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Influência de polimorfismos da catecol-O-metiltransferase no desempenho da memória de trabalho de crianças saudáveis

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(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA GERAL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Influência de polimorfismos da catecol-O-metiltransferase no

desempenho da memória de trabalho de crianças saudáveis

ORIENTADA: Máira Pedroso de Almeida

ORIENTADORA: Profa. Dra. Maria Raquel Santos Carvalho

BELO HORIZONTE

(2)

Máira Pedroso de Almeida

Influência de polimorfismos da catecol-O-metiltransferase no

desempenho da memória de trabalho de crianças saudáveis

Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação em Genética do Departamento de Biologia Geral do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Genética.

Área de Concentração: Genômica e Bioinformática

Orientadora: Profa. Dra. Maria Raquel Santos Carvalho.

BELO HORIZONTE

(3)

043 Almeida, Máira Pedroso de

Influência de polimorfismos da catecol-O-metiltransferase no desempenho da memória de trabalho de crianças saudáveis [manuscrito] / Máira Pedroso de Almeida. – 2015.

82 f. : il. ; 29,5 cm.

Orientador: Maria Raquel Santos Carvalho.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Departamento de Biologia Geral.

1. Memória imediata - Teses. 2. Dopamina – Teses. 3. Haplótipos. 4. Catecol-O-metiltransferase. 5. Polimorfismo (Genética) - Teses. 6. Genética – Teses. I. Carvalho, Maria Raquel Santos. II. Universidade Federal de Minas Gerais.

Departamento de Biologia Geral. III. Título.

(4)
(5)
(6)

AGRADECIMENTOS

À Deus, por me dar forças e confiança para sempre seguir a diante.

Aos meus pais pelo carinho e apoio incondicional.

À Universidade Federal de Minas Gerais, em especial ao Departamento de

Biologia Geral e ao Programa de Pós-Graduação em Genética, pela oportunidade de

realização de mais esta etapa na minha vida.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

pela concessão da bolsa de estudos.

À minha orientadora, Professora Maria Raquel Santos Carvalho, pela

orientação, confiança, oportunidades, incentivos e ensinamentos.

Ao Laboratório de Neuropsicologia do Desenvolvimento, em especial a

Annelise Júlio Costa e ao Prof. Dr. Vitor G. Haase, pela parceria no projeto.

Ao Laboratório de Genética Celular e Molecular, em especial ao Rodrigo Dias

e a Mariana Santana, pelo auxílio nas análises de genotipagem.

Ao Peter Laspina pelo auxílio na correção de trabalhos, resumos e artigos em

inglês, bem como pelos conselhos.

Aos membros da banca de defesa.

Aos meus colegas do Laboratório de Genética Humana e Médica pelo apoio e

amizade.

(7)

Sumário

Lista de figuras... vii

Lista de tabelas... ix

Lista de abreviaturas ... x

Resumo ... 1

Abstract ... 3

Introdução ... 5

Memória de trabalho ... 5

Síndromes que cursam com déficits na MT ... 8

Gene COMT ... 10

Estrutura e função ... 10

Polimorfismos ... 13

Estudos de associação ... 16

Necessidades atuais ... 18

Justificativa e relevância ... 19

Referências bibliográficas ... 20

Objetivos ... 29

Objetivo geral ... 29

Objetivo específico ... 29

Artigo: Influence of Catechol-O-methyltransferase Polymorphisms on Working Memory Performance of Healthy Children ... 30

Introduction ... 30

Material and methods ... 32

Results ... 35

Discussion ... 38

Conclusion ... 41

References ... 41

Supplementary material ... 45

Considerações finais ... 53

Referências bibliográficas ... 55

Anexos ... 56

Produção bibliográfica ... 56

Parecer do Comitê de Ética ... 57

(8)

LISTA DE FIGURAS

Introdução

Figura 1. Modelo de memória de trabalho baseado em quatro componentes. Este modelo compreende um sistema de controle, o executivo central, dois sistemas de armazenamento, os componentes viso-espacial e fonológico, bem como um buffer episodic, o qual permite que informações dos dois sistemas de armazenamento sejam combinadas com informações da memória de longo prazo.

FONTE: adaptada de Baddeley, 2003...6

Figura 2. O gene COMT e seus transcritos. O gene COMT é formado por seis éxons (representados pelas caixas cinza) e dois promotores, P2 e P1, os quais são responsáveis por controlar a expressão dos transcritos de 1.5 e 1.3 kb, respectivamente. O gene COMT contém alguns polimorfismos de interesse, como por exemplo, o rs2075507 e o rs4680. As posições de início da tradução da MB-COMT e S-COMT, bem como o códon de terminação da tradução e a cauda poli-A (pA) estão indicados.

FONTE:adaptada de Zhu, 2002...11

Figura 3. Transmissão dopaminérgica no córtex pré-frontal (CPF) e corpo estriado. No CPF a COMT é a principal responsável pela remoção da dopamina na fenda sináptica, enquanto em outras regiões cerebrais, como o corpo estriado, a proteína transportadora de dopamina (DAT- dopamine transporter) exerce esta função.

FONTE: adaptada de Tunbridge et al., 2006...12

Figura 4. Relação em forma de U invertido entre nível de dopamina no córtex pré-frontal e desempenho da memória de trabalho.

FONTE: adaptada de Tunbridge et al., 2006...13

Figura 5. Efeito da atividade da COMT na relação em forma de U invertido entre nível de dopamina e função do córtex pré-frontal (CPF). Homozigotos Val estão associados a níveis subótimos de dopamina, enquanto homozigotos Met apresentam níveis próximos aos ideais. Fonte: adaptada de Tunbridge et al., 2006...14

Figura 6. Efeito da atividade da COMT na relação em forma de U invertido entre nível de dopamina e função do córtex pré-frontal (CPF). Homozigotos Valpodem ser deslocados para próximo do ápice da curva em razão da redução da atividade da COMT (presença do alelo G do SNP rs2075507). Em contrapartida, a redução da atividade da COMT em homozigotos Met resulta em níveis de dopamina exageradamente altos, prejudicando assim a função do CPF.

