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Taxonomia de Coffea arabica L.: II - Coffea Arabica L. Var. Caturra e sua forma Xanthocarpa.

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Academic year: 2017

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Taxonomia tic Cojjea arabiva 1-. E S T A M P A 2

Cafeeiros Caturra amarelo, com sete anos, de um dos lotes de progénies da Secção de

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1949 B R A G A N T I A 159

2 . 1 — P O R T E

Um dos principais caraterísticos do Caturra é o porte pequeno. Disso lhe proveio o nome. Plantas, com cerca de onze anos, apresentam, em média, uma altura de 2,0 m, ao passo que cafeeiros Bourbon, da mesma idade e plantados no mesmo terreno, acusam, em média, 2,5 m. Os internódios na haste principal são curtos e a forma do arbusto é cilíndrica, o que é parti-cularmente caraterístico em exemplares com quatro a cinco anos.

2 . 2 — R A M O S

Os ramos laterais principais são um pouco mais pendentes que os de Bourbon, formando com o caule um ângulo médio de 66 graus. Nesse carate-rístico, portanto, aproxima-se da var. typica (Coffea arábica L. var. typica Cramer) (4). Os ramos laterais secundários e os de ordem inferior são particularmente abundantes e os internódios bastante curtos, do que, em parte, resulta a grande capacidade produtiva do Caturra.

2 . 3 — F O L H A S

As folhas novas são de côr verde-clara ; quando maduras, são de um verde bem intenso, um pouco maiores e proporcionalmente mais largas do que as da variedade bourbon, sendo o índice (relação do comprimento para a largura), por conseguinte, pouco menor (est. 3-Ã). As dimensões tomadas em 200 folhas maduras forneceram os dados constantes do quadro 1, no qual também se apresentam os valores referentes à var. bourbon.

2 . 4 — E S T I P U L A S

As estipulas interpeciolares são deltóides, acuminadas, em tudo seme-lhantes às da variedade bourbon.

2 . 5 — F L O R E S

As flores, um pouco menores do que as da var. bourbon, têm corola branca e são dispostas em glomérulos ; o ovário é bi ou, às vezes, trilo-cular, e o cálice é rudimentar e denticulado (est. 3-B).

2 . 6 — F R U T O S

Os frutos são curto-pedunculados, oval-elípticos, brilhantes, com meso-carpo carnoso, apresentando um comprimento médio de 15,24 ± 0,07 mm, e uma largura média de 11,32 ± 0,06 mm (est.

3-(7)-2 . 7 — S E M E N T E S

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Taxonomia de Coffea arábica L. E S T A M P A 3

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1949 B R A G A N T I A 161

e a largura), (est. 3 - D , E ) . São aproximadamente do mesmo tamanho que as do Bourbon, que apresenta 8,09 ± 0,02 mm de comprimento e 6,14 ± 0,01 mm de largura (4), e também do mesmo formato que as sementes desta variedade, que apresenta um índice médio de 1,32.

3—NÚMERO D E CROMOSÔMIOS E ANÁLISE G E N É T I C A

Como a maioria das variedade de C. arábica, o café Caturra também apresenta 44 cromosômios somáticos, os quais, em meiose, se distribuem normalmente, dando gâmetas com 22 cromosômios (5).

Do resultado da análise genética parcial até aqui efetuada, isto é, dos cruzamentos com as variedades typica e bourbon, pode-se deduzir que as caraterísticas diferenciais do Caturra são controladas por um par de fatores genéticos principais, Ct, com dominância em Fi (3).

4—IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

Os internódios bem curtos e a intensa ramificação secundária e de ordem inferior, dão ao café Caturra possibilidades de abundante produção.

A fim de fazer um estudo preliminar sobre essa capacidade de produção, resolveu-se incluir, no lote de progénies da Secção de Genética, na Estação Experimental Central de Campinas, vinte representantes do Caturra Ver-melho (no. 477) e vinte do Caturra Amarelo (no. 476), obtidos das sementes recebidas do Espírito Santo. Outros conjuntos de Caturra Vermelho foram enviados às Estações Experimentais de Ribeirão Preto e Pindorama, para estudos de comportamento regional. Progénies de Caturra Vermelho, corres-pondentes a outras introduções feitas dos Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, foram também plantadas nessas mesmas Estações Experi-mentais, bem como nas de Mococa e Jaú. Notou-se, em todos os lotes de Caturra, grande uniformidade, tanto nas mudas novas em viveiro, como em local definitivo, vários anos após o seu plantio (est. 2).

Todos os cafeeiros estão sendo colhidos, individualmente, desde a pri-meira produção (1940), a fim de serem observadas as variações quanto à produtividade e também quanto ao tipo de sementes produzidas. Após alguns anos de observações, efetuaram-se seleções das melhores plantas. Estas foram autopolinizadas artificialmente, para estudo de progénies, não somente em Campinas, como também nas Estações Experimentais do Ins-tituto Agronômico, em Ribeirão Preto, Pindorama, Mococa, Jaú e Monte Alegre do Sul. O Caturra ainda foi incluído em cinco ensaios regionais, nas cinco primeiras localidades, a fim de se estudar o seu comportamento, tanto a pleno sol como à sombra.

