w w w . r b o . o r g . b r
Artigo
original
Estudo
por
ressonância
magnética
da
relac¸ão
anatômica
entre
a
região
proximal
posterior
da
tíbia
e
a
artéria
poplítea
夽
Rogério
Franco
de
Araujo
Goes
a,∗,
Augusto
Cardoso
Filho
a,
Gabriel
Novaes
Pillar
de
Oliveira
Castro
a,
Fabricio
Bolpato
Loures
a,
Idemar
Monteiro
Da
Palma
b,
André
Kinder
ce
Pedro
José
Labronici
aaServic¸odeOrtopediaeTraumatologiadoProf.Dr.DonatoD’Ângelo,HospitalSantaTeresa,Petrópolis,RJ,Brasil bGrupodeJoelho,InstitutoNacionaldeTraumatologiaeOrtopedia(Into),RiodeJaneiro,RJ,Brasil
cUniversidadeFederaldoRiodeJaneiro,RiodeJaneiro,RJ,Brasil
informações
sobre
o
artigo
Históricodoartigo:
Recebidoem19dejaneirode2014 Aceitoem29dejulhode2014
On-lineem2dejulhode2015
Palavras-chave:
Joelho
Ressonânciamagnética Artériapoplítea Anatomia
r
e
s
u
m
o
Objetivo:Analisaredescrever,comojoelhoemextensão,adistânciadaartériapoplíteaem trêsáreasespecíficasdaregiãoproximaldatíbia,pormeioderessonânciamagnética.
Métodos:Foramanalisadasasimagensde100joelhosdepacientessubmetidosaexamepor ressonânciamagnética.Alocalizac¸ãodaartériapoplíteafoimedidaemtrêsáreasdistintas daregiãoproximalposteriordatíbia.Aprimeiramedidafoifeitanoníveldaarticulac¸ão dojoelho(platôtibial).Asegunda, a9mmdistal doplatôtibial.A terceira,aonívelda tuberosidadeanteriordatíbia(TAT).
Resultados:AsdistânciasentreaartériapoplíteaeoplatôtibialearegiãodaTATforam signi-ficativamentemaioresnosexomasculinodoquenofeminino.Asdistânciasentreaartéria poplíteaearegião9mmdistaldoplatôtibialeaTATforamsignificativamentemaioresna faixaacimade36anosdoquenafaixa≤36anos.
Conclusão:Oconhecimentoda posic¸ãoanatômica da artériapoplítea,demonstrada por estudosdeRM,édegranderelevâncianoplanejamentodeprocedimentoscirúrgicosque envolvamaarticulac¸ãodojoelho.Comisso,podem-seevitarlesõesiatrogênicas devastado-ras,principalmenteemregiõesproximaisaoplatôtibialeempacientesjovens.
©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora Ltda.Todososdireitosreservados.
夽
TrabalhofeitonoServic¸odeOrtopediaeTraumatologiadoProf.Dr.DonatoD’Ângelo,HospitalSantaTeresa,Petrópolis,RJ,eFaculdade deMedicinadePetrópolis,Petrópolis,RJ,Brasil.
∗ Autorparacorrespondência.
E-mail:rsgoes3@uol.com.br(R.F.A.Goes).
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2014.07.007
Magnetic
resonance
study
on
the
anatomical
relationship
between
the
posterior
proximal
region
of
the
tibia
and
the
popliteal
artery
Keywords:
Knee
Magneticresonance Poplitealartery Anatomy
a
b
s
t
r
a
c
t
Objective: Toanalyzeanddescribethedistancefromthepoplitealarterytothreespecific areasoftheproximalregionofthetibia,withthekneeextended,bymeansofmagnetic resonance.
Methods:Imagesof100kneesofpatientswhounderwentmagneticresonanceexaminations wereanalyzed.Thelocationofthepoplitealarterywasmeasuredinthreedifferentareasof theposteriorproximalregionofthetibia.Thefirstmeasurementwasmadeatthelevelof thekneejoint(tibialplateau).Thesecondwas9mmdistallytothetibialplateau.Thethird wasattheleveloftheanteriortuberosityofthetibia(ATT).
Results: ThedistancesbetweenthepoplitealarteryandthetibialplateauandATTregion weresignificantlygreaterinmalesthaninfemales.Thedistancesbetweenthepopliteal arteryandtheregions9mmdistallytothetibialplateauandtheATTweresignificantly greaterintheagegroupover36yearsthaninthegroup≤36years.
Conclusion: Knowledgeoftheanatomicalpositionofthepoplitealartery,asdemonstrated throughmagneticresonancestudies,isofgreatrelevanceinplanningsurgicalprocedures thatinvolvethekneejoint.Inthismanner,devastatingiatrogenicinjuriescanbeavoided, particularlyinregionsthatareproximaltothetibialplateauandinyoungpatients.
