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Realidade ou ficção? A influência da autopercepção como parceiro romântico e da autoestima na escolha e preferência de parceiros românticos

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Centro de Biociências

Programa de Pós-graduação em Psicobiologia

ANTHONIETA LOOMAN MAFRA

REALIDADE OU FICÇÃO?

A INFLUÊNCIA DA AUTOPERCEPÇÃO COMO PARCEIRO

ROMÂNTICO E DA AUTOESTIMA NA ESCOLHA E PREFERÊNCIA

DE PARCEIROS ROMÂNTICOS

Tese apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte para o obtenção do título de doutor em Psicobiologia.

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Centro de Biociências

Programa de Pós-graduação em Psicobiologia

ANTHONIETA LOOMAN MAFRA

REALIDADE OU FICÇÃO?

A INFLUÊNCIA DA AUTOPERCEPÇÃO COMO PARCEIRO

ROMÂNTICO E DA AUTOESTIMA NA ESCOLHA E PREFERÊNCIA

DE PARCEIROS ROMÂNTICOS

Tese apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte para o obtenção do título de doutor em Psicobiologia.

Orientadora: Profª Fívia de Araújo Lopes

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Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial do Centro de Biociências

Mafra, Anthonieta Looman.

Realidade ou ficção? a influência da autopercepção como parceiro romântico e da autoestima na escolha e preferência de parceiros românticos / Anthonieta Looman Mafra. – Natal, RN, 2015.

203 f.: il.

Orientadora: Profa. Dra. Fívia de Araújo Lopes.

Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Biociências. Programa de Pós Graduação em Psicobiologia.

1. Autopercepção. – Tese. 2. Autoestima. – Tese. 3. Nível socioeconômico. – Tese. 4. Parceiros românticos. - Tese I. Lopes, Fívia de Araújo. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

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Realidade ou ficção? A influência da autopercepção como parceiro

romântico e da autoestima na escolha e preferência de parceiros românticos

Anthonieta Looman Mafra

Data da defesa: 31/07/2015

Banca Examinadora:

___________________________________ Prof. Jean Carlos Natividade

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, RJ

___________________________________ Prof. Wallisen Tadashi Hattori

Universidade Federal de Uberlândia, MG

___________________________________ Profª. Maria Bernadete Cordeiro de Sousa

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, RN

___________________________________ Prof. Felipe Nalon Castro

Universidade Potiguar, RN

___________________________________ Profª. Fívia de Araújo Lopes

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Agradecimentos

A seção de agradecimentos é uma das mais fáceis e difíceis de escrever ao mesmo

tempo, pois tenho tanto a agradecer mas acaba faltando palavras para descrever tudo o que

sinto, principalmente a meus pais. Aqueles que sempre me apoiaram incondicionalmente, que

sempre estiveram ali para mim e me fizeram enxergar a luz no fim do túnel todas as vezes que

eu estive sem ânimo para continuar. Arthur, obrigada pelas conversas filosóficas sobre a vida

e por ser tão chato, me ajudando a exercitar minha paciência. Amo vocês!

Gostaria de agradecer a Fívia, por aceitar me orientar em um projeto maluco, com um

monte de variáveis, que deixa qualquer um zonzo e pela imensa compreensão de todas as

minhas viagens. À Felipe Nalon, que me cedeu o projeto de pesquisa de doutorado para que

eu pudesse adaptar e dar continuidade. To Maryanne Fisher, for the amazing opportunity:

knowing the lab, participating and assisting the classes, collecting my data in Canada, and for

the additional projects. Also, for the meetings extra-lab, and the delicious deserts,

marshmallows and sweet wine when I came over.

Obrigada a meus amigos pelos momentos de descontração e pelos ouvidos

emprestados, principalmente nos períodos de estresse. Um agradecimento especial à mainha,

Ysa, Diego e a um hey, stranger, que me ajudaram a tabular dados, na correria, noite a dentro. Obrigada também à CAPES, por ter fornecido bolsa durante todo o meu doutorado

(tanto no Brasil como no Canadá), possibilitando a realização deste sonho.

Por fim, agradeço à banca por aceitarem o convite (que a este momento vocês já

devem estar se perguntando o porquê aceitaram, mas tudo bem) e pelos comentários e

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Resumo

Em geral, homens e mulheres procuram por características em seus parceiros que possam

aumentar seu sucesso reprodutivo. Porém, a escolha de um parceiro romântico não se baseia

apenas no que o indivíduo deseja em um parceiro, mas ele leva em consideração a forma

como ele se percebe dentro de determinado ambiente, de modo que a autoavaliação pode

mudar de acordo com o contexto no qual o indivíduo está inserido. Além do ambiente, a

autoestima pode ser um fator que modifica as preferências de parceiros românticos e a forma

com a qual as pessoas escolhem estes parceiros por poder influenciar na maneira com que as

pessoas se avaliam. A maioria dos estudos que deram origem a padrões hoje considerados

universais no estudo de escolha de parceiro romântico foi realizado com universitários, o que

pode limitar a abrangência das conclusões por contemplar pessoas de mesmo nível

educacional e provavelmente mesmo nível socioeconômico (NSE). A presente pesquisa,

realizada no Brasil, onde a taxa de desigualdade social elevada, e parte no Canadá, país com

baixa desigualdade social, teve como objetivo verificar as preferências e escolhas de parceiros

românticos e autoavaliação como parceiro romântico em diferentes níveis educacionais e

NSE. Os resultados apontam que homens, principalmente de baixo NSE, tendem a dar

prioridade a status social quando procurando por uma parceira romântica, enquanto o padrão

universal é a preferência por atratividade física, e mulheres de baixo NSE parecem ter

conhecimento dessa preferência de homens de baixo NSE ao expressarem que status social é

importante para sua autoavaliação. Adicionalmente, os resultados corroboraram a influência

do contexto, da autoestima e do NSE na autopercepção como parceiro romântico, embora os

dois últimos pareçam modular como se dá a influência do contexto sobre a autopercepção dos

participantes. Além disso, a presente pesquisa também indicou que as preferências parecem

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6!

demais características moduladas provavelmente pela qualidade de parceiros disponíveis no

ambiente.

Palavras-chave: autopercepção, autoestima, nível socioeconômico, parceiros românticos,

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Abstract

In general, men and women look for characteristics that can indicate improvement of

their reproductive success in their romantic partners. However, partner choice is not only

based on what the individual want in a partner, but he/she also takes into consideration how

they perceive themselves in a determined environment, in a way that self-perception can

change according to the context where the individual is inserted in. Besides the environment,

self-esteem can be a factor that modifies romantic partner preferences and the way that people

choose these partners for being able to influence how people evaluate themselves. Most of the

studies that originate today’s universal standards in the study of romantic partner were

conducted with undergraduate students, which may limit the coverage of the conclusions for

contemplating people of the same educational level and probably also socioeconomic status

(SES). The present research, held in Brazil, where the social inequality rate is high, and part

in Canada, country with low social inequality, had as goal verifying romantic partners

preferences and choices and self-evaluation as romantic partners in different educational level

and SES. Men, mainly of low SES, tend to prioritize social status when looking for a romantic

partner while the universal pattern is the preference for physical attractiveness, and women of

low SES seem to be aware of this preference when expressing that social status is important

for their perception. In addition, the results corroborate the influence of the context,

self-esteem, and SES in the self-perception as a romantic partner, though the latter two appear to

modulate how the is the influence of the context on participants’ perception. Moreover, this

research also indicated that the preferences appear to represent the choices for the most

important characteristics for each sex, being the other characteristics probably modulated by

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8! Keywords: self-perception, self-esteem, socioeconomic status, romantic partners, preference,

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Apresentação

A presente tese está apresentada em formato de artigos científicos, distribuídos em

cinco estudos empíricos. Primeiramente, a base teórica e os fundamentos da literatura

abordados nos artigos serão apresentados na Introdução geral. Logo em seguida, a

Metodologia geral irá dar o encaminhamento para a compreensão geral do processo de desenvolvimento da tese. Posteriormente, serão expostos os cinco artigos. Após os mesmos,

os resultados serão discutidos conjuntamente em uma Discussão geral.

