rev bras ortop.2016;51(6):735–738
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA
w w w . r b o . o r g . b r
Relato
de
Caso
Fratura
de
estresse
bilateral
do
colo
do
fêmur
em
não
atleta
–
relato
de
caso
夽
Ubiratan
Stefani
de
Oliveira
a,
Pedro
José
Labronici
b,c,∗,
André
João
Neto
a,
Alexandre
Yukio
Nishimi
a,
Robinson
Esteves
Santos
Pires
de
Luiz
Henrique
Penteado
Silva
eaUniversidadeFederaldeSãoPaulo,DepartamentodeOrtopediaeTraumatologia,SãoPaulo,SP,Brasil
bUniversidadeFederalFluminense,Niterói,RJ,Brasil
cHospitalSantaTeresa,Servic¸odeOrtopediaeTraumatologia,Petrópolis,RJ,Brasil
dUniversidadeFederaldeMinasGerais,BeloHorizonte,MG,Brasil
eHospitaldoTraumaeHospitalEscolaSãoVicentePaula,PassoFundo,RS,Brasil
informações
sobre
o
artigo
Históricodoartigo:
Recebidoem17defevereirode2016 Aceitoem25defevereirode2016 On-lineem20dejulhode2016
Palavras-chave: Fraturasósseas Fraturasdeestresse Fraturasdocolofemoral Dornoquadril
r
e
s
u
m
o
Afraturadeestressebilateraldocolodofêmurempacientesadultossadioséumaentidade extremamenterara,cujodiagnósticoetratamentorepresentamumgrandedesafio. Paci-entescomhistóriadedornoquadril,mesmosenãoforematletasoumilitares,devemser analisadosparaseobterumdiagnósticoprecoceeprevenirpossíveiscomplicac¸ões prove-nientesdotratamentocirúrgico.Esterelatodescreveumpacientede43anos,nãoatleta, dogêneromasculino,semdoenc¸asprévias,quedesenvolveufraturadeestressedocolodo fêmurbilateralsemdesvio,diagnosticadoetratadotardiamentecomosteossíntesebilateral comparafusoscanulados.Apesardeodiagnósticotersidotardionessecaso,enfatiza-sea importânciadeseobterdiagnósticodefraturadeestresse,independentementedonívelde atividadedospacientes,paraosucessodotratamento.
©2016SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora Ltda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http:// creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
Bilateral
stress
fracture
of
femoral
neck
in
non-athlete
–
case
report
Keywords: Fractures,Bone Fracturesstress Femoralneckfractures Hippain
a
b
s
t
r
a
c
t
Bilateralstressfractureoffemoralneckinhealthyyoungpatientsisanextremelyrareentity, whosediagnosticandtreatmentrepresentamajorchallenge.Patientswithhistoryofhip pain,evennon-athletesormilitaryrecruits,shouldbeanalyzedtoachieveanearlydiagnosis andpreventpossiblecomplicationsfromthesurgicaltreatment.Thisreportdescribesa 43-year-oldmalepatient,non-athlete,withoutpreviousdiseases,whodevelopedbilateral
夽
TrabalhodesenvolvidonoServic¸odeOrtopediaeTraumatologia,HospitalSantaTeresa,Petrópolis,RJ,Brasil. ∗ Autorparacorrespondência.
E-mail:plabronici@globo.com(P.J.Labronici).
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2016.02.011
736
rev bras ortop.2016;51(6):735–738stressfractureoffemoralneckwithoutdisplacement.Hehada latediagnosis;bilateral osteosynthesiswasmadeusingcannulatedscrews.Althoughthediagnosiswasdelayedin thiscase,thestudyhighlightstheimportanceofthediagnosisofstressfracture,regardless oftheactivitylevelofthepatients,forthesuccessofthetreatment.