FONTE: adaptada de Tunbridge et al., 2006...16

Figura 7. Alterações na relação entre genótipos da COMT e desempenho cognitivo em função da idade. Na infância, devido à presença de maiores níveis de dopamina no córtex pré-frontal (CPF), homozigotos Val apresentam melhor desempenho cognitivo que homozigotos Met.

(9)

LISTA DE FIGURAS

Artigo

Figure 1. Performance of girls on working tasks, by rs4680 genotype. *P≤ 0.05. F = forward,

B = backward………36

Figure 2. Performance of boys on working memory tasks, by rs4680 genotyope. F = forward,

B = backward………37

Figure 3. Performance of girls on working memory tasks, by rs4680 - rs2075507 haplotype. *

P≤ 0.05. F = forward, B = backward. For estimated haplotyte frequencies see Supplementary

Table 1………..……….38

Figure 4. Performance of boys on working memory tasks, by rs4680 - rs2075507 haplotype. *

P≤ 0.05. F = forward, B = backward. For estimated haplotyte frequencies see Supplementary

Table 1………..………...…..39

Supplementary figure 1. Distribution of the test scores……….47

Supplementary figure 2. Performance of whole sample on working memory tasks, by rs4680

genotype. F = forward, B = backward ………...…..47

Supplementary figure 3. Performance of younger children (7-9-year-old) on working memory tasks, by rs4680 genotype. F = forward, B = backward………48

Supplementary figure 4. Performance of older children (10-12-year-old) on working memory tasks, by rs4680 genotype. F = forward, B = backward……….…48

Supplementary figure 5. Performance of whole sample on working memory tasks, by rs2075507 genotype. F = forward, B = backward……….49

Supplementary figure 6. Performance of girls on working memory tasks, by rs2075507

genotype. F = forward, B = backward………..49

Supplementary figure 7. Performance of boys on working memory tasks, by rs2075507

genotype. F = forward, B = backward………..50

Supplementary figure 8. Performance of younger children (7-9-year-old) on working memory tasks, by rs2075507 genotype. F = forward, B = backward……….………….50

Supplementary figure 9. Performance of older children (10-12-year-old) on working memory tasks, by rs2075507 genotype. F = forward, B = backward….………51

Supplementary figure 10. Performance of whole sample on working memory tasks, by rs4680 - rs2075507 haplotype. *P≤ 0.05. F = forward, B = backward. For estimated haplotyte

frequencies see Supplementary Table 1………..………..51

Supplementary figure 11. Performance of younger children (7-9-year-old) on working memory tasks, by rs4680 - rs2075507 haplotype. F = forward, B = backward. For estimated haplotyte frequencies see Supplementary Table 1………52

(10)

LISTA DE TABELAS

Artigo

Table 1. Demografic statistics for different genotypes………35

Table 2. Estimated haplotyte frequencies……….………35

Table 3. Genotype effects on working memory tasks for sex groups……….…………36

Table 4. Haplotype effects on working memory tasks for sex groups………38

Supplementary table 1. Estimated haplotyte frequencies for sex and age groups….………45

Supplementary table 2. Genotype effects on working memory tasks for the whole sample

………...45

Supplementary table 3. Genotype effects on working memory tasks for age groups……....46

Supplementary Table 4. Haplotype effects on working memory tasks for the whole sample ...46

(11)

LISTA DE ABREVIATURAS

Introdução e Considerações finais

COMT catechol-O-methyltransferase CPF córtex pré-frontal

DAT dopamine transporter DL dificuldade de leitura

DM dificuldade matemática

FMRP fragile X mental retardation protein FMR1 fragile X mental retardation 1

Met metionina

MT memória de trabalho

QI quociente de inteligência

SNP polimorfismo de nucleotídeo único

Val valina

Artigo

COMT catechol-O-methyltransferase LD linkage disequilibrium

Met methionine

PFC prefrontal cortex

SNP single nucleotide polymorphism

Val valine

(12)

Resumo

Memória de trabalho refere-se ao armazenamento temporário e a manipulação

de informações, os quais são essenciais para os processos de aprendizagem. Nos

últimos anos, muitos estudos identificaram o gene catechol-O-methyltransferase (COMT) como um importante modulador da memória de trabalho. Este gene,

localizado no cromossomo 22q11.2, codifica a enzima COMT, que possui o papel de

metabolizar a dopamina presente nas fendas sinápticas do córtex pré-frontal. Como

consequência deste papel, a COMT tem sido apontada como a principal determinante

das funções dependentes do córtex pré-frontal, sendo a memória de trabalho uma

delas. Múltiplos polimorfismos já foram descritos no gene COMT, mas o

polimorfismo rs4680, também chamado de Val158Met, é o mais investigado na

literatura. Este polimorfismo de nucleotídeo único (SNP), localizado no éxon 4,

consiste em uma substituição G → A, a qual por sua vez acarreta na substituição de

uma valina (Val) por uma metionina (Met). O alelo Met, por apresentar menor

termoestabilidade, resulta em menor atividade da COMT. Assim, quando

comparados a homozigotos Val158Val, homozigotos Met158Met exibem maiores

níveis de dopamina no córtex pré-frontal. Como os alelos são codominantes,

heterozigotos apresentam níveis intermediários de atividade da COMT. Os

homozigotos Met158Met apresentam níveis de dopamina no córtex pré-frontal

próximos aos considerados ideais, por isso, espera-se que eles desempenhem melhor

que heterozigotos e homozigotos Val158Val em tarefas de memória de trabalho. No

entanto, diversos estudos não conseguiram identificar este padrão. Existem

evidências de que os níveis de dopamina decrescem a partir do início da puberdade, o

que acarretaria em diferentes efeitos dos genótipos da COMT em diferentes idades, e

explicaria a falta de concordância entre os estudos. Embora alguns trabalhos

conseguiram identificar estas diferenças de idade, diferenças de efeito dos genótipos

devido ao sexo ainda não foram identificadas. Recentemente, um SNP no promotor

P2 do gene COMT, o rs2075507 (A287G), emergiu como um possível modulador

adicional da memória de trabalho. Este polimorfismo, que apresenta um baixo efeito

sobre a COMT, interage com o Val158Met para modular a eficiência do córtex

pré-frontal. Dependendo com qual dos alelos do polimorfismo Val158Met os alelos do

