ÍNDICE
I. Enquadramento
macroeconómico
3
II. Evolução e perspectivas do Crédito Agrícola
12
III. Evolução da CCAM da ZONA DO PINHAL
1. Agências
-
Rede
de
balcões
17
2. Movimento associativo
17
3. Evolução do activo
18
4. Evolução
do
passivo 21
5. Evolução
do
capital
próprio
22
6. Nota final e agradecimentos
23
IV. Proposta de distribuição de resultados
25
V. Demonstrações financeiras
26
VI. Anexo
às
demonstrações
financeiras
31
VII. Certificação
legal
de
contas
67
RELATÓRIO E CONTAS
EXERCÍCIO
2009
A Direcção da Caixa de Crédito
Agrícola Mútuo da Zona do Pinhal,
CRL, contribuinte 501292748, com
sede na Praça da República, nº31 na
Vila da Sertã, no cumprimento da
obrigação de informar as autoridades,
os seus associados e clientes e o
público em geral, vem nos termos dos
estatutos e legislação aplicável,
apresentar o seu Relatório e Contas
referente ao exercício de 2009.
Crescimento do Comércio mundial de bens e serviços Δ% 10,6 7,4 9,3 7,3 2,8 -12,3 5,8 2004 2005 2006 2007 2008 2009 (Prev.)2010
Evolução do crescimento económico mundial Δ% PIB 3,9 5,3 1,8 5,1 5,2 3,0 -0,8 3,9 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 (Prev.)2010
I. ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO
A evolução da economia e do sector financeiro foi, em 2009, profundamente
afectada pelo impacto da crise internacional que eclodiu há mais de dois anos com
origem no segmento do crédito habitacional
subprime
dos EUA, mas que
rapidamente se alargou a outras áreas, em virtude do elevado grau de integração
dos mercados que actualmente se verifica.
A crise exacerbou-se após a falência do banco americano Lehman Brothers em
Setembro de 2008, conduzindo a um declínio muito acentuado do nível de
actividade económica e a uma vincada recessão em 2009, aliás já manifesta em
muitos países na parte final de 2008.
A economia mundial registou assim, no ano findo, um recuo de 0,8%, o que marca
um significativo contraste com o forte crescimento que ininterruptamente
apresentara desde há quase uma década. Mesmo em 2008, apesar de um
expressivo afrouxamento, o crescimento a nível mundial ainda fora de 3%.
Acompanhando a retracção na actividade económica, o comércio mundial de bens e
serviços, que nos anos de grande crescimento se expandira a taxas anuais de mais
de 7%, sofreu em 2009 uma quebra brutal, de mais de 12%, depois da
desaceleração muito pronunciada que já evidenciara em 2008 (incremento de
apenas 2,9%).
Os efeitos da crise manifestaram-se em todos os principais pólos da economia
mundial, com abaixamentos muito fortes do nível de actividade na generalidade dos
países mais desenvolvidos e notória desaceleração nas economias emergentes,
nomeadamente China e Índia, que no entanto continuaram a crescer a taxas
comparativamente elevadas. Nos países emergentes, a excepção foi a Rússia e
outros países dependentes da exportação de produtos básicos, e em especial
petróleo bruto, que se ressentiram da menor procura para esses produtos e queda
do seu preço nos mercados internacionais.
No conjunto dos países desenvolvidos, a actividade económica regrediu 3,2% em
2009, contra uma situação de quase estagnação em 2008 (crescimento de 0,5%),
com os EUA a evidenciarem uma contracção de 2,5%, face a uma quase
estagnação em 2008 (+0,4%), e a economia japonesa a cair mais de 5%,
acentuando a quebra já observada em 2008 (-1,2%). Na Zona Euro, a queda do
produto foi de 3,9%, seguindo-se a um modesto crescimento de 0,6% em 2008,
sendo mais acentuada na Alemanha – cuja economia, sofrendo o impacto directo da
queda do comércio mundial, apresentou em 2009 uma contracção de 4,8% - e na
Itália – que igualmente registou uma quebra de 4,8%, após uma descida de 1% em
2008. A vizinha Espanha, por sua vez, que em 2008 ainda crescera 0,9%, registou
uma queda no produto de 3,6%, para o que muito contribuiu a profunda retracção
no sector imobiliário, que fora, ao longo de vários anos, um dos principais motores
da economia. Fora da Zona Euro, mas ainda na UE, assinale-se a queda do produto,
em 4,8%, evidenciada pela economia britânica - onde igualmente se formara uma
bolha imobiliária -, após uma quase estagnação em 2008 (+0,5%).
2007 2008 2009 (E)
2010 (P) Países Desenvolvidos 2,7 0,5 -3,2 2,1 do qual, Zona Euro 2,7 0,6 -3,9 1,0
Países emergentes 8,3 6,1 2,1 6,0
Mundo 5,2 3,0 -0,8 3,9
Fonte: FMI, Wordl Economic Outlook (várias edições)
Crescimento Económico
Mar Jun Set Dez Mar Jun Set Dez
EB 3 meses 4,60 4,94 5,02 3,29 1,64 1,23 0,77 0,71
EB 6 meses 4,59 5,09 5,22 3,37 1,77 1,44 1,04 1,00
(*) Valores médios mensais
2008 2009
Evolução das taxas euribor
(*)%
Sublinhe-se que, apesar da enorme contracção do nível de actividade económica em
grande número de países, a evolução poderia ser mais negativa sem as
extraordinárias medidas de emergência no domínio da política monetária e
orçamental, as quais, para além de terem assegurado a sustentação do sector
financeiro, contribuíram para atenuar as principais consequências da crise sobre a
actividade económica e o emprego.
No campo monetário, as medidas envolveram a redução das taxas directoras para
níveis mínimos extremos – por vezes, como nos EUA e no Reino Unido, de quase
0%, e na Zona Euro de 1% -, a cedência massiva de liquidez aos bancos e ainda
operações completamente alheias à ortodoxia monetária, como a realização de
financiamentos directos a entidades não financeiras e, fora da Zona Euro, o
financiamento dos défices públicos pelos bancos centrais.
Em resultado destas medidas, o nível das taxas de juro do mercado interbancário –
no caso da Zona Euro as taxas euribor – desceu continuamente ao longo de 2009,
passando, no caso da taxa a 3 meses, de 3,29% em Dezembro de 2008 para 0,71%
em Dezembro findo (médias mensais).
O esboço de retoma que, com oscilações e incertezas, se começa a divisar a nível
internacional, através da evolução mais favorável dos principais indicadores de
actividade na parte final de 2009, é em parte apreciável explicável por estas
medidas. O processo de reconstituição dos “stocks” que, como resposta das
empresas à crise, tinham sido reduzidos para níveis mínimos, terá sido, porém,
também um factor relevante na recuperação que se está a observar, do mesmo
modo que a reanimação, mais pronta do que se antevia, das economias emergentes
– nomeadamente da Ásia, com impacto favorável nas exportações do Japão, da
Zona Euro – sobretudo Alemanha – e dos EUA. Perspectiva-se assim para 2010 uma
recuperação económica já significativa nos principais pólos económicos, embora
mais forte nos EUA e no Japão e mais modesta na Zona Euro. No caso da Espanha,
a economia deverá voltar a recuar em 2010.
A contracção económica levou, em muitos países, a um aumento da taxa de
desemprego, que se situa acima dos 10% nos EUA, na Zona Euro e até na própria
China – apesar do seu forte ritmo de crescimento - e já atinge quase 20% na
Espanha, país que regressou, assim, aos elevados níveis de desemprego que
apresentava no início dos anos 90, e que se tinham reduzido significativamente com
o surto de crescimento que conseguira.
