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Artigo
original
Como
classificar
as
lesões
da
placa
plantar:
parâmetros
de
história
e
exame
físico
夽
Caio
Nery
a,
Michael
Coughlin
b,
Daniel
Baumfeld
c,
Fernando
Raduan
a,
Tania
Szejnfeld
Mann
ae
Fernanda
Catena
a,∗aEscolaPaulistadeMedicina,UniversidadeFederaldeSãoPaulo,SãoPaulo,SP,Brasil bSaintAlphonsusFootandAnkleClinicBoise,Idaho,EstadosUnidos
cHospitalFelícioRocho,BeloHorizonte,MG,Brasil
informações
sobre
o
artigo
Históricodoartigo:
Recebidoem21deabrilde2014 Aceitoem27demaiode2014
On-lineem4demarçode2015
Palavras-chave:
Síndromedodedodopéemmartelo Deformidadesadquiridasdopé Articulac¸ãometatarsofalângica
r
e
s
u
m
o
Objetivo:Encontrarosmelhoresparâmetros clínicosparadefinireclassificarograudas lesõesdaplacaplantar.
Método:Foramclassificados68pacientes(100articulac¸õesmetatarsofalângicas[MTF])de acordocomaclassificac¸ãoanatômicaartroscópicaparalesãodeplacaplantaredivididos emcincogrupos(0aIV).Seusregistrosmédicosforamrevisadosesecorrelacionoua inci-dênciadecadaparâmetronorespectivogrupo.Osparâmetrosforam:usodesaltosaltos, esportes,doraguda,edemalocal,sinaldeMulder,alargamentodoespac¸ointerdigital,dorna cabec¸adometatarsocorrespondente,toqueaosolo,“testedagaveta”,preensãodosdedos edeformidadesdosdedos(planosagital,coronaletransversal).
Resultados:Nãohouveassociac¸ãoestatisticamentesignificativaentreograudelesãoeo usodesapatosdesaltoalto,traumaesportivo,dordecabec¸adometatarso,sinaldeMulder, deformidadeempronac¸ão,desvionoplanotransversalesagital(emboraasuacombinac¸ão, ocrossovertoe,tenhamostradocorrelac¸ãoestatisticamentesignificativa).Acorrelac¸ão posi-tivacoma severidadedas lesõesfoiencontradaem:dor agudano início,alargamento progressivodoespac¸ointerdigital,perdade“toqueaosolo”;positividadedo“testedegaveta” daMTF;diminuic¸ãodaforc¸adepreensãoedeformidadeemsupinac¸ãododedo.
Conclusões:O“testedegaveta”seapresentacomoaferramentamaisconfiáveleprecisa paraclassificarograudalesãodaplacaplantar,seguidopelo“toqueaosolo”eas defor-midadesrotacionais.Épossívelmelhoraraprecisãododiagnóstico,bemcomoaprevisão daclassificac¸ãoanatômicadelesãodaplacaplantar,pormeiodacombinac¸ãodehistória clínicaededadosdeexamefísico.
©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora Ltda.Todososdireitosreservados.
夽
TrabalhodesenvolvidonoSetordeMedicinaeCirurgiadoPéeTornozelo,DepartamentodeOrtopediaeTraumatologia,EscolaPaulista deMedicina,UniversidadeFederaldeSãoPaulo(Unifesp),SãoPaulo,SP,Brasil.
∗ Autorparacorrespondência.
E-mail:fecatena@me.com(F.Catena).
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2014.05.006
How
to
classify
plantar
plate
injuries:
parameters
from
history
and
physical
examination
Keywords:
Hammertoesyndrome Acquiredfootdeformities Metatarsophalangealjoint
a
b
s
t
r
a
c
t
Objective: Tofindthebestclinicalparametersfordefiningandclassifyingthedegreeof plantarplateinjuries.
Method:Sixty-eightpatients(100metatarsophalangealjoints)wereclassifiedinaccordance withtheArthroscopicAnatomicalClassificationforplantarplateinjuriesandweredivided intofivegroups(0toIV).Theirmedicalfileswerereviewedandtheincidenceofeach para-meterfortherespectivegroupwascorrelated.Theseparameterswere:useofhighheels, sports,acutepain,localedema,Mulder’ssign,wideningoftheinterdigitalspace,painin theheadofthecorrespondingmetatarsal,touchingtheground,“drawertest”,toegripand toedeformities(inthesagittal,coronalandtransversalplanes).
Results:Therewerenostatisticallysignificantassociationsbetweenthedegreeofinjuryand useofhigh-heelshoes,sportstrauma,painattheheadofthemetatarsal,Mulder’ssign, deformityinpronationordisplacementinthetransversalandsagittalplanes(although theircombination,i.e.“crosstoe”,showedastatisticallysignificantcorrelation).Positive correlationswiththeseverityoftheinjurieswerefoundinrelationtoinitialacutepain, progressivewideningoftheinterdigitalspace,lossof“touchingtheground”,positiveresults fromthe“drawertest”onthemetatarsophalangealjoint,diminishedgripstrengthandtoe deformityinsupination.
