• Nenhum resultado encontrado

Déficit estatural nas crianças brasileiras: relação com condições sócio-ambientais e estado nutricional materno.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Déficit estatural nas crianças brasileiras: relação com condições sócio-ambientais e estado nutricional materno."

Copied!
9
0
0

Texto

(1)

Déficit estatural nas crianças brasileiras:

relação com condições sócio-ambientais

e estado nutricional materno

Stunting in Brazilian child re n:

re latio nship with so cial-e nviro nme ntal

co nd itio ns and mate rnal nutritio nal status

1 Cen tro d e Saú d e Escola Germ a n o Sin v a l Fa ria s, Escola N a cion a l d e Sa ú d e Pú b lica , Fu n d a çã o Osw a ld o Cru z . Ru a Leop old o Bu lh ões 1480, Rio d e Ja n eiro, RJ 21041- 210, Bra sil. crsisv a n @en sp .fiocru z .b r 2 Cen tro d e Estu d os d a Saú d e d o Tra b a lh a d or e Ecologia Hu m a n a , Escola N a cion a l d e Sa ú d e Pú b lica , Fu n d a çã o Osw a ld o Cru z . Ru a Leop old o Bu lh ões 1480, Rio d e Ja n eiro, RJ 21041- 210, Bra sil. a n jos@en sp .fiocru z .b r 3 Laboratório d e Avaliação N u t ricion a l e Fu n cion a l, Dep a rt a m en t o d e N u t riçã o Socia l, Fa cu ld a d e d e N u t riçã o, Un iv ersid a d e Fed era l Flu m in en se. Ru a Sã o Pa u lo 30, 4oa n d a r, Cen t ro, N it erói, RJ 24015- 110, Bra sil. Elyn e M . En gst rom 1 Lu iz A. An jos 2,3

Abst ract T h e rela t ion sh ip b et w een st u n t in g in Bra z ilia n ch ild ren w it h t h eir m ot h er’s n u t ri-t ion a l sri-t a ri-t u s a n d ri-t h eir socia l- en v iron m en ri-t a l siri-t u a ri-t ion w a s a ssessed in a p rob a b ilisri-t ic sa m p le of t h e Bra z ilia n p op u la t ion in 1989. Da t a from 12644 m ot h er- son p a irs w ere a n a lyz ed . M a t ern a l n u t rit ion a l st a t u s w a s cla ssified b a sed on t h e b od y m a ss in d ex a n d st u n t in g w a s id en t ified in ch ild ren w it h st a t u re or len gt h for a ge Z - 2 of t h e Am erica n grow t h referen ce cu rv e (N CH S). St u n t in g w a s ob serv ed in 14.4% of t h e ch ild ren (15.9% of b oys a n d 12.9% of girls) Th ere w a s a n in v erse rela t ion sh ip b et w een t h e lev el of st u n t in g a n d m a t ern a l ed u ca t ion , in com e a n d h ou se liv in g con d it ion s. Ch ild ren of illit era t e m ot h ers sh ow ed m ore st u n t in g (OR = 17.2) t h a n ch ild ren w h ose m ot h ers h a d h a d a t lea st 9 yea rs of form a l ed u ca t ion . St u n t in g w a s m ore freq u en t ly ob -serv ed i n ch i ld ren w h o se m o t h ers w ere u n d erw ei gh t (OR = 2.5), a n d w h o w ere f ro m t h e f i rst qu a rt ile of fa m ily in com e in com p a rison t o t h e fou rt h qu a rt ile (OR = 11.0) a n d lived in t h e p oor-est liv in g con d it ion s (OR = 7.6). Th ese resu lt s su ggoor-est a p osit ive a ssocia t ion bet w een st u n t ed ch il-d ren a n il-d u n il-d erw eigh t m ot h ers.

Key words N u t rit ion a l St a t u s; Bod y Heigh t ; Ch ild ren ; Socia l Con d it ion s; An t h rop om et ry

Resumo O p resen t e est u d o in v est igou a rela çã o en t re o d éficit est a t u ra l (DE) d e cria n ça s e o est a d o n u est ricion a l (EN ) d e su a s m ã es e su a s con d ições sócio a m b ien est a is, n u m a a m osest ra p rob a b ilíst ica d a p op u la çã o b ra sileira em 1989. Os d a d os d e 12.644 p a res m ã e–filh o fora m a n a lisa -d os. Fora m con si-d era -d a s DE a s cria n ça s com v a lor Z -d e est a t u ra p a ra i-d a -d e in ferior a - 2 em re-la çã o à cu rv a d e crescim en t o a m erica n a (N CH S). O EN d a s m ã es foi a ferid o p or m eio d o ín d ice d e m a ssa corp ora l. As a ssocia ções en t re o EN d e m ã es e filh os e en t re est es EN com a s v a riá v eis so ci a i s f o ra m a v a li a d a s p o r regressã o lo gí st i ca . En co n t ra ra m - se 14,4% d a s cri a n ça s co m D E, a p resen t a n d o a ssocia çã o in v ersa com escola rid a d e m a t ern a , ren d a d om icilia r p er ca p it a e con -d ições -d e m ora -d ia . Cria n ça s cu ja s m ã es n ã o sa b ia m ler e escrev er t iv era m m a ior ch a n ce -d e t er DE (OR = 17,2) d o qu e cria n ça s cu ja s m ã es cu rsa ra m n ove ou m a is séries. Em rela çã o à s cria n ça s d e m elh or ren d a e con d ições d e m ora d ia , a od d s ra t io (OR) foi d e 11 p a ra a s d o p rim eiro q u a rt il d e ren d a e 7,6 p a ra a s d e d om icílios em m á s con d ições. Hou v e m a ior risco d e DE n a s cria n ça s com b a ix o p eso m a t ern o (OR = 2,5) em rela çã o à s com m ã es com sob rep eso. Os d a d os in d ica m a ssocia çã o en t re o ba ix o p eso m a t ern o e DE n a s cria n ça s bra sileira s.

(2)

Introdução

A d esn u trição en ergético-p roteica é u m a alte-ração n u tricion al d e gran d es rep ercu ssões n as cria n ça s d e p a íses em d esen volvim en to, a tin -gin d o m ais d e u m terço d a p op u lação m u n d ial m en o r d e cin co a n o s (On is et a l., 1993). Estim ase qu e a p rop orção d e crian ças coEstim d esn u -triçã o glo b a l (d é ficit d e m a ssa co rp o ra l p a ra id ad e) tem d im in u íd o n os ú ltim os 15 an os n os p a íses d a s Am érica s, a p esa r d o a u m en to d o n ú m ero d e m en ores d e cin co an os com algu m grau d e d esn u trição, ob servan d o-se d iferen ças a cen tu a d a s en te p a íses e en tre gru p o s so cia is d en tro d os m esm os (Yu n es & Diaz, 1997). Nu -trição e crescim en to estão in trin secam en te as-sociad os, já qu e as crian ças n ão con segu em al-ca n ça r seu s p o ten cia is gen ético s d e cresci-m en to, se n ão tiverecresci-m aten d id as su as n ecessi-d a ecessi-d es n u tricio n a is b á sica s, a ca rreta n ecessi-d o ecessi-d éfi-cits estatu rais p ara su a id ad e.

