Fumos Metálicos
e Névoas
NR 09
De acordo com a NR-09, os agentes químicos são substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pelas vias respiratórias na forma de poeira, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores ou que, pela natureza da atividade e
exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão.
CONCEITOS BÁSICOS
PARTICULADOS OU AERODISPERSOIDES
Os agentes químicos na forma de partículas, também chamados
aerodispersoides ou aerossois, são “partículas sólidas ou líquidas de
tamanho inferior a 100 µ, dispersas no ar do ambiente ocupacional e que podem se manter assim por longo tempo” (LOPES, 2007). Podem provocar danos ao organismo, dependendo do tamanho e do formato das partículas. Partículas com diâmetro inferior a 10 µ são respiráveis, enquanto partículas com tamanho maior
do que 10 µ não conseguem penetrar no trato respiratório.
Aerodispersóides
– é O NOME GENÉRICO DAS PARTÍCULAS EM
SUSPENSÃO NO AR, SENDO QUE A FASE
CONTÍNUA OU MEIO DE DISPERSÃO É O AR, E A FASE DESCONTÍNUA OU DISPERSA SÃO AS
PARTÍCULAS (TORLONI, 2003). A concentração dos aerodispersóides é expressa geralmente em mg/m³.
Aerodispersóides
Os aerodispersoides são classificados em
sólidos e líquidos. As partículas sólidas se
subdividem em poeiras, fumaças e fumos
metálicos. Os aerodispersoides líquidos se
dividem em névoas e neblinas.
QUADRO RESUMO DA CLASSIFICAÇÃO DOS AERODISPERSÓIDES
AERODISPERSÓIDES
SÓLIDOS LÍQUIDOS
Poeiras Fumaças Fumos
P
OEIRAS
São uma suspensão de partículas no ar, gerada mecanicamente e
constituída por partículas sólidas, formadas por ruptura mecânica de um sólido. As poeiras são geradas, em diversas situações, tais como: no
manuseio de sólidos a granel, como grãos; na forma de pó, como o óxido de zinco ou o negro de fumo; na moagem ou britagem de minérios; na detonação para desmonte de rochas; no corte de madeira por serra circular; no lixamento madeira ou concreto; no peneiramento de
materiais orgânicos ou inorgânicos, entre outras formas (TORLONI, 2003). Normalmente o tamanho da partícula varia de 0,1 μm.a 25 μm
TIPOS DE POEIRAS
Poeira Total: é toda poeira em suspensão
existente no ambiente de trabalho: são as poeiras respiráveis e não respiráveis.
Poeira Respirável: é aquela cujo diâmetro
equivalente é menor que dez micrometros e que obedece à curva de porcentagem de penetração na região alveolar de acordo com o quadro do item 4, Anexo 12 da NR-15.
Fumaça
A fumaça é a mistura formada por partículas suspensas no ar, gases e vapores resultantes de combustão incompleta de materiais e
contém partículas sólidas de carbono devido à combustão incompleta de materiais orgânicos. As fumaças são partículas sólidas, com
Fumos metálicos
Fumos são aerodispersóides gerados termicamente e constituídos por partículas sólidas resultantes da
condensação de vapores, condensação do estado
gasoso advindo da sublimação ou volatilização de um metal, isto é, são geradas termicamente. Ex: solda
elétrica, chumbo aquecido a 500ºC, para a soldagem de terminais de baterias; fumos de zinco, resultantes da galvanoplastia. As partículas existentes nos fumos são extremamente pequenas, geralmente abaixo
Fibras
São partículas sólidas, produzidas por ruptura mecânica de sólidos, que se diferenciam das
poeiras pela forma alongada, com comprimento de três a cinco vezes superior ao seu diâmetro.
Fibras
Uma das fibras muito estudada, devido ao seu poder
carcinogênico, é o asbesto, definido como “a forma fibrosa dos silicatos minerais pertencentes aos grupos de rochas metamórficas das serpentinas, isto é, a crisotila (asbesto branco) e dos anfibólios, isto é, a actinolita, a amosita
(asbesto marrom), a antofilita, a crocidolita (asbesto azul), a tremolita ou qualquer mistura que contenha um
Névoas
As névoas são gotas entre 0,01 µm e 10 µm, geradas por condensação de um estado gasoso ou pela desintegração de um estado líquido por atomização, ebulição e outros processos. Ex: pintura spray. No caso da aplicação por spray, utilizando-se uma tinta à base de chumbo e
solvente orgânico, os agentes químicos presentes serão: a) névoa formada por gotículas de tinta contendo
solvente e pigmento à base de chumbo; b) vapor do solvente.