©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora Ltda.Allrightsreserved.
Introduc¸ão
Estruturasneurovascularesposterioresdaregiãoproximalda tíbiapodemserlesadasemprocedimentoscirúrgicos.A pro-babilidade de ocorrer lesão iatrogênica da artéria poplítea comformac¸ãodepseudoaneurismatemaumentado aproxi-madamente37,5%.1Complicac¸õesvascularesforamrelatadas
em procedimentos como cirurgia artroscópica, osteotomia tibial alta, osteotomia ao nível da tuberosidade anterior da tíbia (TAT) e fixac¸ãode fraturas doplatô tibial.2-6
Ape-sar de rara,a lesão vascular é umadas complicac¸ões que podemcomprometerosresultados da ATJ.7-18 Sua
incidên-ciaédeaproximadamente0,2%.19-21Oriscodelesãovascular
émaiorempacientescominsuficiênciavascularprévia.22-25
Alacerac¸ãodiretadaartériaduranteATJtambémérara.12,18,26
Essalesão também tem sido descrita nareconstruc¸ão dos ligamentoscruzadosanterioreposterior,27comotambémna
meniscectomiaporartroscopia.28
Aartériapoplítea,emsuaanatomianormal,estálocalizada lateralmenteàfossaintercondilarepassaobliquamentepela bordamedialdomúsculopoplíteo,ondesedivideemartéria tibialanterioreposterior.6,21,22Aartériagenicularlateral
infe-riorseorigina1cma2cmabaixodalinhaarticularecircunda profundamenteatíbia.Aartériagenicularmedialinferiorse originaposteriormenteentreosmúsculossoleareacabec¸a lateraldogastrocnêmio.6
Váriosautoresidentificaramalocalizac¸ãodaartéria poplí-teaemjoelhoscomosteoartroseouemjoelhosdecadáver como usode ressonânciamagnética (RM),arteriografia ou ultrassonografia.23-28
Oobjetivodestetrabalhofoianalisaradistânciadaartéria poplíteacomojoelhoemextensão,emtrêsáreasespecíficas
da regiãoproximalda tíbia, pormeio deressonância mag-nética, e comparar os resultados em pacientes maiores e menoresde36anos.
Material
e
métodos
Entremaioeagostode2012,foianalisado,retrospectivamente, oposicionamentodaartériapoplíteaem100joelhosde paci-entessubmetidos aexame deressonância magnética(RM). Todasasimagensforamobtidascom ojoelho emextensão completaeescolhidasapósexclusãodepacientesque apre-sentavam histórico de fraturas, tumores, deformidades do joelhoouprocedimentoscirúrgicosprévios.Também foram excluídososqueapresentavamRMcomqualquer anormali-dadeósseaoudepartesmolesnaregiãoproximaldatíbia.
O examederessonância magnéticafoi feitocom apare-lhode 1,5T (MagnetonEssenza®,Siemens, Alemanha)com opacienteemdecúbitodorsaleaarticulac¸ãodojoelhoem extensãocompleta.Foramobtidas asseguintessequências: sagitaisponderadasemT1(tempoderepetic¸ão[TR]:540ms; tempodeeco[TE]:13ms;espessura:4mm;Fieldofview[FOV]: 160/160mm; matriz: 230/7384); ponderadas em densidade protônica com supressãode gordura nos planos axial (TR: 3.920,TE:35,espessura:3mm,FOV:160/160,matriz:192/320), sagital(TR:2.800,TE:35,espessura:4,FOV:160/160,matriz: 230/320) e coronais(TR: 2.550, TE: 32, espessura: 3,5, FOV: 160/160,matriz:224/320).
Nível da TAT e a 9 mm da articulação do platô tibial
Figura1–Localizac¸ãodasmedidasdadistânciaentrea artériapoplíteaeacorticalposteriordatíbia.NíveldaTAT ea9mmdaarticulac¸ãodoplatôtibial
artroscópicos.Asegunda,a9mmdistaldoplatôtibial,local onde se fazo corte durante a ATJ. Aterceira, no nível da tuberosidadeanteriordatíbia(TAT),ondesefazaosteotomia proximaldatíbia.
AsmedidasforamobtidaspormeiodeimagensdeRMem T1porcortesagitalcomojoelhoemextensãocompleta.Em todososníveis,foramusadascomoreferênciaacortical pos-teriordaregiãoproximaldatíbiaeaparedeanteriordaartéria poplítea(fig.1).
Caracterizac¸ão
da
amostra
A tabela 1 apresenta a análise descritiva das distâncias (emmm)nas três regiões,assim determinadas:platô tibial (noníveldainterlinhaarticular),9mmdistalaoplatôtibiale noníveldaTAT,naamostrade100joelhosdoestudo.
