• Nenhum resultado encontrado

Estudo epidemiológico de recidiva de tumor de células gigantes no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Estudo epidemiológico de recidiva de tumor de células gigantes no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia."

Copied!
7
0
0

Texto

(1)

SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA

w w w . r b o . o r g . b r

Artigo

original

Estudo

epidemiológico

de

recidiva

de

tumor

de

células

gigantes

no

Instituto

Nacional

de

Traumatologia

e

Ortopedia

Roberto

Clayton

Lima

Oliveira

Júnior

,

Marcelo

Glauber

da

Silva

Pereira,

Pedro

Braga

Linhares

Garcia,

Patrícia

Albuquerque

dos

Santos,

Amanda

dos

Santos

Cavalcanti

e

Walter

Meohas

InstitutoNacionaldeTraumatologiaeOrtopedia(Into),RiodeJaneiro,RJ,Brasil

informações

sobre

o

artigo

Históricodoartigo:

Recebidoem13deagostode2015 Aceitoem25deagostode2015

On-lineem23dedezembrode2015

Palavras-chave:

Tumoresdecélulasgigantes Recidiva

Epidemiologia

r

e

s

u

m

o

Objetivos:Otumordecélulasgigantes(TCG)éumaneoplasiaósseabenignarelativamente raraemadultos,porémseucomportamentobiológicoaindaéimprevisível.Aincidênciade recidivalocalapresentavariac¸ãoentre0-65%emestudosinternacionais,porémhápoucos dadosreferentesaessacomplicac¸ãoemnossapopulac¸ão.

Métodos:Foramcoletadasinformac¸õessobre155pacientescomdiagnósticohistológico con-firmadodeTCG,acompanhadosnoservic¸odeoncologiaortopédicadanossainstituic¸ão,de janeirode2000ajulhode2014.Ascaracterísticasdemográficasforamavaliadase compa-radasentreospacientesqueapresentaramrecidivalocalduranteoseguimentoclínico.

Resultados: Houverecidivalocalem26pacientes(16,7%),dosquais22eramdosexofeminino (84,6%).Alocalizac¸ãomaiscomumderecidivalocalfoiofêmurdistal(38,4%).Onzepacientes apresentaramrecidivaprecoce,enquanto15casosforamdiagnosticadosapós15meses,o querepresenta,respectivamente,42,3%e57,7%.Metástasesforamidentificadasemcinco pacientes(3,2%).

Conclusão:Osfatoresrelacionadosaotumornãoevidenciaramaumentodaincidênciade recidivalocaldetumordecélulasgigantes.Otratamentocirúrgicocommargem intrale-sional éumaopc¸ãoválida notratamentoderecidivaslocaisenãoapresentadiferenc¸a de sobrevidalivrededoenc¸aentreoutrostiposdeprocedimentos.Tratamentoclínicoé reservadoemcasosdetumoresirressecáveisouimpossibilidadedetratamentocirúrgico.

©2015SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora Ltda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http:// creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

TrabalhodesenvolvidonoInstitutoNacionaldeTraumatologiaeOrtopedia(Into),RiodeJaneiro,RJ,Brasil.

Autorparacorrespondência.

E-mail:oliveirajr.roberto@gmail.com(R.C.L.OliveiraJúnior). http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2015.08.008

(2)

Epidemiological

study

on

giant

cell

tumor

recurrence

at

the

Brazilian

National

Institute

of

Traumatology

and

Orthopedics

Keywords:

Giantcelltumor Recurrence Epidemiology

a

b

s

t

r

a

c

t

Objective: Giantcelltumors(GCTs)arebenignboneneoplasmsthatarerelativelyrarein adultsandtheirbiologicalbehaviorisstillunpredictable.Theincidenceoflocalrecurrence haspresentedvariationbetween0and65%instudiesconductedworldwide,butfewdata areavailableonthiscomplicationintheBrazilianpopulation.

Methods: Informationon155patientswithconfirmedhistologicaldiagnosesofGCTwho weretreatedinourinstitution’sorthopediconcologyservicebetweenJanuary2000andJuly 2014wasgathered.Demographiccharacteristicswereevaluatedandcomparedbetween patientswhopresentedlocalrecurrenceduringtheclinicalfollow-up.

