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Asformaçõessociaiscontemporâneastêmsecaracterizado pormutaçõesprofundasemsuasformasdesociabilidade. Pluralizaçãodasidentidades,individualismo,novasformas deconceberepraticarasolidariedadesocial,osurgimen-todenovosmovimentossociaiseculturaissãoosaspectos maissalienteseplenosdesentidoquesepodelocalizarnes-satransformaçãodelargoalcance.Asinstituiçõesformais republicanas sofrem por toda parte o impacto profundo dessas transformações, com o que se apresentam impas-ses,inovaçõesenecessidadesaserematendidas,sesequer queinstituiçõesformaisestataisecidadanianãovivamem mundoscrescentementeapartados.Afinal,boapartedas instituiçõesrepublicanassobreasquaissealicerçaademo-craciacontemporânea(fundamentalmenteliberal,porém sobretudo na Europa bastante influenciadas ainda pelo compromissosocial-democratadosegundopós-guerrado séculoXX)foramgeradastendoemvistaestruturassociaisINSTITUIÇÕESFORMAIS,CIDADANIAE
SOLIDARIEDADECOMPLEXA
1JoséMaurícioDomingues
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pronunciadamentedistintasdasatuais.Emquemedidao Brasilparticipadesseprocesso?Seofaz,crençaquearticula estetexto,emquemedidasuasinstituiçõesformaissemos-tramaptasaresponderaessedesafio?Emquemedida,por outrolado,problemasantigosdesseencaixeentresocie-dadeeestadoserepõemousãosuperados,sejanoplano darepresentação,emseusdiversosníveis,sejanoplanoda implementaçãodaspolíticaspúblicas?
Este texto terá como objetivo sugerir respostas a essasperguntas,emborasejaarigormaisprospectivoque uma abordagem empírica e normativa do problema. O quenãoquerdizerquenãosejaanaliticamenteorienta-doou,menosainda–aocontrário–,quenãopartadas transformaçõesconcretasparaexatamenteperseguirpos-síveissoluçõesdemocráticasparaasnovasquestõesassim engendradas.Paralograraqueleobjetivo,faz-seportanto necessárioinicialmentedelinearanaturezaeaquilatara extensãodaquelasmudanças.Asessãoaseguirocupar-se-ádessatarefa.Aseguintetratarádaarticulaçãoentreas instituiçõesformaiseacidadania.Umabreveconclusão inquirirásobreoutraspossibilidadesdedesenvolvimento institucional possíveis2. Não se trata de uma perspectiva
normativa,porémsimdeinquirirsobreimpasseselocali- zaralternativasquenestemomentopodemaindamostrar-sedemaneiraincipiente.Onúcleodoartigoapontaparaa possibilidadedaformaçãodeuma“solidariedadecomple-xa”noBrasilcontemporâneo.
Novassociabilidadeseaautonomiadossujeitos
OséculoXXassistiuaumaenormetransformaçãodasocie-dadebrasileira,naquiloquesepodeclassificarcomoum processode“modernizaçãoconservadora”.Inicialmentea grandepropriedadefundiáriamanteve-seintocada,masa
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que“dominam”,nosentidofortedotermo,asinstituições políticaseacidadaniaemgeral3.
Atransiçãoàdemocracia,apartirdoiniciodosanos 80,foiemparteofechamentodefinitivodaqueleciclode modernização conservadora – estando então garantida a liberdadedosindivíduosegruposeoacessodaquasetota- lidadedapopulação,agorainclusiveosanalfabetos,àque-lasinstituiçõespoliárquicas,tendolugartambémofimdo arranjocorporativovigenteatéentão.Podemosdizerque aconsecuçãodoprocessodemodernizaçãoconservadora levouaumdesencaixegeneralizadodossujeitos,umavez queforamlançadosnoplanonacionalsemmaisrestriçõesà suamovimentaçãooulaçosdesubordinaçãoeidentidades rígidaslocalizadasemumespaço-tempofechado.Acidada- nia,elemento-chavedaqueleuniversopoliárquico,seapre-sentou assim, para todos, não obstante restrições severas noplanocivil,porexemplo,comooreencaixeidentitário fundamental,individualecoletivamente.Como,aliás,sói acontecernamodernidadedeformageral.
