KHQWLTQN
S
V
M
M
A
DO APOSTOLADO*
HXM
SERMÃO
DO
APOSTOLO
&
BARTHOLOMEV.
QJE
PREGOV
O
PADRE
Lourenço
Cvaweiyo
d»
Companhia
de
Iefusda
Pro<vwcta
do
BraJil,tfo
Col-legio
da
Bahia
em
24.
de
Agoíío
de 1664.
DEU O
A
ESTAMPA
O
P.FR.ANTÓNIO
CRAVEIRO
Prègador,&Religiofo
Capucho
ciaOrdem
de nofiòSeráfico PadreS. Francifiroda Província
'"Granada.
EM
LISBOA.
f ; ;—
—
, )Com
todas aslicençasneceffarias.Elegltduodeclm,
guos&
Apofiolosn$minavit\ Luc.6. Evãgelhoda eleiçaõ dos dozeAporto-los canta hoje na MiíTaa Igreja Santa,
&comelte
Evangelhocelebra,8tfole-niza avocação,amiflaõ, avida, a dou-trina, os milagres , omartyrio, o
me-recimento, o premio, a vitoria,
&o
triupho
do
gloriofo Apoílolo deChri-íto S.Barthdlomeu. Pareceacafo!
&
heprofundo
myíterio.Pareceacafovaleríè a Igrejado
Evan-gelhodos doze Apoítolos para celebrar eíte Apoítolo:
porque
narealidadenão
achou a Igrejaem
todo oEvã-gelho obras,ou acçõesdeite Apoílolo íàgrado, para lhas
podercantar. Sò achoufeu
nome
efcrito,&
fuaeleiçaScom
osmais,de quefe pode valer. Eaffimparatratarde-ite sò lançou
mão
do
Evangelho,em quefetratadetodos.Aonde
diz S. Lucasem©
cap.6. queelegeoChriítodoze
Difcipulos,a os quaes
chamou
Apoftolos. Pedro, André,Diogo, João,
&os
mais.Porém
iítoque parece acafo,en-cerragrande myíterio:
&he
queS. Bartholomeu^perfisòconfiderado,he
todo
o ApoítoladodeChriíto.He
hu
sàcm
onome
?&
faõ dozeem
asobras,hehum
sò^em onu-mero^
faõ dozeno
algarifmo.Heem
fimdetalfortehu
<Apoftolo,q vaipor todos os Apoítolos. Elegitduodecim.
MandaDeos
a Moyfes,queacompanhado
com
osmaisvelhosjjp
povo
entreno
palácioa falarcom
PharaoRey
Exoút*.do
E^pto^^^^ríSStos
'&feniofeslfraeladRegem
ç^f?- *&gypti. Vai
Moyfes
falar acharão,&
levasomente
feuir-mão
Arãoconfigo.Ingreffifiiut Moyfes,&
Aaronad
Pha-raonem.
Aonde
eítaõaquelles velhos,queDeos
mandou
4 >ioyfeslevafTepor companheiros?
Mandalhe
Deos, <jleveconfigo todos os
homens
de reípeito, quehaviana-^uelicpovo: SenioresIfrael.
E
quando
vai aopaço, leva€aietan, íbu Jofefh, in i/itaS. Berthqk-* meu
hum
sòhomem
coníigo? Uôjfes:&Jarón>
A
ffimobede-ce Moyfcs,ao §
Deos
lheordena? Aífim.Porcjaffimfaz,o
qPeos
lhemãdá.Araõ
ainda qerahú sòvelho,tinha ofa-ber,&aprudência de todos. Era
hu
em
onumero
,&
eratodos
no
preílimorporilToMoyfes
em
lugar de todoslevaconfigo efte sò. LocoferàGmmfnbrogatuseftAaron
ad
le-gationem^ diffeCaietano.
Ha
homens
no mundo,
quemui-tosjuntos
valem
menos
quehum
sò ;&
hahomem
no
mundo,
quefendohum
sò, vai mais quemuitos.Hojetrata o Evangelhofagradode todos os Apoftolos
juntos,&a IgrejaSanta feaproveita,
&
lançamão
dehum
sò:
dehumsò
Bartholomeu,porque eftefó vai por todos:Parece que querdizera Igreja aspalavrasde
Jofepho,quã-do
eferevedefteSanto: Mihifatis eft unus Bartholomausomnibus.
Amim
me
baila,&
fobejahum
sòBartholomeu
portodos,
&
na verdadebaila,&
fatisfaz à Igreja:porqueBartholomeu,
no
nome,&na
peffoahehum
sò Apoftolosno
valor,nafortaleza, nagrandezado
efpirito,no
officioApoftoíico,he todooApoítolado.
No
nome,
&
na peffoa, he somente Bartholomeu.Nas
obras,&no
valor, heBar-tholomeu, he Pedro, he André,
hejacobo,
he Joaõ,he
Philippe,he Matheus, he
Thome,
heDiogo, he Simaõ,heTadeu, hc Mathias : he
em
fim afumma
do
numero da
Apoítolado de Çhrifto. Rarthatomaus unus fro omnibus.
Eítahea matéria
do
Sermão, parao qualpeçamos
agra-ça a
o
divin©Efpirito porinterceffaõda Senhora.AVE
MARIA
Elegit duodeclm^quos
&
ApoJtUos nominavit. Luc.tf.SUppofto
quehavemos
de tratardetodos os SantosApoítolos, parapregar sòdeS.Bartholameu,para rro*
ftrar que sò
em
S. Bartholameueltaõ os Apoftolosv
juntos,hiíoshemosdividindo
em
paresde dousem
dou?paraferoSermaõmaisfuccimo,
&
Baõ
caufarfaftioauditório»
O
O
primeiroApoílolohePcdro,ofegudoheAndre
am-
J^ÍL
bosirmãos.
Petrum,&
Andrearnfratrem ejus. Pedroem
Latim
querdizcr,pedra:&
aPedrofez Chrifto pedra,paranelle,
como em
pedraviva,fundara fuaIgreja.Tu
esTer
trus.&fuper hanc petramtcdificaboEcclefiam
meam.
Pedrade fundamento, hepedra forte, pedra dura, pedra firme,
lflbfignificaPedro3firmeza,&fortaleza:
André
em
Gregp,he o
mefmo
queVirilisfortis.heros.Varonil,forte,mag-nânimo:
Bartholómeutambém
hepedra de fundamento,&
pedra defortaleza,affim lhechama
Jofepho:Tu
fftílMtiofus
Me
lapis>ab angularilapideillomiffus, inquo Ecclefia ufipfo jfnam
Chrifttcsadificavit. Bartholómeutambém
hevaro-nil, forte,
magnânimo^
como
tal (dizJoícpho) fahio àcampanha,a
defafiar os contrários,&
venceoos inimigos.Tanquamgenerofus miles adverjushojlile bellumpro(ilmt>& Iofefh. $j
ipfos qutdemhoftesvalidijjimepercujfit.
