EDUCAÇAO E LUTAS SOClAIS NA COLONIZAÇAO DIRIGIDA
O ALTO TURI hmaセbense@ - 1962/1984
Luiz Carlos Siqueira Manhães "
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... .
...
J
I/
,f/
n
I1
/
Dissertação submetida como
requisi-to parcial para obtenção do Grau de
Mestre em Educação.
Orientadora: Maria Ju1ieta Costa Ca1azans
Rio de Janeiro
Fundação Getulio Vargas
Instituto de Estudos aカョョセ、ッウ@ e6 Educaç50
Departamento de Administração de Sistemas Educacionais
Juliana, 6ilha queJtida que n.o MaJta-n.hão ac..on.:tec..eu.
E{cOftG'i.G" c..olilpanheiJLa do tempo novo
que 6azemo.ó.
S U M Á R I O
APRESENTAÇÃO
CAPITULO I
págs.
01
NORDESTE, SUDENE E COLONIZAÇÃO NO MARANHÃO 08
1. O NORDESTE E A CRIAÇÃO DA SUDENE 08
2. A SUDENE E A MOVIMENTO DE NORDESTINOS NO MARANHÃO 14
3. FRENTES DE EXPANSÃO NO MARANHÃO 26
4. A CONCEPÇÃO DO PROJETO DE COLONIZAÇÃO DO ALTO TURI 39
5. A COLONE NO ALTO TURI MARANHENSE SI
CAPTTULO 11
AS RELAÇOES ECONÔMICAS NO ALTO TURI MARANHENSE 64
1. AS CONDIÇOES DE REPRODUÇÃO NOS NOCLEOS DE
COLONI-ZAÇAO 64
2. COLONOS, AGREGADOS E PEDES: MODOS DE VIVER NO PCAT 71
3. COOPERATIVISMO E MODELO ECONÔMICO 94
CAPrTULO 111
O DESENVOLVIMENTO DE coセイオnidadeZ@ DA TEORIA À PRÁTICA
NO PCAT
1. DESENVOLVIMENTO DE COMUNIDADE: ALGUNS TRAÇOS
SUA ORIGHl
DE
2. O DESENVOLVHIENTO DE COMUNIDADES NO BRASIL:
INDI-109
109
CAÇOES suセセrias@ 114
3. A SUDENE E A AÇAO COMUNITÁRIA: UMA INFORMAÇAO SIN
tセtica@ 122
4. O DESENVOLVIMENTO DE COMUNIDADE NO ALTO TURI
MA-RANHENSE 129
s.
A COLONE E O DESENVOLVIMENTO DE COMUNIDADE 140DO BICHO SOLTO AO CONFLITO DO TITULO
1. probleセセtizaᅦᅢo@
2. AS PRIMEIRAS REUNIOES EM 1977
3. REORGANIZANDO OS NOCLEOS COM OS COLONOS
4. TRABALHANDO COM AS PROFESSORAS RURAIS
5. ATIVIDADES INTER-NOCLEOS
6. O CONFLITO DO TÍTULO
7. O RETORNO A
zE
DOCACONSIDERAÇOES FINAIS
BIBLIOGRAFIA
ANEXOS
VI
159
159
165
182
213
228
241
225
289
Proposta de compreensao da relação entre
educa-çao e lutas sociais no contexto histórico da Colonização
Dirigida. O trabalho de campo realizou-se na região do AI
to Turi, na pré-Amazônia maranhense, onde se desenvolve o
Projeto de Colonização do Alto Turi(PCAT), executado pela
Companhia de Colonização do Nordeste (COLONE), empresa mis
ta, subsidiária da Superintendência de Desenvolvimento do
Nordeste (SUDENE). A questão fundamental do estudo é como
os colonos se educam e se transformam, de produtores pass!
vos e dependentes de .relações assistencialistas e
paterna-por mudanças no PCAT. A análise do processo educativo, da
reflexão e da ação desenvolvida pelos colonos, passa pela
compreensão do processo histórico do Alto Turi Maranhense,
isto e: do movimento migratório nordestino a partir da
dé-cada de 50; da resposta a esse movimento dada pela SUDENE
com a criação, em 1962, do projeto de colonização da
re-gião; da continuação do processo migratório introduzindo
novos personagens (fazendeiros e comerciantes); da criação,
em 1972, da COLONE, substituindo a SUDENE na execução do
PCAT; da análise dos trabalhos de organização de
comunida-des, educação, extensão rural e cooperativismo oferecidos
pela SUDENE e, posteriormente, pela COLONE ã população
nu-cleada. Esta linha de trabalho ainda implica,
.
ュ・エッ、ッャッァゥ」セ@mente, em analisar a estrutura de cl:lsses da região,
veri-ficando o papel político e o .peso social do grupo formado
nal e nacional.
ABSTRACT
The understanding of relationship between educa tion
and social fights on historical context of directed . colonization
is proposed. The field work took place at Alto Turi, in
the Pre Amazonia region of Maranhão, where the Alto Turi
rnlonization Project (PCAT) is undertaken by Companhia de
Colonizaçav セZZZ@ "-f"'releste (COLONE), a mixed enterprize subsidiary to
Superintendencia do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE).
The fundamental question here is .concernedto changes the
settlers attain through education, from passive producers.
and dependen t on pa ternal is t ic and assistencial relationships,
to active individuaIs ·ready to discuss and propose changes
to the PCAT. Their educa tlOIl process, reflexion and actions
analysis pervades the understanding of historical process
of Maranhão AI to Turi, i. e. : North-eastern migration movement
begun in the fifties; SUDENE's answer to thismovement, in
1962, when regional colonization project was created; the
undergoing migration process which introduced new performers
(farmes and traders); the creation of COLONE in 1972 to
replace SUDENE in the development of pcatセ@ communities
organizing work analysis, education, rural extension and
co-operativism offercd formerIy by sudイセe@ and 。ヲエ」ョセ。イ、ウ@
by COLONE to the nucleated populations. Thisway of working
implies yet in the analysis of the regional classes structure,
verifying the political role and the social power of the
settIers' group, as liC1] as understClnding .the contradictions
that dyn:nni ze thc clGsses fight in the region Gnd notinb o
this moverncnt inside a broader social process, regional and
national.
indireta de muitas pessoas. Mesmo correndo o risco de
es-quecer algumas delas, quero deixar registrado meus
since-ros agradecimentos à Equipe de Organização de Comunidades
da COLONE que enfrentou conosco o desafio de fazer
educa-çao no Alto Turi Maranhense: Aristotelina Elisabeth Bitten
court, Faustino Teixeira, João Bosco Barreto, Júlio Sena e
Roseana Roedel; aos colonos que nos receberam e confiaram
em nossa proposta de trabalho, nas figuras inesquecíveis de
セ・ャウッョ@ e Miguel Arcanjo; aos amigos de São Luís, José
Car-los e lセ」ゥ。@ Sab6ia, pela ー。」ゥセョ」ゥ。@ em discutir e pensar
juntos as possibilidades de trabalho no Alto Turi; aos alu
nos e professores da 7a. Turma do IESAE, pelo convívio e
diálogo; à Dyrse Barreto Taveira, pelo apoio nas traduções;
ao meu compadre Luís Morais Jr. pela reprodução cuidadosa
dos mapas da região; ao Rubens da Rocha Siqueira pela
va-liosa colaboração da datilografia e, muito especialmente,
meus agradecimentos à Maria Julieta Costa Calazans, que
com sua "estranha mania de ter
fé
na vida" tornou possíveleste trabalho.
1_, • ...
uma análise do Projeto 、セ@ Colonização do Alto Turi (PCAT),
que se desenrola na Pré-Amazônia Maranhense. Baseamos o nos
so trabalho na interpretação dos objetivos e metas da Colo
nização Dirigida e em seu セッョヲイッョエッ@ com a prática vivencia
da e mantida na memória pela população nucleada.
Compreendemos que esta proposta tem como
premis
-sa e ponto de partida que a realidade so pode ser 」ッューイ・・セ@
dida na sua totalidade concreta, isto é, quando se conhece
a セ・ウュ。@ na sua dimensão social e histórica, percebendo-se
a unidade dialética da estrutura e da superestrutura.
Nesse sentido, consideramos que tanto' o discurso
oficial quanto os depoimentos da população nucleada teriam
que ser percebidos como fenômenos que ao mesmo tempo
reve-lam e ocultam a ・ウウセョ」ゥ。@ da Colonização Dirigida.
