UNIVERSIDADE DE sAo PAULO
INSTITUTO DE FislCA E QUiMICA sAo CARLOS
DETERMINAQAo .DA ESTRUTURA DE AL-GUNS COMPLEXOS DE ESTANHO E PLATINA
WALTER FILGUEIRA DE AZEVEDO JUNIOR
Dissertac;io apresentada no InstitUto de Fisica e Quimica de Sao Carlos, USP, para a obtenc;ao do titulo de MESTRE EM CIENCIAS (FiSICA APLICADA).
~:S\ ~
UNIV~RSIDADE.
DE SAO PAULO
Fone (0162) 72·6222 Fax (0162) 72·2218
Av. Dr. Carlos Botamo. 1465 Caixa Postal 369
CEP 13560.970 . Sao Carlos· SP Brasil
-A
profa. Ora. Yvonne Primerano Mascarenhas, pela orientac;ao, ensinamentos e apoio.-Aos Professores Dr. Eduardo Ernesto Castellano, Dr. Glaucius Oliva Dr. Julio Zukerman-Schpector, Ora. Ignez Caracelli, Dr. Richard Charles Garratt e Dr. Eduardo Horjales Reboredo pelos valiosos ensinamentos cristalograficos.
-Ao Gerimario Sousa de Freitas e ao Prof. Dr. Carlos Alberto Filgueiras pelo fornecimento dos cristais.
-Aos amigos Fernando Cachucho da Silva e Esmerindo de Sousa Bernades, pela amizade e companherismo que compartilhamos durante todos estes anos aqui em Sao Carlos.
-Aos colegas bolsistas do grupo de cristalografia: Maria Teresa da Silva Giotto, Valma Martins Barbosa, Dulce Helena Ferreira, Maria Cristina
Comuniam Ferraz, Norma Bianca Sais Cretelli, Maria Cristina Nonato, Marcos Roberto de Mattos Fontes, LUIS Fernando Delboni, Jose Geraldo Nery, Andre Mauricio Brinatti, Paulo Sergio Lopes de Oliveira, Claudio Barberato,
Ezequiel Horacio Panepucci, Jorge lulek e Jose Dalton Cruz Pessoa, pelo apoio, estlmulo e amizade.
-Aos tecnicos Sr. Carlos A. Trombella, Wanda Dragheta Perussi de Jesus, Geraldo Catarino, Jose Augusto Lopes da Rocha, pela colaboraC;aona parte pratica.
-Ao tecnico Valdir Melchior pela colabora~ao no uso do computador.
i iii
vi
vii viii xix 1 2 2 3 3 4 5 7 10 15 15 16 18 19LISTA DE FIGURA .
LISTA DE TABELAS .
RESUMO .
ABSTRACT .
CONTRIBUICOES DA PRESENTE DISSERTAcAo .
INTRODUCAo .
CAPITULO I - DIFRACAo DE RAIOS-X .
1 .1- Introdu~ao .
1. 2 - Espalhamento Thomson .
1.3- Espalhamento Compton .
1.4- Espalhamento por eletrons .
1.5- Fator de espalhamento atOmico . 1.6- Espalhamento de raios-X por urna molecula .. 1.7- Espalhamento de raios-X por urn cristal .
1.8- Espa90 reciproco .
1.9- Lei de Friedel .
1.10- Densidade eletronica .
1.11- 0 problema da fase .
CAPITULO II - COLETA DE DADOS '" .
2.1- Arranjo experimental para a coleta de dados 2.2- Obten9ao dos parAetros da cela unitaria e
orienta~ao do cristal.. 20
2.3- Medidas das intensidades .. 23
2.4- Redu~ao dos dados .. 24
2.5- Fator de temperatura 29
2.6- Determina9ao do grupo espacial .. 31
CAPITULO III - METODO DE PATTERSON... 33
3.1 - Introdu9ao 34
3.2 - Mapa de Patterson 34
CAPITULO IV - METODOS DlRETOS .. 40
'-4.1 - Introdu9ao 41
4 .2 - Desigualdades 41
4.3 - Fatores de estrutura normalizados 42
4.4 - Invariantes estruturais 43
4.5 - Probabilidades 43
4.6 - Calculo do fator de estrutura normalizado.. 46 4.7 - Determinante de Karle-Hauptman.. 47
4.8 - Metodo de multisolu~ao .. 48
CAPITULO V - REFINAMENTO 51
5 .1 - Introdu9ao 52
5.2 - Metodo de minimos quadrados 52
CAPITULO VI - DETERMINACAo DA ESTRUTURA CRISTALINA E MOLECULAR
DO BIS(FENILSULFONIL)ETANO... 57
6 .1 - Introdu9ao 58
6.2 - Parte experimental... 58
6.3 - Solu9ao e refinamento 60
6.4 - Descri~ao da estrutura e discussao . 63 CAPITULO VII - DETERMINACAO DA ESTRUTURA CRISTALINA E MOLECULAR
DE TRtS COMPLEXOS DE PLATINA 67
7 .1 - Introdu9ao 68
cis-dicloro[meso-1,2-bis(n-propilsulfinil) etano] platina (II) .
7.2.1 - Parte experimental .
7.2.2 - Solu9ao e refinamento .
7.2.3 - Descricao da estrutura e discussao . 7.3 - Determina9ao da estrutura cristalina e
mole-cular do trans-dicloro[(trietilfosfina)
(2-me£Ilsulfinil)piridina)]platina(II) 80~ 7:Cj": 1 - Parte experimental 80
7.3.2 - Solu9aO e refinamento . 82
7.3.3 - Descri9ao da estrutura e discussao. 86 7.4 - Determina9ao da estrutura cristalina e molecular
do trans-dicloro[(trietilfosfina)
(2-n-propilisulfinil)piridina) ]platina(II) .
7.4.1 - Parte experimental .
7.4.2 - SolU9aO e refinamento .
7.4.3 - Descri9ao da estrutura e discussao. CAPITULO VIII - DETERMINAcAo DA ESTRUTURA CRISTALINA
MOLECULAR DE DOIS COMPLEXOS DE ESTANHO ..
8 .1 - Introdu9ao .
8.2 - Algumas aplica~Oes dos organoestAnicos . 8.3 - Determina~ao da estrutura cristalina e
mo-lecular do
mer-tricloro[(2-metilsulfinil)benzotiazol)]metilestanho(IV) 102
8.3.1 - Parte experimental.... 102
8.3.2 - Solu~ao e refinamento 105
8.3.3 - Descri9ao da estrutura e discussao. 110 8.4 - Determina~ao da estrtura cristalina e molecular
do hidroxi cloreto de difenil estanho(IV)
+
meso-bis(fenilsulfinil)metano .
8.4.1 - Parte experimental .
8.4.2 - Solu~ao e refinamento .
8.4.3 - Descri~ao da estrutura e discussao .
CONSIDERAC6ES FINAlS .
Figura
1.-Figura
2.-Figura
3.-Figura
4.-Figura
5.-Figura
6.-Espalhamento
de raios-X por urneletron...
4
Vetor de espalhamento S.
4
Posi90es dos atomos na cela unitaria.
6
Diagrama de Argand mostrando a soma vetorial..
7
Diagrama de Argand ilustrando
0espalhamento
total pela molecula nurncristal....
9
Diagrama de Argand, ilustrando a situa9io onde
a
diferen9a
de
fase e
urn multiplo inteiro
de 27t... 9Esfera de Ewald... ...
12
Diferen9a de caminho 6tico....
13
Esquema do GoniOmetro
Kappa
do
difratOmetro
automatico C,AD-4...
20
Perfil do feixe difratado...
23
Caminho de urn feixe difratado no cristal...
27
Estrutura unidimensional...
36
Fun9ao de Patterson para dois atomos.
37
Vista da molecula CuHu (S02)2 desenhada
com
0ORTEP ...
65
Empacotamento molecular do CuHu (S02)2
desenha-do com
0DT~...
...
66
Figura 16.- Vista da molecula
PtC12.(PrSO)2C2H4
desenhada
com
0ORTEP...
77
Figura 17.- Empacotamento
molecular
do
PtC12.(PrSO)2C2H4
desenhado com
0DTMM...
