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Culturas de cobertura, doses e formas de aplicação de potássio na cultura da soja

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CULTURAS DE COBERTURA, DOSES E FORMAS DE APLICAÇÃO

DE POTÁSSIO NA CULTURA DA SOJA

AMILTON FERREIRA DA SILVA

Engenheiro Agrônomo

Ilha Solteira – São Paulo – Brasil

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CULTURAS DE COBERTURA, DOSES E FORMAS DE APLICAÇÃO

DE POTÁSSIO NA CULTURA DA SOJA

AMILTON FERREIRA DA SILVA

Orientador: Prof. Dr. Edson Lazarini

Dissertação apresentada à Faculdade de Engenharia – UNESP, Campus de Ilha

Solteira, para obtenção do título de Mestre em Agronomia.

Especialidade: Sistemas de Produção

Ilha Solteira – São Paulo – Brasil

(3)

FICHA CATALOGRÁFICA

Elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação da UNESP - Ilha Solteira.

Silva, Amilton Ferreira da.

S586c Culturas de cobertura, doses e formas de aplicação de potássio na cultura

da soja / Amilton Ferreira da Silva. -- Ilha Solteira : [s.n.], 2011

75 f. : il.

Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual Paulista. Faculdade de

Engenharia de Ilha Solteira. Especialidade: Sistemas de Produção, 2011

Orientador: Edson Lazarini Inclui bibliografia

1. Plantio direto. 2. Palha. 3. Reciclagem de nutrientes. 4.Milheto.5.Painço.

(4)
(5)

Ao meu pai

Sebastião josé da Silva

(

in memoriam

), e minha mãe

Ana

Rosa Ferreira da Silva

, que me educaram e me possibilitaram mais

essa conquista, exemplos de vida fundamentais para a minha vida

pessoal e profissional.

Aos meus irmãos, Ailton, Adilson, Andréia, João e Divino pelo

incentivo e companheirismo nessa caminhada.

A toda a minha grande Família.

(6)

direção aos meus objetivos.

Ao meu orientador, Dr. Edson Lazarini, pela orientação, amizade e ensinamentos compartilhados durante esse período. Muito obrigado pela oportunidade e

confiança.

A Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Campus de Ilha Solteira, em especial ao Programa de Pós Graduação em Agronomia ‘’Sistemas de

Produção’’ pela oportunidade de realização do mestrado.

À Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Ensino Superior (CAPES) pela concessão da bolsa de estudos.

A todos os professores do curso de Pós-graduação em Agronomia da UNESP – Ilha Solteira, pelos conhecimentos compartilhados e contribuição na minha

formação profissional.

Aos amigos da Pós-graduação: Gustavo Caione, Luis Lessi dos Reis, Érica Moreira, Flávia Mariano, Flávio Carlos Dalchiavon, Renato Jaqueto Goes, Ronny Clayton Smarsi, Claudinei Kappes, Adriana Avelino, Admar Júnior Coletti, Gilmar Oliveira dos Santos, Fabiana Lima Abrantes, Débora Marchini, Léia Carla Rodrigues e Elza

Militão. A todos vocês e os outros colegas aqui não mencionados, obrigado pela amizade, contribuição e apoio de cada um durante esse período.

A todos os funcionários da Fazenda de Ensino, Pesquisa e Extensão – FEPE, pelo suporte para o desenvolvimento da pesquisa.

Ao Técnico, Alexandre Marques da Silva pelo auxílio na realização das análises no laboratório.

A todos os professores do curso de Agronomia da Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT, Campus de Alta Floresta, em especial ao Prof. Dr.

Marco Antonio Camillo de Carvalho pela orientação durante a graduação e contribuição na minha formação.

(7)

A todas as pessoas que contribuíram direta e indiretamente para a realização desse trabalho.

(8)

Autor: Amilton Ferreira da Silva Orientador: Prof. Dr. Edson Lazarini

RESUMO

O potássio (K) é o segundo nutriente requerido em maior quantidade pela cultura da soja. Com a utilização de altas doses de potássio na semeadura da soja em solos com baixa Capacidade de Troca Catiônica (CTC) e precipitação pluvial intensa ocorrem perdas de K+

por lixiviação, necessitando de um melhor manejo dessa adubação. As plantas de cobertura podem ser opções eficientes para a reciclagem de K+ do solo e disponibilização gradativa à cultura subsequente. Nesse sentido, objetivou-se com o presente trabalho avaliar o efeito da antecipação da adubação potássica da soja em culturas de cobertura para a produção de palha e disponibilização gradativa de potássio para a soja em sucessão, em semeadura direta num Latossolo Vermelho distrófico argiloso (LVd) na região de cerrado, em comparação às aplicações usuais na semeadura e/ou em cobertura. O experimento foi conduzido no ano agrícola 2009/2010 na área experimental da Fazenda de Ensino, Pesquisa e Extensão da Faculdade de Engenharia/UNESP – Campus de Ilha Solteira, localizada no município de

Selvíria –MS. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, com os tratamentos

dispostos em esquema fatorial 3x3x5, com quatro repetições. Os fatores consistiram de culturas de cobertura (milheto e painço) e um controle (pousio), doses de K2O (0, 50 e 100 kg

ha-1) e formas de aplicação de K2O (100% na semeadura das culturas de cobertura; 100% na

semeadura da soja; 100% em cobertura na soja; 50% antecipada nas culturas de cobertura + 50% na semeadura da soja; 50% na semeadura da soja + 50% em cobertura na soja). Foram avaliadas as seguintes variáveis: Estado nutricional e massa seca das culturas de cobertura, estado nutricional das plantas de soja, altura de plantas, altura de inserção de primeira vagem, número de vagens por planta e grãos por vagem, produtividade de grãos, massa de 100 grãos e teor de macronutrientes nas sementes de soja. O milheto como cultura de cobertura antecessora a soja, apresentou matéria seca e teor de potássio superior ao painço, independente da dose e forma de aplicação de K2O. Em solo com alto teor de potássio não há

(9)

Palavras-chave: Plantio direto. Palha. Reciclagem de nutrientes. Pennisetum glaucum.

(10)

Author: Amilton Ferreira da Silva Adviser: Prof. Dr. Edson Lazarini

ABSTRACT

The potassium is the second nutrient required in greater quantity by crop soybean. With the utilization of high doses of potassium in soybean sowing in soils with low Cationic Exchange Capacity (CEC) and intense rainfall occurs losses of K+ by leaching, requiring better management of fertilizer. Cover crops can be efficient options for the recycling of K the soil and gradual availability to subsequent crop. In this sense, aimed to evaluate the effect of anticipation potassium fertilization of soybean in cover crops for the production of straw and gradual availability of potassium soybean in succession, in no-tillage in a clayey Distrofic Red Latosol, in savannah, comparing to the usual applications at sowing and/or cover. The experiment was conducted in the crop season 2009/2010, in the experimental farm of São Paulo State University, campus of Ilha Solteira, located in Selvíria, state of Mato Grosso do Sul, Brazil. The experimental design was randomized blocks, with treatments arranged in a factorial scheme 3x3x5, with four replications. The factors consisted of cover crops (Pennisetum glaucum and Panicum miliaceum) and a control (fallow area), doses of K2O (0,

50 e 100 kg ha-1) and application forms of K2O (100% at sowing of cover crops; 100% at

sowing of soybean; 100% at cover in soybean; 50% at sowing cover crops + 50% at sowing of soybean; 50% at sowing of soybean + 50% at cover in the soybean). We evaluated the following variables: nutritional state and dry matter of cover crops, nutritional state of soybean plants, plant height, height of insertion of first pod, number of pods per plant and grains per pod, grains productivity , mass 100 grains and macronutrient content in soybean seeds. The pearl millet as cover crop soybean predecessor, had dry matter and potassium content higher than theproso millet, independent of dose and application form of K2O. In soil

with high potassium content there is no response in productivity of soybean in function of cover crops, doses and application forms of K2O, may the potassium fertilizer maintenance

be applied totally anticipated in the cover crop, at sowing or at cover in the soybean crop. The application of potassium in coverage on soybean cultivated on pearl millet straw favored higher accumulation of this nutrient in the seeds.