A d esn u triçã o in fa n til tem em seu m o d elo ca u sa l d eterm in a n tes m u ltica u sa is, com con -d icion an tes b iológicos e sociais, estan -d o rela-cio n a d a a o a ten d im en to (o u n ã o ) d e su a s n e-cessid ad es b ásicas, com o saú d e, alim en tação, sa n ea m en to, ed u ca çã o. A cria n ça vista co m o u m a u n id a d e iso la d a , seu esta d o n u tr icio n a l solitariam en te avaliad o, n ão p erm ite en ten d er o d in am ism o e a h eterogen eid ad e d a situ ação n u tricion a l b ra sileira . Esta só p od e ser en ten -d i-d a com a in teração -d a or-d em b iológica e social n o estad o n u tricion al (Jon sson , 1986), con -sid eran d o-se a crian ça em seu con texto social e ten d o n a figu ra m atern a u m forte in terlocu -tor crian ça-am b ien te.

O p erfil n u tricion al d a p op u lação b rasilei-ra , evid en cia d o p ela Pesq u isa Na cio n a l so b re Sa ú d e e Nu triçã o (PNSN) d em o n stro u q u e existem gra n d es co n tigen tes d e cria n ça s d es-n u trid as, com 33% d e form as leves e 5% d e m o-d e ra o-d a s e gra ve s (cla ssifica çã o o-d e Gó m ez) e cerca d e 15% d e d esn u trição p or d éficit estatu ral (Mon teiro et al., 1992a). A ten d ên cia recen -te n o p a n o ra m a n u tricio n a l in fa n til en tre a s d écad as d e 70 e 80 é d e red u ção exp ressiva n a p revalên cia d e d esn u trição in fan til, en tre 50% a 80%, em to d a s a s regiõ es d o p a ís e em d ife -ren tes estratos sociais, em b ora d e form a ain d a h eterogên ea. De fato, o p aís já d em on strou es-ta r a tra vessa n d o, a o fin a l d a d éca d a d e 80, o q u e se d en o m in a d e tra n siçã o n u tricio n a l, si-tu a çã o ep id em io ló gica o n d e o p ro b lem a d a d esn u triçã o é su b stitu íd o p elo p ro b lem a d e ob esid ad e. O au m en to d a p revalên cia d e ob e-sid ad e en tre ad u ltos ocorre em tod os os estra-to s eco n ô m ico s, co m a u m en estra-to p ro p o rcio n a l m ais elevad o n as fam ílias d e m ais b aixa ren d a

(Mon teiro et al., 1995b ). De fato, p olarizan d o o p a n o ra m a n u t ricio n a l in fa n t il, d e scre ve u -se n a PNSN, p reva lên cia eleva d a d e so b rep eso (27,1%), obesidade (12,3%) e baixo p eso (15,9%) n as m u lh eres ad u ltas b rasileiras (An jos, 1993), o qu e evid en cia a im p ortân cia d o sob rep eso n a p op u lação ad u lta em con trap osição ao p rob le-m a d a d esn u trição n a p op u lação in fan til.

Os estu d os relacion an d o n u trição d e m ãe e filh o con cen tram se n o p eríod o p erin atal, sen d o reco n h ecid o q u e o esta d o n u tricio n a l m a tern o d u ran te a gestação e as con d ições d o am b ien te in tra u terin o têm im p o rtâ n cia fu n d a -m en tal n o estad o n u tricion al d o recé-m n asci-d o (Cu m in sky & Ojeasci-d a , 1988). A asci-d esn u triçã o m atern a, an tes e d u ran te a gestação, é u m a im -p ortan te cau sa -p ara o b aixo -p eso ao n ascer n as crian ças b rasileiras, cu jo retard o d o crescim en to in trau terin o ain da é alteração m ais freqü en -te d o q u e a p rem a tu rid a d e (Mo n -teiro, 1992), em b ora ou tros con d icion an tes, com o fu m o, h i-p erten são m atern a e gravid ez n a ad olescên cia, p ossam estar p resen tes. Tod avia, fora d este p e-ríod o, ob serva-se n a literatu ra carên cia d e es-tu d os con sid eran d o a relação d o estad o n u tri-cion al d e m ães e filh os.

Em p aíses n ão d esen volvid os, d ois estu d os en co n tra ra m u m a co rrela çã o p o sitiva en tre o b aixo p eso m atern o e d esn u trição n as crian ças n os p rim eiros a n os d e vid a (Mock et a l., 1993; Ra h m a n et a l., 1993). De m o d o co n trá rio, u m estu d o com d ad os d e d em an d a d e u m Serviço Un iversitário em São Pau lo, Brasil, n ão en con -trou associação d ireta en tre o estad o n u tricio-n al d e m ães e filh os, u m a vez qu e a m aioria d as crian ças d esn u trid as tin h am m ães com sob re-p eso ou ob esid ad e (Nób rega et al., 1991).

(3)

M aterial e métodos

Para a elab oração d este estu d o, foram u tiliza-d as in form ações coletatiliza-d as n a Pesq u isa Nacion a l so b re Sa ú d e e Nu triçã o, u m iNacion q u érito Nacion u -tricion al b rasileiro, realizad o p elo INAN/ IBGE/ IPEA (In stitu to Nacion al d e Alim en tação e Nu -trição/ Fu n dação In stitu to Brasileiro de Geogra-fia e Estatística/ In stitu to d e Pesq u isas Econ ôm ica s Ap lica d a s), eôm 1989, cu jo ob jetivo cen -tral foi a aferição d o estad o d e saú d e e n u trição d a p op u la çã o e cu jos d eta lh es m etod ológicos já foram p u b licad os an teriorm en te (En gstrom & An jos, 1996; An jos et al., 1998). Basicam en te, a p esq u isa u tilizou u m a am ostragem com p le-xa, d e b ase d om iciliar, ten d o com o âm b itos d e an álise as cin co gran d es regiões geográficas d o Brasil e as situ ações u rb an a e ru ral d e cad a re-gião, e foi estratificad a segu n d o a ren d a d om i-ciliar e a taxa d e alfab etização d a p op u lação d e cin co a 15 an os. A am ostra fin al totalizou 14.455 d om icílios com d ad os d e 63.213 b rasileiros d e tod as as id ad es (Fletch er, 1987, 1988).

