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Poluição do ar e condições de vida: uma análise geográfica de riscos à saúde em Volta Redonda, Rio de Janeiro, Brasil.

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Academic year: 2017

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Poluição do ar e condições de vida:

uma análise geográfica de riscos à saúde

em Volt a Redonda, Rio de Janeiro, Brasil

Air p o llutio n and living co nd itio ns:

a g e o g rap hical analysis o f he alth risk

in Vo lta Re d o nd a, Rio d e Jane iro , Brazil

1 Departam en to de En dem ias Sam u el Pessoa, Escola N acion al d e Saú d e Pú blica, Fu n d ação Osw ald o Cru z . Av. Leop old o Bu lh ões 1480, Rio d e Jan eiro, RJ 21041-210, Brasil. Pau lo Peiter 1 Carlos Tobar 1

Abst ract Air p ollu tion is a w id ely recogn iz ed h az ard to h u m an h ealth . In in d u strial cities th e em ission of t ox ic ga ses a n d p a rt icu la t e m a t t er in t o t h e a t m osp h ere com p ou n d s t h e p ollu t ion p roblem cau sed by circu lation of veh icles, often creatin g h azard ou s p u blic h ealth situ ation s. Th e goal of th is stu d y w as to an alyz e p attern s in p ollu tion an d liv in g con d ition s in Volta Red on d a an d id en tify m ore vu ln erable areas an d p op u lation grou p s. Volta Red on d a is a city n ear Rio d e Ja n eiro w it h 250,000 in h a b it a n t s a n d Bra z il’s m a in st eel in d u st ria l com p lex . Th e p resen ce of several factories in th e city, esp ecially th e h u ge CSN steel p lan t, con tribu tes to in creased air p ol-lu t ion levels, t o t h e p oin t t h a t t h is cit y is on e of t h e m ost h ea v ily p olol-lu t ed in t h e cou n t ry. Th e m eth od ology ap p lied to id en tify areas an d grou p s of p eop le m ost vu ln erable to th is sort of p ollu -tion u tiliz ed a GIS softw are. Th e stu d y sh ow ed th at th e n orth w estern area of Volta Red on d a h ad th e w orst en viron m en tal an d livin g con d ition s.

Key words Air Pollu tion ; En viron m en tal Pollu tion ; Geograp h ical In form ation System s; Pu blic Health

Resumo A p olu ição atm osférica é recon h ecid am en te u m fator d e risco p ara a saú d e. N as cid a-d es in a-d u striais, a em issão n a atm osfera a-d e gases tóxicos e p artícu las p elas in a-d ú strias som a-se à p olu ição p rovocad a p ela circu lação d e veícu los, geran d o m u itas vez es situ ações críticas p ara a saú d e d a p op u lação. O objetivo d este trabalh o foi ap licar u m a m etod ologia sim p les p ara id en ti-ficar áreas e gru p os p op u lacion ais m ais vu ln eráveis a este tip o d e p olu ição am bien tal. Para isto relacion aram -se, com a u tiliz ação d esta m etod ologia, a d isp ersão atm osférica d os p olu en tes e a d istribu ição d a p op u lação segu n d o d iferen tes p ad rões d e con d ições m ateriais d e vid a, u tiliz an -d o com o in stru m en to o geop rocessam en to. O estu -d o -d esen volvi-d o teve com o objeto a ci-d a-d e -d e Volta Red on d a, im p ortan te p ólo sid erú rgico d o Estad o d o Rio d e Jan eiro e con sid erad a u m a d as cid ad es m ais p olu íd as d o País. Foram id en tificad as áreas com d iferen ciais sign ificativos d e p o-lu ição e con d ições d e vid a, e a zon a n oroeste d a cid ad e foi a qu e ap resen tou a situ ação m ais crí-tica p ara os asp ectos am bien tais e sócio-econ ôm icos.

(2)

Introdução

Este estu d o é p arte d e u m a p esq u isa m u ltid icip lin ar sob re os im p actos d a ativid ad e in d u s-tria l n o Va le d o Mé d io Pa ra íb a , n o Esta d o d o Rio d e Jan eiro, Brasil. A cid ad e d e Volta Red on -d a, situ a-d a n esta região, foi escolh i-d a p ara este trab alh o p or sed iar o m aior p ólo sid erú rgico d o Pa ís e a p resen ta r a lto s n íveis d e p o lu içã o a t-m osférica et-m d ecorrên cia d esta situ ação.

O p ro b lem a d a p o lu içã o a tm o sfér ica vem sen d o trab alh ad o, n o cam p o d a saú d e p ú b lica, com d iversos en foqu es, em n u m erosos estu d os sob re os efeitos d a p olu ição d o ar n a saú d e, co-m o a p resen ta d o eco-m exten sa revisã o rea liza d a p or Du ch iad e (1992). Nos su b cam p os d a saú d e a m b ien ta l e esp ecifica m en te d a toxico lo gia , estes estu d os ap on tam qu e os efeitos d a p olu i-ção d o ar se m an ifestam em geral sob form a d e d oen ças crôn icas, p reju d ican d o a qu alid ad e d e vid a d a s p o p u la çõ es a feta d a s (Rib eiro et a l., 1976; Fern ícola & Azeved o, 1981; Fisch er, 1986; La n d sd own & Yu le, 1986; Eco, 1989; Ho fm eis-ter, 1991; Ho fm eister et a l., 1992), o u p o d em , em situ a çõ es extrem a s, leva r a o a u m en to d a m ortalid ad e n as áreas d e m aior con cen tração d e p olu en tes (Du ch iad e & Beltrão, 1992; Lich -ten fels et al., 1993; Sald iva, 1993; Kwan g-Soo et al., 1997).