KEY-WORDS: No-tillage. Straw. Nutrient recycling. Pennisetum glaucum. Panicum

(11)

2009/2010... 22

Figura 2. Teores de Nitrogênio nas folhas de soja em função de doses de K2O em

diferentes formas de aplicação e culturas de cobertura. A: Milheto; B: Painço; C: Pousio. Selvíria – MS, 2009/2010... 37

Figura 3. Teor de fósforo nas folhas de soja em função de doses e formas de aplicação de K2O. Selvíria – MS, 2009/2010... 38

Figura 4. Teores de potássio nas folhas de soja em função de doses de K2O em

diferentes modos de aplicação e culturas de cobertura. A: Milheto; B: Painço; C: Pousio. Selvíria – MS, 2009/2010... 42

Figura 5. Teores de cálcio nas folhas de soja em função de doses de K2O em

diferentes modos de aplicação e culturas de cobertura. A: Milheto; B: Painço; C: Pousio. Selvíria – MS, 2009/2010... 45

Figura 6. Teores de magnésio nas folhas de soja em função de doses de K2O em

diferentes modos de aplicação e culturas de cobertura. A: Painço; B: Pousio. Selvíria – MS, 2009/2010... 47

Figura 7. Teores de enxofre nas folhas de soja em função de doses de K2O em

diferentes modos de aplicação e culturas de cobertura. A: Milheto; B: Painço; C: Pousio. Selvíria –MS, 2009/2010... 49

Figura 8. Altura de plantas de soja em função de doses de K2O em diferentes modos

de aplicação e culturas de cobertura. A: Milheto; B: Painço; C: Pousio. Selvíria – MS, 2009/2010... 54

Figura 9. Altura de inserção da 1ª vagem de soja em função de doses de K2O em

diferentes modos de aplicação e culturas de cobertura. A : Milheto; B: Pousio. Selvíria – MS, 2009/2010... 56

Figura 10. Número de vagens planta-1 de soja em função de doses de K2O em

diferentes modos de aplicação e culturas de cobertura. A: Milheto; B: Painço; C: Pousio. Selvíria – MS, 2009/2010... 60

Figura 11. Massa de 100 grãos de soja em função de doses de potássio com milheto como cultura antecessora. Selvíria – MS, 2009/2010... 61

Figura 12. Teor de fósforo nas sementes de soja em função de doses de K2O em

diferentes modos de aplicação e culturas de cobertura. A: Milheto; B: Pousio. Selvíria – MS, 2009/2010... 66

(12)

experimental, anterior à instalação do experimento. Selvíria-MS, 2009... 21

Tabela 2. Descrição dos tratamentos do experimento... 23

Tabela 3. Valores de F e teores médios de N, P, K, Ca, Mg e S na parte aérea e médias de matéria seca (MS) das culturas de cobertura. Selvíria-MS, 2009/2010... 28

Tabela 4. Desdobramento da interação culturas de cobertura x modos de aplicação x doses de K2O significativa para teor de fósforo na parte aérea de culturas

de cobertura. Selvíria – MS, 2009/2010... 29

Tabela 5. Desdobramento da interação culturas de cobertura x formas de aplicação de K2O para teor de cálcio nas culturas de cobertura. Selviria-MS,

2009/2010... 30

Tabela 6. Desdobramento da interação culturas de cobertura x doses de K2O para teor de cálcio nas culturas de cobertura. Selvíria-MS, 2009/2010... 30

Tabela 7. Desdobramento da interação modos de aplicação x doses de K2O para

teor de magnésio nas culturas de cobertura. Selvíria-MS, 2009/2010... 31

Tabela 8. Desdobramento da interação Culturas de cobertura x formas de aplicação de K2O para teor de enxofre nas culturas de cobertura. Selviria-MS,

2009/2010... 31

Tabela 9. Desdobramento da interação culturas de cobertura x modos de aplicação x doses de K2O significativa para matéria seca da parte aérea das culturas

de cobertura. Selvíria – MS, 2009/2010... 33

Tabela 10. Valores de F e médias de teores de macronutrientes (g kg-1 de MS) nas folhas de soja em função de culturas de cobertura, doses e modos de aplicação de K2O. Selvíria-MS, 2010... 34

Tabela 11. Desdobramento da interação culturas de cobertura x modos de aplicação x doses de K2O significativa para teor de nitrogênio nas folhas de soja.

Selvíria – MS, 2009/2010... 36

Tabela 12. Desdobramento da interação modos de aplicação x doses de K2O para

teor de fósforo nas folhas de soja. Selvíria-MS, 2009/2010... 38

Tabela 13. Desdobramento da interação culturas de cobertura x modos de aplicação x doses de K2O significativa para teor de potássio nas folhas de soja.

(13)

Tabela 15. Desdobramento da interação culturas de cobertura x modos de aplicação x doses de K2O significativa para teor de magnésio nas folhas de soja.

Selvíria – MS, 2009/2010... 46

Tabela 16. Desdobramento da interação culturas de cobertura x modos de aplicação x doses de K2O significativa para teor de enxofre nas folhas de soja.

Selvíria – MS, 2009/2010... 48

Tabela 17. Valores de F e médias de população de plantas, altura de plantas e inserção da 1ª vagem de soja em função de culturas de cobertura, modos de aplicação e doses de K2O. Selvíria-MS, 2009/2010... 50

Tabela 18. Desdobramento da interação culturas de cobertura x modos de aplicação x doses de K2O significativa para altura de plantas de soja. Selvíria – MS,

2009/2010... 53

Tabela 19. Desdobramento da interação culturas de cobertura x modos de aplicação x doses de K2O significativa para altura de inserção da 1ª vagem de soja.

Selvíria – MS, 2009/2010... 55

Tabela 20. Valores de F e médias das características agronômicas: número de vagens planta-1, número de grãos vagem-1, massa de 100 grãos e produtividade de grãos em função de culturas de cobertura, modos de aplicação e doses de K. Selviria-MS, 2009/2010... 57

Tabela 21. Desdobramento da interação culturas de cobertura x modos de aplicação x doses de K2O significativa para número de vagens por planta de soja.

Selvíria – MS, 2009/2010... 59

Tabela 22. Massa de 100 grãos de soja em função de culturas de cobertura e doses de potássio. Selvíria-MS, 2009/2010... 61

Tabela 23. Valores de F e médias dos teores de N, P, K, Ca, Mg e S (g kg-1) nas sementes de soja em função de culturas de cobertura, doses e modos de aplicação de K2O. Selvíria-MS, 2010... 63

Tabela 24. Desdobramento da interação culturas de cobertura x modos de aplicação x doses de K2O significativa para teor de fósforo nas sementes de soja.

Selvíria – MS, 2009/2010... 65

Tabela 25. Desdobramento da interação culturas de cobertura x modos de aplicação de K2O significativa para teor de potássio nas sementes de soja.

Selviria-MS, 2009/2010... 67

Tabela 26. Desdobramento da interação modos de aplicação x doses de K2O

(14)

1 INTRODUÇÃO ... 14

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 16

2.1 Culturas de cobertura e reciclagem de nutrientes ... 16

2.1.1 Milheto ... 16

2.1.2 Painço ... 17

2.2 Potássio na planta ... 17

2.3 Adubação potássica na soja ... 18

2.4 Antecipação da adubação potássica ... 19

3 MATERIAL E MÉTODOS ... 21

3.1 Área experimental ... 21

3.2 Delineamento experimental e tratamentos ... 22

3.3 Instalação das culturas de cobertura ... 22

3.4 Instalação da cultura da soja ... 24

3.5 Tratos culturais ... 24

3.6 Avaliações fitotécnicas ... 24

3.6.1 Culturas de cobertura ... 24

3.6.2 Cultura da soja ... 25

3.6.2 Análise Estatística... 26

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 27

4.1 Estado nutricional e matéria seca das culturas de cobertura ... 27

4.2 Estado nutricional e características agronômicas da cultura da soja ... 31

4.3 Acúmulo de macronutrientes nas sementes de soja ... 62

5 CONCLUSÕES ... 68

(15)

1. INTRODUÇÃO

A soja é uma das principais culturas produtoras de grãos do mundo, sendo cultivada em quase todo o território brasileiro, atingindo altos índices de produtividade. A grande maioria das áreas exploradas com soja no território brasileiro encontra-se em regiões tropicais, onde predominam formações de solos de elevado grau de intemperismo, tendo assim baixos níveis de potássio (K), necessitando dessa forma de um adequado manejo da adubação potássica (BORKERT et al., 2005).

A utilização de fertilizantes potássicos em quantidades inadequadas proporciona um desequilíbrio de potássio tanto no solo quanto na planta, tendo como consequência o decréscimo e limitação da produção. Nesse sentido, para se ter um melhor aproveitamento da adubação é necessário identificar os problemas relacionados à nutrição das plantas, para determinar a quantidade, época e forma de aplicação do K para a cultura da soja, otimizando assim a produção.

Em relação à quantidade do fertilizante aplicado, quando a recomendação de adubação potássica for superior a 50 kg ha-1 de K2O, deve-se utilizar a metade da dose em cobertura,

principalmente em solos arenosos, 30 ou 40 dias após a germinação para cultivares de ciclo precoce e tardio, respectivamente (EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA, 2008). Porém, na prática muitos produtores utilizam toda a quantidade de K na semeadura, sendo doses por volta de 90 kg de ha-1 de K2O, no caso das

áreas de Cerrado. Rosolem (1997) argumenta que o manejo adequado da adubação potássica, no que diz respeito às quantidades de adubo a serem aplicadas, pode reduzir perdas, o que é importante do ponto de vista econômico e ambiental.