79
Figura 18.- Vista
da molecula
Et
3PPtC12.PySOMe
desenhada
com
0ORTEP...
89
Figura 19.- Empacotamento
molecular
do
Et
3PPtC12.PySOMe
desenhado com
0DT~..
90
Figura 20.- Vista da
molecula
Et
3PPtC12.PySOPr
desenhada
com
0ORTEP...
99
Figura 21.- Empacotamento
molecular
do
Et
3PPtC12.PySOPr
desenhado com
0DTMM
100
15.-Figura 23.- Empacotamento molecular do MeSnCl3• (BtSOMe)2
desenhado com 0 DTMM 114
Figura 24.- Vista das moleculas SnClOHPh2 + Ph2(SO)2CH2
desenhadas com 0 ORTEP 124
Figura 25.- Empacotamento molecular do SnClOHPh2 +
Ph2(SO)2CH2 desenhado com 0 DTMM... .... 127 Figura 26. - F6rmula molecular do C14H14 (S02)2. ... 128
Figura 27.- F6rmula molecular do PtCl2. (PrSO)2C2HC... 128 Figura 28.- F6rmula molecular do Et3PPtCl2.PySOMe. 129
Figura 29.- F6rmula molecular do Et3PPtCl2.PySOPr.. 129
Figura 30.- F6rmula molecular do MeSnCl3• (BtSOMe)2. 130
Tabe1a I
Tabe1a II
Tabe1a III
Tabela VII
Tabela VIII
Tabe1a IX
Tabe1a X
Tabela XI
Tabe1a XII
Tabela XIII
Tabela XIV
Tabela XVII
Tabela XVIII
Tabela XIX
- Va10res te6ricos re1acionados aos
lEI
.
- Dados crista1ograficos do CuHu (S02)2
.
- Massa espeeifiea ca1cu1ada para
diferen-tes numeros de mo1eeu1as
.
- Coordenadas atOmieas
fraeionarias
e
os
fatores de temperatura do CuHu (S02)2... 61
- Coordenadas atOmieas
fracionarias
dos
hidrog~nios
.
Par&metros de vibra9ao termica anisotr6
-pieos de todos os atomos excetos os
hi-drog~nios
.
- DistAncias interatOmieas
(A) .- Angulos interatOmicos
(0) •••••••••••••••- Dados
erista1ografieos
do
PtCl2.(PrSO)2C2H. .
.
Massa especifica ea1eu1ada para diferen
-tes nUmeros de moleeulas
.
- Pieos do mapa de Patterson
.
- Opera90es de simetria do grupo P2
12
12
1 •••- Vetores diferen9a
.
- Coordenadas atOmieas
fraeionarias
e
os
PtCl2. (PrSO)2C2H.
73
- Coordenadas atOmieas fraeionarias
dos hidrog~nios
74
Par&metros de vibra9ao termiea anisotr6
-pieos de todos os atomos exeetos os
hidrog~nios ...
75
- DistAncias interatOmieas
(A)...
76
- Angulos interatOmieos
(0)..76
- Desvios em Ados
atomos Pt,S,Cl, do plano
obtido por minimos-quadrados..
78
Et3PPtC12 •PySoMe .
- Massa especifica calculada para
diferen-tes nUmeros de moleculas .
- Picos do Mapa de Patterson .
- Opera90es de simetria do grupo P21/c .
- Vetores diferenc;:a .
- Coordenadas atOmicas fracionarias e os fatores de temperatura isotr6picos . - ParAmetros de vibra9ao termica . - DistAncias interatOmicas (A) . - Angulos interatOmicos (0) ••••••••••••••••
.- Dados cristalograficos do
Et3PPtC12 •PySOPr .
- Massa especifica calculada para diferen
-tes nUmeros de moleculas .
- Coordenadas atOmicas fracionarias e os fatores de vibra9ao termica . - ParAmetros de vibra9ao termica
anisotro-picos de todos os atomos, exceto os hi
-drog~nios .
- DistAncias interatOmicas (A) .
- Angulos interatOmicos(O) .
- Dados cristalograficos do
MeSnC13• (BtSOMe)2 ••••••••••••••••••••••••
- Massa especifica calculada para diferen
-tes n6meros de moleculas .
Tabela XXXVII - Picos do mapa de Patterson . Tabela XXXVIII.- Opera90es de simetria do grupo C2/c .
Tabela XXXIX - Vetores de diferen9a .
Tabela XLIII
Tabela XLIV
Tabela XLV
Tabela LI
Tabela LII
Tabela LIII
Tabela LIV
- Distancias interatOmicas .
- Angulos interatOmicos ( 0 ) • • • • • • • • • • • • • • • •
- Dados cristalograficos do SnClOHPh2 + P h2 ( S O ) 2 C H 2 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
- Massa especifica calculada para diferen
-tes n6meros de moleculas .
- Coordenadas atOmicas fracionarias e os
fatores de temperatura isotr6picos .
- Coordenadas atOmicas fracionarias dos
atomos de hidrog~nio .
- ParAmetros de vibra~ao termica anisotr6
-picos de todos os atomos, exceto os
hi-drog~nios ... 121 - ParAmetros de vibra~io termica anisotr6
-picos de todos os atomos exceto os
hi-- Compara~io das distAncias Sn-Sn', Sn-Cl,
Sn - O H . • . . • • . • • • . • • • • • • • . • . • • • . • . • . • . • • . . - Compara~ao dos angulos em ( 0 ) • • • • • • • • • • •
- Distancias interatOmicas(A) .
- Angulos interatOmicos(O) .
- Distancias interatOmicas intermolecular,
menores que a soma dos raios de van der
Waal s (A) .
110
112
113
122
123
125
RESUMO
Foram determinadas as estruturas de tr's complexos de Platina, dois complexos de estanho e urn liqante orqlnico. As intensidades das reflexoes foram medidas com urn difratOmetro CAD-4. As estruturas foram resolvidas por metodos diretos ou pela fun~ao de Patterson e refinadas por minimos quadrados.
Bis (fenilsulfonil) etano, C14H14 (S02)2f foi obtido durante as
tentativas de sintetizar liqantes para serem usados na complexa~ao com diversos orqano-estlnicos, 0 cristal pertence ao sistema monoclinico, P21/n, a = 8,495(3), b = 10,159(1), c = 9,072(1)A, ~
= 1 1 6 , 2 3 ( 2 ) ° , V = 702,3(3)A3, Z = 2, dcaJ.e=1,467g.cm-3•
Cis-dicloro[meso-1,2-bis(n-propilsulfinil)etano]platina(II),
PtCl2. (PrSO)2C2H., 0 cristal pertence ao sistema ortorrOmbico, P21212lf a = 7,360 (2), b = 9,793 (2), c = 19,369 (2)A, V = 1396,1 (4)A
3 ,
Z = 4, deue=2, 25g. cm-3 •
T ran S - d i c lor 0 [ ( t r i e t i 1 f 0 s fin a)
(2-metilsulfinil)piridina) ]platina(II), Et3PPtCl2.PySOMe, 0 cristal
pertence ao sistema monoclinico, P21/c, a = 8,067(3), b =
8,5184(9), c = 25,592(3)A, ~ = 92,000(9)°, V = 1757,6(7)A3
, Z = 4,
deale=1,98g. cm-3 •
Trans-dicloro [(trietilfosfina)
(2-n-propilsulfinil)piridina)]platina(II), Et3PPtCl2.PySOPr, 0 cristal
pertence ao sistema triclinico, P-1, a = 8,254(3), b = 8,377(4), c = 14,531(4)A, a. = 87,14(3), ~ = 82,83(3), Y = 84,10(3)°, V = 991,0(7)A3
, Z = 2 e deale
=
1,78g.cm-3•Mer-tricloro[(2-metilsulfinil)benzotiazol)]metilestanho(IV),
MeSnCl3• (BtSOMe)2' 0 cristal pertence ao sistema monoclinico, C2/c,
a = 20,083(2), b = 17,406(1), c = 14,415(2)A, ~ = 108,06(3)°, V = 4790,5(8)A3
, Z = 8, deale= 1,78g.cm-3•
Hidroxi cloreto de difenil estanho(IV) + meso-bis (fenilsulfinil) metano, SnClOHPh2 + Ph2 (SO)2CH2f0 cristal pertence
ao sistema monoclinico, P21/c, a = 10,540(3), b = 9,743(1), c =
24,099(7)A, ~ = 92,95(2), V = 2471(1)A3
, Z = 4, deale= 1,58g.cm-3•
SBVI<;O DE BIBLIOTECA E INFORMA<;AO - IFOSC
ABSTRACT
The
structures
of
three
platinum
complexes,
two
organotin
compounds
and
organic
ligand
were
determined.
