• Nenhum resultado encontrado

Qualidade de vida relacionada à saúde avaliada pelo Inventário Pediátrico de Qualidade de Vida 4.0 em pacientes pediátricos com hanseníase e manifestações musculoesqueléticas.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Qualidade de vida relacionada à saúde avaliada pelo Inventário Pediátrico de Qualidade de Vida 4.0 em pacientes pediátricos com hanseníase e manifestações musculoesqueléticas."

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

w w w . r e u m a t o l o g i a . c o m . b r

REVISTA

BRASILEIRA

DE

REUMATOLOGIA

Artigo

original

Qualidade

de

vida

relacionada

à

saúde

avaliada

pelo

Inventário

Pediátrico

de

Qualidade

de

Vida

4.0

em

pacientes

pediátricos

com

hanseníase

e

manifestac¸ões

musculoesqueléticas

Luciana

Neder

a

,

Marlon

van

Weelden

b,c

,

Gabriela

Ribeiro

Viola

d

,

Daniela

Mencaroni

Lourenc¸o

d

,

Claudio

A.

Len

e

e

Clovis

A.

Silva

d,f,∗

aServic¸odeDermatologia,UniversidadeFederaldoMatoGrosso(UFMT),Cuiabá,MT,Brasil

bVUUniversity,FaculdadedeMedicina,Amsterdã,Holanda

cDepartamentodePediatria,FaculdadedeMedicina,UniversidadedeSãoPaulo(USP),SãoPaulo,SP,Brasil

dUnidadedeReumatologiaPediátrica,FaculdadedeMedicina,UniversidadedeSãoPaulo(USP),SãoPaulo,SP,Brasil

eUnidadedeReumatologiaPediátrica,UniversidadeFederaldeSãoPaulo(Unifesp),SãoPaulo,SP,Brasil

fDivisãodeReumatologia,FaculdadedeMedicina,UniversidadedeSãoPaulo(USP),SãoPaulo,SP,Brasil

informações

sobre

o

artigo

Históricodoartigo:

Recebidoem10deabrilde2014

Aceitoem1dedezembrode2014

On-lineem23demaiode2015

Palavras-chave:

Lepra Crianc¸a Hanseníase

Qualidadedevidarelacionadaà

saúde Artrite

r

e

s

u

m

o

Objetivo:Avaliaraqualidadedevidarelacionadaàsaúde(QVRS)empacientespediátricos

comhanseníase.

Métodos:Estudotransversalcom47pacientescomhanseníasee45indivíduossaudáveis.

AQVRSfoimensuradapeloPediatricQualityofLifeInventory4.0(PedsQL4.0)eos

domí-niosfísico,emocional,socialeescolarforamavaliados.Ospacientescomhanseníaseforam

classificadospeloscritériosdeRidleyeJoplingeavaliadosdeacordocommanifestac¸ões

clínicasmusculoesqueléticas,laboratoriaiseexamesradiográficos.

Resultados:Amédiadeidadeatualfoisimilarempacientescomhanseníaseecontroles

[12(6-18)vs.15(5-18)anos,p=0,384],assimcomofrequênciasdosexofeminino(p=0,835)

eclassessocioeconômicasbrasileirasmédia/baixa(p=1,0).Deacordocomaautoavaliac¸ão

dacrianc¸arelacionadacomasatividadesescolares,essedomíniofoisignificativamente

menornospacientescomhanseníaseemrelac¸ãoaoscontrolesde13-18anos[75(45-100)

vs.90(45-100), p=0,021].Osoutros domíniosforamsemelhantesem ambososgrupos

(p>0,05).Pelomenosumamanifestac¸ãomusculoesquelética(artralgia,artritee/oumialgia)

foiobservadaem15%dospacientescomhanseníaseenenhumanoscontroles(p=0,012).

Umacomparac¸ãomaisdetalhadaentrepacientescomhanseníasemostrouqueamediana

dodomíniodecapacidadefísica[81,25(50-100)vs.98,44(50-100),p=0,036]edeatividades

escolarespelaautoavaliac¸ãodacrianc¸a[60(50-85)vs.80(45-100),p=0,042]era

significante-mentemenornospacientescommanifestac¸õesmusculoesqueléticasemcomparac¸ãocom

adospacientessemessasmanifestac¸ões.(1)Nenhumadiferenc¸afoievidenciadaentreos

outrosparâmetrosdeQVRSemambososgruposrelatadospelospacientesepais(p>0,05).