©2016SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora Ltda.ThisisanopenaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(http:// creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
Introduc¸ão
Fraturasdeestresse docolodofêmursãomuitoincomuns equando bilaterais são ainda mais raras.Frequentemente essasfraturasocorremem5%detodasasfraturasdeestresse ecomumenteocorremematletas(11%),militares,pacientes idosos,indivíduoscomdoenc¸ametabólicaemuitoraramente sãoencontradasemindivíduossadios.1,2
A homeostase do tecido ósseo necessita de síntese e absorc¸ão contínua doscomponentes ósseos.Em condic¸ões normais,existeumbalanc¸oentreareconstruc¸ão osteoblás-ticaeareabsorc¸ãoosteoclástica.3–5Aatividadeosteoclástica
alcanc¸aopicoemtrêssemanasapósocomec¸odoestresse repetitivo sobre o osso.3,6,7 O acúmulo de carga mecânica
anormal em uma determinada área do osso pode alterar o equilíbrio em favor da atividade catabólica osteoclástica epatologicamenteaumentarareabsorc¸ãoósseaeproduzir microfraturasnoosso.4,8
Etiologicamente, a fratura de estresse pode ser divi-dida em dois tipos: 1) por fadiga, que é consequente a um estresse anormal aplicado sobre um osso com estru-tura e elasticidade normal9–11 (essas fraturas no colo de
fêmur sãofrequentemente observadasem militares e cor-redoresdelongadistância);12,13 2)porinsuficiênciadeuma
forc¸amuscularnormalaplicadasobreoossoqueapresenta estruturaeelasticidadedeficiente9,10,13(ocorremais
frequen-tementeempacientesidososenormalmenteassociadacom osteoporosepós-menopausaououtrostiposdeosteoporose causadaspelaartritereumatoide,diabetesmellitusouusode corticosteroide).9,10,14,15
Oobjetivodesterelatodecasoédemonstrarumcasoraro defraturadeestressebilateraldocolodofêmurempaciente jovem,sadioenãoatleta.
Relato
de
caso
Pacientedogêneromasculino,43anos,eletricista,nãoatleta, fumante, sem doenc¸a metabólica, diabetes, alterac¸ão da func¸ãorenalouusodecorticosteroide,relatoudoremambos osquadrishaviaumanoquandoematividadefísicalaborativa emelhoriaemrepouso.Duranteesseperíodo,foiatendidoem váriosambulatóriosediagnosticadocomo tendiniteoudor porsobrecargadaarticulac¸ãodoquadriletratadocom anti--inflamatóriosnãohormonais.Aoexamefísico,apresentava umadiscretaclaudicac¸ãocomfáciesdolorosa,comlimitac¸ão da func¸ão, principalmente na rotac¸ão interna. O exame radiográfico demonstrouumacoxa varabilateral com uma áreadesoluc¸ãodecontinuidadeemambososcolosfemorais
Figura1–RadiografiapanorâmicadapelveemAPque mostrasoluc¸ãodecontinuidadebilateraldocolodofêmur.
e área de esclerose ao nível do colo (fig. 1). A tomografia computadorizadaconfirmouodiagnósticoeobservamosum colofemoralestreito(fig.2).Comoodiagnósticojátinhasido determinadopelaradiografiasimples,nãofoinecessáriofazer outrosexamescomplementarescomoressonânciamagnética ou cintilografiaóssea.O tratamento foia fixac¸ãocom dois parafusos canulados de 7mm, pois o colo do fêmur era muitoestreitoparaacolocac¸ãodetrêsparafusosouparafuso deslizantedoquadril(fig.3).Porterambososquadrisfixados, foi solicitadoao pacientequepermanecessesemcargapor seissemanaseemseguidafazercargaassistidacommuletas.
Discussão
Uma revisão epidemiológica revelou numerosos fatores de riscoparaodesenvolvimentodafraturadeestresse,incluindo gênero feminino,idade, densidade óssea baixa e resistên-cia óssea, baixo condicionamento aeróbico, baixo nível de
rev bras ortop.2016;51(6):735–738
737
Figura3–RadiografiapanorâmicadapelveemAPeperfilquemostraafixac¸ãodeambososcolosfemoraiscomdois parafusoscanulados.
atividadefísicanopassado,fumanteseexcessonaatividade de corrida.16 Pouilles et al.17 encontraram uma correlac¸ão
entrea baixa densidade mineral ósseano fêmur efratura deestresseemmilitares.Essasfraturastambémsão encon-tradasempacientescomumaanatomiaanormaldofêmur, osteodistrofia renal, uso de corticosteroide, amenorreia e osteomalácia.18–24Amaioriadosrelatosdefraturadeestresse
bilateralestárelacionadaaotipoinsuficienteeéobservada empacientesidosos.Porisso,acreditamosseresterelato real-menteraro,poisocorreuemumpacienteadultojovemesem indíciodequalquerdoenc¸aouanormalidademetabólica pre-existentequepoderiadesenvolverafratura.