The
reflection
intensities were measured with a CAD-4 automatic diffractometer.
The
structures
were
solved
by
direct
methods
or
the
Patterson
function and were refined by least squares method.
Bis (phenylsulfonyl)ethane,
CuHu (S02)2, was
obtained
among
attempts to
synthesize
ligands to be used
for complexation
with
several organotins, the crystal belongs to the monoclinic system,
P21/n, a = 8,495(3), b = 10,159(1), c = 9,072(1)A,
P
= 116,23(2)°,
V = 702,3(3)A3, Z = 2, dcaJ.c=1,467g.cm~3.
Cis
- d i c h lor
0 [m e
S . 0 -1 , 2 - b i s
( n
-propylsulphinyl)ethane]platinum(II),
PtCl2.(PrSO)2C2H4'the crystal
belongs
to
the
orthorhombic
system,
P212121f a = 7,360 (2), b =
9,793(2), c = 19,369(2)A, V = 1396,1(4)A3, Z = 4, dcaJ.c=2,25g.cm-3.
Trans-dichloro
[(triethylphosphine)
(2-methylsulphinyl)pyridine)]platinum(II),
Et3PPtCl2.PySOMe,
the
crystal belongs to the monoclinic system, P21/c, a - 8,067(3), b =
8,5184(9), c = 25,592(3)A, ~ = 92,000(9)°, V = 1757,6(7)A3, Z = 4,
dcaJ.c=l,
98g.cm-3.
Trans-dichloro
[(triethylphosphine)
(2-n-propylsulphinyl)pyridine)]platinum(II),
Et3PPtCl2.PySOPr,
the
crystal belongs to the orthorhombic system, P-1, a = 8,254(3), b =
8,377(4),
c
=
14,531(4)A,
e x .=
87,14(3),
~
-
82,83(3),
'Y=
84,10(3)°, V = 991,0(7)A3, Z = 2 , dca!.c
= 1,78g.cm-3.
Mer-trichloro[(2-methylsulphinyl)benzothiazole)]methyltin(IV),
MeSnCl3. (BtSOMe)2fthe crystal belongs to the monoclinic
system,
C2/c, a = 20,083(2), b = 17,406(1), c = 14,415(2)A, ~ = 108,06(3)°,
V = 4790,5(8)A3, Z = 8, dcaJ.c
= 1,78g.cm-3.
Hidroxe
chloride
diphenyl
tin (IV)
+meso-bis (phenylsulphinyl)methane,
SnClOHPh2
+Ph2(SO)2CH2' the crystal
belongs
to
the
monoclinic
system,
P21/c, a =
10,540 (3), b
=
9,743(1), c = 24,099(7)A, ~ = 92,95(2), V = 2471(1)A3, Z = 4, dcaJ.c
Determinac;ao
da
estrutura
cristalina
e
molecular
Bis (fenilsulfonil)etano, CuHu (S02)2'
2.
Determinac;ao da
estrutura
cristalina
e
molecular
do
cis-dicloro[meso-l,2-bis(n-propilsulfinil)etano]platina(II),
PtCl2. (PrSO)2C2H4'
3.
Determinac;ao da estrutura
cristalina
e molecular
do
trans-dicloro
(trietilfosfina)
(2-metilsulfinil)piridina)]platina(II),
Et
3PPtCl2.PySOMe.
4.
Determina9ao
da estrutura
cristalina
e molecular
do
trans-dicloro
[(trietilfosfina)
(2-n-propilsulfinil)piridina)]platina(II),
Et
3PPtCl2.PySOPr.
5.
Determinac;ao da
estrutura
cristalina
e
molecular
do
mer-tricloro[(2-metilsulfinil)benzotiazol)]metilestanho(IV),
MeSnC1
3•(BtSOMe)
2f6.
Determina9ao
da estrutura cristalina e molecular do Hidroxi
cloreto
de
difenil
estanho(IV)
+meso-bis (fenilsulfinil)metano, SnClOHPh2
+Ph2(SO)2CH2'
Em grande parte dos materiais s6lidos os atomos e moleculas que os constituem agrupam-se de maneira regular pela repeti<;Ao peri6dica tri-dimensional de urn padrao.
A
analise destes materiais por difra9ao de raios-X tem grande import8.ncia pois fornece informa90es imprescindi veis para areas como a Fisica do Estado S6lido, Mineralogia, Metalurgia, Quimica, Biologia Molecular e outras.Para a investiga<;Ao de detalhes da estrutura da materia existem outras tecnicas alem da difra9Ao de raios-X e neutrons, como por exemplo, as espectroscopias do ultravioleta, do infravermelho, de microondas e Mossbauer e resson8.ncia magnetica nuclear. Na cristalografia estrutural, sempre que possivel, os resultados de tais investiga90es sAo levados em conta.
Neste trabalho urn dos objetivos e 0 dominio das tecnicas de
resolu9ao de estruturas cristalinas por difra9ao de raios-X, familiariza9ao com 0 uso do difratOmetro automatico CAD-4 e com os
pacotes de programas como SHELX-76, SHELX-86, SDP, ORTEP e DTMM. A partir dos conhecimentos destas tecnicas determinamos as estruturas cristalina e molecular de seis diferentes compostos.
o
principal 0 objetivo para 0 estudo, por difra9ao de raios-X,CAPiTULO
I
Neste capitul.o discutiremos al.gunst6picos rel.acionados a.
difra9Ao de raios-X, destacando al.guns conceitos basicos rel.evantes
para estudos cristal.ograficos. Descartaremos discussOes sobre a
simetria do reticulo direto, sendo que para interpretaQAo da
difraQao usaremos 0 espaQo reciproco. Inicial.mente consideraremos
o espal.hamento por el.etrons (Thomson e Compton) depois anal.isaremos
o espal.hamento por atomos, ate a consideraQAo final da difraQAo por
um cristal., definiremos espaQo reciproco, introduziremos 0 conceito
de esfera de Ewal.d. Assim introduziremos 0 probl.ema da fase que
sera a base para a discussAo dos metodos de resoluQAo de estrutura
descritos no capitul.o 3 e 4.
Ocampo el.etrico oscil.ante associado ao feixe de raios-X que
incide sobre um el.etron, col.oca este el.etron oscil.ando em torno da
sua posiQAo de equil.ibrio. Sabemos que toda particula carregada
acel.erada emite radiaQAo. Assim 0 el.etron, submetido a um campo
el.etrico oscil.ante, emite uma onda el.etromagmetica, que possue 0
mesmo comprimento de onda da radiaQAo incidente (espal.hamento
el.astico). A intensidade do feixe de raios-X espal.hado por um
el.etron de carga -e e massa m a uma distAncia r do el.etron e dada
porl,3,
onde Io e a intensidade espalhamento da radia98,0,
pol.arizada.
do feixe incidente e 2 8 0 Angul.o de
Ha urna forma completamente diferente na qual urneletron pode
espalhar raios-X, conhecida como efeito Compton. Esse efeito ocorre
quando raios-X encontram eletrons livres ou fracamente ligados e
pode ser melhor
entendido a partir da teoria corpuscular da luz.
Assim a partir da conservayAo do momento e da energia da colisAo do
f6ton com
0eletron, obtemos a expressAo abaixo1,3,
onde
28 e
0Angulo
de espalhamento
e
f!Ae a diferenya
entre
0comprimento de onda da radiyAo espalhada e incidente. Assim temos
que a radiayAo espalhada possue um comprimento de onda maior que
0da
radiayAo
incidente
(espalhamento
inelastico),
devido
a
transfer~ncia
de energia do f6ton para
0eletron.
Experimentalmente
encontra-se que a radiayAo espalhada pelos
.materiais
consiste
de
duas
partes.
