• Nenhum resultado encontrado

Convulsão febril: estudo de base populacional.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Convulsão febril: estudo de base populacional."

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

www.jped.com.br

ARTIGO

ORIGINAL

Febrile

seizures:

a

population-based

study

Juliane

S.

Dalbem

a,b,

,

Heloise

H.

Siqueira

b

,

Mariano

M.

Espinosa

b

e

Regina

P.

Alvarenga

a

aProgramadePós-Graduac¸ãoemNeurologia,UniversidadeFederaldoEstadodoRiodeJaneiro(Unirio),RiodeJaneiro,RJ,Brasil bUniversidadeFederaldeMatoGrosso(UFMT),Cuiabá,MT,Brasil

Recebidoem22desetembrode2014;aceitoem23dejaneirode2015

KEYWORDS

Prevalence; Febrileseizure; Epidemiology

Abstract

Objectives: Todeterminetheprevalenceofbenignfebrileseizuresofchildhoodanddescribe theclinicalandepidemiologicalprofileofthispopulation.

Methods: Thiswasapopulation-based,cross-sectionalstudy,carriedoutinthecityofBarrado Bugres,MT,Brazil,fromAugustof2012toAugustof2013.Datawerecollectedintwophases. Inthefirstphase,aquestionnairethatwaspreviouslyvalidatedinanotherBrazilianstudy,was usedtoidentifysuspectedcasesofseizures.Inthesecondphase,aneurologicalevaluationwas performedtoconfirmdiagnosis.

Results: Theprevalencewas6.4/1,000inhabitants(95%CI:3.8-10.1).Therewasnodifference between genders.Simple febrileseizureswere foundin88.8% ofcases.A familyhistoryof febrileseizuresinfirst-degreerelativesandhistoryofepilepsywaspresentin33.3%and11.1% ofpatients,respectively.

Conclusions: TheprevalenceoffebrileseizuresinMidwesternBrazilwaslowerthanthatfound inotherBrazilian regions,probablyduetotheinclusiononlyoffebrileseizureswithmotor manifestationsanddifferencesinsocioeconomicfactorsamongtheevaluatedareas.

©2015SociedadeBrasileiradePediatria.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Allrightsreserved.

PALAVRAS-CHAVE

Prevalência; Crisefebril; Epidemiologia

Convulsãofebril:estudodebasepopulacional

Resumo

Objetivos: Estabeleceraprevalênciadascrisesfebrisedescreveroperfilclínicoe epidemio-lógicodessapopulac¸ão.

Métodos: EstudotransversaldebasepopulacionalfeitoemBarradoBugres(MT),deagostode 2012aagostode2013.Osdadosforamcoletadosemduasetapas.Naprimeiraetapausamosum

DOIserefereaoartigo:

http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2015.01.005

Comocitaresteartigo:DalbemJS,SiqueiraHH,EspinosaMM,AlvarengaRP.Febrileseizures:apopulation-basedstudy.

JPediatr(RioJ).2015;91:529---34.

Autorparacorrespondência.

E-mail:jsdalbem@hotmail.com(J.S.Dalbem).

(2)

questionáriovalidadopreviamenteemoutroestudobrasileiro,paraidentificac¸ãodecasos sus-peitosdecrisesepilépticas.Nasegundaetapafizemosaavaliac¸ãoneuroclínicaparaconfirmac¸ão diagnóstica.

Resultados: A prevalênciadecrisefebrilfoide6,4/1.000habitantes(IC95%3,8;10,1).Não houvediferenc¸aentreossexos.Ascrisesfebrissimplesforamencontradasem88,8%doscasos. Ahistóriafamiliardecrisefebrileepilepsiaemparentesdeprimeirograuestevepresenteem 33,3%e11,1%dospacientes,respectivamente.

Conclusões: AprevalênciadacrisefebrilnaRegiãoCentro-Oestefoimenordoqueaencontrada emoutrasregiõesbrasileiras,provavelmenterelacionadoàinclusãoapenasdascrisesfebriscom manifestac¸õesmotoraseasdiferenc¸asdefatoressocioeconômicosentreasregiõespesquisadas. ©2015SociedadeBrasileiradePediatria.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todososdireitos reservados.

