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Deficiência de vitamina D na gravidez e o seu impacto sobre o feto, o recém-nascido e na infância.

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www.rpped.com.br

REVISTA

PAULISTA

DE

PEDIATRIA

ARTIGO

DE

REVISÃO

Deficiência

de

vitamina

D

na

gravidez

e

o

seu

impacto

sobre

o

feto,

o

recém-nascido

e

na

infância

Marilyn

Urrutia-Pereira

a,

e

Dirceu

Solé

b

aPontificiaUniversidadeCatólicadoRioGrandedoSul(PUC-RS),PortoAlegre,RS,Brasil bUniversidadeFederaldeSãoPaulo(UNIFESP),SãoPaulo,SP,Brasil

Recebidoem24dejaneirode2014;aceitoem9demaiode2014 DisponívelnaInternetem7defevereirode2015

PALAVRAS-CHAVE VitaminaD; Gestac¸ão; Lactac¸ão; Feto;

Recém-nascido; Crianc¸a;

Programac¸ãofetal

Resumo

Objetivo: DeficiênciadevitaminaD(DVD)nasgestanteseseusfilhoséproblemadesaúde,com

consequênciasgravesàsaúdedeambos.Assim,estarevisãovisoureavaliaramagnitudeeas consequênciasdaDVDnagestac¸ão,lactac¸ãoeinfância,fatoresderiscoassociados,métodos deprevenc¸ão,alémdeexplorarosmecanismosepigenéticosnavidafetalcapazesdeexplicar benefíciosnão-esqueléticosdavitaminaD(ViD).

Fontesdedados: Selecionaram-seartigosoriginais,derevisãoeconsensoscomnívelelevado

deevidência paradecisõesclínicas relacionadasàDVDnasaúdedasgestantes eseusfilhos eartigossobresuaac¸ãosobreosmecanismosepigenéticosdaprogramac¸ãofetaldedoenc¸as crônicasnavidaadulta,publicadosnoPubMednosúltimos20anos,empregando-seVitDstatus, eemcombinac¸ãocomPregnancy,Offspringhealth,ChildoutcomeseProgramming.

Síntesedosdados: Abordou-se fisiologia, metabolismo, fatores de risco para a DVD e

implicac¸ões nagravidez,lactac¸ãoeinfância, concentrac¸ão decortepara definirDVD, vari-abilidadedemétodosnasuadetecc¸ão,recomendac¸õessobreareposic¸ãodeViDnasgestantes, norecém-nascidoenacrianc¸a,bemcomosobreterasinfluênciasepigenéticasdaViD.

Conclusões: DVDéfrequenteentregestantesdealtoriscoeseusfilhos.Monitorar

rotineira-menteosníveisséricosde25(OH)D3noperíodoantenataléimperativo.Medidaspreventivas

precocesdevemserinstituídasàmenorsuspeitadeDVDnagestante,parareduzirmorbidades duranteagestac¸ãoealactac¸ão,bemcomoseuposteriorimpactosobreofeto,orecém-nascido enainfância.

©2014Associac¸ão dePediatriade SãoPaulo.Publicado porElsevier EditoraLtda.Todosos direitosreservados.

Autorparacorrespondência.

E-mail:urrutiamarilyn@gmail.com(M.Urrutia-Pereira).

http://dx.doi.org/10.1016/j.rpped.2014.05.004

(2)

KEYWORDS VitaminD; Pregnancy; Lactation; Fetus; Newborn; Children;

Fetalprogramming

VitaminDdeficiencyinpregnancyanditsimpactonthefetus,thenewbornandin childhood

Abstract

Objective: VitaminDdeficiency(VDD)inpregnantwomenandtheirchildrenisanimportant

healthproblemwithsevereconsequencesforthehealthofboth.Thus,theobjectivesofthis reviewweretoreassessthemagnitudeandconsequencesofVDDduringpregnancy,lactation andinfancy,associatedriskfactors,preventionmethods,andtoexploreepigeneticmechanisms inearlyfetallifecapableofexplainingmanyofthenon-skeletalbenefitsofvitaminD(ViD).

Datasource:Original andreview articles, andconsensus documentswith elevated levelof

evidenceforVDD-relatedclinicaldecisionsonthehealthofpregnantwomenandtheirchildren, aswellasarticlesontheinfluenceofViDonepigeneticmechanismsoffetalprogrammingof chronicdiseasesinadulthoodwereselectedamongarticlespublishedonPubMedoverthelast 20years,usingthesearchtermVitDstatus,incombinationwithPregnancy,Offspringhealth,

Childoutcomes,andProgramming.

Datasynthesis: Thefollowingitemswereanalyzed:ViDphysiologyandmetabolism,riskfactors

forVDDandimplicationsinpregnancy,lactationandinfancy,concentrationcutofftodefineVDD, thevariabilityofmethodsforVDDdetection,recommendationsonViDreplacementinpregnant women,thenewbornandthechild,andtheepigeneticinfluenceofViD.