A
primeira
parte
e
aquela
associada ao espalhamento Thomson e possue
0mesmo comprimento de
onda da radiayAo incidente; a segunda parte tem urncomprimento de
onda maior que a radiayAo incidente, com
0aurnentodo comprimento
de onda sendo dependente do Angulo de espalhamento1.
Para
analisar
0espalhamento
de raios-X por eletrons vamos
considerar
a geometria de urn experimento tipico de espalhamento,
como mostrado na figura 1. Nele temos urnfeixe colimado de raios-X
incidindo
sobre
urn eletron,
localizado
na
origem
do
sistema
de
coordenadas.
Um
vetor
unitario,so'
descreve
a
direyAo
da
radiayao
incidente.
A direyAo
de espalhamento
e indicada por outro vetor
unitario,s, e
0Angulo de espalhamento e 28. Na figura 2, temos
0a - a
s=
o .A
A
partir da figura2,
vemos queo m6dulo S, e funcAo do Angulo
de espalhamento, como segue2,
Figura 1. Espalhamento de raios-X
por um eletron.
o valor do m6dulo de S pode variar de 0 a 2/A. Desta forma, 0
vetor S esta descrito num sistema de coordenadas, no qual cada eixo
tem dimensao do reciproco da distAncia. Este sistema de coordenadas
e chamado espaco reciproco.
1.5. Fator
atOmico.
Considerando que um eletron
isolado espalha raios-X com
intensidade I, seria de se
esperar, que num atomo de Z
eletrons teriamos uma
intensidade ZI. Porem, devido as
distAncias entre os eletrons num
atomo serem da ordem do comprimento de onda do raio-X, as ondas que
eles espalham interferem umas com outras, de forma que 86 terem08
uma intensidade ZI na direcAo de incid~ncia do raio-X. Para 0
espalhamento em outras direCOes temos interfer~ncia parcialmente
destrutiva, de maneira que, a amplitude total cai eom 0 aumento do
Angulo de espalhamento. 0 fator de espalhamento atOmico e definido
i n
Figura 2. Vetor de espalhamento
como a relayAo entre a amplitude espalhada por urn atomo(E.) e a
amplitude espalhada por urn eletron (E.) isolado, sob condiQOes
id8nticas4
,
o valor maximo de feZ (n6mero atOmico do atomo) e ocorre quando
os eletrons espalham em fase.
o fator de espalhamento atOmico tambem depende do comprimento
de onda da radiaQAo incidente. Para urn valor fixo de
9,
f seramenor para comprimentos de onda mais curtos, visto que a diferenQa
de caminho sera maior com relaQAo ao comprimento de onda, levando
a uma maior interferencia.
Considerando 0 centro do atomo coincidente com a origem do
sistema de coordenadas a onda total espalhada por urnpequeno volume
,+ "
dv nurna posiyAo r (figura 4) relativa
a
onda espalhada na origemtera urna amplitude proporcional a Q(r)dv e uma fase 2xr.S, ouseja,
a amplitude da onda espalhada sera igual a Q(r)exp(2xir.S)dv.
Consequentemente a onda total espalhada por urn atomo e
calculada pela soma das ondas espalhadas pelos elementos de volurne2
d v
f(8)
=
f
p(r) exp(2xir.8)dv. v o l .d o a t _ oA expressAo acima representa 0 fator de espalhamento atOmico.
Curvas do espalhamento atOmico para di versos atomos estAo tabeladas
no
Internartional Tables for X-Ray Crystallography6 , Volume III.Vamos analisar agora 0 espalhamento de raios-X de urn con junto
Consideremos 0 atomo 1 na figura 3 que est' a uma dist&ncia r1
da origem. Este deslocamento do centro do atomo significa que a
dist&ncia r na equa~ao (1.4) e substituida por r + rl. Assim temos
que 0 espalhamento do atomo 1 sera dado pela seguinte expressao
7,
fl
=
f
p(r)exp(27ti(rl + r) .S)dv=
vol. do atomo
= fi exp(27tr1·S),
f
p(r)exp(27tir.S)dv.A
onda total espalhada por todos os atomos e dada pela somavetorial das contribuiyOes de cada atom07,8 ( figura 4),
N
G(S) = ~ fjexp(2nirj_S) .
J=l
1m
~ .
~
A
fim de obter a expressAo para 0 espalhamento por um cristal,primeiro consideramos 0 espalhamento de um cristal unidimensional,
que e
composto
de
um
arranjo
linear de
celas unitarias
com um
espac;:amentoa
entre
elas.
Aamplitude
total
espalhadada
pelo
cristal sera a soma das ondas espalhadas por cada cela unitaria.
A
amplitude
da
onda
espalhada
pela
primeira
cela unitaria
relativa a origem e simplesmente G(S). A amplitude espalhada pela
segunda cela unitaria
relativa
a
mesma origem e G(S)exp(2nia.S),
visto
que todas
as distAncias
estAo deslocadas
pelo
vetor
a.
Aamplitude da onda espalhada pela n-esima cela unitaria eG(S)exp
2ni(n-l)a.S. Consequentemente
a amplitude total espalhada e7,S,
T
F(S)
= ~G(S)exp2ni(n-l)a.S,
n=l
onde T e
0n6mero total de celas unitarias.
A
maneira
na qual cada uma das contribuic;:Oesindividuais se
somam pode ser vista na figura S. A onda de cada cela unitaria esta
fora
de
fase
com
sua
vizinha
por
uma
quantidade
de
2na.S.
Consequentemente
conforme
0n6mero de celas unitarias aumenta, a
amplitude total espalhada, F(S), fica da mesma ordem de G(S), que
para raios-X e muito pequena para ser observada.
o
espalhamento
s6 sera observado quando a diferenc;:ade fase
entre as ondas espalhadas, por celas unitarias sucessivas, for um
multiplo
inteiro de 2n
(figura
6),ou seja, a.S = h, onde h e um
numero inteiro.
Sob estas
circunstAncias
as ondas se somam para formar uma
onda
espalhada
mais
intensa,
que e proporcional
em magnitude
a
T. IG(S)
I.
Em resumo, para uma rede unidimensional,
s6 observamos
espalhamento quando a.S=h. Quando
0problema e extendido para tr6s
dimensOes, com uma cela unitaria definida pelos vetores a,b e c, a
condic;:ao
para ocorrer
a difrac;:Aoe que as equac;:Oes
de Laue sejam
/
I
\
....Figura
5.
Diagrama
de
Argand
ilustrando
0espalhamento total pela molecula num cristal.
Figura
6.
Diagrama
de
Argand,
ilustrando
a
situayao,
onde
a
diferenya
de
fase
e
urn
N
F(S)
=
1 :
fj exp27ti(rj.S),
J=l
onde:
rj
=
axj
+bYj
+CZj
e
Xj'Yj,Zj
sAo
as
coordenadas
fracionarias
do
j-esimo
atomo.
Sendo
que
a
constante
de
proporciona~idade,
T,
foi
omitida.
As
cooordenadas
fracionarias(x,y,z),
sAo definidas como,
x
=X/a, Y
=
Y/b e
Z =Z/c,
onde: X,Y,Z sAo as coordenadas absolutas do atomo na cela unitaria
de eixos a,b e c.
Considerando
as equaoOes de Laue temos que,
=
hx·
+ky.
+1z.,
J
J
J
N
F (hkl)
=1 :
fj exp 27ti(hxj+kYj+lzj)'
J=l
onde S foi substituido por hkl no lado esquerdo da equaoAo.
A
equaoAo
(1.5)
econhecida
como
equaoAo
do
fator
de
estrutura. Ela representa a transformada G(S) amostrada nos pontos
hkl do reticulo
reciproco.
Se as posioOes de todos os atomos na
ce~a
unitaria
sAo
conhecidas
entAo
0correspondente
padrAo
de
difraoAo pode ser calculado.
1.8 Espaoo reciproco.
Para
cada
reticulo
cristalino
e
possivel
construir
uma
reticulo
reciproco,
assim
chamado
porque
muitas
das
suas
propriedades
sAo
reciprocas
das
propriedades
do
reticulo
cristalino. Considerando um reticulo cristalino que possua uma ce~a
do reticulo reciproco pelos vetores, a*, b*, c* dados por3,
* 1
a = _ (b x c ) , v
*
1b = _ (c x a ) ,
V
*
1c = _ (a x b ), v
onde
V
e
0
volume
da
cela
unitaria.
