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Avaliação de resultados pós-operatórios do tratamento videoartroscópico para luxação recidivante de ombro com o uso de âncoras metálicas.

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(1)

w w w . r b o . o r g . b r

Artigo

original

Avaliac¸ão

de

resultados

pós-operatórios

do

tratamento

videoartroscópico

para

luxac¸ão

recidivante

de

ombro

com

o

uso

de

âncoras

metálicas

Éder

Menegassi

Martel

,

Airton

Rodrigues,

Francisco

José

dos

Santos

Neto,

Cleiton

Dahmer,

Abel

Ranzzi

e

Rafaella

Scuzziato

Dubiela

HospitalOrtopédicodePassoFundo,PassoFundo,RS,Brasil

informações

sobre

o

artigo

Históricodoartigo:

Recebidoem23defevereirode2015 Aceitoem31demarçode2015

On-lineem26deoutubrode2015

Palavras-chave:

Âncorasdesutura Luxac¸ãodoombro Recidiva

Osteoartrite

r

e

s

u

m

o

Objetivos:Avaliarclinicaeradiologicamenteosresultadosdotratamentovideoartroscópico comusodeâncorasmetálicas empacientescomluxac¸ãorecidivantede ombroesuas complicac¸ões.

Métodos:Estudoretrospectivode47pacientes(47ombros)operadosdefevereirode2010 afevereirode2012pelogrupodoombrodohospitalortopédico,pormeiode questioná-rio,entrevista,examefísicoeradiográfico,comousodaclassificac¸ãodeSamilsonePietro. Oseguimentomédionopós-operatóriofoide33meses(variac¸ãode12-47).Aanálise esta-tísticaconsistiunousodotesteexatodeFisherpormeiodopacoteestatísticoIBMSPSS22, comousodeumníveldesignificânciade5%.

Resultados: Recidivafoiobservadaemnovecasos.Ospacientestinham,emmédia,26,5anos noprimeiroepisódio,dosquais19,1%apresentavamidademenorouiguala20anos. Den-treestes,55,6%apresentaramrecidiva.Emrelac¸ãoàidadenoprocedimentocirúrgico,foi encontradaumamédiade27anos;12,8%apresentavamidademenordoqueouiguala 20anos;19pacientesapresentaramâncorassalientesedesses21%manifestavamartrose.

Conclusão:Houvecorrelac¸ãoestatisticamenteidentificadaentreoíndicederecidivaeaidade menorouiguala20anosnomomentodaprimo-luxac¸ãoedoprocedimentocirúrgico.Mais estudosdevemserfeitosparacompararusodeâncorasabsorvíveis,que,apesardeterum customaiselevado,podemterumriscomenordedesenvolvimentodeartroseglenoumeral emalgunscasos.

©2015SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora Ltda.Todososdireitosreservados.

TrabalhodesenvolvidonoGrupodoOmbroeCotovelo,HospitalOrtopédicodePassoFundo,PassoFundo,RS,Brasil.

Autorparacorrespondência.

E-mail:ombro.psf@gmail.com(É.M.Martel).

http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2015.03.011

(2)

Evaluation

of

postoperative

results

from

videoarthroscopic

treatment

for

recurrent

shoulder

dislocation

using

metal

anchors

Keywords:

Sutureanchors Shoulderdislocation Recurrence

Osteoarthritis

a

b

s

t

r

a

c

t

Objective: To clinically and radiologically evaluate the results from videoarthroscopic treatment usingmetal anchorsinpatients withrecurrent shoulderdislocationand its complications.

Methods: This wasa retrospectivestudyon 47patients(47shoulders)operatedbythe shouldergroupoftheorthopedichospitalbetweenFebruary2010andFebruary2012.A questionnaire,interviewandphysicalandradiographicexaminationswereused,withthe classificationofSamilsonandPietro.Themeanpostoperativefollow-upwas33months (range12-47months).ThestatisticalanalysisconsistedofusingFisher’sexacttestthrough theIBMSPSS22statisticalsoftware.Thesignificancelevelusedwas5%.

Results:Recurrencewasobservedinninecases.Thepatientswere,onaverage,26.5yearsold atthefirstepisode,and19.1%wereaged20yearsorunder.Amongthese,55.6%presented recurrence.Inrelationtoageatthetimeofthesurgicalprocedure,theaverageagewas 27years,and12.8%wereaged20yearsorunder.Nineteenpatientspresentedprominent anchorsand,ofthese,21%manifestedarthrosis.

Conclusion: Therewasastatisticallyidentifiedcorrelationbetweentherecurrencerateand agelessthanorequalto20yearsatthetimesoffirstdislocationandthesurgicalprocedure. Furtherstudiesshouldbeconductedinordertocomparetheuseofabsorbableanchors, whichdespitehighercost,mayprovidelowerriskofdevelopingglenohumeralarthrosisin somecases.