Conclusions: VDDisacommonconditionamonghigh-riskpregnantwomenandtheirchildren.

Theroutinemonitoringofserum25(OH)D3levelsinantenatalperiodismandatory.Early

preven-tivemeasuresshouldbetakenattheslightestsuspicionofVDDinpregnantwomen,toreduce morbidityduringpregnancyandlactation,aswellasitssubsequentimpactonthefetus,the newbornandthechild.

© 2014Associac¸ão dePediatria deSãoPaulo. Publishedby Elsevier EditoraLtda. Allrights reserved.

Introduc

¸ão

AdeficiênciadevitaminaD(DVD)éapontadacomoum pro-blemadesaúdepúblicaemmuitospaíses,easgestantestêm sidoidentificadascomoumgrupodealtorisco,emquema prevalênciadeDVDoscilaentre20-40%.1

Apesardereconhecer-sequeasuplementac¸ãocom vita-minaD(ViD)éefetivanaprevenc¸ãodaDVD,muitascrianc¸as nascemcomdeficiênciaoquegeraquestionamentos:como eporqueaDVDafetaagestac¸ão,ofetoeasaúdeo recém--nascido?2

Oaumentononúmerodeestudossobreestetemarevela resultados conflitantes sobre a associac¸ão entreos níveis de25(OH)Dnagravidezeosefeitosadversosparaasaúde maternaefetal,esqueléticose nãoesqueléticos(doenc¸as autoimunes, doenc¸as cardiovasculares, diabete e certos tipos de câncer via ‘‘fetal imprinting’’).3 Assim, é opor-tuno rever a DVD nas mães e seusfilhos para que sejam implantadasestratégias nasuaprevenc¸ão nagestac¸ão,na lactac¸ão,comointuitodeevitarseuimpactosobreofeto, orecém-nascidoenainfância,visandoumapossívelreduc¸ão no desenvolvimento futuro de doenc¸as crônicas na idade adulta.

Método

Paraaselec¸ãodosartigosempregadosnapresenterevisão, foiutilizadaabasededadosdoPubMed,avaliando-secomo período de busca os últimos 20 anos. Foram empregados

os seguintes termos de busca: VitD status isoladoe em combinac¸ão com ostermos: Pregnancy, Offspring health, Childoutcomes,Programming.Entreostrabalhos encontra-dosforamexcluídososderelatodecaso,osdeintervenc¸ão sem randomizac¸ão, sendo selecionados artigos originais, artigosderevisãoeconsensoscomnívelelevadode evidên-ciaparadecisõesclínicasrelacionadasàDVDnasaúdedas gestanteseseusfilhos.Selecionaram-setambémosartigos que avaliarama influência daViD nos mecanismos epige-néticosdaprogramac¸ãofetaldedoenc¸as crônicas navida adulta, focalizando-senos mais recentes. Osartigos mais relevantessegundoosobjetivosdapresenterevisãoforam osescolhidos.

Fisiologia

e

metabolismo

da

vitamina

D

Paraoserhumano,existem duasfontesdeViD.Uma exó-gena fornecida pela dieta sob a forma de vitamina D2 e

D3.Naproduc¸ão endógena,o colecalciferol(D3),principal

fonte deViD, é sintetizadona pele porac¸ão da radiac¸ão ultravioletaB(UVB)pelafotolisedo7---dehidrocolesterole transformac¸ãoemvitaminaD3.Aexposic¸ãosuficienteàluz

solarouradiac¸ãoUVBéadeaté18UI/cm2em3horas.Este

processotranscorreemduasetapas:aprimeiraacontecenos estratosprofundosdadermeeconsistena fotoconversão do7-dehidrocolesterolempré-vitaminaDoupré-calciferol (fig.1).4

(3)

Radiação solar UVB

Radiação solar UVB

Fotoprotetores inativos

Célula gordurosa

25 Hidroxilase vitamina D

Fígado

1 Hidroxilase

Rim

Radiação solar UVB

(290-315 nm)

Calor Previtamina D3

Vitamina D3

Vitamina D Quilomicrons

Circulação

Circulação

25 (OH)D Principal metabolito circulante

Fósforo, cálcio, FGF 23 e outros fatores

+/-Osteoblasto

Osso

Osteoclasto

Calcificação

Hormônio Paratireoideo

Absorção Intestinal cálcio

Cálcio e fósforo séricos

Paratireoide

24 Hidroxilase

Ácido calcitroico

Bile

Excreção

Ca2+ e HPO 42–

1,25 (OH)2D

1,25 (OH)2D

7-Dehidrocolesterol

Pele

Dieta

+ – +

Figura1 SínteseemetabolismodavitaminaDassimcomosuaac¸ãonaregulac¸ãodosníveis decálcio,fósforoemetabolismo ósseo.8

UVB,raiosultravioletaB;25(OH)D,25-hidroxivitaminaD;1,25(OH)2D,1,25-di-hidroxivitaminaD;FGF-23,fatordecrescimentode fibroblastos23;Ca2+,ionscálcio;HPO

42---,íonsfósforo.