Ao mesmo tempo, uma significativa mutação social começavaaseprocessar,nosplanosdaidentidadeedas práticassociais,internamenteassimcomosobainfluência defatoresexternos.Umaindividualizaçãocrescentedavida socialporumladoseprocessava,ligadaemparteaodeclí-niodasidentidadesdeclasse(calcadoemtransformações reaisdossujeitossociaisnoBrasil,mastambémnaperda deadesãoglobaldequeaidéiadeumaclasseoperáriauni-ficadafaziasentidoepodiaterademaisumpapelhistórico especial),àemergênciadasmulherescomosujeitosmais autônomos,aumacrescenteindependizaçãodosjovenseà reduçãorelativadapopulaçãorural(elamesmaemgrande medidajámuitodistintadaquelaqueconhecemosháalguns decênios).Poroutrolado,umanecessidadedereencaixes
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coletivosmenosabstratosqueaqueleoferecidopelacidada- niaseapresentou.Combinadoàliberdadedemovimenta-çãodossujeitoseàfaltadeumaidentidadeenglobantemais forte,essesreencaixesseafirmaramcomodecaráterplural. Essacomplexidadeocasionaumaperdadeeficáciarelativa dasinstituiçõestradicionaisdossistemaspoliárquicos,assim comodeoutrasexpressõesdamodernidadepolítica,como ocorporativismoeoneocorporativismo.
Cidadaniaesistemaformal
Desdeachamada“Revoluçãode30”atéofinaldaditadura militaremmeadosdosanos80,umdoselementosfunda- mentaisquearticulavamapopulaçãoaoestadoesuasins-tituiçõesformaiseramdadospelocorporativismo,embora paramuitosasinstituiçõesdapoliarquia,sobretudoatravés dosistemaeleitoraledojudiciário,tivessemumpapelem muitosmomentosdecisivoacumprir.Outrossimplesmente permaneciamexcluídosdesteuniverso,imersoemformas dedominaçãopessoalnocampo,queseestendiamàsperi- feriasgeográficasesociaisdoscentrosurbanos,ondecor-porativismoepoliarquiavigiamcompesosvariáveisentre essesdoismomentos.Apósestesistemahaverentradoem colapso,oquesoldacidadãoseestadohoje?
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aocuparnasociabilidadeenapolíticaumespaçoparaalém doqueseriademocraticamenterazoável?(Garapon,1996.) NorestantedaAméricaLatinaissoéaindamaisgritante, porexemplonaArgentina,comosurgimentodemovimen- tossociais–emparticularospiqueteiros–bastantesdistin- tosdotradicionalperonismosindical,comseucortetam-bémcorporativista;ounoMéxico,comaperdaemgrande medidadocontrole–tambémbaseadonocorporativismo –doPartidoRevolucionárioInstitucional(PRI)sobreos movimentossociais,aindaqueaíocorporativismosobrevi-vacommaisviço,dadoseuacordocomasforçaspolíticas emergentesoriginalmenteàdireitadoPRI,comooPartido AçãoNacional(PAN).Emambosessespaíses,umaresposta importanteàcriseedeclíniodocorporativismotemsido dadaporformasvariadasdeclientelismo,emboraoutras formasderelaçãoentreestadoesociedadevenhamsendo ensaiadasporalgunsmovimentossociais(verporexemplo Maneiro,2006).Detodomodo,essesensaiossedãoapar-tirdapluralizaçãodessascoletividadesedaarticulação,por agregaçãoemgrandemedida,desuasdemandasepropos-tas,antesquedesdeopontodevistadeumacoletividade principaljádada,comoemalgummomentooperouaclas-seoperáriatradicional,oupelomenosoqueaquelesque pretendiamrepresentá-laapresentavamcomoseusinteres-sesepropostas(verGaravito,BarreteChávez,2005).
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somente a agudização dos conflitos sociais. Se nãocom-pramosaidéiadequehojeosocialismopropriamentedito seriapossível(nãoobstante,amenosameuver,sernele queamodernidadeencontrariaarealizaçãodeseusprin-cipaisvalores)faz-senecessárioentãoapostaremumanova configuraçãodacidadania,dasocial-democracia,doslaços desolidariedadesocial,darepresentaçãodeinteressesdos diversosepluralizadossetoresemovimentossociais.Asins- tituiçõestradicionaisdapoliarquiadecertocontribuemnes-sadireção,comoofizeramaolongodahistóriamoderna. OBrasilemparticular,hoje,apresentainclusivealgunsele-mentosinteressantesdeaprofundamentodealgumasdessas instituiçõespoliárquicas–ampliaçãodaparticipaçãoeleito- ral,assimcomodedemandasepossibilidadesdefortaleci-mentoeabrangênciadosistemajudiciário(Nicolau,2004; Vianna,2002).Oproblemaéque,pordefinição,essassão instituiçõesondeocidadãocomparece,comexceçõesque emgeralnãopassampelaauto-representação(comoadefe-sadosdireitosdifusospeloMinistérioPúblico),enquanto indivíduo. Ou seja, interesses coletivos (em sentido não exclusivamentepecuniáriose/ouauto-referidos)eauto-sus-tentadosnãotêmespaçonessesistemaderepresentaçãode corte,apesardetudo,liberalclássico.
seusportadoressãotomadoscomoindivíduossemqualida-16
desespecíficas(Marx,1844;Domingues,2002,caps.3-4)4.