Análise
estatística
Aanálisedescritivaapresentou, sobaforma detabelas,os dados observados, expressos pela média, desvio padrão e medianaegráficosilustrativos.
Aanáliseinferencialfoicompostapelosseguintes méto-dos:
- paracomparac¸ãodevariáveisnuméricasentredois subgru-posfoiusadootestedeMann-Whitney,e
- o coeficiente de correlac¸ão de Spearman foi usado para medir ograu de associac¸ão entreas medidas de distân-ciasanalisadas.Ocoeficientede correlac¸ãodeSpearman (rs)medeograudeassociac¸ãoentreduasvariáveis numé-ricas.Essecoeficientevariade-1a1.Quantomaispróximo estiverde1ou-1,maisforteéaassociac¸ão,quantomais próximoestiverdezero,maisfracaéarelac¸ãoentreasduas variáveis.
Foramusadosmétodosnãoparamétricos,poisasvariáveis nãoapresentaramdistribuic¸ãonormal(Gaussiana),devidoà grandedispersãodosdadoserejeic¸ãodahipótesede norma-lidadesegundootestedeKolmogorov-Smirnov.Ocritériode determinac¸ãodesignificânciaadotadofoionívelde5%.A aná-liseestatísticafoiprocessadapeloprogramacomputacional SAS6.11(SASInstitute,Inc.,Cary,NorthCarolina).
Resultados
Oprimeiroobjetivofoiverificarseexistiadiferenc¸a significa-tivanasdistânciasentreaartériapoplíteaeastrêsregiões (platôtibial,9mmdistaldoplatôtibialeTAT)naamostrade 100joelhosdoestudonacomparac¸ãodesexoefaixaetária. Astabelas2e3apresentamamédia,o desviopadrão(DP) eamedianadasdistânciasdastrêsregiõesdistribuídaspor gêneroefaixaetária(≤36anose>36anos),respectivamente, eocorrespondenteníveldescritivodotestedeMann-Whitney. Observou-sequeadistânciaentreaartériapoplíteaea cor-ticaltibialposterioraoníveldoplatôtibial(p=0,037)eaonível daTAT(p=0,016)foisignificativamentemaiornogênero mas-culinodoquenofeminino.Nãohouvediferenc¸asignificativa (nonívelde5%)daqueladistâncianaregiãoa9mmdistaldo platôtibial(p=0,46)entreosgêneros.
Ficoudemonstradoqueasdistânciasentreaartéria poplí-teaecorticaltibialposteriornaregião9mmdistalaoplatô tibial(p=0,006)enonívelTAT(p=0,005)eram significativa-mente maioresnafaixa acimade 36 anosdoquenafaixa
≤36anos.Nãohouvediferenc¸asignificativa(nonívelde5%) nadistâncianaregiãodoplatôtibial(p=0,14)entreasfaixas etárias.
Osegundoobjetivofoiverificarseexistiacorrelac¸ãoentre asdistânciasdastrêsregiões(platôtibial,9mmdistaldoplatô tibialeTAT)comaidadeeentresinaamostrade100joelhos (tabela4).
Observou-seque:
- existia correlac¸ão direta significativa da distância entre a artéria poplítea e a cortical tibial posterior na região 9mmdistalaoplatôtibialcomaidade,emanos(rs=0,238; p=0,017).Entretanto,essacorrelac¸ãoédegraufraco; - existiacorrelac¸ãodiretasignificativadadistânciaentrea
artériapoplíteaeacorticaltibialposteriornaregiãodoTAT comaidade,emanos(rs=0,258;p=0,017).Entretanto,essa correlac¸ãotambémédegraufraco;e
Tabela1–Descritivadasdistânciasdetrêsregiõesnaamostrade100joelhos
Região Média DP Mediana Mínimo Máximo
Platôtibial(mm) 9,54 3,60 8,90 2,28 17,47
9mmdistal(mm) 6,59 2,46 6,19 3,00 12,70
TAT(mm) 12,97 2,74 13,03 7,61 19,31
DP,desviopadrão Fonte:Arquivosdoservic¸o
Tabela2–Análisedasdistânciasdetrêsregiõesporgênero
Variável masculino(n=56) feminino(n=44) pvalora
média ± DP mediana média ± DP mediana
Idade(anos) 37,3 ± 15,2 34 44,0 ± 19,2 43 0,078
Distância platôtibial(mm) 10,1 ± 3,5 10,1 8,8 ± 3,6 8,1 0,037
9mmDistal(mm) 6,7 ± 2,4 6,5 6,4 ± 2,5 5,8 0,46
TAT(mm) 13,5 ± 2,5 13,7 12,3 ± 2,9 12,5 0,016
DP,desviopadrão. Fonte:Arquivosdoservic¸o. a TestedeMann-Whitney.