Neblina é a suspensão de partículas líquidas no ar, geradas por condensação do vapor de um líquido volátil. Na indústria, “a ocorrência da neblina de um agente químico é muito rara, pois a condensação do vapor no ar só pode ocorrer quando este fica saturado pelo vapor de um líquido, seguindo-se da diminuição da temperatura do ar, provocando, então, a
condensação do excesso de vapor presente” (TORLONI, 2003). As neblinas são partículas líquidas, entre
2 µm a 60 µm.
3. TAMANHO DE PARTÍCULAS
De acordo com o tamanho das partículas e a região do trato respiratório onde depositam, os contaminantes particulados podem ser classificados em inaláveis, torácicos e respiráveis. A Convenção Internacional ACGIH / ISSO / CEN de (1999), estabelece que os limites de exposição ocupacional (LEO’s) para materiais particulados devem ser especificados por fração de tamanhos das partículas.
Segundo a Convenção, estas frações são indicadas nas tabelas que se encontram no livreto de TLV’s da ACGIH.
Particulado Inalável
É a fração de material particulado suspenso no ar,
constituída por partículas de diâmetro aerodinâmico menor que 100 µm, capaz de entrar pelas narinas e pela boca, penetrando no trato respiratório durante a inalação. É apropriada para avaliação do risco
ocupacional associado com os materiais suspensos no ar que exercem efeito adverso quando
depositados no trato respiratório como um todo. (FUNDACENTRO – NHO 08).
Particulado Torácico
É a fração de material particulado suspenso no ar,
constituída por partículas de diâmetro aerodinâmico menor que 25 µm , capaz de passar pela laringe e entrar pelas vias aéreas superiores e penetrar nas
vias aéreas dos pulmões. É apropriada para avaliação do risco ocupacional associado com os materiais
suspensos no ar que exercem efeito adverso nas regiões traqueobronquial e de troca de gases. (FUNDACENTRO – NHO 08)
Particulado respirável
É a fração de material particulado suspenso no ar, constituída por partículas de diâmetro
aerodinâmico menor que 10 µm , capaz de penetrar além dos bronquíolos terminais e se depositar na região de troca de gases dos
pulmões, causando efeito adverso nesse local. (FUNDACENTRO – NHO 08)
Particulado total
É o material particulado suspenso no ar coletado em porta-filtro de poliestireno de 37 mm de diâmetro, de três peças, com face fechada e orifício para entrada do ar de 4 mm de diâmetro, conhecido como cassete. A coleta de particulado total deve ser utilizada somente quando não houver indicação específica para a coleta de particulado inalável, torácico ou respirável.
VOLTANDO AO NOSSO FOCO DE HOJE:
FUMOS
São partículas geradas termicamente, formadas por
condensação de vapores, em geral após volatilização de substância fundida, frequentemente acompanhada de reação química, tal como oxidação.
Exemplos:
• Fumos de Pb (chumbo) — soldagem de terminais de baterias;
https://www.google.com.br/search?q=fumos+met%C3%A1licos&biw=1680&bih=935&tbm=isch&imgil=IipuJCgoVyQyAM%253A%253BCaEVmJxZL_aulM%253Bhttp%25253A%25252F%25252Fwww.sitedasoldagem.co m.br%25252Fsms%25252F&source=iu&pf=m&fir=IipuJCgoVyQyAM%253A%252CCaEVmJxZL_aulM%252C_&usg=__ZsUqVMMbLM1CjphwEpScPVftBD4%3D&ved=0CEgQyjc&ei=F2IkVJiDEJOvyASq1YGQDA#facrc=_&img
dii=_&imgrc=dqUiwyoBtwHIZM%253A%3B8oPIQ-ivxFcXOM%3Bhttp%253A%252F%252Fwww.nederman.com.br%252F~%252Fmedia%252FCampaigns%252FFront_page%252Fbr_solda.ashx%253Fmw%253D970%3Bhttp%253A%252F%252Fwww.nederman.com.br%25 2F%3B940%3B343
Os fumos metálicos, são formados a partir de vapores e gases que se desprendem das peças em fusão, seja da superfície da peça, seja do eletrodo, do revestimento do eletrodo, de substâncias adicionadas à solda dentre
outros. Os vapores e gases, em contato com o oxigênio do ar, após resfriamento e condensação, oxidam-se
rapidamente, formando os fumos.