A m ed ição d os efeitos d a p olu ição atm osfé-rica n a sa ú d e d o in d ivíd u o en fren ta gra n d es ob stácu los d e ord em m etod ológica, d ad a a in -fin id a d e d e va riá veis en vo lvid a s. Co n tu d o, é p o ssível id en tifica r o s gru p o s p o p u la cio n a is m ais vu ln eráveis q u e, su b m etid os a con d ições a m b ien ta is crítica s, so frerã o d e fo rm a m a is agu d a os efeitos d a exp osição aos p olu en tes. É p reciso con sid erar n ão som en te os d iferen ciais d e risco d a d o s p ela d istrib u içã o d esigu a l d a p o lu içã o, co m o ta m b ém o s d iferen cia is d a s con d ições m ateriais d e vid a (CMV) n o esp aço u rb an o. Neste sen tid o, é im p ortan te recu p erar os trab alh os q u e b u scaram relacion ar a d istri-b u ição d iferen cial d as con d ições m ater iais d e vid a n o esp aço u rb an o com a d istrib u ição d ife-ren cia l d a m o rb im o rta lid a d e, co m o a q u eles realizad os p elo gru p o d e trab alh o d o Cen tro d e Estu d ios y Asesoria en Salu d – Ceas, em q u e se relacion ou m ortalid ad e in fan til a d iferen ças d o esp aço u rb an o d e Qu ito, n o Equ ad or (Breilh et al., 1983), e m u itos ou tros trab alh os qu e segu i-ra m esta lin h a d e in vestiga çã o (Bla n co -Gil et al., 1991; Du arte, 1992; Ackerm an et al., 1994).

Com esta p ersp ectiva, p rocu rou se evid en -ciar o p oten cial d a an álise geográfica n os estu-d os am b ien tais e estu-d e con estu-d ições estu-d e viestu-d a, con

si-a p o n tsi-a d o p o r Ssi-a b rozsi-a &si-amp; Lesi-a l (1992), Ksi-a d t &si-amp; Tasca (1993), Iñ iguez (1995, 1996), Toledo (1996), Silva (1997), Paim (1997) en tre ou tros.

Esp ecifica m en te, o o b jetivo d essa in vestga çã o é o d e a va lia r com o se con ju vestga m p olu i-çã o d o a r gera d a p ela a tivid a d e in d u str ia l d a Com p an h ia Sid erú rgica Nacion al e a organ iza-ção sócio-esp acial d a cid ad e d e Volta Red on d a, a fim d e id en tificar esp aços críticos p ara a saú -d e -d e su a p op u lação.

M at eriais e mét odos

Vo lta Red o n d a é u m a cid a d e d e p o rte m éd io com cerca d e 250.000 h ab itan tes, situ ad a n a re-gião d o Vale d o Paraíb a, Estad o d o Rio d e Jan eiro. A cid a d e vem en fren ta n d o, d esd e su a fu n -d ação, in ú m eros p rob lem as am b ien tais -d ecor-ren tes d e seu gran d e p ólo sid erú rgico, lid erad o p ela Co m p a n h ia Sid erú rgica Na cio n a l – CSN. Den tre estes p rob lem as, d estacam -se: a) a p o-lu ição d o ar p or gases e p artícu las em itid as n o p rocesso d e p rod u ção d o aço e ou tras ativid a-d es in a-d u striais; b ) a p olu ição a-d as águ as cau sa-d a p elos eflu en tes n ão tratasa-d os sa-d o p ólo in sa-d u strial, b em com o aq u ela p roven ien te d os esgo -tos d om iciliares, d esp ejad os n o rio Paraíb a d o Su l, q u e co rta a cid a d e e c) a co n ta m in a çã o am b ien tal p ela d isp osição in ad equ ad a d e resí-d u os sóliresí-d os (lixo in resí-d u stria l e resí-d om icilia r). To-d as estas agressões atin gem To-d e form a To-d esigu al o esp a ço d a cid a d e, gera n d o á rea s crítica s o u esp aços críticos d e d iferen tes in ten sid ad es d o p on to d e vista am b ien tal.

Esta p esq u isa, q u e b u scou id en tificar esses esp a ços críticos em Volta Red on d a , foi d esen -volvida n o p eríodo de n ovem bro de 1995 a m arço d e 1997, com p reen d en d o três fases ou eta -p as:

1) o m ap eam en to d a d isp ersão d os p olu en -tes em itid os p ela CSN, p ara id en tificar os d ife-ren ciais d e p olu ição em cad a b airro d a cid ad e; 2) a estratificação e m ap eam en to d a cid ad e p or n íveis d e con d ições m ateriais d e vid a (d a-d os a-d o Cen so Dem ográfico) (IBGE, 1993) a-d efin id a com o u m a ap roxim ação à situ ação d a iefin -fra -estru tu ra d e sa n ea m en to b á sico d o s b a ir-ros e n ível d e escola rid a d e e ren d a d os ch efes d e d om icílio;

3) a id en tificação d os esp aços críticos rela-cion an d o os d iferen tes n íveis d e p olu ição com os n íveis d e con d ições m ateriais d e vid a, ou se-ja , o s b a irro s co m p io res co n d içõ es d e vid a e n íveis d e p olu ição elevad os.

(3)

ir-R13® p a ra a co n stru çã o d o m a p a d igita l d o s b a irro s d e Vo lta Red o n d a e o softw ared e geo -p ro ce ssa m e n to Ma -p -In fo 3.0®p a ra a cria çã o

d e b an co d e d ad os georreferen ciad os e a con s-tru ção d e m ap as tem áticos.