Neste
reticulo
reciproco
podemos construir um vetor h, desenhado a partir da origem ate urn
ponto
interno
a
este
reticulo,
com
coordenadas
h,k,l,
e
perpendicular
ao plano do reticulo cristalino cujos os indices de
Miller
sl.o h,k,1,
como mostra
a
figura
7. Este vetor
pode
ser
expresso pela seguinte equaoAo,
Uma outra propriedade
do vetor h que podemos destacar e que seu
m6dulo e igual ao reciproco da distAncia interplanar,
h=
1
d ( h ,k ,l)
onde d(h,k,l) e a distAncia interplanar
(h,k,l).
Para considerar as condioOes em que ocorre a difraoAo, devemos
determinar a diferenoa de fase entre os raios espalhados em A1 e A2
(figura
8).
Sendo
~
a
diferenoa
de
caminho
6tico
dos
raios
espalhados por A1 e A2 ere
0 vetor posiOAo dado por r= xa+yb+zc,
Relacionamos agora a difra~ao com
0reticulo reciproco expressando
o vetor S como um vetor desse reticulo,
8-80
_X_=ha*+kb*+lC*.
(1.15)
Ate este ponto nenhuma restri~ao foi feita aos indices h,k,l. Eles
podem assumir qualquer valor, inteiro ou nAo, a diferen~a de fase
A
condiyao para a difrayao ocorrer
e
que
0vetor 8 esteja sobre urn
ponto do reticulo reciproco,
s-so
*
*
*
8=~=ha
+kb +lc
onde h,k e I sac inteiros
(figuras 7 e
8 ) •As equayOes
de Laue e
Bragg podem ser derivadas da equayao
1.17. A primeira
e
obtida a partir do produto escalar da equayao
pelos vetores a,
be c. Por exemplo,
* * w !'
a.8=a. (ha +kb +l~ )=h
~
Conhecidas como equayOes de Laue (ou condiyOes de Laue). Quando as
tr~s equayOes sAc satisfeitas, urnfeixe de raios-x difratado sera
produzido.
Podemos
considerar
0feixe
de
raios-X
s
como
se
fosse
refletido
por
urn con junto
de
pIanos
perpendiculares
a
8.
Na
realidade
a equayao
(1.17) estabelece que 8 seja paralelo a h e
perpendicular
aos pIanos
(h,k,l). Sendo
e
0Angulo entre s(ou so)
As condiQOes para difraQ&o expressas pela equaQAo (1.17) podem
ser representadas graficamente pela construQAo de Ewald, mostrada
pela figura"/". 0 vetor sol A
e
desenhado paralelo ao feixeincidente. 0 ponto 0
e
tomado como origem do reticulo reciproco.Uma esfera de raio l/A
e
desenhada em torno de C (esfera de Ewald) .Assim a condiQAo para ocorrer difraQAo a partir dos planos (h,k,l)
e
que 0 ponto P (h,k, 1) toque a superficie da esfera de Ewald(figura 7), e a direQAo do feixe difratado (s/A)
e
encontradajuntando-se CaP.
A
lei de Fridel relaciona uma reflexAo de indices hkl com areflexAo -h,-k,-l.
A
r1faQAo e deduzida da sequinte maneira7,F(hkl) =
I :
fj exp 21ti(hxj + kYj + lZj),)= 1
N
F(-h, -k,-1 )
=
I :
fj exp21ti(-hxj - kYj - lZj)')= 1
portanto, temos que os m6dulos sAo iquais;
F(hkl)=F(-h,-k,-l). E as fases(a) sequem a sequinte relaQAo,
a (hkl)=-a (-h, -k,- 1 ) . Consequentemente 0 padrao de difraQAo
registrado sera centrossimetrico (I(h,k,l) = I(-h,-k,-l», mesmo
que a estrutura nAo possua um centro de simetria. D~vios da lei de
Friedel ocorrem no caso de espalhamento anOmalo e em tais casos as
pequenas diferenQas podem ser usadas para fornecer informaQOes
sobre a fase.
o padrao de difraQAo e a transformada de Fourier da estrutura
e inversamente a estrutura e a transformada de Fourier do padrao de
difraQao. Para mostrar isto, podemos reescrever a equaQAo do fator
de estrutura (equaQao
1.7)
em termos de uma integral sobre 0volumeda cela unitaria(V) .
S B V I< ;O D E IIB L IO T E C A E IN fO R M A < ;A O _ IfO S e
N
F(8)
= :E
fjexp27ti(rj.8)) = 1
=f
p(r)exp 27ti(r.8)dv,V
onde 8 e usado para representar a posi~ao no espa~o reciproco e
Q(r) e densidade eletrOnica.
Multiplicando ambos os lados por (exp-2ni(r' .8» e integrando
*
sobre 0 volume reciproco (V =l/V), temos que,
p (r) =
f
F (8) exp -27ti(r.8) dv* ,v *
*
onde dv e 0 elemento de volume no espa~o reciproco.
A integra~ao pode se substituida por uma somat6ria, visto que,
F(8) nao e continuo e e diferente de zero somente nos pontos do
reticulo reciproco. Consequentemente,
0 0 0 0 0 0
p (xyz) = ~
L
L L
F (hkl)exp-27ti (hx+ky+lz) .h = - C I O k = - C I O 1 = - 0 0
Desta forma se os fatores de etrutura,F(hkl), sao conhecidos
para todas as reflexOes, hkl, entao a densidade eletrOnica,Q(xyz),
pode ser calculada para cada ponto xyz, na cela unitaria. A
densidade eletrOnica representa a estrutura do cristal.
Para calcular a densidade eletrOnica e necessario 0
conhecimento do m6dulo, F (hkl), e Cia fase, a (hkl), do fator de
estrutura. Isto e enfatizado quando reescrevemos a equa~ao 1.7,
0 0 0 0 0 0
p (xyz) = ~
L L L
F (hkl)expia (hkl) exp-27ti (hx+ky+lz) .h = - o o k = - o o 1= - 0 0
Durante um experimento de difrayao de raios-X, s6 se regitram
as intensidades, sendo que toda a informayao sobre a fase
e
perdida. Portanto e impossivel determinar a estrutura diretamente
das medidas do padrao de difrayao, visto que parte da informayao
esta perdida. 0 problema da determinacAo da fase e 0 problema
basico em qualquer determinacAo de estrutura.
Ha quatro metodos para superar 0 problema da fase:
(1) Metodo de Patterson. Este metodo e baseado numa somat6ria
de Fourier dos IF(hkl) 12 e sera discutido no capitulo 3.
(2) Metodos diretos. Neste metodo usamos relacOes matematicas
entre as reflexOes 'para se obter informayOes a respeito da fase e
sera discutido no capitulo 4.
(3) 0 metoda da substituicAo isom6rfica. Neste metodo urn atomo
pesado e introduzido numa estrutura de atomos leves, como por
exemp10 urna molecula de proteina, e e usado como urn atomo marcador
fornecendo informayao sobre a fase.
(4) Espalhamento an6malo. Neste metodo a informayao da fase e
obtida a partir da informayao contida no espalhamento por um atomo,
cuja a frequ~ncia de aboryao natural esta pr6xima a frequ~ncia da
radiayao incidente.
Este dois ultimos metodos sao usados em cristalografia de
proteinas, e nao serao discutidos neste trabalho. Para a resoluyao
das estruturas estudadas nesta dissertayao utilizamos os metodos
CAPiTULO II
2.1. Arranjo experimental para a coleta de dadosll.
As
intensidades
dos
feixes
de
raios-X
difratados
pelos
cristais foram coletados utilizando urndifratOmetro automatico
CAD-4 da Enraf Nonius.
Os cristais a serem utilizados devem ser monocristais e terem
tamanho
e
forma
adeouados
..
para
.
minimizar
ou
eventualmente
possibilitar a corre9ao dos efeitos de absor9ao.
o
difratOmetro
consta
de
urn goniOmetro
de
tr§s
graus
de
liberdade
(goniOmetro
Kappa),
mais
urn quarto
grau
para
0posicionamento
do
detetor.