Além das m edidas an trop om étricas de m as-sa co rp o ra l e esta tu ra fo ra m co leta d a s in fo r-m ações sob re características sócio-d er-m ográfi-cas b ásiográfi-cas, com o ren d a, con d ições d e h ab ita-ção, in stru ita-ção, ocu p aita-ção, d en tre ou tras. Tod as as in form ações foram ob tid as p or u m a equ ip e, form ad a p or d ois in vestigad ores trein ad os, d u -ran te visita ao d om icílio sortead o p reviam en te. A m a ssa co rp o ra l fo i m ed id a em b a la n ça ele-trôn ica p ortátil com p recisão d e 100 g (Filizola) esp ecialm en te desen volvida p ara a p esqu isa. As crian ças d e colo foram m ed id as n o colo d e u m adu lto (n orm alm en te as m ães ou resp on sáveis) ap ós tarar-se a balan ça com o adu lto. A estatu ra foi m ed id a através d e u m a fita m étrica d e d ois m etros com p recisão de 0,1 cm (Stan ley) afixada a u m a su p erfície p lan a e vertical d o d om icílio.

A casuística do p resen te trabalho com p reen -d eu to -d a s a s m ã es co m i-d a -d e en tre 20 e 50 an os, qu e tin h am ao m en os u m filh o m en or d e d ez an os, totalizan d o 6.289 m u lh eres n ão grá-vid a s e sem p a ra lisia o u fa lta d e m em b ro s; e 15.180 m en ores d e d ez an os d e am b os os sexos. Qu an d o foi realizad o o cru zam en to d o estad o n u tricion al d e m ães e filh os, h ou ve u m total d e 12.644 p ares. Ao cru zar-se essa relação com as variáveis sociais, houve ain da redução da am os-tra p o r a u sê n cia d e in fo rm a çõ e s m a te rn a s e so cia is. Assim , o n ú m e ro to ta l d e ca so s va ria segu n d o o cru zam en to em qu estão.

O estad o n u tricion al d as crian ças foi classi-ficad o p elo ín d ice estatu ra/ id ad e (E/ I), exp res-so em valor Z em relação à m ed ian a d a p op u la-ção d e referên cia am erican a (NCHS, 1977), se-gu n d o recom en d ação d a Organ ização Mu n d ial

d a Saú d e (WHO, 1986; 1995) e d o Min istério d a Saú de do Brasil (MS/ INAN/ INAMPS, 1990). Uti-lizou -se com o p on to d e corte p ara d esn u trição p or d éficit d e estatu ra, os valores d e Z E/ I ≤-2 (Waterlow et al., 1977). O ín d ice d e m assa cor-p oral (IMC), calcu lad o cor-p ela razão en tre a m as-sa corp oral (em kg) e a estatu ra (em m etros) ao q u ad rad o, foi u tilizad o p ara a classificação d o estad o n u tricion al m atern o (An jos, 1992), com os segu in tes p on tos d e corte: Baixo Peso (IMC < 20); Ad eq u a d o (20 ≤IMC < 25) e So b rep eso (IMC ≥25).

As variáveis sociais estu d ad as foram a ren -d a -d o m icilia r p er ca p ita , exp ressa em q u a rtis d e d istrib u ição n acion al; a escolarid ad e m ater-n a, avaliad a segu ater-n d o a cap acid ad e d e ler e es-crever, o gra u e a ú ltim a série esco la r cu rsa d a p ela m ãe, resu ltan d o em cin co faixas: escolari-d a escolari-d e ze ro / a n a lfa b e t a , ze ro m a s sa b e le r/ e s-crever, u m a a q u atro, cin co a oito, e ≥n ove sé-ries cu rsad as; e as con d ições d e m orad ia reu n i-d a s em u m in i-d ica i-d or p rop osto p or Bro n fm a n et al. (1988) e ad ap tad o p ara a PNSN p or Rib ei-ro (1994), q u e con sid era o p iso d o d om icílio, o ab astecim en to d e águ a, san eam en to e o n ú m e-ro d e m orad ores p or côm od o, ten d o três cate-go ria s fin a is: b o a , regu la r o u m á m o ra d ia . Os q u a rtis d e ren d a d o m icilia r p er ca p ita rep re-sen ta va m n a ép o ca d a p esq u isa o s segu in tes valores em d ólares am erican os: 11,0; 31,0; 65,9 e 242,2 p ara os 1o, 2o, 3oe 4oq u artis, resp

ecti-vam en te.

Na an álise d a relação d o estad o n u tricion al d e m ães e filh os, a m ed id a d e associação foi ex-p ressa em od d s ra t io(OR), ca lcu la d o p elo ex-p on en cial d o coeficien te b eta e seu resex-p ectivo in tervalo d e con fian ça (IC) d e 95%, ob tid o atra-vés de regressão logística (Kleibau n et al., 1982), ten d o co m o va riá vel resp o sta o esta d o n u tri-cion al d as crian ças e as d em ais variáveis com o in d ep en d en tes. A relação en tre o estad o n u tri-cion al m atern o e d esn u trição n as crian ças foi a n a lisa d a co n tro la n d o se p ela s va riá veis so -ciais (escolarid ad e m atern a, ren d a e con d ições d e m orad ia) e a id ad e m atern a, p or se esp erar q u e essas p u d essem in flu en ciar os resu ltad os. No m o d elo lo gístico, a co m p a ra çã o d a s fre-q ü ên cias d e cad a variável com u m a referên cia p reviam en te d eterm in ad a p ossib ilita id en tifi-ca r o s gru p o s d e m a io r risco d e a p resen ta r a “d o en ça” (n o p resen te estu d o, d esn u triçã o ). Para cad a relação, u tilizou -se a categoria d a va-riá ve l in d e p e n d e n te q u e m e n o s se a sso cia va com o n ível d e d esn u trição, segu n d o a literatu -ra, com o referên cia n a regressão logística.

A a n á lise d o s d a d o s fo i rea liza d a co m o

(4)

-la o erro p a d rã o in co rp o ra n d o em su a s a n á li-ses, o erro am ostral n o efeito d e d esen h o (Sh ah et a l., 1992). As freq ü ên cia s fo ra m a ju sta d a s p elo fa to r d e exp a n sã o d isp o n ível n a fita d e b an co d e d ad os (PNSN_P).

Result ados

En con trou se p revalên cia d e 14,4% d e d esn u trição p or d éficit estatu ral (DE), corresp on d en -d o a u m to ta l -d e 2.368 cria n ça s -d o to ta l -d e cria n ça s a va lia d a s (n = 15.180), o q u e d á u m a estim ativa d e 4,8 m ilh ões d e crian ças m en ores d e d ez a n o s co m d esn u triçã o n a p o p u la çã o b rasileira em 1989. A p revalên cia d e d esn u tri-ção foi d e 15,9% en tre os m en in os e 12,9% n as m en in a s, co m OR d e 1,27 (IC = 1,13-1,43) n o sexo m ascu lin o.