Autorparacorrespondência.

E-mail:clovisaasilva@gmail.com(C.A.Silva).

http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2014.12.013

(2)

Conclusões: Diminuic¸õesdosdomínioscapacidadefísicaeescolarforamobservadasem

pacientescomhanseníasepediátricaemanifestac¸õesmusculoesqueléticas.

©2015ElsevierEditoraLtda.Todososdireitosreservados.

Health-related

quality

of

life

evaluated

by

Pediatric

Quality

of

Life

Inventory

4.0

in

pediatric

leprosy

patients

with

musculoskeletal

manifestations

Keywords:

Leprosy Children

Hansen’sdisease

Health-relatedqualityoflife

Arthritis

a

b

s

t

r

a

c

t

Objective: Toevaluatethehealth-relatedqualityoflife(HRQL)inpediatricleprosypatients.

Methods: Across-sectionalstudyincluded47leprosypatientsand45healthysubjects.The

HRQLwasmeasuredbyPediatricQualityofLifeInventory4.0(PedsQL4.0),andevaluated

physical,emotional,socialandschooldomains.Theleprosypatientswereclassifiedby

RidleyandJoplingclassificationcriteriaandassessedaccordingtoclinicalmusculoskeletal

manifestations,laboratoryandradiographicexaminations.

Results: Themedianofcurrentagewassimilarinleprosypatientsandcontrols[12(6-18)

vs.15(5-18)years,p=0.384],likewisethefrequenciesoffemalegender(p=0.835)and

mid-dle/lowerBraziliansocio-economicclasses(p=1.0).Thedomainschoolactivitiesaccording

thechild-selfreportwassignificantlylowerinleprosypatientscomparedtocontrolsinthe

agegroupof13-18years[75(45-100)vs.90(45-100),p=0.021].Theotherdomainswerealike

inbothgroups(p>0.05).Atleastonemusculoskeletalmanifestation(arthralgia,arthritis

and/ormyalgia)wasobservedin15%ofleprosypatientsandnoneincontrols(p=0.012).

Furthercomparisonbetweenallleprosypatientsshowedthatthemedianofthephysical

capacitydomain[81.25(50-100)vs.98.44(50-100),p=0.036]andschoolactivitiesdomainby

child-selfreport[60(50-85)vs.80(45-100),p=0.042]weresignificantlylowerinpatientswith

musculoskeletalmanifestationscomparedtopatientswithoutthesemanifestations.No

differenceswereevidencedbetweentheotherHRQLparametersinbothgroups,reported

bypatientsandparents(p>0.05).

Conclusions: Reducedphysicalcapacityandschoolactivitiesdomainswereobservedin

pediatricleprosypatientswithmusculoskeletalmanifestations.

©2015ElsevierEditoraLtda.Allrightsreserved.

Introduc¸ão

Alepra,tambémconhecidacomohanseníase,écausadapelo

Mycobacteriumleprae.1Éumadoenc¸ainfecciosarelevantenos

paísesemdesenvolvimento.NoBrasil,6,7%doscasos

recen-tementedetectadosdehanseníaseforamdiagnosticadosem

crianc¸aseadolescentes.2

As manifestac¸ões clínicas da hanseníase pediátrica

incluemváriaslesõesdepele,dormênciadapele,lesõesde

nervosperiféricos,artralgiaeartrite.3–11Nessesentido,

recen-tementedetectamosqueasmanifestac¸ões

musculoesquelé-ticasestavamassociadasàhanseníasegraveemcrianc¸ase

adolescentes,especialmente empacientes queapresentam

comprometimentodafunc¸ãoneuraleneuropatia.12

Além disso, pacientes adultos com hanseníase podem

apresentar escores reduzidos de qualidade de vida

relaci-onada com a saúde(QVRS), particularmente nos domínios

de capacidade física e participac¸ão social.13–17 De acordo

comnossoconhecimento,aQVRSraramentefoirelatadaem

hanseníase pediátrica17 e o impacto das manifestac¸ões

musculoesqueléticas na QVRS não foi investigado

anteriormente.

Portanto,osobjetivosdesteestudoforamavaliaraQVRS

empacientescomhanseníaseecontrolessaudáveis,como

usodeuminstrumentogenéricoparacrianc¸as/adolescentes

eseustutoreslegais,eavaliarapossívelinfluênciadapresenc¸a

de manifestac¸ões musculoesqueléticas na diminuic¸ão da

QVRS.