Finalizando, serão encontradas Referências gerais relativas a todos os trabalhos citados na introdução e discussão gerais, os Anexos citados ao longo do presente trabalho e as

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10!

Introdução geral

Independentemente da espécie, os seres vivos são levados a se reproduzir, de forma a

perpetuar seus genes, alcançando maior sucesso reprodutivo aqueles que conseguem deixar

maior número de descendentes bem sucedidos. Em outras palavras, aqueles que conseguem

gerar uma prole que sobreviva até a idade reprodutiva e se reproduza, gerando descendentes

férteis (Allen & Bailey, 2007). Este processo geralmente se inicia com a escolha de parceiros

sexuais, comumente chamado, ao tratar-se de seres humanos, de parceiros românticos (Castro

& Lopes, 2011).

Trivers (1972), em sua teoria do investimento parental, afirma que as estratégias

sexuais de machos e fêmeas variam de acordo com a diferença no investimento reprodutivo e

parental entre eles. O sexo que investe mais na prole é chamado sexo investidor e,

consequentemente, considerado um recurso reprodutivo limitante, apresentando maior

seletividade na escolha de seus parceiros. Assim, membros do sexo oposto têm que competir

entre si para poder acasalar, tido, portanto, como sexo competidor. Principalmente em

mamíferos, o sucesso reprodutivo das fêmeas varia por sua capacidade de gerar e criar a

prole, enquanto dos machos, varia em função do número de fêmeas com as quais ele consegue

fertilizar (exceto nas espécies em que o cuidado parental é um recurso limitante de acesso às

fêmeas) (Trivers, 1972). Na maioria das espécies, o sexo feminino é tido como o sexo

investidor ao passo que os machos disputam entre si para ter acesso às fêmeas. Nos

mamíferos, tal padrão é claramente observado, uma vez que as fêmeas investem muito

fisiologicamente na prole, através da gestação, da amamentação e, na maioria das vezes, do

cuidado maternal, cabendo a elas a escolha do melhor parceiro sexual (Pawlowski, 2000;

Trivers, 1972).

Além do fator fisiológico, cabe à mulher, na maioria das vezes, os primeiros cuidados

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investimento através da alimentação, proteção e recurso e segurança financeira para o cuidado

e manutenção da prole (Allen & Bailey, 2007; Buss & Schmitt, 1993; Geary, Vigil, &

Byrd-Craven, 2004; Gutierres et al., 1999; Kenrick, 2006; Kenrick et al., 1990; Kruger et al., 2010).

Portanto, observa-se o padrão no qual a mulher investe diretamente, com mais recursos

fisiológicos, quando comparado a indivíduos do sexo masculino, e isso restringe a quantidade

de filhos que ela pode ter (Pawlowski, 2000; Trivers, 1972). Em humanos, pode-se ver

claramente a preferência por parceiros que possuem características físicas que dão indícios de

boa fisiologia (como resistência a patógenos), pois em relação à maioria das outras espécies, o

bebê humano é prematuro, fazendo com que o cuidado de ambos os pais seja mais necessário

para um melhor desenvolvimento e proteção da prole.

Devido à necessidade que a mulher tem de garantir a sobrevivência de sua prole, ela

tende a preferir homens que possuem recursos (que podem ser mensurados atualmente através

de status social e boa condição financeira) ou habilidade de aquisição destes (que pode ser

mensurada através da inteligência, por exemplo) ao procurar por um parceiro romântico. Um

companheiro com boa condição financeira (recursos líquidos para utilização) seria capaz de

fornecer a ela e a sua prole os recursos necessários para a sobrevivência deles e para a

competição da última no concorrido mercado atual (como educação de boa qualidade) (Buss,

2006; Castro & Lopes, 2011; Gutierres et al., 1999; Hattori et al., 2011). Além dessas características, esses parceiros devem ter desejo por filhos e comprometimento com a família,

uma vez que somente a aquisição de recursos não garante o investimento destes na prole

(Buss & Shackelford, 2008; Buston & Emlen, 2003). É importante pontuar que as

características físicas não são desprezadas pelas mulheres, já que elas podem oferecer pistas a

respeito da herança genética que o indivíduo carrega. No entanto, quando comparadas aos

homens, elas tendem a dar menos importância a essas características (Buss, 2006; Castro &

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12!

Comparado às demais espécies de mamíferos, o alto grau de investimento na prole por

parte do macho humano também permite que ele selecione as fêmeas com as quais quer ter

um relacionamento romântico (Kenrick & Keefe, 1992). Portanto, homens buscam

principalmente parceiras românticas com alta atratividade física, tanto para relacionamentos

de curto, quanto para longo prazo (Pawlowski, 2000; Trivers, 1972). Em geral, homens

avaliam o potencial reprodutivo das mulheres através da atratividade física, a qual dá sinais

honestos da boa condição fisiológica e juventude femininas (Gutierres et al., 1999; Karremans

et al., 2010; Pawlowski, 2000).

Além disso, segundo Buss e Shackelford (2008), Karremans et al. (2010) e Wade

(2000, 2003), os homens parecem preferir uma baixa relação cintura-quadril porque esta

indica a saúde e a fertilidade da mulher. Karremans e colaboradores (2010) encontraram que

homens cegos também apresentam preferência por baixa relação cintura-quadril, dando maior

suporte à importância dessa preferência para o sucesso reprodutivo masculino. Eles justificam

que proporções cintura-quadril normalmente são associadas com a quantidade de gordura

armazenada nestas partes do corpo. Através dessa observação, podem-se ter pistas sobre o

equilíbrio hormonal da mulher e do tipo de gordura depositada em diferentes regiões do

corpo, uma vez que níveis ideais de estrógeno fazem com que a gordura essencial para o

desenvolvimento neural do embrião seja depositada nos quadris femininos. Em adicional, a

gordura depositada na cintura pode chegar a prejudicar este desenvolvimento quando presente

em grande quantidade. Além da baixa fertilidade em mulheres com alta proporção

cintura-quadril, esta característica também está relacionada à alta susceptibilidade a doenças

degenerativas por revelar um perfil hormonal inadequado de estrógeno. Este hormônio é

reprodutivamente relevante por favorecer o depósito de gordura nos quadris e nas nádegas,

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13!

