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Custo da adequação quantitativa de profissionais de enfermagem em Unidade Neonatal.

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Academic year: 2017

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RESUmo

Este estudo descriivo, de natureza quan -itaiva, visou: ideniicar o tempo médio de assistência de enfermagem despendido e requerido pelos Recém-Nascidos (RN) internados na Unidade Neonatal do Hos -pital Universitário da Universidade de São Paulo; calcular o custo do tempo médio de assistência de enfermagem despendido e requerido por RN; veriicar o montante i -nanceiro da adequação do quadro de pro -issionais de enfermagem requerido para assisir os RN. O tempo médio de assistên -cia despendido pela equipe de enferma -gem e requerido pelos RN foi calculado por meio de equações disponíveis na literatura e aplicação do Nursing Aciviies Score. O custo do tempo médio de assistência e do montante inanceiro da adequação do qua -dro de proissionais foi calculado com base no custo/hora dos enfermeiros e dos técni -cos de enfermagem. O impacto inanceiro da adequação quanitaiva de proissionais de enfermagem correspondeu a um acrés -cimo de 30% no custo do quadro existente.

dEScRitoRES

Unidades de Terapia Intensiva Neonatal Enfermagem

Carga de trabalho Economia da enfermagem Custos hospitalares

Custo da adequação quantitativa de

profissionais de enfermagem em

Unidade Neonatal

A

r

tigo

o

riginAl

AbStRAct

The objecives of this descripive, quan -itaive study were: to idenify the mean nursing care ime provided and required by newborns (NB) hospitalized at the Neo -natal Unit of the University of São Paulo University Hospital; to calculate the cost of the mean nursing care ime provided and required, by NB; to assess the cost of the nursing staing adequacy required to as -sist the NB. The mean nursing care imes, provided by the nursing staf and required by NBs, were calculated using equaions available in the literature and by applying the Nursing Aciviies Score. The costs of the mean nursing care imes and to make nursing staing adequate were calculated based on the hourly cost of nurses and nursing technicians. The inancial impact of nursing staing adequacy accounted for a 30% increase over the cost of the current situaion.

dEScRiPtoRS

Intensive Care Units, Neonatal Nursing

Workload Economics, nursing Hospital costs

RESUmEN

Este estudio descripivo cuanitaivo objei -vó ideniicar el iempo promedio de aten -ción de enfermería dispensado y requeri -do por Recién Naci-dos (RN) interna-dos en Unidad Neonatal de Hospital Universitario de Universidad de São Paulo; calcular costo de iempo promedio de atención de en -fermería dispensado y requerido por RN, veriicar monto inanciero de adecuación del cuadro de profesionales de enfermería requerido para atender a RN. Los iempos promedio de atención dispensados por el equipo y requeridos por los RN fueron calculados mediante ecuaciones disponi -bles en literatura y aplicación del Nursing Aciviies Score. El costo de iempos pro -medio de atención y monto inanciero de adecuación del cuadro de profesionales se calculó con base en costo/hora de enfer -meros y técnicos de enfermería. El impacto inanciero de adecuación cuanitaiva de profesionales de enfermería correspondió a un incremento de 30% sobre el costo del cuadro existente.

dEScRiPtoRES

Unidades de Terapia Intensiva Neonatal Enfermería

Carga de trabajo

Economía de la enfermería Costos de hospital

Fernanda maria togeiro Fugulin1, Antonio Fernandes costa Lima2, Valéria castilho3, Luciana bochembuzio4,

Janaína Anchieta costa5, Liliana castro6, Natália célia Lima Silva7, Raquel Rapone Gaidzinski8 COST OF NURSING STAFFING ADEQUACY IN A NEONATAL UNIT

COSTO DE ADECUACIÓN CUANTITATIVA DE PROFESIONALES DE ENFERMERÍA EN UNIDAD NEONATAL

1 Professora Associada do Departamento de Orientação Proissional da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. São Paulo, SP, Brasil.

ffugulim@usp.br 2 Professor Doutor do Departamento de Orientação Proissional da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. São Paulo,

SP, Brasil. tonifer@usp.br 3 Professora Associada do Departamento de Orientação Proissional da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo.