Pacientes

e

métodos

Um estudo transversal foi feito com 56 pacientes com

hanseníase, queforam acompanhadosnaUnidade de

Der-matologia de um hospital terciário no Brasil. Desses, a

QVRS de 47 pacientes com hanseníase foi avaliada

siste-maticamente.Todosospacientesforamdiagnosticadoscom

hanseníasedeacordocomasdiretrizesdoPrograma

Nacio-naldeHanseníase4eoscritériosdeclassificac¸ãodeRidleye

Jopling.18Ogrupocontroleincluiu45crianc¸aseadolescentes

saudáveisdeescolalocalnoBrasil.Esteestudofoiaprovado

pelo Comitêde Éticalocal.Os pacientesecontroles eseus

responsáveis assinaram o termo de consentimento livre e

(3)

Métodos

Dadosdemográficos

Incluíram idade atual e sexo. As classes socioeconômicas

brasileiras foram classificadasdeacordocom a Associac¸ão

BrasileiradosInstitutosdePesquisadeMercados.19

Avaliac¸ãoclínicadehanseníase

Foifeitade acordocomasdiretrizes doProgramaNacional

deHanseníase.4Ospacientescomhanseníaseforamtambém

classificadospeloscritériosdeclassificac¸ãodeRidleyeJopling:

tuberculoide(T),dimorfa-tuberculoide(DT),dimorfa-dimorfa

(DD),dimorfa-virchowiana(DV),virchowiana(V)ou

indeter-minada(I).18

Manifestac¸õesmusculoesqueléticas

Foram definidas de acordocom: artralgia(dor articular ou

sensibilidade difusa sem evidênciasde inflamac¸ão), artrite

(edema articularou limitac¸ãoda amplitude de movimento

articularcomdorousensibilidadenasarticulac¸ões)emialgia

(dormuscularousensibilidadeemumoumaismembros,sem

evidênciadeinflamac¸ão).Aartritefoiclassificadadeacordo

comonúmerodearticulac¸õesacometidas[oligoarticular

(qua-tro ou menos articulac¸ões) e poliarticular (cinco ou mais

articulac¸ões)],durac¸ão[aguda(menosdeseissemanas)e

crô-nica(seissemanasoumais)],distribuic¸ãoarticular[simétrica

ou assimétrica],padrão de envolvimentoarticular [aditivo,

migratórioeintermitente]etipo deenvolvimentoarticular

[periférico(articulac¸õesgrandesoupequenas)eaxial].

Avaliac¸ãodaqualidadedevidarelacionadaàsaúde

AQVRSfoideterminadapeloinstrumentogenéricoPediatric

QualityofLifeInventory4.0(PedsQL4.0)validadoparao

por-tuguêsdoBrasil,comousodediferentesversõesparatrês

grupos etários5-7, 8-12 e13-18 anos.20,21 Dois formulários

paralelosforamusadosnopresenteestudo:PedsQL4.0com

autoavaliac¸ãodascrianc¸asePedsQL4.0comquestionáriodos

pais.OquestionárioPedsQL4.0incluiescalasemquatro

domí-niosmultidimensionais apresentadosno mêsanterior,tais

comocapacidadefísica,aspectosemocionais,aspectossociais

eatividadesescolares.Os23itensforamregistradoscomuma

escaladecincopontosnosgruposde8-12anos,13-18anose

pais(0-nunca,1-quasenunca,2-àsvezes,3-

frequente-mentee4-quasesempre)eparaascrianc¸asnafaixade

5-7anos,comumaescaladetrêspontos(0-nunca,2-àsvezes

e3-frequentemente).Asomadapontuac¸ãototalvarioude0

a100.Amaiorpontuac¸ãoindicouumamelhorQVRS.20,21

Exameslaboratoriaiseradiográficos

Exames laboratoriais foram feitos de forma cega para as

avaliac¸ões clínicas e QVRS. Os seguintes autoanticorpos

séricos foram medidos na inclusão no estudo: anticorpos

antinucleares (FAN) foram mensurados por

imunofluores-cênciaindireta emcélulasdeepiteliomadecélulahumana

(HEp-2)(GMK,EUA)ereativoemdiluic¸ãosérica≥1:80definido

como positivo. Isotipos de anticardiolipina (aCL) IgG eIgM

porensaioimunoenzimáticoligadoàenzima(ELISA)(Phadia,

Suécia,valordecortede20GPLe/ouMPL).Asdetecc¸õesdo

HLA B27 e fator reumatoide (FR)foram feitas pela técnica

interna dereac¸ãoemcadeiada polimerase emtemporeal

(ArupLaboratories,EUA)eporensaiosimunoturbidimétricos

com corte < 20UI/ml (Wiener, Argentina), respectivamente,

empacientesecontrolescomartralgiae/ouartrite.