A p rim eira eta p a d o tra b a lh o co n sistiu n a id en tificação d as áreas m ais afetad as p ela p o-lu ição d o ar p or SO2, em itid o p ela CSN. Para

is-so, u tilizo u -se o tra b a lh o d e Mo ra e s & Alve s (1996), n o q u al são ap licad os d ois m od elos d e sim u lação d e d isp ersão d e p olu en tes, o In du s -trial Sou rce Com p lex Sh ort Term (ISCST) (US/ EPA, 1987), e o KAPPAG (Tirab assi, 1989), p ara d iversos cen ários m eteorológicos d a região d e Volta Red on d a. Para sim p lificação d os m od elos foi estab elecid a com o ú n ica fon te p olu id ora d a cid ad e a Com p an h ia Sid erú rgica Nacion al (res-p on sável (res-p ela m aior (res-p arte d a (res-p olu ição atm osférica d e Vo lta Red o n d a ). Da d o s d e fo n te, co -m o taxa d e e-m issão, altu ra d e fon tes, te-m p era-tu ra e velocid ad e d os gases em itid os (n ecessá-rio s p a ra a a p lica çã o d o s referid o s m o d elo s), foram ob tid os p or estim ativa, u m a vez qu e n ão fo i p erm itid o a cesso à s in fo rm a çõ es d a co m -p an h ia.

A com p osição dos p arâm etros p ara o cálcu -lo da taxa de em issão foi estim ada com base em d a d o s co leta d o s n a litera tu ra ; co n sid ero u -se, assim , qu e, p ara cad a ton elad a d e aço p rod u zi-d a, eram con su m izi-d os cerca zi-d e 1.650 kg zi-d e car-vão m in eral. Estim ou -se qu e o carcar-vão u tilizad o p o ssu ía u m a ta xa d e 16% d e cin za s e 1,5% d e en xo fre, ch ega n d o -se a u m a ta xa d e em issã o p ara a atm osfera de 3.626 g p or segu n do de cin-za s e 340 g p o r segu n d o d e en xo fre (Mo ra es & Alves, 1996). Ap esar d o acen tu ad o crescim en to d a p rod u ção d e aço e ou tros p rod u tos d a CSN (a lca n ça n d o 4.909 m il to n ela d a s d e a ço / a n o, em 1997), vale lem b rar q u e a em issão d os resí-d u os tóxicos vem sen resí-d o caresí-d a vez m ais con tro-lad a com a ap licação d a m od ern a tecn ologia.

A a u sên cia d e d a d o s rea is d e em issã o d e p o lu en tes (n ã o fo rn ecid o s p ela em p resa ) n ã o in viab ilizou a ap licação d os referid os m od elos, n a m ed id a em q u e o o b jetivo d este tra b a lh o restrin giu -se à id en tificação d a situ ação relati-va d os b airros d a cid ad e em relação à p olu ição (d isp ersão d e p olu en tes), id en tifican d o aq u e -les relativam en te m ais p olu íd os d e acord o com cen ários m eteorológicos típ icos d a região (d ez a o to d o ). Este p ro ced im en to cu lm in o u co m o d esen h o d as isolin h as d e con cen tração d e SO2

(m édia de 24 horas) sobre o m ap a da cidade (Fi-gu ra 1).

Cab eria ain d a m en cion ar ou tras lim itações d este estu d o, com o a falta d e d ad os m eteoroló-gicos regu lares e esp ecíficos p ara a área d e Vol-ta Red on d a im p lican d o im p recisões n o m od

e-lo ap licad o. En tretan to, as estim ativas realiza-d a s realiza-d en tro realiza-d e p a râ m etro s ra zo á veis p erm iti-ram o alcan ce d os ob jetivos d este trab alh o.

O p asso segu in te foi a seleção d os cen ár ios o n d e a s co n cen tra çõ es d e SO2exced essem o s

p ad rões d e con cen tração m áxim a aceitável d e 80µ g/ m3d e ar (Con am a, 1990). A classificação

d os b airros p or n íveis d e p olu ição foi realizad a através d a su p erp osição d o m ap a d e b airros ao m a p a d a s iso lin h a s d e co n cen tra çã o d e p o -lu en tes.

A classificação foi estab elecid a ten d o com o b a se o s va lo res a trib u íd o s a ca d a b a irro, d e acord o com os critérios ab aixo (Tab ela 1):

Por fim , os n íveis d e p olu ição d e cad a b air-ro foram d eterm in ad os p elo som atório d os va-lores dos escores obtidos em cada cen ário, clas-sifica n d o -o s em b a irro s co m p o lu içã o p o u co elevad a, elevad a e m u ito elevad a.

Na segu n d a etap a d o trab alh o, os b airros d e Volta Red on d a foram estratificad os p or con d i-çõ es m a teria is d e vid a , va len d o -se d o s d a d o s d o s seto res cen sitá rio s d o cen so d o IBGE (IBGE, 1993). Os d ad os referen tes aos setores cen -sitá rio s fo ra m a grega d o s p o r b a irro, u n id a d e d e an álise escolh id a, p orqu e agrega u m a p op u -lação n u m ericam en te sign ificativa, m an ten d o ain d a u m a certa h om ogen eid ad e in tern a, além d e rep resen tar u m a u n id ad e esp acial m ais fa-cilm en te reco n h ecid a p ela p o p u la çã o q u e o s setores cen sitários.

Fo ra m co n stru íd o s cin co in d ica d o re s re-p re se n ta tivo s d a s co n d içõ e s d e sa n e a m e n to, escolarid ad e e ren d a, selecion ad as d e 15 variá-veis d o cen so d o IBGE (IBGE, 1993), a sab er:

1) Percen tu a l d e d o m icílio s n ã o liga d o s à red e gera l d e á gu a = (n ú m ero d e d o m icílio s n ão ligad os à red e d e águ a/ total d e d om icílios) x 100.