São Paulo, SP, Brasil. valeriac@usp.br 4 Doutora em Enfermagem. Enfermeira da Unidade de Neonatologia do Hospital Universitário da Universidade de

São Paulo. São Paulo, SP, Brasil. luboch@hu.usp.br 5 Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Gerenciamento em Enfermagem da Universidade

São Paulo. São Paulo, SP, Brasil. janainac@usp.br 6 Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Gerenciamento em Enfermagem da Universidade

São Paulo. São Paulo, SP, Brasil. Bolsista CAPES. lilianacastro@usp.br 7 Graduanda do Curso de Bacharel em Enfermagem da Escola de Enfermagem

(2)

iNtRodUção

Os avanços tecnológicos e as mudanças no mundo mo -derno impõem transformações no sistema de produção de bens e serviços, que ultrapassam limites geográicos, políi -cos, ideológi-cos, econômi-cos, sociais e culturais, exigindo a adoção de novas estratégias gerenciais que possibilitem o alcance, a manutenção e o aprimoramento da qualidade, visando o conínuo desenvolvimento organizacional(1).

Inseridas nesse contexto, as organizações de saúde também necessitam buscar novas formas de gestão que permitam sua sobrevivência, enfrentando o grande desaio de compaibilizar o uso eiciente dos recursos disponíveis com a melhoria do atendimento prestado à população.

Entretanto, a falta de invesimentos, associada à preca -riedade de políicas de recursos humanos em muitas insi

-tuições de saúde, tem provocado a deterioração das con -dições de trabalho, com impacto negaivo na

produividade e no desempenho dos serviços e, consequentemente, nos resultados dos cuidados prestados aos pacientes(2).

Assim, na práica, veriica-se baixa resolu -bilidade dos problemas evidenciados, decor -rentes, principalmente, das medidas econô -micas e das estratégias de gestão adotadas(3).

Diante de orçamentos restritos, as princi -pais medidas adotadas pelos gestores recaem sobre a limitação quanitaiva e/ou qualitaiva de trabalhadores de enfermagem, acarretan

-do excessiva carga de trabalho que diiculta a organização e a execução dos processos assis -tenciais, bem como a promoção de qualquer medida que favoreça a segurança dos usuários e dos prestadores da assistência(4).

A ideniicação da carga de trabalho é con -siderada a chave para a determinação e avalia

-ção quanitaiva e qualitaiva dos proissionais

de enfermagem. Para ideniicar esta variável, faz-se neces -sário medir o tempo que a enfermagem uiliza para prestar a assistência tanto direta quanto indireta aos pacientes(5).

Nesse senido, estudo realizado(6) com a inalidade de

avaliar a carga de trabalho da equipe de enfermagem em ins -ituição hospitalar de ensino veriicou defasagem no quadro de pessoal das unidades pesquisadas, sugerindo sobrecarga de trabalho que, sem dúvida, pode colocar em risco a segu -rança dos pacientes e dos proissionais de enfermagem.

No contexto internacional, o desenvolvimento de pes -quisas que evidenciam a relação direta entre a conformida -de -de pessoal -de enfermagem e os resultados assistenciais apresentados, relaivos, principalmente, à segurança dos pacientes e dos trabalhadores de enfermagem, vêm sendo divulgadas por enidades de classe, a im de demonstrar a importância da adequação do quadro de proissionais.

Esses estudos indicam que a inadequação, tanto nu

-mérica como qualitaiva de pessoal, inluencia, direta -mente, a assistência prestada aos pacientes e a saúde dos proissionais de enfermagem, aumentando o risco de exaustão emocional, estresse, insaisfação no trabalho e

burnout, com consequentes relexos nos índices de absen

-teísmo e de rotaividade(7).

Em face dessa realidade, torna-se necessário a produ -ção de conhecimentos que subsidiem a compreensão das implicações decorrentes de um quadro de pessoal deici -tário e a busca de novas alternaivas e possibilidades de transformação dos processos gerenciais adotados nas ins -ituições de saúde, destacando-se aqueles referentes ao gerenciamento dos custos.

obJEtiVoS

• Ideniicar o tempo médio de assistên -cia de enfermagem despendido e requerido pelos Recém-Nascidos (RN) internados na Unidade Neonatal do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP);

• Calcular o custo do tempo médio de assistência de enfermagem despendido e requerido, por RN, nessa Unidade;