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NÉVOAS
Névoas são partículas líquidas produzidas por ruptura mecânica de líquido.
Ex.: névoa de tinta — resultante de pintura a pistola.
A exposição à névoa, por exemplo, ocorre na operação de pintura
à pistola.
Dependendo do pigmento da tinta, essa névoa pode conter metais
importantes do ponto de vista de saúde ocupacional, tais como: chumbo, cromo, entre outros.
https://www.google.com.br/search?q=n%C3%A9voas+risco+quimico&espv=2&biw=1680&bih=935&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=W2wlV
MXyFZD5yQTD0oHACA&ved=0CAYQ_AUoAQ#tbm=isch&q=pintura+a+pistola&facrc=_&imgdii=_&imgrc=38btD9obJ-
zOPM%253A%3BswkWEgF-Gc68qM%3Bhttp%253A%252F%252Fblog.habitissimo.com.br%252Fwp-content%252Fuploads%252Fsites%252F4%252F2014%252F01%252FDepositphotos_22662209_s2.jpg%3Bhttp%253A%252F%252Fblog.habitissi mo.com.br%252F2014%252F01%252F05%252Fcomo-usar-uma-pistola-de-pintura-para-pintar-moveis%252F%3B868%3B575
COLETA
O meio de coleta, os instrumentos utilizados, os procedimentos de avaliação são idênticos para fumos metálicos.
A névoa de óleo pode ocorrer em operações de pulverização.
A avaliação é feita utilizando como meio de coleta o filtro de fibra de vidro; e a análise
laboratorial é por absorção no infravermelho. (SALIBA, 2014)
https://www.google.com.br/search?q=n%C3%A9voas+risco+quimico&espv=2&biw=1680&bih=935&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=W2wlVMXyFZD5yQTD0oHACA&ved=
0CAYQ_AUoAQ#facrc=_&imgdii=_&imgrc=clL7hm-59LcT2M%253A%3BXOpf_UUGxcmC2M%3Bhttp%253A%252F%252Fdc401.4shared.com%252Fdoc%252FsyG9TCu_%252Fpreview_html_20ba5fba.jpg%3Bhttp%253A%252F% 252Fdc401.4shared.com%252Fdoc%252FsyG9TCu_%252Fpreview.html%3B587%3B391
Avaliação Ocupacional Dos Agentes Químicos
Duas etapas: levantamento de campo e análise das amostras em laboratório.
Os métodos do NIOSH, OSHA, FUNDACENTRO, entre outros, estabelecem o procedimento de coleta de dados no campo e análise laboratorial. Esses procedimentos devem ser interagidos e
seguidos rigorosamente de forma a minimizar os erros na quantificação. (SALIBA 2014)
É fundamental o reconhecimento dos riscos químicos pois é a base das avaliações
ETAPAS do reconhecimento:
O higienista deve realizar análise do processo; composição química dos produtos envolvidos; forma de contato, entre outras informações pertinentes.
A partir dessa análise, o técnico define o tipo de substância em que deverá ser realizada a avaliação
quantitativa e, por via de consequência, o método a ser aplicado.
Poeira metálica e fumos metálicos
Os efeitos da exposição a fumos ou poeiras metálicas estão condicionados ao tipo de substância presente. Assim sendo, dependendo do processo e das matérias-primas utilizadas, pode ocorrer a exposição a ferro,
manganês, zinco, chumbo, cromo, entre outros. Essas substâncias podem produzir pneumoconiose; doenças como saturnismo (chumbo) e manganismo; irritação; entre outras. (SALIBA 2014, PG. 164)
Limites de tolerância
A NR-15 estabelece limites de tolerância para os seguintes metais:
— Manganês: 5,0 mg/m3 (poeira)
e 1,0 mg/m3 (fumos) — Chumbo: 0,1 mg/m3
Os demais metais em forma de fumos, névoa ou poeira
não possuem limites fixados na NR 15.