Além da atratividade física, segundo Pawlowski (2000), os homens sempre buscam

parceiras que estejam em seu período reprodutivo de vida, fator que, para as mulheres está

intimamente relacionado com a faixa etária, atingindo um pico ao redor dos 20 e 24 anos e

diminuindo em cerca de 15% o seu potencial reprodutivo ao atingir a faixa dos 30 aos 34

anos. Por volta dos 40 a 44 anos, o potencial reprodutivo feminino diminui em torno de 35%

e, ao chegar aos 50 anos aproximadamente, a mulher entra na menopausa e não é mais capaz

de gerar prole. Este fato faz com que a mulher seja vista como tendo um curto período

reprodutivo. Por outro lado, os homens têm uma extensa janela reprodutiva, devido à ausência

de um declínio íngreme com o avançar da idade. Homens na faixa dos 45 aos 55 anos de

idade possuem ainda cerca de 90% do seu potencial reprodutivo e acima dos 55 anos, esse

potencial diminui para os 80% (Pawlowski, 2000), devido à mudança no formato e na

mobilidade de alguns espermatozoides (Kelly & Jennions, 2011; Leivers et al., 2014). Então,

enquanto mulheres perdem sua capacidade reprodutiva durante a menopausa, os níveis de

andrógeno e a produção de esperma se sustentam nos homens, indicando que a idade

avançada não implica na sua perda de fertilidade (Kenrick & Keefe, 1992). Portanto, homens

tendem a buscar parceiras mais novas, procurando o mais próximo possível do melhor

período reprodutivo (Kenrick & Keefe, 1992).

Apesar de não existir pressão seletiva no homem por parte da mulher quanto à idade

devido ao homem se manter fértil por mais tempo (Kenrick & Keefe, 1992), com a idade

avançada do homem, a possibilidade de encontrar parceiras muito mais novas que ele é

diminuída. Mesmo que as mulheres prefiram parceiros mais velhos que elas (uma vez que a

probabilidade deles terem mais recursos financeiros acumulados é maior), um que seja muito

mais velho não lhe seria vantajoso, pois o risco de falecimento aumenta, afetando no auxílio

na criação dos filhos. Além disso, mulheres bem mais novas que os homens trazem uma

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14!

mesmos recursos (ou possibilidade de ganho destes) que o parceiro mais velho teria a oferecer

(Pawlowski, 2000). Suportando esta teoria, Brase e Guy (2004) encontraram o valor de

mercado feminino diminui conforme a idade aumenta enquanto que o valor de mercado

masculino aumenta com a idade. No entanto, um parceiro muito mais velho que a mulher não

seria o ideal. Spinelli, Hattori e Sousa (2010), em uma revisão de literatura, discutiram as

desvantagens que as mulheres acarretam em reproduzir com um parceiro com idade bem mais

elevada que elas, dentre delas estão maior suscetibilidade do parceiro à esterilidade e maiores

propensões a sofrerem problemas durante a gravidez e gerarem filhos com anomalias

genéticas.

Contudo, nem tudo difere no que se refere às preferências de homens e mulheres. Em

termos de semelhanças observadas nas preferências, ambos os sexos consideram importante

rostos bonitos. Isso se dá pelo fato da face conseguir passar diversas informações indiretas

sobre a qualidade do parceiro (Geary et al., 2004). Além de representar bons genes para

características físicas, faces simétricas, pele limpa e olhos e cabelos brilhantes indicam maior

resistência a patógenos (Thornhill & Gangestad, 1999). Thornhill e Gangestad (1999)

afirmaram que toxinas, patógenos e mutações estão relacionadas com flutuações na assimetria

facial, a qual é associada à incidência de doenças graves.

Além de rostos bonitos, outra característica notoriamente valorizada pelos dois sexos é

a fidelidade. A ovulação oculta gera maior incerteza de paternidade, fazendo-se necessário

que a mulher assegure o homem quanto à paternidade do filho dela de forma a garantir o

investimento da prole (Gaulin & McBurney, 2004; Pawlowski, 2000; Trivers, 1972).

Fidelidade também se atribui com igual importância ao homem pela necessidade da mulher

saber se ele direcionará, de fato, os seus recursos para ela e sua prole. Caso o homem tenha

outra parceira, provavelmente os recursos antes direcionados apenas para uma delas e sua

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15!

Outra característica não-física preferida por homens e mulheres é o bom humor

(Castro et al., 2012; Fletcher et al., 2004). Castro e Lopes (2011) argumentaram que o mesmo

pode, além da qualidade de relacionamento, indicar sucesso social e alto nível cognitivo,

assim como ser um sinal de qualidade genética. Embora ambos os sexos valorizem bom

humor, Greengross e Miller (2011) argumentaram que, pela produção do humor indicar alto

nível cognitivo, mulheres seriam mais sensíveis e discriminativas quanto ao tipo de humor

enquanto homens seriam maiores produtores de humor.

Considerando todas as características citadas anteriormente, percebe-se que escolher

um parceiro romântico não é uma tarefa fácil. Segundo Pawlowski (2000), valor de mercado é

o valor individual obtido de acordo com a disponibilidade e qualidade de competidores

existentes em um determinado ambiente. Buston e Emlen (2003) sugerem que os indivíduos

que escolhem rapidamente tendem a ter um relacionamento menos duradouro por geralmente

começarem a se relacionar com um parceiro que tem um valor de mercado diferente do dele,

pois pessoas de maiores valores de mercado tendem a ter maiores oportunidades de encontrar

um parceiro melhor. Logo, se o objetivo de uma pessoa é encontrar um parceiro para

estabelecer um relacionamento romântico de longo prazo, a estratégia mais adequada seria

buscar um parceiro que tem um valor de mercado similar ao dela, sendo este valor analisado

através da sua autoavaliação como parceiro (Fisher et al., 2008).

A autoavaliação ou autopercepção como parceiro romântico consiste na avaliação que

o indivíduo faz de si mesmo como parceiro romântico. Para isso, cada um baseia-se nas

características desejadas pelos parceiros em potencial para poder avaliar seu valor de mercado

dentro do ambiente (Fisher et al., 2008). Dessa forma, homens e mulheres tendem a modificar

a sua avaliação de acordo com o ambiente no qual estão inseridos (Buss & Shackelford, 2008;

Gutierres et al., 1999). Gutierres e colaboradores (1999) encontraram que mulheres tendem a

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16!

competidoras de atratividade física alta e homens tendem a diminuir sua autopercepção ao

serem expostos a ambientes contendo competidores de alto status social. Entretanto, a

autoavaliação não afeta a avaliação de quão atraente os outros indivíduos são, mas serve

como um ponto de referência na escolha de parceiros românticos (Lee et al., 2008).

Dessa forma, a autoavaliação é fundamental para a formação de pares românticos,

uma vez que o parceiro geralmente tem um nível similar de desejabilidade com o individuo

(Fisher et al., 2008; Lee et al., 2008). Buston e Emlen (2003) e Lee e colaboradores (2008)

mostraram que pessoas que possuem alta atratividade tendem a preferir parceiros potenciais

também de alta atratividade enquanto que indivíduos de baixa atratividade têm os seus

parceiros potenciais sendo também de baixa atratividade. No entanto, a avaliação que essas

pessoas fazem do mercado não é alterada pela atratividade do seu parceiro, pois eles sabem

que os seus parceiros são, de fato, menos atraentes que os demais.