O K apresenta alta mobilidade na planta, tanto no xilema, quanto no floema e não faz parte de nenhum composto orgânico na planta. Como o K nos restos vegetais não fica incorporado às cadeias carbônicas, após a colheita ou senescência das plantas ele volta rapidamente ao solo em forma prontamente disponível para as culturas (RAIJ et al., 1997), tornando-se a palhada um reservatório expressivo de K em curto prazo no sistema de plantio direto (ROSOLEM et al., 2003). Portanto, argumenta-se sobre a possibilidade de se realizar a antecipação da adubação potássica da cultura principal, no cultivo de culturas de cobertura antecessoras em sistema de plantio direto.

(16)

sistemas agrícolas, otimizando os recursos internos (CHAGAS et al., 2007). Sendo assim, a utilização de culturas de cobertura em sistema de plantio direto e a decomposição dos resíduos no solo após o manejo, aumenta a disponibilidade de nutrientes para as culturas subsequentes.

O K é o cátion mais abundante nos tecidos vegetais, sendo absorvido da solução do solo em grandes quantidades pelas raízes na forma do íon K+. Boer et al. (2007) verificaram que o milheto e o capim-pé-de-galinha foram as plantas de cobertura com maiores quantidades de nutrientes acumulados na fitomassa da parte aérea, sendo o K o nutriente acumulado em maior quantidade, chegando a atingir 416,9 kg ha-1 de K

2O no milheto.

De acordo com essas observações, torna-se necessário o estudo mais detalhado do efeito da antecipação da adubação potássica da cultura principal (no caso a soja), na espécie de cobertura antecessora em sistema de plantio direto, tornando a palhada um reservatório de K, que seria disponibilizado gradativamente durante o desenvolvimento da cultura subsequente.

(17)

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Culturas de cobertura e reciclagem de nutrientes

No sistema de semeadura direta (SSD), a cobertura vegetal morta tem papel importante no aspecto da conservação do solo e da reciclagem de nutrientes (WISNIEWSKI; HOLTZ, 1997; SANTOS et al., 1998).

O cultivo de espécies vegetais conhecidas como plantas de cobertura intensifica a oferta de nutrientes nas camadas superficiais do solo (FIORIN, 1999). Contudo, o tipo ideal de cobertura do solo em cultivos com semeadura direta é aquele cuja taxa de decomposição dos resíduos vegetais é compatível com a manutenção do solo protegido contra agentes erosivos por maior período de tempo e com o fornecimento de nutrientes sincronizado com a demanda pela cultura subseqüente (OLIVEIRA et al., 2002).

A disponibilização dos nutrientes pelos resíduos vegetais pode ser rápida e intensa (ROSOLEM et al., 2003), ou lenta e gradual, conforme a interação entre os fatores climáticos, principalmente precipitação pluvial e temperatura, atividade macro e microbiológica do solo e qualidade e quantidade do resíduo vegetal (ALCÂNTARA et al., 2000; OLIVEIRA et al., 2002).

Diversas espécies de plantas de cobertura do solo podem ser utilizadas com essa finalidade. Sob condições de Cerrado, as gramíneas têm desempenhado uma importante atuação como planta de cobertura, com destaque para o milheto. Sua utilização em larga escala se deve à resistência ao déficit hídrico, elevada produção de biomassa e menor custo das sementes (BRAZ et al., 2004; SILVA et al., 2006).

2.1.1. Milheto

(18)

A época de semeadura está em função da finalidade do uso da cultura. Para cobertura do solo no plantio direto, pode-se realizar a semeadura, como safrinha, após a colheita do milho ou da soja, Outra opção de plantio para produção de massa seca para cobertura do solo é o período que vai de agosto a setembro, antes da semeadura do milho ou da soja em novembro, época na qual se faz a dessecação do milheto (SCALÉA, 1998).

O sistema radicular profundo do milheto permite ciclagem de nutrientes em quantidades consideráveis, deixando-os disponíveis as culturas subsequentes, uma vez que a plantas de milheto absorvem os nutrientes das camadas subsuperficiais do solo e os liberam, posteriormente, na camada superficial após a decomposição dos seus resíduos (PIRES et al., 2007).

2.1.2. Painço

O painço (Panicum miliaceum L.) foi o mais antigo cereal utilizado pelo homem, depois do trigo e da cevada (KALINOVA; MOUDRY, 2006). É uma cultura que apresenta ciclo muito curto e vem sendo cultivada em algumas regiões do Estado de São Paulo e Mato Grosso do Sul com o objetivo de exploração dos grãos, para utilização na alimentação animal, principalmente de pássaros em cativeiro, substituindo o alpiste (ZANCANELLA et al., 2003), na indústria cervejeira misturado em pequena proporção com a cevada (LIMA et al., 2000) e como espécie produtora de palha para o plantio direto e adubo verde (ZANCANELLA et al., 2010). Assim, em função do pequeno ciclo (60 a 70 dias), pode ser uma espécie interessante para o período de inverno-primavera, pois além da produção de "palhada", haveria tempo suficiente para colheita dos grãos, não atrasando a época ideal de semeadura da soja.

2.2. Potássio na planta

Depois do nitrogênio, o potássio é elemento absorvido em maiores quantidades pela planta da soja sendo que, em cada 1000 kg de sementes produzidas são extraídos 20 kg de K2O. Tem alta mobilidade na planta em qualquer concentração, seja dentro da célula, seja no

(19)

necessários para sustentar a vida da planta, pois desempenha papel vital na fotossíntese, na translocação de fotoassimilados, na abertura e fechamento de estômatos e na ativação de catalisadores (enzimas) (TAIZ; ZEIGER, 2002).

As necessidades de K para o ótimo crescimento das plantas situam-se na faixa de 20 –

50 g kg-1 da massa das partes vegetativas secas da planta, das frutas e dos tubérculos, entretanto as plantas têm a capacidade de absorver quantidade de K superior à sua necessidade, o que comumente é denominado consumo de luxo de K (MEURER, 2006). O período de maior exigência do K ocorre no estádio de crescimento vegetativo da soja, apresentando a velocidade de absorção máxima do nutriente nos trinta dias que antecedem ao florescimento (BATAGLIA; MASCARENHAS, 1977).

Alguns estudos mostram a rápida velocidade de liberação do K, independente da espécie envolvida e da época do corte, e destacam que este fato provavelmente está associado à natureza do nutriente ocorrer na forma iônica nas plantas, não participando de nenhuma das estruturas orgânicas (TAIZ; ZEIGER, 1991; ANDRADE, 1997).

A extração relativamente fácil de K do tecido vegetal foi descrita por Moraes e Arens (1969), que constataram que o nutriente sofreu lixiviação considerável das folhas de plantas cultivadas, quando estas foram imersas em água destilada, mostrando que este fenômeno pode ocorrer em condições de campo graças à ação da água do orvalho ou das chuvas. Dessa forma, as palhas das plantas de cobertura podem constituir uma fonte considerável de K, que, por meio da ação da água das chuvas, pode proporcionar aumento dos teores do nutriente no solo. Contudo, o estádio de senescência das plantas, após serem submetidas ao herbicida, pode comprometer o sincronismo entre a fonte do nutriente (palha da superfície do solo) e a demanda da cultura subseqüente em sistemas com semeadura direta.

2.3. Adubação potássica na soja

A disponibilidade do potássio no solo ocupa uma posição intermediária entre o N e o P, isto é, não sofre lixiviação tão intensa quanto o primeiro e nem é fixado tão fortemente quanto o segundo; o risco de lixiviação do K é maior nos solos arenosos, influenciando seus teores críticos no solo e na planta (LANA et al., 2002)

(20)

forma para a melhora da qualidade fisiológica das sementes e aumento da produtividade das culturas.

Raij e Mascarenhas (1975), citados por Mascarenhas et al. (1981) demonstraram que há resposta da soja para adubação potássica quando o teor de potássio trocável deste solo é inferior a 0,12 cmolc/dm-3, valor acima do qual há pouca ou nenhuma resposta. Boyer (1972),

citado por Mascarenhas et al. (1981) apontou que para a agricultura tropical os níveis mínimos absoluto de potássio trocável estavam ao redor de 0,10 cmolc dm-3, mas variavam de

0,07 a 0,20 cmolc dm3 dependendo do tipo de solo e plantas envolvidas.

Yamada e Haag (1981), estudando solos de cerrado com 48 mg dm-3 de potássio, não

constataram resposta da cultura da soja, em cultivo de primeiro ano, à aplicação das doses, a lanço e em sulco de, 0, 50, 100 e 200 kg ha-1 de K2O . Resultado semelhante foi encontrado

por Rosolem et al. (1984), em solos com 62 mg dm-3 de K, com aplicação anual de 0, 40, 80, 160 e 240 kg/ha de K2O; porém, no segundo ano, com aplicação a lanço, a soja respondeu a

aplicação de até 80 kg/ha de K2O, e em sulco, a aplicação de até 40 kg/ha de K2O. No terceiro

ano, houve resposta até a aplicação anual de 80 kg/ha de K2O, independente do modo de

aplicação.