SNP rs2075507 estejam associados, eles podem beneficiar ou prejudicar a memória

(13)

efeitos dos polimorfismos rs4680 e rs2075507 sobre a memória de trabalho, em uma

amostra de crianças entre 6 e 14 anos de idade, bem como averiguar a existência de

interação entre estes SNPs por meio da análise de haplótipos. Além disso, foi

investigada a influência do sexo e da idade sobre os efeitos exercidos por estes

polimorfismos. Ao estudar o SNP rs4680 separadamente, os resultados

demonstraram que para meninos e crianças mais novas (6 a 9 anos), homozigotos

Val158Val apresentaram melhor desempenho da memória de trabalho. Já para

meninas e crianças mais velhas (10 a 14 anos), os homozigotos Met158Met

apresentaram melhor desempenho. Estes dados revelam, pela primeira vez, que além

da idade, o sexo também afeta os padrões de associação do SNP Val158Met. Esta

influência do sexo possivelmente se deve às diferentes idades de início da puberdade

para cada gênero. Não foram detectados efeitos para o polimorfismo rs2075507. Na

análise conjunta dos SNPs, o haplótipo ValG previu melhor desempenho da memória

de trabalho em meninos e crianças mais novas, enquanto o haplótipo MetG previu

melhor desempenho em meninas e crianças mais velhas. A presença do alelo G em

ambos os haplótipos relacionados ao melhor desempenho da memória de trabalho é

um indicativo de que talvez o rs2075507 não seja o real polimorfismo interagindo

com o rs4680, mas sim algum outro polimorfismo próximo a ele. Em geral, este

estudo sugere que mais do que a idade, o estágio puberal possa ser um fator

importante a ser considerado nas análises de associação envolvendo o SNP Val158Met. Além disso, foi apontada a necessidade de se analisar outros

polimorfismos próximos ao rs2075507, uma vez que um deles pode ser o verdadeiro responsável pela modulação da atividade da COMT. Associados a pesquisas futuras,

os resultados aqui obtidos poderão auxiliar no desenvolvimento de estratégias

educacionais e psicológicas eficazes para a melhor assistência aos alunos com

(14)

Abstract

Working memory refers to the temporary storage and manipulation of

information, which are essential to the learning processes. In the last few years, a

number of studies have identified the catechol-O-methyltransferase (COMT) gene as

an important working memory modulator. This gene, located on chromosome 22q11.2, codes the COMT enzyme which catabolizes dopamine in the synaptic clefts

of the prefrontal cortex. COMT has been pointed out as one of the major determinant of prefrontal cortex-dependent functions, such as working memory. Multiple

polymorphisms have been described in the COMT gene; but, rs4680, also known as

Val158Met, is the most investigated in the literature. This single nucleotide

polymorphism (SNP), located in exon 4, consists of a G → A substitution which, in

turn, causes a substituon of a valine (Val) to a methionine (Met). Due to its lower

thermostability, the Met allele results in lower COMT activity. Thus, compared to

Val158Val homozygotes, Met158Met homozygotes have higher dopamine levels in

the prefrontal cortex. Since the alleles are codominant, heterozygotes have

intermediate levels of COMT activity. The Met158Met homozygotes have near

optimal prefrontal cortex dopamine levels; hence, they are expected to perform better

than both heterozygotes and Val158Val homozygotes in working memory tasks.

However, several studies have failed to identify this pattern. There is some evidence

that dopamine levels begin to decrease with the onset of puberty, which would result

in different effects of COMT genotype at different ages, and, thus, would explain the

lack of agreement among studies. Although some studies were able to identify age

differences, sex differences have not yet been identified. Recently, a SNP in the P2

promoter of the COMT gene, rs2075507 (A287G), emerged as a possible additional

modulator of working memory. This polymorphism, that has a minor effect on

COMT activity, interacts with Val158Met to modulate prefrontal cortex efficiency.

Depending on which of the Val158Met alleles the rs2075507 alleles are associated,

they might benefit or impair working memory. Given this, the aims of this study

were to investigate the effects of the rs4680 and rs2075507 polymorphisms on

working memory in a sample of children aged 6 to 14 years old, as well as to

examine the possibility of interaction between both SNPs using haplotype analysis.

In addition, the influences of sex and age on the effects exerted by these

(15)

boys and younger children (6 to 9 years), Val158Val homozygotes presented better

working memory performance. For girls and older children (10 to 14 years),

Met158Met homozygotes presented better performance. These data point to, for the

first time, that in addition to age, sex also affects the association patterns of the

Val158Met SNP. This sex influence is possibly due to the different onset ages of

puberty for males and females. No effects were detected for the rs2075507

polymorphism. Analyzing both SNPs together, the ValG haplotype predicted better

working memory performance in boys and younger children, while the MetG

haplotype predicted better performance in girls and older children. The presence of

the G allele in both haplotypes related to better working memory performance, is an

indication that perhaps the rs2075507 polymorphism is not the one actually

interacting with rs4680; but, instead, another polymorphism near rs2075507 might

actually be interacting with rs4680. In summary, the present study suggests that

puberty, more than age, is an important factor to be considered in Val158Met SNP

association analyses. In addition, the necessity to analyze other polymorphisms near

rs2075507 was pointed out, since one of these other polymorphisms might really be

responsible for modulating COMT activity. Associated with future research, the

results obtained here may help in the development of effective educational and

psychological strategies for improving the assitence of children with learning

(16)

1. Introdução

1.1. Memória de trabalho

A habilidade humana de interagir com o ambiente baseia-se principalmente na

capacidade de manter informações ativas e disponíveis para consulta durante um

determinado momento. Tal capacidade é executada por meio da memória de trabalho

(MT), que nada mais é do que um armazenamento temporário e dinâmico de

informações a serem utilizadas ou manipuladas constantemente (Karlsgodt et al.,

2011). A MT apresenta papel fundamental na cognição e no desempenho cognitivo,

permitindo a integração de dados a partir de estímulos percebidos instantaneamente,

memória de longo prazo e processos do pensamento (Vogler et al., 2014).

Informações mantidas na MT podem ser aplicadas em situações rotineiras, utilizadas

na resolução de problemas ou empregadas como gatilho para a memória de longo

prazo. Ela é crítica para o desempenho nas atividades de leitura, escrita,

planejamento e comunicação coerente. Como são requeridas constantemente, danos a

uma ou mais destas habilidades são capazes de levar a graves perturbações na vida

diária de um indivíduo (Karlsgodt et al., 2011).

