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INTRODUÇÃO. A ânsia de comercializar

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Academic year: 2021

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A ânsia de comercializar

Para começar, pense em pequena escala. Pegue no mais mundano dos itens de consumo que tem em casa: um tubo de pasta de dentes. A viagem desta até à sua casa de banho envolve milhares de pessoas e centenas de proces‑ sos. O dióxido de titânio que opera o branqueamento dos dentes tem de ser minado, provavelmente na Austrália ou no Canadá, o carbonato de cálcio, que funciona como abrasivo, foi extraído do calcário, e a goma xantana, usada como agente aglutinante, advém da moagem de plantas. A minha pasta de dentes enumera 17 ingredientes, sem contar com os plásticos que compõem o tubo. Todos estes materiais têm de ser levados até à fábrica onde são transformados na pasta final e embalados em caixas de cartão com um logótipo desenhado por peritos para atrair a sua atenção nas prateleiras do supermercado. A seguir, o produto é enviado em camiões para centros de distribuição e, eventualmente, empilhado em prateleiras por empregados do comércio retalhista.

Depois, pense em larga escala. Viaje até a um porto de contentores, como o de Felixstowe, em Suffolk, na costa leste de Inglaterra. Quando ali fiz uma visita, um navio de contentores Maersk, com cerca de 400 metros de comprimento, ia partir do cais. O convés encontrava ‑se cheio de con‑ tentores de metal empilhados até uma altura de oito unidades – havia tantos contentores abaixo do convés como no próprio. Três gruas, com 80 metros de altura, permaneciam imóveis ao lado. O carregamento estava concluído. Dentro de algumas semanas, milhares de consumidores usa‑ riam coisas retiradas de um daqueles contentores.

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A economia mundial abrange diariamente esta mistura do grande e do pequeno. As quantias envolvidas são tão grandes – biliões de dólares –, que é fácil esquecer que os itens, em si mesmos, são os que usamos todos os dias: a comida que ingerimos, as roupas que vestimos, os aparelhos que utilizamos. Nenhum homem é uma ilha económica.

Cerca de 90 por cento do comércio mundial é transportado por navio. Em Felixstowe, caixotes metálicos estão empilhados pelo cais fora até onde a vista alcança. Ao longo de um dia de trabalho, chegam 20 000 camiões para depositar mercadorias destinadas à exportação e depois seguem caminho, outra vez, com materiais importados.

O porto tem três terminais ferroviários, que transportam cerca de metade da carga. No final de uma dessas linhas, observo uma proeza de magia da engenharia, uma plataforma móvel de manobra (a única no país) faz des‑ lizar para o lado a automotora. Isto permite ao comboio inverter a direção da marcha e recolher nova carga no fim de uma linha diferente. Estes pequenos triunfos do engenho são necessários para trazer os bens até sua casa e têm profundas raízes históricas.

Há portos enormes, como o de Felixstowe, espalhados por todo o pla‑ neta. O porto de águas profundas de Singapura é uma das razões pelas quais Sir Stamford Raffles o escolheu como base para o comércio britânico em 1819; outro motivo é a sua localização estratégica, na ponta sudeste do estreito de Malaca, entre a Península da Malásia e Samatra. Qualquer barco que quisesse navegar do oceano Índico para o mar do Sul da China tinha de atravessar este estreito. Hoje, é o segundo porto mais movimentado do mundo, e Singapura é uma das nações mais prósperas do planeta, graças à sua posição no coração do comércio e das finanças asiáticos.

Os contentores são tão uniformes na aparência que é difícil adivinhar o que está no seu interior. Mas em Singapura foi possível obter um lampejo do que os navios transportavam. Alinhados no cais, viam ‑se Toyotas e Hondas fabricados na Ásia (e a caminho da Europa), Mercedes e BMW feitos na Europa (e a caminho da China) e carrinhas Mitsubishi a caminho do Médio Oriente. Os navios maiores podem levar até 8000 carros cada um, e 1,1 milhões de veículos transitam anualmente por aquele porto.