2.4. Antecipação da adubação potássica

Devido à adoção dos sistemas conservacionistas atuais, com a introdução das culturas de cobertura (CASTRO, 1993), existe a possibilidade de adubação de todo o sistema de cultivo, com a antecipação da adubação, ao invés da adubação de base realizada, simultaneamente, à semeadura. Essa técnica consiste na antecipação da aplicação, total ou parcial, da dose recomendada de fertilizante, para a cultura de verão, no momento da adubação da cultura antecessora, na forma de adubação a lanço ou incorporada (FRANSCISCO et al., 2007).

(21)

Outra vantagem da adubação antecipada na cultura antecessora para a formação de palhada visando à semeadura direta reside no incremento de matéria orgânica para o agroecossistema, melhorando a conservação do solo, a manutenção de umidade e a reciclagem de nutrientes, que via mineralização da matéria orgânica, vão passar às formas disponíveis à cultura de verão em sucessão (SILVA; ROSOLEM, 2001).

Foloni e Rosolen (2008) avaliaram a produtividade de grãos e a acumulação de K na soja em função da aplicação antecipada de fertilizante potássico na instalação do milheto em relação com o K aplicado na semeadura da soja subseqüente no SPD em três anos agrícolas, utilizando doses de 0, 30, 60 e 90 kg ha-1 de K

2O no milheto, combinado com 0, 30, 60 e 90

kg ha-1 de K2O na soja. Observaram que a antecipação de 60 a 90 kg ha-1 de K2O na

semeadura do milheto não comprometeu o acúmulo de K na lavoura de soja e que, as máximas produtividades de soja foram alcançadas no primeiro e segundo ano com doses de 85 a 90 kg ha-1 de K2O, que poderiam ser antecipadas totalmente na semeadura da gramínea

de cobertura. Os autores observaram ainda que, o máximo acúmulo de K foi observado na aplicação de90 kg ha-1 de K2O no milheto e ausência de K2O na soja, atingindo o pico de 137

kg ha-1 de K na soja. Portanto, a prática de antecipar a aplicação de K2O na semeadura da

(22)

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Área experimental

O experimento foi realizado durante o ano agrícola 2009/2010, em área experimental da Fazenda de Ensino, Pesquisa e Extensão da UNESP, Campus de Ilha Solteira, localizada

no município de Selvíria (MS), situada a 20º 22’ de latitude Sul e 51º 22’ de longitude Oeste

de Greenwich, com altitude de 335 metros, aproximadamente. O relevo é caracterizado como moderadamente plano e ondulado. O clima predominante da região, segundo classificação de Köppen, é do tipo Aw. A temperatura média anual é de 23,5 ºC, precipitação de 1.370 mm, umidade relativa do ar entre 70% e 80% (média anual). O solo predominante da área é o Latossolo Vermelho distrófico (LVd) típico argiloso (DEMATTÊ, 1980). Nesta área realizou-se uma amostragem de solo na camada de 0-0,2 m, anterior a instalação do experimento e os resultados da análise granulométrica foram: argila = 660 g kg-1; silte = 120 g kg-1; areia = 220 g kg-1. Os resultados da análise química do solo encontram-se na Tabela 1.

Tabela 1. Resultados da análise química do solo da área experimental, anterior à instalação do experimento. Selvíria-MS, 2009.

Prof. Presina M.O. pH K Ca Mg H+Al Al SB CTC V% (m) mg dm-3 g dm-3 CaCl

2 mmolc dm-3 %

0-0,2 35 17 4,7 4,8 19 11 45 0,2 35 80 43

A área anteriormente vinha sendo cultivada com a cultura do milho, com aplicações anuais por volta de 40 kg de K2O ha-1. O índice pluviométrico registrado na área durante a

(23)

Figura 1. Índice pluviométrico registrado na área durante a condução do experimento. Selvíria – MS, 2009/2010.

Fonte: Fazenda de ensino, pesquisa e extensão – FEPE/UNESP.

3.2. Delineamento experimental e tratamentos

O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, com os tratamentos dispostos em um esquema fatorial 3x3x5, sendo os fatores: culturas de cobertura e pousio, doses de potássio e modos de aplicação, com quatro repetições. As parcelas continham 3,5m de largura e 6m de comprimento e foi considerada como área útil, a área central da parcela, desprezando-se 1,0 m em cada extremidade e lateral da parcela. Na Tabela 2 encontra-se o resumo dos tratamentos do experimento.

3.3. Instalação das culturas de cobertura

(24)

Tabela 2. Descrição dos tratamentos do experimento.

Tratamento Culturas de Cobertura Dose K(Kg ha2-1O ) Modos de aplicação

01 Milheto 0 Antecipada

02 Milheto 0 Semeadura

03 Milheto 0 Cobertura

04 Milheto 0 ½ Antecipada + ½ Semeadura

05 Milheto 0 ½ Semeadura + ½ Cobertura

06 Painço 0 Antecipada

07 Painço 0 Semeadura

08 Painço 0 Cobertura

09 Painço 0 ½ Antecipada + ½ Semeadura

10 Painço 0 ½ Semeadura + ½ Cobertura

11 Pousio 0 Antecipada

12 Pousio 0 Semeadura

13 Pousio 0 Cobertura

14 Pousio 0 ½ Antecipada + ½ Semeadura

15 Pousio 0 ½ Semeadura + ½ Cobertura

16 Milheto 50 Antecipada

17 Milheto 50 Semeadura

18 Milheto 50 Cobertura

19 Milheto 50 ½ Antecipada + ½ Semeadura

20 Milheto 50 ½ Semeadura + ½ Cobertura

21 Painço 50 Antecipada

22 Painço 50 Semeadura

23 Painço 50 Cobertura

24 Painço 50 ½ Antecipada + ½ Semeadura

25 Painço 50 ½ Semeadura + ½ Cobertura

26 Pousio 50 Antecipada

27 Pousio 50 Semeadura

28 Pousio 50 Cobertura

29 Pousio 50 ½ Antecipada + ½ Semeadura

30 Pousio 50 ½ Semeadura + ½ Cobertura

31 Milheto 100 Antecipada

32 Milheto 100 Semeadura

33 Milheto 100 Cobertura

34 Milheto 100 ½ Antecipada + ½ Semeadura

35 Milheto 100 ½ Semeadura + ½ Cobertura

36 Painço 100 Antecipada

37 Painço 100 Semeadura

38 Painço 100 Cobertura

39 Painço 100 ½ Antecipada + ½ Semeadura

40 Painço 100 ½ Semeadura + ½ Cobertura

41 Pousio 100 Antecipada

42 Pousio 100 Semeadura

43 Pousio 100 Cobertura

44 Pousio 100 ½ Antecipada + ½ Semeadura

(25)

3.4. Instalação da cultura da soja

A semeadura da soja foi realizada mecanicamente em 05/01/2010, utilizando-se a variedade MGBR 46 (Conquista), recomendada para solos de baixa e média fertilidade, com ciclo total de 105 a 140 dias, florescimento de 48 a 54 dias, hábito de crescimento determinado, altura média de plantas de 0,80 m, altura de inserção da 1ª vagem de 0,15 m, peso médio de 100 grãos de 15,5 g, hipocótilo e flor roxa, com densidade populacional recomendada de 220 a 250 mil plantas por hectare. O espaçamento foi de 0,45 m entrelinhas e densidade de 18 sementes por metro de sulco. A adubação básica utilizada para a semeadura foi de 90 kg P2O5 ha-1 utilizando como fonte o superfosfato simples. O K na semeadura, nos

respectivos tratamentos, foi aplicado dez dias após a semeadura, na superfície do solo e ao lado das plântulas recém germinadas. A aplicação do K2O em cobertura na soja foi realizada

dia 13/02/10 (39DAS) a lanço.

3.5. Tratos culturais

O tratamento e inoculação das sementes, população de plantas, manejo de plantas daninhas e o manejo fitossanitário foram realizados de acordo com as recomendações da Embrapa (2008).

3.6. Avaliações fitotécnicas:

3.6.1. Culturas de cobertura

(26)

Estado nutricional das culturas de cobertura: anterior a dessecação foram coletadas, em todas as parcelas, amostras das plantas de milheto e painço contidas em 1 linha com 1 metro por parcela. O material foi acondicionado em sacos de papel e colocado para secar em estufa de circulação e renovação de ar forçado a 60-70°C até massa constante. Após secas, as folhas foram moídas, em moinho tipo Wiley, para determinação dos teores de N, P, K, Ca, Mg e S, segundo metodologia de Malavolta et al. (1997).