Ao longo das últimas décadas, o grande número de trabalhos na área gerou um

consenso de que a MT constitui uma característica complexa, onde o volume de

armazenamento de conteúdo transitório varia de um indivíduo para outro devido, em

parte, a fatores genéticos (Vogler et al., 2014). Apesar do desempenho da MT ser

herdável, o mecanismo biológico pelo qual ele é transmitido não é conhecido. A

ampla rede gênica que influencia a MT pode afetar o funcionamento neuronal dentro

de regiões cerebrais específicas ou a coordenação da atividade nestas regiões (Ando

et al., 2001; Chen et al., 2009; Karlsgodt et al., 2011). Utilizando metodologia

baseada no estudo de polimorfismos de nucleotídeo único (single nucleotide

polymorphisms - SNPs), Vogler et al. (2014) obtiveram estimativas de herdabilidade

variando entre 31 e 41% para o fenótipo MT. Trabalhos prévios, com base em

famílias e gêmeos, observaram estimativas de herdabilidade entre 15 e 72%

(Karlsgodt et al., 2010; Vinkhuyzen et al., 2010; Wilson et al., 2011; Lee et al.,

(17)

Atualmente, o modelo de MT mais aceito é o baseado em três componentes

descrito por Baddeley e Hitch (1974). Este modelo é formado pelo componente

fonológico, que é responsável por manter informação verbal, pelo componente

viso-espacial, o qual mantém informação viso-espacial, e pelo componente executivo central, o

qual dirige a atenção, integra informações e coordena os dois componentes anteriores

(Baddeley, 2003b; Karlsgodt et al., 2011) (Fig. 1). O elemento fonológico pode ser

decomposto em dois subelementos: o sistema de armazenamento temporário, o qual

mantém informações verbalmente codificadas por alguns segundos, e o sistema de

ensaio subvocal, que atualiza as informações armazenadas no primeiro subelemento

para que elas não sejam perdidas (Baddeley, 2003a; b; Karlsgodt et al., 2011). O

componente viso-espacial tem a função de integrar dados espaciais, visuais e

cinestésicos em uma representação unificada, que pode ser temporariamente

armazenada e manipulada. Por fim, o componente executivo central é responsável

pelo controle da atenção e pelo processamento de tarefas cognitivas. Ele possui a

função de coordenar o desempenho em diferentes tarefas (p. ex. simultaneamente

armazenar e processar a informação), optar por uma tarefa ou estratégia, atentar para

informação relevante e inibir informação irrelevante, e ativar e recuperar informação

da memória de longo prazo (Baddeley, 2003a; Corso e Dorneles, 2012).

Recentemente, este modelo de MT descrito por Baddeley e Hitch (1974) foi

atualizado para incluir um quarto componente, o Buffer episódico. Este novo elemento é capaz de integrar informações da memória de longo prazo e dos

componentes fonológico e viso-espacial (Baddeley, 2000).

Figura 1. Modelo de memória de trabalho baseado em quatro componentes. Este modelo compreende um sistema de controle, o executivo central, dois sistemas de armazenamento, os componentes viso-espacial e fonológico, bem como um buffer episodic, o qual permite que informações dos dois sistemas de armazenamento sejam combinadas com informações da memória de longo prazo.

(18)

Informações mantidas na MT são em grande parte transitórias, ao passo que

informações retidas por extensos períodos de tempo são apoiadas por diferentes

processos de memória de longo prazo. O córtex pré-frontal (CPF) é a principal região

cerebral envolvida na MT. Lesão desta região interfere na execução de tarefas que

demandam esta característica (Karlsgodt et al., 2011).

Uma ampla variedade de testes psicológicos foi desenvolvida para tornar o

desempenho da MT quantificável. Estes testes tipicamente consistem na

apresentação de estímulos aos indivíduos testados. Adultos/crianças passam por um

breve período de codificação da informação recebida, seguido por um período de

manutenção e/ou processamento na ausência do estímulo original, e por fim, por um

período de recuperação da informação. Como a memória é armazenada

transitoriamente, para que o indivíduo obtenha sucesso ele deve se lembrar da

informação alvo durante o período de ausência do estímulo e, em seguida, descartá-la

(Karlsgodt et al., 2011).

Os principais testes de mensuração da capacidade de MT encontrados na

literatura são: n-back, Count span, Digit span e Corsi block (Case et al., 1982;

Kessels et al., 2000; Figueiredo, 2002; Conway et al., 2005). O teste n-back

apresenta uma lista de itens, na qual o indivíduo testado deve continuamente

informar se cada item é igual àquele que apareceu n itens atrás na sequência (o n

tipicamente varia de 1 a 4) (Conway et al., 2005). Por exemplo, na tarefa two-back, os indivíduos devem manter de forma contínua os últimos dois itens da lista,

atualizando este conjunto de memória a cada novo item e descartando aquele menos recente. No Count span, o sujeito avaliado deve contar em voz alta o número de

pontos vermelhos presentes em uma tela. Após a observação de múltiplas telas, o

sujeito deve informar quais quantidades foram contadas em cada uma (Case et al.,

1982). O teste Digit span apresenta dois tipos de tarefas, de ordem direta e inversa.

Na tarefa de ordem direta, o examinador dita uma sequência de números e, em

seguida, o probando deve repetir os números na mesma ordem. Já na tarefa de ordem

inversa, o probando deve repetir os números na ordem inversa, ou seja, repeti-los a

partir do último. Em ambas as tarefas, a sequência se inicia com dois números e

aumenta progressivamente à medida que o sujeito acerta as respostas (Figueiredo,

2002). Assim como o Digit span, o teste Corsi block também apresenta tarefas de

ordem direta e inversa. Na tarefa de ordem direta, o examinador toca em alguns

(19)

mesma ordem. Na tarefa de ordem inversa, o indivíduo deve tocar os blocos na

ordem inversa, iniciando do último até o primeiro. Conforme o indivíduo acerta a

sequência, o número de blocos aumenta, podendo chegar até nove (Kessels et al.,

2000).