Em função dessa premissa teórica, foi necessário
levar em consideração o tempo histórico de produção dos do
cumentos consul tados. Assim sendo, a produção de textos pe
la SUDENE, no início dos trabalhos de planejamento da ColQ
nização (antes de 1964), tem um pano de fundo histórico di
ferenciado e mesmo avançado em relação aos textos
produzi-dos após 1964, quando se realizou uma revisão do
planeja-mento governamental para a reglao do Alto Turi, da mesma
Por outro lado, o trabalho com depoimentos de par
ticipantes diretos do PCAT (os colonos e suas famílias
prin-cipalmente) enquadra-se na perspectiva de valorizar
conta-tos informais, baseados na identificação e empatia entre o
pesquisador e seu objeto de estudo, e explora em
profundi-dade a B・ッョエ・クエオ。ャゥコ。セッB@ das entrevistas, extraindo delas
um miximo de veracidade. Levamos em conta que., diante da
riqueza e das limitações inerentes às fontes históricas,
nos caberia escolher um caminho que nos permitisse
compre-ender o sentido oculto da Colonização Dirigida, isto é, a
reprodução das relações de produção capitalistas numa irea
originalmente de produção simples para a subsistência fami
liar. Daí porque utilizamos muitos depoimentos que
prefe-rimos, em consenso com os colonos, manter sem
identifica-çao para impedir, no futuro, qualquer tipo de retaliação.
Se tínhamos presentes as determinações
infra-es-truturais que davam sentido à Colonização Dirigida,
limi-tando-a e caracterizando-a, nao era nossa intenção
reali-zar um trabalho que se detivesse na anilise das questões
econômicas que, por certo, explicam os limites de um ーイッェセ@
to de colonização voltado para o assentamento e
assistên-Cla a pequenos produtores rurais. O problema que
destaca-mos se define ao nível do político e do educativo. Isto e,
provém das relações entre colonos e Estado e se referem as
decisões definidoras do PCAT. Esta diretriz implica na
compreensão da correlação de forças e do processo político
que se desl'Jl\'oh'c na região uo AI to Turi.
colonos, submetidos a relações paternalistas, autoritárias
e assistencialistas, atuando enquanto 」ッョウオュゥ、ッイ・ウAーイッ、オエセ@
res sob dominação de relações capitalistas, se tornam
su-jeitos voltados para a transformação de suas condições de
vida, guias de si mesmos, criando um processo de
desvela-mento das contradições existentes no âmbito da Colonização
Dirigida.
Procurando nao cair no erro de superestimar o mo
mento da crítica e da consciência, quando os colonos
pas-sam a perceber os "-6e.gfLe.do.6" da colonização, analisamos a
dimensão educativa desse processo, suas possibilidades e li
mites no contexto autoritário do Estado brasileiro.
o
que nos interessava, então, enfocando aanáli-se a partir dos interesanáli-ses da população nucleada, era veri
ficar o papel superador que a educação popular tenha tido,
ou possa vir a ter, se centrado na ótica dos sujeitos que
articularam uma conotação ideológica própria, forjando a
sua identidade.
Isto nao nos levou a abandonar a análise da
re-produção das relações sociais de re-produção, nem a
desconhe-cem a dominação ideológica que atinge a população nucleada.
Procuramos, partindo da perspectiva da dominação, perceber
as possíveis rearticulações e redefinições que poderiam ・セ@
tar sendo produzidas pelas classes subalternas envolvidas
pelo peAT.
c
Ü III o r c セャ@ g i r d li I as p opu 1 a セ@ Õ c 5 nu c 1 c a das 3. p r 5 t i c: .. セ@Co10-dora?
Essas sao algumas das questões que nos
preocupa-ram ao elaborar este trabalho. A necessidade de
conside-rar a dupla perspectiva (submissão e resistência)
signifi-ca que percebemos o conflito ideológico-político, ao nível
da sociedade civil, também estabelecido na educação
popu-lar, e que esta nao apenas serve de instrumento
legitima-dor das classes hegemônicas corno também pode ser utilizada
pelas classes subalternas para sua reação perante a 、ッュゥョセ@
ção, empregando-a corno veículo de divulgação de uma
concep-çao de mundo mais condj zente com os seus interesses de clas
se.
Examinamos as formas de organização das comunida
des nucleadas e sua relação com a direção do PCAT. Isso nos
levou a entender esse processo enquanto um movimento de re
sistência e prática de educação popular. Analisamos o
pa-pel do educador no interior de um projeto oficial, suas ーッセ@
sibilidades de atuação e os limites impostos pelo espaço
institucional. Procuramos, ainda, 、ゥウ」オエゥセ@ a questjo 、セ@
educação pana os populares e a educação Qom os populares.
Enfim, procuramos descobrir pistas para urna educação
popu-lar que a própria prática indicava.·
'".TO セcャ^Mセセ@ • • 10
C U lj 1 L U .. 1 'J \. imos o l) r () c c s s o . cl c oCipJçao
-P r é -f\!n:1 Z Ô II i:1 セLi@ a r u n h c n se, a p a r t j r dos Ú 1 t i mos a nos d a d é c a
re-gião de origem, iniciaram o povoamento dos vales Gmidos do
Maranhão. Nesse capítulo foi necessirio, ainda, analisar
a crlaçao, em 19 S9, da SUDENE e do proj eto de Povoamento do
Maranhão (denominação inicial do PCAT). Concluimos que ーイセ@
curava-se organizar o que espontaneamente os nordestinos
sem terra ou com pouca terra já faziam, isto é, alterar as
relaç6es de produção introduzindo, através do
"planejamen-to", o capital, o que alteraria as formas de produção
pré-existentes subordinando-as.
No capitulo 11 ・ウエオ、。ュセウ@ os nGcleos de
coloniza-çao do Alto Turi a partir de suas relaç6es econômicas,
en-quanto resultado do funcionamento do trabalho familiar e
das circunstâncias de utilização do trabalho assalariado.
Visamos relacionar esta. organização do trabalho às necessi
dades de ウオ「ウゥウエセョ」ゥ。@ do pequeno produtor em sua passagco
de agente autônomo para agente produtor para o mercado, dian
te da penetração do capitalismo no Alto Turi Maranhense.
Procuramos contextualizar esse movimento da população
nu-cleada em relação à intervenção do Estado e do capital. iセ@
so nos levou à análise da unidade de trabalho familiar,dos
processos de troca-de-dia e das relaçôes dos colonos COQ
agregados e peoes. Analisamos ainda a intervenção do capl
tal através do cooperativismo e da introdução de um modelo
econômico alternativo à tradicional produção de arroz.
No capítulo 111 procuramos fazer uma retrospectl
\' a h i 5 t ó r i C:1 (b P " o p o s t a d e D c s c n\'o 11,-i!;1C If t o d e C 0111 uni d a cl c ,
5 U :.1 S o r i セセ@ c 11 S セアIHャs@ - a 2-a guerra l;;unclJ:ll. suas primcir<ls apl:
seu aparecimento no Brasil e sua articulação a projetos ァセ@
vernamentais. No caso da SUDENE, examinamos a Divisão de
Ação Comunit5ria como um primeiro programa de imbito イ・ァゥセ@
nal orientado pelas propostas de Desenvolvimento de Comuni
dade. Tivemos ainda a preocupação de analisar como essas
propostas foram colocadas em prática no Alto Turi Maranhen
se e que reações da população nucleada foram provocadas.
No capítulo IV examinamos como se encontram as
organizações da população nucleada em 1977, ano em que
co-meçamos a trabalhar no Setor de Organização de Comunidades
do PCAT. Nos primeiros contatos com os núcleos e quadras
do Alto Turi, essa equipe foi estabelecendo vínculos ・ーイ・セ@
tando serviços a essa população. Nesse sentido, apresent!
mos os vários trabalhos que realizamos até o fim do ano de
1979, quando fomos então demitidos pela direção do
Proje-to.