Tabela3–Análisedasdistânciasdetrêsregiõesporfaixaetária
Variável ≤36anos(n=47) >36anos(n=53) pvalora
média± DP mediana média ± DP mediana
Distância
Platôtibial(mm) 9,0 ± 3,6 8,6 10,1 ± 3,6 9,0 0,14
9mmdistal(mm) 5,9 ± 2,2 5,6 7,2 ± 2,5 6,8 0,006
TAT(mm) 12,1 ± 2,6 12,4 13,8 ± 2,6 13,3 0,005
DP,desviopadrão. Fonte:Arquivosdoservic¸o. a TestedeMann-Whitney.
Asfiguras2e3ilustramacorrelac¸ãodaidadecomas dis-tânciasentreaartériapoplíteaeacorticaltibialposteriornas regiõesa9mmdistaldoplatôtibialeaoníveldaTAT, respec-tivamente.
Observou-seque:
- existiacorrelac¸ãodireta significativada distânciaentrea artériapoplíteaeacorticaltibialposteriornaregiãoa9mm distaldoplatôtibial(rs=0,770;p=0,0001);
Tabela4–Correlac¸ãoentreasdistânciasdetrêsregiões
Distânciadaregião
Platôtibial 9mmdistal TAT
Idade(anos) rs 0,151 0,238 0,258
p 0,13 0,017 0,010
9mmdistal(cm) rs 0,770
p 0,0001
TAT(cm) rs 0,365 0,523
p 0,0002 0,0001
rs,coeficientedecorrelac¸ãodeSpearman;p,níveldescritivo. Fonte:Arquivosdoservic¸o.
- existiacorrelac¸ãodiretasignificativadadistânciaentrea artériapoplíteaeacorticaltibialposteriornaregiãodoplatô tibialcomadistânciadaTAT(rs=0,365;p=0,0002).
Entre-tanto,essacorrelac¸ãoédegraufraco;e
- existiacorrelac¸ãodiretasignificativadadistânciaentrea artériapoplíteaacorticaltibialposteriornaregiãoa9mm
y = 0,0309x + 5.3443 R² = 0,0472
Distância da região 9 mm distaldo platô tibial (cm) Idade (anos)
y = 0,0465x + 11.093 R² = 0,0867
Distância da região TAT (cm)
Idade (anos)
Figura3–Dispersãodaidadecomadistânciadaartéria poplíteaàcorticaltibialposteriornaregiãoTAT.
y = 0,496x + 1.8546 R² = 0,5248
Distância da região 9 mm distaldo platô
tibial (cm)
Distância entre a artéria poplítea e a cortical tibial posterior na região do platô tibial (cm)
Figura4–Dispersãodasdistânciasentrearegiãoa9mm distalcomaquelanoníveldoplatôtibial.
y = 0.2548x + 10.535 R² = 0,1121
Distância da região TAT (cm)
Distância entre a artéria poplítea e a cortical tibial posterior na região do platô tibial (cm)
Figura5–Dispersãodasdistânciasentrearegiãodistal comoplatôtibialeaTAT.
distal do platô tibial com a distância na região da TAT (rs=0,523;p=0,0001).
Asfiguras4-6ilustramacorrelac¸ãoentreasmedidasdas distânciasdasregiõesestudadas.
Discussão
Aartériapoplíteaéaestruturamaisanteriordofeixe neuro-vasculardaregiãoposteriordojoelho.Éumaestruturafixae estámaispróximadaarticulac¸ãonaregiãodainserc¸ãodo liga-mentocruzadoposterior,próximaàarcadafibrosadomúsculo solear.29
Nas cirurgias que envolvem a região proximal da tíbia, lesõesiatrogênicasdasestruturasneurovasculares posterio-ressãodevastadorasepodemcolocaromembroemrisco.30
y = 0,6208x + 8.8768 R² = 0,3119
Distância da região TAT (cm)
Distância entre a artéria poplítea e a cortical tibial posterior na região 9 mm distal ao platô tibial (cm)
Figura6–Dispersãodasdistânciasentrearegiãoa9mm distaldoplatôtibialcomaquelanonívelTAT.
Essazonadeperigoselocalizadiscretamentelateralàfossa intercondilar.