A MT é fortemente relacionada às habilidades de aprendizagem e ao progresso

acadêmico, sendo capaz de predizer o nível escolar atual e subsequente de crianças

através dos anos escolares, em leitura e matemática (Alloway, 2009). Diversos

estudos apoiam fortemente a visão de que déficits na MT contribuem para

dificuldades de aprendizado (Alloway, 2009; Peng e Fuchs, 2014). Alloway et al.

(2005) observaram que crianças com graves problemas de aprendizagem

apresentavam maiores déficits na MT do que crianças com problemas mais leves. Em

um estudo semelhante, Alloway (2009) avaliou 64 crianças, entre 7 e 11 anos, para

memória, Quociente de Inteligência (QI), leitura e matemática. Após dois anos, estas

mesmas crianças foram retestadas para as duas últimas características. O objetivo da

pesquisa era investigar o poder preditivo da MT e do QI nas habilidades de leitura e

matemática em crianças com problemas de aprendizagem. Os resultados

demonstraram que a capacidade de MT e os conhecimentos adquiridos

anteriormente, e não o QI, foram os preditores exclusivos dos resultados de

aprendizado dois anos mais tarde.

Estudantes com déficits importantes na MT precisam se esforçar mais na sala de aula, uma vez que eles são incapazes de armazenar em mente informação suficiente

que lhes permita completar uma dada tarefa. A perda de informações cruciais a partir da MT acarreta no esquecimento de instruções que os alunos deveriam seguir

e de detalhes sobre o que eles estão fazendo. Consequentemente, estes alunos

falham em diversas atividades, o que por fim, resulta em um progresso acadêmico

inferior, quando comparado aos demais colegas de classe (Alloway et al., 2009).

1.2. Síndromes que cursam com déficits na MT

Algumas síndromes apresentam o déficit na MT como uma importante

característica fenotípica. Como exemplo, podemos citar a Síndrome de Turner,

Síndrome do X-Frágil e Síndrome Velocardiofacial.

A Síndrome de Turner resulta da perda total ou parcial do cromossomo X. Uma

das consequências desta síndrome é a falha no desenvolvimento ovariano, o que

(20)

influencia o desempenho em tarefas de memória verbal e não-verbal, e pode

contribuir para o fenótipo cognitivo associado a Síndrome de Turner. O fenótipo

cognitivo caracteriza-se, principalmente, por dificuldades na função executiva e no

processamento de informações viso-espaciais, as quais são acompanhadas por

relativa preservação das habilidades verbais (Hart et al., 2006; Murphy et al., 2006;

Bray et al., 2011). Embora a deficiência intelectual não seja uma característica

frequente, existe um alto risco de dificuldades de aprendizado dentre as meninas

afetadas. Particularmente, dificuldades de aprendizagem da matemática, as quais são

significativas e persistentes (Rovet, 1993; Mazzocco, 2009). Estudos realizados com

meninas em idade escolar encontraram as seguintes frequências de dificuldade

matemática: 7-10% entre normais e 43-55% entre afetadas (Rovet, 1993; Mazzocco,

2001).

A Síndrome do X-Frágil é causada por expansões do trinucleotídeo CGG na

região 5’-UTR do gene FMR1 (fragile X mental retardation 1) (Verkerk et al.,

1991; Yu et al., 1991). Grandes expansões (acima de 200 repetições) levam a

inibição da produção da proteína FMRP (fragile X mental retardation protein), a

qual é importante para o desenvolvimento neural. Pacientes com Síndrome do

X-Frágil apresentam déficits específicos na função executiva e MT, sendo que o

comprometimento desta última parece ser mais pronunciado em tarefas de MT

fonológicas. Estes déficits estão presentes mesmo em indivíduos assintomáticos com pré-mutação e o número de repetições CGG está diretamente correlacionado

com o grau de prejuízo da função executiva (Karlsgodt et al., 2011). A maioria dos meninos afetados por este distúrbio apresenta deficiência intelectual, que pode

variar de leve à moderada (p. ex. QI médio entre 36 e 70) (Bailey et al., 1998). Por

outro lado, 50% das meninas afetadas possuem deficiência intelectual, enquanto as

50% restantes podem apresentar deficiências cognitivas menos graves, incluindo

dificuldades de aprendizagem, ou podem não manifestar efeitos perceptíveis

(Rousseau et al., 1994; Murphy et al., 2006). A taxa de prevalência da dificuldade

de aprendizagem da matemática entre meninas sem deficiência intelectual excede a

taxa da população geral (Murphy, 2009). Murphy et al. (2006) em um estudo

longitudinal, encontraram que a porcentagem de meninas com Síndrome do

X-Frágil que apresentaram dificuldade matemática pelo menos uma vez durante

avaliações anuais, entre o jardim de infância e a terceira série, foi maior (87%) que a

(21)

pesquisas são realizadas com meninas, pouco se sabe sobre a habilidade matemática

em meninos afetados (Murphy, 2009).

A Síndrome Velocardiofacial, também chamada de Síndrome de deleção

22q11.2, envolve a perda de uma das cópias de em torno de 30 genes (Scambler et

al., 1992; Lindsay, 2001; Prescott e Scambler, 2005). As principais características

apresentadas pelas crianças afetadas incluem anormalidades velofaríngeas,

anomalias cardíacas congênitas, dismorfias faciais e dificuldades de aprendizagem.

Dentre os fenótipos neurocognitivos, destaca-se o déficit de MT, especialmente de

MT viso-espacial (Montojo et al., 2014). Durante o ensino primário, as crianças já

exibem dificuldades matemáticas consideráveis, apesar do desempenho em leitura

ser relativamente preservado (De Smedt et al., 2009). As habilidades intelectuais

são geralmente mais baixas que a média (QI igual 74), com cerca de 60% dos

afetados apresentando inteligência variando de normal a limítrofe (QI > 70) e cerca

de 40% apresentando deficiência intelectual leve (Swillen et al., 1997; Woodin et

al., 2001; De Smedt et al., 2007).

Tem sido sugerido que um ou vários genes contidos na deleção 22q11.2 possam

estar envolvidos no desenvolvimento e na função cerebral, possivelmente levando às

alterações morfofuncionais típicas desta síndrome (Maynard et al., 2003). Um dos

genes da região deletada que tem chamado bastante atenção dos pesquisadores é o

catechol-O-methyltransferase (COMT). O grande interesse neste gene provém da sua contribuição para as diferenças individuais no funcionamento cerebral, bem

como para o desempenho cognitivo na população geral (Diamond et al., 2004).