Em
que moftrarãoPedro,
&
André
feu animo,feu brio,feu esforço?Entaõo
moftraraõ,
quando
valerofamente crucificadosmorre-rão.Pedro
em
Roma
foi crucificadoeom
a cabeça parabaixo,
&
com
os pès parafima.André
em
Achayafoicru-cificado
com
a cabeça para fima,&
com
ospès parabai-xo.Pedro fez da
Cruz caminho
para caminhar ao
Ceo,
André
fezdaCruz
cadeira magiftral para enfinar a terra:eítavaPedro
com
os pès parao
Ceo,como
quem
jahiafu-feindo; Capite inferram verfo voluifli crucifigi,
tanquam
qui â terra incalum iterfacetes (diz
ChryfoftomoO
Eítavã'y
Anàtcáom
os pès para aterra,como
aflentadoem
cadei- ap^'^
mra, enfunando. IncM^tevdevsdecebatpopnlut» C&iz*i- tafírajl.'
greja.)
E
Bartholómeuem
quemoftrou
a fortaleza?Em
feresfoladovivo
cm
o Reyifode Arménia. VivoBartho-filem crudeliter detrahijujfitíftefuapelle fez
carro-ubira
o Ceo.
De
fuapellefez cadeira magiftral,paraeriíinara terra.
Ahi
enfinavaapackncia,afortaleza,Voron. Jèrm.de
Sanfto
Porém
a valentia4e Barthoíõmeuleramuitaventageãíâ
oesforçode Pedro,&
a obriode André.E
a razãohe,porque
Pedro,&
André
depois decrucificados morrerão,&
acabarão depenar,Bàrtholomeu depois de esfoladovi-veo,
&começoudenovo
a padecer, foi neceíTario,que
o
golpedaefpada lhe apartafle aviàz:lujjítcaputabfcindi%
quoin martírio
animam
T)eoreddidit. Pedro,&
André
em
hum
tempo
eftavão vivos,em
outrotempo
cftavãomor-tos. Barthoíõmeu
no
mefmo
tempo
eílavavivo,& morto.Hum
homem
esfolado,hehum
homem
morto,&
comtu-do
Barthoíõmeuesfolado eftava vivo:vivia morrendo,&
morriavivend©;morrendo
vivia, porquenaõ acabava demorrer,vivendo morria, porque continuava
em
penar:cadáver vivo
chama
S.Zenonao
Martyrvalerofo ; fala àletra
com
efteA
poítolo Santo.Pedro,& André
apartavãoa vidada morte. Barthoíõmeuajuntavaamorte
com
avi-da: poisefte he o maior
animo
3 o briomais alentado,o
/lubadio.esforço mais generofo!
A
viftadafortaleza de Bartholo*meu
defaparecetoda amaisfortaleza. Per;§.
%
Stuefe Tedro,
&
André
morremvalerojbsven*cendo^ Barthoíõmeu mais que valerofomorre
fo
vivejuntamentetriumphando.
VèS.
JoaÕemíèu
Apocalypíèhurn livro taõmifterioíà-mente
fechado, que naõhavia induftria que oleffe ,nem
forçaque oabrifle:chorava oProfeta, vendo que naõ ha-»
via
quem
tomp-ífeâquellesfellos^ Stqueficaíílm ocultosmifterios taõ foberanos.
Dece
hiim Cortezaõdo
Ceo
acõ-folar
ao
Apoftolo,&
dizallim: NefleverisiEccevicitLeode Tribuluda aperirelihrú,
&
folverefeptemfignaculaejus.Naõ
choreisProfetaSanto, porque vos façoafaber ;que
p
teaÕ vencedordo
Tribude Iudacom
fuafortalezahadeabrirefte livro.
Torna
a olhar oProfeta,&
vèahú
cordei-ro
Ztpoc.j,
7
J^2^
fã Juntamente
vivo,&
morto,abrindoaquelle livro,ucu-ja fortaleza cantavaõ agalla osCortezaõs da Gloria,
^idi^pc^c.
agnumfiantem tanquam occifum-,
&
cum
aptruiffei librum,°-audiviVôcemAngeloru^à* Jenicrum diccntwmvecè magna:
dignusejiagnusacaperefortttadznemi&ignohe o Cordei-ro de toda afortaleza:
querem
dizer: vivaafortalezado
Cordeiro. Sctlicetutcmneslaudtntjigni<virUitcm>
&
f
or'lITc
titudinem. Diz o
Douto
a Lapide.Prodigiofo mifterio! prometefea fortaleza doLeaõ
em
abrir aquellelivroj moftrafej&aplaudefe a fortaleza do.
Cordeirodepois
do
livro aberto?He
por venturao Leaõhum,
&
òCordeiro outro?Naõ por certo5o
mefmo
heo
Leaõ
queo
Cordeiro, porquehum,&
outro heomeímo
Chriíto. Poisporquerazaõafortaleza,Com que fe ouve
o
Leaõ,defaparece,
&
sòafortaleza,com quefeouve
oCor-deiro, fe aplaude?
Arazaõ
he , porquecomo
Leaõ abrioChrilío
o
livro defeuCorpo
fantiffimoem
aCruz
,&
xnorreo
com
fortaleza vencendo:&
como
Cordeiro foi tal fuafortaleza,que
eftevemorto
>&
vivo juntamentetriumphando: elTaeraapoítura>emque
o
Cordeiroeítava; dgnurnjlantemtaquam
occijjum. *Diciturleo(diz a Gloíía)fropterfortitudinem^qua mortefuâ diabolumvicit : diciíur
G
^€Jí^téignusrationemmolationis> &Jlans.quiafurrexit
ad
vitamirnmertalem.Qu^nàoX^zõ
em
fuamorte, forte,&valo
rozo
vencia.Quando
Cordçiroem
o
mefmo
facrificio,anais que
valeroíodameíma
morte triumphava 5 porqueêlo
mefmo
tempo
citavavivo,&
morto: grandefortalezafcevenceramorte,
&
qjnferno,morrendo
jmas
morrerivendo,&
viver morrendo;viver,&
morrer juntamentetriumphando,
cífahea maiorfortaleza. PoisdefapareçsiFortaleza<1
o
Leão ávifta dafortalezado
Cordeiro.Fh
aquella
menos
celebrada,&efta mais aplaudida:©/^-*.; -jius^qui occijtis eji, acciperefortitudhíem: idcjiiã
fort^-Santiago S.loao. íofepho fupra. Wrtg. Namora tionei. Contra Arrian.
fortaleza de Pedro.