Alguns metais são previstos no anexo 13 da NR-15 para fins de caracterização de insalubridade, por avaliação qualitativa. Exemplo: cromo, alumínio, entre outros. Desse modo, na avaliação quantitativa de fumos e
poeira metálica, muitas vezes é necessário recorrer aos limites internacionais, especialmente a ACGIH,
conforme previsto no subitem 9.3.5.1, letra C da NR-09.(SALIBA, 2014, p. 165)
ALGUNS LIMITES ACGIH
SUBSTÂNCIA LIMITE DE TOLERÂN CIA mg/m3 LIMITE CORRIGIDO PARA JORNADA DE TRABALHO BRASILEIRA* mg/m3Fumos de cobre (fumos) 0,20 0,176
Níquel 1,5 1,32
Óxido de zinco (respirável) 2,0 1,76 Alumínio metal (respirável) 1,0 0,88 Ferro, óxido, poeira e fumos
(como Fe) 5,0 4,4
Cromo (metal e compostos de
Cr) 0,5 0,44
Estanho (metal) 2,0 1,76 Prata (metal) 0,1 0,088
INSTRUMENTOS DE COLETA
BOMBA GRAVIMÉTRICA https://www.google.com.br/search?q=BOMBA+GRAVIMETRICA&biw=1680&bih=935&source=lnms&tbm =isch&sa=X&ei=smokVLKoA4GcyATts4KYDw&ved=0CAYQ_AUoAQ#facrc=_&imgdii=_&imgrc=5rpC2iqA7T Fi0M%253A%3BtS1nkTDx8KAT7M%3Bhttp%253A%252F%252Fitest.com.br%252Fconfig%252Fimagens_co nteudo%252Fprodutos%252FimagensGRD%252FGRD_14_BDX- II.jpg%3Bhttp%253A%252F%252Fitest.com.br%252Fseguranca-e-medicina-do-trabalho%252Fbomba-de-amostragem-bomba-gravimetrica-de-poeira-e-fumos-metalicos-bdx-ii-.phtml%3B264%3B184INSTRUMENTOS DE COLETA
FILTROS
https://www.google.com.br/search?q= FILTRO+PARA+COLETA+DE+POEIRA+E+ FUMOS+METALICOS+COM+CASSETE& biw=1680&bih=935&source=lnms&tb m=isch&sa=X&ei=oGskVJWhLJKoyATzp YDgDg&ved=0CAYQ_AUoAQ#facrc=_&i mgdii=_&imgrc=IXdUbiBKjYbZ1M%253 A%3BtNQg3ocnWJBKvM%3Bhttp%253 A%252F%252Fwww.visiolab.com.br%2 52Fwp-content%252Fuploads%252F2012%252 F07%252FFoto-criada-em-2012-07-26- %2525C3%2525A0s-10.58.jpg%3Bhttp%253A%252F%252F www.visiolab.com.br%252Fboletim- tecnico-01-amostragem-de-material- particulado-saturacao%252F%3B640%3B480CALIBRADOR DE BOMBA
https://www.google.com.br/search?q=BOMBA+GRAVIMETRICA&biw=1680&bih=935&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=smokVLKoA4GcyATts4KYDw&ved=0CAYQ _AUoAQ#facrc=_&imgdii=_&imgrc=ujPMO937TiLk0M%253A%3BSEZS0axxNuqBDM%3Bhttp%253A%252F%252Fwww.instrutemp.com.br%252Finstrutemp%252FAs sets%252FProdutos%252FGigantes%252Fcalibrador_bomba_gilibrator_gilair.jpg%3Bhttp%253A%252F%252Fwww.instrutemp.com.br%252Finstrutemp%252Fprod uto%252F186%252Fcalibrador%252Bde%252Bbombas%252Bde%252Bamostragem%252Bgilibrator2%252Bgilian%3B200%3B200
FILME
FILTROS
Para fumos metálicos o meio de
coleta utilizado é o filtro de éster de
celulose de 0,8 µm de porosidade e
37 mm de diâmetro.
Na avaliação de fumo total, deve-se
utilizar filtro de PVC, 37mm de
diâmetro e 5,0 µm de porosidade
.PROCEDIMENTO DE AVALIAÇÃO *Fonte SALIBA ,2014
1ª Etapa — Preparação do filtro
Montar o filtro no porta-filtro ou cassete
apoiado no suporte de papelão ou na placa de prata. *
2ª Etapa — Amostragem de campo
• Calibrar a bomba na vazão adequada de 1,5 L/min a 4,0
L/min, dependendo do método utilizado (NIOSH ou OSHA), utilizando o calibrador.