Durante esse tempo, procuramos contribuir para a
organização dos colonos, através do restabelecimento de
suas associações, da criação de uma feira de produtores,de
treinamentos de professores e da participação em festas PQ
pulares e torneios de futebol. Aprofundando as questões
organizacionais, nos detemos na análise do processo de
ti-tulação dos lotes e na reação dos colonos is condições ゥセ@
postas pelo PCAT. Em todo esse processo, procuramos
com-preender a dimensão educativa do movimento, através da
po-sic50 、セウ@ lidcrancns, das formas de organização criadas e
o
útimo item deste capítulo refere-se ao retorno que fizemos ao Alto Turi, após cinco anos dosacontecimen-tos de 1979. Procuramos compreender como os colonos
atua-ram com relação ao problema jurídico e, a partir daí, as nQ
vas relações entre estes e a direção do PCAT. Neste Bセ・ᆳ
エ。セョ。@ a
zê
Vaca" tínhamos a intenção de compreender asmu-danças ocorridas em termos cooperativistas, sindicais epar
tidários e como essa situação se revelava no interior do
PCAT. Enfim, analisamos as formas que os colonos encontra
ram para defender seus interesses diante do autoritarismo
1. O NORDESTE E A CRIAÇÃO DA SUDENE
Em abril de 1959, o presidente Juscelino
Kubits-chek, em discurso pronunciado em Garanhuns, no s・ュゥョ£イゥッーセ@
ra o Desenvolvimento do Nordeste, afirmava:
"Che.gamo-6
ã
c.onc.-tu-6ão de. que. o nO-6-6Oーセーセセッ@ 」Nセ・NMV」Nセュ・Nョエッ@ MV・Nセ ̄@ ー・NセセァPMVP@
pa-セ。@ o ・NアオセMエz「セセッ@ da Nação, -6e. ー・NセMVセMVM
エセセ@ a エ・Nセセzカ・NMエ@ 」Nッ・NクセMVエセョ」Nセ。@ de. zona-6
c.ada vez mai6 ーセMVー・セ。MV@ c.om ッオエセ。MV@ ・セ@
tagnada-6, -6ob o エセ ̄ァセ」Nッ@ 、ッュzョセッ@ do -6u.b
d e-6 el'l.V olvime.nto" . i
Os ァッカ・イョセウ@ federais e estaduais, 。エイ。カセウ@ de
po-1íticos, economistas, administradores e outros ゥョエ・ャ・」セ@
tuais estavam preocupados com a situação nordestina.
Pro-blemas tais como a sistemática evasão do excedente produzi
do na região, o qual se encaminhava principalmente para o
Centro-Sul; a baixa renda per capita; o alto índice de mor
talidade infantil constituiam base para o acirramento da lu
ta de classes na reglao. Essa conjuntura セ@ que dá sentido
ao depoimento de Celso Furtado:
"A-6 エセ。ョMVョoセュ。・MV@ que. ッ」Nッセセ・Nュ@ ーセ・MV・Nョᆳ
te.mente no bセ。MVゥャ@ de. ュ。ョ・ゥセ。@ ァ・Nセ。MエL@ e.
no nッセ、・NMVエ・@ em ー。セエゥ」オNMエ。セL@ Lセ。ッ@ de ァセ。ARZN@
ャスセオ「ゥエウ」ィHォL@ Juscelino. In: aョ。lセ@ do s・エャャゥh£セゥッ@ ー。セ。@ o v・Lセ・[l@
de ーィッVオセ、ゥ、。、・L@ e como 、ゥコ・ュッセ@ セッセ@
ッセ@ ・」ッセッュゥセエ。セL@ de tipo ・セエィオエオィ。ャN@
eセセ。セ@ エィ。セセVッィュ。・セL@ アオ。セ・@ セ・ューィ・L@
セ。ッ@ OCOhhem ー・、。」ゥセィッ@ pOh ー・、。」ゥセィッN@
r・セオゥエ。ュ@ de uma ァィ。セ、・@ acumulação de
ーィ・セセ ̄ッL@ de エ・セセ・セ@ セィ・セ」・ョエ・セ@ e, ten
dem, ーoィエ。セエッL@ a セ・@ セッャオセゥッョ。ィ@ em hUE
.... - 2
エuィ。セ@ 」。エ。」l\Mセュゥ」。セ@ ou em ィ・カッヲオッセBN@
Com efeito, desde que procurou-se efetivar pela
primeira vez a legislação trabalhista no meio rural (que
tornou oneroso para os proprietários manter seus
trabalha-dores como moratrabalha-dores nas BーN・NN。ョエ。エゥッセセ@ li) novas dimensões sao
dadas às tensões sociais no Nordeste. Os trabalhadores ー。セ@
sam a ser conscientes de direitos seus, como o salário
mínimo, e se organizam cada vez mais. As Ligas Camponesas,
que surgiram como 6rgãos de 。ウウゥウエセョ」ゥ。@ mfitua, pouco a ーッセ@
co se transformam em associações políticas. Ao mesmo
tem-po, multiplicavam-se os sindicatos rurais, enquanto grupos
católicos (o MEB por exemplo) e partidos políticos (como o
PTB, o PSB e o PCB) procuravam expandir as suas atividades
entre os camponeses e os assalariados rurais.
Para Francisco de Oliveira, o crescimento das
acoes políticas das massas camponesas e das massas
traba-lhador as urb anas "vão cho 」。ィMセ@ e c.o vr.tha a ・セセ@ ↑Zセ」Mゥ。@ do
phO-セ・セセッ@ de 」ィ・セ」Nゥュ・セエッ@ ッャjNNァッーッN・NzセエMゥ」Nッ@ a pahtih do c・セエィッMsオャL@
セッ@ セ」Nャ・ッ@ da phôphia ・セエィオエオィ。@ do ーィo」N・セセッ@ de 」Nッセ」N・セエィ。 ̄ッ@
)
"'FurtaJo, Celso. (1 NOheic6te. no pflOC.C6.60 hcvotuc.ionéÍJU.o
e ・・ョエセ。セゥコ。 ̄ッ@ do ・。ーゥエ。セN@ A ー・ョ・エセ。 ̄ッ@ 、。セ@ ュ・セ・。、ッセゥ。セ@
ーセッ、オコゥ、。セ@ no c・ョエセッMsオセL@ e ーッセエ・セゥッセュ・ョエ・@ a ーセUーセゥ。@
pene-エセ。 ̄ッ@ de ァセオーッセ@ ・・ッョュゥ・ッセ@ do c・ョエセッMsオセL@ que ーセ・・・、・@ a
-ーセUーセゥ。@ SUVENE, 、・セエセオャ。@ 。セ@ 「。セ・セ@ da eeonomia Gセ・ァゥッョ。ャGL@
tanto 。ァセi・ッャ。L@ quanto ゥョ、オセエセゥ。セN@ eセセ。@ 、・セエセオゥ ̄ッ@ ーセッーゥM
eiava uma 。・オュオセ。 ̄ッ@ 、ゥV・セ・ョ・ゥ。ャ@ ・クエセ。ッセ、ゥョセセゥ。@ ou uma セオM
ー・セM。・オュオセ。 ̄ッL@ em ッオエセ。セ@ ー。セ。カセ。セL@ euja 「。セ・@ セ・セゥ、ゥ。@ セ・ェ。@
no ュ・セ・。、ッ@ ョッセ、・セエゥョッ@ ・。ーエオセ。、ッL@ セ・ェ。@ na implantação de ・セ@
ーセ・セ。セ@ eom ・。ーゥエ。ゥセ@ do c・ョエセッMsオャ@ que, セ・ーッオセ。ョ、ッ@ numa eom
ーッセゥ ̄ッ@ téeniea de eapital セオー・セゥッセL@ ー。セセ。カ。ュ@ a セ・。ャゥコ。セ@
uma ・ッューッセゥ ̄ッ@ ッセァ¬ョゥ・。@ de eapital ュ。ゥセ@ V。カッセセカ・ャL@ devido
exatamente ao 、ゥV・セ・ョ・ゥ。セ@ de ・オセエッセ@ de セ・ーセッ、オ ̄ッ@ de VPセᆳ
。M、・Mエセ。「。セィッ@ ョッセ、・セエゥョ。N@ 。セ。L@ 。セ@ セ・ゥカゥョ、ゥ・。U・セ@ 、。セ@ Vッセ@
。セ@ ーッーオャ。セ・セ@ no nッセ、・セエ・L@ tanto セオセ。ゥセ@ quanto オセ「。ョ。セL@ 」・セ@
エセ。カ。ュMセ・@ 。ァッセ。@ exatamente na aplicação セゥァッセッセ。@ 、。セ@ ャ・ゥセ@
de ーセッーセゥ・、。、・L@ ーッセ@ um セ。、ッL@ e 、。セ@ ャ・ゥセ@ de セ・ァオセ。ョャ・ョエ。 ̄」@
エセ。「。ャィゥセエ。@ ーッセ@ ッオエセッL@ ・ョエセ・@ ・セエ。セ@ a ・セエセゥエ。@ obediência ao
pagamento do セ。ャセセゥッ@ mlnimo. Se no c・ョエセッMsオャL@ na ッセゥァ・ュ@
da ・クー。ョセ ̄ッ@ ゥョ、オセエセゥ。ャ@ 、ッセ@ 。ョッセ@ エセゥョエ。L@ a aplieação 、・セセ。セ@
セ・ァオャ。ュ・ョエ。U・セ@ 6uncionou de 」・セエッ@ modo como alavanca do
ーセッ」・セセッ@ de acumulação, no movimento de ・クー。ョセ。ッ@
oligopo-ャャセエゥ」。@ ・ャ。セ@ 6uncionam ョッオエセ。@ 、ゥセ・ ̄ッL@ セッオ「。ョ、ッ@
ã
「オセァオ・ᆳセゥ。@ ゥョ、オセエセゥ。ャ@ do c・ョエセッMsオャ@ uma ッーッセエオョゥ、。、・@ de
aeumula-çao 、ゥV・セ・ョ・ゥ。ャBNS@
セoャゥカ・ゥイセL@ Francisco de.