Grande
o esforço de André,êm
mor*
rerem
ambos
crucificadosvencendo,mas
muito maiorfoia fortaleza de Bartholomeu
em
morrer,&
viveresfoladojuntamente triumphando: poisaquella,aindaque grande,
fique oje
em
filencio,&eftapor
mais infigne mereçaojeo
aplaufo: Vicitleê^dignuseflagnus.O
terceiroApoítolo he Santiago, oquarco h^S. JoaÕ:ambos
irmãos: lacobum&
foannem. Aeítespoz
Chriftopor
nome,
Boanerges.Quc na língua Hebraica,&
Syria-ca> querdizerfilhosde trovaõ: Hocèflfitijtronttuí. Forao
eftes Apoftolos trovoensnaPregaçãoEvangélica:toavaS
em
o
mundo,
&
atroavaõ o univerfo. S. Bartholomeutambém
toou,&
atrooucom
fuapregaçãoaomundo;7#
es(dizIofepho) divina grafiatuba^magwloquentiapr<eco:
&
feosfilhosdo
trovaõfaôosrayos , rayo foiBartholo-meu,
o qualo
mefmo
foiappareccr,quevencer, fulminar,que triumphar. Salve Barthalomae (dizo
mefmo
Autor)illiusmagnitonitrui fulgur,quodinrotahitjusmundi
appa-ruiflis
&
iddorum infamamde/lruxi/li-.Deos vosíalveBar-tholomeu
(agrado,rayodo
trovaõdivino,queapparecen-do
neftemundo
deftruiftesaoDemónio.
Efte trovaõ,eílerayo excedeo
com
muitaventagem
aostrovoens,&rayosdosdous(agrados Apoftolos:
&
arazaõhe ,porqueSãtia-go
moítroufuás forçasnas palavras,quefalou, S.Ioaõ naspalavras,quefalou,
&
no
Evangelho,queeícreveo ,com
que
atroouaomundo:
làcobusperjonuit verhis, loarmesverbis,&fcriptisintonando:InprincipieeratVerburn(à\zS; Gregório
Nazianzeno.)Santiag^xom
fuáspalavrasven-,ceo adousfeiticeirosHermog/:nes,
&Fdeto,
S. Ioaõ cõfeus eícritosvenceoosHereges Cerinthios,
&
Ebionitas,que negavaõa divindade deChriftó:
&por
ifíò contra^f-teseícreveo ageração
do
Eterno Verbo* InprincipweratVerbum.
Mas
Bartholomeu, íèmpalavras,nem
eícritosvê-ceoos
mefmos
Demónios:
Santiago,&
S. Ioaõ vencerão9
ãos
homens
endemoninhados,falando. Bartholõmeuvé-ceo
osmefmos Demónios
íómente apparecendo :Quafi
fulgitr apparuifti)
&
idelirum infaniam dtjlruxijli. Entrou Bartholõmeuem
hua CidadedeArmenia,aonde eraado-rado o
Demónio
Aítaroth.Logo oDemónio
ficouemmu-decido.
&
prezo,cativo,& aferrolhado cõ hua cadea defo-go.
Entrou
em
outracidade, aondeoutroDemónio
viviaentronizadOj&lògoá
viíta deBartholomeucahioporter-raoDemonio,totalmétedeftruido:& poreftarazaõfe
pin-taS.Bartholomeu cõ o
Demónio
aos pcs prezo,&
aferro-lhado
comodefpojodotriupho
deite fagrado Apoftolo.Naõfoi
neceíTario, cj BartholõmeufalaíTe.néqBartholõ-meu
efcrevefíe,néqfeu sõ,ou
foidofe ouviffes bailou ap*parecer,para vencer, bailoufuaprefença, para alcançara
vitoria, baftou avifta defte rayo, para confeguir otrium-pho. Poisnaõ
tem
comparação
asforçasde Santiago,&
deS,loaõ
com
asdeBartholõmeu, Por:Qgefe
Santiãgo^&S.haofoao>&
atroaocomo trovoens comaspalavrasvencendo, S. Bartho-lõmeu como rayofócom
aprefença fenforea triumphando.EftavaEi-RcySaulcomhum
Demónio
no
corpo: vinhaDavid
tocava fuacithara,cantavadoces.&alegres pòefiasj&fahia
oDemónio
docorpo dcl-ReySiul.&éiviíltolleíat i.F^.idicytharatn,
&
percmtiebatmanu fua,&
refocillabatur Saul&
*l\nteliushabebat^recedebatenimab eofpiritus
ma/us.Tomzô
osPhilifteus a Arca
doTeftamentoJevaõna
a otemplo
do
feu ídoloDagão,põem
no
mefmo
trono,aonde
eftavao
feuDemónio,
eis que oDemónio
cahe logo porterra'feitopedaços dianteda Arcafagrada. Ecceç
Dagon
jacebat^fronus interraante
Arcam
^Dornini. Ajunta oAutor
das i.Reg.fâ*^maravilhas da SagradaEfcriptura,
Fraàus
m
centtimpartesrepe-TO
rtferitur.
Em
cem
pedaços desfeito,
em
cem
partesdef-truidoficou ali o
Demónio.
Poiscomo
aflím? David naõpôde vencer
hum
endemoninhado
, fenão tangendo,&
cantando;
&
aArca desfazomefmo
Demónio
; fomenteapparecendo?Sim.Porq Davidtinhaasforças,& a valeria
no fom
da cithara,&nas
palavras,&
a Arcafagradaba-jg^^
wfftavalhe apreíènça para moftraravalentia,&
as forças.~ '
'David tantum loquebaíur,
&
koftisvincebatttr (dizS.
Ba-filio)
cum
regnoindamonem
vires accepit. "Dagonjacebatfraclusante
Arcam
D
omini.David,&a
Arca fagradaam-bos tinhãoesforçocontra opoderdoDiabo:
porém
aDa-vid era lhe neceflariq tanger,cantar,&fallar.
A
Arca divi-na baliavalhe appareçer. Davidíoando,&
falandoven-cia.
A
Arcasomente
apparecendotriumphava.Bemdizia
eu logo, que
não tem
comparação asforças de SantiagOy&
S. loãocom
asde S, Bartholomeu, porq fe Santiago,.&
S.Ioãovenceendemoninhados
,como,
trovõesfoan-do:Bartholomeudeftrqe
osmefmosDemonios,como
rayo apparecendo. Qtíafifulgur apparuifth& idolumdeftruxifli.O
quinto Apoíiolohe S. Philippe, o fextolieSantia-.
go Menor.
Thilippum,&Iacobum
Alph<ei. Philippeem
S utppe
-Hebraico, querdizer.