Conclusions: The“drawertest”wasseentobethemorereliableandprecisetoolfor clas-sifyingthedegreeofplantarplateinjury,followedby“touchingtheground”androtational deformities.Itispossibletoimprovetheprecisionofthediagnosisandthepredictionsofthe anatomicalclassificationforplantarplateinjuriesthroughcombiningtheclinicalhistory anddatafromthephysicalexamination.
©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora Ltda.Allrightsreserved.
Introduc¸ão
Instabilidadedasarticulac¸õesmetatarsofalângicas(MTF)dos dedosmenoreséumaentidadeclínicacomum,porémmuitas vezesnãoédiagnosticadanoconsultório.Temsidoafirmado porváriosautoresqueaplacaplantardesempenhao princi-palpapeldemanutenc¸ãodaestabilidadearticularnoplano sagital.1–4 Suainsuficiência ourupturatende aevoluircom
algumgraudedeformidade,associadaaumagrande possi-bilidadedesinaisesintomas.Asprincipaisqueixasentreos pacientessão:dornoantepéealgumgraudedeformidade.1–5
DuVriesapudSmitheCoughlin6observouqueasegunda
MTFfoi aarticulac¸ãoquemaiscomumenteseapresentava subluxadanoantepé.Adeformidadepodeseapresentarem umavariânciamultiplanar,porémmaisfrequentementeuma atenuac¸ãodoligamentocolaterallateralassociadaalesãoda porc¸ãolateraldaplacaplantarcausaumasubluxac¸ão dorso-medialoucrossovertoe1,3,7,8
Muitosautoresnasúltimasduasdécadastêmdescritoque a insuficiência da placa plantar seria o achado patológico primárioquelevaàinstabilidade,9–12 massórecentemente
essa estruturatem sido sugerida como oprincipal focono tratamentocirúrgico.1,13,14Coughlinetal.10descreveramum
estudoemcadáveresafetadoscomdeformidadesem crosso-vertoedosegundodedo.Adissecac¸ãodemonstroualterac¸ões anatômicasqueocorremnaarticulac¸ãoMTFetornampossível
descreverapresenc¸aeumpadrãodelesõesdaplacaplantar. Elesrelataramnessasériequetodosos16cadáverestinham umalesãotransversaladjacenteàinserc¸ãodaplacaplantar nabasedafalangeproximal,quevariavaemcomprimentode 33%a100%aolongodaáreadeinserc¸ão.Lesões intrassubs-tanciais,lesãodosligamentoscolateraiselesãocompletada placaplantarforamencontradasemdeformidadesmais gra-ves.Concluiu-sequeaplacaplantaréoprincipal elemento nasdeformidadesdosdedosmenores.Comoosautores estu-daramamostrascomdedosemcrossovertoe,conhecidocomo oestágioavanc¸adodadeformidade,elesnãomencionama anatomiaououtrosachadosparaoestágioleveemoderado.
Os sintomas clínicos, asatividades associadas, os hábi-tos e os achados físicos em pacientes com lesão de placa plantarnasarticulac¸õesMTFforamdescritaspordiferentes autores,masaimportânciaeosignificadodecadaum des-sesfatoresaindasãomotivodecontrovérsia.Assim,muitos pesquisadores foramestimuladosaestudarafisiopatologia dessadeformidadenatentativadeclassificaralesão. Thomp-soneHamilton15propuseramumaclassificac¸ãocombaseno
níveldesubluxac¸ãodafalangeproximalduranteo“testede gaveta” (fig.1). Esse testetambémfoi usadocomo umdos parâmetrosnoSistemadeEstadiamentoClínicoda Instabi-lidadeArticular,propostoporCoughlinetal.1(tabela1).Esse
Tabela1–Sistemadeestadiamentoclínicoparainstabilidadedaarticulac¸ãoMTF
Grau0–MTFalinhada;faseprodrômicacomdor,mas nenhumadeformidade.
DorarticularnaMTF,espessamentoouedemadaarticulac¸ãoMTF,preensão plantardiminuída,testedegavetanegativo.
GrauI–desvioarticularlevenaMTF;alargamentodoespac¸o interdigital,desviomedial.
Dornasarticulac¸õesMTF,inchac¸oarticular,preensãoplantardiminuída; “testedegaveta”positivoleve(<50%subluxac¸ão).
GrauII–desviomoderado;deformidademedial,lateral,dorsal, oudorsomedial;hiperextensãododedo.
Dorarticular,poucoedema,preensãoplantarnegativa;“testedegaveta” positivomoderado(>50%subluxac¸ão).
GrauIII–desviograve;dorsaloudeformidadedorsomedial; segundodedodopépodesesobreporaohálux;podeter dedoemgarraflexível.
Dornasarticulac¸õesenospés,poucoinchac¸o,preensãoplantarnegativa, gavetamuitopositivo(articulac¸õesMTFdeslocadas),dedoemgarraflexível.
GrauIV–deslocamentodorsomedialoudorsal;deformidade gravecomluxac¸ão,dedoemgarrafixo.