Introduc

¸ão

Crisefebriléoeventoconvulsivomaiscomumemcrianc¸as menores de cinco anos e acomete 2% a 5% da populac¸ão pediátrica,1 são consideradasbenignase autolimitadas2 e

classificadasemsimplesecomplexas.1Infecc¸õesviraisdas

viasaéreassuperioressãoosfatoresdesencadeantesmais frequentes.3,4 O risco de desenvolver epilepsia

posterior-mente é de 6,9%5 e apesarde ter umótimo prognóstico,

causamansiedadenospaiseparentes.6

Ossinaisclínicosdascrisesfebrisnãosãodiferentesentre aspopulac¸ões,masascaracterísticasclínicasedemográficas nãosãoidênticasnasváriaspartesdomundo,7oquejustifica

anecessidade desteestudo. Nãohá estudo brasileiroque descreva ascaracterísticas clínicas e epidemiológicas dos pacientescomcrisefebril.

O objetivo deste estudo é determinar a prevalência e descreverascaracterísticasclínicaseepidemiológicasdos pacientescomcrisefebril.

Métodos

Área

do

estudo

e

populac

¸ão

investigada

O estudo foi feito em Barra do Bugres, Mato Grosso, de agosto de 2012 a agosto de 2013. A populac¸ão estimada em2013foide33.022habitantes,83.445nafaixaatécinco

anose11meses.Desses,1.775dosexomasculinoe1.670do feminino.8Aproximadamente60%dapopulac¸ãosão

compos-tospornegros.Nomunicípio,77% dosdomicíliosrecebem tratamento de esgoto e 55% água encanada. O Índice de DesenvolvimentoHumanoMunicipaléde0,693earendaper capitabaseadanoProdutoInternoBruto(PIB)de2012foide US$6.740.8OmunicípiocontacomseisequipesdePrograma

deSaúdedaFamília(PSF)e46agentesdesaúdequefazem acoberturade75%dapopulac¸ãoe25% dapopulac¸ãoque nãosãoassistidospeloPSFrecebematendimentoem uma unidadedesaúdenocentrodacidade.Ofatodeo municí-piocontarcomumaboacoberturadoPSFeessafuncionar regularmentefacilitouoestudo.

Fases

do

estudo

Estudo descritivo transversal, de base populacional, feito emduasfases.Naprimeirafaseasagentesdesaúdefizeram

buscaativanosdomicílios,àprocuradecasossuspeitosde criseconvulsiva.Usamosumquestionáriocomoito pergun-tas(tabela1).Asquestõesforammodificadasdoguidelines

daOrganizac¸ãoMundialdeSaúdeesãosimilaresàsusadas nos estudos epidemiológicos feitos no Equador9 e

valida-daspreviamenteemumestudobrasileirocomsensibilidade de 95,8% e especificidade de 97,8%.10 Esse questionário

de triagem também foi usado em um estudo de preva-lência da epilepsia na infância no Estado deSão Paulo.11

As agentes de saúde receberam treinamento prévio com explicac¸õessobrecrisesconvulsivas/epilepsiaecomo apli-car o questionário. Os casos em que houve pelo menos umaresposta positivaentreasoito questõesforam enca-minhados para a segunda fase da avaliac¸ão(confirmac¸ão diagnóstica), naqual fizemos ahistória clínica eo exame neurológico.

EsteestudofoiaprovadopeloComitêdeÉticadoHospital GeralUniversitário(Registro:n◦ 128CEP/UNIC---protocolo n◦ 2011-128).

Critérios

de

inclusão

e

exclusão

Foramincluídascrianc¸ascomhistóriadepelomenosum epi-sódiodecrisefebrilresidentesemBarradoBugresatécinco anos. Excluímosos pacientesque nãose enquadraramna definic¸ãodecrisefebril.Ascrisesfebrissemsintomas moto-resnãoforamconsideradaspeladificuldadedeafirmarmos serealmentetratava-sedecrisesepilépticaspeladescric¸ão dosparentes.