Adicionalmente, pesquisas encontraram que pessoas menos atraentes tendem a dar

menor importância à atratividade física e a aumentar o peso de características não-físicas,

como bom humor. Todavia, uma pessoa que possui atratividade baixa está disposta a aceitar

parceiros que tenham uma atratividade maior que a dela, desde que não seja muito grande a

diferença entre sua atratividade e a do parceiro (Lee et al., 2008). Castro e colaboradores (2012) notaram que a preferência feminina parece ser similar à avaliação que elas fazem delas

mesmas como parceiras românticas, sugerindo que há um ajuste das preferências de forma a

beneficiar a manutenção dos relacionamentos, formando laços com parceiros similares.

Embora Gutierres e colaboradores (1999) tenham comprovado a influência do

contexto sobre a autoavaliação como parceiro romântico e a forma como esta avaliação

modula nossas exigências ao procurarmos um parceiro romântico, foi observado que algumas

pessoas não modificam a sua autoavaliação, independentemente do contexto no qual estão

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17!

não-desejáveis também do mesmo sexo (Mafra, 2010). Assim, elas mantêm a mesma

avaliação antes e depois da exposição a diferentes contextos. Tal observação sugere que,

diferenças na autoestima das pessoas podem influenciar a autoavaliação.

Pesquisas envolvendo autoestima e parceiro romântico relataram que homens e

mulheres tendem a ter sua autoavaliação relacionada positivamente a sua autoestima (e.g.

Bale & Archer, 2013; Goodwin et al., 2012), variando em relação a forma como cada

indivíduo se vê de acordo com determinadas características. Assim, como para autoavaliação,

mulheres tendem a ter sua autoestima relacionada positivamente a características físicas

enquanto homens tendem a ter sua autoestima relacionada positivamente a status social (Brase

& Guy, 2004; Wade, 2000, 2003). No entanto, a relação entre autoestima e autoavaliação

como parceiro romântico ainda apresenta algumas divergências.

Penke e Denissen (2008) encontraram que a autoestima de homens encontra-se

relacionada a autoavaliação embora não tenham encontrado o mesmo efeito para mulheres.

Eles atribuem o resultado encontrado à necessidade do homem perceber pistas de rejeição

feminina para modular suas estratégias de curto e longo prazo, uma vez que homens tendem a

preferir estratégias de curto prazo, mas quando possuem alto nível de rejeição, mudam para

longo prazo como forma de garantir ao menos uma parceira. Por outro lado, mulheres não

teriam que ficar tão alertas a tais pistas de rejeição por darem preferência a estratégias de

longo prazo. Enquanto isso, o estudo de Bale e Archer (2013) apontou que a autoestima de

influenciou autoavaliação feminina quanto a rosto bonito e à atratividade geral mais

fortemente que homens, mas nenhuma diferença sexual foi encontrada para atratividade

corporal. Além disso, Goodwin e colaboradores (2012) encontraram que mulheres que

possuem elevada autoestima se consideram mais apoiadoras e romanticamente apaixonadas

que homens e a autoestima dos homens mostrou-se positivamente associada ao quão fiel eles

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18!

Porém as divergências não são só essas. Alguns autores criticam o estudo das

preferências de parceiros românticos como representação de escolha de parceiros. Pillsworth

(2008), por exemplo, alega que esse método pode não ser condizente com os parceiros que

são de fato escolhidos. Estudos que averiguaram esta questão também não apontam em uma

direção única. Todd e colaboradores (2007) demonstraram empiricamente que a escolha de

parceiros de mulheres e homens não condiz com as preferências determinadas antes da

escolha. Em contrapartida, Li e colaboradores (2013) confirmaram que a escolha de parceiros

é associada à preferência de parceiro de longo-prazo mas não de curto-prazo.

Nesse sentido, abordagens evolucionistas sobre comportamento reprodutivo fornecem

explicações plausíveis acerca da evolução desse comportamento em humanos, fazendo-se

necessárias cada vez mais pesquisas que venham a responder perguntas que surgem conforme

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19!

Objetivos

Objetivo geral

Analisar se autoestima e contexto exercem impacto sobre a escolha e preferência de

parceiros românticos e sobre a autopercepção como parceiro romântico em estudantes

universitários brasileiros, estudantes de Ensino Fundamental e Médio (EFM) brasileiros e

estudantes universitários canadenses.

Objetivos específicos

Artigo 1

1. Analisar a diferença de autopercepção como parceiro romântico de homens e

mulheres de EFM e universitários brasileiros;

2. Verificar se a autoestima exerce impacto a autopercepção como parceiro romântico;

Artigo 2

3. Verificar se há diferença quanto ao tipo de parceiro romântico ideal (de curto ou de

longo-prazo) na preferência de homens e mulheres de EFM e universitários brasileiros;

4. Identificar se há diferença quanto ao nível de escolaridade (EFM e universitários)

de homens e mulheres brasileiros na preferência de parceiros de curto e de longo prazo.

Artigo 3

5. Verificar se investimento em beleza e a prática de exercícios físicos estão

relacionados à autoavaliação como parceiro romântico de homens e mulheres de EFM;

6. Averiguar se a autoestima modula a interação entre prática de exercício e

investimento em beleza e autoavaliação como parceiro romântico de homens e mulheres de

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20!

Artigo 4

7. Verificar se há impacto do ambiente no qual o participante está inserido na

autoavaliação como parceiro romântico e suas interações com autoestima e NSE de homens e

mulheres de EFM e universitários brasileiros;

Artigo 5

8. Verificar se parceiros reais podem ser representados por parceiros ideais de curto

e/ou de longo prazo de homens e mulheres universitários canadenses e brasileiros, e de

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21!

Método geral

Essa pesquisa foi submetida a comitês de ética dos dois países nos quais ela foi

desenvolvida, obtendo aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (no

31266514.9.0000.5537), no Brasil (Anexo A), e pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Saint Mary – Saint Mary’s University Research Ethics Board (no 14-267), no Canada (Anexo B).

A metodologia aplicada para coleta de dados foi baseada em questionários. De forma a

coletar todas as informações desejadas para o presente estudo, mais de um questionário foi

aplicado. O estudo foi organizado em etapas para melhor acompanhamento de todo o

procedimento envolvido na coleta de dados. Dessa forma, a metodologia foi organizada em:

Locais de realização da pesquisa, Instrumentos e Etapas.