Os
lampadisBoçade
alampada,ou
Menor*
b°
ca^e ^uz* PoÇjufecom
aiuz defua doutrina,quefahiaEmijfen. de^ua boca, alumiou a terra:
Quia
osejus veíut lampas#padCor- orbemilluminavit\ Diz Emifíeno. Santiago
Menor
fecha-nelJLap.
ma
Alpheu, o qualem
Hebraico,querdizer, DoEíus^ velDoèlor, Doutor,
&
Meftre: tudofignificaluz de DoutrinaEvangclica.Eítes (agradosApoftolos
com
aluz delua dou-*trinaalumiarão aterra. S. Philippe alumiou a Scyhia,
Santiago
Menor
a Pa!efttna,8£Terra Santa, B rcholomeuSanto
também
alumioua omudo:
foi alampadademui-tas luzes,foi
rayoda
luzdo Sol, Eítrellado
Soldivino;-Iofepho affim lhe
chama
Iofèpho.Tuesaureu
candtlabrum ignis fvpra. SpiritusSancíi.Tu
es diviniSolisradius9injuafiwqMfar*
Us
II
tespertneabas,velntJiellatenehrafdeflruebas.
Porem
aluide S. Bartholomeu leva muita
ventagem
as luzesdeitesApoítolos.
E
arazãohc? porqueS.Philippe ,&
Santiagocomas
luzesapagarão astrevas ,&
S. Bartholomeucom
astrevas acendeoas
meímas
luzes. S.Philippe ,&
Santia-go
comas
luzesdaverdadedefterrarãoastrevas damenti*ra,
&S
Bartholomeucom
asmefmas
trevas da nfentiramanifeftaas luzes da verdade:'Foiocafo,que pregandoS.
Bartholomeu a Doutrina Evangélica a
PolymioRey
de Arménia, lhe diíTe, queparamelhoraceitar eíta verdade,queria queo-
mefmo
Demónio
Aítaroth, a que oRey
ado-rava, adiíTeíTe porfuabo:a. Vai Bartholomeua o
templo
do
ídolo, vaicomelle oRe.y,&
aRainha ,&
Teus filhos,concorrem
todos os povospara ver amaravilha :manda
Bartholomeuao
Demonio,que
confeíTe averdade,&
def-cubra feusenganos. Falao
Demonio,que
atè entãoeíta-va
mudo
porvirtudedo
Apoítolo,&
dizquehe verdade,que elle Aítaroth
nãohe
Deos, fenãoDemónio,
&
quecomo
taleítàprezo pelos miniftrosdo
verdadeiroDeos
scujofilhoheIefuGhriíto, o qual
morreo
crucificadope-lospeccados
do
mundo,
&
mandou
feus Apoítolos pelomundo
a pregareítaverdade,&
que Bartholomeu hehu
delles ;
&
que elle Aítarothcomo
Demónio
inimigodo
género
humano,
tem
enganadoatodoaquellepovo
eom
feusfalfosenredos,fingindo que eraDeos.
Pafma
oRey,
aRainha,
&
feusfilhos,ficãotodos admiradosjjenvergo-nhados., corridosde dar culto atal engano: laríção cordas
aoldolo, dão
com
oDemónio
em
terra ,vem com
feusolhosfahir daquelleídolo ao
Demónio
em
figura dehum
negro,roíto longo,barbalarga, olhos centilando fogo,narizes vaporando fumo,fétido,
&
negro,&prezo porto-dasaspartes
com
correntesdo
Inferno.Apparecem
mui-^tas Cruzespelas paredes
do
templo: Vaio
Demónio
def-fleerrado pormandado
do
Apoítolo: aclamão todos porDeos
verdadeiroaChrifto: convertefe oRey
com
dozeCidades do Reyno,
recebem
ofanto BautifmorficãoChri-ftãosverdadeiros ,.& livres dos enganos,
&
enredos dia-bólicos.Portentofo cafo! Admirável prodígio!
Healuzdc
Bartholómeu
luzde outraqualidade!Hehualuz
proten-tofa,
Bãosò
comaluzdeíterraastrevas,mascomasmef-mas
trevasdáluz: enfinaa verdadecom
omefmo
pay damentira.
Novo
modo
dedar luz ,&
de alumiar aterra.Pois
bem
fevè,&
feprova, quea luz de S. Philippe ,&
Santiago
com
ado
noíToApoílolonão tem comparação
algúa.Por;n %
Qíiefe S. 'Philippe,
&
Santiago comasluzesda verdade desfazemas trevas dosengano^
S* Bartholómeu com asmefmas tnvasdosen*
: ganos mojlraas luzes daverdade.
Quiz Deos
levar osfilhosde Ifrael pelos dezertos daArá-bia àterra de promifsão,
&
fezhuma
fermofa luzem
Exoâ. i%
%
uradeçolunna, queos guiou,&
encaminhou
atèàter-%u
**ra prometida:T>ominusautempracedebat eos per diem in
columnamibis,pernoéíemincolumnaignis^ut
dux
efjetitine*ris.
Quiz Deos
trazera feuconhecimento,&
afuaprefen-ça os
Magos
do
Or
:ente,&
fezhua Eílrelladeluz, que osMattki. alumiou,
&
encaminhou
atè o Portalde Belém,aonde
Chrifto eítava: VidimusJielhm ejus ,
&
venimus. Stellaantecedebateos,ufque
dum
veniensjiaretfuprajibieratpuermAmbas
eftasluzes,acolunna,&
aeílrella,forãoluzes fei-taspor Deos, para alumiara os homens;
porem
a luzde-ílaEílrella levoumuita
ventagemá
luzdaquellacolun-na. Eíta luz da Eílrelia,ou eílaEftrellade luz, foihualuz,
&
hua Eílrellainfigne>&
levouapalma
a todas as luzes,Text-Greg
&
EítrcllasdeDeos. Affimlhe-chama
o Xexto Grego. Vi~ ditmisn
^-J-n
dimushjígnm
ejusfieilam. PoisfeaEftrclla>&
aColunna
ambas iam
luzes de Deos,que maistem
aEftrella deluz,que acolunna de luz; paraque fe
levante
com
o titulo deiníígne?
A
razão he, porcjcõacolunna de luzalumiavaDeos
as trevas:&
com
aeítreila, das trevasformava
a luzcomacolunnadaluz,
alumiavaDeos
as trevas da.noiteefcura5 para o
povo
atinarcom
ocaminho:EratcoIumva™gpiU
contratenebrastlluminans
y diz
Hugo
Vidorino.