Definic

¸ões

Crisefebrilfoidefinidacomocriseepilépticaqueocorreem crianc¸as maioresdeummêse menoresdoquecincoanos associada adoenc¸a febril.Excluem-sedessadefinic¸ão cri-ses ocorridas em vigência deinfecc¸ão dosistemanervoso centraloucasoscomantecedentedecrisesepilépticasno períodoneonatal,crisesnãoprovocadasecrises sintomáti-casagudas.12 Ascrisesfebrispodemserclassificadascomo

(3)

Tabela1 Questionáriodetriagem.10

Nome: Idade:

Númerodecrianc¸aseadolescentesnodomicilioaté19anos: Idade: 1.Ascrianc¸as/adolescentesaté19anosdesuacasajátiveram(ouaindatêm)crises(ataques,

convulsões)nasquaiselesouelasperderamaconsciênciaecaíramrepentinamente?

Sim( ) Não( )

2.Ascrianc¸as/adolescentesaté19anosdesuacasajátiveram(ouaindatêm)crisesnasquais elesouelasperderamcontatocomarealidadeeficaram‘‘foradoar’’?

Sim( ) Não( )

3.Ascrianc¸as/adolescentesaté19anosdesuacasajátiveram(ouaindatêm)crisesnasquais elesouelastiverammovimentosbruscos/violentosrepentinosdosbrac¸os,naspernasouna bocaougiraramacabec¸aparaolado?

Sim( ) Não( )

4.Ascrianc¸as/adolescentesaté19anosdesuacasajátiveram(ouaindatêm)episódio(s)de desmaioeque,aorecuperarossentidos,vocêpercebeuqueelesouelasurinaramou defecaramnasroupasporacidente?

Sim( ) Não( )

5.Ascrianc¸as/adolescentesaté19anosdesuacasajátiveram(ouaindatêm)crisesnasquais elesouelassentiramumasensac¸ãoruimcomo‘‘pressentimento’’ouum‘‘nó’’noestômago quesobeparaagarganta,apósosquaiselesouelassentiram-seinconscientes?Apessoa quepresencioupodedizerqueelesouelasficarammexendonasroupas,mastigaramou ficaramolhandoparaumpontodistante?

Sim( ) Não( )

6.Ummédicoouprofissionaldaáreadasaúdeouatémesmomembrosdasuafamíliajá mencionaramqueacrianc¸anasuacasateveconvulsõesfebrisnainfânciaoudurante qualquerdoenc¸aséria?

Sim( ) Não( )

7.Ascrianc¸as/adolescentesaté19anosdesuacasajátiveram(ouaindatêm)movimentos bruscossimilaresaum‘‘choque’’nosbrac¸os(eleoueladerrubacoisas)oupernas,comou semquedas,principalmenteduranteamanhã?

Sim( ) Não( )

8.Ascrianc¸as/adolescentesaté19anosdesuacasaquesofremdeepilepsiajáestiveram internadasemalgumhospitaldeMatoGrosso?

Sim( ) Não( )

Sehouveralgumarespostaafirmativa,encaminharacrianc¸a/adolescenteparaconsulta. Sim( ) Não( )

Processamento

e

análise

estatística

dos

dados

Os dados coletados na entrevista, em questionários pré--codificados, foram processados em microcomputador, digitados em duplicata para reduzir possíveis erros de digitac¸ão em umbanco de dadoseletrônico noprograma Excel(Microsoft2003,Redmond,Washington,EUA).Quando houvedados inconsistentes verificaram-senoquestionário originalefizeram-seasdevidascorrec¸ões.Osdadosforam analisadosdeformadescritivaeparaaanáliseinferencial dosdadosforamconstruídointervalosdeconfianc¸ade95% paraasrespectivasprevalências.Essatécnicafoiusadauma vezqueaescalademedidadascomparac¸õesfoicategórica ounãoquantitativa.

Resultados

Barra do Bugres tem 3.445 habitantesna faixa até cinco anose 11 meses.Foramtriados2.811 habitantes(81,6%), asperdasnaprimeira fasedotrabalhoocorreram pornão serpossívelencontrarmoradoresnasunidadeshabitacionais emmaisdeumavisitapelosagentesdesaúde.Aprevalência decrisefebrilnessaamostrafoide6,40/1.000habitantes (IC95%3,8-0,10).Aidadedaprimeiracrisevariouentreum mês e 60 meses(média de 19,38). As variáveis clínicase sociodemográficassãoapresentadasnatabela2.