transforma lenta e progressivamente em vitamina D3 que temaltaafinidadepelaproteínatransportadoradeViD(DBP) ea pré-vitaminaD, commenor afinidadedeligac¸ão, per-manece na pele.4 Ao chegar à rede capilar cutânea, a ViDé transportadaaofígado, unidaàDBP,onde iniciasua transformac¸ãometabólica.4

Os dois tipos de ViD sofrem processamentos comple-xos para serem metabolicamente ativos.5 Inicialmente o pré-hormônio sofre hidroxilac¸ão no fígado, no carbono 25porac¸ãoda25-vitaminaD1␣-hidroxilase(1-OHase),que compõeum sistemaenzimático dependentedo citocromo P-450(CYP27B) presente nas mitocôndrias e microssomas

(4)

Comoa25(OH)Dpossuibaixaatividadebiológica,é trans-portadaaorimondesofreasegundahidroxilac¸ão, obtendo--se asformas ativas: o calcitriol (1␣-dihidroxivitamina D) (1,25(OH)2D) e a 24,25 dihidroxivitamina D (24,25(OH)2D) pelaac¸ãorespectivadasenzimas1-OHaseeda24-vitamina D-hidroxilase (24-OHase), presentes nas mitocôndrias das célulasdotúbulocontornadoproximal.5

ADBPea25(OH)Dsãofiltradaspelogloméruloe absor-vidas no túbulo proximal por receptores de lipoproteína debaixadensidade,queregulamacaptac¸ãodocomplexo 25(OH)D-DBP dentro das células do tubo e a posterior hidroxilac¸ãoa1,25(OH)2D.4

A1-OHaseéencontradatambémemoutrostecidosque expressamreceptoresdeViD,comoplacenta,cólon,células mononuclearesativadaseosteoblastosquepoderiam produ-zir1,25(OH)2Dcomfunc¸ãolocalautócrinaouparácrina.6

Numerosos fatores regulam os níveis de 1,25(OH)2D: a 1-OHase cujahidroxilac¸ão é ativada pelo paratohormônio (PTH)e acalcitonina,e é inibidapelosníveis plasmáticos decálcio,fósforoedaprópria1,25(OH)2Dcujavidamédia éde15dias.6

A concentrac¸ão sanguínea de fósforo atua de forma direta,semintervenc¸ãodoPTH,ahipofosfatemiaaumenta aproduc¸ãode1,25(OH)2D.

Assim, além da principal ac¸ão da ViD em manter os níveisfisiológicosdecálcioefósforocapazesdepermitiro

metabolismo, a transmissão neuromuscular e a minerali-zac¸ão óssea, tem sido descrita a presenc¸a de receptores deViDnoosso,medula óssea, cartilagem, folículopiloso, tecidoadiposo, suprarrenal,cérebro, estômago, intestino delgado, túbulo renal distal, colon, pâncreas (células B), fígado,pulmão,músculo,linfócitosBeTativados,corac¸ão, célulasdomúsculoliso vascular,gônadas, próstata,retina timo e tireoides, o que reforc¸am func¸ões tão diversas e importantes para a ViD (fig. 2).5 A figura 3 resume os mecanismos envolvidos no controle dos níveis séricos de cálcioefósforo.7

Fatores

de

risco

para

deficiência

de

vitamina

D

AprincipalfontedeViDparacrianc¸aseadultoséaexposic¸ão à luz natural, portanto a principal causa da DVD é a diminuic¸ãodasuaproduc¸ãoendógena.Qualquerfatorque afeteatransmissãodaradiac¸ãoUVBouinterfiracomasua penetrac¸ãonapeledeterminaráadiminuic¸ãode25(OH)D.4

• Usodeprotetor solarcomfatordeprotec¸ão30reduza síntesedeViDnapele,acimade95%.

• Pessoascompelemaisescuratêmumaprotec¸ãonatural aosol,poisamelaninaabsorvearadiac¸ãoUVBe neces-sitamdeumtempodeexposic¸ãosolar3a5vezesmaior

Macrófago/ Monócito

Imunidade inata

Paratireoides Concentração sérica25 OHD >30ng/mL

Mama, colon, Próstata, etc..

Pâncreas

Fígado Imunomodulação

Rim

Aumento 1-OHase

Linfócito T

ativado Regulaçãocitocinas

Síntese imunoglobulinas

Aumenta insulina

Controle glicemia Regulação do PTH

Regulação da pressão sanguínea

Aumento p21 e p27

Inibe angiogênese Induz apoptose Linfócito B

ativado

1-OHase

1-OHase

Redução renina 1-OHase

Diminui PTH

24-OHase

Ácido calcitrônico 1,25 (OH)2D

1,25 (OH)2D

1,25 (OH)2D

1,25 (OH)2D

VDR-RXR

VDR-RXR

Figura2 Func¸õesnãoesqueléticasda1,25-dihidroxivitaminaD.AdaptadodeHolickMFetal.8

(5)

atividade

1-α-hidroxilase

calcitriol de Ca2+

↑ PO43–

de Ca2+

↓ PO43–

de Ca2+

PO43– normal

↓ reabsorção

PO43– renal

turnover

ósseo Efeitos no

metabolismo vitamina D

Efeitos no osso

Absorção intestinal

de Ca2+ e PO

43–

Efeitos na função renal

reabsorção

de Ca2+ renal

Ca2+

secreção de PTH

Figura3 Mecanismosregulatóriosdosníveisséricosdecálcio efósforo.AdaptadodeRossACetal.7

PTH, hormônio daparatireoide; Ca2+, íon cálcio; PO 43---, íons fosfato;↑,aumento;↓,reduc¸ão.

parasintetizaramesmaquantidadedeViDqueasdepele clara.