Na an álise d o p ar m ãe/ filh o (n = 12.644), a p revalên cia d e d esn u trição n as crian ças foi d e 13,3% ( Ta b ela 1). A m en or p reva lên cia foi ob -servad a n a faixa etária d e m en ores d e 6 m eses (7,2%), com d u p licação d a p revalên cia p ara as d u as faixas etárias segu in tes, red u zin d o d iscre-ta m en te p a ra o gru p o co m 60 o u m a is m eses d e id ad e. Ob servou -se au m en to d e p revalên cia d e d esn u trição n as crian ças com o au m en to d a id ad e m atern a, com 11,2% en tre as crian ças fi-lh as d e m ães m ais joven s (20-30 an os) e 19,7% n as m ais velh as (40-50 an os).

Na relação d o estad o n u tricion al m atern o e DE, ob servou -se qu e d as 2.126 crian ças qu e ti-n h am m ães com b aixo p eso, h avia 444 criati-n ças co m DE, co m u m a freq ü ên cia d e 20,5% p a ra esta relação. A p revalên cia d e DE d im in u iu p a-ra 13,7%, se a m ã e tin h a esta d o n u tricio n a l a d eq u a d o, e p a ra 9,3%, se a m ã e tin h a so b re-p eso. A a sso cia çã o d o esta d o n u tricio n a l d e m ã es e filh o s exp ressa em OR fo i d e 2,5 p a ra DE n as crian ças cu jas m ães tin h am b aixo p eso (IC = 2,0-3,2), tom an d o-se com o referên cia as m ães com sob rep eso.

Desn u triçã o n a s cria n ça s fo i m a io r n a s m ã es a n a lfa b eta s (29,4%), red u zin d o se co n -form e o au m en to d a escolarid ad e m atern a. Se a m ãe sab ia ler e escrever, m esm o sem escola-rid ad e form al, a p revalên cia d e DE caiu q u ase a m etad e (16,8%), estan d o p róxim a a d as m ães co m u m a a q u a tro séries cu rsa d a s (15,2%). A m en or p revalên cia (2,4%) foi en con trad a p ara a faixa d e m aior escolarid ad e (≥9 séries). Con -sid eran d o com o referên cia essa ú ltim a faixa, a OR foi d e 17,2 qu an d o a m ãe era an alfab eta, d i-m in u in d o se a i-m ãe sab ia ler/ escrever ou tin h a d e u m a a qu atro séries cu rsad as (OR = 8,2 e 7,3; resp ectivam en te), OR = 2,7 se tin h a en tre cin -co a oito séries cu rsad as.

Qu a n to à ren d a d o m icilia r p er ca p ita , a s cria n ça s d o q u a rtil d e ren d a m a is b a ixo tiveram m aior p revalên cia d e DE (26,5%), d ecain -d o p ara 10,7%, 4,3% e 3,2% n os 2o, 3oe 4oqu ar-tis, resp ectiva m en te. A OR fo i d e 11,0 p a ra a s crian ças d o 1oqu artil, ten d o com o referên cia o d e ren d a m a is a lta . Qu a n to à s co n d içõ es d e m orad ia, ob servou -se m aior p revalên cia d e DE n os d om icílios em con d ições ru in s (25,7%), d e-cain d o p ara 10,2% n os d e con d ições regu lares e 4,2% n aqu eles em boas con dições. Ten do este ú ltim o gru p o com o referên cia, a estim ativa d e risco d e u m a cria n ça a p resen ta r DE fo i d e 7,8 se ela vivia em m orad ias em con d ições ru in s e d e 2,6 n aqu elas categorizad as com o regu lares. A p revalên cia d e d esn u trição foi sem elh an -te n as regiões Su l, Cen tro-Oes-te e Su d es-te (7,5 a 7,9%), e, a p roxim a d a m e n t e, t rê s ve ze s m e -n o r d o q u e a e-n co-n trad a -n as regiões Nord este (24,9%) e Norte (21,5%) d o p aís.

Ao con trolarse a relação en tre o estad o n u -tricio n a l m a te rn o e a d e sn u triçã o p o r d é ficit e sta tu ra l d a s cria n ça s p e la s va riá ve is so cia is (e sco la rid a d e m a te rn a , re n d a e co n d içõ e s d e m o ra d ia ) e id a d e m a tern a , o b servo u -se q u e a relação in icial (OR = 2,5) n ão sofreu m od ifica -ção su b stan cial n as variáveis id ad e (OR = 2,7) e escolarid ad e (OR = 2,3) m atern as. Algu m efeito fo i o b serva d o n o ca so d a s a n á lises d a rela çã o con trolan d se p ela ren d a e con d ições d e m o-ra d ia . Nestes d o is ca so s, o OR p a o-ra a rela çã o b aixo p eso/ d esn u trição d im in u iu p ara 1,9 (IC; 1,41-2,44) e 1,8 (IC; 1,36-2,26), resp ectivam en te.

Discussão

A Pesq u isa Na cio n a l so b re Sa ú d e e Nu triçã o (PNSN) foi u m in q u érito n u tricion al com u m a am ostragem p rob ab ilística d a p op u lação b ra-sileira, q u e p erm itiu con h ecer u m p ou co m ais a cerca d o p erfil n u tricion al b rasileiro ao fin al d a d écad a d e 80, m om en to d e gran d e d in am is-m o n o q u ad ro d e saú d e e n u trição d a p op u la-ção, tan to n o qu e se refere ao d iagn óstico cole-tivo d a situ ação d e m ães e filh os, qu an to a p os-síveis co n d icio n a n tes q u e in flu en cia ra m ta l ten d ên cia n as ú ltim as d écad as. Estas an álises fo rn e ce m in fo rm a çõ e s so b re te n d ê n cia s q u e p od em su b sid iar ações p ú b licas d e efetiva m e-lh oria n o p an oram a n u tricion al.