Em contrapartida, porém, as tensões inflacionistas que tinham começado a
manifestar-se com alguma intensidade em 2008 em resultado da subida do preço
do petróleo – que atingiu níveis máximos, da ordem de 150 USD por barril, em
meados de 2008 - esbateram-se consideravelmente perante a menor procura que a
queda da actividade económica induziu, conduzindo a uma inflação praticamente
nula, em termos de média anual (+0,1%) nos países desenvolvidos – contra 3,4%
em 2008 - e a um significativo abrandamento da taxa de inflação nos países
emergentes (subida nos preços ao consumidor de 5,2% em 2009 contra 9,2% em
2008). Note-se, porém, que na parte final de 2009, sobretudo como resultado da
gradual recuperação do preço do petróleo, se tem assistido a um ligeiro incremento
das taxas de inflação em base mensal, mantendo-se, no entanto, em níveis
relativamente contidos.
Na esfera financeira, as medidas de estabilização e de apoio aos bancos adoptadas
pelas autoridades monetárias e pelos governos de muitos países, contribuíram para
conter o movimento de fuga ao risco por parte dos investidores e para desfazer o
receio que se apoderara do público em geral, conduzindo a uma acalmia e
normalização dos mercados, que gradualmente se consolidou.
Paralelamente, assistiu-se a uma certa normalização do mercado internacional do
crédito, mas certas operações, de grande relevância anteriormente à eclosão da
crise, continuam basicamente paralisadas, como é o caso da titularização de
créditos. Também não se verificou, ainda, o regresso a uma situação de perfeita
normalidade no mercado interbancário, continuando a generalidade das instituições
a concentrar as suas operações nos mercados domésticos e nos principais bancos.
A descida das taxas de juro do mercado bancário, associada à progressiva
normalização do sentimento em relação ao risco por parte dos investidores, e a
algum optimismo quanto às perspectivas de retoma - e também como reflexo da
própria queda abrupta que o mercado, no auge da crise, sofrera -, conduziram, ao
longo de 2009, a uma expressiva recuperação das cotações das acções de muitas
empresas, nos diversos sectores de actividade. Os principais índices bolsistas
registaram assim subidas muito significativas, embora ficando ainda bastante abaixo
dos picos que haviam atingido antes da crise, movimento que igualmente se
verificou no índice PSI- 20 da bolsa portuguesa, que subiu 39,9%, ao longo de
2009, em relação ao final de 2008.
O impacto adverso da crise nas receitas dos Estados, e o aumento da despesa, quer
na componente automática – onde sobressai o subsídio de desemprego - quer na
componente discricionária - em que se inserem as medidas de apoio aos bancos nos
casos que implicaram efectivo dispêndio de fundos e as de estímulo fiscal à
economia - está a pressionar enormemente as finanças públicas da generalidade
dos países.
O défice das contas públicas em 2009 ultrapassou os 10% do PIB num conjunto
alargado de países, em que se incluem os EUA, o Reino Unido e o Japão e, no seio
da Zona Euro, a Irlanda e a Grécia. É no entanto de referir que outros países se
aproximam de níveis comparáveis de défice público e que praticamente em todos se
verifica um agravamento nas contas do Estado em relação à situação de 2008, ano
em que já se notava deterioração significativa face a 2007.
Neste contexto de crise internacional, a economia portuguesa, que mesmo
anteriormente à crise já vinha registando níveis de crescimento muito modestos,
sofreu em 2009 uma queda pronunciada, que se traduziu num decréscimo do PIB,
em relação a 2008, de 2,7%, decréscimo que só encontra paralelo em 1975.
Com efeito, a economia portuguesa ressentiu-se fortemente da queda muito
pronunciada das exportações, quer de mercadorias quer de serviços, que em
conjunto decaíram 12,5% em termos reais, com impacto negativo substancial no
nível de actividade, já grandemente deprimido devido à contracção no sector da
construção, e dos sectores a ele ligados, que sofreram o embate inicial da crise.
Assistiu-se assim a uma forte retracção, de 11,7%, no investimento, que resultou
quer do investimento empresarial – que aprofundou a evolução já negativa de
outros anos -, quer do habitacional, e o próprio consumo privado, em anos
anteriores o principal sustentáculo da actividade económica, registou uma evolução
negativa (variação de -0,9% em relação a 2008).
Neste quadro, o desemprego tem vindo a aumentar consideravelmente, atingindo
no final de 2009 já cerca de 525 mil pessoas, colocando a taxa de desemprego em
9,3%, nesta altura uma das mais elevadas da Zona Euro, embora significativamente
inferior à que se observa em Espanha. Note-se que, até há alguns anos atrás, a
taxa de desemprego em Portugal era uma das mais baixas da Zona Euro.
Em contrapartida, à semelhança do ocorrido noutros países, e na Zona Euro em
geral, a inflação contraiu-se consideravelmente, vindo a ser mesmo negativa no
conjunto do ano (-0,9%), face ao nível de 2,7% observado em 2008. Perspectiva-se
para 2010 o regresso a uma situação de inflação positiva, que de acordo com as
previsões actuais rondará os 0,7%.
Também como noutros países, as contas públicas foram pressionadas pela queda
das receitas provocada pela diminuição da actividade, que por outro lado fez subir
as despesas da segurança social – em especial o subsídio de desemprego. Assim,
apesar de os gastos do Estado expressamente dirigidos ao combate à crise terem
tido menor expressão do que noutros países, o défice público em 2009 acabou por
atingir 9,3% do PIB. Ainda no terceiro trimestre, a estimativa do Governo apontava
para um défice de 5,9%, mas a generalidade dos analistas já antevia um défice
mais expressivo para o conjunto do ano.
Nível de Taxas de Juro Médias No Sistema Bancário
2004
Dez 2005 Dez 2006 Dez 2007 Dez 2008 Jun 2008 Dez 2009 Jun 2009 Nov Nov09-Dez08 pp Depósitos até 2 anos 2,04 2,06 2,72 3,58 3,72 3,99 2,38 1,92 -2,07 Crédito a empresas * 4,31 4,41 5,39 6,15 6,29 6,14 4,02 3,43 -2,71 Crédito à habitação 3,78 3,73 4,79 5,51 5,63 5,86 3,08 2,07 -3,79 Crédito pessoal
(consumo…) 7,60 7,68 8,07 8,75 8,98 9,03 7,98 7,48 -1,55
* Sociedades não financeiras
Fonte: Banco de Portugal, Indicadores de Conjuntura, Jan/2010
Finalmente note-se que o défice da economia portuguesa face ao exterior se
atenuou, embora mantendo-se elevado (8,2% do PIB), pois apesar da redução das
exportações, as importações também caíram, devido ao menor nível de actividade,
e além disso Portugal beneficiou da baixa do preço do petróleo.
Prevê-se para a economia portuguesa uma ligeira recuperação em 2010, com o PIB
a crescer 0,7%, mas esta previsão está naturalmente afectada por um considerável
grau de incerteza, estando em especial dependente do comportamento das
exportações e do consumo privado, e de uma evolução menos negativa do
investimento.
MERCADO BANCÁRIO
Naturalmente, a situação do mercado bancário não poderia ficar imune à conjuntura
económica e financeira global.
A descida acentuada das taxas euribor está a penalizar sobremaneira a margem
financeira das instituições, em especial nos casos em que os financiamentos
concedidos indexados às taxas euribor detêm peso elevado nas carteiras, já que o
custo médio dos recursos de clientes, que constitui em todas as instituições a
componente de base do seu
funding
, desceu muito menos que a remuneração dos
activos. Isto porque, por um lado, as taxas dos depósitos não descem abaixo de
determinados níveis mínimos e, por outro, porque a concorrência entre as
instituições pela captação de recursos, que se mantém muito viva, esbate, no
tocante ao seu custo médio, o efeito da descida das taxas Euribor.
Não surpreende pois que a descida da taxa média dos depósitos, embora
significativa em si mesma, não tenha acompanhado em 2009 a baixa das taxas
euribor em termos comparáveis ao que tem ocorrido nas taxas médias do crédito,
tanto mais que também se verifica uma preferência dos depositantes por depósitos
de prazos mais longos, nesta conjuntura de taxas baixas.