Com
a luz Jj* c'*
daeftrella,das trevasformava a luz: porque as eftrellas'
erão astrevas dos Magos,
adoravãocemo
gentios asEf-trellas,
&
fendo para todosluzes as eftrellas, sò para os c£^
gentioserãotrevasde feuserros: Sl^âreMagt>qmrtjielk>
p
rm\{^
(dizS.Pedro Chryfologo) utperChriflumipfa matéria
errorisfieretfalutisoccafio: erão as eftrellas para os
Ma-gos astrevasde feusenganos,
&
Deos
deitasmefmas
tre-vas fez luzes paraalumiara os
Magos
: paraquea matériado
engano
foíTe aoccafiãodo
verdadeiro conhecimento.Pois por iflbeftaEftrella de luz he amaisiniigne q todas as mais luzes,
&
maiseftrellasde Deos: hfigncm ejusfoi-Um-, porque
com
asmaisluzes alumiaDeos
as trevas;&
com
eftadasmefmas
trevas faz refplandecer aluz: Vtipfa matériaerrorisfieretfalutts tccújib.Bem
dizia eu logo,quenão
tinhãocomparação
asluzesde S> Philippe ,&
San-tiago
com
a íuzdeS. Bartholomcu , porque fe aquellesApoftoloscom
as luzes da verdade defterrarão astrevasdosenganos,eftefagrado Apoftolo
com
asmefmas
trevas.,&
dasmefmas
trevas dos enganos tirou aluzda verdade:aquella luzferagrande;mas efta felevãta hoje
com
obra-2ãode infigne:Infignem ejusjleilam.
O
feptimo Apoftolo he S. Matheus,o oitavoheS.Tho-me:
Matth<úuw,& Thcmam:
Matheusem
Hebraico, quer£
^
a2
dizer[dortum "Deij
Dom,
dadiva, mercê,&
favorde Deos.ty
u%&
-Thomena mefma
lingoa qu-er dizer [dbyfjus] zbyimo.s.Tbomt*entendo
eu,quefoiThomeQabyfmo
dasmercês,&
dosregalos deDeosjporque fe
abyfmo
he omefmo
quelugarprofundo,
onde
feajuntãoasagoas.Como
lè aEfcritura. Genefi. Terièbra erant fuper faciemãbyjfí,&
Spiritus T>eiferebaturfuper
aquas.Xhom^
entrounaquelleabyímo
profundodefavores de Deos, asChagasdeIeíliChriíto, aonde
feajú-H
tão,&
donde
manão
as agoas de feus favores. Haunetisaquasingáudio defontibus Salvatoris.Maxhcus teve o favor
deDeos^ern os olhos de Chriíto:
com
osolhos ovioChri-ítq; ptiblicaiio,
&
comos
olhos o transformouem
Apo~
Matth. 'sHfi
^
dltdominemfedêtemtn telonioMatthaumnomine.Thome
teve ofavorde Deosem
asChagasde Chriíto; cõas'Chagaso bufcouincrédulo,
&
converteoem
fiel.Ve-Iomn.iQ>wu lefúsj&dixit Thofn^Jnfer digitum
tuum
huc ,&vide
zj. '
fhânusmeasjfr
ajferúanumim^&mitttin
latusmeumi
&
noli ejffincreâMÍm,fedfdelis.
Porém
Bartholomeugozou
muito
maiorfavor; porquefe Chriítodeua vifta de feusolhosa Matheus,
&
asChagas
defeu fantiffirnoCorpo
aThome:
aBartholomeu
todo-inteiro fedeu.^Detisipfeho-lofepho toofactús (dizTofepho} cekberrimum Apoftohm.
Bartholo^
fipra.
m£úm
delegits amicumquefibiverum
> &fidelemcooptavit:
Efcolheò Chriíto aeíteceleberrimo Apoítolo,&deufelhe
como
amigo:quem
fedàcornoamígo
5em
tudo dáquãtogoz
%
nadaparafireferva;&
quem
fe-dàa fymefmo,
não.lheficamaisque dar. Deltafortefe deu Ghrifto a Bartho«i lomeu. Poishaô fé cõparé
Mathéus,&
Thome
cõBartho-lomeu
fagradoem
receberdeDeos
favores.Por:$. 4:
rf
- ^èfe^Chrifto deu aMatheus,&
aThome
osfavoresdefeus olhos,defuàsChagas >
&
feuZâdor, a Bartholomeudeu muito mais, porq
- '
felhedeutodo comtodososfeusfavores.
Achafe o
povo
com
fede afligidono meio
dehum.
de-zerto,rhandaDeòs
a Moyfes toquecom
a varaem
huma.Exoin
pedra, £araa pedra dar agoa:Egopbo
ibicoramte fupr*6.
'
''
t
emX
V
petram.percnties petram^&exibit de ea aqua.
Toca
Moy-fes a pedra, fahe aagoa,bebe o povo.
Em
outra, oçcafiãotorna o
povo
a rcr íede, tornaMoyfes
pormandado
,d£ Deosatocarem
outra pedra | fshem deita pedra.rmiitasagoas
em
copiofa abundância,&
fica celebrada naEícri-j^umtie;
tura eíla divina largueza: Égreffa Junt
aqua
krgijfiwa: 1UMaior favor fez
Deos
a opovo
neíia fegunda,do
que naprimeira pedra.
O
favor foi grande corno tnçrçè da,rrãode Deos.
Porem
efte fegundofavor realçouo
âtnbuto dagrandeza da liberalidade divina, diz aEfcntura :
Aqua
largijjima. Aquifeofferece aduvida. Se
com
a agoa da primeira pedrabebeo
o povo,&
ficou todo Satisfeito ,. £àcõ aagoadafegunda pedra ficou
tãbem
fatisfeito todo o povo, feem
hua,&
outrapedra foia agoamilp.grofa.porqrazãoefta fegúda agoaha de fermais celebrada,& íè ha de
levantar
com
o brazãodamefma
largueza, &,liberalidadedivina?
A
razão dáo ApoftoloS. PaulolnaprimeimEpi-flola aosÇorinthios:
BibekavSÁeJpmiah
eonJéqMeme:m
petra^petra autem erat Chrrjlus.
A
primeira pedia rdeu ãfua agoa,
porém
não
fedeua fymefma,
'láficou,eni ofeumonte
Horeb;ap.pareceo Beosíem ella ; En(goJiabo?bj..Eem
dadoaíuaagoa^ôgo
Deõsíè auzétoura íegundapedra:deua
fua agoa., ckdeufetambema
fy:mcfmâí&
xift&pe-draçra Ghrifto.em
figura,o qual<fepoisdedarm
i fua&goa,foi fèguindo,
&
acompanhando
opovo
por todo aquelledezerto, dando.
&
repetindo eftedivinobeneficio: Confe*quente eespetra*petra autemerât Chrjjlust:9ois
Aogocom
razãahemais celebradaafegunda^doqueasprimeiraagoa,
femaisaventejuEaem favores a fegundaque a primeira
pedra:
com
razão felevanta efta, fegunda dadivacom
aoftentaçãodalargueza,
Aqua
lagiffima: porque ofavor,q
fefaz
com
algua referva,não
he dos.ifavoresomaiora•^haso favor, queíe
dàcom^meííào
don^mpiafem^mfér^
tyação algía, he o maiorfavor dos fazeres.
Mudio
deitChri»
i.Çorintl IO.