Dornasarticulac¸õesenospés,poucoounenhuminchac¸o,preensãoplantar negativa,articulac¸ãoMTFdeslocada,dedoemgarrafixo.
OSistemadeClassificac¸ãoAnatômicaparaLesõesdaPlaca Plantarpropostopreviamentegraduaaslesõesdeacordocom sualocalizac¸ãoegravidade.1 Temsido sugeridoporalguns
autoresqueessaclassificac¸ãotemcorrelac¸ãocomparâmetros clínicos.Noentanto,atéomomentonãoexisteumestudode análiseestatísticaquedefinaarelac¸ãoentrecadatipodelesão eumachadoclínicoespecífico.
Oobjetivodeste estudoédeterminar osparâmetros clí-nicosmaisconfiáveisparadefiniregraduarograudelesão da placaplantar. Esperamos quecom umdiagnóstico acu-radopoderáserestabelecidoumalgoritmoqueabranjaopc¸ões de tratamento para todos os diferentes graus de lesão da placaplantarnasarticulac¸õesmetatarsofalângicasdosdedos menores.
Material
e
método
Entrejaneirode2009ejaneirode2012foramobservados pros-pectivamente 82 pacientes queapresentavam dorealgum tipodedeformidadee/ouinstabilidadenasarticulac¸õesMTF. Segundo os critérios de inclusão e exclusão, 14 pacientes foram rejeitados para o estudo e 68 (100 MTF de dedos menores)foramincluídosetratados.Desses,49(72%)eram mulherese19eramhomens(28%).Amédiadeidadenoinício dossintomasera61anos(40a78).AsegundaMTFfoiamais comumenteafetada,em63MTF(63%),seguidapelaterceira em34vezes(34%)eaquartaemtrêscasos(3%).
Oscritériosdeinclusão usadosforam:dornoantepéde adulto,com ou semdeformidades do hálux ou dos dedos menores,comousemcalosidades.Oscritériosdeexclusão
G1 G2 G3 G4
G0
Figura1–“Testedagaveta”metatarsofalângicade Hamilton-Thompson:G0,articulac¸ãoestável;G1,
instabilidadeleve(<50%desubluxac¸ão);G2,instabilidade moderada(>50%subluxac¸ão);G3,instabilidadegrave (articulac¸ãoluxável);G4,articulac¸ãodeslocada.
foram:presenc¸adecomorbidadessistêmicas(principalmente
diabetesmellituseartritereumatoide);tratamentoscirúrgicos préviosparapéoutornozelo;doenc¸asinfecciosasou vascula-res;qualqueroutrapatologianopéoutornozeloquepudesse causardesalinhamentooucondic¸õesálgicasnoantepé.
O projeto do estudo foi enviado ao Comitê de Ética e Pesquisa local e aprovado etodos os pacientes envolvidos estavam deacordocomoTermodeConsentimentoLivree Esclarecidodesteestudo.
Antesdefazerotratamentocirúrgico,todosospacientes passaramporumaavaliac¸ãodehistóriaclínicaeexamefísicos completos.Combasenosrelatospréviosdesintomascomuns eprincipaisdiagnósticosdiferenciaisnaslesõesdeplaca plan-tar, selecionaram-sealgunsparâmetrosaseremanalisados (tabela2).Esses eramos maispopularesefrequentemente mencionadospelosautoresnaliteraturadessetema.1,4–6,8,10,16
Osdadosdosseguintesparâmetrosforamcoletados: Preensãoplantar–aforc¸adepreensãodigitalfoiavaliada comumtestecomumafitadepapel,descritacomo“testede retiradadepapel”.9,11Comopacientedepé,umafitaestreita
depapel,de1cmdelargurapor8cmdecomprimento,foi colo-cadaembaixododedoasertestadoefoientãosolicitadoao
Tabela2–Parâmetrosclínicosusadosnesteestudo
Tipo Parâmetro
História Doragudanoiníciodoquadro Traumarelacionadoaesportes Usodesaltoalto
Sensac¸ãodeedemalocal Examefísico Aumentodoespac¸odigital
Toqueaosolo
Doràpalpac¸ãoplantardacabec¸ametatarsal correspondente
“Testedagaveta”positivoa
Preensãoplantarnegativab
SinaldeMulder Desviododedoc
a Graduac¸ão doTeste de Hamilton-Thompson: G0=Articulac¸ão
estável;G1=leveinstabilidade(<50%subluxac¸ão);G2=moderada instabilidade (> 50% subluxac¸ão); G3=grave instabilidade (articulac¸ãoluxável);G4=articulac¸ãoluxada.
b TestedepreensãoplantardeBouche:0=ausente;1=diminuída;
2=normal.
c Desviododedodeacordocomosplanos:axial(varo/valgo);
pacienteprenderafitanosoloetentarimpediroexaminador depuxá-la.Quandoopacienteconseguemanterafitaembaixo deseudedo,otesteéconsideradopositivo.Quandoopaciente resiste parcialmente a essa forc¸a, considera-se diminuído. Quandonãoaplicaforc¸aeopapeléfacilmenteremovido,o testeéconsideradonegativo.Nesteestudo,todosos resulta-dos“diminuídos”e“negativos”foramagrupadosnomesmo grupocomopreensãoplantar“negativa”.
