de campo e histórica propriamente dita, o objeto de estudo, a história de Parintins, foi investigada por meio de fontes orais, oficiais e iconográficas, pois se pretendeu registrar, analisar e interpretar os resultados. Ancorados em significações propiciadas pelas fontes históricas, em que recorrerá às etapas metodológicas fundamentais para a História: a heurística, a crítica e a interpretação (RÜSEN, 2007). A heurística consiste na operação de selecionar, buscar, coletar, juntar, classificar as fontes significativas para a pesquisa histórica. Nessa fase, também se analisa o potencial de informações que essas fontes podem fornecer. Na crítica, segunda operação metódica, são “extraídas” as informações sobre o passado humano, investigando as manifestando empíricas removidas no contato com as fontes. A terceira operação, a interpretação, busca a análise das informações levantadas sobre as experiências do passado através da crítica das fontes. Na interpretação, os conteúdos selecionados das fontes são interligados às conexões tipicamente históricas, que organizam esses conteúdos. Na medida em que esses conteúdos forem sendo “extraídos” das fontes, a interpretação possibilitará a formação de produtos discursivos que servirão de fios condutores do trabalho de representação histórica.

As fontes orais serão tratadas como meios essenciais de acesso ao passado humano, com vistas a “reconstrução de momentos” da história de Parintins, é importante destacar as colocações de Amado e Ferreira (2006) quando afirmam que, na história oral, “o objeto de estudo do historiador é recuperado e recriado por intermédio da memória dos informantes; a instância da memória passa, necessariamente, a nortear as reflexões históricas, acarretando desdobramentos teóricos e metodológicos importantes”(AMADO; FERREIRA, 2006, XV). Assim, será destinado às fontes iconográficas, com a fotografia e a imagem em movimento presentes nos vídeos terão maior apelo entre os estudantes e visitadores ao espaço que serão expostas e, além disso, por crer que essas fontes materializam experiências vividas, convertendo-se em “certidões visuais do passado” (PAIVA, 2004).

Inicialmente foi realizado um levantamento de alguns moradores mais antigos de Parintins, em seguida, pesquisa de registros fotográficos. Este levantamento teve por objetivo desenvolver um estudo acerca do passado do município através dos saberes dessas pessoas em seguida, realizou-se a entrevista com algumas perguntas livre. O tratamento de dados foi através de análise dos registros fotográficos do passado com de hoje.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com os depoimentos obtidos ao longo da pesquisa com alguns moradores antigos de Parintins eles relatam que a cidade cresceu bastante, mas a memória ainda é uma das formas de registrar momentos vividos, para ter um elo entre o passado e o presente, fragmentar o real. Para os entrevistados as fotografias são lembranças e registros que dão oportunidade para reviverem o passado o momento histórico e cultural de uma época. Com a escassez de material da história de Parintins, cabe a algumas pessoas mais vividas a transmissão oral dos conhecimentos que acabam servindo de fonte para historiadores e a própria comunidade local.

A figura 01 é uma lembrança bastante relembrada pelas pessoas, devido a influência da igreja católica no município.

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Figura 01-Catedral de Nossa Senhora do Carmo

Atualmente, a catedral é o maior templo católico do Médio e Baixo Amazonas. Fundada em 31 de maio de 1962, ela é toada de tijolos aparentes e foi projetada na Itália.

Figura 02 – Antigo Porto de Parintins

O antigo porto da cidade , segundo os entrevistados cada ano que passava era prejudicado pela enchente, pois com a força do rio amazonas a terra quebrava e deixava em situação precária o local.

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Hoje, o Porto de Parintins é o segundo maior terminal hidroviário do Amazonas, que recebe navio turístico constante e embarcações regionais. Tudo devido a influencia do Festival Folclórico.

Figura 03- Casa da Cultura

Hoje a casa da cultura está abandonada, não funciona mais, só restaram vestígios desse prédio. Parintins sendo palco do maior espetáculo não apresenta um local para guardar registros culturais, mesmo com a grandiosidade do Festival Folclórico que inova, evolui, apresentando durante as três noites as peculiaridades do caboclo, do índio e costumes dos ribeirinhos amazônicos de forma criativa, ainda não oferece um local que possa guardar fontes de informações culturais.

6. CONCLUSÕES

A fotografia durante muito tempo foi utilizada apenas como suporte à ilustração de textos. Hoje, ela é considerada documento permanente, fonte de informação de grande utilidade na construção e reconstrução de fatos históricos e culturais da sociedade. A memória dos moradores antigos do município de Parintins foi essencial como fonte dessa pesquisa, mas não há como negar que se trata de um locus privilegiado de investigação. Os documentos oficiais, privados e, sobretudo, as fontes iconográficas foram de grande valia até porque como produto desta indagação vislumbra-se a divulgação do material. Percebe-se que a fotografia serviu de contribuição para a transmissão de linguagem e da reconstrução da história da cidade e da cultura local. Os relatos orais ainda são repassados de geração em geração, dessa forma, consegue preservar a memória social do povo. Pois Viver essa memória social e identidade cultural é mostrar importância desses momentos para a comunidade local e pra quem precisar dessas informações.

REFERÊNCIAS

AMADO, J; FERREIRA, M. M. (org.). Usos e Abusos da História Oral. 8ª Ed. Rio de Janeiro: Ed. da FGV, 2006.

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BOSI, E. Memória e Sociedade: Lembrança de Velhos. São Paulo: Ed. da USP, 1987.

HALBWACHS, M. Memória Coletiva. São Paulo: Vértice/Editora Revista dos Tribunais, 1990. LE GOFF, J. Memória. In: LE GOFF, J. História e Memória. 5ª Ed. Trad. Bernardo Leitão, Irene Ferreira e Suzana F. Borges. Campinas: UNICAMP, 2003, p. 419-476.

RÜSEN, J. Reconstrução do Passado – Teoria da História II: os princípios da pesquisa histórica. Trad. Asta-Rose Alcaide e Estevão de Rezende Martins. Brasília: Ed. da UNB, 2007.

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