1.3. Gene COMT

1.3.1. Estrutura e função

O gene COMT possui seis éxons (sendo os dois primeiros não codantes) e é

capaz de codificar dois transcritos, de 1,3 e 1,5 Kb, a partir de dois promotores

(Tenhunen et al., 1994). As variantes transcricionais codificam aloenzimas distintas,

uma solúvel (S-COMT) e uma ligada à membrana (MB-COMT), a partir de dois

códons de início ATG. O menor transcrito, de 1,3 kb, é regulado pelo promotor P1.

Este promotor sobrepõe parcialmente a sequência codificadora da forma MB-COMT. Por sua vez, a síntese do transcrito de 1,5 kb é regulada pelo promotor P2,

(22)

associada à membrana, enquanto o transcrito de 1,3 kb codifica somente a forma

solúvel (Fig. 2) (Männistö e Kaakkola, 1999; Zhu, 2002).

A S-COMT apresenta 221 aminoácidos, ao passo que a MB-COMT possui, além

destes, uma extensão de 50 aminoácidos hidrofóbicos. Destes 50 aminoácidos extra,

20 funcionam como âncoras de membrana (Bertocci et al., 1991; Lundström et al.,

1991; Männistö e Kaakkola, 1999; Zhu, 2002). A maioria dos tecidos humanos

expressa os dois transcritos, no entanto, no cérebro, somente o maior transcrito pode

ser prontamente detectado. Como resultado, a MB-COMT é a forma enzimática

predominante no cérebro (70%), sendo a S-COMT encontrada em níveis reduzidos

(30%) (Tenhunen et al., 1994; Hong et al., 1998; Zhu, 2002; Chen et al., 2004).

Apesar da forma associada à membrana ser expressa em todas as regiões do sistema

nervoso central, dados mostram uma predominância no CPF (Hong et al., 1998;

Matsumoto et al., 2003).

Figura 2. O gene COMT e seus transcritos. O gene COMT é formado por seis éxons (representados pelas caixas cinza) e dois promotores, P2 e P1, os quais são responsáveis por controlar a expressão dos transcritos de 1.5 e 1.3 kb, respectivamente. O gene COMT contém alguns polimorfismos de interesse, como por exemplo, o rs2075507 e o rs4680. As posições de início da tradução da MB-COMT e S-MB-COMT, bem como o códon de terminação da tradução e a cauda poli-A (pA) estão indicados.

FONTE: adaptada de Zhu, 2002.

A COMT é importante para o catabolismo de uma gama de substratos catecol,

incluindo catecolaminas (dopamina, norepinefrina e epinefrina) e

(23)

substratos, por meio da utilização de uma molécula S-adenosil-L-metionina como

doador de grupo metil (Tunbridge et al., 2006).

No cérebro, a COMT pode modular as funções de neurotransmissão da dopmina

e norepinefrina em vários processos, através da alteração da taxa de inativação

metabólica destas substâncias (Zhu, 2002). A COMT é responsável por degradar

mais de 60% da dopamina presente nas fendas sinápticas do CPF (Karoum et al.,

1994). Em geral, o CPF expressa baixos níveis de proteínas transportadoras de

dopamina (DAT – dopamine transporter), sendo que dentro das fendas sinápticas

não é possível detectar sua expressão. Como o DAT é o mecanismo mais eficiente

para degradar a dopamina liberada no espaço extracelular, o CPF é dependente de

um mecanismo secundário, a COMT, para encerrar a ação da dopamina liberada

(Fig. 3) (Dauvilliers et al., 2014).

Figura 3. Transmissão dopaminérgica no córtex pré-frontal (CPF) e corpo estriado. No CPF a COMT é a principal responsável pela remoção da dopamina na fenda sináptica, enquanto em outras regiões cerebrais, como o corpo estriado, a proteína transportadora de dopamina (DAT - dopamine transporter) exerce esta função. FONTE: adaptada de Tunbridge et al., 2006.

Os níveis de dopamina nesta região cerebral são críticos para a modulação da

(24)

(Tunbridge et al., 2006; Kukshal et al., 2013). Fortes evidências sugerem que existe

uma relação em forma de U invertido entre atividade da dopamina no CPF e

desempenho da MT. Nesta relação, níveis intermediários de dopamina são

considerados ótimos para a performance da MT (Fig. 4) (Tunbridge et al., 2006).

1.3.2. Polimorfismos

Devido à importância da dopamina na regulação da cognição no CPF,

polimorfismos do gene COMT foram identificados como possíveis contribuintes

para a variação individual em funções dependentes nesta região. Evidências

sugerem que o gene COMT está associado com desempenho da MT (Goldberg et

al., 2003; Júlio-Costa et al., 2013).

Atualmente, existem vários SNPs descritos no gene COMT, como por exemplo:

rs2075507 localizado no promotor P2, rs6267 localizado no éxon 3, rs737865

localizado no íntron 1 e rs4680 localizado no éxon 4. Destes, o mais investigado na

literatura é o rs4680, também chamado de polimorfismo Val158Met (Fig. 2). Este

SNP, localizado na região codificadora do gene, consiste em uma substituição G A, a qual por sua vez resulta na substituição de uma valina por uma metionina, na

posição 158 da MB-COMT (108 da S-COMT) (Bertocci et al., 1991; Lundström et

al., 1991; Swift-Scanlan et al., 2014).

Figura 4. Relação em forma de U invertido entre nível de dopamina no córtex pré-frontal e desempenho da memória de trabalho.

FONTE: adaptada de Tunbridge et al., 2006.

Em razão da presença deste SNP funcional, a COMT apresenta uma distribuição

(25)

(Floderus et al., 1981; Lachman et al., 1996). A forma Met apresenta menor

termoestabilidade e, portanto, menor atividade em temperatura fisiológica (Chen et

al., 2004). Assim, indivíduos homozigotos para o alelo valina exibem maior

atividade da COMT e menores concentrações de dopamina nas fendas sinápticas do

CPF. Já homozigotos para o alelo metionina exibem menor atividade da COMT

(taxa de degradação entre 1/3 e 1/4 mais lenta) e, consequentemente, maior

disponibilidade de dopamina nas fendas sinápticas. Como os alelos são

codominantes, heterozigotos apresentam níveis intermediários de atividade da

COMT, explicando assim a distribuição trimodal observada (Lachman et al., 1996;

Chen et al., 2004).