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6—RESUMO

Uma nova variedade de Coffea arabica L., provavelmente originária de Manhumirim, Estado de Minas Gerais, e cultivada em pequena escala no Estado do Espírito Santo, foi recebida, pelo Instituto Agronômico de Cam-pinas, em 1937.

Trata-se da variedade caturra. Carateriza-se por apresentar porte me-nor do que o da variedade bourbon, da qual provàvelmente se originou. Os internódios são bem curtos, tanto no caule como nos ramos, sendo intensa a ramificação secundária e de ordem inferior. As fôlhas são de um verde bem escuro, maiores e proporcionalmente mais largas do que as do Bourbon. As flores são pouco menores e os frutos e sementes um pouco maiores do que as dessa variedade.

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ser de 2n = 44 o número de cromosômios somáticos e, dos cruzamentos com as variedades typica e bourbon, conclui-se que os seus principais caracteres são devidos à ação de um só par de fatôres genéticos dominantes principais (Ct Ct).

As observações preliminares relativas à produtividade indicam que se trata de uma variedade de elevada capacidade produtiva, merecendo, por conseguinte, a atenção que se vem dando aos trabalhos ora em realização nas principais zonas cafeeiras.

A forma xanthocarpa parece diferir do Caturra Vermelho apenas na coloração amarela dos frutos, que é devida ao mesmo fator (xc xc) que carate-riza a forma xanthocarpa da variedade typica (2).

S U M M A R Y

A n e w variety o f Coffea arabica L . , w h i c h is b e l i e v e d t o h a v e originated in the region of M a n h u m i r i m , in the S t a t e of M i n a s Gerais a n d w h i c h is cultivated o n a small scale in the State of Espirito Santo, w a s sent t o the Instituto A g r o n ô m i c o in Campinas, in 1937.

T h e n e w variety is called caturra a n d is characterized as being s o m e w h a t smaller than the bourbon variety from w h i c h it p r o b a b l y originated. T h e internodes, b o t h on the main s t e m and branches, are v e r y short a n d secondary branches are a b u n d a n t . I t has v e r y d a r k green l e a v e s that are larger a n d proportionally longer than those of the

bourbon variety. Also in comparison w i t h this variety, its flowers are a little smaller b u t

its fruits a n d seeds are slightly larger.

T h e results of a t a x o n o m i c s t u d y together w i t h preliminary information o n the genetic constitution of the caturra variety, are presented in this paper. I t was found t o h a v e 2 n = 4 4 s o m a t i c c h r o m o s o m e s and from crosses m a d e b e t w e e n this variety and the varieties typica and bourbon, it was determined that its principal morphological characters w e r e due largely t o the action of a single pair of d o m i n a n t genetic factors ( C t Ct).

Preliminary data indicate t h a t the caturra variety has a high yielding c a p a c i t y and that it m a y b e particularly w e l l a d a p t e d t o cultivation under shade.

T h e r e is a y e l l o w fruited ( x a n t h o c a r p a ) form of caturra t h a t is the same as the red fruited form e x c e p t for the color difference. T h e y e l l o w fruit color o f caturra is p r o b a b l y determined b y the same genetic factor ( x c xc) that characterizes the xanthocarpa form of the variety typica.

L I T E R A T U R A C I T A D A

1. K r u g , C . A . M e l h o r a m e n t o d o cafeeiro. D o z e anos (1933-1944) de pesquisas básicas e aplicadas realizadas nas Secções de Genética, Café e Citologia d o I n s t i t u t o A g r o -n ô m i c o . B o i . da Super, d o s Serv. d o Café d o E s t a d o de S ã o P a u l o 20 : 863-872, 959-962. 1945.

2 . K r u g , C . A . e A . C a r v a l h o . Genética de C o f f e a . I I I — Hereditariedade da c ô r amarela dos frutos. B o i . T é c n . d o Instituto A g r o n ô m i c o de Campinas 8 2 : 1-16, fig. 1-3. 1940.

3 . K r u g , C . A . e A . Carvalho. T h e Genetics of Coffea. Proceedings of the Eighth International Congress of Genetics. Hereditas S u p p . V o l . , 611-612. 1949. 4. K r u g , C . A . , J. E . T . M e n d e s e A . Carvalho. T a x o n o m i a de Coffea arabica L .

D e s c r i ç ã o das variedades e formas encontradas n o E s t a d o d e S ã o P a u l o . B o i T é c . d o Instituto A g r o n ô m i c o de Campinas 62 : 9-57, fig. 1-122. 1939.

5. M e n d e s A . J. T . M i c r o s p o r o g ê n e s e e m C. arabica L . Bragantia (no prelo).

Referências

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