ChriftoaMatheus,
quando
nelíeempregou
aviftadefeusolhos. Vidit:
muitodeuaThome,
quando
lhe deuoto-quedeíuas Chagas; Mitte
manum
tuam.Mas
muitomaisdeuaBartholómeu, porque todofelhedeu.
A
Matheus,&
aThomedeuosfeusfavores,refervandofea fy, aBartho*
lameudeufc
como
amigo
todoafymefmo
com
todos osfeusfavores:
Amlcum
fibiverums&
fidelem cooptava.S.Siwzo;
O
nono
ApoftoloheS. Simão, odecimo he S. JudasSJTbaJeâ. Thadeo.
Simonem
quivocaturZe
lotes ,&
ludam
Lacobi.Simão
fechama
Chananeu,&
ZelotesjChanancuhe
no-meHebraico,ZeloteshenomeGrego:ambos
fignificã ;Ze-lozo,
nome
em
queíèdeclaraoamor.Iudasfechama
Iha-deo.que
em
<5rego quer dizerMammcus.
Homem
cheode peitos,
&
os peitosfaõ ofymbolo do Amor.
Por ííToaIgreja lhecantao Evangelho
do Amor.
Hac
mandow-bis, ut ddigatis invicem. Tiverãoeftes dous
Apoftolos
amor
de peitos. Tiverão os peitos cheos de doutrinace-leftial, a queS.Paulo
chama
leite: Lacvobis pejjumdtdí.Ecom
efte leite celeftialnutrirão amuitas almas.Porem
oamo'r/&charidadedo
Apoftoío Bartholomeu levamui-ta
ventagem
aos peitosdeites Apoftolos.E
a razão he,porque feacharidade de Simão,
&Thadeu
fc deixou verem
ospeitos, adeB
mholomeu
fe vioem
todo oApofto-ío: nosolhos,noroíto, nalingoa, nas
mãos
,&
nos pés.Com
os olhos abrazidosem
amor
dava vifta a osolhos cegos:cõa línguaabrazadaem
amor,dava fcienaaàslin-guas:
comasmãosabrazadasemamor,tiravaasalmasao
Demónio
defuás própriasmãos
:com
os pèsabrazadosn'11*
em
amor,corria,&
difeorria omundo
&
ndo
a todosre•
médio. Affim oefereve Jofepho de Bartholomeufagrado.
O
divinos óculosperquos multortimoculi patefa£lifunt> quierantperfidite tenebris obfcuratil
Hmgnam
divinam,.rx quafaJutarispotus effluxit>0 manus
qu£
animas ipJasád;aboliwanibuseripuerunti
O
beatospedesadanimarum
adeptântb'
-recla
-Ç"
reffaviaprcgndientesiOiAom
ApoftolosSimSo,&Thá-\zo tiverão pçicos paraamar, Bartholomeu teve
olhos,
>oca, língua,
mãos,
&
pèsabrazadosem
amor
paraata-los
bem
fazer! Poisnãotem
que veros peitos deSimão,?k
Thadeu
com.oamor
de Bartholomeu.Por;Qae
aonâeosolhos, boca, linguajrofto, mãos,&
pêsabrasados deamoraljiftem^ospeitospormais
abra-zadosqueej%jao,de[aparecem,
Vio o ProfetaS-,
Imo cm
fcu Apocalypfehua
reprefetita-~ão do Filhode Dzv> admirável. Êftava* cingido pelos
peiçoscorn huacinta de ouro, feus olhos'erão'duas
cha-.Tias
defogo
yfeuspescrãocomo
de metal abrazado, fuáSsupseítavão cheasdeeftrcllas, feu roíto era
hum
Sol,&
V*focMt.tiJeíuaboca íahia hua efpada. P7di (imiíem Filh homitúsf3*
)r*cincjuw
ad
mam
tilas^onaãureja.ocuU ejustanquamfia-f# ijrnis,pedes ejus (imilesaurichalco in camino tgmsarden*
"is,fáciese]us(icutSo!\habehat
M
dex
tera
0t
fteílasfiptemí:g
> de preejusgiadiusaciuus.exibat. Eílafigura,
cm
que ó^GIof.6.íilhodeDeosfempftrava
5 erareprefentação
do
fogodo
imqr,
em
queardia. Heexpofição da Glofa.Elogo íeof-erece a duvida. Seo Filhode
Deos
querfazerofteritação, ^gallade feuaítior, paraquemoítra os pès, asmlo>,&os
)lhoSj¶queef:oadeos peito;?Tr^cmãitm
ad ma-milas?Q$peitos pareceque havia de moft-ar,
&
tudo omisefconder; porqueos peitos faõ o
fymbolo
do amor:Vrxánc-^oisfeeítátão amorofo, paraque ocultaos djícos
,
&
faz tum dn*
Dítentação dospès,
dasmaõv
&
dosolhos?A
razãohe^
uh ch^-porqueo amor,quefe repreíemanos oeirosdie
hum
amor
:?ltatt
\\
enternecido,
&
talveziiitereçado; porcueo leitedosi&p
1™
m
'
tos,
com
que huamay
criaa ícuíilhoje he-paraom^m^Zt.
Iqnto^ ferve paraamãy
dealivio, porquehe-carga, queGh
ff,Int.ífferiBifti
&
pezo, que lançafora:porém
o amor;quefe Daoftra.no.caminhardos pès,noobraria
mãos,no
vigiarC
dosdosolhos, hc
amor
çlèfentereçado, defvelado,&
cuiddofo: neftarepreíèntaçação eftavao Filho de
Eeos
deí^velado,cuidadofo,dadivofo,
&
liberal, fazendo ofHcioA
.poftolico, enfinandoa o
mundo,
poriíTodefuabocafahuhua
efpada,quehe
a. palavra de Deos. Gladias exibat àt0re ejus.Gladiumfpiritus,auadeftVti
bum Dei
(dizoApo-ílolo) Equizefte Senhor iroftrar,que
o
arrorde q maisneíle officioíè prefava,
não
erao amor, quelhedescarre-gava os peitos; fenão o
amor,
que o carregava decuida-dos;
nãoerao amor,que
ofazianospeitoventernecido,fe-nãooamor,que
nospès, nasmãos,
&
nos olhos ofaziacuidadofo,
&
defvelado. PoriíTo apertavacom
acinta,&
encobria ospeitos: por ifíbdeícobria patentes os pès, as
mãos,&
os olhos abrazados: quefe nos peitos moftrava, íj-como amãte
bem
queria* nos pès, nasmãos,&
nos olhemoftravaaafFdção,com quedefvelado amava. Poisdefa*
pareção os peitos;apareçãosomente ospès,asmãos,& os
olhos. ^Pnecinêium admamilUs.