• Veriicar o montante inanceiro da ade -quação do quadro de proissionais de en -fermagem requerido para assisir os RN da Unidade Neonatal.

mÉtodo

Trata-se de uma pesquisa descriiva, de natureza quanitaiva, realizada na Unidade Neonatal do Hospital Universitário da Uni -versidade de São Paulo (HU-USP), após apro -vação da Comissão de Éica em Pesquisa da Insituição (protocolo número 681/06). A Unidade Neonatal conta com 24 leitos para interna -ção de RN. Para o atendimento de crianças nascidas na insituição são desinados 19 leitos, cujas crianças podem ser procedentes do Centro Obstétrico, das Unidades de Alojamento Conjunto ou de Terapia Intensiva Neonatal. Os outros cinco leitos são reservados para RN externos, isto é, procedentes do Pronto-Socorro Infanil ou Ambula -tório ou Terapia Intensiva Neonatal de outras insituições de saúde(8).

Os objeivos dessa Unidade compreendem: prestar assistência de enfermagem de forma individualizada; pro -porcionar condições favoráveis para que os pais possam estabelecer vínculo adequado com seu ilho; favorecer e promover o aprendizado dos pais em relação aos cuida

-dos com o seu ilho; promover, apoiar e incenivar a prá -ica do aleitamento materno; esimular e proporcionar a

...a inadequação, tanto numérica como qualitativa de pessoal, inluencia, diretamente,

a assistência prestada

aos pacientes e a

saúde dos proissionais de enfermagem, aumentando o risco de

exaustão emocional, estresse, insatisfação no trabalho e burnout, com consequentes relexos nos índices de absenteísmo e de

(3)

permanência da mãe nas 24 horas; proporcionar a práica da posição canguru e oferecer condições para o desenvol -vimento do ensino e da pesquisa em unidade neonatal(8).

As causas mais frequentes de internação são: descon -forto respiratório precoce; distúrbios metabólicos, principal -mente hipoglicemia e hiperbilirrubinemia; infecções congê -nitas; problemas relacionados à prematuridade e febre(8).

Em relação ao grau de dependência dos cuidados de enfermagem, os RN são classiicados de acordo com a proposta(9), na categoria de cuidados semi-intensivos: RN

sujeitos à instabilidade de funções vitais, sem risco imi -nente de vida, porém com risco de agravamento súbito do seu estado clínico, que requeiram assistência de enferma -gem e médica permanente e especializada.

A população deste estudo abrangeu os RN internados na Unidade, independente do diagnósico, submeidos a tratamento clínico ou cirúrgico, que permaneceram inter -nados por um período mínimo de 24 horas.

O tamanho da amostra foi calculado estaisicamente, com base nos seguintes critérios:

• a população foi considerada normalmente distribuída; • o intervalo de coniança aceitável foi de 95% (Zc=1,96); • o erro percentual (e%), admiido entre a média da amostra e a média da população, deve ser igual ou menor que 5%;

• a taxa de ocupação percentual da Unidade (To%) foi tomada de acordo com as médias históricas, isto é: 50,7%;

• a Unidade Neonatal dispõe de 24 leitos.

O cálculo para determinar o tamanho da amostra indi -cou a necessidade de avaliar todos os RN internados du -rante o período mínimo de 14 dias.

O tempo médio de assistência despendido com os pa -cientes foi calculado por meio da aplicação de uma equa -ção indicada na literatura(10), a parir do quadro de pessoal

de enfermagem existente na unidade:

onde:

h

k = tempo médio de cuidado (em horas), por RN, se

-gundo a categoria proissional k;

qk= quanidade média diária de proissionais da cate

-goria proissional k;

t= jornada de trabalho dos proissionais;

n = quanidade média diária de RN.

O tempo médio de assistência requerido pelos RN foi esimado por meio da aplicação do Nursing Acivies Score

(NAS)(11).

O NAS é um instrumento de mensuração da carga de trabalho de enfermagem em unidades de terapia intensi -va (UTI), que traduz a quanidade de tempo consumido na assistência ao paciente. Considerado um indicador coni -ável, válido e estável(12), mostrou-se adequado para me

-dir a carga de trabalho da equipe de enfermagem na área neonatal, por contemplar os processos de trabalho e as aividades de enfermagem realizadas junto aos RN.