• Instalar a bomba na cintura do trabalhador e prender o porta-filtro na gola da camisa do trabalhador.
• Acompanhar a amostragem de modo a observar e analisar o funcionamento da bomba; avaliando o possível
mascaramento da amostra; as principais fontes de geração de poluentes; medidas de controle existentes; medidas a serem adotadas; e possíveis interferências.
• O tempo de amostragem é definido em função da
sensibilidade do método analítico, quantidade de geração do poluente, entre outras.
• Após o término da coleta, marcar o tempo final e aferir a calibração da bomba para cálculo da vazão média.*
3ª Etapa — Laboratório
As amostras coletadas deverão ser enviadas
Análise da amostra
As amostras serão analisadas em laboratórios especializados por espectrofotometria de
absorção atômica ou espectrometria de emissão ótima por plasma. Método NIOSH 7303.
Tempo de coleta
O tempo de duração da coleta de cada amostra de ar deve ser o necessário para amostrar um
volume de ar adequado e obter uma quantidade suficiente de material particulado para análise.
VAZÃO MÉDIA
Qm = Qi + Qf
2
VOLUME AMOSTRADO
Va = Qm x ta 1000 sendo:
CONCENTRAÇÃO
C = ma mg/m3 Va C = Concentração do metal, mg/m³ ma = Massa do metal, mg. Va = Volume da amostragem, m³Efeitos independentes
Comparar as concentrações dos metais com os seus respectivos limites de tolerância.
Ex:
CPb = 0,8 mg/m³ L.T = 0,1 mg/m³
Efeitos combinados:
Quando possuo mais de uma substância em minha amostra e essas substâncias tiverem efeitos
tóxicológicos similares sobre o mesmo sistema orgânico ou órgão.
EC= É o somatório dos efeitos independentes, isto é, da concentração de cada substância, dividida pelo respectivo limite de tolerância.
EXEMPLO
Concentração de chumbo = 0,08 mg/m³ LTPb = 0,1 mg/m³ CRPb = 0,08 = 0,8 mg/m3 0,1 Concentração de manganês = 0,7 mg/m³ LTMn = 1,0 mg/m³ CR Mn = 0,7 = 0,7 mg/m3 1,0EC
EC = 0,8 + 0,7
EC = 1,5, ou seja:
O valor do somatório das frações é superior a 1, significa que o limite foi ultrapassado.
EXEMPLO PRÁTICO
Em uma operação de soldagem , foi realizada a coleta de fumos metálicos, mediante os seguintes dados:
— Tempo de amostragem = 220 min — Vazão média = 1,5 L/min
— Resultado das análises: Ferro = 0,75 mg
— Volume Amostrado
Va = Qm x Ta = 1,5 x 220 = 0,33 m3
— Concentração
C = Massa da Substância Va Concentração de ferro = 0,75 mg = 2,27 mg/m3 0,33 m3 Concent. de manganês = 0,22 mg = 0,667 mg/m3 0,33 m3— Efeitos combinados
Os limites de tolerância das substâncias avaliadas são: — ferro (Fe) = 4,4 mg/m3
( ACGIH corrigido para jornada de trabalho brasileira) Cfe = 2,27
— manganês (Mn) = 1,0 mg/m3 – para fumos CMg = 0,67
EC = 2,27/ 4,4 + 0,67/1 EC = 1,18 > 1
ESTRATÉGIA DE AVALIAÇÃO
• DEFINIR FORMA DE AMOSTRAGEM
• DEFINIR TIPO DE AMOSTRAGEM • DEFINIR O GHE
• Pessoal • Da área
• Amostragem completa da jornada com uma única amostra.
• Amostragem completa da jornada com várias amostras consecutivas.
• Amostragem consecutiva em tempo parcial da jornada • Amostragem parcial da
jornada com amostras curtas
GHE
O grupo homogêneo de exposição corresponde a um grupo de trabalhadores que ficam expostos de modo semelhante, de forma que o resultado da avaliação da exposição de qualquer trabalhador ou do grupo seja representativa da exposição do restante dos
trabalhadores do mesmo grupo (Instrução Normativa n. 1 de 20.12.95 do MTE, DOU de 4.1.1996).