Small31 relatou 12 lesões vasculares que representaram
0,54%detodasascomplicac¸ões.Foramnovecasosdetrauma diretodaartériapoplítea,umdeslocamentodaarcadafibrosa eduaslesõesinespecíficas.Tawesetal.32relataramtrêscasos
nosquaisaartériapoplíteafoilesadadurantemeniscectomia artroscópicacomdiagnósticotardio,quelevouàamputac¸ão. Maisde50%dospacientescomlesãodaartériapoplíteatêm deficiência circulatória,apesar deapresentar pulsosdistais palpáveis.33
Yang et al.30 estudaram as estruturas neurovasculares
naregiãoproximaldatíbia. Encontraramaartérialateralà linha médiadatíbia, principalmenteempacientesdosexo feminino. Houve uma grande diferenc¸a da distância entre asestruturasneurovasculareseacorticalposteriordatíbia. Isso significa que maiores cuidados devem ser tomados quando a cirurgia necessita de acesso à corticalposterior. Essa diferenc¸a da distânciafoi similar àquela relatada por Zaidietal.6noníveldalinhaarticular,masumpoucomenor
do que adistância relatada porSmith et al.18 no níveldo
cortetibialparaaartroplastiatotaldojoelho.Nossoestudo demonstrouqueadistânciaentreaartériapoplíteanastrês regiõesestudadas(platôtibial,quecorrespondeàscirurgias artroscópicas; 9mm distaldoplatô tibial, quecorresponde ao corte tibial para artroplastia total dojoelho; eno nível daTAT,quecorrespondeàosteotomiaproximaldatíbia),na amostrageral,foide9,54mm(DP:3,60),6,59mm(DP:2,46)e 12,97mm(DP:2,74),respectivamente.Quandocomparadopor gênero,nospacientesdosexomasculino,asdistânciasentre aartériapoplíteaeacorticaltibialposteriornaregiãodoplatô distalenaregiãodaTATforammaioresdoquenofeminino. Isso significaquedevemos ter aindamaiscuidadoquando fazemosprocedimentosempacientesdosexofeminino.
PaceeWahl34analisaramjoelhosdecadáverespara
idadedopaciente,maioraqueladistância(rs=0,258;p=0,017 ers=0,238;p=0,017,respectivamente.
Váriostrabalhostêmmostradolesãoneurovascular iatro-gênicanafossa poplíteadurante reconstruc¸ãoartroscópica doligamento cruzadoposterior(LCP)quepodesercausada pelofioguiaoupelabroca.35,36Matavaetal.,37aoanalisar14
joelhosdecadáveres,revelaramqueaartériapoplíteaestava localizadaposteriorelateralmenteàinserc¸ãodoLCPe anteri-ormenteàveiapoplíteaeaonervociáticoemtodososjoelhos emextensão(0◦ou180◦)eemflexãode45◦,60◦e90◦.Keseret
al.23relataramque,noníveldaarticulac¸ãodojoelho,a
arté-riapoplíteaestavalocalizada posteriormenteàinserc¸ãodo LCPem19casos(5,7%).Essalocalizac¸ãopodeocasionarlesão daartériapoplíteaemcasosdereparoouexcisãodocorno posteriordomeniscolateral,comotambémnos procedimen-tosdereconstruc¸ãodoLCP.Ahnetal.38fizeramreconstruc¸ão
artroscópicadoLCPcomumapequenaliberac¸ãodacápsula posteriornoníveldesuainserc¸ão.Pormeiodeangiografia, mediramadistânciaentreainserc¸ãotibialdoLCPea arté-riapoplíteaantesedepoisdaliberac¸ãocapsular.Encontraram umadistânciasignificativamentemaiorde4,4±3,2mmpara 14,7±4,1mmapós liberac¸ãocapsular. Cosgarea et al.,39 ao
analisarjoelhosdecadáver,observaramumadistânciamédia de29,1±11mm(variac¸ãoentre18e55mm)dopontomédio doLCPàartériapoplítea. Pace eWahl34 encontraram uma
distânciamédiade19mmdoLCPàartériapoplítea,como joe-lhoemflexãode90◦noníveldalinhaarticular.Nopresente
estudo,asmedidasobtidaspormeio deRMdemonstraram, nonível da articulac¸ãodo joelho, umadistânciamédiade 9,54mm(variac¸ãoentre2,80e17,47mm)entreaartéria poplí-teaeacorticaltibialposterior.Tambémfoiobservadoque,em relac¸ãoaogênero,essadistâncianoníveldoplatôtibialfoi sig-nificativamentemaiornosexomasculinodoquenofeminino (10,1±3,5mme8,8±3,6mm,respectivamente).