2) Percen tu a l d e d o m icílio s n ã o liga d o s à red e gera l d e esgo to = (n ú m ero d e d o m icílio s n ã o liga d o s à red e d e esgo to / to ta l d e d o m icí-lios) x 100.

3) Percen tu al de dom icílios sem coleta dire-ta e regu lar de lixo = (n ú m ero de dom icílios sem coleta d e lixo d ireta/ total d e d om icílios) x 100.

Tab e la 1

Situação d o s b airro s d e Vo lta Re d o nd a e m re lação à co nce ntração d e p o lue nte s.

Sit uação do bairro escore

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4) Percen tu a l d e ch efes d e d o m icílio s p erm an en tes coerm in stru ção até três an os d e estu -d o = (n ú m ero -d e ch efes -d e -d o m icílio co m a té três an os d e estu d o/ total d os ch efes d e d om i-cílio p erm an en te) x 100.

5) Percen tu a l d e ch efes d e d o m icílio p er-m a n en te q u e receb eer-m a té d o is sa lá rio s er-m ín i-m os = (n ú i-m ero d e ch efes d e d oi-m icílio q u e rceb em até d ois salários m ín im os/ total d os ch e-fes d e d om icílio p erm an en te) x 100.

Fo i ela b o ra d o, en tã o, u m ín d ice sin tético qu e con sistiu n o som atório dos p ercen tu ais dos iten s 1 a 5. Desta form a, os b airros p u d eram ser classificad os d en tro d e u m a escala d e 0 a 500.

Por fim , foram id en tificad os os esp aços crí-ticos d e Volta Red on d a através d a sob rep osição

d a s d u a s d iferen tes d im en sõ es a n a lisa d a s: o n ível d e p olu ição e o n ível d e con d ições m ate-ria is d e vid a , p ro ced en d o à cla ssifica çã o d o s b airros segu n d o u m ín d ice d e con d ição sócio-am b ien tal, qu e con sistiu d a som a d o ín d ice d e p olu ição com o ín d ice d e con d ições m ateriais d e vid a.

Result ados

A Figu ra 1 a p resen ta a p rim eira eta p a d o p ro -cesso d e id en tificação d os b airros m ais p olu í-d o s a tra vés í-d a tra n sp o siçã o í-d a s iso lin h a s í-d e con cen tração d e p artícu las n o m ap a d a cid ad e d e Volta Red on d a. Neste m ap a, p od e-se ob

ser-Fig ura 1

Disp e rsão d e p o lue nte s e m Vo lta Re d o nd a. Ce nário 1.

CSN

Rio Pa raíba

ÁREA CRÍTICA ÁREA AFETADA

ÁREA AFETADA

Rio de Janeiro

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var a p osição d a fon te em issora – a CSN – e os lim ites d a s á rea s a feta d a s e crítica s, segu n d o critério d e classificação u tilizad o p ara o cen á-rio 1 (ver Ma teria is e Méto d o s). Este p ro ced i-m en to foi rep etid o p ara cad a u i-m d os d ez cen á-rios estu dados. Foram selecion ados p ara a clasifica çã o a p en a s o s cen á rio s q u e a p resen ta s-sem áreas com con cen tração d e p olu en tes em n íveis acim a de 80µ g/ m3de ar, de acordo com a recom en dação do Con am a (1990). No caso deste estu d o, tratase d os cen ários 1, 2, 9 e 10, on d e as con d ições m eteorológicas ap resen taram -se m ais d esfavoráveis à d isp ersão d e p olu en tes (Moraes & Alves, 1996).

Co m b a se n o s m a p a s d e d isp ersã o d e p o -lu en tes p a ra ca d a cen á rio selecio n a d o co n stru iu se a Tab ela 2, q u e ap resen ta a classifica -ção d os b airros p or n íveis d e p olu i-ção.

Os b airros qu e ob tiveram resu ltad os en tre 0 e 2 foram classificad os com o d e p olu ição p ou -co eleva d a ; d e 3 a 5, eleva d a , e d e 6 a 8, m u ito elevad a.

Deste m od o foram id en tificad os os b airros d e Açu d e, Retiro, Belo Horizon te, Vila Brasília e Vila Mu ry com o os m ais p olu íd os.

A Ta b ela 3 é o resu lta d o d a segu n d a eta p a do trabalh o e ap resen ta a classificação dos b air-ros p or con d ições m ateriais d e vid a.

O m aior valor en con trad o foi 304, n o b airro Ja rd im Pa d re Józim o Ta va res, corresp on d en te às p iores con d ições m ateriais d e vid a. O m en or valor foi 7, em Jardim Suíça, o bairro com as m e-lh ores con d ições m ateriais d e vid a d a cid ad e.

Classifican d o-os em q u atro n íveis segu n d o o m étod o d a ‘qu eb ra n atu ral’, ob teve-se:

Nível I – Mu ito favorável: os b airros qu e ob -tiveram valores d e 7 a 36.

Nível II – Fa vorá vel: os b a irros q u e ob tive-ram valores en tre 43 e 63.

Nível III – Desfavorável: os b airros q u e ob -tiveram valores en tre 76 e 145.

Nível IV – Mu ito Desfa vo rá vel: o s b a irro s qu e ob tiveram valores en tre 158 e 304.