Discussão

A prevalência da crise febril nessa amostra foi de 6,4/1.000habitantes.Aliteraturamostraumavariac¸ãode

3,5/1.00013-17/1.000.14 Dois estudosbrasileiros avaliaram

a prevalência de crises febris e mostraram uma taxa de 13,9/1.000emSãoPaulo/SPe16/1.000emPelotas/RS.11,15

Naáreaestudada,observamosqueaprevalênciafoimenor doque a encontrada nas regiões Sul e Sudestedo Brasil. Essasdiferenc¸asnastaxasdeprevalênciapodemser justi-ficadaspordiferentes metodologias usadaspara captac¸ão dospacientes,fatores socioeconômicose particularidades napopulac¸ãodecadaregiãoestudada.Nestapesquisa usa-moscomométododecaptac¸ãodospacientesabuscaativa nasresidências,naqualtivemosperdasde18,4%dos indi-víduos nessafaixa etária. Ao compararmos com o estudo feito em Pelotas, que usou uma coorte de nascimento, asperdas foramde26,2% deindivíduos que nãopuderam ser avaliados, o que aponta uma maior análise populaci-onal no presente estudo. A pesquisa feita em São Paulo usouumaamostradeconveniência, na qualforam avalia-dososindivíduosquefrequentavamnaocasiãooComplexo Einsteinna Comunidade Paraisópolis, e gerou, assim, um viés que poderia justificar uma prevalência maior nesta pesquisa.

Diferenc¸as socioeconômicas também podem justificar a menor prevalência encontrada em Mato Grosso. Na comparac¸ãodaexistênciadesaneamentobásicono muni-cípio(tratamento deesgoto e água encanada), renda per

capitae IDHM com as outrasregiões estudadas, podemos

observarindicadoresdemelhorescondic¸ões socioeconômi-casemBarradoBugres.

(4)

Tabela2 Distribuic¸ãodafrequênciaobservada,porcentagemeintervalodeconfianc¸ade95%dos18pacientescomcrisefebril segundovariáveisclínicasesociodemográficas.BarradoBugres,MT,2014

Variável Frequênciaobservada(n) Porcentagem(%) IC95%

Sexo

Masculino 9 50,00 (26,02a73,98)

Feminino 9 50,00 (26,02a73,98)

Etnia

Branca 7 38,89 (17,30a64,25)

Parda 11 61,11 (35,74a82,70)

Númerodeepisódiosconvulsivos

Episódioúnico 16 88,89 (65,29a98,62)

Duascrises 1 5,56 (0,14a27,29)

Trêscrises 1 5,56 (0,14a27,29)

Fármacoantiepilépticoemuso

Fenobarbital 2 11,11 (1,38a34,71)

Valproato 3 16,67 (3,58a41,42)

Nenhuma 13 72,22 (46,52a90,30)

Tipodecriseconvulsiva

Generalizada 16 88,89 (65,29a98,62)

Focal 2 11,11 (1,38a34,71)

Ameac¸adeabortonagestac¸ão

Sim 2 11,11 (1,38a34,71)

Não 16 88,89 (65,29a98,62)

Feituradepré-natal(>6consultas)

Sim 18 100

-Tipodeparto

Normal 9 50,00 (26,02a73,98)

Cesária 9 50,00 (26,02a73,98)

Idadegestacional

Termo 17 94,44 (72,71a99,86)

Prematuro 1 5,56

Pesoaonascimento

2.000g≤Peso<2.500g 2 11,11 (1,38a34,71)

2,500g≤Peso≤3.000g 5 27,78 (9,70a53,48)

Peso>3.000g 11 61,11 (35,74a82,70)

Apgar>7

Sim 18 100

-Intercorrêncianeonatal(infecc¸ão)

Sim 2 11,11 (1,38a34,71)

Não 16 88,89 (65,29a98,62)

Desenvolvimentoneuropsicomotor

Normal 18 100

-Históriafamiliardeepilepsia

Sim 2 11,11 (1,38a34,71)

Não 16 88,89 (65,29a98,62)

Históriafamiliardecrisefebril

Sim 6 33,33 (13,34a59,01)