Results: Localrecurrencewasobservedin26 patients(16.7%),ofwhom22werefemale (84.6%).Themostcommonsiteoflocalrecurrencewasthedistalfemur(38.4%).Eleven patientspresentedearlyrecurrence,whilefifteencaseswerediagnosedafter15months, representing42.3%and57.7%,respectively.Metastaseswereidentifiedinfivepatients(3.2%).

Conclusion: Tumor-relatedfactorsdidnotshowanyincreasedincidenceoflocalrecurrence ofgiantcelltumors.Surgicaltreatmentwithanintralesionalmarginisavalidoptionfor treating localrecurrencesanddoesnot showanydifferenceindisease-freesurvivalin relationtoothertypesofprocedures.Clinicaltreatmentisreservedforcasesofunresectable tumorsorwhensurgicaltreatmentisimpossible.

©2015SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora Ltda.ThisisanopenaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(http:// creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Introduc¸ão

O tumor de células gigantes (TCG) ou osteoclastoma é uma neoplasia de malignidade indeterminada com com-portamento localmente agressivo, composto por tecido mononuclear ovoide neoplásico interposto uniformemente pornumerosascélulasgigantes.1-3

OTCGrepresentacercade5%dostumoresósseos primá-rioseaproximadamente23%dostumoresósseosbenignos.2,4 Ocorremaisfrequentementenafaixaentre20e40anos,com predomínio discreto nosexo feminino(proporc¸ão de 1,2:1. Éconsideradoum tumorraroemcrianc¸as eadolescentes5 emenosde10%doscasosocorremempacientesacimade 65anos.6

Alocalizac¸ãomaiscomuméaregiãoepifisáriadeossos longosde indivíduosesqueleticamentemaduros, pode aco-meter também a região metafisária de pacientes com fise aberta.1,2Oslocaismaisafetadossãofêmurdistal,tíbia pro-ximal e rádio distal. O acometimento axial é incomum.7 Apesardocomportamentobenigno,essapatologiapode evo-luircomcomplicac¸õeslocaisemetástases,principalmenteem localizac¸ãopulmonar.4,8,9

Arecidivaédefinidacomoevidênciasintomáticaou radio-lógicadedoenc¸a,apartirdetrêsmesesapósotratamento,e, emgeral,édetectadanosprimeirosdoisanosdeseguimento clínico.10AstaxasderecorrênciadoTCGprimáriovariamde 0%a65%,dependemdotipodetratamentoedaapresentac¸ão localdotumor.Apesardesuanaturezabenigna,metástases pulmonaresocorremem2a5%doscasos.11

OTCGrepresentaumaneoplasia benigna relativamente raraemadultos;porém,seucomportamentobiológicoainda éimprevisível.Hámuitostrabalhospublicadosquerelatamas

experiênciasdegruposinternacionaisempaíses desenvolvi-dos,porémhápoucainformac¸ãosobreocomportamentoda doenc¸aempaísesemdesenvolvimento.Opresentetrabalho apresentadadosepidemiológicoscomseguimentode14anos de155pacientesemuminstitutodereferênciaemortopedia noBrasil.

Métodos

Foramcoletadasinformac¸õessobrepacientescom diagnós-ticohistológicoconfirmadodeTCG,acompanhadosnoservic¸o deOncologiaOrtopédicadejaneirode2000ajulhode2014. Oestudofoipreviamenteaprovadopelocomitêdeéticaem pesquisadainstituic¸ão.

Ainvestigac¸ãodiagnósticafoifeitapormeiodeavaliac¸ão clínica e radiológica, que incluiu radiografia convencional, tomografiacomputadorizadaeressonância magnética. Pos-teriormente, os pacientes foram submetidos a biópsia por agulha,paradefinic¸ãohistopatológica.

Os critérios de exclusão foram: recorrência local com menos de três meses após tratamento cirúrgico; perda do seguimento ambulatorial; e registro clínico-radiológico incompleto.

Avaliou-seo local acometido,a presenc¸ade metástases e/ou defraturas patológicas,o tempodeevoluc¸ãodos sin-tomas, o estadiamento clínico-radiológico e o diagnóstico histopatológico, assim como otipo de cirurgia realizada,a margem cirúrgica e o uso de adjuvantes. Foram analisa-dos o tempo de seguimento, o tempo livre de doenc¸a e o local/númeroderecidivas.