Estabilidadearticular–aestabilidadedasMTFfoi determi-nadapormeiodo“testedagaveta”.ComaMTFavaliadaem extensãode25◦,ummovimentodeforc¸averticalfoiaplicado. Foi classificadade acordocom o Sistema de Estadiamento Clínico,com o uso de umaescala de 0a 4:0=articulac¸ão estável; 1=instabilidade leve (subluxac¸ão<50% da superfí-ciearticular);2=instabilidademoderada(subluxac¸ão >50% dasuperfíciearticular);3=instabilidadegrosseira(articulac¸ão luxável);4=articulac¸ãoluxada.9
Testedo“toqueaosolo”–emortostase,odedodopéque tocaosolodeumaformanormal(causaumaimpressão plan-tararredondada,pelocontatodapontadodedocomosolo)é consideradopositivo.
Depois de documentar todos os achados físicos positi-vos,estudosdeimagemforamfeitosemtodosospacientes, incluindoradiografiaseumaressonânciamagnética.Foi pos-sível,assim,determinarograudedeformidadeeinferirotipo delesãodaplacaplantarnasmetatarsofalângicas.
OprocedimentoartroscópiconaMTFfoifeitocomoa pri-meiraetapadacirurgiaselecionadaparacadapaciente,nunca comoumprocedimentoisolado.Aarticulac¸ão metatarsofa-lângicafoiacessadacomumartroscópiode2,7mme30◦de inclinac¸ãoatravés dedois portaisdorsais (medialelateral) sobreoespac¸oarticular.Comtrac¸ãolevedodedodopé,as porc¸õescentraisedistaisdaplacaplantarpuderamser visu-alizadas, inspecionadaseentão palpadascom um“probe”. Fez-sesinovectomiadaarticulac¸ãoafetadae,aseguir,alesão daplacaplantarfoigraduada.Osachadosdeexamefísicos,as imagensradiológicasearessonânciamagnéticaforamentão correlacionadoscomosachadosartroscópicos(usadoscomoo “padrãoouro”)paradeterminardefinitivamenteotipodelesão daplacaplantaremnossospacientes.Aanálisesistemática dessasdescobertasartroscópicasnosforneceuinformac¸ões importantespara possibilitarumasugestãode umsistema declassificac¸ão anatômica (tabela3). Osresultados do tra-tamentodessespacientesseráoassuntodeoutroartigo,no
Tabela3–Graduac¸ãoanatômicadaslesõesdeplaca plantar
Grau Padrõesdelesão
0 Atenuac¸ãoe/oudescolorac¸ãocapsulardaplacaplantar 1 Lesãotransversaldistal(adjacentedainserc¸ão),falange
proximal(<50%);áreamedial/lateral/central)e/oulesão intrassubstancial(<50%)
2 Lesãotransversaldistal(>50%);áreamedial/lateral/central e/oulesãointrassubstancial(>50%)
3 Lesãotransversale/ouextensalesãolongitudinal(pode envolverligamentoscolaterais)
4 Extensalesãoem“botoeira”(deslocamento);combinac¸ão delesãodaplacatransversalelongitudinal
qualsejustificaotratamentocirúrgicodasdiferenteslesões daplacaplantar.
Pelaprimeiraveznaliteraturaosdadosclínicospositivos dahistóriaedoexamefísicoforamcorrelacionadoscomos achadosartroscópicosdasarticulac¸õesmetatarsofalângicas. Dadoscoletadosprospectivamenteforamsubmetidosà aná-liseestatísticaparadeterminaraexistênciadesignificância entreachados pré-operatóriosesuacorrelac¸ãocomo grau anatômicodaslesõesdaplacaplantar.
Dividimosasvariáveispelosgruposestudados(grausde lesão da placa plantar) para descric¸ão estatística: média, desvio padrão (DP), mediana, variável numérica mínima e máxima,frequência(%)relativaeabsolutaparaasvariáveis categóricas.
Paracomparardoisgruposindependentementeforam apli-cadosotesteteotesteUnãoparamétricodeMann-Whitney. Aosecompararemtrêsoumaisgruposindependentes,foram usados: análisede variância (Anova) com grupo fator fixo, complementadacomostestesdecomparac¸õesmúltiplasde Bonferroni;eotestenãoparamétricodeKruskal-Wallis, com-plementadopelostestesdecomparac¸õesmúltiplasdeDunn, se um valor p estatisticamente significativo fosse encon-trado.Asassociac¸õesentreosgruposestudadoseasvariáveis categóricas foram analisadas com o testequi-quadrado de Pearson ou oteste dequi-quadrado de razão de probabili-dade.
AanálisedetodososdadosestatísticosfoifeitacomSPSS para Windowsversão18.0.Adotamosonívelde significân-ciade5%evalorespabaixodessevalorforamconsiderados estatisticamentesignificativoseforamidentificadoscomum asterisco(*).