Naiketal.25demonstraramqueatividaderepetitiva
pode-riaproduzirumestresseanormalemambososquadris.Dessa maneira,haveriaapossibilidadededesenvolverumafratura porestressebilateraldocolodofêmurempacientesnão atle-tassemalterac¸õesósseas.Algunsautoresacreditamqueuma cargarepetitivasobreosmúsculosabdutoresdoquadrilpode apresentarfadigamusculareperdadacapacidadedeabsorc¸ão dechoque.Afadigamuscular afetaaposic¸ãodocentrode massacorpóreaealteraopadrãodeestresseeadeformac¸ão no colo dofêmur. Estudos clínicose biomecânicos sugeri-ramque,devidoafadigamuscular,ospacientesdesenvolvem umamarchacompensatóriaquemodificaasforc¸asqueatuam sobreoquadrile,dessaforma,precipitaafraturadeestresse docolodofêmur.26,27
Asqueixasincluemdornavirilha,coxaoujoelhoedorcom acargaaliviadacomorepousoepoderepresentarum diag-nósticodifícildevidoàapresentac¸ãovagadossintomas.2,28
Esses pacientes são, então, frequentemente tratadoscomo distensãomuscular,tendiniteouinícioprecocedeosteoatrose doquadril.29Pihlajamäkietal.30observaramqueessas
quei-xasdeveriamserumaltograudesuspeic¸ãoparafraturade estressedocolodofêmurempacientesdogêneromasculino, jovensesadiosquerelatassemdornavirilhae/ounoquadril duranteatividadesfísicas.Étambémimportanteobservarque fraturaporestresse,emboramesmosintomática,nãoé inca-pacitante,amenosquesetorneagudamentedesviadae/ou modifiquearticulac¸ãodoquadril.25
Aproximadamente75%dasfraturas porestresse docolo dofêmurpodemsermaldiagnosticadasounão diagnostica-dasnoexamefísicoinicial.31Quandoambososladosestão
envolvidos,apercentagemdesermaldiagnosticadaaumenta
ainda mais porquefrequentemente não estão desviadas.32
Oexameclínicotambéméinespecíficoepodeapresentardor narotac¸ãodoquadril,principalmentecomlimitac¸ãoedorà rotac¸ãointerna.
Oexameradiográfico,noiníciodossintomas,podeser nor-mal.Normalmente,asradiografiasvãodemonstraralterac¸ões ósseasduasoutrêssemanasapósoiníciodossintomas,só sãodiagnosticadasemmenosde10%a29%doscasos.18,24É
importante,quandosefizeroexameradiográfico,manteros membrosinferioresemrotac¸ãointerna,poisdessamaneira pode-seobservarmelhortodaaextensãodocolodofêmur. Atomografiacomputadorizadapodeauxiliarnodiagnóstico, mas a ressonância magnética e a cintilografia óssea são consideradasasmaisindicadasparaodiagnósticoprecoce.A cintilografiaósseacomtecnécio-99m(99mTc)émaissensitiva
em áreas de remodelac¸ão óssea, mas falta especificidade, devidoàcaptac¸ãosimilarnoscasosdeinfecc¸ão,osteonecrose etumor.Aimagemderessonânciamagnéticaéconsiderada ser100%sensitiva,específicaemaisprecisaparao diagnós-tico precoce e diferenciac¸ão de tumor e infecc¸ão.19,23,24,33
ConcordamoscomNaiketal.:25quandoasfraturasficam
evi-dentesnaradiografiainicial,nãoháanecessidadedenovos examescomplementaresparaconfirmarodiagnóstico.Nesse caso, a tomografiacomputadorizada auxiliou não somente nodiagnóstico,mastambémdemonstrouumcolodofêmur muitoestreitobilateralmente,oqueajudouadefiniratécnica cirúrgicaaserusada.