(3)

Takeuchietal.12OgrupoAincluiulesõesemfêmur,tíbia, úmeroerádio.OgrupoBfoicompostopelostumores loca-lizadosemescápula,fíbula,ulnaeossosdas mãosoupés. TumoressituadosnoesqueletoaxialformaramogrupoC.

Oestadiamentodotumorfoi feitosegundo Campanacci etal.,13divididodaseguintemaneira:I-quiescente, intraós-seo;II-ativocomperiósteointacto;III-agressivo, quando seobservouorompimentodacorticaleainvasãodaspartes moles.Essaclassificac¸ãotemutilidadeterapêuticaefoiusada paraauxiliaradefinic¸ãodamargemcirúrgicaemintralesional, marginal,amplaouradical.

O tratamento cirúrgico seguiu o protocolo preconizado pelaInstituic¸ão,quepriorizacirurgiasmenosagressivasque promovamamanutenc¸ãodaarticulac¸ão.Dentreos tratamen-toscirúrgicosfoifeitaaressecc¸ãointralesionalassociadaao usodefresaodontológicaesférica,seguidadepreenchimento dosdefeitosósseoslocaiscompolimetilmetacrilato(PMMA), enxertoósseoautólogoouenxertoalogênico.Acirurgiaampla foirealizadanoscasosemqueaextensãotumoral impossibi-litouaressecc¸ãointralesionalounostumoreslocalizadosem ossosdispensáveis,comoacabec¸adafíbulaouulnadistal.

O seguimento clínico foi feito após 1, 3, 6, 12, 18 e 24meses.Após24meses,asavaliac¸õesforamfeitasdeacordo comasrecomendac¸õesdomédicoassistente.Asavaliac¸ões incluíramexamefísicoeinvestigac¸ãoradiológica(radiografia convencionaleradiografiadetórax),comoobjetivodefazer odiagnósticoprecocederecidivasoudemetástases.Emcaso desuspeitaderecorrêncialocal,foramsolicitadosexamesde imagemcomplementares,queincluíramtomografia compu-tadorizadaeressonânciamagnética.

Odesfechodospacientesincluídosnessapesquisafoi clas-sificado como favorável ou desfavorável, de acordo com o seguimentoclínico.Odesfechofavorávelindicouqueo paci-entenãoapresentou recidivalocaloumetástase duranteo

seguimento.Pacientesqueapresentaramessascomplicac¸ões foramconsideradosnogrupodesfechodesfavorável.

As informac¸ões obtidas foram incluídas em banco de dados noProgramaExcel2013(Microsoft)eavaliadas esta-tisticamente. Operfildemográficofoi descrito pormeio de porcentagens, média, desvio padrão e valores mínimo e máximo.Acomparac¸ãodascaracterísticasdemográficasdos pacientes com e sem recidiva foi feita pelo teste Mann--Whitney e de associac¸ão pelo qui-quadrado, no nível de significânciade95%.Asobrevidalivredeeventofoianalisada emfunc¸ãodotempodeseguimentoemmeses, considerando--se adatada primeiraconsulta atéaocorrência doevento (metástaseourecidiva).Foramcensuradosospacientesque permaneceram vivos e foi considerada a data da última consultacomotérminodotempodeseguimento.As proba-bilidades de sobrevida acumulada foram estimadas com o métodoKaplan-Meiereparaaanáliseestatísticadascurvas entre osgruposclínicos usou-seotestelog-rank. Todos os testesestatísticosforamfeitosnoprogramaGraphPadPrism versão 5.00 para Windows (GraphPad Software, San Diego CaliforniaUSA, www.graphpad.com).Considerou-se p<0,05 estatisticamentesignificativo.

Resultados

Dejaneirode2000ajulhode2014,158pacientesforam diag-nosticadosnainstituic¸ãocomTCG,entreosquaistrêsforam excluídosdapesquisa,seguindooscritériosdeexclusão cita-dos.

Aanáliseincluiu155pacientes,60(38,7%)dosexo mascu-linoe95(61,3%)dofeminino.Otempodeseguimentomédio dospacientesfoide56,7meses(3,9a158,9).Fraturapatológica ocorreuem20pacientes,oquerepresentou12,9%doscasos.