(5)

-Tab e la 1

Pre valê ncia de de snutrição po r dé ficit e statural (Z-E/ I ≤-2) e m crianças b rasile iras me no re s de de z ano s po r faixa e tária da criança, idade e e stado nutricio nal mate rno s e co ndiçõ e s só cio -amb ie ntais, o dds ratio e inte rvalo de co nfiança (IC) 95 %.*

Tot al Crianças com desnut rição odds ratio (IC)

n n %

Faixa et ária (meses)

< 6 632 46 7,2 1,0

6-24 1.629 263 14,3 2,2 (1,71-2,69)

25-60 3.627 570 14,9 2,3 (1,83-2,81)

≥60 6.732 959 12,9 1,9 (1,44-2,46)

To tal 12.644 1.838 13,3

Idade materna (anos)

20-30 5.248 648 11,2 1,0

30-40 5.558 836 13,2 1,2 (0,98-1,50)

40-50 1.838 354 19,7 1,9 (1,52-2,52)

To tal 12.644 1.818 13,3

Estado nutricional materno

Baixo Pe so (IMC < 20) 2.126 444 20,5 2,5 (2,00-3,20)

No rmal (20 ≤IMC < 25) 6.476 948 13,7 1,6 (1,25-1,92)

So b re p e so (IMC ≥25) 4.006 446 9,3 1,0

To tal 12.608 1.838 13,3

Escolaridade materna (séries completadas)

0-Analfab e ta 2.397 671 29,4 17,2 (10,70-27,39)

0-Lê e Escre ve 245 43 16,8 8,2 (4,08-16,69)

1-4 5.402 850 15,2 7,3 (4,75-11,26)

5-8 2.448 194 6,3 2,7 (1,75-4,31)

≥9 2.064 75 2,4 1,0

To tal 12.556 1.833 13,4

Renda domiciliar per capita

1oQ uartil 4.420 1.089 26,5 11,0 (7,31-16,62)

2oQ uartil 3.533 445 10,7 3,7 (2,58-5,20)

3oQ uartil 2.235 132 4,3 1,4 (0,76-2,48)

4oQ uartil 1.949 72 3,2 1,0

To tal 12.137 1.738 13,1

Condições de moradia

Ruim 5.536 1.283 25,7 7,8 (7,56-8,14)

Re g ular 2.625 236 10,2 2,6 (2,20-2,98)

Bo a 3.491 192 4,2 1,0

To tal 11.652 1.711 13,5

Regiões do país

No rte 1.700 333 21,5 3,2 (2,82-3,56)

No rd e ste 3.279 806 24,9 3,9 (3,59-4,13)

Sud e ste 2.562 255 7,5 1,0 (0,58-1,32)

Ce ntro -O e ste 2.546 219 7,9 1,0 (0,71-1,29)

Sul 2.557 225 7,9 1,0

To tal 12.644 1.838 13,3

(6)

trad as n a PNSN m ostrem u m d ecréscim o ao se com p arar ao ou tro in qu érito n u tricion al b rasi-leiro rea liza d o n o s a n o s 70 (Mo n teiro et a l., 1992b). Levan tam en to recen te dos estu dos b ra-sileiros sob re a p revalên cia d o d éficit d e m assa co rp o ra l p a ra esta tu ra in d ico u p o u ca exp res-são ep id em iológica, com u m a p revalên cia m é-d ia é-d e a p en a s 2,6% em 38 estu é-d o s ( Victo ra et a l., 1998). Victo ra (1993) refere q u e esses d o is d éficits n u tricion ais teriam d eterm in an tes d is-tin tos: a d esn u trição p or d éficit d e estatu ra se associaria de form a p redom in an te às con dições sócio-econ ôm icas d as fam ílias, com o trab alh o d os p ais, escolarid ad e; en q u an to q u e o d éficit d e m a ssa co rp o ra l p a ra esta tu ra refletiria a s con d ições viven ciad as n o m om en to, relacion a-d as, p or exem p lo, às a-d oen ças, p rin cip a lm en te as afecções agu d as qu e in terferem n a saú d e d a crian ça.

Pod e-se su p or, em n ível d e cau sa im ed iata, q u e o con su m o in su ficien te d e alim en tos e as d oen ças qu e p reju d icam a u tilização ad equ ad a d esses alim en tos, ten d o com o p an o d e fu n d o a m an u ten ção d e con d ições am b ien tais d esfavo-rá veis, co m o a p o b reza , im p eça m a s cria n ça s b ra sileira s d e a lca n ça r seu p len o p oten cia l d e crescim en to lin ea r. A m elh o ria d o esta d o n u -tricion al in fan til estaria relacion ad a a p rogres-sos m od erad os n a ren d a fam iliar, assim com o a gra n d e exp a n sã o d e ser viço s e p ro gra m a s, am b os b en eficiad os p ela con ju n tu ra d em ográ-fica favorável n o p eríod o d e 70-80, com a cres-cen te u rb a n iza çã o d o p a ís e o d ecréscim o d a fecu n d id a d e. No en ta n to, gru p o s p o p u la cio -n ais qu e p artiram d e p revalê-n cias elevad as, co-m o as regiões Norte e Nord este, e os gru p os d e m en or ren d a foram os qu e ap resen taram a m e-n or red u ção, am p liae-n d o as ee-n orm es d esigu al-d aal-d es region ais e econ ôm icas ao fin al al-d a al-d éca-d a éca-d e 80 (Mon teiro et al., 1995a).

A in serção social d as crian ças e su as m ães, refletin d ose n a q u alid ad e d o am b ien te viven -ciad o, é con d ição im p ortan te n a d eterm in ação d o estad o d e saú d e e n u trição, p od en d o ter in flu íd o d ecisivam en te n a relação en tre a d esn u -trição n as crian ças e o baixo p eso de su as m ães. A OR p ara d esn u trição foi d e 2,5 p ara as crian -ças cu jas m ães ap resen tavam baixo p eso em re-lação a m ãe com sobrep eso, em bora essa últim a alteração n u tricion al fosse a de m aior p revalên -cia n o con ju n to d as m ães estu d ad as (35,9% d e sob rep eso e 15,3% d e b aixo p eso). Na verd ad e, a s m ã es co m so b rep eso tivera m a m en o r p re-valên cia d e filh os com DE, corrob oran d o an áli-se a n terior q u e a ssociou fortem en te a rela çã o sob rep eso m ãe–filh o (En gstrom & An jos, 1996). A an álise d as variáveis sociais d em on strou u m a a sso cia çã o in versa b a sta n te cla ra co m

d esn u triçã o, esta a p resen ta n d o m a io r p reva lên cia n o s in d ica d o res so cia is m en o s fa vo rá -veis. Hou ve m aior p revalên cia d e d esn u trição n as crian ças cu jas m ães eram an alfab etas, com OR = 17,2, se com p arado às crian ças cu jas m ães tin h am n ove ou m ais séries cu rsad as, com d e-créscim o d a s freq ü ên cia s co m a m elh o ria d a esco la rid a d e. Ressa lta -se a p roxim id a d e d o s va lo res en co n tra d o s n a s cria n ça s cu ja s m ã es sab iam ler e escrever com aq u elas com u m a a qu atro séries cu rsad as. Segu in d o a m esm a ten d ên cia , DE n a s cria n ça s a sso cio u se in versa -m en te co-m ren d a d o-m iciliar p er cap ita e co-m a s co n d içõ es d e m o ra d ia ; OR = 11,0 p a ra a s crian ças d e fam ílias m ais p ob res, em com p aração às de ren da m ais elevada, e de 7,6 n as crian -ça s cu jo s d o m icílio s tin h a m co n d içõ es ru in s. Ob ser vo u -se, a in d a , q u e a s va riá veis so cia is m o stra ra m d iferen cia is m a rca n tes q u a n to à d esn u trição, qu an d o con sid erad os os extrem os sociais, ou seja, 1oe 4oq u artis d e ren d a, a m ãe an alfab eta e aqu ela com 12 séries, em m orad ia em con d ições ru in s ou b oas.

