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O efeito termoiônico: uma nova proposta experimental .

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Academic year: 2017

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O Efeito Termoi^onio: Uma Nova Proposta Experimental

E.F. de Lima, M. Foshinie M. Magini y

InstitutodeFsiadeS~aoCarlos,USP

CaixaPostal369, CEP.:13560-970,S.P.,Brazil

y

AutordeContato: maginiif.s.usp.br

Reebidoem11deAbrilde2001. Aeitoem30deOutubrode2001.

Oefeito termoi^oniodesempenha um importantepapelnodesenvolvimentodai^enia eda

om-preens~aodas propriedadesdamateria. Aquiefeitaumaproposta simplesvisandooestudodeste

efeitoomousodeumal^ampadadearrodedoislamentos. Atravesdaexperi^enia,foipossvel

determinar aequa~aode Rihardson - Dushman, a Lei de hild e observar propriedadesde

reti-a~ao. Estesresultadosmostramque,atravesdeumapropostasimples,epossvelestudaroefeito

termoi^onioemtodaasuariquezafsia.

The thermoioni eet plays animportant role in development of siene and understanding of

matterproperties. Inthispresentanexperimentwasperformedtostudythiseetusingasimple

arlampwithtwolaments.FromthisexperimentwedeterminedtheRihardson-Dushman

equa-tion,Child'sLaw andmeasuredretiation properties. Fromtheseresults we onlude through

thissimpleexperimentwaspossibletostudythethermoionieetinitsentirety.

I Introdu~ao

O efeito termoi^onio e denido omo a emiss~ao de

eletrons por uma superfie metalia aqueida. Os

primeirossinaisdofen^omenoforamobservadosem

mea-dos do seulo XVIII por Charles DuFay [1, 2℄, que

notou que um um gas onduzia eletriidade quando

oloado proximoa um solido aqueido. Aposas

ob-serva~oes deDuFay, em 1853ofsio fran^esEdmund

Bequerel mostrou que e possvel produzir orrente

eletria a partir de um potenial gerado entre dois

eletrodosdeplatinaquenteomaraqueidoentreestes

[2℄. Finalmente,em1883, ThomasA. Edison veriou

queeletronss~aoemitidosquandoummetaleaqueido

[3,4,5℄.

Podemosompreenderoefeitotermoi^onio deuma

maneirasimples. Aoforneerenergiatermiaaum

ma-terial, seus eletrons ganham energia inetia. Havera

portanto a emiss~ao desses eletrons se sua energia for

suiente para superar abarreira de potenial da

su-perfiedomaterial.

E possvel assoiar aos eletrons que saem do

ma-terial uma densidade de orrente a que depende das

araterstias do material. Uma dessas arater

sti-aseafun~ao trabalho,queeaenergiamnimaquese

deve forneer a um eletron para remov^e-lo do metal,

porexemplo, afun~ao trabalho do Tungst^enioeera

A dedu~ao da forma da densidade de orrente

para efeito termoi^onio requer um onheimento de

Me^aniaQu^antiaEstatstia. Comoainurs~ao

apro-fundada nesse assunto esta fora das pretens~oes deste

trabalho, nos limitaremos em apresentar a formula

da densidade de orrente, proposta iniialmente por

Rihardsonem1916eorrigidaporDushmanem1930

[1,2℄,dadapor:

J

0 =AT

2

e ( )=k T

(amperes=m 2

): (1)

onde A e uma onstante que e igual a 120;4

amperes/m 2

,keaonstantedeBoltzman,T ea

tem-peratura em graus Kelvin, e a fun~ao trabalho do

materialemeletron-volts.

Asexperi^eniasenvolvendoaobserva~aodesteefeito

s~aorealizadasomumenteemvalvulas,ques~ao

disposi-tivosonstitudosbasiamentedeumtuboondesefaz

vauoomdois eletrodosinternos. Oefeito e

veria-do atraves da gera~ao de uma diferena de potenial

eletrio entre os eletrodos, sendo o terminal negativo

hamadodeatodoeopositivo,deanodo.

Aqueendo-sesuientementeoatodo,observar-se-aumaorrente

eletrianoterminalpositivo(anodo).

Para se obter uma express~ao para a orrente

o-letada pelo anodo, faz-se neessaria a analise de toda

(2)

tores omo ageometria do atodo, a forma do

poten-ialeletrioentreoatodoeoanodo,omotambema

presenadeoutroseletronsemitidosdevemserlevados

em onsidera~ao. Para eletrodos planos a densidade

de orrentee dadapela lei de Child [4, 5℄, segundo a

equa~ao:

J =BV 3=2

; (2)

ondeB eumaonstantequedependedageometria da

valvulaeV eadiferenadepotenialentreoatodoe

oanodo.

Nopresentetrabalhoapresentamosumanova

mon-tagem para o estudo deste efeito utilizando-se uma

l^ampadade arrode dois lamentos omovalvula. A

montagem experimental e bastante simples,

possibili-tandoseuusoparansdidatios,tantonoensinomedio

omo em ursos superiores introdutorios. Exibimos

tambem,juntamente omosresultadosexperimentais,

uma alibra~ao que pode ser usada omo padr~ao nas

experi^eniasdemesmanatureza.