Tabela1–Característicasdemográficasedotumorde155pacientesportadoresdetumordecélulasgigantes

Desfechoclínico

Parâmetros Favorável

n=129

Desfavorável

n=26

Total Valorp

Idade(anos) 33,4±13,4 34,0±14,8 33,0±13.5 0,9218

Gênero

Masculino 43,4%(56/129) 15,4%(4/26) 60 0,0078

Feminino 56,6%(73/129) 84,6%(22/26) 95

GraudeCampanacci

I 4 - 4 0,4726

II 36 9 45

III 86 15 201

Topografiadotumor

GrupoA 94 22 116 0,0994

GrupoB 14 3 16

GrupoC 6 1 8

Tempodeevoluc¸ão

Média±DP(meses) 12,9±16,9 12,7±16,8 12,9±16,9 0,6592

Fraturaaodiagnóstico

Sim 17 2 19 0,7425

Não 112 24 126

TopografiaA:úmero,rádio,fêmur,tíbia.

TopografiaB:ulna,fíbula,talo.

(4)

Tabela2–Tratamentocirúrgicode149pacientesportadoresdetumordecélulasgigantes

Parâmetro Tumorprimário Recidiva Total

Tipodecirurgia

1 Curetagem+polimetilmetacrilato 39 15 54

2 Curetagem+enxerto 6 1 7

3 Ressecc¸ãoampla+endoprótese 27 3 30

4 Ressecc¸ãoampla+alongamentoósseo 3 0 3

5 Ressecc¸ãoampla+transplantedefíbula 8 0 8

6 Ressecc¸ão 12 1 13

7 Amputac¸ão 21 2 23

8 Outros 8 3 11

Margemcirúrgica

1 Intralesional 42 17 59

2 Marginal 10 1 11

3 Ampla 61 5 66

4 Radical 11 2 13

Ostumoresforamencontradosprincipalmenteemossos longos,32,9%nofêmur(51/155),29%natíbia(45/155)e16,7% norádio(26/155),conformetabela1.Ospacientesincluídos nogrupoAtotalizaram123casos(79,3%),enquantoogrupoB apresentou25(16,2%).Aminoriadospacientesfoiincluídano grupoC,setecasos,querepresentaram4,5%dospacientes.

Segundo a classificac¸ão radiológica de Campanacci, os grausI,IIeIIIrepresentaram,respectivamente,2,7%(4/150), 30% (45/150) e 67,3% (101/150) dos casos. Cinco pacientes foramexcluídosporessecritério,poisnãohaviaregistros radi-ográficosnobancodeimagens.

Otratamentocirúrgicodalesãoprimáriafoifeitoem150 pacientes, três deles em outra instituic¸ão. Um dos casos nãofoi contabilizadoemnossaanálise,poisnãoobtivemos informac¸õessobreoprocedimentorealizado(tabela2).Cinco pacientesnãoforamsubmetidosaotratamentocirúrgico,pois nãoaceitaramoprocedimentoproposto.Ressecc¸ãocom mar-gemintralesionalfoi feitaem39,3%(59/150)dospacientes; 44% (66/150)foram submetidos a tratamento commargem ampla,enquanto margens marginaiseradicais representa-ram,respectivamente,7,3%(11/150)e8,6%(13/150)doscasos. Otipodeprocedimentomaisfeitofoicuretagemassociadaao usodepolimetilmetacrilato(PMMA)(36%;54/150),seguidapor ressecc¸ãoamplacomusodeendoprótesenãoconvencional (20%;30/150)eamputac¸ão(15,3%;23/150).

Arecidiva localocorreuem26 pacientes (16,7%).Foram comparadasascaracterísticasdemográficaseosdadosde tra-tamentodospacientescomesemrecidiva.Lesãoemtecidos molesfoievidenciadaemseiscasos.Quinzepacientes,entre 20e40anosaodiagnósticodotumorprimário,foram iden-tificadoserepresentaram 57,7% doscasos derecidiva.Oito pacientes(30,7%)apresentavamidade acimade40anosao diagnósticoinicial.Quantoaogênero,22pacienteseramdo sexofeminino(84,6%).

Um paciente do grupo com recidiva apresentou metás-tasepulmonar. Emcinco anos, asobrevida livrede evento foide 88%(fig.1).Considerandoosgruposde Campanacci, nãohouvediferenc¸anasobrevidalivredeevento emcinco anos,88,5%paraCampanacciIIe91,5%paraCampanacciIII (fig.2A).Damesmaforma,considerando-seosgruposde topo-grafia,tambémnãofoiobservadadiferenc¸anasobrevidalivre deeventos(fig.2B).