Radiogra-fiasconvencionaisdearticulac¸õesforamfeitasempacientes

e controlescom artralgiae/ou artriteeclassificadascomo:

diminuic¸ãodeespac¸oarticular,erosõeseanquilose.

Análiseestatística

FoifeitacomoprogramaestatísticoSPSS.Foiusadooteste

deMann-Whitneynãoparamétricoparacompararas

variá-veis contínuas e apresentadas como mediana (intervalo).

Diferenc¸asnasfrequênciasforamavaliadaspelotesteexato

de Fisherparavariáveis categóricas.Osvalores depforam

fixadosem5%(p<0,05)emtodosostestesestatísticos.

Resultados

Amediada idade atualfoisimilar empacientes com

han-seníase e controles saudáveis [12 (6-18) vs. 15 (5-18) anos,

p=0,384],damesmaformaasfrequênciasdesexofeminino

(47%vs.51%,p=0,835).Nenhumadiferenc¸afoievidenciada

nafrequênciadeclassessocioeconômicasmédias/baixas

bra-sileirasentreosgrupos(91%vs.93%,p=1,0).

Dados demográficos, critérios de classificac¸ão,

mani-festac¸õesclínicas,anormalidadeslaboratoriais,radiografiase

tratamentosfeitosnospacientescomhanseníaseforam

des-critosnatabela1.

A tabela2inclui escoresde PedsQL 4.0para três faixas

etáriasdecrianc¸aseadolescentescomhanseníasee

contro-lessaudáveiseseuspais.Odomíniodeatividadesescolares

deacordocomaautoavaliac¸ãodascrianc¸asfoi

significativa-mentemenorempacientescomhanseníasecomparadoscom

controlessaudáveisnafaixade13-18anos[75(45-100)vs.90

(45-100),p=0,021](tabela2).Osoutrosdomíniosforam

simi-laresemambososgrupos(p>0.05).Todososdomíniosforam

semelhantesnasavaliac¸õesdospais(p>0,05,tabela2).

Pelomenosumamanifestac¸ãomusculoesquelética

(artral-gia,artritee/oumialgia)foiobservadaem15%dospacientes

com hanseníase e nenhuma em controles saudáveis (p =

0,012).Cincopacientescomhanseníaseapresentaram

poliar-triteagudaoucrônicaperiférica,assimétrica,migratóriadas

pequenasarticulac¸õesdasmãos(articulac¸ões

metacarpofa-langeanaseinterfalangeanasproximais),comdurac¸ãomédia

de12 meses(variac¸ãode15diasa36meses).Quatrodeles

tinhamaformadehanseníasedimorfa-dimorfaepoliartrite

crônicacomrigidezmatinal,quemimetizavaaartrite

idiopá-ticajuvenil(AIJ).FANeHLAB27foramnegativosemtodosos

pacientescomartralgiae/ouartrite.FRfoipositivoemdoisde

cincopacientescomartralgiae/ouartrite.Nenhumdelestinha

anormalidadesemradiografiasarticularesconvencionais.

Uma comparac¸ão mais detalhada entre todos os

(4)

Tabela1–Dadosdemográficos,critériosdeclassificac¸ão, manifestac¸õesclínicas,laboratório,radiografia

etratamentosempacientescomhanseníase

Variáveis Pacientescom

hanseníase (n=47)

Dadosdemográficos

Idadeatual,anos 12(3-18)

Sexofeminino 25/47(53)

Classessocioeconômicasbrasileiras

Classesmédia/médiabaixa 46(92)

Critériosdeclassificac¸ãodeRidleyeJopling

Dimorfa-Dimorfa 21(45)

Indeterminada 0(0)

Tuberculoide 26(55)

Virchowiana 0(0)

Classificac¸ãodaOrganizac¸ãoMundialdeSaúde(OMS)

Multibacilar 21(45)