Assim, entre Dezembro de 2008 e Novembro de 2009, o nível médio das taxas de
juro nos depósitos até 2 anos baixou de 3,99% para 1,92% (-2,07 pp), quando a
euribor, nesse período (considerando, a título ilustrativo a euribor a 6 meses), se
reduziu em 2,38 pp, passando de 3,37% em Dezembro de 2008 para 0,99% em
Novembro de 2009.
No mesmo período, a descida nas taxas médias do crédito foi consideravelmente
mais vincada, de 6,14% para apenas 3,43% no crédito a empresas (-2.71 pp) e de
5,86% para 2,07% no crédito à habitação (-3,79%), sendo a descida mais
moderada apenas no caso do crédito pessoal a particulares (de 9,03% para 7,48%,
ou seja, -1,55 pp). A descida na taxa média do crédito à habitação é
particularmente forte e explica-se, naturalmente, pelo facto de, na esmagadora
maioria, os contratos respectivos, de longa duração, se encontrarem rigidamente
indexados à euribor a 6 meses.
A desfavorável conjuntura macroeconómica conduz por outro lado a que não
existam condições propícias para a expansão do negócio bancário na vertente
creditícia, uma vez que o abaixamento no nível de actividade origina uma retracção
da procura por parte das empresas, verificando-se também menor procura dos
particulares, em virtude dos baixos níveis de confiança.
A este efeito do lado da procura, associa-se, do lado da oferta, uma maior
selectividade e rigor na concessão por parte dos bancos, dadas as profundas
alterações no ambiente de negócio, que originam um agravamento dos riscos, e
também em consequência das restrições de balanço em algumas instituições, por
razões de liquidez ou de solvabilidade.
Evolução dos Agregados de Crédito Variação homóloga em % *
2004
Dez 2005 Dez 2006 Dez 2007 Dez 2008 Jun 2008 Dez 2009Nov
Crédito a Empresas ** 2,5 5,0 7,1 11,2 12,3 10,5 2,6
Crédito à Habitação 10,5 11,1 9,9 8,5 7,1 4,3 2,5
Crédito pessoal
(consumo,…) 4,4 4,5 10,1 11,3 10,6 6,2 1,8
* Com base nos saldos médios ajustados de operações de titularização ** Sociedades não financeiras
Fonte: Banco de Portugal, Indicadores de Conjuntura, Jan/2010
Observa-se assim que o saldo do crédito a empresas no conjunto do sistema
bancário, que ainda em Junho de 2008 apresentava um crescimento de 12,3%
sobre o mês homólogo do ano transacto, cresceu apenas 2,6% em Novembro de
2009, o que traduz uma redução muito substancial em termos de crédito novo, que
se foi acentuando de modo manifesto ao longo da segunda metade do ano. A
desaceleração mais acentuada tem-se, porém, no crédito a particulares, com o
crédito à habitação a evidenciar em Novembro de 2009 um crescimento de apenas
2,5% (em termos de saldo) e o crescimento do crédito pessoal, em que se inclui o
crédito ao consumo, a ficar em apenas 1,8%. Esta situação contrasta de modo bem
marcante com o que se verificava antes do início da crise, em que quer o crédito à
habitação, quer o crédito ao consumo, apresentavam taxas de expansão da ordem
de 10% em termos homólogos.
No que se refere aos depósitos de particulares e de empresas (i.e., sociedades não
financeiras), depois de um crescimento significativo, que em termos homólogos
atingiu 5,9% no caso das empresas e 9,8% nos particulares, entre Junho de 2008 e
Junho de 2009, evidenciaram na parte final do ano uma quase estagnação. Este
comportamento explica-se pelo facto de as aplicações alternativas aos depósitos
tradicionais – fundos de investimento e seguros de capitalização – terem de novo
ganho, ao longo de 2009, interesse junto do público aforrador, devido à
remuneração cada vez mais baixa dos depósitos e à maior estabilidade e
recuperação nos mercados financeiros, com impacto nas expectativas dos
investidores.
Noutro plano, o impacto da crise económica está a manifestar-se, em termos
bastante impressivos, na evolução do crédito mal parado, que, no conjunto do
sistema bancário, se elevou de 1,7% em Dezembro de 2007 para 4,5% em
Novembro último no segmento empresarial, e nos particulares subiu, no mesmo
período, de 1,5% para 1,8% no crédito à habitação, e de 3,5% para 6,9% no
crédito ao consumo.
No segmento de particulares, no período referido, o crescimento do crédito mal
parado em valor absoluto atingiu quase 570 milhões de euros no crédito ao
consumo, e 663 milhões no crédito à habitação.
No segmento empresarial, o aumento do crédito mal parado foi particularmente
importante nas actividades ligadas ao imobiliário, em que passou de 254 milhões de
euros em Dezembro de 2007 – representava apenas 0,7% do valor total da carteira
– para 1.535 milhões no passado mês de Novembro (3,7% da carteira). O aumento
do crédito vencido neste sector, desde Dezembro de 2007, totaliza quase 1.281
milhões de euros, ou seja, 1/3 do incremento total do crédito vencido de empresas
registado pelo conjunto dos bancos neste período. Globalmente, o acréscimo do
crédito vencido no segmento empresarial atingiu, em valor absoluto, cerca de 3.825
milhões de euros! Encontravam-se com crédito vencido cerca de 20% das
empresas, cujas dificuldades se repercutem, naturalmente, sobre outras por via dos
atrasos nos pagamentos entre si, facto agravado pela demora que o próprio Estado
regista nas liquidações aos seus fornecedores.
II. EVOLUÇÃO E PERSPECTIVAS DO CRÉDITO AGRÍCOLA
O Crédito Agrícola registou ao longo dos últimos anos uma evolução bastante
favorável em todos os aspectos da sua actividade, que se traduziu num considerável
reforço da sua solidez financeira e em melhorias visíveis no plano operativo, na
modernização da sua imagem e na notoriedade do Grupo.
Apesar da actual crise económica e financeira internacional, que faz sentir os seus
efeitos desde meados de 2007, o Crédito Agrícola, globalmente, realizou ainda
resultados positivos muito expressivos quer nesse ano quer já em 2008, totalizando
cerca de 240 milhões de euros, dando continuidade à evolução muito favorável que
vinha registando.
Entretanto, com o aprofundamento da crise, e sobretudo como consequência da
política monetária do BCE, fazendo descer as taxas euribor para níveis mínimos
extremos, os resultados sofreram no corrente exercício uma contracção, em
consequência do estreitamento da margem financeira, mantendo-se porém
amplamente positivos, na ordem de 55 milhões de euros. Com efeito, uma parte
muito importante – mais de 70%, segundo análise recente do Departamento de
Fiscalização, Orientação e Acompanhamento – da carteira de crédito das Caixas
encontra-se indexada às taxas euribor, pelo que a descida destas taxas originou
uma substancial redução nos proveitos gerados pela carteira de crédito, num
contexto em que os custos dos recursos se mantêm pressionados.
Note-se que os lucros do Crédito Agrícola, dada a sua natureza de instituição
bancária cooperativa, se destinam quase totalmente ao reforço da sua situação
líquida, que nesta altura já ultrapassa os 1.000 milhões de euros. Com o reforço da
sua situação líquida, o Grupo incrementa a sua robustez, aumentando
simultaneamente a capacidade das Caixas para agirem como alavancas financeiras
no desenvolvimento sócio-económico das suas regiões.
Este contínuo reforço dos capitais próprios, a par com a manutenção de uma
postura de prudência na expansão do negócio, traduziu-se na incessante melhoria,
ao longo dos últimos anos, do rácio de solvabilidade do Grupo. Assim o Crédito
Agrícola é, presentemente, o grupo financeiro com o valor mais elevado neste rácio
chave, quer em termos do seu valor global (13%) quer na componente respeitante
aos fundos próprios de base (11,9%), estando os respectivos níveis muito acima
dos mínimos definidos ou recomendados pelo Banco de Portugal.