(7)

Ao se an alisar as variáveis sociais e o estad o n u tricion al d e m ães e filh os, n ão se p reten d eu esta b elecer u m a rela çã o d e ca u sa -efeito. Na verd a d e, o p resen te estu d o rea lizo u u m a a va -liação d e com o cad a variável in flu en ciou o es-tad o n u tricion al d as crian ças e d as m ães, com o o b jetivo d e se d etecta r gru p o s d e m a io r o u m en or risco n u tricion al. Esse en foqu e d e risco, d ad o p ela Ep id em iologia, p od e con trib u ir e al-terar a p rática clín ica, ain d a cen trad a n a visão b iológica/ cu rativa, e m esm o as p olíticas p ú b li-cas p ara a área d e Alim en tação e Nu trição.

Um a d as situ ações d e risco qu e esse estu d o levan tou , sain d o d o cam p o estritam en te b ioló-gico, refere-se à escolarid ad e m atern a: o sab er ler e escrever d a m ã e in flu en cio u fa vo ra vel-m en te o esta d o d e n u triçã o d o s filh o s. Esse m eio n ão form al d e aqu isição d e con h ecim en -to s d a m ã e p o d eria a tu a r, ta lvez, n a s p rá tica s de cu idado com a crian ça, estreitan do a relação com os serviços d e saú d e ou ou tras form as d e a ju d a co m u n itá ria e, m esm o, a rticu la n d o -se com ou tros fatores do m eio social, com o traba-lh o, ren da, con dições de am bien te físico, p rop i-cian d o a m elh oria sócio-am b ien tal d a fam ília. A ren d a foi o m aior d eterm in an te d a q u an -tid ad e e, em algu n s casos, d a qu alid ad e d a d ieta d a fa m ília , em estu d o s tra n sversa is revisa -d os p or Sh rim p ton (1986). Mas ren -d a e esta-d o n u tricion al n ão estavam tão p on tu alm en te relacion ad os n os estu d os lon gitu d in ais, p od en -d o-se con sd erar a in flu ên cia -d e ou tras con -d i-ções, com o o acesso a serviços b ásicos (saú d e, san eam en to). Do m esm o m odo, con dições d

es-fa vo rá ve is d o a m b ie n te, co m o a a u sê n cia d e águ a e esgoto, gran d e aglom eração d e h ab itan -tes n os côm od os, d en tre ou tras, relacion am -se à d esn u trição em estu d os d e p aíses n ão d esen -volvid os (Martorell et al., 1988; Nab arro et al., 1988). No p resen te estu d o, u tilizou -se u m in d i-ca d o r q u e a gru p a sse essa s vá ria s situ a çõ es, tran sform an d o-as em categorias d e con d ições d e m orad ia (b oa, regu lar ou ru im ), q u e p u d es-se rep rees-sen ta r gen erica m en te a d iversid a d e d os d om icílios b rasileiros. Esse in d icad or m os-trou -se valioso, p erm itin d o id en tificar a relati-va in flu ên cia d o m eio a m b ien te n a p resen ça / a u sên cia d e d esn u triçã o em cria n ça s e b a ixo p eso m atern o.

Os resu lta d o s d esse estu d o d em o n stra m q u e a s m ã es b ra sileira s e seu s filh o s m en o res d e d ez an os tiveram u m a relação d ireta em seu estad o n u tricion al: d esn u trição p or d éficit es-ta tu ra l n a s cria n ça s a sso cia n d o -se co m b a ixo p eso m atern o, em u m am b ien te social p erverso, on d e a fom e e as carên cias n u tricion ais ain -da fazem p arte -da vi-da de con tigen tes de brasileiros cada vez m ais bem delim itados, o qu e in -dica a n ecessidade de se u tilizar critérios ep idem io ló gico s d efin id o s n a id en tifica çã o d e gru -p os-alvo d e b en eficiários d e -p rogram as -p ú b li-cos d e com b ate às carên cia n u tricion ais. Fica, a in d a , evid en te q u e, p a ra o en ten d im en to d o q u a d ro n u tricio n a l d a s cria n ça s b ra sileira s, é im p o rta n te a m p lia r o o lh a r, in seri-la s em seu h ab itat, n ão esq u ecen d o q u e a figu ra m atern a rep resen ta , d esd e o s p rim ó rd io s d a vid a , u m forte elo de ligação en tre a crian ça e o am bien te.

Referências

ANJOS, L. A., 1992. Ín d ice d e m assa corp oral (m assa co rp o ra l.esta tu ra-2) co m o in d ica d o r d o esta d o n u tricion al d e ad u ltos: Um a revisão d a literatu ra.

Revista d e Saú d e Pú blica,26:431-436.

ANJOS, L. A., 1993. Valores An trop om étricos d a Pop u -la çã o Ad u lt a Bra sileira : Resu lt a d os d a Pesq u isa N acion al sobre Saú d e e N u trição. Tese ap resen

ta-d a a o Dep a rta m en to ta-d e Nu triçã o So cia l ta-d a Un i-versid a d e Fed era l Flu m in en se p a ra co n co rrer à vaga d e p rofessor titu lar em Nu trição e Saú d e Pú -b lica. Niterói: Un iversid ad e Fed eral Flu m in en se. ANJOS, L. A.; VEIGA, G. V. & CASTRO, I. R. R., 1998.

Distrib u ição d os valores d o ín d ice d e m assa cor-p oral d a cor-p ocor-p u lação b rasileira até 25 an os d e id a-d e. Rev ist a Pa n a m erica n a d e Sa lu d Pú b lica, 3:

164-173. Agradeciment os

(8)

BRONFMAN, M.; GUISCASRE, H. P.; CASTRO, V.; CAS-TRO, R. & GUTIERREZ, G. II., 1988. La m ed ición d e la d esigu a ld : Un a estra tégia m eto d o ló gica , a n á lisis d e la s ca ra cterística s só cio -eco n ó m ica s d e la m u estra. Arqu ivos d e In vestigación M éd ica, 19:351-360.

