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Perfuração vaginal como complicação de derivação ventrículo-peritoneal apresentação de um caso.

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Academic year: 2017

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PERFURAÇÃO VAGINAL COMO COMPLICAÇÃO

DE DERIVAÇÃO VENTRÍCULO-PERITONEAL

A P R E S E N T A Ç Ã O DE UM CASO

GERALDO PIANETTI FILHO * — GUILHERME CABRAL *

LUIZ FERNANDO FONSECA ** — JOSÉ ALOYSIO DA COSTA VAL FILHO ***

R E S U M O — É d e s c r i t o um caso de s a í d a , p e l a v a g i n a , do c a t é t e r de d e r i v a ç ã o v e n t r í c u l o - ¬ p e r i t o n e a l . A p o s s í v e l c a u s a e as c o n s e q u ê n c i a s são d i s c u t i d a s .

Vaginal perforation following ventriculoperitoneal shunt: case report.

SUMMARY — R e p o r t of a case w i t h v a g i n a l p e r f o r a t i o n by t h e c a t h e t e r following a ventri-¬ c u l o p e r i t o n e a l s h u n t . T h e p o s s i b l e c a u s a t i v e factor a n d r e s u l t s o b s e r v e d a r e d i s c u s s e d .

Existem vários relatos de complicações abdominais com a derivação ventrículo-- p e r i í o n e a l2-4 e, dentre elas, encontramos a obstrução do cateter peritoneal pelo

epí-p l o n2, desconexão ou dobra do c a t e t e r2, obstrução intestinal2, formação de cistos

intraperitoneais5, perfuração da b e x i g a4, perfuração do i n t e s t i n o4'1 0, perfuração da

vesícula b i l i a r4, penetração do cateter no e s c r o t o9, p e r i t o n i t e2, saída do cateter pela

incisão cirúrgica, saída do cateter pelo u m b i g o1 e formação de hérnias i n g u i n a i s6.

Grosfeld et a l .3 e Agha et a l .2 afirmam que as complicações abdominais da

ven-trículo-peritoneostomia aparecem em 24 a 25% dos c a s o s .

É relatado neste trabalho o caso raro de uma criança de 13 meses, com hi-drocefalia, que teve perfuração da parede posterior da vagina com saída do cateter de derivação ventrículo-peritoneal. O quadro seguiu-se de meningite e óbito. Somen-te dois casos semelhanSomen-tes foram registrados ná liSomen-teratura.7»8.

OBSERVAÇÃO

L A L M n a s c e u com m e n i n g o c e l e occipital, s e n d o o p e r a d a com u m d i a d e v i d a . Após dois m e s e s a p r e s e n t o u q u a d r o d e hidrocefalia, com c r e s c i m e n t o a n o r m a l d o c r â n i o , a b a u l a -m e n t o d a f o n t o n e l a a n t e r i o r e sonolência, s e n d o i n s t a l a d a d e r i v a ç ã o v e n t r í c u l o - p e r i t o n e a l a p ó s a c o n f i r m a ç ã o t o m o g r á f i c a da hidrocefalia. A t é os 5 m e s e s de i d a d e , q u a n d o t i v e m o s o p r i -m e i r o c o n t a t o co-m a c r i a n ç a , f o r a -m f e i t a s v á r i a s r e v i s õ e s , p o r f u n c i o n a -m e n t o i n a d e q u a d o d o s i s t e m a d e d e r i v a ç ã o . Como a c r i a n ç a a p r e s e n t a v a s i n a i s e v i d e n t e s d e h i p e r t e n s ã o i n t r a c r a n i a n a , d e c i d i u s e p e l a i m p l a n t a ç ã o d e o u t r o s i s t e m a v a l v u l a r d o lado e s q u e r d o , m a n t e n -do-se o q u e já e s t a v a do l a d o d i r e i t o . A c r i a n ç a evoluiu b e m a t é os 8 m e s e s de i d a d e , q u a n d o a p r e s e n t o u q u a d r o febril, p r o s t r a ç ã o , a b a u l a m e n t o d a f o n t a n e l a a n t e r i o r e foi o b s e r v a d o , pel? família, q u e a f r a l d a e s t a v a c o n s t a n t e m e n t e m o l h a d a . Ao e x a m e , o b s e r v o u - s e a saí dia do cat e cat e r p e r i cat o n e a l p e l a v a g i n a e o l í q u i d o c e f a l o r r a q u i d i a n o (L.CR) colhido m o s cat r o u s e p u r u -lento. O RX de a b d o m e ( F i g . 1) m o s t r a v a q u e o c a t e t e r p e r i t o n e a l i m p l a n t a d o à d i r e i t a saía pela v a g i n a . A t r a v é s d e i n c i s ã o d a peie n a r e g i ã o cervical, o c a t e t e r p e r i t o n e a l foi r e t i r a d o . O e x a m e d o L C R m o s t r o u p l e o c i t o s e com p r e d o m í n i o d e p o l i m o r f o n u c l e a r e s , h i p e r p r o t e i n o r -r a q u i a e h i p o g l i c o -r -r a q u i a ; o e s t u d o b a c t e -r i o l ó g i c o m o s t -r o u Pseudomonas s p . F o i i n s t i t u í d o t r a t a m e n t o sadequado, m a s a c r i a n ç a faleceu no 13<> d i a .