Resultados
Maisdedoisterc¸osdospacientesapresentaramumahistória dedoragudanaarticulac¸ãoMTFdosdedosmenores(tabela4). Houveumaassociac¸ãoestatisticamentesignificativaentreo graudelesãoeessesintoma(p=0,0005).Encontramosuma correlac¸ãopositivacomograudalesãodaplacaplantarea presenc¸ade doraguda,comexcec¸ãodograuIV,emquea percentagemdepacientescomdornessaarticulac¸ãosereduz drasticamente.
Trauma associado com atividade esportiva não parece exercerumpapelimportantenagênesedaslesõesdeplaca plantarem nossaamostra enãohouve diferenc¸a estatisti-camente significativa entre os grupos estudados para esse parâmetro(p=0,4546).Damesmaforma,asensac¸ãosubjetiva deedemafoireferidaporalgunspacientes,sempredilec¸ãopor qualquergrupo(p=0,0927).
Umaalta porcentagemde pacientes (68%)relacionouas lesõesdeplaca plantarcomousodesapatosdesalto alto. Apesarde 83%dessaspessoas comgrauIlesões relatarem essa relac¸ão,nãohouvesignificânciaestatísticaemrelac¸ão aostiposdelesãodaplacaplantar(p=0,2910).
Tabela4–Parâmetrosdahistóriaclínicadeacordocomosgrausdelesão
História Grau(Lesãodeplacaplantar) Total
(n=100)
0(n=23) I(n=12) II(n=15) III(n=33) IV(n=17)
Doraguda–n(%)
Não 10(43,5%) 4(33,3%) 3(20,0%) 3(9,1%) 11(64,7%) 31(31,0%)
Sim 13(56,5%) 8(66,7%) 12(80,0%) 30(90,9%) 6(35,3%) 69(69,0%)
p 0,0005
Traumanoesporte–n(%)
Não 18(78,3%) 10(83,3%) 11(73,3%) 29(87,9%) 16(94,1%) 84(84,0%)
Sim 5(21,7%) 2(16,7%) 4(26,7%) 4(12,1%) 1(5,9%) 16(16,0%)
p 0,4546
Usodesaltoalto–n(%)
Não 9(39,1%) 2(16,7%) 7(46,7%) 11(33,3%) 9(52,9%) 38(38,0%)
Sim 14(60,9%) 10(83,3%) 8(53,3%) 22(66,7%) 8(47,1%) 62(62,0%)
p 0,2910
Edemalocal–n(%)
Não 18(78,3%) 5(41,7%) 9(60,0%) 17(51,5%) 13(76,5%) 62(62,0%)
Sim 5(21,7%) 7(58,3%) 6(40,0%) 16(48,5%) 4(23,5%) 38(38,0%)
p 0,0927
pacientescomoaconfirmac¸ãoobjetivadomédicodeque real-mente havia umadistância maior entre os dedos dospés emortostase.Dospacientesdessacoorte77% apresentaram--secomessacaracterística.Houvediferenc¸asignificativana incidênciaentreosgrausdelesãoeessacaracterística,com
umaclarapredominâncianasfasesmaisavanc¸adasdalesão (p=0,0127).
Aincapacidadedosdedosdetocarochãodeumaforma normalemortostase(toqueaosolo)éumimportanteachado físico empacientescom lesõesda placa plantar.Nas fases
Tabela5–Parâmetrosdoexamefísicodeacordocomagraduac¸ãoanatômicadaslesõesdeplacaplantar
Parâmetrosdeexamefísico Grau(Lesãodeplacaplantar) Total
(n=100)
0(n=23) I(n=12) II(n=15) III(n=33) IV(n=17)
Afastamentodosdedos
Ausente 8(34,8%) 5(41,7%) 3(20,0%) 7(22,2%) 0(0%) 23(23,0%)
Presente 15(65,2%) 7(58,3%) 12(80,0%) 26(78,8%) 17(100%) 77(77,0%)
p 0,0127
Toqueaosolo–n(%)
Negativo 9(39,1%) 6(50,0%) 14(93,3%) 32(97,0%) 16(94,1%) 77(77,0%)
Positivo 14(60,9%) 6(50,0%) 1(6,7%) 1(3,0%) 1(5,9%) 23(23,0%)
p <0,0001
Dorsobcabec¸ametatarsal–n(%)
Ausente 1(4,3%) 2(16,7%) 0(0%) 3(9,1%) 0(0%) 6(6,0%)
Presente 22(95,7%) 10(83,3%) 15(100%) 30(90,9%) 17(100%) 94(94,0%)
p 0,1814
“Testedagaveta”–n(%)
I 23(100%) 11(71,6%) 49(60,0%) 15(35,4%) 0(0%) 58(58,0%)
II 0(0%) 1(8,3%) 6(40,0%) 14(42,4%) 6(35,3%) 27(27,0%)
III 0(0%) 0(0%) 0(0%) 4(12,1%) 5(29,4%) 9(9,0%)
IV 0(0%) 0(0%) 0(0%) 0(0%) 6(35,3%) 6(6,0%)
p <0,0001
Preensãoplantar–n(%)
Ausente 10(43,5%) 10(83,3%) 14(93,3%) 32(97,0%) 15(88,2%) 81(81,0%)
Diminuída 11(47,8%) 0(0%) 0(0%) 0(0%) 0(0%) 11(11,0%)
Normal 2(8,7%) 2(16,7%) 1(6,7%) 1(3,0%) 2(11,8%) 8(8,0%)
p <0,0001
SinaldeMulder–n(%)
Presente 5(21,7%) 3(25,0%) 4(26,7%) 9(27,3%) 5(29,4%) 26(26,0%)
Ausente 18(78,3%) 9(75,0%) 11(73,3%) 24(72,7%) 12(70,6%) 74(74,0%)
Figura2–Visualizac¸õespodoscópicasdedoispacientes incluídosemnossoestudo.A,toqueaosolodetodosos dedosmenores;B,toqueaosolonegativodosegundo eterceirodedos.