O NAS mede o tempo consumido pelas aividades de enfermagem no cuidado do paciente e seu escore total, obido pela pontuação de cada um dos 23 itens do instru

-mento e traduz a quanidade de tempo uilizado na assis -tência ao paciente, nas 24 horas, podendo alcançar o va -lor máximo de 176,8%. Dessa forma, um escore de 100% indica a necessidade de um enfermeiro (ou proissional de enfermagem) por plantão para assisir o paciente(11).

O instrumento NAS foi aplicado a todos os RN internados na Unidade Neonatal, no período de 6/11/2006 a 6/12/2006, pelas pesquisadoras, por meio da avaliação clínica das neces -sidades de cuidados e, quando necessário, completado com as informações relatadas pela equipe de enfermagem.

Para calcular o quanitaivo diário de proissionais da equipe de enfermagem requerido para o cuidado dos RN internados na unidade, foi uilizado a seguinte equação:

100

6

24

=1

=

n

I i

NAS

Q

Em que:

1

=

n

I i

NAS

= somatória do NAS de cada paciente.

O tempo médio de assistência requerido pelos RN, se -gundo a pontuação média do NAS, foi calculado de acordo com a equação(13):

24

100

=

NAS

h

Onde:

T i NAS

NAS

T

i

=

= 1

)

( = valor médio do NAS de uma

amostra de T pacientes;

=

T

i

i NAS

1

)

( = somatória do NAS de cada paciente i, desde i=1 até i=;

T= quanidade de pacientes amostrado no período;

24/100 = relação correspondente a 24 horas por 100 pontos NAS.

A parir da ideniicação dos tempos médios de as

-sistência despendidos e requeridos pelos RN da Unidade Neonatal, foi possível calcular o custo unitário da mão-de --obra direta (MOD).

n

t

q

(4)

A MOD refere-se ao pessoal que trabalha diretamen

-te sobre um produto ou serviço prestado, desde que seja possível mensurar o tempo despendido e a ideniicação de quem executou o trabalho(14).

O custo da MOD, por categoria proissional, por hora trabalhada, ou seja, o custo da hora/trabalho foi calculado pela razão entre a composição do salário mensal (CSM) de cada categoria (consituído pelo valor do salário médio da categoria acrescido das graiicações, um quinquênio, adicional insalubridade e encargos sociais) pelo tempo mensal contratual de trabalho.

Para o cálculo do salário médio da categoria (SMC), uilizou-se a média salarial correspondente ao nível inicial da carreira dos funcionários da USP (S1 para enfermeiros e T1 para técnicos de enfermagem), conforme a tabela disponibilizada no site www.usp.br/drh, referente ao mês de maio de 2011.

A carga horária mensal, para efeito de custo, foi de 144 horas para enfermeiros e técnicos de enfermagem.

A composição do salário mensal (CSM) compreendeu: a) Salário Médio da Categoria (SMC);

b) Parcela do 13º salário, ou seja, 1/12 SMC;

c) Adicional de insalubridade que corresponde a 20% do salário mínimo;

d) Quinquênio, sendo que um quinquênio correspon

-de a 5% SMC;

e) Graiicação por plantão, que corresponde a um acréscimo monetário sobre o salário quando o funcioná

-rio realiza a jornada de trabalho no noturno, feriados e inais de semana, o que acontece, em média, três vezes ao mês;

f) Parcela das férias, ou seja, 1/12 de 1/3 da CSM (Σ a+b+c+d+e);

g) Encargos sociais, sendo 40% do total da CSM (Σ a+b+c+d+e+f), por ser hospital público.

RESULtAdoS

Integraram o estudo 48 RN internados na Unidade Neo -natal no período de coleta de dados. O instrumento NAS foi aplicado 301 vezes na Unidade Neonatal, durante 30 dias.

O quanitaivo médio de proissionais de enfermagem no período do estudo foi de cinco enfermeiros e 16 téc

-nicos de enfermagem, perfazendo o total de 21 prois -sionais de enfermagem, nas 24 horas, para assisirem em média 10 (95% IC= 8,74 a 11,26) RN.

O tempo médio de assistência despendido aos RN cor -respondeu a 12,6 horas, dos quais 76% (9,6 horas) foram dispensadas por técnicos de enfermagem e 24% (3 horas) por enfermeiros, conforme demonstrado na Tabela 1.