O m éto d o d e d eterm in a çã o d o s in terva lo s p o r ‘q u eb ra n a tu ra l’ é u m a fo rm a d e m o stra r d ad os qu e n ão são d istrib u íd os u n iform em en -te. A q u eb ra n atu ral cria os in tervalos segu n d o u m algoritm o qu e u tiliza as m éd ias d e cad a in -tervalo p ara d istrib u ir os d ad os d e m od o m ais u n ifo rm e p elo s in terva lo s. Os va lo res sã o d is-trib u íd os d e m od o q u e a m éd ia d e cad a in ter-va lo fiq u e o m a is p er to p o ssível d e ca d a u m d o s va lo res d a d o s d a q u ele in ter va lo. Isto ga ran te q u e os in tervalos estejam b em rep resen -tad os p or su as m éd ias, e qu e os valores d os d a-d os a-d en tro a-d e caa-d a in tervalo estejam b em p ró-xim os (Map in fo Profession al, 1995).

As co n d içõ es só cio -a m b ien ta is d e ca d a

b a irro fo ra m cla ssifica d a s em q u a tro ca tego -rias: p ou co crítica, in term ed iária, crítica e m u i-to crítica, con sid eran d o-se as d u as d im en sões im p lica d a s n o estu d o : p o lu içã o e co n d içõ es m ateriais d e vid a (Figu ra 2).

Po r fim , a Figu ra 3 a p resen ta a sín tese d o s resu lta d o s, estra tifica n d o a cid a d e p o r á rea s h o m o gên ea s segu n d o su a s co n d içõ es só cio -am bien tais, rep resen tadas p or cores diferen tes. Fo ra m id e n tifica d o s co m o e sp a ço s m u ito crítico s o s q u a d ra n tes n o ro este e n o rte, o n d e se en con tram os b airros d e Açu d e, Retiro, San -ta Ri-ta d o Zaru r, Jard im Pad re Józim o Tavares, Vila Bra sília e Belo Ho rizo n te. Estes b a irro s a p resen ta m a s p iores CMV, a s q u a is, a lia d a s à su a p osiçã o geográ fica d esfa vorá vel d o p on to d e vista d a p olu ição d o ar, torn a-os p articu lar-m en te crítico s n o q u e d iz resp eito à situ a çã o d e saú d e d as su as p op u lações.

A Ta b ela 4 a p resen ta d e fo rm a resu m id a a associação en tre n ível d e p olu ição e con d ições m ateriais de vida n os bairros de Volta Redon da.

Nos esp aços críticos (CMV d esfavoráveis ou m u ito d esfavoráveis e n ível d e p olu ição eleva-d o e m u ito elevaeleva-d o) viviam , em 1991, cerca eleva-d e 71.817 p essoa s, o q u e rep resen ta va 32,73% d a p o p u la çã o to ta l d e Vo lta Red o n d a , en q u a n to n a s á rea s p rivilegia d a s (CMV fa vo rá veis o u m u ito favoráveis e n ível d e p olu ição p ou co ele-va d o ) vivia m 59.140 p esso a s, o eq u iele-va len te a 26,95% d a p op u lação d a cid ad e.

É im p o rta n te ressa lta r q u e o s b a irro s d e Ja rd im Pa d re Jó zim o Ta va res e Sa n ta Rita d o Zaru r, localizad os n a área m ais afetad a, são os q u e a p resen ta m m a io r p ercen tu a l d e id o so s (p essoas com m ais de 65 an os de idade) e crian -ças (p essoas n a faixa en tre zero e cin co an os d e id a d e), q u e som a d os rep resen ta m resp ectivam en te 16,90% e 15,69% d o total d as su as p op u -lações. Este fato ad q u ire relevân cia p or serem estes gru p o s etá rio s a p o n ta d o s n a litera tu ra m éd ica com o os m ais vu ln eráveis d o p on to d e vista d a sa ú d e a o s efeito s d a p o lu içã o d o a r (Marcon d es et al., 1991). Os d em ais b airros d a área crítica tam b ém ap resen tam elevad os p er-cen tu a is d e su a s p o p u la çõ es n esta s fa ixa s d e id a d e, co m o Retiro, Vila Bra sília , Belm o n te e Belo Horizon te, em torn o d e 14% d a p op u lação total.

(6)

Tab e la 2

Vo lta Re d o nd a: níve l d e p o luição p o r b airro s.