• O envelhecimento da pele e a idade diminuem a capacidadecutâneadaproduc¸ãodaViD,pormenor dis-ponibilidadede7-dehidrocolesterol.

• Osdanosnapelecomoqueimaduradiminuemaproduc¸ão deViD.

• A contaminac¸ão atmosférica e a nebulosidade podem atuarcomofiltrosolar.

• Aestac¸ãodoanoe,ahoradodiainfluidramaticamente naproduc¸ãocutâneadeViD.

AsegundacausaéaingestãoreduzidadeViD,pois pou-cosalimentoscontémquantidadeselevadasdeViD(peixes azuis,gema deovo). Oaumentodaingestão de ViDpode ser com produtos fortificados como os derivados lácteos, emboraaquantidadedeViDnelespresentepodeser insufi-cienteparaumestadoadequadodeViD.8

Aobesidadetambémpodeassociar-seàDVD,poisaViD, lipossolúvel, é sequestrada pela gordura corporal. Outro fatoréamáabsorc¸ãodegorduras,comoocorrecomoouso dequelantesdosácidosbiliares(colestiramina),nafibrose cística,nadoenc¸acelíaca,nadoenc¸adeCrohn,entreoutras etc...8Alémdisso,medicamentosanticonvulsivantes, glico-corticoides,eparatratamentoparaHIVporaumentarema expressãohepáticadocitocromoP-450eocatabolismode 25(OH)D. Nainsuficiência hepática grave, doenc¸a crônica granulomatosa, alguns linfomas e no hipoparatireoidismo primário, os pacientes têm o metabolismo de 25(OH)D a 1,25(OH)2DaumentadoeassimaltoriscodeDVD.8

Deficiência

de

vitamina

D

na

gravidez

e

programac

¸ão

fetal

Durante avida fetalostecidos e órgãosdo corpopassam por períodos críticos de desenvolvimento que coincidem com fasesde rápidadivisão celular.9 Aprogramac¸ãofetal éumprocessopeloqualumestímuloouinsulto,duranteum determinado período dedesenvolvimento teriaefeitos ao longodavida,10essetermoéusadoparadescreveros meca-nismosquedeterminamaadaptac¸ãofetalaessasmudanc¸as queacompanhamainterac¸ãogene-ambientedurante perío-dosespecíficosdodesenvolvimentofetal.9

Demonstra-seque exposic¸õesambientaise nutricionais durante esses períodos sensíveis da vida podem influen-ciaro crescimentofetale o desenvolvimentodasfunc¸ões fisiológicas de órgãos e sistemas. Alterac¸ões permanen-tes em muitos processos fisiológicos dessa programac¸ão podem modificar os padrões de expressão de genes com influências sobre fenótipos e func¸ões (mecanismos epigenéticos).11

Assim, quanto mais próximas da fertilizac¸ão essas modificac¸ões acontecerem, maior o potencial para que alterac¸ões epigenéticas e sua correspondência no recém--nascido ocorram em resposta a alterac¸ões ambientais. Essas mudanc¸as na placenta/embrião/feto fornecem uma explicac¸ão plausível para o conceito da origem fetal das doenc¸asnoadulto.12

Reconhece-se hoje que a nutric¸ão no início da vida e outrosfatoresambientaisdesempenhamumpapel-chavena patogêneseenapredisposic¸ãodedoenc¸as,queparecemse propagaragerac¸õessubsequentes.Asmodificac¸ões epige-néticasestabelecemumaligac¸ãocomoestadonutricional durante períodos críticos dodesenvolvimentoe provocam mudanc¸as naexpressãogênicaquepodemlevarao desen-volvimentodefenótiposdedoenc¸as.13

Evidênciasrecentes apontam que osnutrientes podem modificaraprogramac¸ãoimunológicaemetabólicadurante períodos sensíveis do desenvolvimento fetal e pós-natal. Assim, padrões modernos de dieta poderiam aumentar o risco de desregulac¸ão imunológica e metabólica associ-ado ao incremento de uma ampla gama de doenc¸as não comunicáveis.11 Entre esses nutrientes destaca-se a ViD, cujos efeitos sobre a programac¸ão fetal e a regulac¸ão dos genes poderiam explicar porque ela tem sido rela-cionada a tantos benefícios para a saúde ao longo da vida.8,14,15