CUMINSKY, M. & OJEDA, E. N. S., 1988. Crecim ien to y d esarrollo: Salu d d el n iñ o y calid ad d e vid a d el a d u lto. In : Crecim ien t o y D esa rrollo – Hech os y Ten d en cias. Pu b licación Cien tífica no510: (Orga-n iza ció(Orga-n Pa (Orga-n a m erica (Orga-n a d e la Sa lu d , org.), p p. 3-19, Wa sh in gto n , D. C.: Orga n iza ció n Pa n a m eri-can a d e la Salu d .

ENGSTROM, E. M. & ANJOS, L. A., 1996. Relação en -tre o estad o n u tricion al m atern o e sob rep eso n as cria n ça s b ra sileira s. Rev ist a d e Sa ú d e Pú b lica ,

30:233-239.

FLETCHER, P. R., 1987. Pesqu isa Nacion al sobre Saú d e

e N u trição. Plan o d e Am ostragem. Brasília:

Orga-n ização IOrga-n terOrga-n acioOrga-n al d o Trab alh o/ Program a d a Nações Un id as p ara o Desen volvim en to/ Em p re-sa d e In fo rm á tica e Pla n eja m en to / In stitu to d e Pesqu isas Econ ôm icas Ap licad as. (m im eo.) FLETCHER, P. R., 1998. Pesqu isa Nacion al sobre Saú d e

e N u t riçã o. A Seleçã o d os Elem en t os d a Am ost ra

n a Segu n d a Etap a d a Am ostragem. Brasília:

Orga-n ização IOrga-n terOrga-n acioOrga-n al d o Trab alh o/ Program a d a Nações Un id as p ara o Desen volvim en to/ Em p re-sa d e In fo rm á tica e Pla n eja m en to / In stitu to d e Pesqu isas Econ ôm icas Ap licad as. (m im eo.) JONSSON, U., 1986. As ca u sa s d a fo m e. In : Fom e e

Desn u trição, Determ in an tes Sociais(F. L. S. Valen -te, org.), p p. 48-65, São Pau lo: Ed itora Cortez. KLEINBAUN, D. G.; KUPPER, L. L. & MORGENSTERN,

H., 1982.Ep id em iologic Research. Belm on t: Life-tim e Learn in g Pu b lication s.

MARTORELL, R., MENDOZA, F. & CASTILLO, R., 1988. Poverty an d statu re in ch ild ren . In : Lin ear Grow th Retard ation in Less Develop ed Cou n tries ( J. C.

Wa-terlow, ed .), p p. 57-73, Nestlé Nu trition Worksh op Series, No. 14, New York: Raven Press.

MOCK, N. M.; AH MED, A. A.; MAGNANI, R. J. & KONDÉ, M., 1993. Th e relation sh ip b etween m a-tern a l a n d ch ild ren n u tricio n a l sta tu s in ru ra l Gu in ea. Ecology of Food an d Nu trition, 30:39-49.

MONTEIRO, C. A.; BENÍCIO, M. H. D. & GOUVEIA, N. C., 1992a . Sa ú d e e n u triçã o d a s cria n ça s b ra -sileiras n o fin al d a d écad a d e 80. In : Perfil Estatís-t ico d e Cria n ça s e M ã es n o Bra sil – Asp ecEstatís-t os d e Sa ú d e e N u t riçã o d e Cria n ça s n o Bra sil, 1989

(Fu n d ação In stitu to Brasileiro d e Geografia e Es-tatística, org.), p p. 19-42, Rio d e Jan eiro: Fu n d a-çã o In stitu to Bra sileiro d e Geo gra fia e Esta tísti-ca/ Fu n d o d as Nações Un id as p ara a In fân cia/ In s-titu to Nacion al d e Alim en tação e Nu trição. MONTEIRO, C. A.; BENÍCIO, M. H . D.; NUNES, R.;

GOUVEIA, N. C.; TADDEI, J. A. C. & CARDOSO, M. A. A., 1992b. O esta d o n u tricio n a l d a s cria n ça s b ra sileira s: a tra jetó ria d e 1975 a 1989. In : Perfil Estatístico d e Crian ças e M ães n o Brasil – Asp ectos d e Sa ú d e e N u t riçã o d e Cria n ça s n o Bra sil, 1989

(Fu n d ação In stitu to Brasileiro d e Geografia e Es-tatística, org.), p p. 43-59, Rio d e Jan eiro: Fu n d a-çã o In stitu to Bra sileiro d e Geo gra fia e Esta tísti-ca/ Fu n d o d as Nações Un id as p ara a In fân cia/ In s-titu to Nacion al d e Alim en tação e Nu trição.

MONTEIRO, C. A.; BENÍCIO, M. H . D.; IUNES, R. F.; GOUVEIA, N. C. & CARDOSO, M. A., 1995a. Evo-lu ções d a d esn u trição in fan til. In : Velh os e N ovos M ales d a Saú d e n o Brasil. A Evolu ção d o País e d e su a s Doen ça s (C. A. Mo n teiro, o rg.), p p. 93-114,

São Pau lo: Ed itora Hu citec/ Nú cleo d e Pesq u isas Ep id em iológicas em Nu trição e Saú d e, Un iversi-d aiversi-d e iversi-d e São Pau lo.

MONTEIRO, C. A.; MONDINI, L.; SOUZA, A. L. M. & POPKIN, B. M., 1995b. Da d esn u triçã o p a ra a o b esid a d e: A tra n siçã o n u tricio n a l n o Bra sil. In :

Velh os e Novos M ales d a Saú d e n o Brasil. A Evolu

-çã o d o Pa ís e d e su a s Doen ça s(C. A. Mo n teiro,

o rg.), p p. 247-255, Sã o Pa u lo : Ed ito ra Hu citec/ Nú cleo d e Pesq u isas Ep id em iológicas em Nu tri-ção e Saú de, Un iversidade de São Pau lo.

MONTEIRO, M. F. G., 1992. Baixo p eso ao n ascer. In :

Perfil Estatístico d e Crian ças e M ães n o Brasil – As-p ectos d e Saú d e e N u trição d e Crian ças n o Brasil,

1989 (Fu n d ação In stitu to Brasileiro d e Geografia

e Estatística, org.), p p. 1118, Rio d e Jan eiro: Fu n -d ação In stitu to Brasileiro -d e Geografia e Estatís-tica / Fu n d o d a s Na çõ es Un id a s p a ra a In fâ n cia / In stitu to Nacion al d e Alim en tação e Nu trição. MS/ INAN/ INAMPS (Min istério d a Sa ú d e/ In stitu to

Na cio n a l d e Alim en ta çã o e Nu triçã o / In stitu to Nacion al d e Assistên cia Méd ica e Previd ên cia So-cia l), 1990. Acom p a n h a m en t o d o Crescim en t o e

Desen volvim en to. Brasília: MS/ INAN/ INAMPS.