Bem
diziaeulogo, queá
viílado
amor
de S Bartholomeu,fica a perderdeviftao
amor
deS. Simão,&;S. Thadeo. Porque fèeftes Apofto^losSantostiverão peitos,para
amorofamente
querer:Bar*tholomeu,
não
sòteve peitos,mas
pès,& mãos,&
língua,&
olhosparadefveladamenteamar.O
divinos óculos*O
linguamdivinami
O
fanãasmanus\0
beatosp^des]S]
SBar"
°
undecimo
Apoftolo he S.Mathias : o qual entrouThohm^u
em
*uSar deJudas;Mathiasem
Hebraico querdizer,í\*r-fobretG-
vusDomini:
o
piquenodo
Senhor.Chamafe
piqueno, 4os. porquefoio
ukimo
dos Apoftolos-, poriffo fe lhecantaú
Evangelhodos piquenos: Revefaflieaparvulis:foieleito
em
lugar de gradeApoftolo,porfer humildeDifcipulojfcpiqueno por humilde-,
&
por humildemontou
a tantgrandeza na divina eleição,que
quando
af©rteaellechegou
yparahaver de chegar,fubio.Cahio,dizoTexto
íagr;M.u
do
y ifottcfobrQMalhia$;Cefiditforsfuj)trMathiam:
1
bio,dizoTe3ttoSyriaco, aMathiâS eíta forte. Afcendit
firs
ad
Mathiam.EnconttAdos textos.Sccahioicomo
fu-bio?Sefubio,como
decco?0
cafo foi:que
eítava S.Ma~
thiaspor piqueno ,
&
porhumilde tão avultado, tãogra-de,
queomefmofoi
cahir aforte da divinaçleição fobreíèu
merecimento
, que fubir de pontoa %zj>altomereci-mento
a forte:a forte,que nelle cahiOjhe^ue teve aboa
íortci porque
em
lugar de decer ábaixezadehupiqueno, qual Mathiasfejulgava, fubiode ponto á altura,&
altezadehum
grande,qual o Apoftolo cvziCeciditfors.Afcenditfors.
O
grandezadahumildade,quem
te conhecerabe!Grande
foiMathias por piqueno, por humildena
divinaeleição;
porém
com
fualicença o noíTo grande ApoftoloBartholorneugloriofoficoumais avantejado : porque fe
Mathiasfoi grande na divinaeleição por piqueno,
&
por
humilde; Bartholorneufoiomáximo
na honra , por fero
minimoem
fua própriaeílima-A
(fim oefereve JoíephorQuipriusidieta>&pauperemvitam agebat\expifeiumpi/ca- ^fifkw
torehominupifcatoreflfaõtus.éterreftn caleflisevafit^é*tni-ftt
tra
*-nimo maximus.Era Bartholorneupobre,
&
humildepefea-dor,homé
fimpíex,&idiota,&em
fuaeftimaçãoentreto-doserao
minimo,mas
por eítesãtoabatimétoo
íublimouDeosa
tão alto,que entre todos ofe2máximo.
£
mini*má
maximus.E
aífim.haviade fer, parafeobíervaraigual* -.dadeda
juftiça.Por:§.6.
Que
fepelofer piqueno porhumildefemede nacajáde"Denso fergrande na eftima > pelo fer
mínimo fehade medirofer
máximo
nahonra.Elege
Deos aDavid
paraRey
de Ifrael ,&
poreílàrazãolhe dá
o
nome
de grande: Egotult te^uteffesdnx
fuper po~fulum
meum.fecique tibinomengrande.ElegeDcos
aMoy-fes para feu
Embaixador
para hirao
Egypto, pararede-1,
^'^
rnira opovo:
&
poreílaeleiçãoo
fez ohomem
máximo
^m
todoaquelleReyno. íuitque Moyfesvir magnusváldein terra
ç^gipti
é'Magnnsvalde,idefi
Lyp'6-Exod.it.
mano.
E
tãoma-ximoo
fez Deos.que ofezfeu íubítituto
Lmma»
U - -Õra dadi viridacteem
coc'° aquelleimpério
com
<todoExod.j.i, de
^^^
efta ygntageitsdshonra?:N-afcèdàigualdadeda-queilajuftiça divina, que reza osmerecimentos de cada
humdos
homens
^&
dà-a cadairum o premioconforme
feus merecimentos.' Reéâit
àmmique
pixtaoperafita.
A
T/alm. Davidfez
De
os iioxnem grande, porque David erapi-queno,
&
por piqueno
humilde; andavarefirído dacbr-te feito paftordeovelhas:Aàhuc
relimure
(ifãrvul\isY&
pafeitoves.
A
Moyíès fezhomem
maximó:
porqueMoy-iJ^i6Í
esfefezomi
^
mo
'°
maispiquenc, o mais bumfJhadoflu d
omaisabatido
em
o íeuconhecimento. Qiiifum ego, titvadatnadTkaraonem}
Equem
fou (diziaMoyfesa Deos)
para tãograndeembaixada ?Qiuzdizer(diz o
Douto
aLa-pide) cufou o rnefrno quenada:
Ego
nuliusfum,&
planeCorne!., ineptus. Pois poriíToDavid ficao grande defeu
Reyno
}&
ALafabl Moyfes o
máximo
em'omundo.vporqueaò
merecimen-to
depiqueno
correfponde -t>premio, cie grande*&
ao
merecimento
dçminimo
fe deve a gloria demáximo:
E
parvo magmis_ê mínimomaximus.Nzo
ha logoqadmi-rar,q Barthoiomeu feja
o
máximo,
&MathiasfejaoMagno
110 Apoíloja^.deChrifroíporq acada huíe
dcftribuioa^hò-ra>cjmereceo.Mathiasfcjaórnagnõ,porqfoubeferpiquenor
Bartholomeuicjao
máximo,
porq foube ferominimorfejaMathias
no
Àpoítolado deChrifto opofitivodasgrãdezas:feja
Bqrthoiomeuo
fuperlativodas horas. Mathiasvxpar-"V&magnus extitiliBartbalom^nsé mínimomaximit&êvajii.
Aindimc
ficaima duvida. MathiasfoieleitoporApo-ítolo, que, quer-dizer, fervo
mandado.
Ideftmifftis.Como
todosos mais Apoftolos;£/^/>duodecim.quos
&
Apoftolos Tiominavit.Bartholomeufoi eleito para OjsãtoÀpoítolado,nãosòcoaio
Apoftoiofervo,mas
como
Apofloío amiço,&mtiitodo
fcio'&eCh^o.^e^
gneoque
he eleitofor'13m-fÒmmttparafeu tmmú
fervo,fica menosãrvn!tadò^&oqT>eos elegepor
firvol&poramigojie nas-horasomaiscrecido. nl
O' mefiric Da'yidi&
'6'írdWMoyíesnos
prováõeftaveíj-•cfoclc.Foi
David
o'homem magno emas
honras , M-oyfeso
máximo emas
divinas grandezas^ambòs:defama&
n<8-mc:
Davidmenos
avultado,\Moyfes mais engrandecido,E
quajhe arazão?Dà
a.ragfe preeioía a ftgradaEfcritu-ra.