Entretanto, o activo líquido total do Grupo é já, por sua vez, de 12, 6 mil milhões de
euros, com o crédito a perfazer 8,8 mil milhões, para um valor total dos depósitos
de 9,8 mil milhões.
Posicionamento do Crédito Agrícola face ao sector Indicadores de desempenho
Rácio de transformação 87% 1º (o melhor) Rácio de eficiência 49,8% 2º melhor Rentabilidade do activo 1,0% 2º melhor Solvabilidade Tier1 12,0% 1º (o melhor) Rentab. dos capitais próprios 12,2% 4º melhor
Índices de reclamações: - Depósitos 15º (o melhor) - Crédito à habitação 14º (2º melhor) - Cheques 13º (o melhor)
O rácio crédito/depósitos do Crédito Agrícola, que nos últimos anos raramente
atingiu os 90%, espelha a gestão, igualmente muito prudente, do Grupo no tocante
à liquidez, que o coloca em situação privilegiada, e praticamente única, no sistema
financeiro nacional, ao deter uma posição interbancária líquida credora, perante
outros bancos de primeira linha, que hoje se aproxima dos 2.000 milhões de euros
(mercado monetário e títulos de dívida emitidos por outras instituições).
Deste modo, após mais de dois anos de crise económica e financeira global, o
Crédito Agrícola não teve necessidade – e continua a não ter – de recorrer a
qualquer das medidas especiais de apoio aos bancos decididas pelo Governo, face à
perturbação nos mercados financeiros que se seguiu à falência do Banco Lehman
nos EUA.
Comparando a situação do Grupo com a de outros bancos com peso relevante no
mercado, constatamos que o Crédito Agrícola tem apresentado posição bastante
favorável em termos de rentabilidade, eficiência, solvabilidade e liquidez, sendo
também de destacar a sua posição nos índices de reclamações de clientes, de longe
os mais baixos da banca portuguesa - como aliás também sucede com os bancos
cooperativos de outros países europeus, como é reconhecido num recente estudo
internacional citado na revista britânica “The Economist”. Apenas no crédito
vencido, o Grupo aparece ainda em posição menos favorável, embora tendo
registado, nos últimos anos, uma aproximação significativa à média do sector. No
contexto da actual crise, aliás, o crédito vencido no Crédito Agrícola tem aumentado
menos que no conjunto do sector bancário.
A evolução do negócio do Grupo fez-se acompanhar da expansão gradual e
ponderada da sua rede, a qual actualmente totaliza já 681 agências, mantendo-se
como uma das maiores redes bancárias a nível nacional. À excepção da Região
Autónoma da Madeira, o Crédito Agrícola está presente em todo o território
nacional, chegando a sua rede, em alguns distritos, a perfazer mais de 30% da rede
bancária total aí implantada. Como é, porém, sabido, o Crédito Agrícola tem ainda
reduzida presença nos grandes centros de Lisboa e Porto, o que diminui o seu peso
global a nível nacional, tendo porém a Caixa Central, como entidade do Grupo que
cobre esses centros, iniciado recentemente a expansão da sua rede, o que
prosseguirá quando a melhoria do ambiente económico geral criar condições
propícias para o efeito.
Para além das Caixas Agrícolas e da Caixa Central, que entre si formam o SICAM, o
Crédito Agrícola integra ainda um conjunto de empresas especializadas, nas áreas
de seguros, da gestão de activos e de consultadoria. Merece destaque, neste
contexto, a importância já adquirida pela actividade seguradora do Grupo,
distinguindo-se as duas companhias – a CA Vida e a CA Seguros –, quer pela
evolução dos seus indicadores económicos e financeiros quer pela crescente
qualidade do serviço. Tal conduziu ao reconhecimento da CA Seguros, em 2009,
como a melhor seguradora de ramos reais em Portugal no seu segmento
dimensional, galardão que obteve pelo segundo ano consecutivo. A CA Vida fora
igualmente distinguida, noutro ano, com o prémio da melhor seguradora do ramo
vida no nosso país em termos absolutos.
As perspectivas do Grupo para o próximo ano continuam condicionadas pela
conjuntura de crise económica e financeira e pelo impacto no mercado bancário da
política monetária do BCE de resposta a essa crise, que para o Crédito Agrícola é
um factor totalmente exógeno.
Embora seja de contar que o crédito mal parado possa ainda aumentar, como
normalmente ocorre em situações de recessão económica, a esperada subida das
taxas euribor em 2010, mesmo que moderada, criará condições para a melhoria da
margem financeira e dos resultados.
É também de considerar o contributo que advirá da expansão dos proveitos de
comissões decorrentes da venda cruzada, nomeadamente de seguros e fundos de
investimento, o qual já foi relevante quer em 2008 quer em 2009, sobretudo no
tocante aos seguros, mas mantém significativo potencial de crescimento.
INDICADORES DE EVOLUÇÃO DO CRÉDITO AGRÍCOLA
(SICAM)
Evolução do Activo Líquido e dos Depósitos de Clientes
0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 12.000 14.000 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Set-09 Ano V a lo res em m il h õ es d e eu ro s
Activo Líquido Depósitos de Clientes
Evolução da Situação Líquida
0 200 400 600 800 1.000 1.200 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Set-09 Ano V a lo re s em M ilh õ es d e eu ro s Situação Líquida
III. EVOLUÇÃO DA CCAM ZONA DO PINHAL - 2009
1. Agências
A CCAM da Zona do Pinhal manteve a sua estrutura física composta por 16 balcões,
estando presente em 11 Concelhos de 4 Distritos, designadamente:
No Distrito de Castelo Branco, com o balcão da sede em Sertã e seis
Agências, nomeadamente, Cernache do Bonjardim, Pedrógão Pequeno,
Oleiros, Orvalho, Proença-a-Nova e Vila de Rei;
No Distrito de Leiria com cinco Agências, em Figueiró dos Vinhos, Pedrógão
Grande, Cabaços, Maçãs de Dona Maria e Castanheira de Pêra;
NO Distrito de Santarém com três Agências, em Mação, Cardigos e Ferreira
do Zêzere;
No Distrito de Coimbra com uma Agência em Pampilhosa da Serra.
2. Movimento Associativo
Entre 31/12/2008 e 31/12/2009, o número de Associados aumentou de 7.129 para
7.133, tendo-se verificado que, durante o ano de 2009, foram admitidos 91 novos
sócios, e o número de pedidos de demissão foi de 87.
Todos os pedidos de demissão foram aceites pela Direcção e reembolsados os
respectivos títulos de capital pelo seu valor nominal. Por sua vez, o mesmo número
de títulos que foram reembolsados aos sócios demissionários, foi subscrito pela
própria CCAM, com recurso à Reservas Especial, nos termos da deliberação da
Assembleia Geral, na reunião de 27 de Março de 2008, não tendo, assim, existido
qualquer variação negativa no capital social, durante o ano.
Devemos referir que a maioria dos pedidos de demissão tiveram origem nos sócios
da Ex-CCAM de Figueiró dos Vinhos, onde mantinham a sua condição de associado
apenas por necessidade de recorrer ao crédito, uma vez que antes da fusão aquela
CCAM não estava autorizada a conceder credito a não sócios. Assim, na medida em
que vão sendo extinguidos os empréstimos, vão surgindo os pedidos de exoneração
de associados.
Por sua vez, o razoável número de novas inscrições de sócios, está relacionado com
as condições especiais que a Direcção decidiu beneficiar os Associados, na
diferenciação do preçário, com significativas reduções e até algumas isenções, no
que respeita às comissões dos diversos serviços bancários.
3. Evolução do Activo
O Activo Liquido, em 31 de Dezembro de 2009, no total de 171,8 milhões de euros,
regista um crescimento de 4,4% em relação ao total de 2008.