O comércio que todos os dias passa por Felixstowe, Singapura e dezenas de outros portos mantém a economia global a vibrar. Faz parte de uma rede extraordinariamente complexa. Não são só bens acabados que são

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importados e exportados, mas peças, componentes e matérias ‑primas. Um iPhone inclui ecrãs feitos no Japão e na África do Sul e sensores fabricados em Taiwan, bem como outros componentes feitos na Alemanha, França, Itália e Holanda. Nestas peças são usadas matérias ‑primas que vêm de África ou da América do Sul, e todo o conjunto é montado na China. No entanto, o iPhone é generalizadamente considerado um produto genuíno dos EUA.1

Os seres humanos fazem trocas comerciais há milhares de anos. É um negócio diferente do de partilhar bens, que, afinal, também é comum entre os animais selvagens – um bando de leões partilha uma presa. É igual‑ mente diferente da simbiose – o peixe ‑piloto come os parasitas do tubarão e, em contrapartida, deixa de ser comido pelo tubarão.

O comércio exige o reconhecimento consciente de uma troca mutua‑ mente benéfica. Você tem uma coisa que quero – eu tenho algo que você quer. Talvez a minha macieira dê mais frutos do que aqueles que consigo comer antes de começarem a apodrecer e as suas galinhas ponham mais ovos do que os que é capaz de aguentar ao pequeno ‑almoço. Faz sentido trocar. Este tipo de acordo parece exclusivamente humano. Como o grande economista Adam Smith observou: «Nunca alguém viu um cão a fazer uma troca justa e deliberada de um osso por outro com outro cão.» (No entanto, os chimpanzés trocam a limpeza e o tratamento do corpo por comida e, numa dada experiência, foram oferecidos a macacos ‑pregos dis‑ cos prateados como forma de divisa, que usaram para comprar sexo.)2

A nível global, as trocas comerciais ocorrem porque os recursos estão distribuídos de forma desigual. Algumas zonas são ricas em minerais; outras têm as condições soalheiras necessárias para darem frutos ou algo‑ dão; e outras ainda estão dotadas de vastas planícies onde se pode cultivar trigo. Com o decurso do tempo, algumas culturas beneficiaram da perícia que tinham na produção de cerâmica, têxteis ou bens manufaturados. Elas produzem aquilo em que são boas e depois trocam o excedente com outros sítios que são bons a fabricar ou a cultivar outra coisa qualquer.

As primeiras trocas comerciais podem ter começado como mútuas ofe‑ rendas. À semelhança do que acontece na sociedade moderna, quando celebramos os aniversários ou levamos vinho quando somos convidados para jantar. Com o tempo, a troca de oferendas ter ‑se ‑á tornado mais sis‑ temática. Ambas as partes ter ‑se ‑iam apercebido de que ficavam a ganhar

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com o processo. No caso da permuta de maçãs/ovos, cada uma obtém uma dieta mais variada. Isto levou à especialização. Para alguns bens, este processo acontece muito depressa. Cada vila medieval tinha um ferreiro e um sapateiro.

O mesmo processo conduz ao aparecimento dos mercados. Estes já existem desde a época dos fenícios, no segundo milénio a. c. e., e descobriu‑ ‑se que estiveram presentes por todo o mundo, especialmente em peque‑ nas cidades. Grande parte do comércio advém dos camponeses, que trazem produtos ou gado excedentários para vender. Para os produtores especializados – os que vendem vinho, por exemplo –, os mercados serão um meio crucial para escoarem os produtos. E havendo um mercado, os compradores comparam os preços. O produtor com os preços mais baixos ganha. Com o tempo, isto obriga os comerciantes a tornarem ‑se mais «efi‑ cientes» – produzindo mais bens com custos mais baixos. Compradores e vendedores têm de chegar a acordo não apenas quanto ao preço de um bem, mas também em relação à qualidade, ao local e ao momento da troca, bem como à natureza e altura do pagamento. Inovações como os merca‑ dos, bolsas de comércio e instrumentos financeiros tornam este processo mais fácil.