Paucibacilar 26(55)

Manifestac¸ãoclínica

Lesõescutâneashipopigmentadasou eritematosascomperdadesensibilidade

47(100)

Eritemanodoso 0(0)

Neuropatiaperiféricasilenciosa 2(4)

Artralgia 1(2)

Mialgia 3(6)

Artrite 5(11)

Laboratório

Autoanticorpos

Anticorposantinucleares(FAN) 1(2)

Fatorreumatoide 2/5(20)

AnticardiolipinaIgM(aCL) 7(15)

IgGaCL 1(2)

Radiografia

Anormalidadesderadiografiasarticulares 0(0)

Tratamentos

Prednisona 8(17)

Rifampicina,dapsonaeclofazimina 21(45)

Rifampicinaedapsona 26(55)

Resultadossãomostradosemmédia(intervalo)en(%).

capacidadefísica[81,25(50-100)vs.980,44(50-100),p=00,36]e dodomínioatividadesescolaresporautoavaliac¸ãodacrianc¸a [60 (50-85)vs. 80 (45-100), p= 0,042] foi significativamente menornospacientescommanifestac¸ões musculoesqueléti-casemcomparac¸ãocompacientessemessasmanifestac¸ões. Nenhumadiferenc¸afoievidenciadaentreosoutros parâme-trosdeQVRSemambososgrupos,relatadapelospacientese pais(p>0,05,tabela3).

Discussão

Até onde sabemos, este foi o primeiro estudo que

exa-minou QVRS em pacientes pediátricos com hanseníase e

manifestac¸õesmusculoesqueléticaseobservouescores

redu-zidosnosdomíniosfísicoeescolar.

Aprincipalvantagemdesteestudofoiaavaliac¸ão

sistemá-ticadaQVRSemcrianc¸aseadolescentescomhanseníaseem

área endêmicabem conhecida dessadoenc¸a infecciosano

Tabela2–EscoresdoInventárioPediátricodeQualidade deVida4.0(PedsQL4.0)emtrêsfaixasetáriasde pacientescomhanseníase,controlessaudáveiseseus pais

Variáveis Hanseníase (n=47)

Controles (n=45)

p

5-7anos (n=4) (n=6)

Físico(Pacientes) 100(81-100) 98,44(88-100) 0,719

(Pais) 98,44

(90,63-100)

98,44 (90,63-100)

1,0

Emocional(Pacientes) 65(60-80) 75(50-90) 0,515 (Pais) 65(60-80) 72,50(60-85) 0,504 Social(Pacientes) 85(70-90) 82,50(80-90) 0,909 (Pais) 95(80-100) 90(70-95) 0,321 Escolar(Pacientes) 95(80-100) 75(50-100) 0,128 (Pais) 92,50(75-95) 67,50(45-95) 0,130

8-12anos (n=20) (n=12)

Físico(Pacientes) 95,94(63-100) 100(88-100) 0,504

(Pais) 100

(68,75-100)

100 (90,63-100)

0,982

Emocional(Pacientes) 70(55-100) 75(45-100) 0,708 (Pais) 70(55-100) 72,50(65-95) 0,569 Social(Pacientes) 90(75-100) 90(45-100) 0,270 (Pais) 95(35-100) 100(45-100) 0,691 Escolar(Pacientes) 80(60-95) 85(40-100) 0,346 (Pais) 80(50-100) 87,50(45-100) 0,281

13-18anos (n=23) (n=27)

Físico(Pacientes) 93,75(50-100) 93,75(50-100) 0,597 (Pais) 100(50-100) 93,75

(53,13-100)

0,179

Emocional(Pacientes) 70(30-95) 75(40-100) 0,358 (Pais) 75(35-100) 80(25-100) 0,769 Social(Pacientes) 90(45-100) 95(75-100) 0,506 (Pais) 100(75-100) 100(65-100) 0,631 Escolar(Pacientes) 75(45-100) 90(45-100) 0,021 (Pais) 80(35-95) 80(35-100) 0,473

Resultadossãoapresentadosemmedianas(intervalo)portestede Mann-Whitney.