Locais de realização da pesquisa

A pesquisa foi idealizada no período de março de 2011 a maio de 2015 em Natal, Rio

Grande do Norte. Apenas a realização da Etapa de concessão de imagens não atendeu a tal requisito, por razões explicitadas logo abaixo. Para a coleta dos dados, foi estabelecido

contato com instituições públicas de ensino fundamental e médio (EFM). No primeiro

contato, foi apresentado o projeto de pesquisa à coordenação das escolas e após autorização,

era iniciada a coleta de dados. As instituições parceiras foram: Escola Estadual Berilo

Wanderley, Escola Estadual União do Povo, Escola Estadual Walfredo Gurgel, Escola

Estadual José Fernandes Machado, Escola Estadual Bartolomeu Vigário, Escola Estadual

Floriano Cavalcanti, Escola Municipal Maria Francinete Gonçalves Maia, Escola Estadual

Antônio Pinto de Medeiros e Escola Estadual Djalma Aranha Marinho. Tal procedimento foi

semelhante junto à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde a coleta dos

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22!

biológicas, enfermagem, psicologia, medicina, odontologia, ecologia, ciência e tecnologia e

engenharia química.

A amostra canadense, no entanto, foi coletada via internet, por intermédio de um site

(Qualtrics), e divulgada no sistema eletrônico dos estudantes do curso de psicologia da

Universidade Saint Mary, Halifax, Canadá. A participação era restrita penas aos estudantes

com acesso ao sistema eletrônico da instituição, não sendo o endereço eletrônico exposto no

sistema, impossibilitando o estudante de compartilhá-lo.

Instrumentos

Os instrumentos utilizados ao longo desta pesquisa variam de acordo com o objetivo

do estudo. Primeiramente, todos os instrumentos utilizados serão listados e especificados e,

posteriormente, os questionários serão explicados, remetendo aos instrumentos neles contidos.

Os instrumentos são:

• Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE);

• Perguntas de caráter pessoal;

• Escala de autoestima de Rosenberg;

• Avaliação de modelos;

• Cadernos experimentais;

• Autopercepção como parceiro romântico;

• Idealização de parceiro romântico de curto e de longo prazo; e

• Avaliação do parceiro romântico real.

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Cada TCLE dá uma breve introdução

ao participante do que consiste a pesquisa e quais seriam as atividades por ele desempenhada

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! !

23!

são salientadas e explicadas questões que fizeram menção à ausência de trocas financeiras

envolvidas na pesquisa, à participação voluntária (respondendo aos questionários apenas as

pessoas que quisessem fazê-lo, podendo, inclusive, desistir de participar a qualquer

momento), e à garantia da integridade e da preservação da identidade dos participantes.

Ao concordar em participar da pesquisa, o indivíduo assinou o TCLE e ficou com uma

cópia deste. O TCLE continha o e-mail da pesquisadora responsável para que os participantes

interessados em tirar dúvidas ou obter mais informações sobre a pesquisa pudessem entrar em

contato para maiores esclarecimentos.

Existiram seis tipos de TCLE no presente estudo:

1. TCLE para uso de imagem;

2. TCLE para preenchimento de questionário do júri;

3. TCLE para preenchimento de questionário controle;

4. TCLE para preenchimento de questionário experimental;

5. TCLE para preenchimento de questionário parceiros reais;

TCLE para uso de imagens. O TCLE para uso de imagens (Anexo C) continha

informações a respeito do projeto, explicando como a fotografia cedida seria utilizada e com

quais finalidades.

TCLE para preenchimento de questionário do júri. O TCLE para preenchimento de

questionário do júri (Anexo D) mencionava que caso aceitasse o convite, o participante seria

submetido ao preenchimento de um questionário e deveria avaliar fotos quanto à atratividade

do modelo apresentado.

TCLE para preenchimento de questionário controle. Este TCLE (Anexo E)

mencionava que caso decidisse aceitar o convite, o participante seria submetido ao

(25)

! !

24!

TCLE para preenchimento de questionário experimental. Este TCLE (Anexo F)

mencionava que caso decidisse aceitar o convite, o participante seria submetido a seção de

apresentação de um álbum contendo fotografias e ao preenchimento de um questionário.

TCLE para preenchimento de questionário parceiro real. Este TCLE (Anexo G)

mencionava que caso decidisse aceitar o convite, o participante seria submetido ao

preenchimento de um questionário. Como este questionário foi utilizado para amostra

brasileira e canadense, há duas versões deste TCLE. A coleta de dados de universitários

canadenses foi realizada via internet, não sendo possível a disponibilização uma segunda via

para o participante. No entanto, o e-mail da pesquisadora responsável foi disponibilizado para

que os participantes pudessem contatá-la caso desejassem.

Perguntas de caráter pessoal. Refere-se a última página presente em todos os

questionários. Os questionários continham perguntas de caráter pessoal para melhor

caracterização da amostra coletada, como: sexo, idade, níveis de escolaridade e

socioeconômico dos participantes, assim como seu status de relacionamento (e duração do

relacionamento caso o participante esteja envolvido em um relacionamento), idades mínima,

máxima e ideal para um parceiro romântico ideal e orientação sexual.

Escala de autoestima de Rosenberg. A escala de autoestima utilizada foi a de

Rosenberg (1989), a qual já foi validada para o português, possui alfa de Cronbach igual a

0.90 (Hutz & Zanon, 2011) e tem sido amplamente utilizada em pesquisas envolvendo

autoestima mundialmente.

Tal escala de autoestima serve para avaliar, de acordo com dez afirmações, a

(26)

! !

25!

pessoa atribui a ela mesma e estão distribuídas da seguinte forma: cinco para

sentimentos/pensamentos positivos e cinco para sentimentos/pensamentos negativos. Para

cada uma das frases existe as opções: concordo plenamente, concordo, discordo e discordo plenamente, devendo, o participante, selecionar a opção que melhor possa se adequar a ele para a determinada afirmativa.

Diferentemente dos outros países, no Brasil, a escala foi validada de forma a

interpretar que quem obtivesse os menores índices fossem os participantes que possuem maior

autoestima e quem possuísse maiores pontuações fossem aqueles que possuem menor

autoestima. Pode-se observar a forma de distribuição de pontos na Tabela 1 (adaptada de Dini

et al., 2004, p. 50).

Tabela 1

Esquema de atribuição de pontos para a escala de autoestima de Rosenberg validada para o Brasil

Pontos Afirmativas 1, 3, 4, 7, 10 Pontos Afirmativas 2, 5, 6, 8, 9 0 Concordo plenamente 3 Concordo plenamente

1 Concordo 2 Concordo

2 Discordo 1 Discordo

3 Discordo plenamente 0 Discordo plenamente

A distribuição de pontos para a amostra canadense seria feita em ordem crescente e

não decrescente como realizada para a amostra brasileira, mas que houvesse uma

padronização, a apuração dos pontos de autoestima da amostra canadense seguiu a mesma

lógica da apuração realizada para a amostra brasileira.

Avaliação de modelos. A avaliação da atratividade das fotos dos modelos continha

uma reta de diferencial semântico de 10 centímetros de comprimento para cada modelo, para

(27)

! !

26!

modelo seja. A reta marcava de nada desejável (0) a extremamente desejável (10), ou seja, quanto mais à esquerda da reta fosse marcar, menos atraente o jurado julga o modelo e o

contrário para a direita (quanto mais à direita, maior atratividade atribuída).