II Montagem Experimental

A experi^enia pode ser montada de forma simples

utilizando uma l^ampada de arro omum. Existem

variostiposdel^ampada,nonossoasoutilizamosuma

l^ampada 1

de duplo lamento usada em geral omo

lanterna e luz de freio na parte traseirado arro. O

ponto forte da experi^enia e o seu baixo usto e sua

failidadedemontagem. AFig. 1mostra

esquematia-mente aexperi^enia.

Figura1. Esquemademontagemdoefeitotermoi^onioque

usal^ampadadearrodedoislamentos.

Osistemaonsisteem:

?DuasfontesCCvariaveis: umade12V eoutrade

200V.

?Umafonte CAde50V:

?Doisampermetros.

?Doisvoltmetros.

?Umal^ampadadearrodedoislamentos.

?Umosilosopio.

?Umresistorde10k

Afontede12V eutilizadaparaaqueerolamento

1porefeito Joule. Suatemperaturapodeserestimada

atravesdapot^eniadissipadanolamentoomaajuda

da Fig. 2, na qual as medidas de temperatura foram

feitasutilizando-se umpir^ometrooptio. Nessa gura,

assimomonasFigs. 4e5,foifeitoumajustelineardos

pontosexperimentaisrepresentadopelaretatraejada.

NaFig. 2,pode-seobservarque, de forma

aproxi-mada, P T 4

,onde P eapot^enia dissipadano

la-mentoeTesuatemperatura. Essarela~aovaiafavora

Leide Stefan-BoltzmannondeE=T 4

,sendo a

onstantede Stefanquevale5;6410 8

Jm 2

K 4

s 1

[6℄. AonstanteobtidaatravesdaFig. 2,estimando-se

queaareaefetivadoeletrodoedaordemde10 5

m 2

;e

iguala5;610 8

Jm 2

K 4

s 1

,queedaordemorreta

demagnitudeesperadapara.

Figura2. Rela~aoentretemperaturaeapot^eniadissipada

nolamentoaqueido-LeideStefanBoltzmann.

Quandoaqueido,olamento1emiteeletrons que

ser~aooletadospelolamento2egeramuma orrente

eletria, medida no ampermetro 2. A fonte variavel

de200V eusadaparagerarumadiferenadepotenial

entreoslamentos1e2,aqualtemporobjetivoatrair

oseletronsparaoanodo.

III Proedimentos e Resultados

Atravesdamontagemexperimental propostapelaFig.

1,podemosobteraorrenteversus tens~aonolamento

2paradiferentesvoltagensdolamento1. Paratanto,

xa-seovalordavoltagemnafontede12V,varia-sea

(3)

tens~ao na fonte de 200V e, ent~ao, mede-sea orrente

noampermetro2. Repetindooproedimentopara

di-ferentes voltagensnafonte de12V,obtemosaFig. 3.

Figura3. Correnteversus tens~aonolamento2para

dife-rentesvoltagensdolamento1.

Veria-sepela guraanteriorque,para ada

tem-peratura do atodo (voltagem do lamento 1), temos

uma orrente no anodo evideniando o efeito

ter-moi^onio.

III.1 Equa~ao de Rihardson Dushman

DeaordoomaFig. 3,observa-sequeaorrenteno

anodotendeaumvaloronstante,hamadaorrentede

satura~ao,paratens~oesnolamento 1de9a10 volts.

Omesmon~aoelaroparaosdemaisvaloresdetens~ao.

Nesseaso,paraveriarqueatens~aonoanodotendea

umvaloronstante,teramosqueaumentaratens~aono

lamento2aimade200V,oqueestaaimadas

espei-a~oesda l^ampadautilizada. Porem, aindapodemos

fazeralgumasestimativasseonsiderarmosqueos

valo-resmaximosdaorrentedaFig. 3est~aoproximosdos

valoresdesatura~ao. Pois,quandoeatingidaaorrente

de satura~ao, pratiamente todos oseletrons emitidos

peloatodos~aooletadosnoanodo,oquenospermite

utilizaraequa~aodeRihardsonDushman,eq.(1),para

estimar afun~ao trabalho doatodo.

A Fig. 4, ln i

T 2

versus T 1

, foi onstruda

usan-do-seosvaloresmaximosdaorrentedoanodoparaos

diferentes valores de tens~ao (temperatura) do atodo.

Atraves do oeiente angular da reta, estimamos o

valordafun~aotrabalho doatodoem

aproximadamen-Figura4. Determina~aodafun~ao trabalho-Equa~aode

RihardsonDushman.

III.2 Lei de Child

Como foi dito anteriormente, temos que levar em

onsidera~ao, para o alulo da densidade de orrente

noanodo,adin^amiaentre aemiss~aoeaabsor~aodos

eletrons, assim omo a geometria dos eletrodos. Na

Fig. 5 est~ao os valores da orrente versus o

poten-ial(V) noanodoem esalalogartmia,obtidospara

ovalor da tens~ao (temperatura) no atodo de 11;5V.