N ome do bairro Escores dos cenários N ível de poluição

Ce nário 1 Ce nário 2 Ce nário 9 Ce nário 10 To tal

São Luís 0 0 1 1 2 1 Po uco e le vad o

Do m Bo sco 0 0 1 1 2 1 Po uco e le vad o

Brasilând ia 0 0 1 1 2 1 Po uco e le vad o

Vila Rica/ Trê s Po ço s 0 0 1 0 1 1 Po uco e le vad o

Ág ua Limp a 0 0 1 1 2 1 Po uco e le vad o

Santo Ag o stinho 0 0 1 1 2 1 Po uco e le vad o

Pinto d a Se rra 0 0 1 1 2 1 Po uco e le vad o

Vo ld ac 0 0 1 1 2 1 Po uco e le vad o

Barre ira Cravo 0 0 1 1 2 1 Po uco e le vad o

Ae ro club e 0 0 1 1 2 1 Po uco e le vad o

Nite ró i 0 0 1 1 2 1 Po uco e le vad o

Ate rrad o 0 0 1 1 2 1 Po uco e le vad o

N. S. d as Graças 0 0 1 1 2 1 Po uco e le vad o

São Jo ão 0 0 1 1 2 1 Po uco e le vad o

São Ge rald o 0 0 1 1 2 1 Po uco e le vad o

Mo nte Caste lo 0 0 1 1 2 1 Po uco e le vad o

Laranjal 0 0 1 1 2 1 Po uco e le vad o

Se sse nta 0 0 1 1 2 1 Po uco e le vad o

Sid e ró p o lis 0 0 0 0 0 1 Po uco e le vad o

Casa d e Pe d ra 0 0 0 0 0 1 Po uco e le vad o

Jard im Be lve d e re 0 0 0 0 0 1 Po uco e le vad o

Vila Sta. Ce cília 0 0 1 1 2 1 Po uco e le vad o

Be la Vista 0 0 1 1 2 1 Po uco e le vad o

Rústico 0 0 1 1 2 1 Po uco e le vad o

Eucalip tal 0 0 1 1 2 1 Po uco e le vad o

Mine rlând ia 0 0 0 1 1 1 Po uco e le vad o

Co nfo rto 0 0 1 1 2 1 Po uco e le vad o

Jard im Euro p a 0 0 0 1 1 1 Po uco e le vad o

Po nte Alta 0 0 0 1 1 1 Po uco e le vad o

Jard im Suíça 0 0 0 1 1 1 Po uco e le vad o

Santa Cruz 0 0 1 1 2 1 Po uco e le vad o

São Cristó vão 0 0 0 1 1 1 Po uco e le vad o

Sta. Inê s 0 0 0 1 1 1 Po uco e le vad o

São Lucas 0 0 1 1 2 1 Po uco e le vad o

Vila Ame ricana 0 0 1 1 2 1 Po uco e le vad o

Jard im Amália 0 0 1 1 2 1 Po uco e le vad o

Cand e lária 0 0 1 1 2 1 Po uco e le vad o

Jard im Pad re 1 1 0 1 3 2 Ele vad o

Jó zimo Tavare s

São Jo ão Batista 0 0 2 2 4 2 Ele vad o

Sta. Rita d o Zarur 0 0 2 1 3 2 Ele vad o

Be lmo nte 1 1 1 1 4 2 Ele vad o

Re tiro 2 2 2 2 8 3 Muito e le vad o

Vila Mury 1 1 2 2 6 3 Muito e le vad o

Be lo Ho rizo nte 1 1 2 2 6 3 Muito e le vad o

Vila Brasília 1 1 2 2 6 3 Muito e le vad o

(7)

Tab e la 3

Vo lta Re d o nd a: Ind icad o re s d e co nd içõ e s mate riais d e vid a.

Bairro N úmero de Percentual Percentual Percentual N úmero de Percentual Percentual Índice domicílios sem água sem esgoto s/ coleta chefes de de chefes de chefes de CM V

de lixo domicílio c/ menos de c/ até 2 3 anos de salários estudo mínimos

Jard im. Suíça 31 0 0 0 31 0 7 7

Laranjal 613 0 0 1 611 3 6 11

Barre ira Cravo 522 0 0 0 522 3 8 11

Jard im. Be lve d e re 258 0 0 1 257 4 9 14

Casa d e Pe d ra 903 0 0 0 903 7 19 26

Jard im. Euro p a 202 0 0 1 201 9 18 28

Sid e ró p o lis 593 0 0 0 593 7 22 30

Vila Sta. Ce cília 1.416 0 2 2 1395 9 18 31

Jard im. Amália 1.706 0 1 9 1700 8 16 35

N. S. d as Graças 629 0 0 1 626 14 21 36

Vila Mury 2.521 0 1 0 2518 13 29 43

Ate rrad o 1.767 1 6 4 1734 10 26 47

São Jo ão Batista 142 0 1 0 142 13 35 50

Vo ld ac 361 0 2 1 361 14 34 51

Nite ró i 554 3 5 1 554 14 29 52

Be la Vista 253 0 3 39 246 1 9 52

São Jo ão 1.161 1 1 3 1157 14 34 54

Rústico 350 0 1 0 349 20 34 55

Se sse nta 907 0 2 1 899 17 36 56

São Lucas 1.084 0 2 3 1082 15 39 58

Po nte Alta 2.043 0 1 2 2037 18 29 62

São Ge rald o 1.238 0 5 2 1232 14 41 63

Co nfo rto 2.026 0 5 15 2010 18 38 76

São Cristó vão 464 1 2 12 464 20 47 82

Eucalip tal 1.891 1 5 3 1876 24 50 83

Ae ro club e 345 0 14 14 345 19 37 84

Santa Cruz 2.641 2 11 11 2640 16 48 87

Mo nte Caste lo 971 0 11 7 907 22 50 89

Mine rlând ia 379 5 20 10 379 19 42 97

São Luís 944 0 17 13 942 23 44 98

Santo Ag o stinho 4.748 1 14 16 4746 27 54 113

Ág ua Limp a 2.319 2 26 12 2313 26 51 117

Re tiro 7.826 1 15 19 7583 27 56 118

Brasilând ia 833 6 22 16 833 28 59 131

Be lmo nte 3.632 1 23 19 3631 34 64 141

Açud e 2.003 4 16 12 2002 39 71 142

Do m Bo sco 560 5 38 20 512 29 52 145

Vila Brasília 2.733 5 16 23 2733 41 73 158

Be lo Ho rizo nte 675 1 6 23 673 57 82 169

Vila Ame ricana 1.009 1 35 48 1009 29 56 169

Santa Inê s 94 18 10 44 94 34 68 173

Cand e lária 272 1 52 52 272 40 69 213

Pinto d a Se rra 146 12 32 51 146 47 84 225

Sta. Rita d o Zarur 752 2 56 58 699 42 74 231

Vila Rica/ Trê s Po ço s 1.102 8 96 37 1101 49 81 271

(8)

Fig ura 2

Vo lta Re d o nd a – b airro s. Co nd içõ e s mate riais d e vid a e níve is d e p o luição .