A incidência de lesão vascular após artroplastia total dojoelho(ATJ) éfelizmente mínima(estimadaao redorde 0,2%).9,40 Este estudo analisou a distância entre a artéria
poplíteaeacorticaltibialposteriornaregiãoa9mmdistal doplatô tibial,localizac¸ão médiaonde se fazo cortepara a colocac¸ão do componente tibial na artroplastia total do joelho.Ninomiyaetal.,41emestudoemcadáverespormeio
deRM,desenvolvidoparaavaliaromecanismode lesãoda artériapoplíteaduranteaATJ,observaramqueelaestava loca-lizadalateralmenteaoplatôtibialem95%dosespécimes.A proximidadecomacápsulaarticularposteriortornaaartéria susceptívelalesõesduranteaATJ.Takedaetal.42ressaltaram
aimportânciadeummaiorcuidadocomoposicionamento de afastadores, com uso da serra oscilatória eosteótomos naregiãoposteriordojoelhoduranteaATJ.Observaramque aolongodo arcode flexão dojoelho o posicionamentoda artériapoplíteavariou entreosindivíduosquetinhamsido submetidosaATJ. Mureebeetal.43 relataramdois casosde
pacientes quetiveram lesão da artériapoplítea após ATJe necessitaramdecirurgiadereconstruc¸ãoarterialparasalvar omembro.Nossoestudodemonstrou,pormeiodeRM,que adistânciaentreaartériapoplíteaeacorticaltibialposterior naregião9mmdistalaoplatôtibialfoi,emmédia,de6,59mm (variac¸ãoentre3e12,70).Essafoialocalizac¸ãoondeaartéria seencontrava maispróxima da cortical posterior da tíbia. Nãoencontramosdiferenc¸asignificativaentreosgênerosnas
distânciasmensuradas entre aartéria poplítea eacortical tibialposteriornastrêsregiõesdatíbiaproximalavaliadas. Entretanto,emrelac¸ãoàfaixaetária,adistânciaentrea arté-riapoplíteaeacorticaltibialposteriornaregião9mmdistal aoplatôtibialfoisignificativamentemaiordoquenafaixa≤
36 anos.Issosignificaquequantomaior(p=0,006)aidade, maisdistanteficaaartériapoplíteadacorticaltibialposterior (idade≤36anos5,9±2,2mme>36anos7,2±2,5mm).
Apesarderara,alesãoda artériapoplíteadurante oste-otomiaproximaldatíbia,noníveldatuberosidadeanterior, podeterconsequênciasdevastadoras.Aosteotomiada tube-rosidadedatíbia,queenvolveaviolac¸ãodacorticalposterior da tíbia com brocas eparafusos, podegerar umalesão da artéria poplítea.44 Existem poucos trabalhos na literatura
quedemonstramlesão direta daartériapoplítea durantea osteotomia proximal da tíbia.6,45 Zaidiet al.6 estudaram o
posicionamentodaartériapoplíteaem20joelhos,pormeio deultrassonografiaduplexnoníveldaregiãoondeseriafeita aosteotomiaproximal.Em12joelhos(60%)aartériase locali-zavapróximadatíbia,comojoelhoemflexãode90◦.Alguns
trabalhosmostramapresenc¸adepseudoaneurismaapós oste-otomia proximal da tíbia.46,47 Kim et al.48 relataram que a
artériapoplíteaseafastadacorticalposteriordatíbiaquandoo joelhoestáemflexãode90◦.Porém,quandooângulodecorte
daosteotomiaformaiordoque30◦,noplanocoronalpode
ocorrerriscodelesãodasestruturasneurovasculares.Smith etal.24estudaramnovevoluntários,pormeiodeRM,como
joelhoemextensãocompletaeemflexãode90◦,e
demons-traramquemesmocomojoelhofletidoa90◦, nãosignifica
queosvasospoplíteosestejamsegurosduranteacirurgia.O nossoestudo,pormeiodeRM,demonstrouque,nonívelda TAT,adistânciamédiade12,97mmvariouentre7,61mme 19,31mm.Essafoialocalizac¸ãoemqueaartériase encon-troumaisafastadadacorticalposteriordatíbia.Observou-se tambémquenogêneromasculino adistânciaentrea arté-riapoplítea eacorticaltibial posterioraonível da TATfoi significativamentemaior(13,5±2,5mme12,3±2,9mm res-pectivamente).Emrelac¸ãoàfaixaetária,adistânciaentrea artériapoplíteaeacorticaltibialposteriornoníveldaTAT foisignificativamentemaiorempacientesacimade36anos. Issosignificaquequantomaioraidade,maisdistanteaartéria poplíteaselocalizadacorticalposteriordatíbia.
A maiorlimitac¸ão donosso estudo foi ter verificado as medidas das três regiões dojoelho somenteem extensão. Existeumagrandecontrovérsianaliteraturasobrequantoa flexão dojoelhopodeaumentaradistânciaentreas estru-turasneurovascularespoplíteaseacorticalposteriordatíbia. Algunsautoresargumentamqueemtodasasregiõesdojoelho adistânciaentreaartériapoplíteaeacorticalposteriordatíbia aumentariacomojoelhofletido.Outrosautores,entretanto, preconizamquemesmocomojoelhoemflexãonãohaveria mudanc¸anadistâncianasregiõesa9mmdoplatôtibial(ATJ) enoníveldaosteotomiavalgizantedatíbia.6,26,28,30
Conclusão
articulac¸ão dojoelho. Com isso, lesões iatrogênicas devas-tadoraspodem serevitadas. Portanto, procedimentos mais próximosaoplatôtibialsetornammaisperigosos principal-menteempacientejovens.