As transações a grande distância também existem há milhares de anos. Os visigodos referem ‑se nas suas leis aos negociatores transmarini – comer‑ ciantes ultramarinos. Ao longo de grande parte da história, o comércio de longa distância era muito caro e arriscado. Por isso, as trocas mais distantes só cobriam uma pequena parte da economia, sobretudo os artigos de luxo, como as joias, as especiarias e a seda. A maioria do que se consumia era produzido localmente.

À medida que se construíram navios maiores e a navegação se tornou mais fiável, passou a ser possível transportar itens mais volumosos, como madeira, cereais ou escravos. Nos dois últimos séculos, o comércio foi transformado pelos caminhos de ferro, a navegação a vapor e o motor de combustão interna. Assim, este livro é, em parte, a história de como o comércio se tornou mais vasto e profundo ao longo de milhares de anos, a ponto de as transações transfronteiriças abrangerem hoje em dia mais de metade do que o mundo produz por ano.3 A economia global foi formada

pela complexa interação da concorrência, da intervenção governativa, das preferências dos consumidores e pela distribuição dos recursos naturais.

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Altere ‑se uma vertente e não temos a certeza de como responderá o sis‑ tema – algo de que os eleitores deviam lembrar ‑se de cada vez que os políticos propõem simples soluções económicas.

O Estado

O mercador que viajava por terra podia ser assaltado ou ver os seus pro‑ dutos confiscados por soberanos quando passava pelos seus territórios. Se viajasse por mar, havia o risco de tempestades ou do ataque de piratas. Os povos antigos compreendiam estes riscos e praticavam a diversificação. No livro de Eclesiastes, do Antigo Testamento, aconselha ‑se: «Envia os teus cereais pelos mares e, com o tempo, os proventos reverterão para ti. Mas divide os teus investimentos entre muitos sítios, pois tu não sabes quais os riscos que te esperam.»4

Mesmo na sua terra, os comerciantes podiam descobrir que o governo local tomara posse da sua propriedade. Isto aconteceu frequentemente ao longo da história e ainda hoje ocorre. Mas este é um jogo de soma zero. Se as colheitas forem apreendidas todos os anos pelo bandido (ou senhor) local, você não vai dar ‑se ao trabalho de as cultivar no ano seguinte. Não se verificará um crescimento económico a longo prazo. Como Thomas Hobbes, o lúgubre filósofo do século xvii, escreveu: «Nestas condições, não há lugar para a indústria – porque os frutos da mesma são incertos.»5

A criação de Estados modernos, que protegem os direitos da proprie‑ dade privada e a pacífica resolução de litígios, foi necessária para que arrancasse o crescimento económico. Um Estado moderno tem tribunais que asseguram que o cumprimento dos contratos pode ser imposto; que os bens têm de ser entregues quando são pagos e feitos os pagamentos quando os produtos são entregues; e que os salários são recebidos quando o trabalho é desempenhado. As empresas precisam de estradas públicas para o transporte dos bens, escolas para educar os trabalhadores, hospitais para os tratar quando estão doentes, e assim sucessivamente.

É com demasiada frequência que o moderno debate político desce para uma discussão estéril em linha com argumentos como «o capitalismo é mau» e «a interferência do Governo está errada». Na verdade, Estados

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bem ‑sucedidos sempre usufruíram da existência de um pujante setor pri‑ vado e o setor privado sempre beneficiou com as infraestruturas oferecidas pelo Estado. A discussão está em determinar onde traçar a fronteira – como dividir as responsabilidades entre os setores público e privado e que pro‑ porção do rendimento global deve ser reclamada pelo Governo.

A linha divisória deslocou ‑se mais na direção do Governo durante o século xx, mas o movimento não foi unidirecional. Houve recuos na Rússia e na China e até em Estados sociais ‑democratas, como a Suécia. A Primeira e a Segunda Guerra Mundiais demonstraram que os Estados precisam de planeamento económico em momentos de crise. Mas é pouco sensato con‑ fiar numa mão ‑cheia de planeadores para prever o futuro. Mesmo um industrial de relevo pode ser apanhado desprevenido. Thomas Watson, presidente da IBM durante mais de 40 anos, pensava que, no mundo, só haveria mercado para cinco computadores.6