AmaiorquantidadederecorrênciasocorreunogrupoA(n= 22; 84,6%), seguido pelo grupo B (n=3; 11,5%) e grupo C (n=1;3,8%).Alocalizac¸ãomaiscomumderecidivalocalfoio fêmurdistal(n=10;38,4%).Onzepacientesapresentaram reci-divaprecoce,enquanto15casosforamdiagnosticadosapós 15 meseserepresentaram,respectivamente,42,3%e57,7%. Quinzepacientes,previamentesubmetidosacuretagemeuso dePMMA,evoluíramcomdiagnósticoderecidivalocal.

Vinteequatropacientesdiagnosticadoscomrecidivalocal foramtratadoscirurgicamente,dosquaisseis(25%)fizeram nova curetagem associada ao uso de PMMA. Cinco casos (20,8%)foramtratadospormeioderessecc¸ãoamplaeusode endoprótese,enquanto quatropacientes (16,6%)foram sub-metidosaamputac¸ão.Doispacientesnãoforamsubmetidosa procedimentocirúrgico,poisnãoaceitaramaindicac¸ão cirúr-gica,osquaisforamsubmetidosatratamentoclínicocomuso debifosfonatos(alendronato).Quatropacientesapresentaram novarecorrência,apósosegundoprocedimentocirúrgico,e ocorreuterceirarecidivaemumcaso.

Metástasesforamidentificadasemcincopacientes(3,2%), entreosquaissomenteumapresentourecidivalocaldurantea evoluc¸ão.Todososcasosforamdiagnosticadosemlocalizac¸ão pulmonar.

Apósseguimentoclínico,trintapacientesdiagnosticados com TCG primário (19,3%) apresentaram desfecho desfa-vorável, 25 com diagnóstico de recidiva local, quatro com metástaseseumevoluiucomambasascomplicac¸ões.

120

100

80

60

40

0 50 100 150

Months

P

ercent sur

v

iv

al

200

(5)

150

100

50

0

0 50 100 150 150

Meses

P

ercentual

150

100

50

0

P

ercentual

200 0 50 100

Meses

200 Campanacci II

Campanacci III

A

B

C

A

B

Figura2–Sobrevidalivredeeventoempacientesportadoresdetumordecélulasgigantesquantoàclassificac¸ão deCampanacci(A)etopografia(B).

OgrupoAincluiulesõesemfêmur,tíbia,úmeroerádio.OgrupoBfoicompostopelostumoreslocalizadosemescápula, fíbula,ulnaeossosdasmãosoupés.TumoressituadosnoesqueletoaxialformaramogrupoC.

Discussão

Gouinetal.14nãoevidenciaramfatoresderiscorelacionados aotumorqueaumentemaincidênciaderecorrêncialocalapós tratamentointralesionalemlesõesdoesqueletoapendicular. Issoindica queosfatoresrelacionadosa riscoreduzidode recorrêncialocalforameficáciaeprecocidadedotratamento cirúrgico.12,14Oriscoderecorrêncialocalemtumores locali-zadosemrádiodistalefêmurproximalfoimaior,apesarde nãotersidocomprovadoestatisticamente.Ousodeenxerto autólogo foi considerado um fator de risco independente pararecorrêncialocal.14Extensãoparatecidosmolese agres-sividaderadiológicatambém foram relatados como fatores prognósticos,oqueevidenciaaimportânciadaclassificac¸ão deCampanacci.13-15Emmetanálise,Lietal.16indicaramque idademenordoque20anos,tumoreslocalizadosemrádio dis-talecirurgiaintralesionalcomousemenxertiaósseapodem serfatores de risco para recidiva em tumores apendicula-res,porémnãohouve comprovac¸ãoestatística.16 Emnosso estudo,os locaisqueapresentaram maiortaxa de recidiva local foram fêmur distal, tíbia proximal e rádio distal. Os parâmetrosdemográficosavaliadosemnossoestudo,como sexo,idade,localizac¸ãoeclassificac¸ãoradiológica,não apre-sentaramsignificânciaestatísticarelacionadacomodesfecho clínico.