Autopercepção como parceiro romântico. Este espaço foi baseado em Castro e

colaboradores (2012) e era dividido em dois, onde, no primeiro espaço, o indivíduo atribuía

pontos a ele, de acordo com uma escala likert de 0 a 9 pontos para cada uma das nove

características pesquisadas:

• Rosto bonito, Corpo bonito e Saúde, usados para representar atratividade;

• Sociável, Concordabilidade/Bem humorado(a) e Fiel como representantes de

habilidade social; e

• Boa condição financeira, Inteligente e Determinado(a) e trabalhador(a) como

indicadores de status social.

Seguindo, então, que 0 indicava a menor pontuação para a característica e que 9

indicava a pontuação máxima.

No segundo espaço havia uma escala de diferencial semântico em formato de reta de

10 centímetros, na qual o participante deveria marcar com uma seta ou um “x” quão desejável

ele julgava ser como parceiro romântico (a ser marcado do mesmo modo que a Avaliação de modelos – de nada desejável (0) a extremamente desejável (10)).

Idealização de parceiro romântico de curto e de longo prazo. Esta etapa do

questionário, baseada em Castro e Lopes (2011), foi iniciada com as seguintes frases

(28)

! !

27!

e “Neste momento, imagine que você está saindo (se encontrando) com alguém por um longo período, agora com alguma possibilidade, mas não certa, de namoro ou de casamento. Como seria esta pessoa?” para parceiros de longo prazo.

O participante era instruído de que quanto mais à direita ele marcasse, maior

importância ele atribuía à determinada característica em um parceiro romântico ideal, tal

como realizado para as avaliações anteriores (ver Autopercepção como parceiro romântico). Havia também uma reta de diferencial semântico de 10 centímetros de comprimento

para que o participante marcasse quão desejável ele(a) julgava que o(a) seu (sua) parceiro(a)

ideal seria para seus(suas) possíveis competidores(as), de nada desejável (0) a extremamente desejável (10).

Para esta parte do questionário, foi instruído aos participantes que imaginassem como

seriam as pessoas perfeitas para que eles passassem apenas alguns momentos e para que eles

se imaginassem em um relacionamento duradouro, lembrando-lhes que a pessoa poderia

tratar-se de uma pessoa fictícia ou não.

Avaliação de parceiro real.Caso o participante estivesse envolvido em algum tipo de

relacionamento romântico, seguindo a frase introdutória: “Como você avalia o(a) seu(sua) parceiro(a) romântico(a) de acordo com as seguintes características?”, ele é solicitado a atribuir pontos a seu(sua) parceiro(a), de acordo com uma escala likert de 0 a 9 pontos para

cada uma das nove características pesquisadas (ver Autopercepção como parceiro romântico). Havia também uma reta de diferencial semântico de 10 centímetros de comprimento,

para que o participante marcassem quão desejável ele(a) julgava ser o(a) seu(sua) parceiro(a)

(29)

! !

28! Etapas

Para o desenvolvimento da pesquisa como um todo, foram realizadas seis etapas:

1. Etapa de concessão de imagens;

2. Etapa de avaliação de imagens;

3. Etapa de elaboração dos cadernos experimentais;

4. Etapa controle;

5. Etapa experimental;

6. Etapa parceiro real.

Cada uma das etapas foi idealizada para propósitos específicos, com utilização de

material adequado à etapa e participação de diferentes voluntários, como pode ser visto na

Tabela 2. As etapas serão apresentadas em detalhes posteriormente.

Tabela 2

Esquematização dos materiais utilizados e dos participantes para cada etapa* Etapa de

concessão de imagens

Etapa júri Etapa controle

Etapa experimental

Etapa parceiro real

Participantes Modelos Júri Participantes controle Participantes experimentais Participantes parceiro real Materiais utilizados

- TCLE para uso de imagens - Fotografias cedidas pelos participantes

- TCLE para preenchimento de questionário do júri

- Questionário do júri

- TCLE para preenchimento de questionário controle - Questionário controle

- TCLE para preenchimento de questionário experimental - Caderno - Questionário experimental

- TCLE para preenchimento de questionário parceiro real - Questionário parceiro real

*A etapa de elaboração dos cadernos experimentais caracterizou-se apenas na organização de material para a etapa experimental, não estando prevista participação de voluntários.

1. Etapa de concessão de imagens. A concessão de imagens consistiu na coleta de

fotografias cedidas por participantes que desejaram contribuir para com a pesquisa. As fotos

foram coletadas com homens e mulheres dos 18 aos 35 anos de idade, nas cidade de Salvador,

Bahia, e São Paulo, São Paulo, Brasil. Esta primeira etapa consistiu na coleta de imagens para

(30)

! !

29!

1.1. Modelos. Para esta etapa, a pesquisa contou com apenas 80 (oitenta) participantes

efetivos, sendo destes 40 mulheres e 40 homens, com faixa etária dos 18 aos 35 anos. A

Figura 1 apresenta um esquema do número total de participantes, critérios de exclusão e

número de participantes efetivos.

Cada participante cedeu uma foto sua, por isso, estes serão denominados modelos

durante o curso da pesquisa.

Figura 1: Esquema das fotos de participantes da Etapa de concessão de imagens. 1

Exemplo: iluminação insuficiente e imagem embaçada. 2

Duas fotos foram excluídas para padronizar o número fotos de homens e de mulheres.

1.2. Procedimento. A pesquisadora, fora do estado do Rio Grande do Norte,

perguntou a pessoas que tinham de 18 a 35 anos, se elas eram de Natal e/ou conheciam

alguém que residisse na cidade. Tal critério foi adotado de forma a evitar que o

reconhecimento do modelo utilizado em etapas posteriores da pesquisa influenciasse os

participantes. Caso o indivíduo não fosse nem conhecesse algum residente, a pesquisa era

explicada, tal como sua finalidade e a pesquisadora perguntava se ele poderia ceder uma foto

sua para que pudesse ser utilizada para fins de pesquisa. Ao concordar em participar, o

modelo assinava um TCLE para uso de imagens e permanecia na posse de uma cópia.

A foto cedida foi tirada na hora, da cintura para cima, com o modelo olhando para a

máquina, sorrindo e de braços abaixados, colados ao corpo. 96 Fotos coletadas

14 exclusões por ajustes1

82

2 exclusões por balanceamento2

40

80

40

Homens Mulheres

(31)

! !

30!

As fotos cedidas foram editadas em programa apropriado (Adobe Photoshop CS5

Extended, versão 12.0 x 32) para que ficassem padronizadas quanto a tamanho e background. Para isso, o participante assinou um TCLE para uso de imagens autorizando o uso da sua

imagem e edição desta para fins de pesquisa. Após edição, a foto cedida, foi exposta a um

grupo de participantes (júri) que as avaliou quanto à desejabilidade.

2. Etapa de avaliação de imagens (Júri). Para a seleção das fotos que foram

utilizadas nos cadernos na etapa experimental, as mesmas, já editadas, passaram por um júri.

A função de cada membro do júri foi a de julgar as fotos dos modelos, a fim de selecionar as

fotos de maior e menor atratividade física para o caderno experimental.

2.1. Participantes do Júri. O júri contou com a participação de 32 mulheres (23 +

3,95 anos) e 30 homens (23 + 3,59 anos), somando 62 participantes efetivos. Contamos

apenas com os heterossexuais de 18 a 35 anos que preencheram completamente o

questionário do júri. Tal critério de inclusão foi utilizado para que pudéssemos padronizar os

participantes do júri com a amostra a ser testada posteriormente. A Figura 2 mostra um

esquema dos dados coletados do júri.