Serviço d e N e u r o c i r u r g i a P e d i á t r i c a d o H o s p i t a l São F r a n c i s c o d e A s s i s (Belo Horizon-te) : * N e u r o c i r u r g i ã o , ** N e u r o p e d i a t r a , *** R e s i d e n t e de N e u r o c i r u r g i a .

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C O M E N T Á R I O S

No Serviço de Neurocirurgia do Hospital São Francisco de Assis (Belo

Ho-rizonte) são realizadas cerca de 50 cirurgias anuais para tratamento de hidrocefalia

de causas variadas. O tratamento inicial de escolha é a derivação

ventrículo-perito-neal. Já observamos vários tipos de complicações abdominais: peritonite química pelo

aumento da taxa de proteínas no LCR, formação de cistos intraperitoneais,

obstru-ção do cateter peritoneal pelo epíplon, obstruobstru-ção intestinal, saída do cateter pelo

umbigo, formação de hérnia inguinal, peritonite purulenta. Pela primeira vez

obser-vamos a saída do cateter peritoneal pela vagina, complicação raramente r e g i s t r a d a

7

A

No caso descrito acredita-se que o tamanho exagerado do cateter colocado no

peritônio tenha contribuído para a perfuração da vagina. A meningite é a evolução

que se observa neste tipo de complicação e o óbito decorreu da não resposta do

processo inflamatório ao tratamento instituído.

Acreditamos que tal complicação possa ser evitada com a colocação do

cate-ter peritoneal em comprimento que não exceda a distância medida até a sínfise púbica.

REFERÊNCIAS

1. Adeloye A. Spontaneous extrusion of the abdominal tube through th© umbilicus com-plicating peritoneal shunt for hydrocephalus. J Neurosurg 1973, 38:758-760.

2 Agha FP, Amendola MA, Shihrazi KK, Amendola BE, Chandler W F . Abdominal compli-cations of ventriculo peritoneal shunts with emphasis on the rule of imaging methods. Surg Gynec Obst 1983, 156:473-478.

REFERÊNCIAS

1. Adeloye A. Spontaneous extrusion of t h e abdominal t u b e t h r o u g h t h e umbilicus com-plicating peritoneal s h u n t for hydrocephalus. J N e u r o s u r g 1973, 38:758-760.

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3. Grosfeld J L , Cooney DR, Smith J, Campbell R L . I n t r a - a b d o m i n a l complication following ventriculoperitoneal s h u n t procedures. P e d i a t r i c s 1974, 54 : 791-796.

4. Guertin SR. Cerebrospinal fluid s h u n t s . P e d i a t Clin N o r t h Am 1987, 34 :203-217.

5. Gutierrez FA, Raimondi A J . P e r i t o n e a l c y s t s : a complication of ventriculoperitoneal shunts, S u r g e r y 1976, 79:188-192.

6. Moazan F, Glenn J D , K a p l a n B J , T a l b e r t J L . Mickle J P . I n g u i n a l hernias after ven-triculoperitoneal s h u n t p r o c e d u r e s in pediatric p a t i e n t s . S u r g Gynec Obst 1984, 159:570-572.

7. Mozingo F R , Cauthen J C . Vaginal perforation by a Raimondi peritoneal catheter in an adult. S u r g Neurol 1974, 2 :195-196.

8. P a t e l CD, Matoub H. Vaginal perforation as a complication of ventriculoperitoneal shunt. J N e u r o s u r g 1973, 38 :761-762.

9. R a m a n i P S . E x t r u s i o n of abdominal catheter of ventriculoperitoneal s h u n t into the scrotum. J N e u r o s u r g 1974, 40:772-773.

Referências

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