3.6.2. Cultura da soja

Estado nutricional das plantas de soja: no florescimento pleno da soja (estádio R2), foi coletada na área útil de cada parcela 30 terceiras folhas totalmente desenvolvidas a partir do ápice na haste principal, conforme metodologia de Raij et al. (1996). Essas folhas foram levadas ao laboratório, lavadas com água corrente e detergente a 1% e posteriormente em água destilada e deionizada. O material foi acondicionado em sacos de papel e colocado para secar em estufa de circulação e renovação de ar forçado a 60-70°C até massa constante. Após secas, as folhas foram moídas, em moinho tipo Wiley, para determinação dos teores de N, P, K, Ca, Mg e S, segundo metodologia de Malavolta et al. (1997).

População final de plantas: foi estimada contando-se as plantas contidas em 1 linha com 2 m de comprimento, na área útil de cada parcela, na época da colheita.

Altura de plantas: em cada parcela foram coletadas 10 plantas ao acaso na área útil, quando as mesmas atingiram a maturidade fisiológica, período onde o máximo da estatura da planta já está expressa. Essas medidas foram realizadas do colo da planta até a extremidade da haste principal da planta.

Altura da inserção da primeira vagem: foram avaliadas as mesmas plantas amostradas na avaliação de altura das plantas, medindo-se a distância do colo da planta até a inserção da primeira vagem.

(27)

grãos por vagem foi obtido através da debulha de todas as vagens obtidas das dez plantas e contagem dos mesmos com posterior cálculo do número de grãos por vagem.

Produtividade de grãos: para determinação da produtividade de grãos, foram colhidas todas as plantas em 2 linhas com 4 m de comprimento na área útil de cada parcela, após atingirem o ponto de maturação. Essas plantas após identificação foram levadas para o terreiro e após secagem final foram trilhadas e os grãos obtidos, limpos e pesados. Após a pesagem, uma amostra dos grãos foi tomada para determinação da umidade para posterior correção do valor obtido para 13% de umidade (base úmida). A seguir determinou-se a produtividade de grãos por hectare.

Massa de 100 grãos: simultaneamente a avaliação de produtividade, após a pesagem dos grãos obtidos, realizou-se uma amostragem com posterior contagem e pesagem de 100 grãos, pesagem em balança de precisão (0,01g) para a determinação de sua massa. O valor obtido também foi corrigido para 13% de umidade.

Acúmulo de macronutrientes nas sementes: Após a colheita, foram retiradas amostras de sementes, as quais foram moídas, em moinho tipo Wiley, para determinação dos teores de N, P, K, Ca, Mg e S, segundo metodologia de Malavolta et al. (1997).

3.7. Análise Estatística

Para a análise estatística da matéria seca e teor de macronutrientes nas culturas de cobertura, foram consideradas somente as aplicações antecipada e ½ antecipada + ½ semeadura, perfazendo um fatorial 2 x 3 x 2. Para os dados referentes à cultura da soja, foi realizada análise do fatorial completo (3 x 3 x 5), considerando todas as formas de aplicação de K2O, bem como a área de pousio.

(28)

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Estado nutricional e massa seca das culturas de cobertura

Na Tabela 3, encontram-se os valores de F e os teores médios de N, P, K, Ca, Mg e S na parte aérea das culturas de cobertura e as médias de matéria seca produzida. Verifica-se que para os teores de N, houve diferença significativa somente para as culturas de cobertura, com maior teor no painço. Considerando o teor médio de N nas culturas de cobertura e sua produtividade de Matéria seca (MS), houve um acúmulo de 52 e 23 kg N ha-1 no milheto e painço, respectivamente. Essas quantidades são relativamente pequenas devido à baixa produção de matéria seca, porém, segundo Primavesi et al. (2002) as gramíneas, por seu elevado potencial de produção de MS, em alguns casos, podem depositar mais N no solo que as leguminosas, como no caso do milheto.

Em relação ao teor de K nas culturas de cobertura houve efeito isolado de todos os fatores estudados (Tabela 3). Para as culturas de cobertura a maior concentração foi observada no milheto, sendo uma característica da espécie apresentar elevada reciclagem desse nutriente. Salton e Hernani (1994) observaram que o milheto acumulou na parte aérea cerca de 377 kg ha-1 de K. No painço, Lima et al. (2005), constatou acúmulo de 102 kg de K na matéria seca. Considerando que todo o K contido nos resíduos vegetais tenha sido liberado para soja em sucessão, a inclusão do milheto e do painço, em média, proporcionou uma adubação de 171 e 39 kg ha-1de K, respectivamente. Barbosa (2009) estudando épocas de semeadura de culturas de cobertura em solo semelhante verificou acúmulo médio de até 161 kg ha-1de K no milheto.

Em relação às formas de aplicação, a aplicação do K2O totalmente antecipada nas

culturas de cobertura proporcionou teor significativamente maior que a aplicação onde somente metade da adubação potássica foi antecipada, o que pode ser explicado pela maior quantidade utilizada, que resultou em maior disponibilidade de K no solo para as plantas.

Para as doses de K2O verificou-se que não houve aumento da concentração com a

elevação das doses, ajustando-se na equação quadrática y = 41,9 – 0,176x + 0,00147x2, sendo

o maior teor observado na ausência de aplicação, o que pode estar relacionado a maior produção de matéria seca com o aumento da dose de K2O, e uma possível diluição do

nutriente nesse maior volume de material vegetal.

(29)

maximizar o aproveitamento desses elementos, a implantação da cultura sucessora deve ser realizada o quanto antes, após o manejo das espécies de cobertura, favorecendo um período em que a demanda nutricional não é alta, podendo, inclusive, ser suficiente para o início do seu crescimento.

Tabela 3. Valores de F e teores médios de N, P, K, Ca, Mg e S na parte aérea e médias de matéria seca (MS) das culturas de cobertura. Selvíria-MS, 2009/2010.

Tratamentos N P K Ca Mg S MS

g kg-1 kg ha-1

Cobertura

Milheto 13,8 b 2,71 45,01 a 2,04 3,25 b 2,17 b 3818 Painço 19,8 a 2,80 33,05 b 1,97 4,34 a 2,51 a 1192 Modos de Aplic.

Antecipada 17,30 2,80 40,73 a 1,92 3,78 2,36 2461 ½ AN + ½ SE1 16,43 2,71 37,73 b 2,09 3,80 2,31 2549 Doses K (Kg ha-1)

0 17,0 2,88 41,91 2,11 3,63 2,37 1552

50 16,5 2,89 36,77 1,89 3,68 2,30 2519

100 17,09 2,49 39,00 2,02 4,07 2,34 3450

Teste F

Cobertura (C) 46,63** 0,51 ns 70,65** 0,36 ns 47,14** 8,35** 479,33**

Modos (M) 0,90 ns 0,66 ns 4,74* 1,82 ns 0,01 ns 0,17 ns 0,53 ns Doses K (K) 0,14 ns 5,26 ns 4,67* 1,14 ns 3,04 ns 0,15 ns 82,84** C x M 0,01 ns 4,70* 0,07 ns 4,23* 0,00 ns 5,65* 1,21 ns C x K 0,44 ns 1,88 ns 0,76 ns 4,99* 0,59 ns 0,04 ns 77,50** M x K 0,72 ns 5,03 ns 2,94 ns 1,37 ns 3,50* 0,76 ns 10,34** C x M x K 2,90 ns 5,50** 0,24 ns 1,26 ns 1,65 ns 2,77 ns 52,69** RL 0,00 ns 7,63** 2,97 ns 0,41 ns 5,04* 0,04 ns 165,6** RQ 0,28 ns 2,89 ns 6,37* 1,88 ns 1,03 ns 0,26 ns 0,02 ns CV (%) 18,03 14,29 12,14 21,28 14,51 17,40 16,59 Média Geral 16,08 2,76 39,23 2,01 3,79 2,34 2505

1 ½ Antecipada + ½ Semeadura; ns não significativo; * Significativo a 5% de probabilidade pelo Teste

F; ** Significativo a 1% de probabilidade pelo Teste F.

Para o teor de P nas culturas de cobertura (Tabela 3) observou-se interação entre as culturas de cobertura, as formas de aplicação e as doses de potássio. Na Tabela 4, observa-se no desdobramento que houve variação significativa para as formas de aplicação mesmo na ausência de aplicação de K2O. Na comparação entre as culturas de cobertura, o teor variou

significativamente somente dentro da aplicação ½ antecipada + ½ semeadura, com maior teor no milheto na ausência de aplicação e no painço com 100 K2O ha-1. Para o teor de P em

(30)

Tabela 4. Desdobramento da interação culturas de cobertura x modos de aplicação x doses de K2O significativa para teor de fósforo na parte

aérea de culturas de cobertura. Selvíria – MS, 2009/20101.