Figura 5. Efeito da atividade da COMT na relação em forma de U invertido entre nível de dopamina e função do córtex pré-frontal (CPF). Homozigotos Val estão associados a níveis subótimos de dopamina, enquanto homozigotos Met apresentam níveis próximos aos ideais.

FONTE: adaptada de Tunbridge et al., 2006.

Como mencionado anteriormente, em razão de o gene COMT ser importante

para a modulação dos níveis de dopamina no CPF, ele representa um excelente

candidato para modular a função desta região (Tunbridge et al., 2004). Egan et al.

(2001) demonstraram que o alelo Val esta associado com baixa performance em

tarefas dependentes do CPF, com homozigotos Met desempenhando melhor que

homozigotos Val, e heterozigotos apresentando desempenho intermediário. O

mesmo grupo de pesquisa constatou uma associação entre genótipo e atividade

pré-frontal. Utilizando ressonância magnética funcional durante tarefas que demandam

(26)

em relação a homozigotos Met, e que heterozigotos, mais uma vez, exibiram padrão

intermediário (Egan et al., 2001). A partir deste e de outros estudos, conclui-se que

indivíduos homozigotos para o alelo Val utilizam seus CPF de forma menos

eficiente que portadores do alelo Met, ou seja, indivíduos Val158Val requerem

maior ativação pré-frontal para um dado nível de desempenho. Portanto, a maior

atividade da enzima codificada a partir do alelo Val está relacionada à baixa

performance e à ativação pré-frontal menos eficiente, presumivelmente, devido aos

menores níveis de dopamina no CPF (Tunbridge et al., 2006). A baixa atividade da

enzima COMT, como resultado do alelo Met, leva a uma maior concentração de

dopamina pré-frontal, permitindo que ela se difunda mais através da fenda sináptica,

e assim, ative receptores extrassinápticos (dopamine receptor D1; ativação mais

eficiente). De maneira oposta, a alta atividade da COMT codificada a partir do alelo

Val leva a uma menor concentração de dopamina pré-frontal, o que limita a difusão

deste neurotransmissor e favorece a ativação de receptores intrassinápticos

(dopamine receptor D2; ativação menos eficiente; Fig. 3) (Winterer e Weinberger,

2004). Os receptores D1 estão relacionados à ativação mais eficiente do CPF devido

à habilidade de estimular um efeito excitatório global no interior da célula

(Kebabian e Calne, 1979).

Embora a maioria dos estudos de associação envolvendo a COMT esteja focada

no polimorfismo Val158Met, nos últimos anos, diversas evidências emergiram sugerindo que outros loci dentro do gene COMT podem constituir polimorfismos

capazes de influenciar na atividade da enzima. Sendo assim, alguns trabalhos têm utilizado haplótipos, uma vez que eles podem demonstrar efeitos mais confiáveis do

que o SNP Val158Met sozinho (Tunbridge et al., 2006). Por exemplo, o

polimorfismo A287G (rs2075507) localizado na região 5’ do gene (dentro do

promotor P2), possui um baixo efeito sobre a atividade da COMT e interage com o

polimorfismo Val158Met para modular a eficiência do CPF (Fig. 2) (Chen et al.,

2004; Meyer-Lindenberg et al., 2006). A presença do alelo G reduz os níveis de

atividade da COMT, comparado ao alelo A. Esta redução, em combinação com o

alelo Val, é benéfica para a função do CPF, uma vez que direciona a atividade da

COMT para próximo dos níveis ótimos. No entanto, esta redução é prejudicial

combinada com o alelo Met, dado que ela direciona a atividade da enzima para

níveis subótimos, refletindo assim em um aumento da dopamina pré-frontal acima

(27)

(2006) confirmaram estes achados por meio de estudos de neuroimagem durante

tarefas que demandam MT. A resposta pré-frontal mais eficiente foi observada para

o haplótipo MetA, enquanto a mais ineficiente foi observada para o haplótipo ValA.

As respostas para os haplótipos contendo o alelo G foram intermediárias.

1.3.3. Estudos de associação

Apesar do padrão mencionado acima ser bastante aceito (desempenho superior =

Met, desempenho inferior = Val), pesquisas mais recentes, considerando diferentes

grupos étnicos e faixas etárias têm gerado resultados discordantes.

Normalmente, os estudos realizados com adultos caucasianos confirmam que o

alelo Met está associado com melhor função cognitiva, especialmente em MT. No

entanto, diversos estudos com adultos chineses demonstraram que portadores do

alelo Val desempenharam melhor em tarefas que demandam MT que homozigotos

Met (Wang et al., 2013). Isto sugere que o efeito de diferentes haplótipos ou

backgrounds genéticos, modificam o impacto do polimorfismo Val158Met.

Figura 6. Efeito da atividade da COMT na relação em forma de U invertido entre nível de dopamina e função do córtex pré-frontal (CPF). Homozigotos Val podem ser deslocados para próximo do ápice da curva em razão da redução da atividade da COMT (presença do alelo G do SNP rs2075507). Em contrapartida, a redução da atividade da COMT em homozigotos Met resulta em níveis de dopamina exageradamente altos, prejudicando assim a função do CPF.

FONTE: adaptada de Tunbridge et al., 2006.

(28)

6 e 14 anos, identificaram que aquelas com genótipo Met158Met apresentaram

performance significativamente maior em tarefa que requer MT e inibição,

comparadas a crianças com genótipo Val158Val. As crianças heterozigotas exibiram

desempenho intermediário. Wahlstrom et al. (2007), em um estudo com crianças e

adolescentes, entre 9 e 17 anos, observaram que indivíduos heterozigotos e

homozigotos para o alelo Valdesempenharam melhor que homozigotos para o alelo

Met em tarefas de MT e atenção. Júlio-Costa e colaboradores (2013), a partir de

uma amostra de 155 crianças entre 8 e 12 anos, recrutadas a partir de escolas

públicas e privadas de Belo Horizonte, puderam observar que crianças com pelo

menos um alelo Met apresentaram desempenho superior em relação às homozigotas

Val158Val, em tarefas numéricas e aritméticas. No entanto, nenhuma diferença foi

detectada entre os genótipos em tarefas de MT.