26

19 31

12

14 37

21 33

6 45 39

40 20

22 35

34

11 16 15

3 23

2 24

5

CSN

Rio Paraíb a

41

44 32

9 25

46

10

38 13 30

42

27 8

1 43

36

7 18

29

4

17

28

muito elevado Níveis de po luição

elevado

po uco elevado

Níveis de co ndiçõ es materiais de vida

muito desfavo rável (9)

desfavo rável (15)

favo rável (12)

muito favo rável (10)

Rio de Janeiro

Código dos bairros

1) Açud e 13) Do m Bo sco 24) Nite ró i 36) São Jo ão Batista 2) Ae ro club e 14) Eucalip tal 25) Pinto d a Se rra 37) São Lucas 3) Ág ua Limp a 15) Jard im Amália 26) Po nte Alta 38) São Luís 4) Ate rrad o 16) Jard im Be lve d e re 27) Re tiro 39) Se sse nta 5) Barre ira Cravo 17) Jard im Euro p a 28) Rústico 40) Sid e ró p o lis 6) Be la Vista 18) Jard im Pad re 29) Santa Rita d o Zarur 41) Vila Ame ricana 7) Be lmo nte Jó zimo Tavare s 30) Santa Cruz 42) Vila Brasília 8) Be lo Ho rizo nte 19) Jard im Suíça 31) Santa Inê s 43) Vila Mury

9) Brasilând ia 20) Laranjal 32) Santo Ag o stinho 44) Vila Rica/ Trê s Po ço s 10) Cand e lária 21) Mine rilând ia 33) São Cristó vão 45) Vila Santa Ce cília 11) Casa d e Pe d ra 22) Mo nte Caste lo 34) São Ge rald o 46) Vo ld ac

(9)

Fig ura 3

Sínte se . Vo lta Re d o nd a – b airro s. Co nd ição só cio -amb ie ntal.

26 17

19 31

12

14 37

21 33 6 28 45

39

40 20

22 35

34

11 16 15

3 4

23

2 24

5

CSN

Rio Pa raíba

41 43

44 32

9 25

46 36

10

38

13 30

29

42 8 27

1

18 7

Co ndição só cio -amb iental

muito crítica (7)

crítica (6)

intermediária (13)

po uco crítica (20)

Rio de Janeiro

Código dos bairros

1) Açud e 13) Do m Bo sco 24) Nite ró i 36) São Jo ão Batista 2) Ae ro club e 14) Eucalip tal 25) Pinto d a Se rra 37) São Lucas 3) Ág ua Limp a 15) Jard im Amália 26) Po nte Alta 38) São Luís 4) Ate rrad o 16) Jard im Be lve d e re 27) Re tiro 39) Se sse nta 5) Barre ira Cravo 17) Jard im Euro p a 28) Rústico 40) Sid e ró p o lis 6) Be la Vista 18) Jard im Pad re 29) Santa Rita d o Zarur 41) Vila Ame ricana 7) Be lmo nte Jó zimo Tavare s 30) Santa Cruz 42) Vila Brasília 8) Be lo Ho rizo nte 19) Jard im Suíça 31) Santa Inê s 43) Vila Mury

9) Brasilând ia 20) Laranjal 32) Santo Ag o stinho 44) Vila Rica/ Trê s Po ço s 10) Cand e lária 21) Mine rilând ia 33) São Cristó vão 45) Vila Santa Ce cília 11) Casa d e Pe d ra 22) Mo nte Caste lo 34) São Ge rald o 46) Vo ld ac

(10)

Tab e la 4

Níve l d e p o luição x co nd içõ e s mate riais d e vid a.

CM V N ível de poluição

Po uco e le vad o Ele vad o Muito e le vad o

M uit o favoráveis

N. S. d as Graças – –

Laranjal Sid e ró p o lis Casa d e Pe d ra Jard im Be lve d e re Vila Sta. Ce cília Jard im Euro p a Jard im Suíça Jard im Amália Barre ira Cravo (p o p ulação = 25.691)

Favoráveis

Nite ró i São Jo ão Batista Vila Mury Ate rrad o

São Jo ão São Ge rald o Se sse nta Be la Vista Rústico Po nte Alta São Lucas Vo ld ac

(p o p ulação = 33.449) (p o p ulação = 574) (p o p ulação = 8.942)

Desfavoráveis

Co nfo rto Be lmo nte Açud e

Do m Bo sco Re tiro

Brasilând ia Ág ua Limp a Sto . Ag o stinho Ae ro club e Mo nte Caste lo Eucalip tal Mine rlând ia Santa Cruz São Cristó vão São Luís

(p o p ulação = 68.601) (p o p ulação = 14.651) (p o p ulação = 37.153)

M uit o desfavoráveis

Vila Rica Sta. Rita d o Zarur Vila Brasília Trê s Po ço s Jard im Pad re Jó zimo Tavare s Be lo Ho rizo nte Pinto d a Se rra

Sta. Inê s Vila Ame ricana Cand e lária

(11)

Discussão

Nã o se p reten d eu n este estu d o a va lia r d e fo r-m a p recisa a p olu ição atr-m osférica er-m Volta Red on Red a, u m a vez q u e u m Red os m aiores ob stácu -lo s en fren ta d o s fo i ju sta m en te a o b ten çã o d e d a d o s d a fo n te a Co m p a n h ia Sid erú rgica Na -cion al (CSN), qu e n ão p erm itiu o acesso, sen d o ob stácu lo tam b ém a alegação d a Fu n d ação tad u al d e En gen h aria e Meio Am b ien te d o Es-tad o d o Rio d e Jan eiro d e n ão p ossu ir estes d a-d os. Trab alh ou -se com a n oção a-d e situ ação re-lativa d os b airros com o form a de con torn ar tas lim itações, sem p reju d icar os resu ltad os es-p erad os es-p ara a es-p esqu isa. Com isso, foi es-p ossível ob ter u m a ap roxim ação d os p ad rões esp aciais d e d isp ersão d e p olu en tes e d a d istrib u ição d os b airros segu n d o con d ições d e vid a.