2008 2009 Caixas e Disponibilidades em Bancos Centrais 1.157.655 1.276.056 118.401 10,2% Disponibilidades em outras instituições de crédito 3.266.833 2.002.538 ‐1.264.295 -38,7% Activos financeiros detidos para negociação 3.249 2.449 ‐799 -24,6% Outros Activos financeiros JV através resultados Activos financeiros disponiveis para venda 1.309.210 1.842.926 533.716 40,8% Aplicações em Instituições de Crédito 51.791.654 54.816.273 3.024.619 5,8% Crédito a clientes 97.147.321 101.805.158 4.657.837 4,8% Investimentos detidos até à maturidade Activos com acordo de recompra Derivados de cobertura Activos não correntes detidos para venda 651.554 709.054 57.500 8,8% Propriedades de investimento Outros activos tangíveis 4.035.654 3.892.857 ‐142.797 -3,5% Activos intangíveis Invest.em filiais, associadas e empreend.conj. 3.429.737 3.429.737 Activos por impostos correntes 345.362 345.362 100,0% Activos por impostos diferidos 517.957 513.233 ‐4.724 -0,9% Outros activos 1.197.130 1.169.908 ‐27.223 -2,3% TOTAL 164.507.954 171.805.552 7.297.598 4,4% RESUMO DO BALANÇO - ACTIVO
Descrição Dezembro Var. (valor) Var. (%)
O activo líquido apresenta a seguinte composição:
59% 32% 4% 3% 2% Crédito a Clientes Aplic. Na C.Central Imobilizado Disponibilidades Out.Activos
A carteira de crédito a clientes registou um aumento de 5 milhões de euros, a que
corresponde uma taxa de crescimento de 5%, em 2009, face ao total de 2008.
2008 2009 CRÉDITO A CLIENTES Empresas e Administrações Publicas 44.266.437 46.639.142 2.372.705 5,4% Particulares 53.753.318 56.249.956 2.496.638 4,6% Habitação 31.448.636 35.916.517 4.467.881 14,2% Consumo 4.276.325 4.026.728 ‐249.597 -5,8% Outras Finalidades 18.028.357 16.306.712 ‐1.721.645 -9,5% Crédito ao exterior 4.556 4.556 100,0% Juros de Crédito a Clientes 470.791 247.619 ‐223.171 -47,4% Outras Receitas com Rendimento Diferido ‐154.771 ‐148.750 6.021 -3,9% 98.335.774 102.987.968 4.652.193 4,7% CRÉDITO VENCIDO Empresas e administrações públicas 496.340 646.078 149.737 30,2% Particulares 863.165 891.413 28.248 3,3% Habitação 272.901 285.077 12.176 4,5% Consumo 51.994 76.117 24.123 46,4% Outras Finalidades 538.270 530.219 ‐8.051 -1,5% Juros vencidos a regularizar e despesas de crédito 99.260 117.539 18.279 18,4% 1.458.765,32 1.655.029,81 196.264,49 13,5% PROVISÕES Provisões para cobrança Duvidosa ‐2.022.007 ‐1.992.031 29.976 -1,5% Provisões para crédito vencido ‐625.212 ‐850.364 ‐225.152 36,0% ‐2.647.219 ‐2.842.396 195.176 7,4% Tota l 97.147.321 101.805.158 4.657.837 5,0%
Crédito Sobre Clientes
De scriçã o De ze m bro Va r. (va lor) Va r. (%)
A evolução positiva na carteira de crédito concedido foi alavancada, quase na sua
totalidade, pelo aumento de 4,5 milhões de euros no crédito à habitação, que
corresponde a uma taxa de crescimento de 14,2%, neste tipo de crédito, passando
a representatividade deste, sobre o total da carteira, de 32% em 2008 para 35%
em 2009, enquanto o peso do credito a particulares para outras finalidades desceu
de 23% para 20%, mantendo-se inalterada a percentagem de 45% o peso das
empresas na estrutura de crédito, conforme a composição que se apresenta no
gráfico seguinte:
35% 45% 20% Habitação Empresas Particulares
O crédito vencido teve uma evolução contrária àquilo que foram as nossas
expectativas aquando da elaboração do plano de Actividades e Orçamento para este
exercício, que eram no sentido de fazer os possíveis para manter e até reduzir o seu
montante em 10%, em relação ao valor de 2008.
Mas, face às dificuldades sentidas pela crise económica que se acentuou durante
todo o ano de 2009, apesar de, através da conclusão de alguns processos de
cobrança coerciva, ter sido recuperado algum credito vencido e em contencioso, o
número de empresas em dificuldade aumentou, registando-se algumas insolvências,
foi impossível impedir o aumento, de 197 mil euros, no valor do credito vencido, e
consequentemente, a subida do rácio de crédito vencido sobre o crédito total, de
1,48% em 2008, para 1,60% em 2009.
Não sendo previsível uma recuperação da economia, já em 2010 e com muita
incerteza para os anos próximos, capaz de alavancar o desenvolvimento e a saída
da crise que a generalidade das empresas atravessa, encaramos um futuro sem
optimismos. Por isso, mantivemos as provisões extraordinárias, para crédito de
cobrança duvidosa, constituídas
em anos anteriores, no valor de 1,9 milhões de
euros, acima dos limites mínimos obrigatórios.
Assim, as provisões acumuladas para crédito vencido e para crédito de cobrança
duvidosa, incluindo as extraordinárias, no valor total de 2.8 milhões de euros,
representam um rácio de provisionamento, de 172,7%, sobre o crédito vencido. No
entanto, antevê-se que em 2010 a CCAM já terá necessidade de utilizar parte desta
almofada de provisões, face ao agravamento da situação financeira que algumas
empresas estão a enfrentar, apresentando, já no inicio deste ano, fortes indícios do
não cumprimento das suas responsabilidades de crédito, e onde já se registam
algumas insolvências com repercussões no crédito concedido por esta CCAM.
No imobilizado, activos tangíveis, ao longo do ano a CCAM apenas efectuou
aquisições de equipamentos de POS, de uma viatura ligeira de passageiros e um
equipamento multibanco “ATM”.
Nas restantes rubricas do Activo não existem factos dignos de menção especial,
pelo que remetemos para as correspondentes notas do anexo às demonstrações
financeiras, onde está expressa informação detalhada e a evolução de cada rubrica.
4. Evolução do Passivo
O total do Passivo, no montante de 155,6 milhões de euros, é essencialmente
constituído pelos recursos de clientes que representam 98,65% deste montante. O
restante 1,35% corresponde a outros passivos correntes e provisões para riscos
gerais de crédito.
Houve um aumento do valor de depósitos de clientes durante o ano de 2009, de
5%, em linha com as projecções do orçamento para o exercício.
Como é do conhecimento geral a generalidade dos bancos a operar no país têm
vindo a procurar intensificar a sua liquidez através dos depósitos “recursos de
clientes”, oferecendo uma remuneração com taxas de juro, por vezes, muito acima
da própria euribor.
Esta situação tem-nos causado a perda de alguns depósitos de montantes
consideráveis, devido a alguns clientes, apesar de muitas vezes concluírem que nem
sempre é como parece, optarem por transferirem as suas poupanças para esses
bancos, onde presumivelmente recebem elevadas taxas de juro. Taxas que nós não
devemos nem temos necessidade de acompanhar, porque a CCAM tem um
excelente rácio de liquidez, com uma transformação dos recursos em crédito na
ordem dos 63%, e ainda, porque tem obrigatoriamente de fazer a aplicação do
excesso desses recursos, em depósitos na Caixa Central, com taxas de remuneração
apenas ao nível das que são praticadas na remuneração dos depósitos aos nossos
clientes.
Agrícola em geral e a Caixa da Zona do Pinhal em particular, tem sido um pilar
fundamental para que sejam mais os clientes a preferir fazer as suas aplicações na
nossa Instituição do que aqueles que optam por quem lhes oferece uma
rentabilidade mais elevada.