NABARRO, D.; HORWARD, P.; CASSELS, C.; PANT, M.; WIJGA, A. & PADFIELD, N., 1988. Th e im p ortan ce of in fection s an d en viron m en tal factors as p ossi-b le d eterm in an tes of growth retard ation in ch il-d ren . In : Lin ear Grow th Retard ation in Less

Devel-op ed Cou n tries( J. C. Waterlow, org.), p p. 165-183,

Nestlé Nu tritio n Wo rksh o p Series, no 14, New York: Raven Press.

NCH S (Na tio n a l Cen ter fo r Hea lth Sta tistics), 1977. Grow t h Cu rv es for Ch ild ren Birt h - 18 Yea rs( Vita l an d Health Statistics Series 11, 165, DHEW Pu b lication 781650). Wash in gton , D.C.: U.S. Govern -m en t Prin tin g Office.

NÓBREGA, F. J.; VITOLO, M. R.; BRASIL, A. L. D. & LOPEZ, F. A., 1991. Con d ição n u tricion al d e m ães e filh o s: Rela çã o co m o p eso a o n a scim en to, va -riá veis m a tern a s e só cio -eco n ô m ica s. Jorn a l d e

Ped iatria, 67:288-296.

ONIS, M.; MONTEIRO, C.; AKRÉ, J. & CLUGSTON, G., 1993. Th e world wid e m agn itu d e of p rotein -en er-gy m a ln u tritio n : An over view fro m th e WH O Glob al Datab ase on Ch ild Growth . Bu lletin of th e

World Health Organ iz ation, 71:703-712.

RAH MAN, M.; ROY, S. K.; ALI, M.; MITRA, A. K.; ALAM, A. N. & AKBAR, M. S., 1993. Matern al n u -trition a l sta tu s a s a d eterm in a n t of ch ild h ea lth .

Jou rn al of Trop ical Ped iatrics, 39:86-88.

RIBEIRO, F. S. N., 1994. Da Id en tid ad e d o Pesqu isad o à Id en t id a d e d a Pesq u isa : Os Tra b a lh a d ores Bra

si-leiros n a Pesqu isa Nacion al sobre Saú de e Nu trição.

Dissertação de Mestrado, Rio de Jan eiro: Escola Na-cion al de Saú de Pú blica, Fu n dação Oswaldo Cru z. SH AH , B. V.; BRANWELL, B. G.; H UNT, P. N. & LA VANGE, L. M., 1992. SUDDAN User’s M an u al. Pro-fession a l Soft w a re for Su rv ey Da t a An a lysis for M u lt ist a ge Sa m p le D esign s. Resea rch Tria n gle

(9)

SH RIMPTON, R., 1986. Ecologia d a Desn u t riçã o n a In fân cia; An álise d a Ev id ên cia d as Relações en tre

Variáveis Sócio-econ ôm icas e Estad o N u tricion al.

Brasília: In stitu to d e Pesq u isas Econ ôm icas Ap li-cad as/ Fu n d o d as Nações Un id as p ara a In fân cia. SOBAL, J., 1991. Ob esity an d socioecon om ic statu s: A

fram ework for exam in in g relation sh ip s b etween p h ysical an d social variab les. Med ical An th rop ol-ogy, 13:231-247.

VICTORA, C. G., 1993. Th e association b etween wast-in g a n d stu n twast-in g: An wast-in tern a tio n a l p ersp ective.

Jou rn al of Nu trition, 122:1105-1110.

VICTORA, C. G.; GIGANTE, D. P.; BARROS, A. J. D., MONTEIRO, C. A. & ONIS, M., 1998. Estim a tiva d a p revalên cia d e d éficit d e altu ra/ id ad e a p artir d a p reva lên cia d e d éficit d e p eso / id a d e em cri-a n çcri-a s b rcri-a sileircri-a s. Rev ist a d e Sa ú d e Pú b lica ,32: 321-327.

WATERLOW, J. C.; BUZINA, R.; KELLER, W.; LANE, J. M.; NICHAMAN, N. Z. & TANNER, J. M., 1977. Th e p re se n ta tio n a n d u se o f h e igh t we igh t d a ta fo r co m p a rin g th e n u tritio n a l sta tu s o f gro u p s o f ch ild ren u n d er th e age of 10 years. Bu lletin of th e

World Health Organ iz ation, 55:489-498.

WHO (World Health Organ ization ), 1986. Use an d in terp retation of an th rop om etric in d icators of n u -trition al statu s. Bu lletin of th e World Health

Orga-n iz atioOrga-n, 64:929-941.

WH O ( Wo rld Hea lth Orga n iza tio n ), 1995. Ph ysica l Statu s: Th e Use an d In terp retation of An th rop om

-et ry. WH O Tech n ica l Rep o rt Series 854, Gen eva :

WHO.

YUNES, J. & DIAZ, A., 1997. A situ ação d a saú d e m a-tern o-in fan til e su as ten d ên cias n a Am érica Lati-n a e Carib e. ILati-n : Ações d e Saú d e M atern o-in fan til a N ível Local Segu n d o as Metas d a Cú p u la Mu n d ial em Favor d a In fân cia (Y. Ben gu igu i, S. Lan d , J. M.

Referências

Documentos relacionados

Valvas dorsoventrais com extremidades atenuado- arredondadas. Margem dorsal convexa e margem ventral reta a levemente convexa. Sternum linear; estreito, levemente alargado na

Ao mesmo tempo, a inviabilidade da ideia de soberania estatal abre caminho, não para uma eventual ideia de soberania supra-estatal, de cariz imperial e de dimensão continental, ou

Descrição Mesa e/ou cadeira de vários tamanhos que serve como mini mesa para o bebé brincar, até cerca dos 4 anos; como cadeira e mesa para as primeiras atividades da criança,

[...] a diferença é que no civil law, de regra, o precedente tem a função de orientar a interpretação da lei, mas não obriga o julgador a adotar o mesmo fundamento da

Realizar amplas campanhas de conscientização nas comunidades litorâneas do litoral leste do Ceará, particularmente nas áreas mais afetadas pelos impactos antrópicos, localizadas

Nosso objetivo aqui nesse trabalho é articular a teoria literária e a crítica cultural vinculada em menor ou maior grau aos estudos culturais com textos ficcionais em suas formas

Vale ressaltar que os descritores homossexualidade, homossexuais, homossexuais femininas, homossexuais masculinos, gays, comportamento sexual, e relações familiares

Em suma, as questões referentes a esse tema são divididas em três sessões: (1) check-in (as motivações dos personagens; quais os principais catalisadores para a