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EVOLUÇÃO GEOLÓGICA DO TERRITÓRIO NACIONAL

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Academic year: 2021

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EVOLUÇÃO GEOLÓGICA DO TERRITÓRIO NACIONAL

O Brasil apresenta, em seu território, um dos mais completos registros da evolução geológica do planeta Terra, com expressivos testemunhos geológicos das primeiras rochas preservadas, do Arqueano Inferior, datando de mais de 3.0 bilhões de anos e, de forma quase ininterrupta, até os dias atuais.

Sinteticamente, pode-se descrever os compartimentos geológicos que compõem o território brasileiro dizendo que a partir dos paleocontinentes arqueanos (núcleos granito-greenstones), ao longo do Paleoproterozóico (2.300 – 1.800 m.a.) ocorreram diversas colagens nas margens ativas, isto é, margens de um continente onde o oceano é consumido (Figura 2) e os blocos continentais vão se acrescionando ao continente. Enquanto isso, no interior das placas, a culminância do processo de acresção teve como resultado o megacontinente Atlântica, sobre o qual depositaram-se extensas coberturas sedimentares (Figura 3), tendo como exemplos: o Grupo Roraima e o Espinhaço, além de coberturas vulcano-sedimentares do tipo continental. Ao final desse período (1.800 – 1.600 m.a.) houve a fragmentação desse grande bloco crustal e, ao longo do Mesoproterozóico (1.600 – 1.000 m.a.) uma outra sucessão de colisões levou à constituição de uma nova grande massa continental, denominada Rodínia (Figura 4).

b)

a)

Figura 2 – a) Oceano sendo consumido entre dois blocos continentais A e B b) Colagem do bloco A e Bloco B, após o consumo do oceano

(2)

Figura 3 – Desenho esquemático mostrando a deposição de rochas sedimentares e erupção de rochas vulcânicas sobre a placa continental

Figura 4 – Supercontinente Rodínia, formado a aproximadamente 1,1 bilhão de anos (Mesoproterozóico), começando a fragmentar-se há, aproximadamente, 750 m.a. Fonte: Modificado de Press et al 2006.

Novamente, entre 900 e 700 milhões de ano, uma nova fragmentação de Rodínia, levou à separação de três grandes blocos: Gondwana Leste, Laurentia e Gondwana Oeste (englobando o território brasileiro).

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Durante o Neoproterozóico (1.000 a 545 m.a.), a movimentação e junção dos blocos Gondwana leste e oeste, entre 750 – 490 m.a., veio a constituir o megacontinente Gondwana.

Avançando para o Paleozóico, novas massas continentais vieram a se somar a Gondwana e, ao final desse período, formou-se o supercontinente Pangéia (Figura 5). No interior dos continentes os processos extensionais atuaram no sentido de dar origem a regiões rebaixadas, permitindo o desenvolvimento de extensas bacias deposicionais (sinéclises), a exemplo das bacias do Parnaíba, Amazonas e Paraná.

Figura 5 – Desenho esquemático do super continente Pangéia, já agregado há cerca de 237 m.a., no Triássico Inferior, circundado por um super oceano chamado Pantalassa (do grego “todos os mares”). Fonte: Modificado de Press et al 2006.

A mesma geodinâmica que formou o Pangéia veio a fragmentá-lo, processo que consumiu aproximadamente 100 milhões de anos, no Jurássico e Cretáceo. De especial interesse nesse processo foi a separação de Brasil e África, com a abertura do Oceano Atlântico, dando origem a inúmeras bacias sedimentares costeiras, portadoras de petróleo, sais e outros recursos minerais.

Um importante avanço na compreensão da evolução dos continentes nos é dado pela teoria dos assim chamados Ciclos de Wilson, segundo a qual os

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a uma periodicidade de aproximadamente 500 milhões de anos. Dessa forma, através dos bilhões de anos de evolução experimentados pelos continentes, existem registros de choques e afastamento de diversas placas continentais pretéritas, que aos poucos foram se soldando até constituírem o que hoje conhecemos como América do Sul e os demais continentes (Figura 6).

Figura 6 – Configuração atual dos continentes há pelo menos 65 m.a. Fonte: Modificado de Press et al 2006.

Somente é possível entender o arcabouço geológico se tivermos em mente a teoria da migração das placas tectônicas, segundo a qual os continentes se movem sobre as camadas mais internas da Terra devido a movimentos convectivos sob grandes temperaturas (Figura 7).

Figura 7 – Movimentação das placas tectônicas. Fonte: Modificado Teixeira et al 2000.

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No que concerne à formação do território brasileiro, são destacadas três condições geológicas fundamentais: margens ativas, margens passivas e ambiente intra-placa (Figura 8). Elas nos permitem compreender a intrincada relação geométrico-espacial das unidades geológicas que compõem o arcabouço geológico do território brasileiro que, por conseguinte, forneceu o embasamento teórico factual para a formulação dos critérios para a subdivisão das unidades geológico-ambientais, como veremos a seguir.

c) Margem Passiva

b) Intraplaca a) Margem Ativa

Figura 8 – Itens a e b apresentam um perfil de um limite de placa convergente mostrando as principais feições geológicas formadas e as associações de rochas relacionadas. Item c: fragmentação de uma massa continental e desenvolvimento de margens continentais passivas. Fonte: Modificado Teixeira et al 2000.

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No que diz respeito aos ambientes em que as rochas se formam, pode-se distinguir duas situações extremas: a) na zona de colisão ou zona orogênica, que cedo ou tarde vai constituir uma cadeia de montanhas e, b) na parte interna das placas, protegida do intenso metamorfismo que ocorre nas faixas de colisão. Naturalmente, entre as duas situações existem situações intermediárias margeando os cinturões metamórficos.

No auge da evolução dos cinturões orogênicos vão se formar, preferencialmente, as chamadas rochas cristalinas, plutônicas e metamórficas, enquanto nas porções intra-placa se depositarão as coberturas sedimentares, associadas a vulcanismo de grandes dimensões. Cabe ainda salientar que, no lado oposto da zona colisional, entre duas placas, forma-se normalmente uma margem passiva, onde predomina a tectônica distensional, dando origem a atual plataforma marinha brasileira, por exemplo.

Nos tempos atuais, América do Sul e África estão se afastando a alguns centímetros por ano. Esse afastamento contínuo, iniciado há cerca de 200 milhões de anos, deu origem ao Oceano Atlântico. No outro lado do Continente Sul-americano, contudo, a partir do final do Cretáceo tem-se o choque da Placa de Nazca (basáltica) que afunda sobre a América do Sul, dando origem a duas grandes feições geológicas – a Cadeia Andina que se eleva a quase 6.000m de altura, e um intenso magmatismo plutônico e vulcânico, decorrente da fusão de camadas internas da crosta devido ao grande calor gerado ao longo da zona de subducção da Placa de Nazca (Figura 9).

Figura 9 - Distribuição geográfica das placas tectônicas da Terra. Os números representam as velocidades em cm/ano entre as placas, e as setas, os sentidos do movimento. Fonte: Modificado Teixeira et al 2000.

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/ TASSINARI

A importância da orogênese andina para a evolução geológica do território brasileiro é espetacular, constituindo-se na base da origem das bacias terciárias da porção ocidental do país, pelas flutuações climáticas, e por fim, por toda a evolução dos geossistemas.

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