Tabela3–EscoresdoInventárioPediátricodeQualidade deVida4.0(PedsQL4.0)decrianc¸aseadolescentese seuspaisdeacordocomapresenc¸ademanifestac¸ões musculoesqueléticas

Variáveis Presenc¸a manifestac¸ões musculoesquelé-ticas

(n=7)

Ausência manifestac¸ões musculoesquelé-ticas

(n=40)

p

Crianc¸as

Físico 81,25(50-100) 98,44(50-100) 0,036 Emocional 65,00(30-80) 70(45-100) 0,270 Social 90,00(65-100) 90(45-100) 0,336 Escolar 60,00(50-85) 80(45-100) 0,042

Pais

Físico 90,63(50-100) 100(68,75-100) 0,143 Emocional 65,00(35-80) 72,50(50-100 0,107 Social 95,00(80-100) 100(35-100) 0,735 Escolar 70(50-95) 82,50(35-100) 0,094

(5)

Brasil.Alémdisso,umgrupocontrolesaudável, comidade,

sexoeclassesocioeconômicasemelhantes,foiincluídoneste

estudo.Aimportânciadessassemelhanc¸asaquiobservadas

também foi relatada em vários estudos que encontraram

umarelac¸ãoentreQVRSebaixonívelsocioeconômico,sexoe

idade.22–24Asprincipaislimitac¸õesforamonúmeropequeno

depacientescomhanseníaseavaliadosaquieousodeapenas

uminstrumentogenéricodeQVRS.

A prevalência global de hanseníase está aumentando

em todo o mundo2 e continua sendo altamente

endê-mica em vários países em desenvolvimento, incluindo o

Brasil.3 Em 2012, a proporc¸ão de crianc¸as e

adolescen-tes entre os casos recentemente detectados no Brasil foi

de 6,7%.2 As principais manifestac¸ões clínicas da

hanse-níase são lesões cutâneas localizadas hipopigmentadas ou

eritematosas com perda de sensibilidade e envolvimento

de nervos periféricos.3 O sistema musculoesquelético é o

terceiroórgão/sistemamaiscomumenteenvolvido na

han-seníasedoadulto7eartritefoiobservadaematé65%.6,25,26

Na populac¸ão pediátrica com hanseníase, recentemente

observamosqueamanifestac¸ãomusculoesqueléticafoi

asso-ciadaadisfunc¸ãonervosa.Portanto,ahanseníasedeve ser

incluídanodiagnósticodiferencialdeartriteassimétricanão

erosiva.12

Além disso, os escores de QVRS podem ser

diminuí-dosem crianc¸ase adolescentes com doenc¸as crônicas em

comparac¸ãocomindivíduossaudáveis,27comoobservadoem

nossoestudo.Curiosamente,cercade60%dospacientes

adul-toscomhanseníasesofreramumalimitac¸ãonaexecuc¸ãode

atividadesdiáriasetambém60%dospacientesdehanseníase

tiveramproblemasnaparticipac¸ãosocial.16

Alémdisso,pacientesadultoscomhanseníase

apresenta-ramproblemasdemobilidade,relacionamentointerpessoal,

casamento,emprego,lazereconvíviosocial.13Empacientes

com10-29anos,foramobservadosescoresmenoresdeQVRS

emcomparac¸ãocomcontrolessaudáveis,emdiversas

cate-gorias,taiscomofunc¸ãopsíquica,vitalidade,domíniossocial

eemocional.17

O presente estudo investigou QVRSem três faixas

etá-riasdiferentesdehanseníasepediátricacomousodoescore

PedsQL 4.0. Em contraste com outrosquestionários, como

o instrumento SF-36, que avalia os componentes físicos e

mentais em adultos, o PedsQL 4.0 avalia o domínio

emo-cionalede atividadesescolares, que sãorelevantes para a

populac¸ãopediátrica.EscoresmenoressignificativosdeQVRS

autoavaliadospelascrianc¸asforamobservadosempacientes

com hanseníase pediátricos com manifestac¸ões

musculo-esqueléticas, emcomparac¸ão com os pacientes sem essas

manifestac¸õesnosdomíniosdecapacidadefísicaeatividades

escolares.Essesachadospodemestarrelacionadoscom

neu-ropatiae/oudorcrônicaarticularquelevaadificuldadespara

escrever,oqueinduz problemascrônicos desaúdeebaixo

rendimento escolar.28 Por outro lado, nenhuma diferenc¸a

foievidenciada nosdomínios socialeemocional,

provavel-mentedevido àpredominância de manifestac¸ões cutâneas

localizadasnanossapopulac¸ão,semachadosdedoenc¸a

estig-matizante.Naverdade,nenhumdenossospacientestinhaa

formavirchowianagrave,queécaracterizadapornódulose

fáciespeculiarcominfiltrac¸ãodifusaeperdadoscílios,

deno-minadafáciesleonina.3,4

Portanto,énecessáriaumainvestigac¸ãodetalhadadetodos

ospacientescomhanseníaseemanifestac¸ões

musculoesque-léticas.Anecessidadedeestabelecerprogramasdeprevenc¸ão,

incluindoumaequipemultiprofissionalemultidisciplinar,é

deextremaimportânciaparaessapopulac¸ão.