Essas eram as condiç6es ・ウエイオエオイ。ゥセ@ nas quais es
tavam ocorrendo a redefinição política das relações de 」ャ。セ@
se no Nordeste. No entanto, em 1958 o Nordeste vivencia
mais uma de suas grandes secas.
"Pela p4imei4a vez, todavia, a 。セッ@ ァセ@
カ・セョ。ュ・ョエ。ャ@ ago4a adqui4e uma
p406un-didade e ・クエ・ョセセッ@ que a levou a
pe4-、・セ@ セッョセゥ、・T。カ・ャュ・ョエ・@ o セ・オ@ エセ。、ゥセゥッ@
nal Gセ。T£エ・セ@ ・セー。セュ、ゥセッG@ e o セ・オ@
pa-pel de セ・エᅪ@ ッセッ@ ョセッ@ Mエセ。ョセ@ エᅪッセュ。ッョ。ャ@ da
セャ。セセ・@ dominante.
SUVENE".4
Levou
ã
・セゥ。 ̄ッ@ daSabe-se que, desde a conhecida seca de 1877-1879,
a Amaz6nia e o Maranhão constituiram-se em regi6es que 。」セ@
lheram os denominados "61agelado-ó" e Bィ・Zエゥィ。hエ・セB@ nordesti
nos.
Posteriormente, nas primeiras décadas do século
XX, sem questionar o regime de posse e propriedade da
ter-ra, o governo republicano reproduziria velhos esquemas e ーセ@
leativos fornecendo passagens de segunda classe na セ@
recem
construída Estrada de Ferro Teresina-São Luís.· Os "hetihan
Zエ・セB@ desembarcavam nas estaç6es ao longo do vale do rio Ita
pecuru, transferindo-se depois para as regi6es de terras
disponíveis a Oeste, nos chamados Bカ。ャ・セ@ サ←Nセエ・ゥセB@ dos rios
M earlm e In are. . P' d セ@ 5
セ@ t ... '. 1 ',.", (-'. J""7 : ("" r- • -.. , " "' .. : ,- , n ; t , .",
l ... J. 1 J.. 1.._) ') "-I i.. セN@ \. -L U セLGL@ ' .... 1 ' . I.,..-"i':,. " .... : • L (,.,. i_i \_ L ... , \._ I... '-l l/ t c.' .... t.. Lセヲ@ U ,-L'· v'-' Oセ@_ /\. '-; .. ;" lセ@".. ... /\... ,I; ; 0-' () ... c -, . <..\..;;1 ェセ@ .
){flatC'. S:tO 1':1\!1.0, D:ir'.:.'1, QYセAgL@ ]31.
SAlmcida, Alfredo Kagner de. A-ó セ・セ。セ@ do noィ、・NVエセ@ e o
Com a seca de 1958, tantos foram os conflitos so
ciais e os deslocamentos adquiriram dimensão tal, que o Es
tado Brasileiro se empenhou em traçar diretrizes
específi-cas a respeito da ocupação das chamadas terras devolutas do
estado do Maranhão. Numa análise apoiada na relação entre
o registro de urna elevada taxa de densidade demográfica e
a impossibi1 idade de absorção de amplas camadas de
traba-lhadores rurais pela estrutura agrária nordestina, conside
rada "alLc.a,[c.a", a recém criada SUDENE definiu que o proble
ma agririo deveria ser resolvido através da ampliação da
oferta de terras. 6
Percebe-se アセ・@ a urna explicação geográfica
suce-dia-se uma de fundamentação econBmica. O problema das
se-cas era representado a partir de urna pretensa esse-cassez de
terras na região. Ou seja: Mais urna vez a imagem do 1evra
dor nordestino fugindo da seca era explicada pela pressao
demográfica, conservando-se um absoluto ウゥQセョ」ゥッ@ sobre ーッセ@
síveis modificações no regime de posse e propriedade da te!.
ra.
Na análise de João Gonçalves de Souza, que ッ」オーセ@
ria o cargo de Superintendente da SUDENE no período de 。ァッセ@
to de 1964 Cl. jur::lO de 1966, são os seguintes os fatores que
representaram os motivos básicos para a criação da SUDENE:
"A
plL,[nc.,[pal ュッエL{カ。セッ@ palLa a 」NQlL{。セッ@da SUVENE 60,[ c.elLtamente a ・カG{、セョ」NL{。@
d c a [] LI d (I d;: ':>l1t 1./ c,
e
c n セ@ ,'t C a lL c n d a d C' No:!:6 SUDE \E. I PC'COtO D,tlLetu,'t de VCf.,cHI..1o..Lvimclt,to Econômico e So
、・セエ・@ e a do p。zセN@ A セ・ョ、。@ ー・セ@ ・。ーセᆳ
ta do ョッセ、・セエセョッ@ não セᅰ@ ・セ。@ bem セョV・ᆳ
セセッセ@
ã
do 「セ。NVl・N・セセッᄋ@ do セ@ オセ@ eomo - p-i.(1/(。セョ、。@ - ・セセ。@ 「セ・・ィ。@ カセョィ。@ セ・@ 。ューャセ。ョᆳ
do eom o tempo. Além 、セセセッL@ a セセセ・ァセ@
ャ。セセ、。、・@ 、。セ@ ・ィオカ。セ@ em uma
Mea
de 。Nァセ@・オャエオセ。@ ーッ「セ・L@ de 「。セク。@ ーセッ、オエセカセ、。、セ@
ao lado de uma セッ・セ・、。、・@ ーセッャzV・セ。L@ a
ェッァ。セ@ ョッカ。セ@ ッョ、。セ@ ィオュ。ョ。セ@ no já セ。エオᆳ
セ。、ッ@ ュ・セ・。、ッ@ de エセ。「。ャィッ@ loeal,
eon-エセセ「オセオ@ ー。セ。@ o 、ャセエ。ョ・セ。ュ・ョエッ@ eeonâm{
eo e セッ・セ。ャ@ ・ョエセ・@ o nッセ、・セエ・@ e 。セ@ セ・ᆳ
ァセ・セ@ セオャセョ。セN@ eセエ。@ セセエオ。 ̄ッ@ ・セ。@ apo!.!;.
tada, pela ッーャョセ ̄ッ@ ー「ャセ・。@ e pela ャセᆳ
、・セ。ョ。@ セョエ・ャ・・エオ。ャ@ do p。zセL@ eomo
ex-tfl.emamente gfl.ave, pOfl.quanto podeJÚa eo!.!;.
、オコセヲャN@ a QNャQN・Nュ・、セ ̄カ」@ 。ョエ。ァッョセNュッセ@
fl.e-ァセッョ。セセ@ 。ュ・。。、ッセ・N@ da オョセ、。、・N@
nacio-nal! ... 1 A セ・・。@ de 1958, que 。セセオセョッオ@
a ・・ッョッュセ。@ da r・ァセ ̄ッ@ e 。エゥセッオ@ ュ。セセ@ de
2 ュセャィッ・セ@ de ー・セセッ。セ@ ao 、・N・ューヲャN・ァッLVッセ@
a gota d'água. Em 、・エ・セュセョ。、ッ@
momen-to, o Govefl.l1o teve que ・ューセ・ァ。セL@ em セAAA@
ーセッカセN。、。N@ Vセ・ョエ・N@ de エセ。「。ャィッL@ qua.óe
500 ュセャ@ ー・セNッ。セ@ - a ュ。セッセセ。@ 、・ャ。セ@
e.ó-・ッセセ。。、。@ da.ó £セ・。N@ セオセ。セN@ pela セ・・。N@
uヲャNァセ。@ 。セNセュL@ .óem ー・セ、。@ de tempo,
en-nfl.entafl. e.óte セョアオセ・エ。ョエ・@ qu.adfl.o,
me-、セ。ョエ・@ a adoção de plano.ó eontZnuo.ó e
de longa 、オセ。 ̄ッL@ tendo em カセNエ。@ o de
N・Nョカッゥカセュ・ョエッ@ ・・ッョ¬ュセ・ッ@ e Nッ・セ。ャN@ n。セ@
ee. então a SUVENE".7
.;uUZel, JO;lO C;oncalvcs ele. O NO!lde.-6te. Bl1.ct6'{'CC .. t,'1.0: u.ma
e.x-ゥᄋセGGゥlセゥZcHZセ@ ,te' Hセ・ZLL[ZvHGHvN←ャゥゥcNhエッ@ !tC9iofW€.. Fortaleza, BJ.nco
Percebemos que, embora o surgimento da SUDENE e!
teja ligado a uma necessidade do Estado brasileiro em
re-solver situações que se agravavam de modo crescente no Nor
deste Brasileiro, a questão da concentração fundiária nao
é trabalhada pelas análises oficiais. As tranformações que
se davam na estrutura da própria "p.tarI-ta..t..i..on." I com o início
da substituição do sistema de morador por um sistema
capi-talista de força de trabalh6 livre, também não são
mencio-nadas.