0
goniOmetro
Kappa
suporta
a cabe9a
goniometrica
que
mantem
0cristal
no
centro
do
difratOmetro
e
consta
de
tres
partes
associadas
a
tres
eixos
de
rota~ao
independentes
como
mostra
a
figura
9.Esses
tr§s
eixos
se
interceptam no centro do difratOmetro.
A
cabe~a
goniometrica
esta
montada
no
eixo
~,
0qual
e
suportado pelo bloco kappa. 0 bloco kappa pode girar em torno do
eixo ~ e e suportado pelo bloco Omega. Por sua vez,
0bloco Omega
pode girar em torno do eixo w, suportado pela base do difratOmetro.
o
Angulo a entre
os eixos ~ ewe
nominalmente de
50°,que e
0mesmo Angulo entre os eixos ~ e ~.
o
plano horizontal
que passa pelo centro do difratOmetro
e
perpendicular
ao
eixo
w.
Os
feixes
incidente
e
difratado
se
encontram
sobre esse plano,
sendo as intensidades e posi~Oes
do
feixe difratado medidas sobre
0mesmo plano.
Urn sistema
de
coordenadas
XYZ
e
definido.
0
eixo
X
esta
dirigido do centro do difratOmetro
a
fonte de raios-X. 0 eixo Z
esta dirigido para
cima, na dire~ao de w e
0eixo Y completa
0sistema triortogonal.
o
difratOmetro
contem urn eixo 28 independente,
0qual esta
associado ao detetor, coincidente com
0eixo w.
kappa esta oposto
a
dire~ao+x.
Finalmente
~=o
e definido como 0 ponto na rota~ao ~ em que a trava da cabe~a goniometrica e paralela ao eixo +Y, quandoK=~=O.
Partindo de K=O e ~=O, os sentidos de rota~ao se definem da seguinte maneira: rota~Oes positivas 29, ~ e ~ levam 0 vetor Y para
o vetor
x;
rota~ao em torno do eixo K leva 0 vetor Y para a posi~ao abaixo do plano horizontal.2.2. Obten~ao dos parAmetros da cela unitaria11.
Com 0 cristal geometricamente centrado faz-se a medida das
posiyOes angulares de urn certo numero de reflexOes (n~25), atraves de urna varredura no espayo reciproco mediante rotayOes programadas dos Angulos difratometricos. Tendo 0 difratOmetro centrado e
armazenado as posiyOes angulares destas reflexOes, 0 primeiro passe
a*, b*, c* com relacao ao sistema XYZ fixe
a
cabeca goniometrica.o
pr6ximo passoe
calcular a partir das posicOes angulares das reflexOes as componentes dos vetores reciprocos no sistema de coordenadas xyz fixe ao cristal. Este sistemae
definido em termos* * *
dos vetores a , b , c , tal que,
*
x esta na direcao de a
* *
y esta no plano a b e
z
e
perpendicular ao plano a b* *
e formando urna terna direita.Conhecendo-se as componentes x,y, e z dos vetores reciprocos, urn conjunto de vetores {V}
e
formado, contendo os vetores reciprocos calculados R, bem como a soma e diferenca dos vetores reciprocos ou de espalhamento. De {V} trAs vetores sac selecionados usando os seguintes criterios:R1 -> menor vetor de {V} ~ -> menor vetor de {V}
R3 -> menor vetor de {V}, 0 qual e "mais perpendicular"
ao plano definido por R1 e ~.
o
criterio de "mais perpendicular" e:onde n e 0 numero de reflex5es usadas.
A matriz de orientacao R[3,3] e constituida pelas componentes destes vetores R1, ~ e R3, onde cada coluna de R[3,3] corresponde a urn desses vetores.
Os indices expressao:
hi xi
ki =R[3, 3] Yi
li zi
SERVIC;:O DE BIBLIOTEC
. A E INFORMACAO _ IFQSC
Estes
indices
sac normalmente
fracionarios,
pois,
R [3,3] e
uma
matriz aproximada. Um fator comum de multiplica~io e calculado e os
indices sac multiplicados por ele para se tornarem
0mais pr6ximo
possivel de inteiros.
Ap6s os indices serem calculados, e realizado um refinamento
por mimimos quadrados com
0intuito de se procurar novos vetores de
base R1, R2, R3, que sejam os "mais perpendiculares" possiveis.
Obtem-se com isso urnanova matriz de orienta~ao e dessa os indices
sac recalculados, a partir das reflexOes inicialmente armazenadas.
Busca-se,
tambem
substituir
as
reflexOes
de
baixo
Angulo
por
reflexoes de alto Angulo.
t
entao definida uma cela unitaria reduzida como sendo a que
possui
os tr~s
menores
vetores
de transla9ao
nao
coplanares
no
reticulo, tal que, a<b<c e os Angulos interaxiais sac todos agudos
ou obtusos. Para cada um dos 14 reticulos de Bravais existe urnou
mais tipo de celas reduzidas correspondentes. Assim, encontrando-se
a
cela
reduzida,
pode-se
imediatamente
obter
a
cela
unitaria
correspondente a um dos reticulos de Bravais. A analise do tensor
metrico
associado,
permite
entao
obter
a
transforma9Ao
para
qualquer
outra cela unitaria,
eventualmente
aquela que possua
a
simetria maxima do sistema.
a.a
a.b
a.c
T
=
b.a
b.b
b.c
c.a
c.b
c.c
Como resultado tem-se os parAmetros a,b,c,a,p e
yque definem
a cela unitaria obtida, bem como os desvios padrao.
Todas estas etapas sac efetuadas com a ajuda de um con junto de
programas 9
que
permite
a
rapida
intera9ao
do
operador
com
0Encontrada
a
cela
unitaria,
procede-se
a
medida
das
intensidades dos raios-x difratados pelo cristal.
Os indices das reflexOes a serem medidas sac derivados pela
rotina ZIG-ZAG9, que minimiza
0movimento do goniOmetro. A faixa
angular
8,
na qual e feita a coleta de dados, e fornecida pelo
operador.
As
varreduras
angulares
(~-28)
devem
ser
criticamente
estabelecidas para se ter certeza de que:
- a reflexao foi completamente varrida;
- a radia9ao de fundo e corretamente estimada;
a
radia9ao
de
fundo
nao
e
afetada
pela
presen9a
das
reflexOes vizinhas.
Com uma varredura
angular obtem-se
a medida
da intensidade
integrada a partir do perfil do feixe difratado, figura 10.
Onde: a~ e
0angulo de varredura.
B=(2/3)A4>.
Sendo NA, NB e NC
0n6mero de contagens medidas pelo detetor
nas regiOes A, Bee,
respectivamente,
~ a velocidade
com que
e
feita a varredura e ~max a maxima velocidade de varredura, entao a
intensidade observada
e:
As
intensidades
observadas
e
os
seus
respectivos
desvios
padrao o(Io)' relativos a cada reflexao hkl, representam todas as
informa90es disponiveis para a deriva9ao da estrutura cristalina.
A
quantidade
mais
importante
que
pode
ser
derivada
das
intensidades, sac os m6dulos dos fatores de estrutura observados,
Fo(h), quantidades
essas que sac usadas no calculo dos mapas
de
densidade eletrOnica, dos quais as posi90es atOmicas terao que ser
determinadas.
A
rela9ao
entre
Io(h)
e
Fo(h)
na
aproxima9ao
cinematica da cristalografia e3:
1
I
F0 (h)I
a [Io (h) ]2 .
Uma
serie
de
fatores
geometricos
e
fisicos
afetam
as
intensidades observadas
e devem ser considerados quando se faz a
redu9ao dos dados
para
se determinar
os m6dulos
dos
fatores de
estrutura a partir das intensidades observadas. Os fatores que sac
considerados sao12:
Assim, os valores de Fo(h) e de a(Fo) podem ser calculados pelas expressoes12:
IO(h) L.p.T
Esses fatores, que afetam a intensidade, serao discutidos a seguir. Devido ao fato do feixe incidente ser nao polarizado e 0 feixe difratado ser parcialmente polarizado, urn fator de correc;:ao na intensidade espalhada pelo cristal se faz necessario, esse fator
e
conhecido pela seguinte expressa03:No difratOmetro automatico CAD-4, os feixes de raios-X sac difratados duas vezes: primeiro pelo cristal monocromador de grafite e em seguida pelo cristal em estudo. Ocorre, portanto, uma reduc;:aona intensidade do feixe difratado, caracterizada pelo fator de polarizac;:ao p. Dois casos limites podem apresentar-se11,12:
I
cos28ml +cos228 Pl=-1
cos26ml +1cos228m+cos228 P
e
e
e 0 Angulo para a reflexao hkl.Para 0 monocromador real, que nao satisfaz nenhuma das
condi90es acima, propOe-se 0use da seguinte expressio para 0 fator de polariza9a.o,
onde c=l no caso b) e c=O no caso a.