Otratamentodasfraturasporestresse docolodofêmur aindaéumgrandedesafioparaoscirurgiões.Noexame radi-ográfico podemser identificadosdois tipos de fratura,por tensãoecompressão.Asmaispreocupantessãoasfraturas portensão,pois podemdesviare,casonãodiagnosticadas, causar umaosteonecrose tardia da cabec¸adofêmur.34 Em
indivíduosjovenseativos comfratura deestresse bilateral docolodofêmur,mesmoemfraturasnãodesviadas,repouso prolongadonãoérecomendávelouconfiável.Osteossíntese eliberac¸ão para aatividade físicaprecoce são necessárias. Entretanto,complicac¸õescomonecroseavascular,refratura, colapsoem varoepseudartrosetêm sido relatadas após a estabilizac¸ãocommúltiplosparafusosoucomparafuso desli-zantedoquadril.18Nesterelatodecaso,opacienteerajovem,
738
rev bras ortop.2016;51(6):735–738indicac¸ãosedeuapósoplanejamentocirúrgico,pelaanálise datomografiacomputadorizada,quemostrouserocolodo fêmurmuitoestreito.Porisso,foidescartadaapossibilidadede estabilizac¸ãocomoparafusodeslizantedoquadrilesedecidiu pelousodetrêsparafusoscanulados.
Odiagnósticodafraturadeestressedocolodofêmurem pacientesjovenseativossemevidênciadedoenc¸a metabó-licapréviaédifícildediagnosticar.Casoaradiografiasimples sejainconclusiva,acintilografiaósseaearessonância magné-tica(padrãoouro)sãoimportantesparaodiagnóstico.Apesar de neste caso o diagnóstico ter sido tardio, enfatiza-se a importânciadeseobterdiagnóstico de fraturade estresse, independentementedoníveldeatividadedospacientes,para osucessodotratamento.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
r
e
f
e
r
ê
n
c
i
a
s
1. FullertonLRJr,SnowdyHA.Femoralneckstressfractures.Am JSportsMed.1988;16(4):365–77.
2. LassusJ,TulikouraI,KonttinenYT,SaloJ,SantavirtaS.Bone stressinjuriesofthelowerextremity:areview.ActaOrthop Scand.2002;73(3):359–68.
3. KhadabadiNA,PatilKS.Simultaneousbilateralfemoralneck stressfractureinayoungstonemason.CaseRepOrthop. 2015;2015:306246.
4. ChamayA,TschantzP.Mechanicalinfluencesinbone remodeling.ExperimentalresearchonWolff’slaw.JBiomech. 1972;5(2):173–80.
5. SterlingJC,EdelsteinDW,CalvoRD,WebbR2nd.Stress fracturesintheathlete.Diagnosisandmanagement.Sports Med.1992;14(5):336–46.
6. JonesBH,HarrisJM,VinhTN,RubinC.Exercise-inducedstress fracturesandstressreactionsofbone:epidemiology,etiology, andclassification.ExercSportSciRev.1989;17:379–422.
7. SallisRE,JonesK.Stressfracturesinathletes.Howtospotthis underdiagnosedinjury.PostgradMed.1991;89(6):185–8,191–2.
8. WerntzJR,LaneJM.Thebiologyofpathologicfracturerepair. In:LaneJM,HealeyJH,editors.Diagnosisandmanagementof pathologicfractures.NewYork:Raven;1993.p.1–11.
9. DaffnerRH,PavlovH.Stressfractures:currentconcepts.AJR AmJRoentgenol.1992;159(2):245–52.
10.RomaniWA,GieckJH,PerrinDH,SalibaEN,KahlerDM. Mechanismsandmanagementofstressfracturesin physicallyactivepersons.JAthlTrain.2002;37(3):306–14.
11.SimpsonPJ,LucchesiBR.Freeradicalsandmyocardial ischemiaandreperfusioninjury.JLabClinMed. 1987;110(1):13–30.
12.PihlajamäkiHK,RuoholaJP,WeckströmM,KiuruMJ,VisuriTI. Long-termoutcomeofundisplacedfatiguefracturesofthe femoralneckinyoungmaleadults.JBoneJointSurgBr. 2006;88(12):1574–9.