Resta, nessas análises, o ponto de vista de que
as secas e os quadros demográficos em contínuo crescimento
seriam os problemas b5sicos que deveriam ser atacados. Na
realidade, o lato
ue
・ᅢゥセエゥイ@ naquela época a alternativa deum movimento de fronteira reduziria a necessidade de se as
sumir medidas extremas nas zonas ocupadas. Nesse sentido,
a colonização do Maranhão seria reconhecida como uma
solu-ção satisfatória que nao atingiria frontalmente a classe
dominante nordestina.
2. A SUDENE E O MOVIMENTO DE NORDESTINOS NO MARANHAO
Acompanhando esse processo, e coexistindo com a
história documentada, outra história, não documentada,
im-pede que essa versão documentada se torne parcial e ッ」オャエセ@
dora do movimento real. Nos referimos ao trabalho com
de-poiJllentos, que passam a ser vistos como produtor de fontes
históricas na linha de História Oral. Esta se caracteriza
depoi-mentos de atores ou testemunhas de fen6menos sociais sign!
ficativos, cujo registro se perderia pela carência ou ゥョウセ@
ficiência de fontes históricas. Este método enquadra-se
num contexto de valorização de contatos informais,
·basea-dos na identificação e empatia entre o pesquisador e seu ob
jeto de estudo, consistindo basicamente em privilegiar o
ator e o acontecimento através de depoimentos abertos,
re-ferentes a uma experiência social ou histórica comum. 8
Começaremos, então, por "daJt a palavJta" àqueles
que geralmente não a têm. Eles vão falar de suas vidas e,
para início de conversa, de onde nasceram e do caminho ー・セ@
corrido até os núcleos de colonização do Alto Turi
Mara-nhense. A essa caminhada damos o nome de migrações
inter-nas. Entre o ponto de partida e a chegada (se
é
que já se-chegou) muito pe descalço, mordida de cobra, criança
nas-cendo nas matas, e morrendo também.
Paralelamente a esse trabalho de recomposição de
história de vida, procuraremos situar mais alguns pontos a
respeito da criação da sudeセeN@ A riqueza da trajetória ゥセ@
dividual será buscada no confronto com o conjunto de depoi
mentos e sua articulação com as análises realizadas por
at1ucles qU(; ー」ウアオゥUセセイ\Bャャ[Q@ o fcnÔ!:.cllO SUDEXE.
Bn。セqゥ@ no c・。jエセL@ na セ・jエjエ。@ GJtande, na
matJtiz de são Gonçalo. MOJtei aZ オョセ@
pouqoセ@ 。ョッセL@ ュ。セ@ me QJtiei no c・。jエセN@
f,i.quei aZ atê. q。セ。jエN@ Sõ MU de lá アオ。セセ@
C;C:llnnrgo, :\sp:1si ;1. PlLogfuuila de. H.L,);tõf1.i..a Of1.af. Introdução,
do nO-6 c.a-6amO-6. Foi na me-6ma
c.oft!tcn-teza da Seftfta gセ。ョ、・@ アセ・@ nO-6 nO-6
c.o-nhec.eu. N6-6mudemo-6 de ャセ@ poftque ャセ@
efta muito ・セ」N。MVMVッN@ Tinha muita セ・」。@
ftuim. A gente nao aguentava e tinha
de -6aift de ャセN@ Efta um MV・ヲエエセッ@ danado
e não dava mai-6 pfta gente paftaft pOft lá.
Eu mudei pftO Piaul, pfta um lugaft
en-c.o-6tado de Tefte-6ina. lセ@ eu tftabalhei
muito pftO-6 outftO-6. Pfta mim me-6mo nao.
Efta tftabalho de ftoça. Tftabalhava
pa-ァ。ョ、セ@ a ftenda, pagando 60fto e ma-i-6 do-i-6
dia-6 、セBMV・セカゥッ@ pOft -6emana pftO dono
-6em ganhaft nem almoço. Ainda unha maü
e-6-6a. Eu ョセッ@ aguentei e vim puxan.do.
Cada vez 6ic.ando mai-6 pioft, não 、・セl@ ZZ[セB。@
ift 6icando. Do PiauZ eu mudei ーセ」@ }セ@
pão;· jã me-6mo vtO Maftan.hão, na be.t'lct do
ftio Itapecuftu. No Japão eu エヲエ。「c|NエNZZLᄋセᆳ
va de ftoça me.ómo. lセ@ efta bom PO}l {セZLQセ@
paftte.ó, ftuim pfta outfta.ó. Lã O.ó teftftc
nO-6 efta do goveftno, ma.ó ョNセッ@ deu cettc
pfta nO-6 ャセ@ pOft muito tempo nao. POft
tVLfta a.ó-6im a gente mofta e apaftece ma-i-6
de 50 mil dono.ó e entfta na nftente dO-6
outftO-6. Se a gente n.ão agUenta o ェ・セ@
to ê deftftapaft. C hegamo-6 no Japão elii
1952 e óaZmo.ó pfta aqui em 1966. LGセ[ZセAZZGᆳ
c.ab eça tã ftuim ma.ó eu aivlda ーAl・LセエN」@ n;cu..6
。エ・ョセッ@ ... " (depoimento n9 1).
セ@ com base no movimento de migrantes nordestinos,
nessa "c.oftftenteza" fugindo da "-6ec.a ftuim", que
procurare-mos esclarecer o significado do surgimento da SUDENE ・ョアオ。セ@
to órgão dc pLlll(;j:.u;lcnto regional, aS.5ll1l COLlO LlInb51i'l
ZÕC.:ó quc leval'Llill a uma intcrvcllç;lo governamcntal em tL'.
A açao do governo brasileiro no Nordeste, até a
década de 50, tomou basicamente a forma de construção de
açudes e de estradas. Sabemos que sempre houve grande
re-sistência da burguesia rural nordestina a uma política de
migração de massas, com base na ideologia da defesa dos in
teresses Bョ・ァゥッョ。ゥセBN@ Entretanto, a posição política da
classe dominante nordestina não impedia a migração espontâ
nea e maciça de lavradores sem terra. Como ェセ@ nos
referi-mos, esses deslocamentos desde o século XIX se realizavam
em direção ao Maranhão e
à
Amazônia. A partir dos anos 30,com o desenvolvimento da indústria e da construção civil
nas grandes cidades do Centro-Sul e com a expansao da fron
teira agrícola em São Paulo e no p。イ。ョセL@ abriam-se outras
alternativas para os trabalhadores rurais nordestinos. A
intervenção governamental procurava, até então, minimizar
os efeitos desse movimento de 」。ューッョセウ・ウ@ retirantes,porém.
não levava a nenhuma política de transformação da
estrutu-ra 。ァイセイゥ。N@ Pelo contrário, reforçava ainda mais a classe
dominante já que as estradas e açudes eraQ construídos em
terras de latifundiários e, servindo como emprego
temporá-rio,evitavam aumentar a emigração e a redução da força de
trabalho local.9
Bn。セセゥ@ no Canini, no c・。ョセN@ Sal de ャセ@
セッュ@ 6 pna 7 。ョッセ@ e 6ui pna p・ョョ。ュ「オセッN@
Monei aI, ョ。セ@ 「。ョ、。セ@ de c。セゥュ「。@ Nova,
uma 「。セ・@ de 6 。ョッセN@ Sal de ャセ@ ponque
minha mao monneu e o velho セ・@ 、・セァッセᆳ
t (' fi (J tr. Hjセ@ o f v (" L\!(1
e
1: ((!Lri!