Parece haver uma janela de desenvolvimento pre-coce na vida que pode moldar a natureza da resposta imunológica na vida adulta, assim eventos precoces na vida que predispõem os indivíduos a doenc¸as pulmona-res crônicas, não estariam limitados somente ao período pós-natal, evidências indicam que existem efeitos intrau-terinos como o tabagismo materno, a dieta, a ViD, que influenciam nodesenvolvimento do pulmão e o posterior desenvolvimento de asma e doenc¸a pulmonar obstrutiva crônica.16,17

(6)

suscetibilidade individual para uma ampla gama de doenc¸as.13 Embora essas mudanc¸as epigenéticas parec¸am serpotencialmentereversíveis,poucosesabeaindasobre a velocidade e a extensão das melhorias em resposta às modificac¸ões positivas doambiente, incluindo a nutric¸ão, assimcomoaindasedesconheceoquantoelassão depen-dentes da durac¸ão da exposic¸ão a um meio ambiente maternodeficiente.18

Assim,pode-seobservarque,apesardetodo essenovo leque de informac¸ões, a nutric¸ão materna tem recebido poucaatenc¸ãonocontexto deimplantac¸ãodemetas efe-tivasdeprevenc¸ão(MDG,MillenniumDevelopmentGoals). Istopoderiaseratribuídoàfaltadeumabasesólidaeforte para justificar o enorme esforc¸o necessário para aprimo-rar o estado nutricional de todas as mulheres em idade reprodutiva.19 Elucidaro verdadeiro papel daepigenética nutricional13,14 na programac¸ão fetal das mulheres grávi-das,especialmenteaquelascomDVD,permitiriaautilizac¸ão demedidasdeprevenc¸ãoeficazesdestinadasamelhorara saúdematernaefetaleevitarodesenvolvimentodefuturas doenc¸ascrônicas.

Metabolismo

da

vitamina

D

e

cálcio

na

gravidez

Durante a gravidez e a lactac¸ão, ocorrem mudanc¸as sig-nificativasno metabolismodo cálcio e ViDparaprover as necessidadesdaquelenamineralizac¸ãoósseafetal.No pri-meiro trimestre, o feto acumula 2-3mg/dia de cálcio no esqueleto,quedobranoúltimotrimestre.1

Agestante seadaptaàsnecessidadesfetaise aumenta a absorc¸ão de cálcio no início da gravidez, atingindo um nível máximo no último trimestre.1 A transferência é contrabalanc¸ada pelo aumentoda absorc¸ão intestinale reduc¸ãodaexcrec¸ãourináriadecálcio.

Osníveisplasmáticosde1,25(OH)2Daumentamnoinício dagravidez,chegandoaomáximonoterceirotrimestre,e voltandoao normaldurantealactac¸ão.Oestímuloparao aumentodasíntesede 1,25(OH)2Dnãoé claro,porque os níveisdePHTnãomudamduranteagestac¸ão.1

Umestímulopotenteàtransferênciaplacentáriade cál-cioesínteseplacentáriadeViDéopeptídeorelacionadoao PTH(PHTrP),produzidonaparatireoidefetalenostecidos placentáriosequeaumentaasíntesedeViD.1OPTHrPpode atingiracirculac¸ãomaternaeatuaatravésdoreceptorde PTH/PTHrPnorim enoosso, sendomediadordoaumento da1,25(OH)2Deauxiliandonaregulac¸ãodosníveisdecálcio edoPTHnagestante.1

Outrossinaisenvolvidosnessaregulac¸ãoincluema pro-lactinaeohormôniolactogenoplacentário,queaumentam aabsorc¸ãointestinaldecálcio,diminuemaexcrec¸ão uriná-riadecálcioeestimulamaproduc¸ãodePHTrPe1,25(OH)2D. Tambémoaumentodosníveissanguíneosmaternosde cal-citoninaeosteoproteginaprotegemoesqueletomaternoda reabsorc¸ãoexcessivadecálcio.1

Alémdisso,durantealactac¸ão,hádeficiênciarelativade estrógenodecorrentedaelevac¸ãodosníveisdeprolactina, oquedeterminaareabsorc¸ãoósseaeasupressãodosníveis dePHT.OsníveisdePHTrPestãoelevadoseatuamcomoum substitutodoPHT,continuandoaabsorc¸ãodecálciourinário eareabsorc¸ãoóssea.1

Implicac

¸ões

da

deficiência

de

vitamina

D

na

gestac

¸ão

Estudos recentes enfatizam a importância de papeis não clássicos da ViD na gestac¸ão e na placenta e relacionam a DVD na gravidez à: pré-eclampsia, resistência à insu-lina, diabete gestacional, vaginosebacteriana e aumento dafrequênciadepartocesáreo.20