Este livro constitui, assim, também a história de como os governos influenciaram as economias, para o bem ou para o mal, ao longo dos sécu‑ los. Muitos soberanos autocratas aperceberam ‑se de que os prósperos comerciantes eram uma boa fonte de receitas fiscais e, por isso, encoraja‑ ram as transações aquém e além ‑fronteiras. No decurso dos últimos dois séculos, os governos assumiram uma esfera de ação mais alargada, dispo‑ nibilizando assistência social para os idosos, os doentes e os desemprega‑ dos e tentando gerir a economia de modo a limitar tanto a inflação como o desemprego. Esta mudança tem significado boas notícias para a popu‑ lação em geral.

Finanças

Tal como os nossos antepassados faziam transações comerciais, também pediam e emprestavam dinheiro. Outra forma de comércio. Você tem dinheiro a mais; eu preciso de dinheiro para comprar uma vaca ou para financiar uma viagem comercial. Se o meu investimento der lucro, e eu lhe pagar juros, ambos ganhamos.

As finanças desempenham um papel muito importante na economia. Elas permitem ‑nos gerir as despesas permanentes. Quando começamos a trabalhar, temos pouco capital e precisamos de pedir dinheiro para

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comprar uma casa ou bens de consumo, como carros. Quando chegamos à meia ‑idade e ganhamos um salário mais elevado, as dívidas são saldadas e acumulamos dinheiro para a reforma. Quando somos velhos, vivemos do rendimento das poupanças. Em termos agregados, os mais velhos emprestam dinheiro aos jovens.

Normalmente os negócios precisam de dinheiro emprestado para expandir operações. Os empréstimos são necessários para financiar as fun‑ ções do Governo (os países raramente arrecadam tanto dinheiro em impos‑ tos como aquele de que necessitam para gastar nos serviços prestados).

O setor financeiro funciona como intermediário nestas transações. Ges‑ tores de fundos e regimes de pensões pegam nas nossas poupanças e investem ‑nas em dívidas que rendem juros e em ações de empresas. As seguradoras investem o dinheiro dos prémios de seguros – o rendi‑ mento extra mantém o custo do seguro a níveis mais baixos. As instituições de caridade investem o dinheiro das doações – os lucros adicionais podem ser aplicados em causas de beneficência.

À medida que as economias crescem, os setores financeiros tendem a tornar ‑se mais sofisticados. Mesmo com todas as falhas do moderno setor financeiro (e há muitas), vale a pena refletir sobre as economias em que as finanças estão subdesenvolvidas – onde os cidadãos não conseguem aceder ‑lhes para comprarem casa própria ou iniciarem um pequeno negó‑ cio. Ter melhores finanças pode ajudar. No Quénia, por exemplo, a ascen‑ são do M ‑Pesa, um sistema financeiro que funciona por intermédio dos telemóveis, melhorou a vida de milhões de pessoas, tornando mais fácil o funcionamento de pequenos negócios.

Parece fazer parte da natureza dos setores financeiros que estejam sujei‑ tos a fases de boom e de colapso. As pessoas precisam de se sentir confiantes para emprestarem dinheiro e, quando ficam nervosas, a resultante contra‑ ção do crédito pode provocar o caos económico. No período que antecedeu a crise de 2008, o setor financeiro deu claramente um passo maior do que a perna vestida de calças Gucci, desestabilizando as economias ocidentais. As finanças são um criado muito útil, mas um péssimo patrão.

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O verdadeiro significado do progresso

Existe uma escola de pensamento que rebaixa o crescimento económico e a obsessão com as estatísticas do PIB. Evidentemente que há mais na vida do que bens e serviços. Mas para compreender como o ser humano moderno beneficiou do crescimento económico, recue 600 anos e pense no início do século xv.

Se tivesse nascido na Europa em 1420, a sua luta inicial consistiria em sobreviver durante o primeiro ano, ou par de anos, da sua vida: a morta‑ lidade infantil era de cerca de 30 por cento. O típico camponês europeu na Idade Média teria pouco em termos de mobília, a não ser um ou outro banco para se sentar (nada de cadeirões estofados) e uma esteira de palha para dormir (provavelmente infestada de pulgas e piolhos); não teria pri‑ vacidade (dormiam todos juntos, perto da lareira, a única fonte de calor da casa); poucos talheres (algumas facas, mas nada de garfos ou colheres); e pouca luz à noite (as velas eram demasiado caras).