Em conclusão, este foi o primeiro estudo a identificar

reduc¸ãonosdomínioscapacidadefísicaeatividades

escola-resempacientespediátricoscomhanseníaseemanifestac¸ões

musculoesqueléticas.

Financiamento

EsteestudoobteveapoiodaFundac¸ãodeAmparoàPesquisa

do Estadode SãoPaulo (Fapesp -bolsas 2008/58238-4para

CAS),doConselhoNacionaldoDesenvolvimentoCientíficoe

Tecnológico(CNPq–bolsa302724/2011-7paraCAS),da

Fede-rico FoundationparaCASedoNúcleode ApoioàPesquisa

SaúdedaCrianc¸aedoAdolescentedaUSP(NAP-CriAd).

Agra-decemos aoDr. Varnipor fornecero instrumentoPediatric

QualityofLifeInventory4.0(PedsQL4.0).

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

r

e

f

e

r

ê

n

c

i

a

s

1.AbediH,JavadiA,NajiS.Anexplorationofhealth,family,and economicexperiencesofleprosypatients.PakJBiolSci(Iran). 2013;16:927–32.

2.Globalleprosy:updateonthe2012situation.WklyEpidemiol Rec.2013;88:365–79.

3.GuidelinesfortheControlofLeprosyintheNorthern

territory.DepartmentofHealthandfamilies.Northern

territorygovernment.Australia,2010.Availablefrom

http://www.health.nt.gov.au/library/scripts/objectifyMedia.

aspx?file=pdf/10/90.pdf.[AccessedinAugust31,2013].

4.GuiaparaoControledaHanseníase.MinistériodaSaúde.

SecretariadePolíticasdeSaúde.DepartamentodeAtenc¸ão

Básica.Brasília,2002.Availablefrombvsms.saude.gov.br/bvs/

publicacoes/guiadehanseniase.pdf.[AccessedinAugust31,

2013].

5.TerreriMT,LuttiD,LenC,GoldenbergJ,HilarioMO.Leprosy: anunusualcauseofarthritisinchildren.Areportoftwo cases.JTropPediatr.1997;43:186–7.

6.PereiraHLA,RibeiroSL,PenniniSN,SatoEI.Leprosy-related jointinvolvement.ClinRheumatol.2009;28:79–84.

7.ChauhanS,WakhluA,AgarwalV.Arthritisinleprosy. Rheumatology(Oxford).2010;49:2237–42.

8.MiladiMI,FekiI,BahloulZ,JlidiR,MhiriC.Chronic

inflammatoryjointdiseaserevealingborderlineleprosy.Joint BoneSpine.2006;73:314–7.

9.KaurMR,GrindulisK,MaheshwariM,EllisCJ,BhatJ,TanCY. Delayeddiagnosisofleprosyduetopresentationwitha rheumatoid-likepolyarthropathy.ClinExpDermatol. 2007;32:784–5.

10.Al-RaqumHA,UppalSS,ElAbdalghaniRA,LasheenI.First reportofleprosypresentingasacutepolyarthritisinthe settingoftypeIdowngradingleprareaction.ClinRheumatol. 2006;25:101–5.

11.MoulickA,JanaA,SarkarN,GuhaP,MahapatraC,

(6)

presentingmanifestationofleprosy.IndianJLepr. 2013;85:83–6.

12.NederL,RondonDA,CurySS,SilvaCA.Musculoskeletal manifestationsandautoantibodiesinchildrenand adolescentswithleprosy.JPediatr(RioJ).2014;90:457–63.

13.VanBrakelWH.Measuringstigma–Apreliminaryreviewof theleprosyliterature.IntJLeprOtherMycobactDis. 2003;71:190–7.

14.BharathS,ShamasundarC,RaghuramR,SubbakrishnaDK. Correlatesofpsychiatricmorbidityinpatientswithleprosy. IndianJLepr.2001;73:217–28.