Diversos fatores são importantes na interpretac¸ão dos resultados.Emnossapesquisa,foramincluídostrês pacien-tes tratados previamente em outras instituic¸ões. Esse fato pode limitar conclusões sobre a taxa de recidiva desses pacientes,umavezquenãopodemosobterdados intraope-ratóriosconsistentes.Alémdisso,ainstituic¸ãodereferência recebepacientesdeoutraslocalidades,oquepodeafetaras condic¸õesdeseguimentoclínico.

Otratamentocirúrgicocomcontrolelocaldedoenc¸a, asso-ciadoaadjuvanteslocais,temsidousadoemnossoservic¸o comopadrãoparalesõesapendiculares.Oriscoderecorrência nessescasosé12-18%,compatívelcomosdadosobtidos.14,15 O tratamento usado para lesões primárias foi curetagem intralesionalseguida porampliac¸ãoda cavidade com fresa odontológica esférica. Essa opc¸ão cirúrgica é menos inva-sivaenormalmentefornece apossibilidade de preservara

articulac¸ãoeostecidosadjacenteslivresdedoenc¸a.Asopc¸ões deadjuvantessãopolimetilmetacrilato(PMMA),peróxidode hidrogênio,fenolecrioterapia.OPMMAéocompostomais usadoemnossainstituic¸ão,devidoàdisponibilidade, facili-dadedeaplicac¸ãoeeficáciacomprovada.OimpactodoPMMA estárelacionadoaosefeitostóxicosetérmicosqueocorrem após suaaplicac¸ão,quepromovemmelhorcontrolelocal.15 Cirurgia ampla foi indicada em casos em que a extensão tumoral impossibilitou ressecc¸ão intralesional ou tumores queacometiamossosdispensáveis,comoacabec¸adafíbula ouulnadistal.11

Lesõespélvicassãoraras,representamcercade1,5-6,1% doscasos,porémsãoassociadasàrecidivaprecocee metás-tase(respectivamente,7-75%e2-9,1%dospacientes).Devido a sua localizac¸ão, alguns casos podem ser considerados irressecáveis.Não hátratamentopadronizadoparaTCGem localizac¸ãopélvica.Emboraacuretagempreservea integri-dadedapelve,ataxaderecorrêncialocalvariaentre6,3e43%. Ressecc¸ãoampladestina-seaprevenirrecorrência,masestá associadaaaltosíndicesdecomplicac¸ões.17Foram registra-dostrêscasosdelesõespélvicas(1,9%),doisnoísquioeumno acetábulo.Recidivalocalocorreuemumcaso,apósressecc¸ão detumoremísquio.SegundoGuoetal.,17aressecc¸ãoamplade lesões pélvicas apresenta menor taxa de recidivas, além debonsresultadosfuncionais.Esses dadossãocompatíveis comodesfechoclínicoobservadoemnossoestudo.

(6)

evidênciaderecidiva duranteseguimentoclínico(médiade 3,8anos).

Yanagisawaetal.19descreveram11casosdeTCGdistais às articulac¸ões radiocárpica e tibiotársica, cinco pacien-tes do sexo masculino e seis do feminino, com média de 24,7anos.Alocalizac¸ãoeaclassificac¸ãoradiológicamais fre-quentes foram, respectivamente,os metacarpos (45,45%) e Campanacci II(54,54%).Emnosso estudo,foram diagnosti-cados13pacientescomlesõesnatopografiacitada.Ossítios maiscomunsforammetacarpos(4/13)eossosdotarso(4/13). Os pacientes que apresentavam lesões classificadas como CampanacciIouIIforamtratadoscirurgicamentecom mar-gemintralesional.OscasosclassificadoscomoCampanacciIII foramtratadoscommargemradical–amputac¸ãoouressecc¸ão embloco(27,2%).Houvedoiscasosderecidiva localeuma metástase pulmonar. Os dados obtidos foram compatíveis comestudosprévios.19

O tratamento de recidivas tumorais é considerado con-troverso. Segundo Klenke et al.,11 ressecc¸ão com margens amplaséaopc¸ãomaisadequada,devidoasmenorestaxas derecorrênciaemaiortempodesobrevidalivrededoenc¸a. Apesardisso,cirurgiacommargemintralesionaléumaopc¸ão válidanotratamento deTCGsrecorrentes.Essetratamento deveserusadoindependentementedaextensãotumoralpara aspartesmoles,reserva-searessecc¸ãoamplaparaoscasos emqueháextensoacometimentoósseooulesãode estru-turas neurovasculares. Ressecc¸ão ampla exige, frequente-mente,reconstruc¸õesósseascomplexasassociadasamaiores taxas de complicac¸ões cirúrgicas e déficit funcional. Risco potencialdemetástasespulmonaresnãoestárelacionadoao tipodetratamentocirúrgicofeito.11,12