13.TalbotJC,CoxG,TownendM,LanghamM,ParkerPJ.Femoral neckstressfracturesinmilitarypersonnel–Acaseseries.JR ArmyMedCorps.2008;154(1):47–50.
14.UmansH,PavlovH.Stressfracturesofthelowerextremities. SeminRoentgenol.1994;29(2):176–93.
15.KatholMH,el-KhouryGY,MooreTE,MarshJL.Calcaneal insufficiencyavulsionfracturesinpatientswithdiabetes mellitus.Radiology.1991;180(3):725–9.
16.JonesBH,ThackerSB,GilchristJ,KimseyCDJr,SosinDM. Preventionoflowerextremitystressfracturesinathletesand soldiers:asystematicreview.EpidemiolRev.
2002;24(2):228–47.
17.PouillesJM,BernardJ,TremollièresF,LouvetJP,RibotC. Femoralbonedensityinyoungmaleadultswithstress fractures.Bone.1989;10(2):105–8.
18.DiwanjiSR,KongIK,ChoSG,SeonJK,YoonTR.Displaced stressfractureofthefemoralnecktreatedbyvalgus subtrochantericosteotomy:2casestudies.AmJSportsMed. 2007;35(9):1567–70.
19.GurdeziS,TrehanRK,RickmanM.Bilateralundisplaced insufficiencyneckoffemurfracturesassociatedwith short-termsteroiduse:acasereport.JMedCaseRep. 2008;2:79.
20.JohanssonC,EkenmanI,TörnkvistH,ErikssonE.Stress fracturesofthefemoralneckinathletes.Theconsequenceof adelayindiagnosis.AmJSportsMed.1990;18(5):524–8.
21.KarapinarH,OzdemirM,AkyolS,UlküO.Spontaneous bilateralfemoralneckfracturesinayoungadultwithchronic renalfailure.ActaOrthopBelg.2003;69(1):82–5.
22.ChadhaM,BalainB,MainiL,DhalA.Spontaneousbilateral displacedfemoralneckfracturesinnutritionalosteomalacia –Acasereport.ActaOrthopScand.2001;72(1):94–6.
23.HaddadFS,MohannaPN,GoddardNJ.Bilateralfemoralneck stressfracturesfollowingsteroidtreatment.Injury.
1997;28(9-10):671–3.
24.IchikawaJ,AmanoR,HaroH,SatoE,KoyamaK,HamadaY. Fatiguefractureofthebilateralfemoralneckintheelderly. Orthopedics.2008;31(11):1141.
25.NaikMA,SujirP,TripathySK,VijayanS,HameedS,RaoSK. Bilateralstressfracturesoffemoralneckinnon-athletes:a reportoffourcases.ChinJTraumatol.2013;16(2):113–7.
26.MarkeyKL.Stressfractures.ClinSportsMed.1987;6(2):405–25.
27.DevasMB.Stressfracturesofthefemoralneck.JBoneJoint SurgBr.1965;47(4):728–38.
28.NaranjeS,SezoN,TrikhaV,KancherlaR,RijalL,JhaR. Simultaneousbilateralfemoralneckstressfracturesina youngmilitarycadet:ararecasereport.EurJOrthopSurg Traumatol.2012;22Suppl1:103–6.
29.EgolKA,KovalKJ,KummerF,FrankelVH.Stressfracturesof thefemoralneck.ClinOrthopRelatRes.1998;(348):72–8.
30.PihlajamäkiHK,RuoholaJP,KiuruMJ,VisuriTI.Displaced femoralneckfatiguefracturesinmilitaryrecruits.JBoneJoint SurgAm.2006;88(9):1989–97.
31.ProvencherMT,BaldwinAJ,GormanJD,GouldMT,ShinAY. Atypicaltensile-sidedfemoralneckstressfractures:thevalue ofmagneticresonanceimaging.AmJSportsMed.
2004;32(6):1528–34.
32.WrightRC,SalzmanGA,YacoubianSV,YacoubianSV. Bilateralfemoralneckstressfracturesinafireacademy student.Orthopedics.2010;33(10):767.
33.BailieDS,LamprechtDE.Bilateralfemoralneckstress fracturesinanadolescentmalerunner.Acasereport.AmJ SportsMed.2001;29(6):811–3.