Normalmente, como e dificil avaliar 0 valor de c, e dado ao mesmo urn valor c=0,5.
o
fator de Lorentz surge devido ao fate de que 0 tempo requerido para que um ponto do reticulo reciproco passe atraves da esfera de Ewald nao e constante, mas varia com sua posi9a.o no espa90 reciproco e corn a direc:;::aocorn que ele se aproxima da superficie da esfera de Ewald.No caso especifico de coleta de dados usando 0 CAD-4, 0 fator
de Lorentz e dado por11:
L= 1
sin26
Quando 0 feixe de raios-X de intensidade I penetra em um cristal de espessura dt a intensidade e reduzida por uma quantidade dI. A quantidade dI
e
proporcional a I, dt e 1-1, onde 1-1 e 0coeficiente de absor9ao linear, 0 qual e proporcional a densidade
do cristal Q,
Chamando de Io a intensidade incidente no cristal e de t a espessura do cristal que
e
atravessada pelo feixe de raios-X a integra9ao da equa9ao (2.14), fornece:2-
=exp (- (1-1) •P .t)I
o
Ponde I- 1 /Q
e
0 coeficiente de absor9ao linear massico, 0 quale
constante para cada especie atOmica. Os valores de I- 1 /Q podem ser
III, para todos os
elementos quimicos e varios comprimentos
de onda
caracter~sticos
usados
na difrac;:ao.
CD
t2t1 ... ../ dV
Quando
um
cristal
difrata
raios-X,
0feixe
primario
e
absorvido quando entra no cristal e
0feixe difratado
e
absorvido
quando
deixa
0cristal.
Como
resultado
desta
absorc;:ao,
0feixe
difratado
e
mais
fraco
do
que
se
nao
houvesse
absorc;:ao.
E
conveniente definir
0fator de transmissao T, como sendo a razao
entre a intensidade que
e
difratada para a intensidade que seria
difratado sem absorc;:ao.
T
= ;
f
exp ( - ~ .t) dV Vonde 0 caminho total e composto da parte t1 e t2, como monstra a
figura 11.
Existe urn outro metodo de corrigir os efeitos de absor<;ao conhecido como metodo empirico para corre<;ao dos efeitos de absor<;a059. Este metodo parte da premissa que a manifesta<;ao de erros sistematicos devido a absor<;ao nao esta igualmente distribuido no espa<;o reciproco, mas se encontra localizado.
Uma serie de Fourier em !ngulos polares dos caminhos dos feixes incidente e difratado e usado para modelar urna superficie de aosor<;ao para a diferen<;a entre os fatores de estr~tura observados e calculados.
Se FjO sao as amplitudes dos fatores de estrutura observado e Fjc sao aqueles obtidos a partir do calculo do fator de estrutura, modificamos os valores de Fjo pela seguinte corre<;ao empirica59,
onde: k e 0 fator de escala obtido a partir do refinamento por minimos quadrados. Fjm sao os val ores modificados das amplitudes do fator de estrutura observados e ~,s e 0 coeficiente de absor<;ao
representado por uma serie de Fourier.
A p , s
=
L L {
P n,m [s e n ( n 4 > p + m~p) + s e n ( n e t> s + m ~ s ) ] +n m
O n ,m [cos ( n e t> p + m ~ p ) + cos ( n 4 > s + m ~ s ) ]}
e ~j e uma fun<;:Aopeso adequada.
o
calculo de ~, s em (2.17) baseia-se na suposi<;:l.oque os feixes em !ngulos polares similares tem 0 mesmo comprimento de caminho atraves do cristal. 0 programa DIFABS59 calcula os coeficientes da serie de Fourier necessarios para modelar a superficie de absor<;:Ao do cristal e aplicar a corre<;:Aoaos dados observados. A corre<;:aoe calculada usando os fatores de estrutura observados, Fjo, corrigidos para os efeitos de Lorentz polariza<;:Ao e com as reflexoes ausentes removidas.o
calculo dos fatores de estrutura deveriam ser realizados ap6s 0 refinamento isotr6pico por minimos quadrados. A corre<;:AonAo devera ser realizada com fatores de estrutura calculados ap6s 0refinamento anisotr6pico, onde temos os eleps6ides de vibra<;:ao termica que sao capazes de acomodar parte do efeito total de absor<;:ao.
A fun<;:aopeso ,CI)j'usada e 1/(koj)1/2 onde k
e
0 fator deescala em 2.17. 0 valor de
OJ
para eada reflexao e derivado do desvio padraoOJ
(I):OJ
(I)/2F jOLp onde Lp e0
fator de Lorentz polariza<;:ao. Todas as reflexOes, exceto aquelas nao observadas, sao eorrigidas por absor<;:ao,mas somente as reflexOes que satisfazem os seguintes eriterios sac usadas nos ealeulos dos eoefieientes de Fourier,F.o ~ J F.c ~
J (iii) F.e
J
o
criterio (iii) e para prevenir 0 use de qualquer reflexao queprovavelmente sofreu grande efeito de extin<;:ao.
Destacamos finalmente que a maior desvantagem do metodo esta na eorrela<;:aO do efei to de absor<;:ao com 0 modelo do movimento termico dos atomos e sem a adi<;:aode qualquer informa<;:Ao extra estes efeitos nao podem ser separados.
o aumento de sen e/A e isto e atribuido ao tamanho finito
da nuvem
eletrOnica
em torno
do nucleo
do
atomo.
Ascurvas
do
fator
de
espalhamento sac calculadas na base de uma distribuiQio eletrOnica
em atomos estacionarios.
Mas
os
atomos
no
cristal
estao
vibrando
em
tornode
suas
posiQOes
de equilibrio.
A
magnitude
dessas vibraQOes
depende da
temperatura, massa do atomo e das forQas de ligaQao.
Como a frequancia das vibraQOes atOmicas e muito menor que a
frequancia do raio-X,
0efeito de tal movimento termico e espalhar
efetivamente, a nuvem eletrOnica em um volume maior, implicando em
urn decrescimo
mais
rapido
do
fator de espalhamento
atOmico
com
sene/A
de
atomos
reais
quando
comparados
aos
atomos
ideais
(estacionarios) .
Supondo
vibra90es
posi90es
de
equilibrio
quadratica media,
0fator
harmOnicas
isotr6picas,
em
torno
das
dos
atomos,
sendo
<u2>
a
amplitude
de espalhamento sera dado por:
onde
fo e
0fator de espalhamento
atomico
considerando
0atomo
estacionario e B esta relacionado com <u2>
pela expressao:
Supondo
vibra90es
harmonicas
anisotr6picas,
0fator
de
Ull U12 U13
U= U21 U22 U23
U31 U32 U33
e It. . = 81t2 U ..
"'1) 1)·
N
F(h) =
L
fojexp (-21t2hTUh)
exp[21ti(hxj+kYj+lzj)].
j=l
2.6. Determina9ao do grupo espacial17,
As extinyOes
sistematicas dao informayOes ess~nciais para a
determinayao
do
grupo
espacial.
As
extinyOes
sistematicas
sac
reflexOes
cujas
intensidades
sac sistematicamente
zero, F(h)=O,
devido as considerayOes sobre
0grupo espacial, isto e, devido ao
arranjo particular do conteudo da cela unitaria.
Tais extinyOes sistematicas estao sempre presentes quando esta
presente um elemento de simetria que envolve uma translayao, por
exemplo: eixos helicoidais, planos de reflexao-translayao e celas
nao-primitivas.