Dose K2O (kg ha-1)

0 50 100

Milheto Painço Milheto Painço Milheto Painço

P (g kg-1)

AN2 2,45 bB 3,14 aA 3,25 aA 3,14 aA 2,21 aA 2,62 aA

½ AN + ½ SE3 3,40 aA 2,54 bB 2,69 aA 2,49 bA 2,28 aB 2,86 aA

Dose K20 (kg ha-1)

Culturas de

cobertura Formas de aplicação

0 50 100

Equações R2

P (g kg-1)

Milheto AN 2,45 3,25 2,21 y = 2,45 + 0,034x – 0,000368x

2 100**

½ AN + ½ SE 3,40 2,69 2,28 y = 3,354 – 0,01157x 97,7**

Painço AN ½ AN + ½ SE 3,14 2,54 3,14 2,49 2,62 2,86 ns ns 100* ---

1Médias seguidas por mesma letra minúscula na coluna e maiuscula na linha (dentro da mesma dose) não difere pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de

probabilidade.

2Antecipada; 3½ Antecipada + ½ Semeadura ; ns Não significativo; *Significativo a 5% de probabilidade pelo Teste F;** Significativo a 1% de probabilidade

(31)

efeito quadrático no milheto para aplicação antecipada e linear decrescente quando houve parecelamento da adubação potássica.

Em relação ao teor de cálcio, houve interação entre culturas de cobertura x formas de aplicação e também entre culturas de cobertura x doses de K2O (Tabela 3). No

desdobramento entre as culturas e as formas de aplicação (Tabela 5) verificou-se que não houve diferença significativa entre as culturas de cobertura, independente da forma de aplicação de K2O. No entanto, na comparação entre as formas de aplicação, a aplicação de

K2O antecipada diminuiu significativamente o teor de Ca no painço.

Tabela 5. Desdobramento da interação Culturas de cobertura x formas de aplicação de K2O

para teor de cálcio nas culturas de cobertura. Selviria-MS,2009/20101. Formas de aplicação

Antecipada ½ Antecipada + ½ Semeadura

Culturas de cobertura Ca (g kg-1)

Milheto 2,09 aA 2,00 aA

Painço 1,76 aB 2,18 aA

1Médias seguidas por mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem pelo teste de

Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.

Para a interação entre as culturas de cobertura e as doses de K2O (Tabela 6),

verificou-se que somente com a aplicação de 100 kg K2O ha-1 houve diferença significativa no teor de

Ca, sendo maior no painço. Em relação ao comportamento do teor de Ca em função das doses, o aumento das mesmas no milheto diminui o teor de Ca na parte aérea, ajustando-se em equação linear decrescente. No painço esse efeito foi quadrático.

Tabela 6. Desdobramento da interação culturas de cobertura x doses de K2O para teor de

cálcio nas culturas de cobertura. Selvíria-MS, 2009/20101.

1 Médias seguidas por letras distintas na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de

probabilidade

*Significativo a 5% de probabilidade pelo Teste F

Dose K2O (kg ha-1)

0 50 100

Ca (g kg-1) Equações R2

Milheto 2,26 a 2,08 a 1,80 b 2,279 – 0,00462x 0,98*

(32)

O teor de magnésio observado foi maior no painço em relação ao milheto, havendo ainda interação entre as formas de aplicação e as doses de K2O. No desdobramento (Tabela

7), não foi observada diferença significativa entre as formas de aplicação, independente da dose utilizada, no entanto, pela análise de regressão, verificou-se que o aumento das doses de K2O antecipada resultou em aumento do teor de Mg nas culturas de cobertura.

Tabela 7. Desdobramento da interação modos de aplicação x doses de K2O para teor de

magnésio nas culturas de cobertura. Selvíria-MS, 2009/20101.

1 Médias seguidas por letras distintas na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de

probabilidade

2Antecipada; 3½ Antecipada + ½ Semeadura; ns Não significativo; ** Significativo a 1% de

probabilidade pelo Teste F.

Na Tabela 8 encontra-se o desdobramento do teor de enxofre nas culturas de cobertura em função das formas de aplicação de K2O, observa-se que na comparação entre as culturas,

houve diferença significativa na aplicação ½ antecipada + ½ semeadura, tendo o painço maior concentração. Entre as formas de aplicação não houve diferença significativa.

Tabela 8. Desdobramento da interação culturas de cobertura x formas de aplicação de K2O

para teor de enxofre nas culturas de cobertura. Selviria-MS,2009/20101. Formas de aplicação

Antecipada ½ Antecipada +

½ Semeadura Culturas de cobertura S (g kg-1)

Milheto 2,33 aA 2,00 bA

Painço 2,39 aA 2,62 aA

1Médias seguidas por mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem pelo teste de

Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.

Em relação à matéria seca das culturas de cobertura (Tabela 10), verifica-se para as formas de aplicação, nas duas culturas de cobertura que houve diferença significativa. Com 50 kg ha-1 de K2O, a aplicação ½ antecipada + ½ semeadura proporcionou maior acumulo de

matéria seca no milheto e menor no painço, no entanto, com 100 kg ha-1 de K2O, houve efeito

Dose K2O (kg ha-1)

0 50 100

Mg (g kg-1) Equações R2

AN2 3,51 a 3,48 a 4,35 a 3,373 + 0,00843x 0,72**

(33)

contrário, no qual a aplicação totalmente antecipada no milheto foi a que proporcionou o maior acúmulo de matéria seca, com 6677 kg ha-1, já no painço, essa forma de aplicação resultou quantidade de matéria seca significativamente menor que a aplicação ½ antecipada + ½ semeadura. Na comparação entre as culturas de cobertura, verificou-se que o milheto produziu quantidade de matéria seca superior ao painço, independente da dose de forma de aplicação de K2O.

No geral, houve baixa produtividade de matéria seca das culturas de cobertura. Esse resultado difere dos encontrados por Lima et al. (2005) que, semeando as culturas em janeiro, sem aplicação de K e com período de manejo químico semelhante ao do presente trabalho, obtiveram produtividade de matéria seca de 10 e 5,6 t ha-1, de milheto e painço, respectivamente. Segundo esse mesmo autor, o milheto e em seguida, o painço, conduzidos no verão, em curto período de desenvolvimento (53 dias após a emergência), foram as coberturas vegetais que produziram as maiores quantidades de MS e, conseqüentemente, o maior acúmulo de macronutrientes na parte aérea. Os autores ressaltam ainda que, em um curto período de desenvolvimento, o milheto foi a cultura de cobertura que apresentou o maior potencial de produção de matéria seca, além da sua rusticidade, rapidez na formação da cobertura, ciclo adequado e características ecofisiológicas compatíveis com o local e a época de cultivo, o que está de acordo com os resultados do presente trabalho, no qual o milheto apresentou maior produtividade de matéria seca em período curto de tempo, em relação ao painço. A vantagem do painço seria a possiblidade de colheita dos grãos antes do manejo da fitomassa, com retorno financeiro em curto prazo.

Com relação aos valores médios de matéria seca de culturas de cobertura para cada modo de aplicação nas diferentes doses de K2O (Tabela 9). Verifica-se que para a as formas

de aplicação no milheto, todas apresentaram regressão significativa, sendo que para a aplicação antecipada e ½ antecipada + ½ semeadura, o modelo linear foi o que melhor se ajustou, tendo as doses influencia positiva na produtividade de matéria seca.

4.2. Estado nutricional e características agronômicas da cultura da soja

(34)

das culturas de cobertura. Selvíria – MS, 2009/2010 .

Dose K2O (kg ha-1)

0 50 100

Milheto Painço Milheto Painço Milheto Painço

Matéria seca ( kg ha-1)

AN2 1957 aA 1047 aB 2488 bA 1800 aB 6677 aA 794 bB

½ AN + ½ SE3 2079 aA 1125 aB 4931 aA 858 bB 4774 bA 1526 aB

Dose K20 (kg ha-1)

Culturas de

cobertura Formas de aplicação

0 50 100

Equações R2

Ca (g kg-1)

Milheto AN ½ AN + ½ SE 19572079 24884931 6677 4774 y = 1347 + 47,19x y = 2580 + 26,9x 0,83** 0,70**

Painço AN 1047 1800 794 y = 1047 + 32,6x – 0,35x

2 1,0**

½ AN + ½ SE 1125 858 1526 ns ---

1Médias seguidas por mesma letra minúscula na coluna e maiuscula na linha (dentro da mesma dose) não difere pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de

probabilidade.

(35)

Tabela 10. Valores de F e médias de teores de macronutrientes (g kg-1 de MS) nas folhas de soja em função de culturas de cobertura, doses e modos de aplicação de K2O.

Selvíria-MS, 2010.

Tratamentos N P K Ca Mg S

g kg-1 Culturas de Cob.