— Estratégia de avaliação
Consiste em definir: • os tipos de amostras;
• período e dias de coleta; • tempo de cada coleta; • o número de amostras;
• o tratamento estatístico dos dados por meio de cálculo de probabilidade de risco e limites de confiabilidade.
Estratégia de amostragem
De acordo com Fantazzini e Filho (2010): “As amostras podem ser aleatórias ou
tendenciosas (quando se tem um objetivo definido, por exemplo pesquisa de valor teto ou valor máximo).
A maioria dos outro momentos amostrais devem ser aleatórios, tanto quanto possível.
NIOSH
http://www.cdc.gov/niosh/docs/77-173/pdfs/77-173.pdf
AMOSTRAGEM LONGA DURAÇÃO
a) Amostragem única durante toda a jornada de trabalho — Tipo A
A coleta da amostra é realizada durante toda a jornada de trabalho, considerando o tempo de exposição igual a 8 horas (jornada
b) Amostragem consecutiva durante toda a jornada — Tipo B
São coletadas amostras consecutivas durante toda a jornada de trabalho.
É mais recomendada, pois permite detectar
melhor a concentração acidental e as variações durante a jornada.
c) Amostragem única em tempo parcial da jornada — Tipo C
Nesse tipo, a coleta é realizada em parte da jornada de trabalho, sendo recomendado o
tempo de medição de 70% a 80% da jornada de trabalho. O valor da concentração pode ser
extrapolado para o restante da jornada desde que a exposição seja similar.
d) Amostragem consecutiva tempo parcial — Tipo D
Esse tipo de coleta é idêntica ao tipo B; no entanto, o tempo de medição é inferior à jornada de trabalho.
e) Amostragem aleatória durante a jornada — Tipo E
São feitas de maneira aleatória durante a
jornada de trabalho, e os dados obtidos serão tratados estatisticamente por meio da
distribuição log normal, conforme
recomendação do estudo de Leidel Busch e Lynch.
Devido aos custos de avaliação dos agentes
químicos (filtros, analises químicas , etc), no Brasil, a maioria das coletas são feitas por meio de
amostragem única em tempo inferior à jornada de trabalho (Tipo C).
Nesse tipo de coleta, é necessário analisar criteriosamente o tempo de exposição do trabalhador ao agente durante a jornada de trabalho com o objetivo de determinar a
Mais OBSERVAÇÕES sobre amostragem
Amostragem de curta duração
É aquela realizada em um período de até 15 minutos. Fornece como resultado a concentração média relativa a esse período.
É utilizada principalmente para verificar se
o limite de tolerância de curta duração estabelecido na ACGIH foi ultrapassado.
Amostragem instantânea
É aquela realizada em um período máximo de 5 minutos. Fornece como resultado a
concentração instantânea da substância. É utilizada principalmente para verificar se o valor máximo permitido ou valor-teto foi ultrapassado. (SALIBA, 2014, p. 139)
Amostragem ambiental
Ao contrário das amostragens anteriores, que são realizadas no nível respiratório dos trabalhadores, a avaliação ambiental é realizada no ambiente de
trabalho e fornece como resultado a concentração da substância nesse local. É utilizada principalmente para verificar a eficiência de medidas de controle
existentes, tais como ventilação local exaustora ou diluidora. (SALIBA, 2014, p. 139)
Unidades de medida
Os limites de tolerância para exposição à poeira, são expressos em mg/m3.
(exceto asbestos que é quantificado por fibras)
Ou seja, a massa retirada do filtro dividida pelo volume amostrado.
Assim sendo, na avaliação quantitativa, temos que determinar os seguintes parâmetros:
vazão da bomba em L/min e o tempo de
amostragem (Ta) em minutos, o volume obtido na fórmula será expresso em litros. Para
transformar esse volume em m3, divide-se o resultado obtido por 1.000. Assim, temos:
Va = Q x Ta
Concentração
A concentração de poeira em mg/m3 é obtida pela seguinte fórmula: C = m Va Sendo: C = concentração de poeira m = massa da amostra em mg Va = volume amostrado em m³
Parte Por Milhão — ppm
Essa unidade é muito utilizada para gases e
vapores. O ppm é a concentração expressa em volume/volume.