Esta preferência e confiança dos nossos clientes, evidenciada nos 7 milhões de
euros de crescimento na nossa carteira de depósitos, que corresponde a uma
evolução muito acima da taxa de inflação, leva-nos a concluir que, apesar das
perdas referidas pela aguerrida concorrência na captação de depósitos, ainda
continuamos a conquistar uma significativa quota de mercado.
Recursos de Clientes - Constituição da carteira de depósitos
(milhares deeuros)
2008
2009 ∆ %
Depósitos totais
145.991 152.975 4,8%
A prazo e poupanças
114.465 119.935 4,8%
% sobre o total da carteira 78,4% 78,4%
À Ordem
31.526 33.040 4,8%
% sobre o total da carteira 21,6% 21,6%
5. Evolução do Capital Próprio
As contas de capitais próprios, para além do capital e resultados do ano,
detalham-se em 31 de Dezembro de 2009 da detalham-seguinte forma:
2008 2009 Capital 10.203.150 10.788.995 585.845 5,7% Reservas de reavaliação 19.582 19.582 Outras reservas e resultados transitados 3.289.571 4.597.927 1.308.356 39,8% Lucro do execício 1.894.352 751.966 ‐1.142.386 -60,3% TOTAL 15.406.655 16.158.470 751.815 4,9%
RESUMO DO CAPITAL
A CCAM reforçou os seus capitais próprios em 752 mil euros, reforço explicado pelo
resultado líquido obtido ao longo do ano 2009.
No decorrer do exercício de 2009, verificou-se uma entrada líquida em dinheiro, no
montante de 48.590 euros, pela subscrição dos títulos de capital correspondente à
inscrição de 91 novos sócios e pela actualização de alguns sócios do capital mínimo
de 100 títulos, previsto nos estatutos.
O movimento destas contas pode ser detalhado da seguinte forma:
Capital 10.203.150,00 585.845,00 10.788.995,00 Por entradas de Dinheiro 1.154.230,00 48.590,00 1.202.820,00 Por incorporação de reservas 9.048.920,00 537.255,00 9.586.175,00 Reservas de reavaliação 19.582,64 19.582,64 Outras Reservas 3.324.417,83 1.859.505,04 ‐551.148,98 4.632.773,89 Reserva legal 3.225.829,64 1.304.505,04 4.530.334,68 Reserva especial 30.649,46 550.000,00 ‐540.860,00 39.789,46 Reservas para formação e educação cooperativa 34619,46 2.500,00 37.119,46 Reservas para mutualismo 31.848,06 2.500,00 ‐10.288,98 24.059,08 Outras 1.471,21 1.471,21 Resultados Transitados ‐34.847,00 34.847,00 ‐34.847,00 ‐34.847,00 Diferenças alterações políticas contabilísticas ‐34.847,00 34.847,00 ‐34.847,00 ‐34.847,00 Resultado Líquido do exercício 1.894.352,04 ‐1.894.352,04 751.966,23 751.966,23 Saldo Inicial 2008 Aplicação Resultado Outras Aplicações / Variações Resultado Exercício Saldo Final 2009
6. Nota Final e Agradecimentos
A Direcção da CCAM Zona do Pinhal procurou, através deste relatório, elaborado
nos termos dos estatutos e legislação aplicável, transmitir aos seus Associados,
Clientes, Entidades Monetárias e de Supervisão, e ainda, ao público em geral, toda
a informação que considera relevante sobre a gestão e consequentes resultados
referentes ao exercício de 2009.
Julgamos ter ficado expresso neste relatório, nas demonstrações financeiras e
anexos, que dele fazem parte integrante, que apesar dos factores negativos e
condicionantes na conjuntura económica nacional e internacional, fortemente
reflectidos na actividade financeira, a CCAM da Zona do Pinhal desenvolveu a sua
actividade de forma sustentada, com uma gestão onde o rigor foi palavra de ordem
e onde julgamos ter tomado as melhores decisões que estão na base dos
resultados apresentados, os quais, fortemente influenciados pelo esmagamento da
margem financeira, devido à acentuada descida das taxas de referência “Euribor”
que maioritariamente serve de indexante nas taxas das operações de crédito,
podemos considerá-los de razoáveis.
Para finalizar queremos expressar sinceros agradecimentos:
Aos funcionários desta Instituição Financeira, pelo exemplar empenhamento e
dedicação no exercício das suas funções e o esforço com que cada um contribuiu
para o desempenho dos resultados, no decorrer do ano;
Aos restantes membros dos Órgãos Sociais, Mesa da Assembleia Geral e Conselho
Fiscal, pela óptima e sempre pronta colaboração com a Direcção;
A todas as Instituições com quem procuramos manter sempre as melhores e
cordiais relações, e de quem temos obtido a melhor colaboração no tratamento dos
assuntos desta CCAM, designadamente: - Banco de Portugal; - Caixa Central,
Fenacam e restantes Empresas do grupo do CAM; - Câmaras Municipais e outras
Instituições e Serviços da Administração Pública Local e Regional; - Associações e
Organizações locais e regionais.
E, de uma forma muito especial e carinhosa, a todos os nossos Associados e
Clientes pela preferência e confiança com que têm distinguido a sua Caixa Agrícola,
sendo, sem dúvida, a grande razão do sucesso no crescimento sólido e sustentado
desta Instituição.
Sertã, 3 de Março de 2010
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Zona do Pinhal, CRL
A Direcção
IV. PROPOSTA DE DISTRIBUIÇÃO DE RESULTADOS
Para o resultado líquido apurado no exercício, no valor de € 751.966,23, a Direcção
propõe, nos termos dos Artigos 33.º e 34.º dos Estatutos, a seguinte afectação:
Reserva Legal
272.165,32
Reserva
Especial
440.210,54
Reserva p/Educação e Formação Cooperativa
2.371,68
Reserva para Mutualismo
2.371,69
Resultados
transitados
34.847,00
Propõe-se ainda, que da Reserva Especial seja convertido para capital social o montante de
431.560,00 Euros, representado por 86.312 títulos de capital, correspondente a 4% do
total dos títulos, subscritos à data de 31 de Dezembro de 2009, com a seguinte
distribuição:
1. Atribuição de 1 título de capital por cada fracção inteira de 25 títulos, detidos
pelos sócios e pela própria Instituição;
2. Os títulos que sobrarem dos arredondamentos de fracções inferiores a 25 serão
atribuídos à própria Instituição.