Milheto 41,9 3,3 a 27,0 10,7 5,3 3,7

Painço 40,0 3,1 b 27,2 10,9 5,6 3,6

Pousio 41,9 3,1 b 21,8 11,3 5,7 3,6

Modos de Aplicação

Antecipada 41,1 3,2 25,6 10,9 5,5 3,6

Semeadura 41,0 3,2 24,4 10,9 5,6 3,5

Cobertura 41,1 3,2 25,0 10,9 5,6 3,6

½ AN + ½ SE2 41,6 3,1 25,4 11,2 5,6 3,8

½ SE + ½ CO3 41,6 3,2 26,2 11,1 5,3 3,5

Doses K (Kg ha-1)

0 40,4 3,1 24,0 11,5 5,5 3,6

50 41,6 3,2 27,4 10,6 5,4 3,5

100 41,5 3,2 24,6 11,0 5,6 3,7

Teste F

Cobertura (C) 4,51* 11,08** 40,70** 1,52 ns 7,18** 1,92 ns Modos (M) 0,15 ns 0,68 ns 1,21 ns 0,14 ns 1,25 ns 5,05** Doses de K2O (K) 0,86 ns 1,78 ns 14,34** 3,02 ns 1,82 ns 2,68 ns

C x M 2,03* 1,67 ns 0,87ns 2,74** 1,83 ns 5,60** C x K 2,06 ns 0,21 ns 4,62** 2,02 ns 0,42 ns 3,38* M x K 3,18** 2,96** 7,09** 2,57* 1,79 ns 6,90** C x M x K 5,46** 1,30 ns 2,42** 2,55** 1,95* 3,54** RL 1,01 ns 3,24 ns 0,85 ns 2,10 ns 0,17 ns 0,13 ns RQ 0,71 ns 0,32 ns 27,82** 3,93* 3,46 ns 5,22**

CV (%) 9,9 9,7 14,6 17,7 10,3 10,5

Média Geral 41,3 3,2 25,3 11,0 5,5 3,6

1Médias seguidas por letras distintas na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de

probabilidade.

2½ Antecipada + ½ Semeadura ; 3½ Semeadura + ½ Cobertura.

ns: não significativo; *Significativo a 5% de probabilidade pelo Teste F; ** Significativo a 1% de

probabilidade pelo Teste F.

Para teor de N nas folhas de soja em função das culturas de cobertura, doses e formas de aplicação de K (Tabela 11), houve diferença significativa paras as formas de aplicação na soja cultivada em sucessão ao milheto, tendo efeito mais pronunciado na dose de 100 kg ha-1 de K2O, onde a aplicação de K2O em cobertura proporcionou teor de N significativamente

maior que as demais formas de aplicação. Na ausência de aplicação de K2O, a soja em

sucessão ao milheto apresentou em geral, maiores teores de N. Na dose de 50 kg ha-1 de K2O

(36)

de K2O, a aplicação da mesma em cobertura favoreceu o teor de N na soja em sucessão ao

milheto, porém nas aplicações parceladas o teor foi menor no milheto. Silva (2008) não verificou diferença no teor de N nas folhas de soja quando semeada sobre a cultura do milheto e do sorgo. Duke e Collins (1985) verificaram que a fixação biológica do nitrogênio aumentava com a adição de potássio podendo esse efeito ser atribuído ao aumento da nodulação, da produtividade dos nódulos ou de ambos.

Ainda na Tabela 11, observa-se o comportamento do teor de N nas folhas de soja em relação às doses, nas diferentes formas de aplicação. Para os teores na soja cultivada em sucessão o milheto (Figura 2 - A), a aplicação antecipada de K2O diminuiu o teor de N nas

folhas conforme o aumento da dose, ajustando-se em equação linear decrescente, já a aplicação ½ antecipada + ½ semeadura teve comportamento quadrático, com elevação do teor até a dose de 50 kg ha-1 de K2O e queda na dose de 100 kg. Comportamento contrário a esse

foi observado para a aplicação em cobertura, na qual a dose de 100 kg ha-1 de K2O

proporcionou aumento de 18,4 g de N kg-1 de MS a mais que a dose de 50 kg ha-1 de K2O. Na

soja cultivada em sucessão ao painço e área de pousio (Figura 2 - B e C), a aplicação ½ semeadura + ½ cobertura teve comportamento semelhante, com elevação do teor conforme aumento da dose. De maneira geral, os teores de N ficaram um pouco abaixo do nível considerado suficiente para a soja, o qual é de 45,0 a 55,0 g kg-1 de N na MS (EMBRAPA, 2010).

A resposta de uma cultura a adubação potássica depende, em grande parte, do nível que se encontra a nutrição nitrogenada. Geralmente, quanto maior o suprimento de N, maior o aumento da produtividade devido ao K (ROSOLEM, 2005). Ajay et al. (1970) e Dibb e Welch (1976) afirmam que a maior absorção de K permite rápida assimilação do NH4+

absorvido, mantendo seu teor adequado na planta, evitando a toxidez.

Os teores de fósforo nas folhas de soja em função de doses e modos de aplicação de K estão apresentados no desdobramento da tabela 12. Observa-se que somente houve diferença significativa na dose de 50 kg ha-1, com diminuição do teor de P nas aplicações parceladas de K2O. As aplicações ½ antecipada + ½ semeadura e semeadura se ajustaram em equação

(37)

Tabela 11. Desdobramento da interação culturas de cobertura x modos de aplicação x doses de K2O significativa para teor de nitrogênio nas

folhas de soja. Selvíria – MS, 2009/20101.

Dose de K2O (kg ha-1)

0 50 100

Milheto Painço Pousio Milheto Painço Pousio Milheto Painço Pousio

N (g kg-1)

AN2

46,9 aA 39,7 aB 40,4aAB 45,7 aA 37,3 aB 42,0 aAB 37,0 bA 41, 8aA 39,2 aA

SE3

40,6 abA 39,1 aA 43,9 aA 42,1 abA 39,7 aA 43,2 aA 41,4 bA 40,8 aA 38,9 aA

CO4

44,2 abA 36,6 aB 40,1aAB 34,9 bA 41,5 aA 40,2 aA 53,4 aA 37,6 aB 41,7 aB

½ AN + ½ SE5

39,8 abA 42,7 aA 41,3 aA 48,6 aA 36,7 aB 40,2 aB 34,7 bB 46,3 aA 46,9 aA

½ SE + ½ CO6

38,6 bA 37,9 aA 39,2 aA 45,1 aA 41,8 aA 46,0 aA 35,9 bB 43,7 aA 45,9 aA

Milheto Painço Pousio

AN SE CO ½ AN + ½ SE ½ SE + ½ CO AN SE CO ½AN + ½ SE ½ SE + ½ CO AN SE CO ½AN + ½ SE ½ SE + ½ CO

Dose N (g kg-1)

0 46,9 40,6 44,2 39,8 38,6 39,7 39,1 36,6 42,7 37,9 40,4 43,9 40,1 41,3 39,2

50 45,7 42,1 34,9 48,6 45,1 37,3 39,3 41,5 36,7 41,8 42,0 43,2 40,2 40,2 46,0

100 37,0 41,4 53,4 34,7 35,9 41, 8 40,8 37,6 46,3 43,7 39,2 38,9 41,7 46,9 45,9

RL 11,58** 0,09 ns 9,92** 3,02 ns 0,84 ns 0,52 ns 0,28 ns 0,12 ns 0,05 ns 3,96* 0,17 ns 2,93 ns 0,32 ns 3,72 ns 5,37*

RQ 2,26 ns 0,20 ns 30,53** 20,26** 9,65** 1,90 ns 0,04 ns 3,01 ns 6,25* 0,18 ns 0,75 ns 0,52 ns 0,08 ns 2,35 ns 1,90 ns

1Médias seguidas por mesma letra minuscula na coluna e maiuscula na linha (dentro da mesma dose) não difere pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de

probabilidade.

2Antecipada; 3Semeadura; 4Cobertura; 5½ Antecipada + ½ Semeadura ; 6½ Semeadura + ½ Cobertura.

(38)

Figura 2. Teores de Nitrogênio nas folhas de soja em função de doses de K2O em diferentes formas de aplicação e culturas de cobertura. A:

Milheto; B: Painço; C: Pousio. Selvíria – MS, 2009/2010.

A B

C

(39)

Cordeiro et al. (1977) estudaram as correlações entre as concentrações de P e K nas folhas e caules de soja, e observaram que os teores de K no tecido da planta não apresentaram relação com a produtividade de grãos, concluindo que a dose mais elevada de P no solo (120 kg ha-1) proporcionou um “consumo de luxo’’ de K pela planta. No solo da área do presente

experimento o teor de fósforo era alto, com isso a boa nutrição da planta com P também contribuiu com a alta concentração de potássio na planta (Tabela 13).

Tabela 12. Desdobramento da interação modos de aplicação x doses de K2O para teor de

fósforo nas folhas de soja. Selvíria-MS, 2009/20101. Doses K2O (kg ha-1)

Modos de aplicação

0 50 100

RL RQ P (g kg-1)

AN2 3,2 a 3,3 ab 3,2 a 0,00 ns 1,03 ns

SE3 3,0 a 3,5 a 3,1 a 0,80 ns 13,57**

CO4 3,3 a 3,2 ab 3,2 a 0,06 ns 0,01 ns

½ AN + ½ SE5 3,2 a 3,1 b 3,4 a 4,68* 4,27* ½ SE + ½ CO6 3,1 a 3,0 b 3,2 a 1,37 ns 1,48 ns

1 Médias seguidas por letras distintas na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey, ao nível

de 5% de probabilidade.