Figura 2: Esquema dos dados coletados da Etapa de avaliação de imagens.

2.2. Questionário do Júri.O questionário do júri (Anexo H) continha:

• Oitenta espaços de Avaliação de modelos; 76

14 questionários incompletos ou fora do critério de inclusão

30

62

32

Homens Mulheres

(32)

! !

31!

• Escala de autoestima de Rosenberg;

• Autopercepção como parceiro romântico; e

• Perguntas de caráter pessoal.

Abaixo de cada reta de Avaliação de modelos havia também uma pergunta sobre a cor de pele do modelo. Para a avaliação da cor da pele dos sujeitos-estímulos, os participantes

deveriam indicar uma entre as seguintes categorias: amarela, branca, indígena, parda ou preta.

As categorias de cor de pele utilizadas neste estudo seguiram o critério adotado pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2006).

2.3. Procedimento. Após a assinatura do TCLE para preenchimento do questionário do júri e do preenchimento do mesmo, as fotos dos modelos foram apresentadas em projetor multimídia, permanecendo a vista por um período de 5 segundos. Ao final das avaliações por

parte do júri, foram selecionadas as quatro imagens tidas como de maior e de menor

atratividade para composição dos cadernos experimentais. Para a seleção das fotos de menor e

maior atratividade, foram consideradas apenas as avaliações que homens heterossexuais

fizeram de mulheres e que mulheres heterossexuais fizeram de homens.

Foram utilizadas na composição dos cadernos apenas as fotos que obtiveram as

menores e as maiores médias de pessoas consideradas brancas e pardas, devido aos dados do

IBGE, que caracterizou a população natalense, em sua grande maioria, com estas cores de

pele.

3. Etapa de elaboração dos cadernos experimentais. Os cadernos experimentais

foram confeccionados para conter uma simulação de contexto social, na qual estariam

presentes sujeitos-estímulos que consistiam de um perfil fictício, criado para cada uma das

(33)

! !

32!

3.1. Cadernos experimentais. Os cadernos experimentais foram baseados no método

utilizado por Castro e colaboradores (2013). Cada caderno continha quatro perfis

acompanhados por fotos (uma foto por perfil) cedidas pelos modelos e previamente

selecionadas pelo júri, para indicar atratividade física de um modo mais concreto e simular

melhor uma situação real. Apenas as quatro fotografias de maior e menor atratividade foram

utilizadas. Juntamente às imagens, havia um perfil descritivo fictício dando indicações sobre

os três atributos pesquisados. A descrição quanto aos três atributos (atratividade física,

habilidade social e status social) diferia quanto ao nível, variando entre baixo e alto (2 x 2 x

2). Desta forma, existiam oito condições experimentais diferentes (Tabela 3), às quais os

participantes experimentais foram expostos. Cada caderno continha apenas uma condição

experimental, que foi distribuída de forma aleatória, exceto com respeito ao sexo, uma vez

que o participante experimental recebe o questionário com pessoas do mesmo sexo que o seu.

Tabela 3

Caracterização dos sujeitos-estímulo apresentados no caderno experimental aos participantes, de acordo com os perfis

Exemplo de perfil para a condição 3 (atratividade alta, habilidade social baixa e status

social alto) utilizado para descrever um sujeito-estímulo do sexo masculino: “G.R. é um advogado muito bem sucedido, defensor dos maiores empresários do país. É considerado

Condição Atratividade física

Habilidade

social Status social

1 Alto Alto Alto

2 Alto Alto Baixo

3 Alto Baixo Alto

4 Alto Baixo Baixo

5 Baixo Alto Alto

6 Baixo Alto Baixo

7 Baixo Baixo Alto

(34)

! !

33! padrão de beleza e já recebeu vários convites para ser modelo internacional. No entanto, muitas pessoas não o julgam uma pessoa amigável e outros até dizem que nada o agrada.”

4. Etapa controle. Esta etapa consistiu na aplicação de questionários controle para

universitários e estudantes de EFM que desejaram participar da pesquisa.

4.1. Sujeitos controle. Selecionando apenas os heterossexuais de 18 a 35 anos de

idade que preencheram o questionário correta e completamente, 60 universitários (29

mulheres – 23,93 + 4,03 anos; 31 homens – 21,94 + 3,19 anos) e 73 estudantes do EFM (37

mulheres – 23,97 + 6 anos; 36 homens– 20,64 + 4,63 anos) participaram da pesquisa,

somando 133 participantes efetivos. A Figura 3 mostra um esquema dos dados coletados do

grupo controle.

Figura 3: Esquema dos dados coletados da Etapa controle.

18 questionários incompletos

73

133

60

EFM Universitários

Participantes efetivos

207 Questionários

coletados

168

17 exclusões por opção sexual: não-heterossexuais

36

151

37

Homens Mulheres

39 exclusões por idade: mais de 35 ou menos de 18 anos

31 29

(35)

! !

34!

4.2. Questionário controle. O questionário controle (Anexo I) continha:

• Escala de autoestima de Rosenberg;

• Autopercepção como parceiro romântico;

• Idealização de parceiro romântico de curto e de longo prazo; e

• Perguntas de caráter pessoal.

4.3. Procedimento. Ao concordarem em participar da pesquisa, eles assinaram o

TCLE para preenchimento do questionário controle e responderam ao mesmo. Esta etapa foi

delineada para que estudantes brasileiros de EFM e universitários respondessem ao

questionário controle, sem terem sido expostos aos cadernos com condições experimentais.

5. Etapa experimental. Esta etapa consistiu na coleta de dados através de

questionários experimentais que foram entregues juntamente com os Cadernos experimentais. A coleta de dados foi realizada com universitários brasileiros e estudantes brasileiros de EFM.

5.1. Participantes experimentais. Nesta etapa, um total de 1262 questionários foram

coletados, entretanto, apenas 895 deles responderam o questionário completa e corretamente.

A pesquisa contou com 459 estudantes do EFM (192 homens – M = 21,26 anos, DP = 4,71 – e 267 mulheres – M = 22,32 anos, DP = 5,18) e 436 universitários brasileiros (200 homens –

M = 21,00 anos, DP = 3,23 – e 236 mulheres – M = 20,75 anos, DP = 2,97) (Figura 4).

Estes participantes foram expostos a diferentes contextos, sendo os contextos

simulados através dos Cadernos experimentais entregues a eles. Cada participante foi exposto a apenas uma condição.

Questionário experimental. O questionário experimental (Anexo J) continha:

(36)

! !

35!

• Cadernos experimentais;

• Quatro espaços para Avaliação de modelo;

• Autopercepção como parceiro romântico;

• Idealização de parceiro romântico de curto e de longo prazo; e

• Perguntas de caráter pessoal.

!

! Figura 4: Esquema dos dados coletados da Etapa experimental.

No espaço de Avaliação de modelo existente neste questionário a desejabilidade marcada na reta foi a geral, com base não somente nas fotos, mas também nos perfis

apresentados juntamente a elas.