Ocorporativismodefatofoialémdissoejáreconhecia,e tratouderegular,coletividadessociais,declasseeprofissio- nais(Vianna,1976;Santos;1979).Nessesentido,foidoutri- nasemdúvidainovadoranoséculoXX,emumasocieda-decontudoaindanãotãocomplexaquantoaatual.Esta, emsuapluralizaçãodeidentidades,individuaisecoletivas, demandaqueseváalémdocorporativismo,porémtambém do republicanismo tradicional, em que a uma sociedade relativamentesimplescorrespondia,medianteaofimeao caboauniversalizaçãodosdireitos,umasolidariedadetam-bémrelativamentesimples,conquantoinclusiva.
Éaquiquedeveintervirumanovaperspectiva.Pois,a despeitodeseustraçosautoritários,ocorporativismoteve oméritodeavançarparaalémdeinteressesindividuaise buscarorganizaracidadaniadeformaaquesuasidenti-dades e interesses coletivos se expressassem de forma a gerarsolidariedadeeparticipaçãosustentada,quenãose resumeaperíodoseleitorais,nemseestiolanaperseguição demetasparticularistas,incluindotambémaparticipação empelomenosalgunsdosprocessosadministrativos,para alémdarepresentaçãoedadeliberação5.Alémdomais,ao
esgotamentodessearranjosesomamosimpassesdosparti-dospolíticoshoje,umaformatambémclássicadeorganizar projetoscoletivos,aqualseencontraigualmentedesgasta- da,dadaaprópriacomplexificaçãodavidasocial,quedifi-cultaaexpressãodessasidentidadeseinteressescoletivos
deformaorganizada,assimtornandoasagremiaçõespar-4.Valeagregaraistoapassividade implicadapelasabstraçõesreais,doqueoaspec-toinstituídodacidadaniacompartilha,conquantooopostosejaverdadeiroquanto aseuaspectoinstituinte,quesefundanaslutassociais.
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tidáriascrescentementeummeroaparelhoparaaçãodas burocracias e dos políticos profissionais. Isso ocorre no Brasilenosdemaispaíseslatino-americanos,reproduzindo fenômenomaisgeraldacivilizaçãomodernacontemporâ-nea(CavarozzieAbalMedina,2002;Santos,1988,cap.4). Qualoseudestinonãoétotalmenteclaroainda,masdificil-menteserãoinstrumentosfortesobastanteparaorganizara cidadania;poroutrolado,decertoserãoapenasparciaisna mediaçãoentresociedadeeestado.Istoposto,parece-meclaroqueéprecisoavançarem algumaoutradireção.Aevoluçãodamodernidade,elevan-doacomplexidadesocialetornandoasociedade–inclusive abrasileira–maisheterogêneaemaisopacaparaoestado, demandanovasrespostasdopontodevistapolíticoedas instituições.Novosdesenhosinstitucionaispodemedevem serpensadosdesdeessepontodevista.
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umcaminhopromissornessesentido,aoarticularestado emovimentossociaiseculturais(Vianna,2002;Coelhoe Nobre,2005).
O problema aqui é que, de modo geral, essas redes entre estado e sociedade abarcam setores relativamen-tereduzidosdapopulação.Issoéverdadeirosejanoque tangeasuaabrangênciahoje,poisessemecanismonãose generalizouaindacomotalvezfossemaisadequado;nem tampouco,emsi,eledárespostaatodasasquestões.Isso ocorreporque,exatamenteporfocareminteraçõesconcre-tasesubjetividadesparticulares,dandocontadeproblemas específicos,essasexperiênciasdearticulaçãoentreestado esociedadedificilmenteteriamacapacidadedecobrirum espectromaislargoemaisabstratodasociedade,dando contadequestõesmaisgerais6.Abordagensuniversalistas,
portanto,devemmanter-senoqueserefereàsinstituições formais.Osdesenhospoliárquicoserepublicanosclássicos –queameuverdevemobviamenteserpensadosincluin-donãoapenasosdireitoscivisepolíticos,mastambémos sociais–devemimpor-separalelamenteàproliferaçãodas redesdecoordenaçãoentreestadoesociedade.Aincorpo-raçãodapopulaçãoàinstitucionalidadeformaldeveassim passarporessasduasdimensões.Combinadaselaspodem contribuirparageraroquesepoderiachamardeuma soli-dariedadecomplexa.