Assim, conhecendo-se as condiyOes de extinyOes sistematicas e
o numero de moleculas por cela unitaria, pode-se determinar
0grupo
espacial
ou
pelo
menos
restringir
a
escolha
a
poucos
grupos
espaciais.
Tambem
devido
as
operayOes
de
simetria
havera
no
cristal
pIanos relacionados os quais apresentarao a mesma intensidade nas
reflexOes
correspondentes.
Estas
sac
chamadas
reflexOes
equivalentes.
As
reflexOes
equivalentes,
assim
como
as
extinyOes
sistematicas
estao
tabeladas
no
International
Tables
for X-Ray
crystallography6, volume I.
reflexOes equivalentes, para verificar estas diferenQas e calculado no programa
SHELX18,19
urn fator de concordlncia entre as reflexOes equivalentes, Rint' que e dado pela seguinte expressao,L IN L
w ( Fm 4 d io- F ) 2 1• • b
L
(N-l)L
w F2" b
La e feita sobre as reflexOes independentes, Lb e feita sobre as reflexOes equivalentes, N e 0 nfrmero de reflexOes equivalentes,
Fmedio e 0valor medio dos fatores de estrutura observados das reflexOes equivalentes ewe 0 peso aplicado a cada reflexao, igual
a [a2(F)]-1, tal fator leva em considerayao a precisao da medida. Pode-se determinar 0 nUmero de moleculas por cela unitaria
atraves da seguinte expressao17:
z=
VdMr(1. 66)
onde V e 0 volume da cela unitaria em
A3,
d a massa especifica docristal em g/cm3 e Mr a massa molecular em gramas por mol.
[SERVI<;:O DE BIBLIOTECA E INFORMAr 10 _
CAPiTULO III
3.1.
Introdu~lo7
Neste capitulo, introduziremos urndos metodos utilizados nesta disserta<;:ao para resolu<;:ao do problema da fase, conhecido como Metodo de Patterson.
Como descrito nos capitulos anteriores, ap6s a coleta de dados em um experimento tipico de difra<;:ao de raios-X, dispomos de urn conjunto de intensidades,e a partir deste conjunto de intensidades obtemos os m6dulos dos fatores de estrutura F(hkl), mas nenhurna informa<;:ao sobre as fases. 0 conhecimento da fase e do m6dulo do fator de estrutura e necessario para a obten<;:ao do mapa de densidade eletrOnica, como ja vimos na equa<;:ao(1.22), a partir do qual a estrutura pode ser obtida.
Patterson desenvolveu um metoda para determinar os vetores interatOmicos nos cristais a partir de considera<;:Oes sobre series de Fourier, cujos coeficientes sao os m6dulos do fator de estrutura ao quadrado, IF(h) 12, obtidos diretamente das intensidades ap6s as corre<;:Oes. Considerando 0 caso unidimensional, temos que a
densidade eletrOnica em qualquer coordenada fracionaria x e Q(x) e no ponto (x+u) e Q(x+u). A media do produto dessas duas densidades eletrOnicas dentro de um intervalo a, para um dado valor de u, e da seguinte formaS,9,
1
P (u) ""
f
p (x)P (x+u)dx,o
Usando a equa<;:ao (1.22) numa forma apropriada para 0 caso
unidimensional, obtemos, 1
P (u) ""
~ f L
F (h)exp (-21tihx)~ F ( h i ) exp-21tihl (x+u)dx.o
indice h' esta dentro da mesma faixa de h, mase
usado para diferenciar as series de Fourier para Q(x) e Q(x+u). Separando as partes dependentes de x, podemos escrever,1
P (u)
=
~ L
r
F (h)F ( h i) exp (-2nihl u)f
exp (-2ni (h+hl )xdx.a
h;t
0
P (u)
= ~ L L
F (h)F (-h)exp (2nihu) .a h -h
00
P (u) = ~
L
I
F (h) /2cos (2nhu) .a h=O
P(u,v,w)
=
fp(xyZ) p(x+u,y+v,z+w)dv,V
onde V e 0 volume da cela unitaria.
A figura (12) mostra uma cela unitaria unidimensional contendo dois atomos diferentes A e B situados nas coodenadas xA e xB' respectivamente. A equacao (3.1) representa 0 valor do produto das densidades eletrOnica Q(x)Q(x+u), para qualquer valor constante de u, considerando a media para um periodo da cela unitaria. A media sera zero se uma extremidade do vetor u encontrar baixas densidades eletrOnicas e tera urn valor alto quando 0 produto das densidades
eletrOnicas for alto. A integracao pode ser simulada deslocando-se um vetor de m6dulo u ao longo do eixo x, calculando 0 produto Q(x)Q(x+u) para todos os valores entre zero e urn.
Ha urn de valor de u, para 0 qual P(u) e maximo, tal pi co esta
A
fT\
B
I
j
1______._._\/1\
func;:ao de Patterson, tal pico envolve 0 produto da densidade eletrOnica com ela mesma. Desta forma a func;:ao de Patterson
e
representada como urn mapa dos vetores interatOmicos, incluindo os vetores nulos, represent ados na origem.Se substituirmos Q(x) e Q(x+u) na equac;:ao (3.1) pelos seus analogos tridimensionais Q(x,y,z) e Q(x+u,y+v,z+w) e integrarmos chegaremos
a
func;:aode Patterson tridimensional:P (u,v, w)
=
2:E:E:E
IF
(hkl)12
cos[21t
(hu+kv+lw) ] Vh k 1onde a somat6ria deve ser feita apenas sobre as reflex5es simetricamente independentes.
F(u)
EA
D
_11\
a respeito das dist&ncias interatOmicas. Considerando urna molecula que possua urn atomo com urn nUffieroatOmico, bem maior que os demais atomos da molecula e possivel, na maioria das vezes, localizar a posi9ao desse atomo pesado, pois 0 pico de Patterson correspondente
aos vetores entre os atomos pesados, aparece com destaque no mapa de Patterson. Para uma estrutura com urn atomo pesado e usual a aplica9aO do metodo de Patterson, como no caso da estrutura dos organometalicos estudados nesta disserta9ao.
Este metodo
e
indicado se a estrutura obedecea
regra empirica introduzida por Sim47, normalmente para O,S<r<2,O e adequado 0 usedo metodo de Patterson, sendo r definido como,
onde Np e Nl sac os nUffieros de atomos pesados e leves na cela unitaria, respectivamente e Z 0 nUffieroatOmico.
de estrutura devido ao atomo pesado aproxima-se do fator de
estrutura total. Reescrevendo a equacio (1.22) como,
N
p=
L
fpexp21ti (rp.h) +p = l
Nl
L
Nlfl(h)exp21ti(rl·h).1 = 1
Observa-se que como os atomos pesados tern urn fator de espalhamento
maior que os demais 'tomos leves, estes contribuirAo mais para a
definicio da fase do fator de estrutura total.
Uma sintese de Fourier da forma da equacio (1.22), pode ser
obtida com indices dados por,
F (h) = F0 (h)expicl>p(h),
onde Fo e 0 m6dulo do fator de estrutura observado e ~p e a fase
devido aos atomos pesados.
Um mapa deste tipo apresenta picos que podem ser identificados
como sendo de outro atomos ainda nio incluidos no modelo e uma nova
sintese de Fourier com estes novos atomos introduzidos pode ser
calculada.
Um mapa ponderado foi introduzido por Sim47, definido como,
p(r) =
~ L
wFo(h)expi~(h)exp-21tir.h,Vh
onde Io e I1 sio funcOes de Bessel modificadas de ordem zero e
primeira, de primera especie e 0 somat6rio e feito sobre todos os
atomos nio incluidos na determinacio da fase.
Este mapa apresenta uma resolucio maior entre os picos de
S H vt< ;O o e lllllL lO T E C A E IN F O ItM A < ;A O - IF Q S C
2F
O(h)Fp(h)
x = _ .• ..• .• ,
Nl
L
f ~ ( h )n = l
atomos leves.
Os atomos pesados introduzem uma flutuacao de fundo nos mapas
de Fourier que "eneobrem" os pieos de atomos leves. Neste easo um
mapa do tipo,
4 p ( r ) = ...!.E [ w F o C ! I } - F J ' ( b } ] e x p i [ . ( . ! I } - 2 7 t r . b l .
VII