Não 12 66,67

Consanguinidade

Não 18 100

-Escolaridadedopai

Ensinofundamentalincompleto 9 50,00 (26,02a73,98)

(5)

Tabela2 (Continuac¸ão)

Variável Frequênciaobservada(n) Porcentagem(%) IC95%

Ensinomédioincompleto 1 5,56 (0,14a27,29)

Ensinomédiocompleto 4 22,22 (6,41a47,64)

3◦grau 1 5,56 (0,14a27,29)

Escolaridadedamãe

Ensinofundamentalincompleto 8 44,44

Ensinofundamentalcompleto 2 11,11 (1,38a34,71)

Ensinomédioincompleto 2 11,11 (1,38a34,71)

Ensinomédiocompleto 5 27,78 (9,69a53,48)

3◦grau 1 5,56 (0,14a27,29)

Rendafamiliar

1saláriomínimo 7 38,89 (17,30a64,25)

Entre1e2saláriosmínimos 1 5,56 (0,14a27,29)

2saláriosmínimos 6 33,33 (13,34a59,01)

Maisde3saláriosmínimos 4 22,22 (6,41a47,64)

IC95%,intervalodeconfianc¸ade95%.

Tabela3 Característicasavaliadasnosprincipaisestudossobrecrisefebril

Autor/ano País Captac¸ãodos pacientes

Médiaidade 1acrise

(meses)

Prevalência/ 1000

Sexo masculino

História familiar crisefebril

História familiar epilepsia

Crisefebril simples

Sampaio,201011 Brasil Transversal

(Buscaativa)

13,9

Nunes,201115 Brasil Coorte 16

AlRajeh,200113 ArábiaSaudita Transversal

(Buscaativa)

3,55

Sfaihi,201216 Tunísia Registros

hospitalares

58,7% 14,7% 5,6% 55,2%

Nguefack,201018 Camarões Registros

hospitalares

24,6 36,4% 58,7%

Yakinci,200017 Turquia Transversal 23,0 3,24 37,28% 12,71% 85,6%

Banerjee,200919 Índia Transversal

(Buscaativa)

1,11 84,7%

Chung,200620 China Registros

hospitalares

25 17,5%

Fallah,201021 Irã Registros

hospitalares

24 67%

Verity,198522 Inglaterra Coorte 24 16,2% 7,5% 76,9%

Sillanpää,200827 Finlândia Coorte

Aydin,200828 Turquia Transversal,

escolares

15-17,3%

temos nonossopaís.Issoadifere deoutrasregiões brasi-leiras nas quais a populac¸ãoé maishomogênea e indica, assim, que Barra do Bugres se assemelha muito mais ao perfilpopulacionalbrasileiro.Nestetrabalhoconsideramos, ainda,apenas crisesfebris commanifestac¸ões motoras,o quepodejustificar,associadaaosfatoresjácitados,amenor prevalênciaencontrada.

Estudosmostramumavariac¸ãodecrisefebrilsimplesde 55,2-85,6%.16,17Emnossasérieencontramosumaproporc¸ão

de88,8%,similaraorelatadonaTunísia,Turquia,em Cama-rões,naÍndia,China,IrãeInglaterra.16-23 Nãoobservamos

estadodemalepilépticosecundárioaconvulsãofebril, dife-rentementedoestudofeitoemCamarões,queoidentificou em10%doscasos.24

Ao analisar a frequênciada crise febril em relac¸ão ao sexonão observamos diferenc¸a, semelhantemente à pes-quisafeitaporPavlovicetal.,25quediferedealgunsestudos

nosquais os autoresdescrevem umamaiorfrequência no sexomasculino.7,16,19,26ApenasSillanpääetal.encontraram

predomínionosexofeminino.27

(6)

33,3%e11,1%doscasos.Estudosmostramvariac¸ãode 14,7-39,3%16,17,19,20,22-24,28emrelac¸ãoàhistóriafamiliardecrise

febrile2,7-12,71%16,17,20,24emrelac¸ãoàepilepsia.