Reencaixesmaisconcretosereencaixesmaisabstratos, formasdecoordenaçãomaisparticulareseformasdecoor-denaçãomaisgeraissearticulariamdemodoaresponder, deumpontodevistainstitucional-formal,porémtambém incorporando,emseumaiorparticularismoeconcretude, instituiçõesdecaráterinformal,àcomplexidadeacrescida da vida social contemporânea, nela incluída a dinâmica
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socialdoBrasildoséculoXXI.Aexpressãodeinteresses edemandas,realizadadeformaautônoma,nãoprecisaria perder-senomeroconflitocomosaparelhosdeestadoou na auto-satisfação de movimentos que terminam por cir-cunscrever-seaojogodesuaprópriaidentidade,quando nãoacabammeramentecooptados.Éaestadinâmicasocial emedianteessesmecanismosqueresponderiaacomple-xificaçãotambémdasolidariedadesocial.Nemoretorno aumestadosocial-democratatradicional,sonhodemuitos naesquerdadesiludidoscomomarxismorevolucionário, emboracontinuemautilizar-sedesualinguagem,nemas faláciasdoneoliberalismoesuacrençaaumpossívelretor-noaomercadocomosenhorabsolutodavidasocial,como auxílioapenasdeumestadomínimo,oquenãoseverifica sequernospaísesondelogrouhegemonia.Umredesenho criativodasinstituiçõesformaisbrasileiraséoquepareceser maisfavorávelàdemocraciaeaodesenvolvimentodopaís.Palavrasfinais
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Aestaalturaacrisefoijásuperadae,emmeioàinstabi- lidadeinerenteaestetipodeformaçãosocial,desdobram-seoselementosdeumaterceirafase,quechameialhures de“modernidadedearticulaçãomista”(Domingues,2002, cap.8).Nesta,oureconstruímososlaçossociaisdesolida-riedade,processoemquearemodelagemdasinstituições formaisédecisiva,ouafragmentação,airresponsabilidade eaviolênciatendemaimperar.Umaoutrasolução,aquém dareconstruçãodoslaçossolidários,éomodelonorte-ame- ricanodeviolentarepressãopolicialegeneralizadoencar-ceramentodaspopulaçõesquenãosevêematendidaspelo mercadocapitalista(comotrabalhadorese/ouconsumido- res),nocasodosEstadosUnidos,populaçõespredominan-tementenegras.Nãoseriapossível,naquelepaís,oestado, emconjuntocomasliderançasdosamplossetoresnegros dasociedade,democráticaecolaborativamente,logocom maislegitimidade,buscarprojetosqueevitassemaaplica-çãodaquelemodelo?Creioquesim,masentãosetratade opçõesdecunhoclaraediretamentepolítico.
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Assim,sequeremosavançosdemocráticoseparticipa- tivosemumarepúblicadecidadãoslivreseplurais,pare-ce-meimprescindívelconstruiralternativasnadireçãoque busquei acima sugerir. Desta forma, uma solidariedade socialcomplexa,inclusivaevoltadaparaaliberdade,talvez possafirmar-seeampliaroexercíciodacidadaniaparaalém dorepublicanismoedoliberalismoentrenós.
JoséMaurícioDomingues
éprofessordeSociologiadoIuperj
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INSTITUIÇÕESFORMAIS,CIDADANIAESOLIDARIEDADE COMPLEXA
JOSÉMAURÍCIODOMINGUES
Esteartigovisadiscutircertaslimitaçõesdorepublicanismo tradicionalpoliárquiconoBrasil,buscandosoluçõespara osimpassesdarepresentaçãoedaparticipaçãotalcomo sepõemhoje.Nãosetratadeumaperspectivanormativa, masdeinquirirsobreproblemaselocalizaralternativasque nestemomentopodemaindamostrar-sedemaneirainci-piente.Onúcleodoartigoapontaparaapossibilidadeda formaçãodeuma“solidariedadecomplexa”noBrasilcon-temporâneo.
Palavras-chave: InstituiçõesPoliárquicas;Republicanismo;Bra-sil;Modernidade;SolidariedadeComplexa.
FORMALINSTITUTIONS,CITIZENSHIP,ANDCOMPLEX SOLIDARITY
This article aims at some problems of the traditional poliarchic republicanisminBrazil,searchingsolutionsforitsdifficultieson the issues of representation and participation. Not meant as a normativeproposal,thearticlejustenquiriesalternativeswhich, atthismoment,cannotbemorethanprobings.Thecoreofthese enquiriespointsouttotheformationofa“complexsolidarity”in contemporaryBrazil.