(!c ('
aúi. C h () -9Vclho, OLívio Guilhcrmc. CCLp-é,taLé,5Hlo autoftLtânio e 」N。ューセ@gando na 、ゥカゥセ。@ de p・セョ。ュ「オqッ@ Qom Cea
セ£L@ ele ・ョqッョエセッオ@ um セ・セカゥッL@ uma
em-ーセ・ゥエ。@ de um açude. Naquela êpoQa ・セ。@
エセ。「。ャィッ@ de 「セ。ッL@ Qom animal q。セセ・ᆳ
gando エ・セセ。BN@ (depoimento n9 9).
o
apoio governamental, baseado na ideologia daB、・V・セ。@ 、ッセ@ ゥョエ・セ・セセ・セ@ da セ・ァゥ ̄ッB@ acabava sendo a defesa dos
interesses daqueles que tinham bens imobilizados no Nordes
te. Entretanto, com a seca de 1958 o governo brasileiro foi
forçado a intervir através de uma ação mais profunda e
ex-tensa que levou
à
criação da SUDENE.Pela lei n9 3.692 de 15 de dezembro de 1959, ーイセ@
veniente de projeto do Poder Executivo a nfvel federal, foi
criada essa agência governamental temIo por finalidades:
"a) ・セエオ、。セ@ e ーセッーッセ@ 、ゥセ・エセゥコ・セ@ ー。セ。@ o
、・セ・ョカッャカゥュ・ョエッ@ no nッセ、・セエ・[@ b) セオー・セ@
カゥセゥッョ。セL@ qッッセ、・ョ。セ@ e 」ッョエセッャ。セ@ a ・ャセ@
「ッセ。 ̄ッ@ e execução de ーセッェ・エッセ@ a q。セᆳ
go de セァ ̄ッセ@ V・、・セ。ゥセ@ na セ・ァゥ ̄ッ@ e que
セ・@ セ・ャ。qゥッョ・ュ@ ・セー・qゥVゥq。ュ・ョエ・@ Qom o セ・オ@
、・セ・ョカッャカゥュ・ョエッ[@ Q) ・ク・qオエ。セL@ 、ゥセ・エ。ᆳ
mente ou mediante Qonvênio, 。」ッセ、ッ@ ou
cC'ntlLato, oó pllojeto,!J セ・ャ。エゥカッ@ ao 、セ@
セ・ョカッャカゥュ・ョエッ@ do nッセ、・エ・@ que lhe
60-セ・ュ@ 。エセゥ「オz、ッセL@ ョッセ@ エ・セュッセ@ da ャ・ァゥセャセ@
ção em vig ッセ[@ d) co ッセ、@ ・ョ。セ@ ーセッ@ ァセ。ュ。ONI@
de 。セONIゥONIエ↑ョ」ゥ。@ técnica, nacional ou
・ONIエセ。ョァ・ゥセ。L@ ao nッセ、・ONIエ・BNQP@
V5rios autores ーイッ」オイ。セ@ compreender e explicar a
セ@ Hセ@ r , . ,\. , -, L! (l .:> U 1 I J •. ;>1 ••
fere-se à concentração industrial no Centro-Sul, que teria
levado o Nordeste à diminuição do número de empregos indus
triais disponíveis. O declínio industrial seria
responsá-vel por um golpe severo na renda regional, pela diminuição
considerável da produção de algodão. assim corno por urna motiva
ção adicional à imigração. Portanto, para esse autor, a
SUDENE pode ter sido criada enquanto urna "c.on-t/ta-me..di..da C.O!!!
pe..n.l.:>ado/ta" que permitisse o prosseguimento da
industriali-zação nordestina. Otávio Velho cita corno outra possível
explicação a existência, a partir de meados da década de 50,
de tensões sociais no Nordeste que começavam a adquirir um
aspecto inteiramente novo com a criação das Ligas
Campone-sas. Os trabalhadores rurais, procurando tornar real a ャ・セ@
gislação trabalhista em muitos casos eram derrotados e
ex-1 d 1 . セN@ 11
pu sos as terras pe os proprletarlos.
"Sou da I.:>e../tfta. do Ba-tu/tLtê., Ce..a/tâ.,do ャセ@
ga/t Li..moe..i../to. Em 1956 e..u vi..m pil..O
Ma-/tanhão, p/ta Olho V'Ãgua daI.:> Cunhãl.:>. No Ce..a/tã me..u· pai.. -ti..nha um I.:>i..-ti..ozi..nho,
mal.:> -ti.. n ha -tatn b ê.m 8
6
"<'lh o 1.:>. A -te..tr..tr..a nãodava ptta ョセセ@ tudo t/tabalha/t. nUセ@
ttta-balhava p/tOI.:> ou-t/tOf." ganhando uma
mi..-f.,ê./t..<.a. Ouv..<. d..<.ze../t que.. no Ma/tanhão t..<.
n.ha te../t/ta de..voluta, I.:>e..m dono, e.. lã no
C c.a:ul 。Lセエ」NAlヲエcエ@ Lüdta do 110 e.. eu tinha
de.. paga/t me....<.a, alê.m de.. ou-t/tal.:>
ob/t..<.ga-çõe..l.:>. Eu ve..nho ac.ompan.hando e..f.,f.,al.:> ma
tal.:> de..f.,de.. Olho V'Ãgua daf., Cunhãl.:>. Vo
Bac.u/t..<. da L..<.nha e..u nui pa/ta o c.e..nt/to
cl o L.ú,.t no. セj@ (I B a c. li .'1 J.. (( (' a b (' te a nI a ta,
セ@ [' !ta l1J C. h C'. 9 a J1 d o o Oセ@ l1. ..<. c. o セ@ e.. (I J.:, p o b 11.. e Nセ@
llVelho, oエセカゥッ@ Guilherme. Cap..<.talif.,mo auto/t..<.tã/t..<.o e..
vao tJ e. aJt/tancando. n・Nセセ@ ・Nセ@ lugaft mcúoft
OtJ fticotJ vão ce.ftcando a te.ftfta e. pobfte.
tem que. ift セ・N@ che.gando. Vim pafta
Ro-セゥャ。ョ、ゥ。@ e.m 1962. Bote.i a ftoça.
AZ,
e.m 1963, che.gou a tal SUVENE". (depoi:.
mento n'? 14).
Na tentativa de desvendar o surgimento da SUDENE,
o economista Francisco de Oltveira afirma que "o con6lito
de. c.latJtJetJ que apaft e. c. e. セッ「@ atJ ヲエッオー。セゥョエj@ de. 」NッョVャゥエッセ@ ヲエ・ァゥセ@
ョ。ゥセ@ ou 、ッセ@ G、・セ・Nアオゥャz「ヲエゥッセ@ ヲエ・ァゥッョセャセG@ 」ィ・ァ。ヲエセ@ a uma
exaft-cebação cujo ヲエ・セオャエ。、ッ@ maitJ imediato é a inte.ftve.nção
'pla-nejada' do eセエ。、ッ@ no nッヲエ、・セエ・NL@ ou a SUVENE". Na
continua-ção de sua análise esse autor considera que "a SUVENE セ・ヲエ£N@
um ュ・」。ョゥセュッ@ de detJtftuição aceleftada da pft6pftia economia
'fte.g-tona.t' ョッヲエ、・NセエMエョ。L@ no co vltexto do movimento de integftE:
ção nac-tona.t ュ。ゥセ@ amp.to[ ... 1 Pfte.citJamente. pOft セ・Nヲエ@ um meca
ョゥセュッ@ de ace.teftação da integftação, é que a inteftvenção do
eセエ。、ッ@ e. 'p.tanejada', ーッゥセ@ tftata-tJe de. 、・Nセャッ」N。ヲエ@ ッセ@ ・セアオ・Nᆳ
ュ。セ@ de fte.pftodução pft6pftiotJ da economia do nッヲエ、・Nセエ・N@ pOft
ou-エヲエoセ@ que. エセュ@ セオ。@ matftiz noutfto conte.xto de. acumu.tação: o
, plane.j ame.nto' é, ーッセL@ ・Nセエj。@ 60ftma de エヲエ。ョセ@ 60ftmação 、ッセ@ーヲエセ@
セオーッエjエッセ@ da pftodução, ・エjセ。@ ー。セセ。ァ・Nュ@ da ュ。ゥセMカ。NエMエ。@ captada
pe.to eセエ。、ッ@ como ゥューッセエッL@ e. セオ。@ 」ッョカ・Nヲエセ。ッ@ e.m capita.t e.ntfte.
gue. li gftande. 「オヲエァオ・Nセゥ。@ do Ce.ntfto-Su.t". 12
"Eu vim pfta fte.gião de. V. Pe.dfto e. acabu
de. me. cftiaft aZ. Foi aI que. e.u 」ヲエ・Nセ」ゥN@
m。セ@ 」ヲエ・Nセ」ゥ@ ュ。ゥセ@ não, 6ique.i ve..tho, ーッセ@
qlH' C'LC'SC(''L nunca 」ヲエセセI」ゥN@ AJ.. fte.,60.t",',l
・。セ。セ@ ョッュオョセ・zーセッ@ de Codá, ー・セエッ@ de
V.