As  opções alimentares eram extremamente limitadas e não havia refrigeração para evitar que apodrecessem. Na China pré ‑moderna, o milhete, o trigo, o arroz e o milho forneciam mais de quatro quintos da energia consumida. Os europeus sobreviviam com pão grosseiro e vege‑ tais cozinhados em guisados e sopas.7 Carne e peixe eram iguarias oca‑

sionais. A  deficiente nutrição significava que as pessoas eram mais baixas do que são hoje. Não havia água canalizada, nem casas de banho ligadas a esgotos. A água tinha de ser carregada para dentro de casa, normalmente pelas mulheres, a partir do poço da vila ou do rio. Em termos de entretenimento, não havia livros impressos. De qualquer modo, poucos sabiam ler, e muitos tinham problemas de visão, dada a generalizada inexistência de óculos. Como é óbvio, não havia rádio nem televisão. As pessoas raramente se lavavam e quase não tinham opções de roupa.

A medicina e os cuidados dentários eram primitivos, por isso, mal dos que ficavam doentes. As mulheres tinham vários filhos para assegurarem que um ou dois chegavam à idade adulta, mas cada gravidez era uma aposta de alto risco. Mais de uma em cada três mulheres morriam durante a idade reprodutiva.8 A esperança média de vida estava abaixo dos 30. Se

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o proteger, e se a madeira, ou a palha, da casa pegasse fogo, não contava com brigadas de bombeiros para o salvarem.

Se fosse do sexo masculino, a vida laboral seria em grande parte passada a trabalhar sozinho no seu pedaço de terra ou nas terras dos concidadãos socialmente seus superiores. Se fosse do sexo feminino, poderia arranjar emprego como criada até ter idade de se casar. No casamento, além da lida da casa, era esperado que contribuísse para o cultivo das colheitas ou para a criação do gado, ou talvez ganhasse algum dinheiro costurando ou fiando [spinning] (daí o uso do termo inglês spinster [solteirona] para as mulheres solteiras). As crianças iam trabalhar desde muito pequenas. A maior parte das pessoas passava a vida num raio de apenas alguns quilómetros do sítio onde nascera – as estradas eram rudimentares e não havia caminhos de ferro ou aviões.

Existiam compensações, como é óbvio. O trabalho era menos intenso. Tinham imensos dias livres, embora esses fossem «dias santos», em vez de férias – só nos últimos 100 anos, ou assim, é que a maioria das pessoas, mesmo nos países ricos, passou a ter meios para partir para o sol e ficar em hotéis. Provavelmente, registava ‑se um maior sentido de comunidade do que nas sociedades modernas.

As provas continuam a pender fortemente a favor da vida moderna. São mais as crianças que sobrevivem até à idade adulta, e elas crescem, tornando ‑se mais altas, mais instruídas e com mais opções sobre como viver do que nos tempos medievais. E têm maior probabilidade de morrer pacificamente, de velhice (ver gráfico). Estes avanços não teriam sido pos‑ síveis sem crescimento económico.

Como relata Steven Pinker,9 nos idos anos de 1800, país nenhum tinha

uma esperança média de vida acima dos 40 anos. Agora, a média mundial ronda os 70 – um africano que nasça hoje pode esperar viver tanto tempo como um europeu nascido na década de 1930. Em 2016, 4,2 bebés morriam durante o primeiro ano de vida.10 É um número terrível, mas caiu consis‑

tentemente nos últimos anos. Na década de 1950, o número de mortes infantis era de 14,4 milhões, numa altura em que a população global tinha menos de metade da dimensão atual. Em 1950, nasceram perto de 97 milhões de crianças, mas em 2016 atingiram os 141 milhões, por isso a taxa de mortalidade infantil caiu de 15 para 3 por cento.

Referências

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