Estudos recentes indicam o uso de tratamento clínico específicoemcasos detumoresconsideradosirressecáveis, principalmenteemsacro ecoluna.Asdrogas preconizadas incluemosbifosfonatos eoDenosumab, queinibem o sis-temareceptorativadordofatornuclearkapaB(RANK).20,21 Emnossoestudo,doispacientesdiagnosticadoscomrecidiva localnão fizeramtratamento cirúrgico, pois não aceitaram procedimentoproposto.Usodebifosfonatos(Alendronato)foi oferecidocomo opc¸ãoterapêutica nessescasosefoiobtido bomcontrolelocalaolongodoseguimentoclínico.

Ataxademetástasesencontradaemnossoestudoé com-patívelcomaliteratura.Foramidentificadoscincopacientes (3,2%)commetástasespulmonares,entreosquaissomente umapresentourecidivalocalduranteoseguimento.4,22

Asmetástasesocorremprincipalmenteempulmões, apre-sentamincidênciaentre1e9%.22Osfatoresderiscoparaesse eventoincluemsítioprimário,recidivalocalemodalidadede tratamentodotumorprimário.Ointervaloentreodiagnóstico detumorprimárioeadetecc¸ãodemetástasesvariaentre0e 10anos(médiade3,5).Ossítiosprimárioscompredilec¸ãopara metástaseincluemorádiodistal,seguidodefêmuresacro. Agressividadelocalemúltiplasrecorrênciastêmsido asso-ciadoscom aumentonaincidênciademetástases.22Foram identificadoscincopacientes(3,2%)commetástases pulmo-nares,entreosquaishouveumcasoderecidivalocaldurante oseguimento.Ossítiosprimáriosforamtíbiadistal(2/5),rádio distal(1/5),metacarpo(1/5)eúmeroproximal(1/5).Nãohouve relac¸ãoestatísticaentrerecidivalocaloulocalizac¸ãodotumor primáriosobreincidênciademetástase.

Conclusão

Arecidiva detumorde célulasgigantesocorreuem26 pa-cientes(16,7%).Osfatoresrelacionadosaotumornão eviden-ciaramaumentodaincidênciadessacomplicac¸ão,apesarde tersidomaiscomumnosexofeminino.Otratamentocirúrgico commargemintralesionaléumaopc¸ãoválidanotratamento de recidivas locais enão apresenta diferenc¸a de sobrevida livrededoenc¸aentreoutrostiposdeprocedimentos.O tra-tamentoclínicoéusadoemcasosdetumoresirressecáveisou deimpossibilidadedetratamentocirúrgico.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

r

e

f

e

r

ê

n

c

i

a

s

1.SchajowiczF.Neoplasiasosseaselesõespseudotumorais.Rio deJaneiro:Revinter;2000.

2.GreenspanA.Radiologiaortopédica.RiodeJaneiro: GuanabaraKoogan;2006.

3.ReidR,BanerjeeSS,SciotR.Giantcelltumour.In:FletcherCD, UnniKK,MertensF,editors.Pathologyandgeneticsof tumoursofsofttissuesandboné.Lyon:IARCPress;2002. p.310–3.

4.CanalleST.CirurgiaortopédicadeCampbell.Barueri,SP: Manole;2006.

5.CampanacciM.Giantcelltumorofbone.In:Boneandsoft tissuetumors.2ed.Berlim:SpringerVerlag;1999. p.99-132.

6.ColeyBL.Neoplasmsofboneandrelatedconditions.2ed. NovaIorque:Hoeber;1960.p.196–235.

7.ScottDL,PedlowFX,HechtAC,HornicekFJ.Primarybenign andmalignantextraduralspinetumors.In:FrymoyerJW, WieselSW,editors.Theadultandpediatricspine. Philadelphia:LippincottWilliams&Wilkins;2003. p.191–245.