Conflitos
de
interesses
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse
r
e
f
e
r
ê
n
c
i
a
s
1. MegalopoulosA,SiminasS,TrelopoulosG.Traumatic pseudoaneurysmofthepoplitealarteryafterblunttrauma: casereportandareviewoftheliterature.VascEndovascular Surg.2006;40(6):499–504.
2. HanKJ,WonYY,KhangSY.Pseudaneurysmaftertibial nailing.ClinOrthopRelatRes.2004;(418):209–12.
3. KarkosCD,ThomsonGJ,D’SouzaSP,PrasadV.Falseaneurysm ofthepoplitealartery:ararecomplicationoftotalknee replacement.KneeSurgSportsTraumatolArthrosc. 2000;8(1):53–5.
4. RubensF,WellingtonJL,BouchardAG.Poplitealarteryinjury aftertibialosteotomy:areportoftwocases.CanJSurg. 1990;33(4):294–7.
5. YooJH,ChangCB,LeeTS,SeongSC,KimTK.Delayed recurrenthemarthrosisafterstaplefixationoftibialavulsion fractureoftheposteriorcruciateligament:acasereport. KneeSurgSportsTraumatolArthrosc.2006;14(9):854–8.
6. ZaidiSH,CobbAG,BentleyG.Dangertothepoplitealarteryin hightibialosteotomy.JBoneJointSurgBr.1995;77(3):384–6.
7. AustJC,BredenbergCE,MurrayDG.Mechanismsofarterial injuriesassociatedwithtotalhipreplacement.ArchSurg. 1981;116(3):345–9.
8. BergerC,AnzbockW,LangeA,WinklerH,KleinG,EngelA. Arterialocclusionaftertotalkneearthroplasty:successful managementofanuncommoncomplicationbypercutaneous thrombusaspiration.JArthroplasty.2002;17(2):227–9.
9. CalligaroKD,DelaurentisDA,BoothRE,RothmanRH, SavareseRP,DoughertyMJ.Acutearterialthrombosis associatedwithtotalkneearthroplasty.JVascSurg. 1994;20(6):927–32.
10.DoiS,MotoyamaY,ItohH.Externaliliacveininjuryduring totalhiparthroplastyresultingindelayedshock.BrJ Anaesth.2005;94(6):866-L869.
11.LewallenDG.Neurovascularinjuryassociatedwithhip arthroplasty.InstrCourseLect.1998;47:275–83.
12.ShoenfeldNA,StuchinSA,PearlR,HavesonS.The managementofvascularinjuriesassociatedwithtotalhip arthroplasty.JVascSurg.1990;11(4):549–55.
13.CalligaroKD,DoughertyMJ,RyanS,BoothRE.Acutearterial complicationsassociatedwithtotalhipandknee
arthroplasty.JVascSurg.2003;38(6):1170–7.
14.NachburB,MeyerRP,VerkkalaK,ZürcherR.Themechanisms ofseverearterialinjuryinsurgeryofthehipjoint.Clin OrthopRelatRes.1979;(141):122–33.
15.RandJA.Vascularcomplicationsoftotalkneearthroplasty. Reportofthreecases.JArthroplasty.1987;2(2):89–93.
16.BarrackRL,ButlerRA.Avoidanceandmanagementof neurovascularinjuriesintotalhiparthroplasty.InstrCourse Lect.2003;52:267–74.
17.BarrackRL.Neurovascularinjury:avoidingcatastrophe. JArthroplasty.2004;194Suppl1:104-L107.
18.SmithDE,McGrawRW,TaylorDC,MasriBA.Arterial complicationsandtotalkneearthroplasty.JAmAcadOrthop Surg.2001;9(4):253–7.
19.RothJH,BrayRC.Poplietalarteryinjuryduringanterior cruciantligamentreconstruction:briefreport.JBoneJoint SurgBr.1988;70(5):840–5.
20.PotterD,Morris-JonesW.Poplitealarteryinjurycomplicating arthroscopicmeniscectomy.Arthroscopy.1995;11(6):723–6.
21.WilliamsPL,WarwickR,editors.Gray’sanatomy.Edinburgh: ChurchillLivingstone;1980.
22.McMinnRM,editor.Last’sanatomy.Regionalandapplied. 8ed.Edinburgh:ChirchillLivingstone;1990.
23.KeserS,SavranlarA,BayarA,UlukentSC,OzerT,TuncayI. Anatomiclocalizationofthepoplitealarteryatthelevelof thekneejoint:amagneticresonanceimagingstudy. Arthroscopy.2006;22(6):656–9.