Pelo ajustelinearveriamosqueooeiente angular

dareta(=1;55)eproximodovaloresperadopela Lei

de Child (= 1;5) eq.(2). O valordo oeiente linear

refere-sealn(B)dadopelaeq.(2).

Figura5. LeideChild. Correnteversuspotenialdo

anodo(esalalogartimia.)

III.3 Retia~ao: a l^ampada omo um

diodo

Modiando ligeiramente o esquema da Fig. 1,

podemos veriar que a orrente na l^ampada ui em

(4)

pela fonte de tens~ao alternada em serie om o

resis-torde10k,mantendoafonteajustavelde12V ligada

aoatodo. Paraobservarapropriedadede retia~ao,

basta onetaroosilosopioaosterminaisdo resistor

e verar que a orrente passa em um unio sentido.

Deve-se notar quesomente aparte positiva da tens~ao

dafonte alternadaemedida noresistor. Issoaontee

poisoseletronssomenteatingir~aoolamento2quando

opotenialnesteterminalforpositivo.

Comeste proedimentoilustra-se o funionamento

dodiodo,ujautiliza~aoemiruitoseletr^onioe

abun-dante. Uma possvelutiliza~ao desse tipo de

disposi-tivoe iruitos retiadores ou seja, aqueles que t^em

omoobjetivoonverterumsinal alternado(quevaria

no tempo) em um sinal ontnuo (onstante). Estes

iruitosest~aopresentesnagrande maioriados

apare-lhos eletr^onios, pois ha aneessidade de uma tens~ao

ontnuaparaqueestefunione.

Oempregododiodosejustia pelo fato deque o

primeiro passo para obter-se um sinal ontnuoeque

ele passeapenasem umuniosentido. Defato,e

pre-iso mais que diodos para onstruir um bom iruito

retiador,ontudoumaombina~aodediodos,

onhe-ida omo ponte de diodos, esta sempre presente nos

retiadoresmaistradiionais.

No nosso aso, o interesse se volta na montagem

experimental. Esta vem mostraromo epossvel usar

al^ampadaomo umdiodo eentenderoseu

funiona-mento, dadaasuaimport^anianasdiversasaplia~oes

tenologias.

IV Conlus~oes

Neste trabalho, foi possvel veriar o efeito

ter-moi^onio atraves da Fig. 3. A fun~ao trabalho

obtida para lamento (3;6eV) atraves da equa~ao de

Rihardson Dushman, apesardas aproxima~oesfeitas,

eda mesmaordemde grandezadafun~ao trabalho do

Tungst^enio(4;52eV)mostrandoumaoer^eniados

re-sultados omovalorenontradonaliteratura[4℄.

Ob-servamos tambem que a orrente no anodo e

aproxi-3=2

dada temperatura no atodo, omo previsto pela Lei

de Child. Alemdisso,observamosqueal^ampadapode

funionaromoumdiodo.

Apesar dasimpliidade da experi^enia, os

resulta-dosapresentadosest~aodeaordoomateoriaeos

va-lores da literatura[1, 2, 3℄. Como n~ao foi feito vauo

na l^ampada, a presena de um gas na valvula

modi-a adin^amia entre aemiss~ao doeletron pelo atodo

e sua absor~ao no anodo, justiando os desvios

en-tre os resultadosobtidosexperimentalmente eaqueles

enontrados na literatura. Outro fator que deve ser

notado eo limite de tens~ao e orrente suportadopor

taisl^ampadas,oquenosdesvioudeumresultadomais

preisoparaafun~aotrabalhodolamento.

Essa experi^enia pode ser utilizada para ns

didatios, omo tambem em aulas demonstrativas ou

de laboratorio, tendo em vista seu baixo usto omo

tambemariquezadeoneitosefen^omenosenvolvidos.

Destaforma,tratamosdetemasorriqueirosnosursos

defsia,omo aemiss~ao termoi^onia, fun~aotrabalho

eretia~ao,quepodemserabordadosemursos

intro-dutorios,alemdedisutidosommaisfailidadeatraves

daexperi^enia.

Referenes

[1℄ John D. MGervey: Intordution to Modern Physis,

AademiPress,INC.Lodon,UK.

[2℄ The NewEnylopedia Britannia,vol.18, pagina315,

MACROPAEDIA,UK.

[3℄ HansMarkeN.ThomasOlson: Experimentsin

Mod-ernPhysis,MGraw-HillBookCompany,NewYork,

USA.

[4℄ A. C. Melissimos: Experiments in Modern Physis ,

AademiPressINC.,Florida,USA.

[5℄ FredHuman: ThermoinoniEnergyConversion,

En-ylopediaofPhysialSieneandTehnology,vol.13,

AademiPress,NY,USA.

[6℄ R. Eisberg e R. Resnik: Fsia Qu^antia:

Atomos,

Moleulas,Solidos,N uleose Partulas, reimpress~ao,

Imagem

Figura 2. Rela ~ ao entre temperatura e a pot^ enia dissipada
Figura 4. Determina ~ ao da fun ~ ao trabalho - Equa ~ ao de

Referências

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