Esta falta de concordância entre pesquisas com crianças e adolescentes pode ser

devido a diferentes efeitos dos genótipos da COMT em diferentes idades. Diversos

estudos realizados ao longo das últimas décadas demonstraram que a adolescência é

um período de contínuo desenvolvimento do CPF. A adolescência é caracterizada

pelo amadurecimento de uma variedade de processos mediados pelo CPF, como por

exemplo, a MT (De Luca et al., 2003; Luna et al., 2004; Luciana et al., 2005;

Conklin et al., 2007). A partir da puberdade até a vida adulta, os níveis de dopamina

decrescem no CPF (Wahlstrom et al., 2007). Este decréscimo nos níveis basais de dopamina entre a infância e a vida adulta pode afetar a posição dos genótipos

Val158Met na curva em forma de U invertido e, consequentemente, levar a diferentes efeitos do SNP rs4680 durante o desenvolvimento (Fig. 7) (Dumontheil et

al., 2011).

Durante a infância, devido à presença de maiores níveis de dopamina, a relação

entre os genótipos da COMT e o funcionamento cognitivo pode ser oposta a

observada em adultos. Os maiores níveis de dopamina podem interagir com o

genótipo Met158Met e causar níveis excessivos de dopamina no CPF, deslocando

os indivíduos portadores deste genótipo para uma posição mais a direita da curva em

U invertido. Posição esta caracterizada por funcionamento cognitivo ineficiente. Já

os indivíduos Val158Val e Val158Met se beneficiariam destes maiores níveis de

dopamina, uma vez que eles seriam deslocados para mais próximo do ápice da

curva. Este deslocamento resultaria em melhor funcionamento cognitivo comparado

(29)

Os resultados controversos entre diferentes estudos podem ser devido à ampla

gama de idades avaliadas. Muitos estudos investigando associação entre o

polimorfismo Val158Met e funções cognitivas fazem uso de amostras onde estão

presentes crianças e adultos (Wahlstrom et al., 2010). Além disso, mesmo em

estudos com amostras contendo apenas crianças, a diferença entre meninas e

meninos quanto à idade de início da puberdade, 10 e 12 anos, respectivamente, pode

levar a diferentes resultados.

Figura 7. Alterações na relação entre genótipos da COMT e desempenho cognitivo em função da idade. Na infância, devido à presença de maiores níveis de dopamina no córtex pré-frontal (CPF), homozigotos Val apresentam melhor desempenho cognitivo que homozigotos Met.

FONTE: adaptada de Wahlstrom et al., 2010.

1.4. Necessidades atuais

Muitos dos trabalhos prévios investigando os mecanismos subjacentes à MT e,

consequentemente, à aprendizagem, baseiam-se principalmente no estudo de

populações caucasianas adultas. Há uma carência em pesquisas, principalmente com

crianças, buscando averiguar polimorfismos distribuídos na população brasileira,

capazes de influenciar o amplo espectro fenotípico observado para a MT. Pesquisas

voltadas para a nossa população se fazem extremamente necessárias, uma vez que

nossa alta taxa de miscigenação pode acarretar em padrões de associação gene – MT

(30)

Compreender as modulações genéticas que regem as diferentes habilidades

cognitivas, como por exemplo, a MT, pode revelar passos essenciais para suplantar

a dificuldade de aprendizagem, principalmente entre crianças em idade escolar.

2. Justificativa e relevância

Aproximadamente 7% das crianças apresentam dificuldade matemática (DM),

enquanto 5 a 12% sofrem de dificuldade de leitura (DL) (De Weerdt et al., 2013).

Apesar de adequadas oportunidades de aprendizagem, normalmente, ambas as

dificuldades costumam persistir ou aumentar ao longo da vida escolar, o que pode

resultar em consequências negativas, tais como ansiedade, baixa motivação e alta

frustração acadêmica, bem como isolamento social (Schuchardt et al., 2008;

Willcutt et al., 2013).

Déficits na memória de trabalho (MT) são características comuns tanto da DL

quanto da DM. Diversas pesquisas demonstraram que crianças com DL exibem

danos nos componentes fonológico e executivo central da MT. Para a DM, déficits

em todos os três componentes da MT já foram descritos (De Weerdt et al., 2013).

Apesar da grande importância da MT, especialmente para o processo de

aprendizagem, pouco se conhece sobre suas bases genético-moleculares e,

consequentemente, como estas bases influenciam no fenótipo final em diferentes grupos étnicos e diferentes idades. Há uma carência em pesquisas buscando

investigar polimorfismos genéticos entre indivíduos brasileiros de desenvolvimento

típico, principalmente crianças, que possam estar associados ao grau de performance

da MT. Estudos voltados para a população brasileira se fazem necessários, pois a

alta taxa de miscigenação da mesma pode acarretar em padrões de associação

diferentes dos encontrados nas pesquisas com populações caucasianas. Diferenças

estas já comprovadas para as populações asiáticas.

Sendo assim, este presente trabalho objetiva identificar as contribuições de

polimorfismos da COMT (SNPs rs4680 e rs2075507) para o desempenho da MT,

em crianças provenientes de escolas públicas e privadas de Belo Horizonte. Além de

dar continuidade a linha de pesquisa desenvolvida pelo Laboratório de Genética

Humana e Médica em parceria com o Laboratório de Neuropsicologia do

Desenvolvimento, ambos da UFMG, busca-se aprofundar os resultados encontrados

(31)

Analisando o contexto atual, este trabalho é inovador, pois procura compreender

a influência de alterações genéticas comuns e, portanto, de seus mecanismos

moleculares subjacentes, na performance de MT, em crianças da população

brasileira. Uma vez que a MT é uma medida relativamente pura da capacidade de

aprendizagem, os resultados deste trabalho poderão auxiliar no desenvolvimento de

estratégias educacionais compensatórias eficazes para o combate das dificuldades de

leitura e Matemática nas escolas.

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