Asuplementac¸ãocomViDreduzoriscodepré-eclampsia. Estudos em mulheres com pré-eclâmpsia têm demons-trado baixa excrec¸ão urinária de cálcio, níveis baixos cálcio ionizado, níveis altos de PTH e níveis baixos de 1,25(OH)2D.21 Documentou-se,também,relac¸ãoentreDVD materna(<50nmol/L) eaumentodoriscodediabete ges-tacional(OR:2,66;IC95%:1,01-7,02),22 comotambémsera DVD fator de risco independente de vaginose bacteriana na gravidez.23 Estudo randomizado e controlado recente demonstrouqueasuplementac¸ãocom4.000UI/ddurantea gravidez,associou-seàreduc¸ãodoriscodemorbidades com-binadascomo: infecc¸õesmaternas, parto cesáreo e parto prematuro.21---24

Estudoprospectivodemonstrouseropartocesáreo qua-trovezesmaiscomumemmulherescomDVD(<37,5nmol/L) emcomparac¸ãoamulherescomvaloresnormais(OR:3,84; IC95%:1,71-8,62).25

Implicac

¸ões

da

deficiência

de

vitamina

D

na

lactac

¸ão

e

infância

Níveisadequados de ViD são tambémimportantes para a saúdedofetoedoRNeamineralizac¸ãodeficientedo esque-letoinuterodecorrentedaDVDpodemanifestar-se noRN por:raquitismocongênito,crâniotabesouosteopenia.1

ADVD maternaé umdosprincipais fatoresderiscode DVD na infância, pois,nas primeiras6-8 semanas devida osRNdependemdaViDtransferidapelaplacentanoútero materno.Essarelac¸ãoélinear26 eosníveisde25(OH)Ddo RNcorrespondema60-89%dosvaloresmaternos.2

Essesníveisdiminuemnaoitavasemana,e,portanto,os lactentesamamentadosexclusivamentetêmrisco elevado deDVD,poisoleitehumanotembaixaconcentrac¸ãodeViD (aproximadamente20-60 IU/L; 1,5-3% do nível materno). Essaconcentrac¸ãonãoésuficiente paramanter níveis óti-mosdeViD,sobretudoquandoaexposic¸ãosolarélimitada,27 podendoinduzirconvulsõesporhipocalcemiae miocardio-patiadilatada.1

Estudos observacionais demonstraram que os níveis baixos de ViD na gestac¸ão e a DVD na infância estão relacionados ao aumento de outras manifestac¸ões não esqueléticas,2 como a maior incidência deinfecc¸ões agu-dasdotrato respiratório inferior e sibilânciasrecorrentes nosprimeiroscincoanosdevida.28

Resultados contraditórios são observados com relac¸ão aoaumentodorisco dedasenfermidades alérgicas asma, eczema e rinite na DVD.29 Entretanto, estudo de coorte documentouaumentodeasmae eczemaentreascrianc¸as cujasmãestinhamníveisséricosaltosde25(OH)Ddurante agravidez.30

(7)

Estudo de coorte demonstrou que a suplementac¸ão com 2000UI/ddeViD,duranteoprimeiroanodevida, associou--se a reduc¸ão da incidência de diabete tipo I durante o seguimentode30anos.31

Esses resultados demostram a importância da manu-tenc¸ãodeníveisadequadosdeViDnavidafetalenos pri-meirosanosdevidaenainfância.

Deficiência,

insuficiência

e

suficiência

de

vitamina

D

Questiona-seopontodecorteparadefiniroestadodeViD embaseaosvaloresde25(OH)D.Atualmenteexistemdois critérios:

OComitêdoInstitutodeMedicina(IOM,EstadosUnidos)32 considera valores inferiores a 20ng/ml (50nmol/L) como indicadoresdeDVDsendo10ng/ml(25nmol/L)DVDgravee de10-19ng/ml (25-49nmol/L)insuficiência.Concentrac¸ões inferioresa10ng/mlassociam-searaquitismoe osteomalá-cia,emcrianc¸aseadultos.Jáentre10-19ng/mlháaumento dareabsorc¸ãoósseaeriscoelevadodehipoparatireoidismo secundário. Por isso a IOM recomenda uma concentrac¸ão limite de 20 ng/ml como adequada para manter a saúde ósseaemtodasasidades.

AEndocrineSociety(EstadosUnidos)propõeaDVDcom

concentrac¸õesinferioresa20ng/mleainsuficiênciaàsentre 20-30ng/ml(50-75nnol/L).33Napráticaclínicaumpaciente terianível suficiente, quando a concentrac¸ão de25(OH)D fossesuperior a30ng/ml. Numerososautores apoiamesta concentrac¸ãodecorteparaasaúdemusculoesquelética e dometabolismomineral(prevenc¸ãodoraquitismoeda oste-omalácia,níveiselevadosdePTH,fraturasporosteoporose equedasempessoasmaisvelhas).34

As principais diferenc¸as entre a IOM32 e a Endocrine

Society33 estãonospontosfinaisdasaúdeemgeral.AIOM faz recomendac¸ões para garantir a saúde do esqueleto e sugerehaverfalta deevidênciasparaque recomendac¸ões dospossíveisbenefíciosnãoesqueléticosdaViDsejam fei-tas,considerandoqueosindivíduos comvaloresinferiores a20ng/mlnãosãodeficientes,jáque97%dossujeitoscom essesníveistêmumasaúdeósseaadequada.32

A Endrocrine Society33 considera que os níveis séricos

superioresa30ng/mlproporcionammaioresbenefíciospara asaúdeemgeral,comparadoaosde20ng/mlequeasaúde doesqueletonãoestágarantidacomosvaloresinferioresa 30ng/ml,dadosapoiadosportrêssupostasobservac¸ões:

Aelevac¸ãodePTHtemumamesetaquandoo 25(OH)D séricoéigualoumaiorque30ng/ml.