p・、セッ@ ュ・セュッN@ fオセ@ ュッセ。セ@ no ・・ョエセッ@do mッオセ。N@ Ve 1951 ati 1967 tava ャセN@
Quando eu mudava ・セ。@ 。セセセュ@ ーッセ@ ー・セエッN@
Eu ュオ、・セ@ de
V.
p・、セッ@ ーッセアオ・@ ュセョィ。@ 。セᆳte i セᅯ@ ャ。カッオセ。L@ e ャセ@ i ャuY。セ@ de ・セセ。N@
nセッ@ tem ュ。、・セセ。@ ー。セ。@ ・・セ・。セ@ e ・セ。@ ュオセ@
to 、セVセ・オャエッセッL@ ーッセアオ・@ ッセ@ 「セ・ィッセ@ ・セ。@
・セセ。、ッ@ tudo セッャエッ@ e セョカ。、セ。@ 。セ@ セッ。セ@
e ・ッュセ。@ tudo. O セョカ・セョッ@ andava ・セ・。セ@
セッN@ nセ@ 。セョ、。@ ー・セ、・オ@ セッ。@ ーッセ@ ャセLーッセ@
que o セョカ・セョッ@ nã.o deu ーセ。@ 」Nセセ。セN@ A エ・セ@
セ。@ ャセ@ naquele tempo ・セ。@ eomum. tセョィ、@
エ・セセ。@ de dono, ュ。セ@ a que ョ£セ@ エセ。「。ャィ。@
va ・セ。@ de todo mundo. m。セL@ eom o ーセセN@
blema do セョカ・セョッ@ e do gado eu カセュ@
em-「ッセ。@ ーセ。@ ・セN@ Já カセュ@ セ。「・ョ、ッ@ da
SUVE-NE". (depoimento n'? 9).
As situações vividas pela população nordestina,o
Bーセッ@ bl ema do セョカ@ Vtno e da セ@ eea", eram acompanhadas pelos
técnicos da região. O diagnóstico de Celso Furtado,primei
ro superintendente da SUDENE, apontava para a necessidade
nordestina de um novo centro de crescimento e de
investi-mento. O crescimento nordestino era, até então, baseado em
produtos de exportação, como o açúcar e o algodão. Para
Celso Furtado, o rápido crescimento e o livre acesso aos mer
cados consumidores do Centro-Sul precisava セ・イ@ acompanhado
pelo Nordeste a partir de sua principal vantagem comparati
va, isto é, a mão-de-obra barata.
Um dos estudiosos dessa época afirma:
.
nA Hcdl.uL\:.za g<:'.t1..a.t de.õ,se.. diagllG6Uc.O
en-tão pC./Uf/{.tÚL a fオセNエ。、ッ@ avanç.a/r. e.m Utês
。ァオ。セ@ ィ・ーィ・セ。、。セ@ 、ッセ@ 。オ、・セ@ deve4iam
セ@ eh オエゥャゥコ。、。Lセ@ paha a ihhigação de tal
maHe.iha que 。Lセ@ 「。」Nゥ。セ@ ゥィィゥァ。、。セ@ セ@ e エッセ@
h。セセ・ュ@ uma ィ・セ・ィカ。@ alimentah pehmane.!:3;
te paha o セ・ィエ ̄ッ[@ セ・ァオョ、ッL@ 、・カ・ィMセ・ᆳ
ia levah adiante uma c.olonização ッィァセ@
nizada ョ。セ@ エ・ィィ。セ@ ュゥ、。セ@ e £ャッィ・セエ。セ@
エィッーゥ」N。ゥセ@ do vizinho eセエ。、ッ@ do
Maha-nhão; e 6inalmente., paha l・セエ・L@ um ・セM
60hÇO セゥァョゥVゥ」N。エゥカッ@ devehia セ・Nィ@ 6eito
paha 。ャ」N。ョ。ィMセ・@ uma melhoh
utiliza-ção da tehha ュ。ゥセ@ hic.a do noィ、・セエ・L@ a
zona da mata ao longo da 」Nッセエ。@
atlân-+' ,,13
-t.-<..c.a .
Partindo dessa análise, a SUDENE proporia para os
Bカ。ャ・セ@ ュゥ、ッセB@ do Maranhão o!'ganizar o que espontaneamente
os nordestinos sem terra ou com pouca terra já faziam,
is-to ê, alterar as relações de produção introduzindo,
atra-vês do "planejamento", o capital.
Bn。セ」Nゥ@ em cィ。エ・オセL@ no Ceahã:. v・ーッセ@ áui
paha Vahgem do Me.io, no PiauI. m・オセ@
ー。ゥセ@ me deham pha um 6azendeiho de
ga-do. Vepoiâ アオゥセ@ ih emboha. Pehguntei
ーィoセ@ ュ・Nオセ@ ー。、ィゥョィッセ@ e. o moço 、ゥセセ・@ que.
eu nao eha batizado. Sabe. ・Nセセ・N@ ー・セᆳ
セッ。ャG@ hic.o, que. c.hia ge.nte. c.omo
mac.a-co? Sal de Vahgem do :.Ie_<-o e 5LLi イ。Nセ」HH@
c。ューゥョ。セ@ no PiauI e.m 1929. Ve. ャセ@ セ。i@
paha V. Pedho no PiauI também.
Thaba-lhava batendo pande.iho. Ve. V. Pedho
6ui paha Cod5 no m。セ。ョィ ̄ッN@ AI me.
jun-tei com uma dona que tinha ュオゥエッセ@ Vゥセ@
MQNIゥゥゥM[MセセエセセセセセL@
Albert. JeU'LH;'US TCl':::t':.dpZlcァGセ」ウウ[@
Studie.s06
Ec.onorni.c. PoLi..c.Y-rlla!2.'(l1g ('-IL Lcct·i..n Ame/tic.a, citado por
セィッセN@ tセ。「。セィ。カ。@ na セ。カッオセ。@ e セッ・。カ。@
ー。ョ、・ゥセッN@ SaI ーッセアオ・@ セゥョィ。@ que ー。ァ。セ@
セ・ョ、。@ e セゥョィ。@ um ーオセァ ̄ッ@ que ュセカ。@ セ↑N@
ッセ@ ー。オセN@
Ve
Codõ 6ui ー。セ。@ PingaFo-go, セ。ュ「↑Nュ@ no m。セ。ョィ ̄ッL@ em 1958. AI,
、・ーッゥセ@ vim aqui ーセッ@ ョセ・セ・ッ@ da p。クゥセ「セ@
ーセッ@ ョ・セ・ッ@ da SUVENE". (depoimento n9
7) •
A proposta da SUDENE para o Maranhão,
basicamen-te, daria continuidade ao desenvolvimento da agricultura bra
sileira. Historicamente, esta se reproduz através da
in-corporação de novas áreas, o que supõe uma variável
funda-mental: a ・クゥウエセョ」ゥ。@ de uma BVセッョセ・ゥセ。B@ com potencial para
ser ocupada e integrada ao modo de produção dominante no
país. .E reconhecido que a BVセッョセ・ゥセ。BL@ corno a maranhense
que analisaremos adiante, .tem sido alternativa as tensões
sociais no meio rural brasileiro. Nesse sentido, os
proje-tos de colonização sempre foram pensados politicamente
co-mo BセッセオN ̄・セB@ para uma não alteração da estrutura da
pro-priedade da terra.