David
.-tevepiã^c»^
fervo,parafervo foi eleito.
£/^V
^awidfer^m-fiimn.Koyfes
teve ¥f-77'*f>para
com
Deos
, além de fervo3mei%címento
de amigo-,para feu
amigo
foi efcolhidoporJ3cos.T!t/efímTteí? A4cy^ Ecckfo*fes\Elegit ev.mexomnicarne: Poisei aro èftâ/qúe ò mere- I
'^
cimentodearriigahe-sniaíh^
mio
hade fer.premiode^niigo:popWoMoyíés
comc>^mi-go
foi deDeos
nas honras mais avultado,&
David,cc*-mo
fervomenos
engrãdecido* Poriííc Bartholomeusã-to por fervo,
&
poramigo
deDeos
excederas hoiaras a todosos outros fervos:Maximus
e*ú4fa*:?<c
. t lai :/•:
Teve Banholõmeacom-ventagei^
as prerogatiyra^&
excellenciasde todos os mais Apoftolos., foi
hum
com-pendioventajofo de rodo o facro Apoftolado^elle-como
em
èfpelhaiazidofe deixa ver.com
realcestedoofagra-doCoIlogíò;-
mas
aindatem
outra-veritajem,cpm q.ueex-cedo, itôeAsò a>todosos^pbifeioSjdmGÍatlõdps
osMarty-res Santos,
&hefta
grandezanenhum com
elle i-guala$néaindafeaJTeme!ha$ queheferesfolado\ANO\Barlholomaus
quer Ssaae fittusfulci: filho elorego: porqueajíi
m
como
o
fero do
arado fazendoreg0sjjâatfmá;ww$ê$>
.çsfoJa/a48
terra,
&
lhe móitraas entranhas! affim-Bartholomeufen-do
esfoladocom
o ferrodo
cutello , moftrou a interiorterrade fuacarnefagrada:
Todos
os Apoftolos,&Marty-res Santos morrerão
com
a fua pelle,huns tiveraõ apel*leferida, outros a pelle cDrrtada,outrosa pelle pregada,
OBtrosapellefrita,outrosapelleaíTada,outros a pelle
quei-mada,ou~ros apelleferrada,outros a pelle apedrejada,
ou-tros a'pellerafgada:& todos acabarão,
&
morrerãocoma
fuapelle-Sò Bartholomeuteveapelle inteiramente esfo-lada,
&
naumorreo
coma
fuapelle. Pois à viftadiftodi-eaíê
com
muitarazão.Que
for morrer esfolado,&
viverfempelleem
feu martytio , he Barthotameufebre todos
ex-cellente,& não
ha
outro,néno Ceo, nénaterrafemelhante-, níoteve
Bartolomeu
primeiroa
quéfeguir,
nem
ouveplãdo^opudejfeimitar.Do
Santo TobdifleDeos,que
eraunico,&hum
fó,&nao
tinha femelhante :
Non
eftfimilis ei interra.£
que teveTob maisquetodos parafer entre todos
unico,&humso»
Teve
hum
exceíTonotávelem
feustormentos;&
foique
confumidasas carnesdefeueorpo.lheficou
sòmete
apel-.lefobreos beiços. Pelli meaconfamptts carnéus adhxjt*
»
meu
&
d.rdtãafmttantammtde
lábiaarcadentes meos.He
exageração do
tormento,ficarJobsomente
coapel-lefobreosbeiços; gaftadatodaamaispe le-.pomffb
hehu
rò
&
únicoentretodost&
xáo
ha,outroífcmelhate. PoisM.19.10^
iAb ná5te feraelháte,.pornaõ.lteiicarem
feutorme-~VSÊW
peitedos beiços:MeftfmHmn
mterra.Qve
femelhãtepôdeterBartholo
m
eu,quido ne nos beiços lheremanece
apellcíHeoúnicoentre todos.heaPhen.z dosADoaolos,he
o
maior primor de todos os MartyresSarosNaõ
ha-outrofemelhantena
terra,né
ba outro femelhãteno
Ceo:None/linventusjimilisitti. OProfetaEliasfubin-doao
Ceo
largou acapana
terraemasmaõs
de Ehzeu,porhirdcfembaraçado:.]pfêph largou acapa nas
mãos
da adultera,por confervarTua pureza , a.Efpofa largouq
manto
nasmaõ*
dos foldados ? por bufcara fcu .Eípofo:Jonathas largou atúnicaa
David
em
provadefcu amor: Lartholomeu fobre todosnaõ deu túnica, nenr-iranto,vm
capa,mas
largouaprópriapellenaterra,paravoar a:eo, para hirdefembaraçado, para/ubir
maispuro,p^
acharaDeos
Efpofo,para gozar aDeos
amigo. Ncnejintlis
à
inteira.Naõ
ha outrofemelhanteno
Cep, parar osdeféderdetodosnoffos inimigos.Pintefe
S.Banholo-o.eu cõafuapelle esfolada
em
ofeubraçoefquerdo,&c&
<j cutello, cõcj foiesfolado,em afua
maõ
direita:ocutcl-o ferve deefpada^
&
apeLe
derodella: os mais Santos?m
namaõ
direitao infiromento defeu martyriocomo
fpadà,mas.faltaihe arodella,tem
namaõ
efquerda húa almaem
finalde íuavitoria:Jarthçlomeu
eftàarmado
fará nos defender
eom
efpada,&
rodeira
fpa pelléTicá^rodella,a qualjuntamente lieapalma.Rbâella eõtra
nof-fosinimigos,&
palma
defeustriumphos j namefma
pai-»a,
em
que gozaostriumphos, nos offerece os focortosjorque aflim
como
foubcvencer,nos fabe patrocina^ira-yormente
feformos feus affeiçoados , feus devotos, feusíervos,alcãçandoAPSde
Deos
neftavidamuita
graça3&c,LAUS
DE
O.
licenças:
^
«
f
Iftas asinformações}
pòdemfe
imprimir eíies trêsSermões doP.LourençoCraveiro,
&
impreflõs ragíftâi^^^
&
fe dar licença1pàráeb^èiÃ^
^fírnèllanão
correrão. Lisboa<5.deDc-sembrodeíè;^
Manoel dfWâ^alhaes
deMene&es.Manoel Timentdde
ISoufá.
MáríMde'MoWáMânàeí.
Fr\ValeriadeS.Raymudo*
Rodeie
imprimir. Lisboa23. deDezembro
de ió7f.**«<$
BXBri/lavàB^ôdeM
jjf|^fc
aslicenças do S. Officio,&
\
'ÕrdinãriÒ,&depois deimpreíTos, tqiliarão aeítaMe-"
2 1