Háreduc¸ãodoriscodefraturasnaspessoasmaiorescom níveisiguaisousuperioresa30ng/ml.

Aabsorc¸ãodocálcioémáximaparaosníveisséricosde 30ng/ml.

Método

de

detecc

¸ão

Asconcentrac¸õesséricasde25(OH)Dsãoomelhorindicador doestadodeViD.Entretanto,questõesmetodológicas limi-tamacomparac¸ãoentreosestudosassimcomoaadoc¸ãode pontosdecorteparadefinirahipovitaminoseD.4

Diantedométodoempregadoé importante considerar--se: 1) O método quantifica o nível real de ViD? e se 2) Estesresultados sãoreprodutíveis ecomparáveis entre oslaboratórios?4

A Cromatografia Líquida Acoplada à Espectometria de Massas (LC-MS/MS) foi recomendada como o método pre-feridopeloNationalDietandNutricionSurvey.34Emlinhas gerais,todososmétodosdisponíveissãoválidospara detec-tar DVD graves. Já para as moderadas, há risco de erro que pode ser diminuído considerando-se os valores de referência de cada laboratório, entretanto, para estu-dos de investigac¸ão, os métodos empregados devem ser padronizados.6

Recomendac

¸ões

SeaprincipalfontedeViDadvémdaexposic¸ãosolar,édifícil estabelecer-se requerimentos generalizados dasua inges-tão,especialmentepelasmuitasvariáveisassociadasàsua deficiência.6

Natabela1sãoapresentadasasdiferentesdosesdiárias recomendadasdeViD.EmboraoIOMrecomendeaingestão diária de200UI de ViD, esta mostrou-seinsuficiente para manter concentrac¸ões de 25(OH)D acima de 50nmol/L.35

Tabela1 IngestasdietéticasdereferênciaeingestasmáximastoleráveisdeVitaminaDemdiferentesetapasdavida---IOM, 201032

Idade VitaminaDmcg/dia

IA REM IDR NMIT

Lactentes(0a6meses) 10(400UI) - - 25(1000UI)

6a12meses 10(400UI) 15(600UI) 38(1520UI)

13mesesa3anos - 10(400UI) 15(600UI) 63(2520UI)

4a8anos - 10(400UI) 15(600UI) 75(3000UI)

Homens:9a70anos - 10(400UI) 20(800UI) 100(4000UI)

Mulheres:9a70anos - 10(400UI) 15(600UI) 100(4000UI)

Maioresde70anos - 10(400UI) 20(800UI) 100(4000UI)

Gravidez(14a50anos) - 10(400UI) 15(600UI) 100(4000UI)

Lactac¸ão(14a50anos) - 10(400UI) 15(600UI) 100(4000UI)

(8)

Tabela2 FontesalimentaresdeVitaminaD2eVitaminaD3

7

Fonte Conteúdode

VitaminaD

Salmão

Selvagem---100g 600-1000UIdeVitD3

Criadoemcativeiro---100g 100-250UIVitD3ouD2

Enlatado--- 100g 300-600UIVitD3

Sardinhaenlatada--- 100g ∼300UIVitD3

Cavalinhaenlatada--- 100g ∼250UIVitD3

Atumenlatado---100g ∼230UIVitD3

Óleodefígadodebacalhau(1

colhersopa)

∼400-1000UIVitD3

CogumeloShiitakefresco---100g ∼100UIVitD3

CogumeloShiitakeseco---100g ∼1600UIVitD3

Gemadeovo ∼20UIVitD3ouD2

Alimentosfortificados

Leitefortificado-240mL ∼100UIVitD3

Sucodelaranja-240mL ∼100UIVitD3

Fórmulasinfantis-240mL ∼100UIVitD3

Iogurtesfortificados-240mL ∼100UIVitD3

Manteigafortificada--- 100g ∼50UIVitD3

Margarinafortificada---100g ∼430UIVitD3

Queijosfortificados--- 85g ∼100UIVitD3

Cereaisfortificados-porc¸ão refeic¸ão

∼100UIVitD3

Por outro lado, mesmo reconhecendo que a exclusão de exposic¸ãosolarhabitualéumriscoparaaDVD, desconhece--sequaloníveldeexposic¸ãoseguraesuficienteparamanter níveisadequadosdeViD.35 Natabela2sãoapresentadosos diferentesconteúdosdealimentosfortificadosounãocom ViDdisponíveisparaconsumonosEstadosUnidosdaAmérica doNorte. No Brasil,tais dadossão escassos e na maioria das vezesnãorefletem o conteúdodetodos osalimentos industrializadosdisponíveis.