A carga de trabalho requerida pelos RN, projetado por meio da aplicação do NAS, no período estudado, correspon -deu a 668,6% (95% IC=587,2% a 750%); a média da pontua -ção NAS, por RN, foi de 66,9% (95% IC=65,6% a 68,2%) que, em horas de cuidado, equivale a 16,1 horas de assistência, por RN, nas 24 horas. Dessas horas, 24% (3,9) devem ser dispensadas por enfermeiras e 76% (12,2) por técnicos de enfermagem, como pode ser visualizado na Tabela 2.

Período Manhã Tarde Noturno 1 Noturno 2 TOTAL

Categoria Horas Custo unitário

R$ Custo

total R$

Horas Custo unitário

R$

Custo total R$

Horas Custo unitário

R$ Custo

total R$

Horas Custo unitário

R$ Custo

total R$

Horas Custo unitário

R$ Custo

total R$ Enfermeiro 1,0 72,48 72,48 0,8 72,48 57,98 0,6 72,48 43,48 0,6 72,48 43,48 3,0 72,48 217,44 Técnico 2,4 40,40 96,96 2,6 40,40 105,04 2,3 40,40 92,92 2,3 40,40 92,92 9,6 40,40 387,84

Total 169,44 1 63,02 136,40 136,40 12,6 605,28

1,3 72,48 94,22 1,0 72,48 72,48 0,8 72,48 57,98 0,8 72,48 57,98 3,9 72,48 3,2 40,40 129,28 3,2 40,40 129,28 2,9 40,40 117,16 2,9 40,40 117,16 12,2 40,40

223,50 201,76 175,14 175,14 16,1

Período Manhã Tarde Noturno 1 Noturno 2 TOTAL

Categoria Horas Custo unitário

R$ Custo

total R$

Horas Custo unitário

R$

Custo total R$

Horas Custo unitário

R$ Custo

total R$

Horas Custo unitário

R$ Custo

total R$

Horas Custo unitário

R$ Custo

total R$ Enfermeiro

Técnico Total

282,67 492,88 775,55 Tabela 1 - Custo da hora de assistência dispensada, por RN, nas 24 horas, segundo a categoria proissional e distribuição nos turnos

de trabalho, São Paulo - 2011

Tabela 2 - Custo da hora de assistência requerida pela aplicação do NAS, por RN, nas 24 horas, segundo a categoria proissional e

distribuição nos turnos de trabalho, São Paulo - 2011

A parir da carga de trabalho (668,6%), obteve-se o quan

-itaivo de proissionais de enfermagem requerido para o cui -dado diário dos RN, de 27 (95% IC=23,4 a 30,0) proissionais.

Para o cálculo do custo das horas, obteve-se o custo uni

(5)

O valor unitário do custo da MOD correspondeu a: • enfermeiros – 10.437,60/144 horas = R$ 72,48/hora;

• técnicos de enfermagem – 5.817,88/144 horas = R$ 40,40/hora.

Estes valores foram uilizados no cálculo das horas de assistência dispensadas pelo quadro de proissionais exis -tente (Tabela 1) e requeridas pelos RN, conforme o qua -dro projetado por meio da aplicação do NAS (Tabela 2).

O custo médio das horas de assistência dispensadas, por RN, nas 24 horas, segundo a categoria proissional, foi de R$ 217,44 para os enfermeiros e R$ 387,84 para os téc -nicos, perfazendo o total de R$ 605,28.

O custo médio das horas de assistência requeridas pe -la aplicação do NAS, por RN, nas 24 horas, segundo a ca -tegoria proissional, foi de R$ 282,67 para os enfermeiros e R$ 492,88 para os técnicos, com um total de R$ 775,55.

De acordo com o NAS, um RN necessita, em média, de 3,9 horas de um enfermeiro por dia, aumentando 0,9 horas do enfermeiro e 12,2 horas de um técnico de enfer -magem, elevando 2,6 horas desse proissional.

O impacto inanceiro no custo da hora do enfermeiro re -querida sobre a existente é de R$ 65,23, o que corresponde a um aumento de 30%. Em relação aos técnicos de enferma -gem, o aumento é de R$105,04, correspondendo a 27%.

O aumento total do custo das horas de assistência por paciente foi R$ 170,27 (28%).