Verifico u -se q u e to d o s o s b a irro s d e n ível d e p o lu içã o eleva d o a p resen ta m co n d içõ es m ateriais d e vid a d esfavoráveis ou m u ito d es-favoráveis, à exceção d o b airro d e São João Ba-tista. Por ou tro lad o, n em tod os os b airros com co n d içõ es m a teria is d e vid a d esfa vo rá veis o u m u ito d esfa vorá veis a p resen ta m n íveis eleva -d os -d e p olu ição, com o, p or exem p lo, Vila Rica e Três Poços, n a zon a leste d a cid ad e. Esta zn a ezn cozn tra-se fora d o raio d e alcazn ce d os p o-lu en tes em itid os p ela CSN n a m a ioria d os ce-n ários ace-n alisad os.

A o rga n iza çã o só cio -esp a cia l d e Vo lta Re-d on Re-d a atu alm en te p oRe-d e exp licar as Re-d iferen tes situ a çõ es en co n tra d a s. A p o p u la çã o d e b a ixa ren d a n esta cid a d e d istrib u ise em d u a s d ife -ren tes áreas: a p eriferia recen te form ad a p elos b airros d o extrem o n orte e extrem o leste d a ci-d aci-d e e a p eriferia an tiga, form aci-d a p elos b airros d a p orção n oroeste.

Na p eriferia recen te, a a u sên cia d e sa n ea -m en to e escassez d e serviços p ú b licos torn a-m su a p op u lação altam en te vu ln erável a u m a sé-rie d e a gra vo s ca ra cterístico s d a p o b reza . Po r ou tro la d o, os efeitos d a p olu içã o a tm osférica são m en os sen tid os em razão d a m aior d istân -cia d a p rin cip al fon te em issora.

Na p eriferia a n tiga , n a p orçã o n oroeste d a cid a d e, a situ a çã o é o u tra . Os b a irro s n ela si-tu ad os são d en sam en te p ovoad os, com o Reti-ro, Belo Horizon te, Vila Brasília e Açu d e, e ap re-sen tam con d ições m ateriais d e vid a d esfavorá-veis; n o en tan to, são m elh or aten d id os p ela re-d e re-d e sa n ea m en to b á sico. Assim , o q u e to rn a esta p op u lação m ais vu ln erável é a relativa p ro-xim id a d e com a CSN e a su a p osiçã o d esfa vo-rável em relação à d isp ersão d e p olu en tes.

Ao com p ararem -se os b airros d a área m ais an tiga d e Volta Red on d a (os b airros lim ítrofes à área da CSN) en tre si, p ercebe-se u m a n ítida

se-gregação sócio-esp acial, sen d o as áreas m en os p olu íd as e com m elh or acesso aos serviços p ú b licos (p arte su l d a cid ad e) ocu p ad as p or gru p os d e m aior ren d a (Vila San ta Cecília, Laran jal, Jard im Su íça e Jard im Belved ere, en tre ou -tros); p or ou tro lad o, os gru p os d e b aixa ren d a ocu p am as áreas m ais p olu íd as (p arte n oroeste d a cid ad e).

Esta situ a çã o p õ e em evid ên cia a h istó r ia d o p rocesso d e segregação sócio-econ ôm ica d e Vo lta Red o n d a e seu s cla ro s reflexo s n a a tu a l ocu p ação d e seu esp aço u rb an o. Este p rocesso in iciou -se n as d écad as d e 40 e 50 com a con s-tru ção d os b airros d os op erários e fu n cion ários d e m aior q u alificação p ela CSN. Segu n d o a li-teratu ra, os b airros criad os rep etiam a h ierar-qu ização existen te n o m u n d o d a fáb rica (Veiga & Fo n seca , 1990; Fo n tes & La m a rã o, 1986). A p o p u la çã o d e b a ixa ren d a fo i, a ssim , d u p la -m en te p reju d icad a n a ocu p ação d o esp aço d a cid ad e, fato q u e segu ram en te se reflete n a su a situ ação d e saú d e.

Um a vez id en tifica d o s o s d iferen cia is só -cio -esp a cia is e a m b ien ta is d e Vo lta Red o n d a , p ergu n ta-se: Com o estes d iferen ciais afetam a saú d e d a p op u lação?

Neste sen tid o, n ovo s estu d o s p o d em ser rea liza d o s p a ra a va lia r o s efeito s d esta s d ife -ren tes situ a çõ es só cio -a m b ien ta is n a sa ú d e d o s gru p o s p o p u la cio n a is a ela s su b m etid o s. Os estu d os d e coorte d e avaliação d a cap acid ad e p u lm on a r ad e cria n ça s p réescola res viven -d o n as -d iferen tes áreas -d a ci-d a-d e, p or exem p lo, p od erão forn ecer u m a avaliação b astan te p re-cisa d o s efeito s d a p o lu içã o a tm o sfér ica n a saú d e d a p op u lação, com o n os estu d os realiza-d os p or Rib eiro et a l. (1976), n a cirealiza-d a realiza-d e realiza-d e Sã o Pau lo, e p or Hofm eister (1991), em Cu b atão.

(12)

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Referências

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