24.SmithPN,GelinasJ,KennedyK,ThainL,RorabeckCH,Bourne RB.Popliealvesselsinkneesurgery.Amagneticresonance imagingstudy.ClinOrthopRelatRes.1999;(367):158–64.
25.VernonP,DelattreJF,JohnsonEJ,PalotJP,ClémentC.Dynamic modificationsofthepoplitealarterialaxisinthesagittal planeduringflexionoftheknee.SurgRadiolAnat. 1987;9(1):37–41.
26.FarringtonWJ,CharnleyGJ,HarriesSR,FoxBM,SharpR, HughesPM.Thepositionofthepoplitealarteryinthe arthriticknee.JArthroplasty.1999;14(7):800–2.
27.ShettyAA,TindallAJ,QureshiF,DivekarM,FernandoKW. Theeffectofkneeflexiononthepoplitealarteryandits surgicalsignificance.JBoneJointSurgBr.2003;85(2):218–22.
28.CoventryMB.Osteotomyaboutthekneefordegenerativeand rheumatoidarthritis.JBoneJointSurgAm.1973;55(1): 23–48.
29.KramerD,BahkM,CascioB,CosgareaAJ.Posteriorknee arthroscopy:anatomy,technique,application.JBoneJoint SurgAm.2006;88Suppl4:110–21.
30.YangD,ZhouY,TangQ,XuH,YangX.Anatomical relationshipbetweentheproximaltibiaandposterior neurovascularstructures:asafezoneforsurgeriesinvolving theproximaltibia.JArthroplasty.2011;26(7):1123–7.
31.SmallNC.Complicationsinarthroscopy:thekneeandother joints.Arthroscopy.1986;2(4):253–8.
32.TawesRL,EtheridgeSN,WebbRL,EnloeLJ,StalloneRJ. Poplitealarteryinjurycomplicatingarthroscopic meniscectomy.AmJSurg.1988;156(2):136–8.
33.DeLeeJC.Complicationsofarthroscopyandarthroscopic surgery:resultsofanationalsurvey.Arthroscopy. 1985;1(4):214–20.
34.PaceJ,WahlC.Arthroscopyoftheposteriorknee
compartments:neurovascularanatomicrelationshipsduring arthroscopictransversecapsulotomy.Arthroscopy.
2010;26(5):637–42.
35.DunnPM,PostRH,JonesSR.Thromboemboliccomplications ofkneearthroscopy.WesternJMed.1984;140(2):291.
36.SimpsonLA,BarrettJP.Factsassociatedwithpoorresults followingarthroscopicsubcutaneouslateralrelease.Clin OrthopRelatRes.1984;(186):165–71.
37.MatavaMJ,SethiNS,TottyWG.Proximityofthe
posteriorcruciateligamentinsertiontothepoplitealarteryas afunctionofthekneeflexionangle:implicationsfor posteriorcruciateligamentreconstruction.Arthroscopy. 2000;16(8):796–804.
38.AhnJH,WangJH,LeeSH,YooJC,JeonWJ.Increasingthe distancebetweentheposteriorcruciateligamentandthe poplitealneurovascularbundlebyalimitedposterior capsularreleaseduringarthroscopictranstibialposterior cruciateligamentreconstruction:acadavericangiographic study.AmJSportsMed.2007;35(5):787–92.
40.KumarSN,ChapmanJA,RawlinsI.Vascularinjuriesintotal kneearthroplasty.Areviewoftheproblemwithspecial referencetothepossibleeffectsofthetourniquet.J Artrhoplasty.1998;13(2):211–6.
41.NinomiyaJT,DeanJC,GoldbergVM.Injurytothepopliteal arteryanditsanatomiclocationintotalkneearthroplasty. JArthroplasty.1999;14(7):803–9.
42.TakedaM,IshiiY,NoguchiH,SatoJ.Changeintheposition ofthepolitealarterywithkneeflexionaftertotalknee arthroplasty.JBoneJointSurgAm.2011;93(21):e1231–6.
43.MureebeL,GahtanV,KahnMB,KersteinMD,RobertsAB. Poplitealarteryinjuryaftertotalkneearthroplasty.AmSurg. 1996;62(5):366–8.
44.ShettyAA,TindalAJ,NickolaouN,JamesKD,IgnotusP.Asafe zoneforthepassageofscrewsthroughtheposteriortibial cortexintibialtubercletransfer.Knee.2005;12(2):99–101.
45.InsallJ.Surgeryoftheknee.Edinburgh:ChurchillLivingstone; 1984.
46.RubensF,WellingtonJL,BouchardAG.Poplitealarteryinjury intibialosteotomy:reportoftwocases.CanJSurg.
1990;33(4):294–7.
47.HanK,WonY,KhangS.Pseudaneurysmaftertibialnailing. ClinOrthopRelatRes.2004;(418):209–12.