Conforme dito anteriormente, a parir da carga de tra -balho medida pelo NAS, o quanitaivo de proissionais de enfermagem requerido para o cuidado diário dos RN foi de 27 (95% IC=23,4 a 30,0) proissionais. Esse aumento de -mandariao acréscimo de seis proissionais, sendo dois en -fermeiros pela manhã, dois a tarde e um em cada noturno.

Para calcular o aumento do custo do quadro de pes

-soal, houve necessidade de efetuar o cálculo do custo do quadro médio de proissionais de enfermagem existente na unidade neonatal, no período do estudo, que está re -presentado na Tabela 4.

Composição

salarial mensal

Enfermeiros R$

Técnicos de Enfermagem R$

a – Salário médio da categoria (SMC)

6.132,31 3.309,99

b – Parcela do 13º Salário (1/12 do SMC)

511,02 275,83

c – Adicional de Insalubridade (20% de R$ 620,00)

124,00 124,00

d – Quinquênio (5% SMC) 306,61 165,50

e –

8,00) Gratificação por plantão (3 x R$ 6

180,00

---e – Gratificação por plantão (3 x R$ 56,00)

--- 168,00

f –

e 1/3 +e)

Parcela das Férias

(1/12 d Σ a+b+c+d

201,49 112,31

g –

a+b+c+d+e+f) Encargos sociais (40% Σ

2.982,17 1.662,25

Total 10.437,60 5.817,88 Tabela 3 – Demonstrativo do cálculo da composição salarial men

-sal dos enfermeiros e técnicos de enfermagem, São Paulo - 2011

Categoria Quantidade Custo unitário R$ Custo total R$

Enfermeiro 5 10.437,60 52.188,00

Técnico 16 5.817,88 93.086,08

Total 21 145.274,08

7 10.437,60 73.063,20

20 5.817,88 116.357,60

27 189.420,80

Categoria Quantidade Custo unitário R$ Custo total R$

Enfermeiro Técnico Total

Tabela 4 - Distribuição do custo mensal do quadro médio de pro

-issionais de enfermagem existente, São Paulo - 2011

Tabela 5 - Distribuição do custo mensal do quadro médio de pro

-issionais de enfermagem requerido, São Paulo - 2011

O custo mensal do aumento do quadro médio de pro -issionais de enfermagem requerido, conforme resultado da aplicação do NAS, está demonstrado na Tabela 5.

Comparando as Tabelas 4 e 5, observa-se que o au -mento do custo mensal do quadro requerido pela apli -cação do NAS seria de R$ 44.146,72, o que corresponde a um acréscimo de 30% sobre o montante inanceiro do quadro existente.

diScUSSão

Os resultados do estudo demonstram a necessidade de adequação do quanitaivo de proissionais de enfermagem da Unidade Neonatal. Por representar elevação dos custos operacionais, essa adequação exige conhecimentos especí -icos, habilidades e competências que subsidiem a elabora -ção de jusiicaivas para a negocia-ção do quadro de prois -sionais junto aos administradores da Insituição.

No entanto, os enfermeiros têm encontrado inúmeras diiculdades para jusiicar as necessidades de adequação no quanitaivo e qualitaivo de proissionais de enfer -magem, tanto para a melhoria da qualidade assistencial quanto para o atendimento das novas demandas impos -tas pelos gerentes das insituições de saúde, principal

-mente frente à necessidade crescente de racionalizar os custos e aumentar a oferta de serviços(6).

Nessa perspeciva, necessitam desenvolver conheci -mentos que os auxilie nas tomadas de decisão relaciona -das à alocação de recursos humanos, apontados como um dos elementos que geram maiores custos para as organi -zações de saúde.

(6)

havendo poucos estudos nessa área, principalmente na rea

-lidade brasileira(15), o que inviabiliza, inclusive, a análise com

-paraiva dos resultados obidos na presente invesigação. A busca por conhecimentos relacionados ao gerencia -mento de custos e sua aplicação na práica assistencial e gerencial exige uma mudança dos proissionais de saúde no que se refere, principalmente, à valorização dos aspec

-tos inanceiros da assistência à saúde e ao entendimento de que a inalidade de gerenciar os aspectos econômicos na saúde está fundamentada na oimização dos recursos, na garania de acesso e equidade aos usuários e na manu

-tenção da qualidade do atendimento(16).