Namaioriadospaíses,omonitoramentodosníveisséricos de 25(OH)D durante a gravidez não é realizado, entre-tanto,érecomendadoquemulherescomumoumaisfatores de risco para DVD sejam monitorizadas no início e na metadedagestac¸ão.36 Assim,reduzir-se-ia orisco daDVD na gestac¸ão e osefeitos negativos sobre amãe e o feto, entretanto, a dose apropriada de suplementac¸ão de ViD para a gestante com a finalidade de evitar DVD é desco-nhecida.

Hápoucosestudosqueavaliaramasuplementac¸ãodeViD nagravidez,assimcomoosníveisótimos aserem ofereci-dos.Váriosfatoresdificultamaobservac¸ãodedose-resposta adequadaentreníveisbaixosde25(OH)Deosresultados clí-nicos:faltadedadoscomníveisséricosextremosde25(OH)D egrandevariedadedeindivíduosestudados(diversidadede locac¸ão,latitude,estac¸ão,etnia,índicedemassacorpórea, tipodedieta,estilodevida,pigmentac¸ãodapele,história familiardecomplicac¸õesmetabólicasnagravidez,atividade físicaemétodousadoparaquantificar25(OH)D).1

Uma metanálise de estudos em adultos em

suplementac¸ãodeViD(2000UI/d)esaúdeósseademonstrou que, para cada 1UIde vitamina D3 ingerida, corresponde aumentode 0,016nmol/Lnosníveis séricos de25(OH)D.37

Apesar de evidências limitadas sobre os efeitos da suplementac¸ãodeViDnagravidezeosresultadosnasaúde da mãe, nos efeitos perinatais e na infância, a suplementac¸ão de ViD (800-1000UI/d) acompanhou-se deefeitoprotetoraosRNcombaixopeso.9,38

A Canadian Academy of Pediatrics37 recomenda

suple-mentar com 2000UI/d durante a gravidez e lactac¸ão.38 Segundo o American College of Obstetricians and Gynecologists38 napresenc¸adeDVDdiagnosticadadurante agestac¸ãodeveráocorrerareposic¸ãocom1000-2000UI/dia deViD.

Estudosdemonstramqueaexposic¸ãomaternana gravi-dezaconcentrac¸õesséricasde25(OH)Dacimade75nmol/L não influenciam na inteligência e saúde psicológica das crianc¸asounosistemacardiovascular,maspoderia aumen-taroriscodedoenc¸asatópicas.30

Emresumo,osníveisséricosdeViDnagravidezsãouma grandepreocupac¸ãoea prevenc¸ãodaDVD,na gestantee nosseusRNévitaleurgente.

Recomendac

¸ões

de

vitamina

D

para

recém-nascido

e

crianc

¸as

ACanadian Academyof Pediatrics define asnecessidades deViDduranteoprimeiroanodevidacomo:200UI/dpara RNprematurose400UI/dparaasoutrascrianc¸as.Todavia, oincremento de peso observado noprimeiro ano devida seriaacompanhadoporaumentonasnecessidadesdeViDde modopesodependente?38 Alémdisso, recomendatambém quelactantesecrianc¸assejamexpostasaosolporperíodos curtos,provavelmentemenoresde15minutos.38

AAmericanAcademyofPediatricsrecomendaquetoda

crianc¸aamamentadaexclusivamenteaoseio,devareceber suplementac¸ão com 400UI/dia de ViD logo após o nasci-mentoecontinuaraingestãoduranteseudesenvolvimento atéaadolescência.5PreocupadoscomasaúdeósseadeRN prematuros,recomendamomonitoramentobioquímicodos seusníveis de25(OH)D durante a internac¸ão, e recomen-dam200-400UI/ddeViD,tantoduranteainternac¸ãocomo apósaaltahospitalar.39,40 Recentemente,IOMrecomendou 400UI/dparacrianc¸asmenoresde1anoe600UI/dparaas entre1-8anos.32

Conclusão

A DVD nas gestantes e seus filhos é importante pro-blema de saúde, com potenciais consequências adversas àsaúdeglobal. Estratégiasdeprevenc¸ãodevemassegurar a suficiência de ViDnas mulheres durante a gravidez e a lactac¸ão.Intervenc¸õesbaseadasemevidênciaspara melho-raranutric¸ãomaternaefetal,comodeViD,seacompanham dereduc¸ãodoseuimpactonasaúdedeseusfilhos.41

(9)

implantac¸ãodeguiasdesuplementac¸ãodeViD,para melho-rarEMcurtoprazoesteimportanteproblemadesaúdenas gestantes e seus filhos. São necessários estudos de larga escala,emdiversaslocalidadesgeográficasparaidentificar overdadeiropapeldaViDnasaúdedasgestanteseno‘‘fetal imprinting’’dosseusfilhos.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

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