inicias,quaseametadedosdedosexaminadosapresentava esse achado, mas essa percentagem aumentava de acordo comumgraucrescentedelesãodaplacaplantar(p<0,0001). Maisde doisterc¸osdasarticulac¸õesincluídasnesteestudo apresentaram essa característica, que foi determinada por visualizac¸ãodiretanaimagempodoscópica(fig.2).
Um dos achados físicos mais relacionados com lesões da placa plantar foi dor à palpac¸ão plantar da cabec¸a do metatarso afetado. Não ficou evidenciada diferenc¸a entre osgruposde lesão(p=0,1814),porém94% das articulac¸ões incluídasnesteestudoseapresentaramcomesse sintoma. Otesteda“gaveta”naarticulac¸ãoMTFmostrouumadiferenc¸a claraesignificativaentreostiposdelesõesdaplacaplantar (p<0,0001).
Aescalade0a4,usadaparaclassificaro“testedegaveta” daMTF,apresentoucorrelac¸ãopositivacomosgraus crescen-tesdelesõesdeplacaplantar,traduzidoporumprogressivo aumentodograudeluxac¸ãoconformealesãodaplacaplantar seagravava.Todasasarticulac¸õesincluídasemnossoestudo apresentaramalgumgraudeinstabilidademedidaporesse testee15%foramclassificadosdeacordocomThompsone HamiltoncomosendograuIIIouIVdeinstabilidade(luxável ouluxada,respectivamente).
Outraconstatac¸ãoimportantenoexamefísicofoioteste
de preensão plantar dos dedos, também conhecido como
“testedearrancamentodepapel”,descritoporBoucheeHeit15
(fig.3).Encontramosumadiferenc¸aestatisticamente significa-tivaentreosgrausdelesãodaplacaplantar,comumaclara reduc¸ãoda forc¸adodedodopé conformea lesãose agra-vava(p<0,0001).Entre todos os nossos pacientes,92% das articulac¸õesestudadasapresentaramesseachado.Osinalde Mulder,usadonodiagnósticodiferencialdeneuromade Mor-ton,foiobservadoemumabaixaporcentagemdecasosem nossacoorte.Nenhumadiferenc¸aestatísticafoiencontrada entreos diferentes graus de lesão da placa plantar eesse achado(p=0,9854).
Figura3–Preensãoplantardosdedos.
Na tabela 6 são apresentados os resultados da análise estatística dosdesviosdededoemtrês planosanatômicos diferentes.Paraavaliaressesparâmetrosdeexamefísico,foi usadoolongoeixoimagináriodosdedosemcomparac¸ãocom oeixolongitudinalimagináriodometatarso(porum goniôme-troarticulado),namaneiraclássicademedidadosângulosna clínicaortopédica,tantonoeixoaxial(varo/valgo)quantono sagital(dorsal/plantar).Paraavaliarosdesviosnoplano fron-tal(supinac¸ão/pronac¸ão)usaram-seoníveleainclinac¸ãoda unhaempé(fig.4).
O desvio dodedo no plano axial demonstrou-se muito comum(84%),porém umabaixasignificânciaestatísticade relac¸ão os graus de lesão da placa plantar foi encontrada (p=0,0459),semclaradiferenciac¸ãoentreosgrupos(tabela6). No plano sagital, 93% das articulac¸ões MTF estudadas apresentaramelevac¸ãodorsal,mascombaixacorrelac¸ão esta-tística (p=0,0352) paraos diferentesgrupos. Foi impossível definirumaclaradiferenc¸aentreeles.