Assim, além de determinarem o quanitaivo e qualita -ivo de proissionais necessários para alcançar o padrão de assistência desejado, os enfermeiros precisam analisar, tam -bém, o impacto inanceiro desses recursos no resultado das aividades assistenciais desenvolvidas pela equipe de enfer -magem, lembrando que embora os aspectos econômicos sejam importantes, eles não devem se sobrepor aos técni -cos, humanos, éicos e sociais nas tomadas de decisões.

Nesse contexto, veriica-se que as questões relaciona -das à adequação do quadro de proissionais de enferma

-gem assumem caráter relevante e estão sendo invesigadas no senido de produzir evidências técnicas e cieníicas, que promovam a conscienização do signiicado de um quadro de pessoal que atenda, além das necessidades dos pacien

-tes e das insituições de saúde, a segurança dos pacien-tes e dos proissionais da equipe de enfermagem(17).

Pesquisa(18) realizada por meio de revisão sistemáica

da literatura considerou que o dimensionamento de en -fermagem tem um impacto deiniivo e mensurável nos resultados assistenciais, tais como: eventos adversos, tempo de permanência, mortalidade de pacientes e rota -ividade de enfermeiros.

Invesigação desenvolvida com pacientes interna -dos em 799 hospitais -dos Esta-dos Uni-dos correlacionou o número de horas de enfermagem com a qualidade dos cuidados prestados, concluindo que o maior número de horas de cuidados prestados pelos enfermeiros está as -sociado à diminuição da taxa de mortalidade e do índice de eventos adversos, bem como à diminuição da taxa de mortalidade decorrentes desses eventos(19).

Outro estudo realizado na Inglaterra mostrou que em hospitais com maior quanidade de pacientes por enfer -meiro as taxas de mortalidade foram 26% mais altas do que aquelas encontradas em hospitais que apresentavam menor proporção de pacientes por enfermeiro(20).

Do ponto de vista inanceiro, pesquisadores(21) con

-cluíram que quando houve aumento do número de en -fermeiros nos hospitais, ocorreu, também, um aumento

signiicaivo nos custos operacionais, porém, sem diminui

-ção dos lucros. Por outro lado, nos hospitais onde hou -ve maior número de proissionais técnicos em relação aos enfermeiros, encontraram custos operacionais altos, acompanhados de menores lucros.

Estudo de revisão sistemáica da literatura(22) aponta

que a preocupação com a segurança dos doentes e com a qualidade dos cuidados está determinando a realização de pesquisas sobre a clínica e a relação custo-eicácia de intervenções e de cuidados em saúde, incluindo a distri -buição de recursos humanos.

O acúmulo de evidências que demonstram a relação entre o tempo de assistência de enfermagem e a qualidade do cuidado pode contribuir para comprovar o impacto das horas de enfermagem nos resultados e na segurança dos pacientes, subsidiando a negociação orçamentária do qua

-dro de proissionais junto aos administradores das insitui -ções de saúde ao agregar valor e qualidade aos serviços(17).

coNcLUSão

A realização do estudo possibilitou ideniicar o tem -po médio de assistência de enfermagem despendido e requerido pelos RN internados na Unidade Neonatal do HU-USP, demonstrando defasagem entre o tempo de as

-sistência de enfermagem despendido com os RN e o tem -po de assistência requerido -por eles. O quadro de prois -sionais requerido foi 29% maior que o quadro de pessoal existente na unidade, sugerindo sobrecarga de trabalho da equipe de enfermagem.

O custo médio das horas dispensadas, por RN, nas 24 horas, segundo o quadro de enfermeiros foi de R$ 141,33 e de técnicos de enfermagem foi de R$ 254,40, correspon

-dendo ao total de R$395,73.

O custo médio das horas de assistência requeridas pe -la aplicação do NAS, por RN, nas 24 horas, segundo a ca -tegoria proissional, foi de R$ 183,72 para os enfermeiros e R$ 323,30 para os técnicos, com um total de R$ 507,02, correspondendo a um aumento de 28%.

O aumento do custo mensal do quadro requerido pela aplicação do NAS seria de R$ 28.833,58, o que correspon -de a um acréscimo -de 30% sobre o montante inanceiro do quadro existente.

(7)

REFERêNciAS

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