Considere o cubo de 1m³ de volume e o cubo de 1cm³de ar em seu interior, o valor da concentração em PPM é igual a:
Transformação de mg/m³ para ppm
Conversão das fórmulas
—ppm = 24,45 x mg/m3
PM sendo:
PM = peso molecular da substância ppm = parte por milhão
Transformação de ppm para mg/m³
mg/m
3= ppm x PM
Exemplo:
Transformar 5 ppm de Benzeno (C6H6) em mg/m³ C – carbono
H - Hidrogênio
Dados: Peso atômico — C = 12 g/mol — H = 1 g/mol
PM = 12 x 6 + 1 x 6 = 78 g
mg/m3 = 5 x 78 = 15,95 mg/m3
TABELA PERIÓDICA
https://www.google.com.br/search?q=tabela+peri%C3%B3dica&biw=1680&bih=935&tbm=isch&imgil=ZuJerfTCkKRdKM%253A%253BHUyouL2DKogj _M%253Bhttp%25253A%25252F%25252Fnoticias. universia.com.br%25252Fvida-universitaria%25252Fnoticia%25252F2012%25252F09%25252F13%25252F966195%25252Faprenda-tabela-periodica-com-harry-potter.html&source=iu&pf=m&fir=ZuJerfTCkKRdKM%253A%252CHUyouL2DKogj_M%252C_&usg=__qWJlPYDFQ6Qi2RDcG422WVcDHSw%3D&ved=0CCYQyjc&ei=hLIqVKXSI5eqggSn1YH4Dw#facrc=_& imgdii=_&imgrc=C-43JenCAsnWwM%253A%3Bsg8cmXN2J4H7YM%3Bhttps%253A%252F%252Fwww.10emtudo.com.br%252F_img%252Fupload%252Fartigo%252Fartigo_10_6.g if%3Bhttps%253A%252F%252Fwww.10e mtudo.com.br%252Fartigo%252Fhistoria-da-tabela-periodica%252F%3B750%3B486Brief & Scala
A adoção dos limites de tolerância da ACGIH devem ser corrigidos com base na fórmula Brief & Scala, vez que a
jornada de trabalho no Brasil é de 8 horas diárias e 44 horas semanais, enquanto que os limites da ACGIH são para jornada de 8 horas por dia e 40 horas semanais. (SALIBA 2014)
O fator de redução do limite de tolerância Brief & Scala é o seguinte:
FR = 40 x 168 - h (72)
Brief & Scala
sendo:
FR = fator de redução
h = jornada de trabalho em horas
Exemplo:
O fator de redução do limite da jornada de trabalho de 40 horas semanais para 44 horas semanais é:
FR = 40 x 168 - 44 = 0,88
Volume amostrado
Va = Q x Ta
Sendo:
Va = volume amostrado
Q = vazão média durante a amostragem Ta = tempo de amostragem em minutos
EXERCÍCIOS
Foi realizada avaliação quantitativa de fumos de chumbo em um funcionários obtendo-se o
resultado de laboratório de 0,02 mg (massa de chumbo na amostra).
O tempo de coleta foi de 250 minutos; A vazão da bomba = 1,5 l/min.
DADOS
Q = 1,5 l/min Ta = 250 min
Massa Pb = 0,02mg
RESOLUÇÃO
Va – VOLUME AMOSTRADO
Va = Q X T Va = 1,5 X 250 1000 1000 Va = 0,375 m³
Concentração
C = M V C = 0,02 mg 0,375 m³ C = 0,0533 mg /m³ L.T. = 0,1mg/m³ C < L.T.Informações adicional sobre o Chumbo
O chumbo é um metal de cor cinza azulado, muito mole e maleável, que funde a uma temperatura de 327 graus centígrados. Em temperaturas superiores a 500 graus centígrados, o chumbo evapora-se
produzindo a contaminação do ar nos ambientes de trabalho, por meio do chamado fumo metálico, que é uma forma de poeira muito fina.
Durante os trabalhos de reforma de baterias os trabalhadores podem intoxicar-se de
três formas:
Respirando a “fumaça” de chumbo: ao derreter a sucata de chumbo, soldar terminais, confeccionar pente e pinos, o chumbo evapora formando fumos metálicos. (FUNDACENTRO, 2001)
Respirando “poeira” de chumbo: há geração de poeira na abertura de caixas de baterias, manuseio de sucata, moagem de chumbo, montagem de placas e varrição de pisos e bancadas, há geração de poeira.