Com a aprovação das contas e desta proposta de distribuição, a estrutura dos Capitais
Próprios da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Zona do Pinhal, apresentará a seguinte
composição:
CAPITAL SOCIAL
10.220.555,00
RESERVA LEGAL
4.802.500,00
RESERVA ESPECIAL
48.440,00
RESERVA PARA EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO COOP
39.490,87
RESERVA PARA MUTUALISMO
26.430,77
OUTRAS RESERVAS
21.053,59
TOTAL DOS CAPITAIS PRÓPRIOS
16.158.470.23
Sertã, 3 de Março de 2010
CCAM da Zona do Pinhal
CAIXA DE CRÉDITO AGRICOLA MÚTUO DA ZONA DO PINHAL, CRL BALANÇOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 31 DE DEZEMBRO 2008
31-12-2008 Provisões,
Activo imparidade e Activo Activo
ACTIVO Notas Bruto amortizações líquido líquido PASSIVO E CAPITAL Notas 31-12-2009 31-12-2008
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 5 1.276.056 1.276.056 1.157.655 Recursos de bancos centrais 22
Disponibilidades em outras instituições de crédito 6 2.002.538 2.002.538 3.266.833 Passivos financeiros detidos para negociação 23 2.449 3.249
Activos financeiros detidos para negociação 7 2.449 2.449 3.249 Outros passivos financeiros ao justo valor através de resultados 24
Outros activos financeiros ao justo valor através de resultados 8 - Recursos de outras instituições de crédito 25 158
Activos financeiros disponíveis para venda 9 1.842.926 1.842.926 1.309.210 Recursos de clientes e outros empréstimos 26 153.539.690 146.934.345
Aplicações em instituições de crédito 10 54.816.273 54.816.273 51.791.654 Responsabilidades representadas por títulos 27
Crédito a clientes 11 104.647.553 (2.842.395) 101.805.158 97.147.321 Passivos financeiros associados a activos transferidos 28
Investimentos detidos até à maturidade 12 - Derivados de cobertura 14
Activos com acordo de recompra 13 - Passivos não correntes detidos para venda 29
Derivados de cobertura 14 - Provisões 30 956.574 970.637
Activos não correntes detidos para venda 15 765.937 (56.883) 709.054 651.554 Passivos por impostos correntes 20 77.367
Propriedades de investimento 16 - Passivos por impostos diferidos 20 1.762 1.762
Outros activos tangíveis 17 6.355.634 (2.462.777) 3.892.857 4.035.654 Instrumentos representativos de capital 31
Activos intangíveis 18 206.122 (206.122) - Outros passivos subordinados 32
Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos 19 3.429.737 3.429.737 3.429.737 Outros passivos 33 1.146.448 1.113.939
Activos por impostos correntes 20 345.362 345.362 Total do Passivo 155.647.081 149.101.299
Activos por impostos diferidos 20 513.233 513.233 517.957
Outros activos 21 1.169.908 1.169.908 1.197.130 Capital 35 10.788.995 10.203.150
Prémios de emissão 35
Outros instrumentos de capital 36
Reservas de reavaliação 36 19.582 19.582
Outras reservas e resultados transitados 36 4.597.927 3.289.571
Lucro do exercício 36 751.966 1.894.352
Dividendos antecipados
Total do Capital 16.158.470 15.406.655
Total do Activo 177.373.729 (5.568.177) 171.805.552 164.507.954 Total do Passivo e do Capital 171.805.552 164.507.954 (Montantes expressos em Euros)
31-12-2009
CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DA ZONA DO PINHAL, C.R.L. DEMONSTRAÇÕES DE ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO
PARA OS EXERCÍCIOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 31 DE DEZEMBRO DE 2008 (Montantes expressos em Euros)
Prémios Reservas de Outras Resultados Resultado do
IAS/IFRS Capital de emissão reavaliação reservas transitados Total exercício Total
Saldos em 31 de Dezembro de 2008 10.203.150 19.582 3.324.418 (34.847) 3.289.571 1.894.352 15.406.655
Impacto da adopção das NCA no exercício de 2009:
Activos tangíveis e imparidade IAS 16 e 36 - -
-Activos intangíveis IAS 38 -
-Responsabilidades com pensões IAS 19 (11.967) (11.967) (11.967)
Prémio de antiguidade IAS 19 - -
-Encargos com saúde IAS 19 (22.880) (22.880) (22.880)
Impostos diferidos IAS 12 - -
-Provisões IAS 37 - -
-Rédito IAS 18 - -
-Activos detidos para venda IFRS 5
Aplicação do IAS 32 e IAS 39: -
-Títulos de capital
Diferimento de comissões associadas a operações de crédito -
-Reavaliação de instrumentos financeiros derivados -
-De cobertura -
-De negociação -
-Impacto na valorização dos elementos cobertos por derivados de cobertura -
-Mais valias potenciais -
-Reconhecimento de títulos detidos até à maturidade ao custo amortizado
10.203.150 - 19.582 3.324.418 (69.694) 3.254.724 1.894.352 15.371.808
Aplicação do resultado do exercício de 2008: - (1.894.352) (1.894.352)
Transferência para reservas 1.859.505 - 1.859.505 1.859.505
Distribuição de dividendos (510.160) (510.160) (510.160)
Cobertura dos resultados transitados - 34.847 34.847 34.847
Aumento de capital 616.545 - 616.545
Reembolso de capital (30.700) (30.700) (30.700) (61.400)
Utilização Reserva para Mutualismo (10.289) (10.289) (10.289)
Resultado do exercício de 2009 - 751.966 751.966
Saldos em 31 de Dezembro de 2009 10.788.995 - 19.582 4.632.774 (34.847) 4.597.927 751.966 16.158.471
Outras Reservas e resultados transitados
31-12-2009 31-12-2008 FLUXOS DE CAIXA DAS ACTIVIDADES OPERACIONAIS:
Recebimentos de juros e comissões 7.662.609 10.052.999
Pagamentos de juros e comissões (2.733.853) (3.832.455)
Pagamentos ao pessoal e fornecedores (3.378.572) (3.242.445)
Contribuições para o fundo de pensões (58.230) (61.905)
(Pagamento) / recebimento de imposto sobre o rendimento (99.240) (252.467)
Resultados cambiais e outros resultados operacionais Recuperação de créditos incobráveis
Outros recebimentos / (pagamentos) relativos à actividade operacional 56.035 -151.167
Resultados operacionais antes das alterações nos activos e passivos operacionais 1.448.749 2.512.560 (Aumentos) / diminuições de activos operacionais:
Aplicações em instituições de crédito 3.024.619 -7.200.277
Activos financeiros detidos para negociação (799) 3.249
Activos financeiros disponíveis para venda 533.716 216.649
Créditos a clientes 5.182.723 16.404.030
Derivados de cobertura
Activos não correntes detidos para venda 53.500
Outros activos 313.415 56.190
9.107.174 9.479.841 Aumentos (diminuições) de passivos operacionais:
Passivos financeiros detidos para negociação (799) 3249
Recursos de instituições de crédito 158
Recursos de clientes e outros empréstimos 6.605.345 8.172.695
Derivados de cobertura
Passivos não correntes detidos para venda
Outros passivos (44.858) -275.488
6.559.846 7.900.456
Caixa líquida das actividades operacionais (1.098.579) 933.175
FLUXOS DE CAIXA DAS ACTIVIDADES DE INVESTIMENTO:
Variação de activos tangíveis e intangíveis 47.163 58.052
Aquisição de activos disponíveis para venda Alienação de activos disponíveis para venda
Rendimentos adquiridos nos activos disponíveis para venda Aquisições de activos tangíveis e intangíveis
Vendas de activos tangíveis e intangíveis
Variação de partes de capital em empresas filiais e associadas 958.339
Caixa líquida das actividades de investimento 47.163 1.016.391
FLUXOS DE CAIXA DAS ACTIVIDADES DE FINANCIAMENTO:
Aumento de capital 585.845 550.830
Dividendos pagos
Emissão de dívida titulada e subordinada Variação de passivos subordinados
Variação de reservas e resultados transitados (585.996) (569.888)
Caixa líquida das actividades de financiamento (151) (19.058)
Aumento (Diminuição) líquida de caixa e seus equivalentes (1.145.893) (102.274) Caixa e seus equivalentes no início do exercício 4.424.488 4.526.761
Caixa e seus equivalentes no fim do exercício 3.278.595 4.424.487
O Anexo faz parte integrante destas demonstrações.
CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DE ZONA DO PINHAL, C.R.L. DEMONSTRAÇÕES DOS FLUXOS DE CAIXA
PARA OS EXERCÍCIOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 31 DE DEZEMBRO 2008 (Montantes expressos em Euros)
RUBRICA Notas 31-12-2009 31-12-2008
Juros e rendimentos similares 37 6.452.900 8.905.057
Juros e encargos similares 38 2.547.180 3.660.497
Margem financeira 3.905.720 5.244.560
Rendimentos de instrumentos de capital 39
Rendimentos de serviços e comissões 40 1.209.709 1.147.942
Encargos com serviços e comissões 41 186.673 171.958
Resultados de activos e passivos avaliados ao justo valor através de resultados 42 Resultados de activos financeiros disponíveis para venda 43
Resultados de reavaliação cambial 44 1.414 2.252
Resultados de alienação de outros activos 45 (3.033)
Outros resultados de exploração 46 54.622 (153.419)
Produto bancário 4.981.758 6.069.377
Custos com pessoal 47 1.904.331 1.830.857
Gastos gerais administrativos 48 1.532.471 1.473.492
Amortizações do exercício 17 e 18 190.080 187.212
Provisões líquidas de reposições e anulações 30 (14.063) 109.321
Correcções de valor associadas ao crédito a clientes e valores a receber 524.886 321.675 de outros devedores (líquidas de reposições e anulações)
Imparidade de outros activos financeiros líquida de reversões e recuperações 30
Imparidade de outros activos líquida de reversões e recuperações 30 (7.153)
Resultado antes de impostos 851.206 2.146.819
Impostos
correntes 20 94.516 527.530
diferidos 20 4.724 (275.063)
Resultado líquido do exercício 751.966 1.894.352
O Anexo faz parte integrante destas demonstrações.
CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DA ZONA DO PINHAL, C.R.L. DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS
PARA OS EXERCÍCIOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008 (Montantes expressos em Euros)
VI. ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DE ZONA DO PINHAL, C.R.L.
ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E
2008
(Montantes expressos em euros, excepto quando expressamente indicado)
1. NOTA INTRODUTÓRIA
A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Zona do Pinhal, C.R.L. (adiante designada por Caixa ou CCAM Zona do Pinhal) é uma instituição de crédito constituída em 20 de Março de 1981 sob a forma de Cooperativa de responsabilidade limitada. Constitui objecto da Caixa a concessão de crédito e a prática dos demais actos inerentes à actividade bancária, nos termos previstos na legislação aplicável. A Caixa forma parte do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo (SICAM) o qual é formado pela Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, C.R.L. (Caixa Central) e pelas Caixas de Crédito Agrícola Mútuo suas associadas. Compete à Caixa Central assegurar a orientação, fiscalização e representação das entidades que fazem parte do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo.
Em 31 de Dezembro de 2009, a Caixa opera através da sua sede, situada na Praça da Republica n.º 31, em Sertã e através de uma rede de 16 balcões situados nos concelhos de Sertã, Oleiros, Proença-a-Nova, Mação, Vila de Rei, Pampilhosa da Serra, Figueiró dos Vinhos, Alvaiázere, Pedrógão Grande, Ferreira do Zêzere e Castanheira de Pêra.
2. BASES DE APRESENTAÇÃO, COMPARABILIDADE DA INFORMAÇÃO E PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS
2.1. Bases de apresentação das contas
As demonstrações financeiras da Caixa foram preparadas no pressuposto da continuidade das operações, com base nos livros e registos contabilísticos mantidos de acordo com os princípios consagrados nas Normas de Contabilidade Ajustadas (NCA), nos termos do Aviso nº 1/2005, de 21 de Fevereiro e das Instruções nº 23/2004 e nº 9/2005, do Banco de Portugal.
As NCA correspondem genericamente às Normas Internacionais de Relato Financeiro (IAS/IFRS), conforme adoptadas pela União Europeia, de acordo com o Regulamento (CE) nº 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Julho, transposto para o ordenamento nacional pelo Decreto-Lei nº 35/2005, de 17 de Fevereiro e pelo Aviso nº 1/2005, de 21 de Fevereiro, do Banco de Portugal, excepto no que se refere a:
i) Valorimetria do crédito a clientes e valores a receber de outros devedores (Crédito e contas a receber) – os créditos são registados pelo valor nominal, não podendo ser reclassificados para outras categorias e, como tal, registados pelo justo valor. Os proveitos são reconhecidos segundo a regra pro rata temporis, quando se tratem de operações que produzam fluxos redituais ao longo de um período superior a um mês, nomeadamente juros e comissões;
ii) Sempre que aplicável, as comissões e custos externos imputáveis à contratação das operações subjacentes aos activos classificados como crédito e contas a receber deverão ser, igualmente, periodificados ao longo do período de vigência dos créditos, de acordo com o método referido na alínea anterior;
iii) Provisionamento do crédito e contas a receber - mantém-se o anterior regime, sendo definidos níveis mínimos de provisionamento de acordo com o disposto no Aviso do Banco de Portugal nº 3/95, com as alterações introduzidas pelo Aviso do Banco de Portugal nº 8/03, de 30 de Junho e pelo Aviso do Banco de Portugal nº 3/2005, de 21 de Fevereiro. Este regime abrange ainda as responsabilidades representadas por aceites, garantias e outros instrumentos de natureza análoga;
iv) Os activos tangíveis são obrigatoriamente mantidos ao custo de aquisição, não sendo deste modo possível o seu registo pelo justo valor, conforme permitido pelo IAS 16 – Activos fixos tangíveis. Como excepção, é permitido o registo de reavaliações extraordinárias, legalmente autorizadas, caso em que as mais - valias resultantes são registadas em “Reservas de reavaliação”.
CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DE ZONA DO PINHAL, C.R.L.
ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E
2008
(Montantes expressos em euros, excepto quando expressamente indicado)
v) Benefícios aos empregados, através do estabelecimento de um período para diferimento do impacto contabilístico decorrente da transição para os critérios do IAS 19.
De acordo com os Avisos do Banco de Portugal nº 4/2005 de 21 de Fevereiro e nº 12/2005 de 30 de Dezembro, o reconhecimento em resultados transitados do impacto apurado com referência a 31 de Dezembro de 2004, decorrente da transição para os IAS/IFRS pode ser atingido através da aplicação de um plano de amortização de prestações uniformes até 31 de Dezembro de 2009, com excepção da parte referente ao impacto da alteração da tábua de mortalidade e às responsabilidades relativas a cuidados médicos pós-emprego, para a qual esse plano de amortização pode ir até 31 de Dezembro de 2014.
Em 2007 a Caixa apresentou pela primeira vez as suas demonstrações financeiras de acordo com as NCA, sendo o impacto da introdução destas normas apresentado na Nota 3.
2.2. Comparabilidade da informação
Conforme permitido pelo Aviso nº 1/2005, a Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo bem como as caixas de crédito agrícola mútuo do SICAM elaboraram até 31 de Dezembro de 2006 as suas demonstrações financeiras, em base individual, em conformidade com as normas constantes da instrução nº 4/96.
Em 2007 a Caixa apresentou pela primeira vez as suas demonstrações financeiras de acordo com as NCA.
2.3. Resumo das principais políticas contabilísticas
As políticas contabilísticas mais significativas, utilizadas na preparação das demonstrações financeiras foram as seguintes:
a) Especialização dos exercícios
A Caixa adopta o princípio contabilístico da especialização de exercícios em relação à generalidade das rubricas das demonstrações financeiras. Assim, os custos e proveitos são registados à medida que são gerados, independentemente do momento do seu pagamento ou recebimento.
b) Transacções em moeda estrangeira
Os activos e passivos expressos em moeda estrangeira são convertidos para Euros ao câmbio de "fixing" da data do balanço, com excepção dos saldos relativos a notas e moedas estrangeiras, os quais são convertidos ao câmbio médio do mês indicado pelo Banco de Portugal.
Os proveitos e custos relativos às transacções em moeda estrangeira registam-se no período em que ocorrem, de acordo com o efeito que as transacções em divisas têm na posição cambial.
Na data da sua contratação, as compras e vendas de moeda estrangeira à vista e a prazo são registadas na posição cambial.
c) Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos
As empresas filiais são entidades nas quais a Caixa exerce controlo sobre a gestão das mesmas. As empresas associadas são entidades nas quais a Caixa exerce influência significativa, mas não detém o controlo. Como influência significativa entende-se uma participação financeira (directa ou indirecta) superior a 20% ou o poder de participar nas decisões sobre as políticas financeiras e operacionais da entidade mas sem existir controlo