Acombinac¸ãodedesviosaxialesagitaldefineodedoem
Tabela6–Deformidadesdosdedosmenores
Deformidadesdosdedosmenores Grau(Lesãodeplacaplantar) Total
(n=100)
0(n=23) I(n=12) II(n=15) III(n=33) IV(n=17)
Varo/Valgo–n(%)
Ausente 8(34,8%) 2(16,7%) 3(20,0%) 2(6,1%) 1(5,9%) 16(16,0%)
Presente 15(65,2%) 10(83,3%) 12(80,0%) 31(93,9%) 16(94,1%) 84(84,0%)
P 0,0459
Elevac¸ãoDorsal–n(%)
Ausente 5(21,7%) 0(0%) 1(6,7%) 1(3,0%) 0(0%) 7(7,0%)
Presente 18(78,3%) 12(100%) 14(93,3%) 32(97,0%) 17(100%) 93(93,0%)
P 0,0352
DedoemCrossover–n(%)
Ausente 13(56,5%) 2(16,7%) 4(26,7%) 3(9,1%) 1(5,9%) 23(23,0%)
Presente 10(43,5%) 10(83,3%) 11(73,3%) 30(90,9%) 16(94,1%) 77(77,0%)
p 0,0004
Pronac¸ão–n(%)
Ausente 23(100%) 12(100%) 15(100%) 29(87,9%) 17(100%) 96(96,0%)
Presente 0(0%) 0(0%) 0(0%) 4(12,1%) 0(0%) 4(4,0%)
p 0,0560
Supinac¸ão–n(%)
Ausente 23(100%) 12(100%) 11(73,3%) 21(63,6%) 4(23,5%) 71(71,0%)
Presente 0(0%) 0(0%) 4(26,7%) 12(36,4%) 13(76,5%) 29(29,0%)
p <0,0001
Pronac¸ãododedodemonstrouserumadeformidaderara (4%),semdiferenc¸aentreasclassesdelesãodaplaca.Poroutro lado,asupinac¸ãoapareceucomoumachadoimportantenos gruposII,IIIeIVcomlesõesdaplacaplantar,deacordocom atendênciadeagravamentodasdeformidades(p<0,0001).
Discussão
Instabilidade crônica das articulac¸ões menores MTF apre-sentauminícioinsidiosodedor.6Essainstabilidadeabrange
um amplo espectro de sinais e sintomas, composto por
sinovite, desvio do dígito, subluxac¸ão e, posteriormente, luxac¸ão.Nasfasesiniciais,odiagnósticodeinsuficiênciada placaplantarpodeserdifícil, pois ossintomasmimetizam
Figura4–Diferentesgrausdedeformidadeemcrossover toe.
outraspatologiascomuns,comoumneuromainterdigitalou metatarsalgia.1,11,17
Porém,odiagnósticoprecocedessalesãofornecemelhores resultados.Kleinetal.4relataramrecentementeos
parâme-trosmaisespecíficosesensíveisapresentadosnahistóriaeno examefísicodepacientescomlesãodaplacaplantare com-pararamessesparâmetroscomachadosintraoperatórios.18
Nesteestudo,todosospacientesavaliadosapresentavam algumtipodelesãonaplacaplantar.Noentantonãohouve relatosdepacientescomlesãograu0ouumaplacaplantar atenuada.Alémdisso,nenhumadescric¸ãodascaracterísticas delesõesdaplacaplantarduranteaavaliac¸ãointraoperatória foiregistrada.
Coughlinetal.1propuseramumsistemadeestadiamento
clínicoparaainstabilidadearticulardasegundaMTFe sugeri-ramquepoderiahaverumacorrelac¸ãodiretacomoSistemade Classificac¸ãoAnatômica.Apesardeessasuposic¸ãoser obser-vacional esem análise estatística, esse estudo apresentou semelhanteconclusão:ospacientescomlesãograuIIeIIImais comumenteapresentaramdor,oqueindicaqueháumclaro agravamentodoquadroclínicocomaprogressãodalesãode placaplantar.OnúmerodepacientescomlesãograuIVque apresentaramumquadrodedoragudafoisubstancialmente menordoqueodosoutrosgrupos.Interpretamosesseachado comoresultadodaroturatotaldaspartesmolesadjacentes, incluindoasfibrasneuraissensíveislocaisnosestágiosfinais dalesãodaplacaplantar.
Tabela7–Compactac¸ãodosresultadoscomsignificadoestatísticodecadaparâmetroestudado
Parâmetro Incidência% Grau(Lesãodeplacaplantar) Significânciaestatística
0 I II III IV
“Testedegaveta” 100 1 1 2 2/3 3/4 Alta
Dornacabec¸ametatarsal 94 – – – – – Semsignificância
Elevac¸ãodorsaldodedo 93 √ – – – – Baixa
Preensãoplantar 92 √ – – – – Alta
Varo/valgo 84 √ √ √ √ √ Baixa
Alargamentodoespac¸o 77 – – √ √ √ Baixa
Toqueaosolo 77 – – √ √ √ Alta
Crossover 77 – – – √ √ Alta
Doraguda 69 √ √ Alta
Sapatosdesaltoalto 62 – – – – – Semsignificância
Edemalocal 38 – – – – – Semsignificância
Supinac¸ãododedo 29 – – √ √ √ Alta
SinaldeMulder 26 – – – – – Semsignificância
Traumaesportivo 16 – – – – – Semsignificância
anatômica,osachadosnoexamefísicotambémparecemse agravar.3,14,18,19
Combasenaanáliseestatísticaapresentada,fomos capa-zesdeavaliarcadaparâmetroestudadodeacordocomsua importância,incidênciaesignificânciaestatística(tabela7). Acaracterísticafísicademaiorimportânciaemnossoestudo foio“testedagaveta” daMTF.Esse testefoi observadoem todasasarticulac¸õescom lesãodaplacaplantar, comuma correlac¸ãodiretaentreamagnitudedainstabilidadeeograu delesãodaplacaplantar,determinadaporaltasignificância estatística.Essetestefoiaferramentamaisconfiávele pre-cisaparaclassificaregraduaralesãodaplacaplantarantesa cirurgia.