2Antecipada; 3Semeadura; 4Cobertura; 5½ Antecipada + ½ Semeadura ; 6½ Semeadura + ½ Cobertura.

Figura 3. Teor de Fósforo nas folhas de soja em função de doses e formas de aplicação de K2O. Selvíria – MS, 2009/2010.

Fonte: Silva (2011)

(40)

absorver quantidade de K superior à sua necessidade, o que comumente é denominado consumo de luxo de K.

Houve diferença significativa para a ausência de aplicação de K2O, o que pode estar

relacionado às condições do solo. Na dose de 50 kg ha-1 houve diferença significativa para os teores de K na soja cultivada em sucessão ao painço, com teor maior para aplicação ½ antecipada + ½ semeadura, no entanto, somente diferiu da aplicação na semeadura da soja. Na dose de 100 kg ha-1 observou-se maior concentração com a aplicação ½ semeadura + ½ cobertura.

Na comparação entre as culturas de cobertura, de modo geral, o milheto e o painço proporcionaram maior teor de K nas folhas de soja que a área de pousio, o que pode ser explicado pela absorção desse K aplicado por essas culturas de cobertura e liberação gradativa posteriormente, sendo que na área de pousio esse K pode ter sido perdido por escorrimento superficial, pois sem uma cobertura de solo e com o alto índice pluviométrico no mês em que foi semeada a soja esse K pode ter sido carreado com maior facilidade. No entanto, nas aplicações em cobertura não houve diferença entre as culturas e a área de pousio, principalmente pelo fato do K estar sendo aplicado mais tardiamente, momento em que a cultura da soja está com maior necessidade e capacidade de absorção mais rápida, com menor possibilidade de perdas do nutriente.

O comportamento do teor de K em relação às doses aplicadas (Tabela 13) demonstrou que no milheto (Figura 4 – A) houve efeito linear crescente para aplicação parcelada entre a

semeadura e em cobertura, já a aplicação ½ antecipada + ½ semeadura diminuiu o teor de K nas folhas de soja conforme se aumentaram as doses. A aplicação do K em cobertura no milheto resultou em efeito quadrático, diminuindo o teor com a dose de 100 kg ha-1. O mesmo efeito foi observado nas aplicações significativas no painço (Figura 4 – B). No pousio a

aplicação ½ antecipada + ½ semeadura também comportou-se semelhante a do painço, no entanto, a aplicação em cobertura demonstrou efeito linear decrescente (Figura 4 – C).

Observa-se, em geral, queda no teor de K nas folhas quando foi aplicada a maior dose de K2O

(100 kg ha-1), independente do modo de aplicação.

Com aumento na taxa de absorção, há um consequente incremento no seu teor na planta, até atingir o nível crítico, a partir do qual existe pequena probabilidade de resposta em produção. Continuando o suprimento do nutriente, o teor desse nos tecidos tende a aumentar, caracterizando “consumo de luxo’’. Ultrapassado esse limite, o acúmulo torna-se excessivo,

(41)

al. 1997). Com isso, o alto teor de K do solo, juntamente com a maior dose aplicada pode ter ocasionado uma toxidez imperceptível nas plantas, fazendo com que a planta não absorvesse mais K após certo nível, e até diminuísse o teor nas folhas pelo desequilíbrio causado pelo teor excessivo.

Borkert et al. (2005) afirmam que a faixa de suficiência no tecido vegetal estabelecida de 17,0 a 25,0 g kg-1 de K, pode ser suprida por disponibilidade de K-trocável no solo, na faixa de 0,12 cmolc dm-3 a 0,50 cmolc dm-3, faixa em que se encontra o teor no solo.

Zancanaro et al. (2002), trabalhando com solos arenosos em Mato Grosso, relataram que em dois anos consecutivos, com teores de K de 16 g kg-1 e 17 g kg-1 nas folhas de soja, foram

obtidos 90% da produtividade máxima, porém, as maiores produtividades foram obtidas na faixa de 20 g kg-1 a 24 g kg-1 de K. Os teores de K verificados nesse trabalho foram superiores aos encontrados por Barbosa (2009) trabalhando com soja em sucessão ao milheto em solo semelhante, onde obteve-se média de 18,4 g kg-1 da MS nas folhas de soja, sendo que no presente trabalho alguns tratamentos ultrapassaram 30 g kg-1 da MS.

O teor de Ca nas folhas de soja não sofreu grande variação em relação às formas de aplicação de K2O e culturas de cobertura utilizadas (Tabela 14), no entanto, em relação às

doses, com aumento das mesmas, a aplicação ½ semeadura + ½ cobertura e ½ antecipada + ½ semeadura promoveram diminuição no teor de Ca nas folhas de soja cultivada sobre milheto e painço, respectivamente (Figura 5 – A e B). No pousio o aumento da dose em cobertura

também diminuiu a concentração de Ca nas folhas de soja, bem como no pousio a aplicação na semeadura resultou em efeito quadrático (Figura 5 – C). Essa diminuição do teor de Ca nas

folhas de soja pode estar relacionada ao alto teor de K no solo. Segundo Meurer (2006), o potássio é um nutriente frequentemente absorvido por muitas espécies em quantidades superiores às necessárias, no chamado “consumo de luxo’’ e nessas condições o excesso de K

pode interferir negativamente na absorção de outros nutrientes, principalmente quando competem pelos mesmos sítios de absorção nos tecidos radiculares.

O teor de Mg nas folhas de soja em função das culturas de cobertura, modos de aplicação e doses de K2O (Tabela 15) apresentou comportamento semelhante ao Ca, não

havendo porém, significância para o teor de Mg na soja cultivada sobre o milheto. Na soja cultivada sobre o painço, a aplicação ½ antecipada + ½ semeadura apresentou comportamento quadrático, com teor maior na ausência de K (Figura 6 – A). No pousio as aplicações na

(42)

Tabela 13. Desdobramento da interação culturas de cobertura x modos de aplicação x doses de K2O significativa para teor de potássio nas folhas

de soja. Selvíria – MS, 2009/20101.

Dose K2O (kg ha-1)

0 50 100

Milheto Painço Pousio Milheto Painço Pousio Milheto Painço Pousio

K (g kg-1)

AN2

27,4 abA 27,2 aA 24,4 aA 27,1 aA 29,6 abA 19,4 aB 29,4 abA 26,9 aA 19,2 abB

SE3 25,3 abA 23,4 aA 20,8 abA 27,7 aA 28,6 bA 20,2 aB 25,9 bAB 27,7 aA 20,3 abB

CO4

21,8 bAB 26,8 aA 16,4 bB 30,2 aA 30,5 abA 24,7 aA 25,2 bA 25,0 aA 24,3 aA

½ AN + ½ SE5 30,2 aA 23,5 aB 27,4 aAB 26,1 aB 36,3 aA 24,7 aB 22,4 bA 22,2 aA 16,2 bA

½ SE + ½ CO6

21,6 bA 23,0 aA 20,9 abA 31,0 aA 31,7 abA 23,3 aB 34,2 aA 25,5 aB 25,0 aB

Milheto Painço Pousio

AN SE CO ½ AN

+ ½ SE

½ SE +

½ CO AN SE CO

½ AN + ½ SE

½ SE +

½ CO AN SE CO

½ AN + ½ SE

½ SE + ½ CO

Dose K (g kg-1)

0 27,4 25,3 21,8 30,2 21,6 27,2 23,4 26,8 23,5 23,0 24,4 20,8 16,4 27,4 20,9

50 27,1 27,7 30,2 26,1 31,0 29,6 28,6 30,5 36,3 31,7 19,4 20,2 24,7 24,7 23,3

100 29,4 25,9 25,2 22,4 34,2 26,9 27,7 25,0 22,2 25,5 19,2 20,3 24,3 16,2 25,0

RL 0,55 ns 0,04 ns 1,69 ns 8,76** 22,9** 0,00 ns 2,65 ns 0,43 ns 0,24 ns 0,91ns 3,87 ns 0,04 ns 9,02** 17,8** 2,42 ns

RQ 0,32 ns 0,84 ns 8,75** 0,00 ns 1,96 ns 1,29 ns 1,81 ns 4,15* 35,0** 10,8** 1,18 ns 0,02 ns 3,64 ns 1,58 ns 0,02 ns

1Médias seguidas por mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha (comparação entre culturas de cobertura dentro da mesma dose) não diferem pelo

teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.

2Antecipada; 3Semeadura; 4Cobertura; 5½ Antecipada + ½ Semeadura ; 6½ Semeadura + ½ Cobertura.

(43)

Figura 4. Teores de potássio nas folhas de soja em função de doses de K2O em diferentes modos de aplicação e culturas de cobertura. A:

Milheto; B: Painço; C: Pousio. Selvíria – MS, 2009/2010.

A B

Referências

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