202 questionários incompletos

459

895

436

EFM Universitários

Brasileiros

Participantes efetivos 1259

1150

53 exclusões por opção sexual: não-heterossexuais

192

1097

267

Homens Mulheres

109 exclusões por idade: mais de 35 ou menos de 18 anos

200 236

Homens Mulheres

1262 Questionários

(37)

! !

36!

Procedimento. Nesta etapa, a pesquisadora responsável explicou brevemente aos

participantes experimentais em que consistia a pesquisa e deu instruções de como fazer para

responder o questionário da referida etapa.

Ao aceitarem participar, os participantes assinaram um TCLE para preenchimento do questionário experimental, permaneceram com uma cópia deste e responderam ao questionário experimental.

Foi ressaltada a importância de seguir a ordem do questionário nesta etapa, não

respondendo nenhuma pergunta de trás antes das perguntas que vêm primeiro, de forma a

evitar que o contexto influencie a autoestima do indivíduo. Os participantes experimentais

que não seguiram a ordem indicada tiveram seu questionário anulado.

6. Etapa parceiro real. Esta etapa consistiu na aplicação de questionários parceiros

reais para universitários brasileiros e canadenses e estudantes brasileiros de EFM que

desejaram participar da pesquisa.

6.1. Participantes parceiro real. Nesta etapa, um total de 858 questionários foram

coletados. Entretanto, selecionando apenas os heterossexuais de 18 a 35 anos de idade e

envolvidos em um relacionamento romântico, apenas 412 deles tiveram suas respostas

analisadas para o artigo 5. A pesquisa contou com 127 estudantes do EFM (59 homens –

20,53 + 3,91 anos - e 68 mulheres – 23,25 + 5,65 anos) e 75 universitários brasileiros (43

homens – 23,38 + 3,52 anos – e 32 mulheres – 22,21 + 3,52 anos) e 210 universitários

canadenses (43 homens – 22,88 + 3.77 anos– e 167 mulheres – 20,81 + 2,69 anos). A Figura 5

(38)

! !

37! Figura 5: Esquema dos dados coletados da Etapa parceiro real.

4.2. Questionário parceiro real. O questionário parceiro real (Anexo K) continha:

• Escala de autoestima de Rosenberg;

• Avaliação de parceiro real;

• Autoavaliação como parceiro romântico;

• Idealização de parceiro romântico de curto e de longo prazo; e

(39)

! !

38!

4.3. Procedimento. A pesquisadora responsável explicou brevemente aos participantes

parceiro real em que consistia a pesquisa e deu instruções de como fazer para responder o

questionário parceiro real.

Ao aceitarem participar, os participantes brasileiros assinaram um TCLE para preenchimento do questionário parceiro real, permaneceram com uma cópia deste e responderam o questionário experimental. Participantes canadenses não assinaram e

obtiveram uma cópia do TCLE, devido à coleta de dados ter sido realizada via internet. No

entanto, só os participantes que concordaram com o TCLE puderam responder ao

(40)

! !

39!

Artigo 1:

Am I good enough for you?

Artigo publicado na Psychology (ISSN 2152-7180, Qualis B1) Idioma do periódico: inglês

Formatação do periódico: APA 6a edição

Title:

“Am I Good Enough for You?” Features Related to Self-Perception and Self-Esteem of

Brazilians from Different Socioeconomic Status

Running title:

“Am I good enough for you?”

Anthonieta Looman Mafra and Fívia de Araújo Lopes

Anthonieta Looman Mafra(Graduate Program in Psychobiology, Universidade Federal do

Rio Grande do Norte [UFRN], Brazil).

Fívia de Araújo Lopes (Graduate Program in Psychobiology, Department of Physiology,

(41)

! !

40! Resumo

Diversos estudos têm sido conduzidos para expandir nosso conhecimento sobre

relacionamentos românticos em humanos, principalmente procurando destacar os fatores de

maior influência. No entanto, muitos desses trabalhos foram baseados em amostras de

estudantes universitários, o que limita fazer conclusões sobre a população em geral,

especialmente nos países onde a taxa de desigualdade social é alta. O presente estudo tem

como objetivo abordar essa limitação e determinar se há realmente uma diferença

significativa entre autoestima e autopercepção como um parceiro romântico potencial entre

amostras de pessoas de dois diferentes níveis socioeconômicos (NSE), com base em dados

provenientes de 150 participantes (64 de NSE superior e 86 de menor NSE) no nordeste do

Brasil. Nossos resultados confirmam a existência de diferenças na autoestima e autopercepção

como um parceiro romântico entre pessoas de diferentes SES, ressaltando a necessidade de

uma maior exploração de grupos não-universitários no estudo de fatores que influenciam os

relacionamentos românticos.

Keywords: Autopercepção, Autoestima, Nível Socioeconômico, Nível Educacional, Preferência de parceiros românticos

(42)

Psychology, 2014, 5, 653-663

Published Online May 2014 in SciRes. http://www.scirp.org/journal/psych http://dx.doi.org/10.4236/psych.2014.57077

How to cite this paper: Mafra, A.L. and Lopes, F.A. (2014). “Am I Good Enough for You?” Features Related to Self-Percep- tion and Self-Esteem of Brazilians from Different Socioeconomic Status. Psychology, 5, 653-663.

http://dx.doi.org/10.4236/psych.2014.57077

“Am I Good Enough for You?” Features

Related to Self-Perception and Self-Esteem

of Brazilians from Different Socioeconomic

Status

Anthonieta L. Mafra1*, Fívia A. Lopes2

1

Graduate Program in Psychobiology, Universidade Federal do Rio Grande do Norte [UFRN], Natal, Brazil

2

Graduate Program in Psychobiology, Department of Physiology, UFRN, Natal, Brazil Email: *looman.anthonieta@gmail.com

Received 27 February 2014; revised 25 March 2014; accepted 21 April 2014 Copyright © 2014 by authors and Scientific Research Publishing Inc.

This work is licensed under the Creative Commons Attribution International License (CC BY). http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Abstract

Several studies have been conducted to expand our knowledge about human romantic relation-ships, mostly seeking to highlight the factors of greatest influence. However, much of these works were based on samples of university students, which affords certain limitations to drawing any conclusions about the general population, especially in countries where the rate of social inequa-lity is high. The current study aims to address this limitation and determine whether there actual-ly is a significant difference between self-esteem and self-perception as a potential romantic part- ner among samples of people from two different socioeconomic status (SES), based on data de-rived from 150 participants (64 of higher SES and 86 of lower SES) in northeastern Brazil. Our re-sults confirm the existence of differences in self-esteem and self-perception as a romantic partner among people from different SES, underscoring the need for further exploration of non-universi- ty groups in the study of factors that influence romantic relationships.

Keywords

Self-Perception, Self-Esteem, Socioeconomic Level, Educational Level, Mate Preference

1. Introduction

The criteria for selecting romantic partners have been related to the type of investment that men and women

Imagem

Figura 1: Esquema das fotos de participantes da Etapa de concessão de imagens.
Figura 2: Esquema dos dados coletados da Etapa de avaliação de imagens.
Figura 3: Esquema dos dados coletados da Etapa controle.
Table 2. Results for comparisons of studied features, for men and women, according to SES
+2

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