Emseguidaao“testedegaveta”,opróximoachadomais comumfoi“dorabaixodacabec¸adometatarso”.Essesintoma émuitocomumemnossaamostra(94%),masdesprovidode capacidadedediferenciac¸ãoentreosgrupos.
Deformidadeemelevac¸ão dorsal dodedodopéafetado foiumachadoclínicoimportante(93%)ecorrelacionadocom todososgrausdelesõesdaplacaplantar,emborafosseum pouco menos frequente no grau 0 (atenuac¸ão). O grau de elevac¸ãodorsaldodedoaumentouconformeoagravamento dalesãodaplacaplantar,deformaapoderatéserummeio degraduaragravidadedelesão.
Aausênciaoudiminuic¸ãonacapacidadedepreensão plan-tardodedofoiobservadaem92%dosnossoscasos.Exceto paraobaixopercentualdediminuic¸ãodaforc¸adepreensão nospacientescomlesãograu0(48%),esseparâmetronãofoi útilnadiferenciac¸ãoentreoutrostiposdelesãodaplaca plan-tar,masaindaassimfoiumavaliosaferramentanocontrole dotratamento.
Odesvioemvaro/valgofoiencontradoem84%dosdedos dospésemnossacoorte.Foimenosfrequentenas deformi-dadesgrau0emostrouumaumentodaincidênciadeacordo comagravidadedalesãodaplacaplantar.Essedesviopode serútilparadiferenciarosgrausdelesãodaplacaplantar.
A ampliac¸ão do espac¸o interdigital, a incapacidade de toqueaosolododedoduranteaortostaseeodedoem crosso-vertoe(deformidadenosplanossagitaleaxial)apareceramem 77%dasarticulac¸õesMTPnesteestudo,commaior incidên-ciaconformeaprogressãodalesão.Oalargamentodoespac¸o interdigitalfoi maisfrequente nosgrupos de lesãograu II,
IIIeIV.Aincapacidadedetoqueaosolomostrouumaclara correlac¸ãocomaprogressãodaslesõesdaplacaplantarea deformidadecrossoverfoimaiscomumcomosgrausIIIeIV. Todosostrêsparâmetrospodemserusadoscomo ferramen-tasdediferenciac¸ãoentreosgrausdelesãodaplacaplantar. Adoragudanoiníciodossintomasapareceuem69%danossa populac¸ão,masconcentrou-seprincipalmentenosgrausIIa
III.Ousodesapatosdesaltoaltofoirelatadoem62%danossa amostraenãohouverelac¸ãocomosdiferentesgrupos.
Adeformidaderotacionalemsupinac¸ãododedoocorreu emapenas29%dosdedosavaliadosnesteestudo,mashavia umacorrelac¸ãoclaraentreessa constatac¸ão eapioria das lesõesdaplacaplantar.
Combasenafaltadesignificânciaestatísticaenabaixa incidência de edema local (38%), sinal de Mulder (26%) e história de trauma nos esportes (16%) em nossa amostra, consideraram-se esses parâmetros de menor importância paraodiagnósticoeadiferenciac¸ãodelesõesdaplacaplantar.
Conclusões
Épossívelmelhorar aprecisãododiagnóstico,bemcomoa previsão dograuanatômico delesõesda placaplantar,por meiodacombinac¸ãodahistóriaclínicaedosdadosdeexame físico.
Combaseemnossosresultados,adescric¸ãoclínicaprecisa de umalesão da placaplantar daarticulac¸ão metatarsofa-lângica deve incluir a queixa de dor abaixo da cabec¸a do metatarso afetada associada a graus variáveis de elevac¸ão dorsaledesvioemvarododedodopécorrespondente, combi-nadostambémcomaampliac¸ãodoespac¸ointerdigital.Mais dametadedospacientesselembroudeumepisódiodedor agudanoiníciode seussintomas,possivelmente associado aousodesapatosdesaltoalto.
Deacordocomnossosresultados,podemossugerir: Quandoumpacientetemumafunc¸ãonormaldaforc¸ado dedodopé,enãoexisteasuspeitadelesãodaplacaplantar apesardadorlocal,provavelmenteéumalesãograu0.
Seodedodopétocaosoloemumpacientecomuma pos-sívellesãodaplacaplantar,essaéprovavelmenteumalesão grau0ouI.
Supinac¸ãododedodopéafetadoapareceemlesões>50% daplacaplantar(grauIIousuperior),comprevalência cres-centedeacordocomagravidadedalesão.
Napresenc¸adeumagravedeformidadeemcrossovertoedo dedo,alesãodaplacaplantaréprovavelmenteumalesãode grauIIIouIV.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclararamnãohaverconflitosdeinteresse.
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