Alimentando-se ou fumando nos ambientes de trabalho: as mãos sujas de chumbo contaminam os alimentos e o cigarro. A água potável, copos e as vasilhas também podem ser contaminados pela poeira do ambiente de trabalho.
FORMAS DE CONTROLE E PREVENÇÃO DA INTOXICAÇÃO POR CHUMBO
Sistemas de Exaustão Local Exaustora em Bancadas de Trabalho –:
Serviços de soldagem e fundição de chumbo devem possuir coifa com sucção ao fundo e não sobre a bancada.
Serviços de montagem de placas de baterias e demais serviços que geram poeira devem possuir grelha na bancada para a coleta das partículas e sistema
de sucção ao fundo.
As bancadas de trabalho com sistemas de exaustão devem ser fechadas nas laterais para aumentar a eficiência de sucção do exaustor.
É de vital importância que o captor (coifa) possua também um visor de vidro ou acrílico, na frente, na altura do rosto
do trabalhador, para dessa forma evitar que ele respire o chumbo sob forma de poeira ou fumo antes que
o mesmo seja sugado pelo sistema.
Coifas suspensas sobre as bancadas de trabalho e com o trabalhador posicionando entre a coifa e a bancada não oferecem nenhuma proteção.
Exemplo de bancada de trabalho com sistema de exaustão e sucção posicionado ao fundo
(FUNDACENTRO 2001)
Este tipo de cabine é
recomendado para trabalhos de soldagem no qual há
geração de fumos de chumbo quando ele é fundido.
Exemplo de bancada de trabalho para execução de montagem de baterias e placas, com gaveta
coletora de resíduos:
Esse tipo de cabine é recomendado para trabalhos nos quais há geração de poeira.
Modelo de sistema de exaustão para fornos e panelas de fusão de chumbo:
As coifas para esse tipo de trabalho devem possuir sucção ao fundo. O trabalhador jamais deve ficar
posicionado debaixo da coifa (captor). Os locais onde ficam as fôrmas com chumbo quente devem também dispor de sistema de exaustão, evitando,
dessa forma, que o chumbo, ainda quente, evapore para o ambiente de trabalho e contamine o trabalhador. (FUNDACENTRO, 2001)
Exemplo de esmeril com sistema de exaustão (FUNDACENTRO 2001)
Os serviços de acabamento dos
terminais e demais componentes da bateria, utilizando esmeril, devem ser feitos com o equipamento dotado de exaustão e o rebolo deve ficar quase totalmente enclausurado pela coifa. Dessa forma a poeira gerada não contaminará o trabalhador e o
ambiente.
O esmeril deve dispor também de uma base grelhada para apoio da peça a ser trabalhada.
Escolha da máscara
Na abertura e manuseio de sucatas, montagem de placas e varrição, há geração de poeira.
Na soldagem, confecção de pente, fusão de chumbo, formam-se fumos metálicos.
Na carga e recarga de baterias, há geração de névoas de ácido sulfúrico.
Portanto os trabalhadores devem utilizar máscara com FILTRO MECÂNICO TIPO P2 quando houver
exposição a POEIRA, FUMO METÁLICO E/OU NÉVOA ÁCIDA. FUNDACENTRO 2001).
Observação Importante:
Não se deve utilizar a máscara colocando um pano entre o rosto e o equipamento.
Dessa forma, o tecido permite que ocorra vazamento de chumbo para a área interna da máscara, contaminando o trabalhador (FUNDACENTRO 2001)
Referencias bibliográficas
Brasil, Fundacentro. Norma de Higiene Ocupacional- NHO – 08, 2009 Brasil, Fundacentro. O Chumbo e as formas de controle. 2001
FANTAZZINI, Mário Luiz e FILHO, Anis Saliba. Estratégia de amostragem: gestão das exposições na higiene ocupacional. Revista da Associação de Higienistas OcupacionaisJul.2010.
SALIBA, Tuffi Messias. Manual prático de avaliação e controle de poeiras e outros particulados. LTR. 2014
SALIBA, Tuffi Messias. Manual prático de Higiene Ocupacional e PPRA. LTR. 2014