Arendafamiliarfoideatédoissaláriosmínimosem77,7% doscasos.Estudosmostramqueaprevalênciadecrisefebril nãoestáassociadacomaclassesocialeaescolaridadedos pais.22,23Atabela3mostraumasíntesedasprincipais

variá-veis estudadas em artigos publicados até o momento, na qual podemos observar a escassez de dados relacionados aoperíodopré/perinataleaheterogeneidadedasvariáveis pesquisadas,o quedificulta acomparac¸ãoe atémesmoa feiturademetanálisesrelacionadasaotema.

Concluímos quea prevalênciadacrise febrilna Região Centro-Oeste foi menor do que a encontrada em outras regiões brasileiras, provavelmente relacionada à inclusão apenasdas crises febris com manifestac¸ões motorase às diferenc¸associoeconômicasentreasregiõesbrasileiras pes-quisadas.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

Agradecimentos

ÀSecretariadeSaúdedeBarradoBugres,aoProgramade SaúdedaFamíliaeàequipetecno-administrativadoCentro deSaúdedo Maracanã,que não mediramesforc¸os paraa feituradestapesquisa.

Referências

1.SubcommitteeonFebrileSeizures;AmericanAcademyof Pedi-atrics. Neurodiagnosticevaluationofthechildwithasimple febrileseizure.Pediatrics.2011;127:389---94.

2.PattersonJL,Carapetian SA,HagemanJR,KelleyKR. Febrile seizures.PediatrAnn.2013;42:249---54.

3.Kaputu KalalaMalu C,Mafuta Musalu E,Dubru JM,Leroy P, TomatAM,MissonJP.Epidemiologyandcharacteristicsoffebrile seizuresinchildren.RevMedLiege.2013;68:180---5.

4.Abuekteish F, Daoud AS, Al-Sheyyab M, Nou’man M. Demo-graphiccharacteristicsandriskfactorsoffirstfebrileseizures: aJordanianexperience.TropDoct.2000;30:25---7.

5.LeungAK,RobsonWL.Febrileseizures.JPediatrHealthCare. 2007;21:250---5.

6.VestergaardM,PedersenCB,SideniusP,OlsenJ,ChristensenJ. Thelong-termriskofepilepsyafterfebrileseizuresin suscep-tiblesubgroups.AmJEpidemiol.2007;165:911---8.

7.ShimonyA,AfawiZ,AsherT,MahajnahM,ShorerZ. Epidemio-logicalcharacteristicsoffebrileseizures---comparingbetween Bedouin and Jews in the southern part of Israel. Seizure. 2009;18:26---9.

8.Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) [citado em 15 de outubro de 2013]. Disponível em: http://www.cidades.ibge.gov.br

9.Placencia M, Sander JW, Shorvon SD, Ellison RH, Cas-cante SM. Validation of a screening questionnaire for the

detectionofepilepticseizuresinepidemiologicalstudies.Brain. 1992;115:783---94.

10.BorgesMA,Min LL, Guerreiro CA,Yacubian EM,Cordeiro JA, TognolaWA,etal.Urbanprevalenceofepilepsy:populational studyinSãoJosédoRioPreto,amedium-sizedcityinBrazil. ArqNeuropsiquiatr.2004;62:199---204.

11.SampaioLP,CabocloLO, KuramotoK,RecheA,Yacubian EM, ManrezaML.PrevalenceofepilepsyinchildrenfromaBrazilian areaofhighdeprivation.PediatrNeurol.2010;42:111---7.

12.Guidelinesforepidemiologicstudiesonepilepsy.Commission onEpidemiology and Prognosis,International League Against Epilepsy.Epilepsia.1993;34:592---6.

13.AlRajehS,AwadaA,BademosiO,OgunniyiA.Theprevalence ofepilepsyandotherseizuredisordersinanArabpopulation:a community-basedstudy.Seizure.2001;10:410---4.

14.BaumannRJ,MarxMB,LeonidakisMG.Epilepsyinrural Ken-tucky: prevalence in a population of school age children. Epilepsia.1978;19:75---80.

15.Nunes ML,Geib LT, Grupo Apego. Incidence ofepilepsy and seizuredisordersinchildhoodandassociationwithsocial deter-minants:abirthcohortstudy.JPediatr(RioJ).2011;87:50---6.