8.O’DonnellRJ,SpringfieldDS,MotwaniHK,ReadyJE,Gebhardt MC,MankinHJ.Recurrenceofgiant-celltumorsofthelong bonesaftercurettageandpackingwithcement.JBoneJoint SurgAm.1994;76(12):1827–33.

9.RockMG,PritchardDJ,UnniKK.Metastasesfrom histologicallybenigngiant-celltumorofbone.JBoneJoint SurgAm.1984;66(2):269–74.

10.DahlinDC,CuppsRE,JohnsonEWJr.Giant-celltumor:astudy of195cases.Cancer.1970;25(5):1061–70.

11.KlenkeFM,WengerDE,InwardsCY,RosePS,SimFH. Recurrentgiantcelltumoroflongbones:analysisofsurgical management.ClinOrthopRelatRes.2011;469(4):1181–7. 12.TakeuchiA,TsuchiyaH,NiuX,UedaT,JeonDG,WangEH,

etal.TheprognosticfactorsofrecurrentGCT:acooperative studybytheEasternAsianMusculoskeletalOncologyGroup. JOrthopSci.2011;16(2):196–202.

13.CampanacciM,BaldiniN,BorianiS,SudaneseA.Giant-cell tumorofbone.JBoneJointSurgAm.1987;69(1):106–14. 14.GouinF,DumaineV,FrenchSarcomaandBoneTumorStudy

(7)

15.BeckerWT,DohleJ,BerndL,BraunA,CserhatiM,EnderleA, etal.Localrecurrenceofgiantcelltumorofboneafter intralesionaltreatmentwithandwithoutadjuvanttherapy.J BoneJointSurgAm.2008;90(5):1060–7.

16.LiR,HuY.Meta-analysisofriskfactorsofrecurrencein patientswithgiantcelltumoronextremities.ZhonghuaYi XueZaZhi.2014;94(47):3778–83.

17.GuoW,SunX,ZangJ,QuH.Intralesionalexcisionversuswide resectionforgiantcelltumorinvolvingtheacetabulum: whichisbetter?ClinOrthopRelatRes.2012;470(4): 1213–20.

18.RaskinKA,SchwabJH,MankinHJ,SpringfieldDS,HornicekFJ. Giantcelltumorofbone.JAmAcadOrthopSurg.

2013;21(2):118–26.

19.YanagisawaM,OkadaK,TajinoT,TorigoeT,KawaiA,Nishida J.Aclinicopathologicalstudyofgiantcelltumorofsmall bones.UpsJMedSci.2011;116(4):265–8.

20.CornelisF,TruchetetME,AmorettiN,VerdierD,FournierC, PilletO,etal.Bisphosphonatetherapyforunresectable symptomaticbenignbonetumors:along-termprospective studyoftoleranceandefficacy.Bone.2014;58:11–6. 21.XuSF,AdamsB,YuXC,XuM.Denosumabandgiantcell

tumourofbone-areviewandfuturemanagement considerations.CurrOncol.2013;20(5):e442–7.

Referências

Documentos relacionados

Através das observações realizadas em campo, buscamos enfatizar de forma simples a perspectiva dos conselhos escolares como peça essencial para o desenvolvimento do trabalho

Embora o momento ideal para obtenção de sementes de alta qualidade, seja logo após a maturidade fisiológica, a alta umidade da semente e da própria planta, associada ao

Neste capítulo, será apresentada a Gestão Pública no município de Telêmaco Borba e a Instituição Privada de Ensino, onde será descrito como ocorre à relação entre

H´a dois tipos de distribui¸co˜es de probabilidades que s˜ao as distribui¸c˜oes discretas que descrevem quantidades aleat´orias e podem assumir valores e os valores s˜ao finitos, e

Considerado como a fábula clássica, a versão de Esopo de “A Raposa e as Uvas”, narra a história da Raposa que deseja alcançar alguns cachos de Uvas escuras, que lhe

À Deus pelo dom da vida, pela fé e perseverança para vencer os obstáculos. A minha mãe, pela orientação, dedicação e incentivo nessa fase do curso de pós-graduação e

Traçar um perfil das mulheres trabalhadoras não trata apenas de definir características dessas mulheres, mas também de compará-las aos homens trabalhadores, para

Estamos realmente com sobrecarga de funções – pressão autoimposta, diga-se –, o que faz com que percamos nossa conexão com a feminilidade: para ser mulher não basta