15.ChatterjeeRN,NandiON,BanerjeeG,SenB,MukherjeeA, BanerjeeG.Thesocialandpsychologicalcorrelatesofleprosy. IndianJPsychiatry.1989;31:315–8.

16.VanBrakelWH,SihombingB,DjarirH,BeiseK,

KusumawardhaniL,YulihaneR,etal.Disabilityinpeople affectedbyleprosy:theroleofimpairment,activity,social participation,stigma,anddiscrimination.GlobHealthAction. 2012:5.

17.WatanabeH.Thequalityoflifeofleprosypatients’groupin Vietnam.NihonHansenbyoGakkaiZasshi.2013;82:83–98.

18.RidleyDS,JoplingWH.Classificationofleprosyaccordingto immunity.Afive-groupsystem.IntJLeprOtherMycobactDis. 1966;34:255–73.

19.AlmeidaPM,WickerrhauserH.Critériodeclasseeconômica daAssociac¸ãoBrasileiradeAnunciantes(ABA)eAssociac¸ão BrasileiradosInstitutosdePesquisadeMercado(Abipeme); 1991.p.1–29.

20.MenezesAS,LenCA,HilárioMO,TerreriMT,BragaJA.Quality oflifeinpatientswithsicklecelldisease.RevPaulPediatr. 2013;31:24–9.

21.JamesW.Varni.PedsQLTMMeasurementModel.Available

fromhttp://www.pedsql.org.[AccessedinAugust31,2013].

22.Abdul-SattarAB,ElewaEA,El-ShahawyEE,WalyEH. Determinantsofhealth-relatedqualityoflifeimpairmentin Egyptianchildrenandadolescentswithjuvenileidiopathic arthritis:SharkiaGovernorate.RheumatolInt.

2014;34:1095–101.

23.NaughtonMJ,Yi-FrazierJP,MorganTM,SeidM,LawrenceJM, KlingensmithGJ,etal.Longitudinalassociationsbetween sex,diabetesself-care,andhealth-relatedqualityoflife amongyouthwithtype1ortype2diabetesmellitus.JPediatr. 2014;164:1376–83.

24.GuedesDP,VillagraAstudilloHA,MoyaMoralesJM,Del CampoVecinoJ,PiresJúniorR.Health-relatedqualityoflife inLatinAmericanadolescents.RevPanamSaludPublica. 2014;35:46–52.

25.GibsonT,AhsanQ,HusseinK.Arthritisofleprosy.BrJ Rheumatol.1994;33:963–6.

26.AtkinSL,el-GhobareyA,KamelM,OwenJP,DickWC.Clinical andlaboratorystudiesofarthritisinleprosy.BMJ.

1989;298:1423–5.

27.VarniJW,LimbersCA,BurwinkleTM.Impairedhealth-related qualityoflifeinchildrenandadolescentswithchronic conditions:acomparativeanalysisof10diseaseclustersand 33diseasecategories/severitiesutilizingthePedsQL4.0 GenericCoreScales.HealthQualLifeOutcomes.2007;5:43.

Referências

Documentos relacionados

Considerando que menos de 10% das APAs brasileiras possuem Plano de Manejo (WWF, 2012) — principal instrumento utilizado para orientar o ordenamento territorial —, a avaliação

Objetivo: Avaliar se o instrumento genérico Pediatric Quality of Life Inventory (PedsQL 4.0) é aplicável à avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) de

Figure 1. ULD loader composed by two platforms which can be raised and lowered independently 4 Figure 3. Airship efficiency vs conventional transport systems ... Hybrid airship

Entre os elementos e fatores que determinam o Umwelt Umwelt Umwelt Umwelt Umwelt dos organismos mantenedores do ecossistema testemunho ecossistema testemunho ecossistema

Esta categoria incorpora as unidades de registo que evidenciam que o recurso a pensamentos que permitam aos graduados relativizar ou reavaliar positivamente as

Validation study of a scale of life quality evaluation in a group of pediatric patients infected by HIV5. Estudo de validação de uma escala de qualidade de vida em um grupo de

Os desajustes verificados, nas referidas salas de aula, relativamente à imagem do projetor em relação à tela, poderão causar reflexos e problemas ergonómicos quer para os

From these questions, I propose an analysis of the narratives which are connected to the episode of the supposed death of the character Sherlock Holmes which is