"Eu ョ。セ@ ei e ュッセ。カ。@ aqui aeima de PedJz.ú
セ。セL@ no são Raimundo do A bo ud, na b
ei-セ。@ do セゥッ@ m・。セゥュN@ Eu eheguei aqui no
ョ・セ・ッ@ no ano de 64, em julho, logo
、・ーッゥセ@ da セ・カッャオN ̄ッ@ 、ッセ@ ァ・ョ・セ。ゥセN@ Eu
セ。R@ de lã ーッセアオ・@ ッセ@ セ・セセ・ョッセ@ ・セ。@ do
Aboud e a ァ・ョセ・@ セセ。「。ャィ。カ。@ 。ューセ。ュ・ョセ・N@
AI o Aboud vendeu ーセッ@ oセ・。セ@ bッセァ・セ@ e o
oセ・。セ@ bッセァ・セ@ ・セ。@ um homem ュオゥセッ@ セオゥュL@
ーッセアオ・@ quando a ァ・ョセ・@ botava a セッN。@ e
セゥセ。カ。@ o 。セセッコL@ não tinha 、ゥセ・ゥエ。@ de
cotlre!L ))1and{oc(1 ーッセアオ」N@ ej!.-e bofa\..'C( o ァセ@
.60 uma c.oÁ...6a ,!JozÁ..nha, nunc.a e.le. 6az ョセ@
da. AI e.u pe.n.6e.Á... Eu dÁ..go: 'e.u vou
me. e.mbol1.a'. OuvÁ..a .6e.mp/te óala/t e.m Bom
Ja/tdÁ..m e. aI e.u vÁ..m pIta Bom Ja/tdÁ..m. nセッ@
tÁ..nha e..6t/tada ョセッ@ .6e.nho/t. Eu vÁ..m e.m
c.O.6ta de. c.avalo. l・Nカ・Nセ@ t/tê.6 dÁ..a.6 de.
vÁ..agem. E e./ta po/tque. o c.avalo e.tz.a bom.
cィ・Nァオ・Nセ@ e.m Bom j。Oエ、セュL@ c.omp/te.Á.. uma Oエセ@
ça アオ・Nセュ。、。@ jã, t/tate.Á.. de..6.6e. ー・N、。」Nセᆳ
nho de. /toça e. アオ・NOエセ。@ i/t p/toc.u/ta/t um
te./t/te.no pIta e.u mo/ta/t aquÁ.. na BaÁ..xada. Ce./tto que. e.u de..6c.Á.. alÁ.. pe.lo Ma/tajã,vI Olho V'Água do CaÁ..te.tú, de. lã .6aÁ..p/to.6
Co/te.Á../to e. pIta PÁ..nga Fogo. Quando e.u
c.hego e.m PÁ..nga Fogo e.u tÁ..ve. notIc.Á..a
que. a SUVENE tava dando te./t/ta e. 6uÁ.. me.
・Nクーャセ」N。Oエ@ c.omo e./ta. E e.u 。」Nィ・Nセ@ que.
6
ッセ@.6e. bom, aI me. 。NVNVセョ・NNN@ e. カセュ@ e. Vセアオ・Nセ@
。アオセ@ de.nt/to de..6.6a mata 。エセ@ hoje.". H、セ@
poimento n9 14).
A importincia dos depoimentos esti em chamar a
atenção para um tipo social - o colono - que conta a sua
história não como parte isolada e sim como integrante de um
grupo social. Embora sua experiência sej a individual, o ァイセ@
po é reconhecível através dos depoimentos. As inúmeras ーセ@
radas obrigatórias para trabalhar, as constantes expulsões
c as novas c←ャャャゥイゥNィセZ、Zャウ@ :.l procura de terra para o trabalho
são situações vividas com certa regularidade pelos colonos.
Embora cada testemunho nos interesse em particular, o
con-junto deles vai nos oferecendo um leque de visões e
histó-イゥセLウ@ particulares que pode ir nos ,Q,ujando 1)ara a
comnreen-sZío do fcnômeno como um todo.
I
frentados pelos trabalhadores rurais nordestinos podem ser
reconhecidos: as situações de pagamentos de renda impediti
vas para a manutenção de suas famílias; o "-i..nve.Jtno
e..6c.a.6-.60" impedindo a produção regular; as terras improdutivas
"c.he.-i..a.6 de. pulgão"; a proibição do plantio de culturas com
períodos mais longos (mandioca); a criação de gado sol to
ex-pulsando o lavrador; o "patJtão Jtu-i..m" e outros problemas, 。ーセ@
recem nos depoimentos e justificam a vinda para o Alto
Tu-ri Maranhense. Todas essas questões podem ser vistas como
manifestações do crescimento das tensões sociais no nッイ、・セ@
te. Nesse sentido, nos parece suficientemente
esclarece-dor o modo como Octavio Ianni se expressa:
"A no.6.6O ve.Jt, a SUVENE .6uJtg-i..u nummome.n
to e.m que. .6 e. Jie.ve.iaJtam de. modo
paJt:t,(.cu{M-me.nte. abe.Jt:to e. -i..nte.n.f>o 0.6 antagonLómo,ó
da .6oc-i..e.dade. do NOJtde..6te.. Ou me.{hoJt,
e.{a 60-i.. cJt-i..ada numa êpo ca e.m que. a.6
de.-.6-i..gualdade..6 e.c.onôm-i..c.a.6 e. .6oc.-i..a-i...6
na-que.la Jte.g-i..ão adqu-i..Jt-i..am 」Nッョッエ。セッNV@ de.
c.unho pJte-Jte.v olu c.-i.. o nâ.Jt-i..o • No mome.nto em
que. c.ampone..6e..6 e. ope.Jtâ.Jt-i..O.6 JtuJta-i...6 、・Nセ@
xaJtam de. acorllodaJt-.6e. ã..6 .6o{uçõe..6 de. ・Nセ@
tl{o ollgâ.Jtqulco (con.6ub.6tanc-i..adaó no.6
padJtõe..6 de. contJtole. .6oc-i..al e.
l-i..de.Jtan-ça polZt-i..ca pJtôpJt-i..O.6 do c.oJtone..{-i...6mo),
ne..6,f>e. mOIile..n-to 0.6 gJLUpO.6 dornúlQ.,l-te..6 no
NOJLde..6te. de.c-i..d-i..Jtam ag-i..Jt
pol-i..t-i..came.n-te., no .6e.nt-i..do de. contJLolaJL ou dom-i..-naJL a.6 te.n.6õe..6 cJte...6ce.nte..6 na Jte.glão. AI-i..â..6, a SUVENE não 60-i.. .6e.não uma da.6
,5C'LUÇCC"5 dada,5 ao ag,j.avame..n-to da;) COil
:tJwdlçõe..'5 poLZLtca.ó no NOJLde..,::,.te..". 11
-l4Ianni, Octavio. OJtlge..n.6 agJLâ.Jtla.6 do E.6tado BJta.6-i..le.-i..Jto.
3.
FRENTES DE EXPANSÃO NO MARANHÃO
Para contar a "h..tf.JtõJr....ta" do Alto Turi Maranhense
é indispensável caracterizar as diversas formas de
coloni-zaçao que marcaram essa região desde a década de
Su.
Nessa época, o Alto Turi fazia parte das
chama-das "teftftaf.J l..tvftef.J" do Estado do Maranhão, que
correspon-dia a aproximadamente 100.000 km 2 distribuídos numa faixa
contínua que abrangia o Médio Mearim, a região dos Cocais
e a Pré-Amazônia Maranhense. Tal extensão territorial cons
tituiu a base inicial da frente agrícola, que se intensifi
ca a partir dos anos 50, formada pelo contigente de ュゥァイ。セ@
tes expulsos de sua região de origem.
"Naf.Jc...t 110 Afto do Meaft..tm, 110 Maftal1hão.
Até Of.J ヲNj・NNエセ@ al1Of.J eu カセカセ@ 110 Alto do
Meaft..tm. Vepo..tf.J 6u..t pafta V..ttõft..ta do
Meaft..tm e da1- a gel1te 60..t paJr..a peftto de
Bac.abal, p4a Boa Ef.JpeJr..al1ça. Vepo..tf.J vi
ernof.J pJr..O Ub..tm. L; em Boa· Ef.Jpeftal1ça
tftabalhava de ftoça e t..tl1ha um C. om
eJr..-c...tOZ..tl1flO. Paf.Jf.Jemof.J· UI1f.J c...tI1c.o al1Of.J lá.
Em 1966 ail1da mOJr..ava lá. SaZmof.J de lá
pJr..a pJr..oc.uJr..aJr.. mata pJr..a tJr..abalhaJr... Todo
lavJr..adoJr.. tem uma gal1âl1c.ia poJr.. mata, e
lá eJr..a f.JÕ c.apoe..tJr..a. El1tão a gel1.te vuo
pJr..O Ubim. Em Boa Ef.JpeJr..al1ça meu pai
mOJr..ava em teJr..Jr..a de dOl1o, maf.J botava jイNNセ@
ça doi.ó quilometJr..of.J pJr..a del1tJr..o, em ten
Jr..a livJr..e, pOJr..que o dOl1o eJr..a muito ・クセ@
Pセョエq@ e meu pa[ não セ。P。カ。@ U」セッN@ No
Ubiltl a liicLta ac.abou e. iLO.ó カゥ・ャャャッLセ@ 」」エjイNN¬Nセ@
de_ mata p·oJr.. aqui, pJr..a. .tJ1..abalhaJr... T iftE:,
mof.J mu;'ta c.aJr..Jwda de. aJtJr..oz daqui 、・Nーッセ@