16.SfaihiL,MaaloulI,KmihaS,AloulouH,ChabchoubI,KamounT, etal.Febrileseizures:anepidemiologicalandoutcomestudy of482cases.ChildsNervSyst.2012;28:1779---84.

17.YakinciC,KutluNO,DurmazY,KarabiberH,E˘griM.Prevalence offebrileconvulsionin3637childrenofprimaryschoolagein theprovinceofMalatya,Turkey.JTropPediatr.2000;46:249---50.

18.NguefackS,NgoKanaCA,MahE,KuateTegueuC,ChiabiA,Fru F,etal.Clinical,etiological,andtherapeuticaspectsoffebrile convulsions.Areviewof325cases inYaoundé.Arch Pediatr. 2010;17:480---5.

19.BanerjeeTK,HazraA,BiswasA,RayJ,RoyT,RautDK,etal. Neurological disordersin children and adolescents. Indian J Pediatr.2009;76:139---46.

20.ChungB, Wat LC,WongV. Febrileseizures in southern Chi-nese children: incidence and recurrence. Pediatr Neurol. 2006;34:121---6.

21.FallahR,KarbasiSA.RecurrenceoffebrileseizureinYazd,Iran. TurkJPediatr.2010;52:618---22.

22.VerityCM,ButlerNR,GoldingJ.Febrileconvulsionsinanational cohort followed up from birth. I --- Prevalence and recur-rence inthe firstfive yearsof life. Br MedJ (ClinRes Ed). 1985;290:1307---10.

23.VerityCM,ButlerNR,GoldingJ.Febrileconvulsionsina nati-onalcohortfollowed upfrom birth. II---Medicalhistory and intellectualabilityat5yearsofage.BrMedJ(ClinResEd). 1985;290:1311---5.

24.GururajAK,BenerA, Al-SuweidiEK,Al-TatariHM,KhadirAE. Predictorsoffebrileseizure:amatchedcase-controlstudy.J TropPediatr.2001;47:361---2.

25.Pavlovic MV, Jarebinski MS, Pekmezovic TD, Marjanovic BD, LevicZM. Febrileconvulsions in a Serbianregion: a 10-year epidemiologicalstudy.EurJNeurol.1999;6:39---42.

26.FarwellJR,BlacknerG, SulzbacherS,Adelman L,Voeller M. Firstfebrileseizures.Characteristicsofthechild,theseizure, andtheillness.ClinPediatr(Phila).1994;33:263---7.

27.Sillanpää M, Camfield P, Camfield C,Haataja L, Aromaa M, Helenius H, et al. Incidence of febrile seizures in Finland: prospectivepopulation-based study.PediatrNeurol.2008;38: 391---4.

Imagem

Tabela 1 Questionário de triagem. 10
Tabela 2 Distribuic¸ão da frequência observada, porcentagem e intervalo de confianc¸a de 95% dos 18 pacientes com crise febril segundo variáveis clínicas e sociodemográficas
Tabela 3 Características avaliadas nos principais estudos sobre crise febril Autor/ano País Captac¸ão dos

Referências

Documentos relacionados

[r]

Sessenta e três pacientes (angioedema hereditário) receberam o icatibanto em dois estudos de Fase III para tratamento de uma crise na fase controlada e 126 pacientes foram tratados

— Estágio de Capacitação e Especialização com a duração de uma semana, a decorrer no Laboratório de Ilustração Científica do Departamento de Biologia (prémio não

O  contribuinte  A.  AZEVEDO  INDÚSTRIA  E  COMÉRCIO  DE  ÓLEOS 

Frente ao exposto, o presente trabalho teve como objetivo analisar e comparar a cinética do consumo de oxigênio e os valores de referência para a prescrição do treinamento

Os maiores coeficientes da razão área/perímetro são das edificações Kanimbambo (12,75) e Barão do Rio Branco (10,22) ou seja possuem uma maior área por unidade de

Resumo – O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito dos danos causados por Azochis gripusalis Walker, 1859 (Lepidoptera: Pyralidae) na produção da figueira (Ficus carica L.) e

Após isso, com a aceleração não prevista de novos óbitos no país, em especial no estado de São Paulo, a média móvel observada (dados oficiais) descolou de nossa