©2015SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora Ltda.Allrightsreserved.

Introduc¸ão

Aluxac¸ãoprimáriaanteriordeombroocorrehabitualmente emjovens durante esportesde contatoou porqueda com traumadebaixaenergia emidosos.Aluxac¸ãoanterior em idosostemcomplicac¸õespeculiares,enquantoquea instabi-lidaderecidivanteéumproblemaparticularnosjovens.1

Ossintomasdeinstabilidadesedesenvolvemduranteos primeirosdoisanosapósaluxac¸ãoprimária,aqualé consi-deradaoprincipalfatorprognósticonadeterminac¸ãodorisco deinstabilidaderecidivante.Ataxaexataderecidivaainda permaneceincerta,varianaliteraturade3,9%a30%.2-8

Nas últimas três décadas, houve um grandeavanc¸o no desenvolvimentodatécnicavideoartroscópica.Amelhoriada qualidadedosimplantescirúrgicoseaexperiênciacrescente doscirurgiõescontribuíramparaobtenc¸ãoderesultadosmais satisfatóriosnotratamentodeinstabilidadedoombro.1

Oadventodeâncorasmetálicaspermitiuasubstituic¸ãoda técnicadesuturastransósseas,principalmentenoscasosde instabilidadeglenoumeraiselesõesdomanguitorotador.9,10

Todavia, esse material não está inerente a complicac¸ões como:soltura,quebra,migrac¸õese,principalmente, posicio-namentoinadequadodentrodaarticulac¸ão,quegeraatrito contra a cabec¸a umeral ou a cavidade glenoidea e ocasi-onagraus variadosde lesão condral eartroseglenoumeral precoce.11,12

No presente estudo, fez-se uma avaliac¸ão retrospectiva dospossíveisfatoresqueinfluenciaramnoresultadocirúrgico depacientessubmetidosaotratamentovideoartroscópicoda

luxac¸ãorecidivantedeombro,comusodeâncorasmetálicas, discutiram-seosachados,comasbibliografiasde repercus-sõesclínicas.

Métodos

No estudo retrospectivo, foram avaliados 47 pacientes (47ombros)dos64operadospelogrupodoombroecotovelodo hospitalortopédico;17foramperdidosduranteoseguimento (fig.1).Fez-seumarevisãodeprontuáriosdospacientesque foramsubmetidosatratamentovideoartroscópicocomusode âncorasmetálicasdefevereirode2010afevereirode2012.

Foram incluídospacientescom instabilidaderecidivante de ombro e com seguimento pós-operatório mínimo de 12 meses,sem distinc¸ãode sexo.Os critérios de exclusão forampacientesqueusaramâncorasabsorvíveis,osteoartrose nasradiografiaspré-operatóriaseapresenc¸adeoutras pato-logiastantonomanguitorotadorquantocervicaisedoplexo braquial.

(3)

64 pacientes foram escolhidos

17 pacientes foram perdidos

47 pacientes compuseram a amostra

9 pacientes apresentaram recidiva 38 pacientes não apresentaram recidiva

9 foram incluídos na análise 38 foram incluídos na análise

Figura1–Característicadoestudo.

métodovideoartroscópicocomusodeâncorasmetálicas asso-ciadoàcapsuloplastia.13,14

Duranteaavaliac¸ãodospacientesfoiaplicadoum ques-tionárioparacaracterizac¸ãodaamostra.Abordavaquestões como dadospessoais, idade, profissão,prática deesportes, dominância,númerodeâncoras,episódiosdeluxac¸ões pré--operatóriastraumáticoouatraumáticoeescalavisualdedor. Oexamefísicoconsistiudaavaliac¸ãodaamplitudede movi-mento bilateral,testede apreensão,relocationtest, testedo sulco, gavetas anterior e posterior,hiperfrouxidão (rotac¸ão lateral>85◦),hiperabductiontest.Tambémforamavaliados radi-ograficamente quanto ao posicionamento das âncoras, à existênciadealterac¸õesósseasnacavidadeglenoumeralea sinaisdeartrosesegundoSamilsonePrietro15(tabela1).

Todos osparticipantes assinaram oTermo de Consenti-mentoLivreeEsclarecidopreviamenteaqualqueravaliac¸ão relacionadaàpesquisa.Oprojetofoidevidamenteaprovado noComitê de Ética emPesquisa da Universidade de Passo Fundo,pormeiodaPlataformaBrasil,em08/01/2014.(CAAE: 19258813.1.0000.5342).

Técnicacirúrgica

Oprocedimentocirúrgicoéfeitocomopacientesobanestesia geralebloqueiodoplexobraquial,posicionadoemdecúbito lateraldoladoopostoaoombroafetado.Namesacirúrgicasão

Tabela1–Classificac¸ãoradiológicadeSamilsonePietro

TipoI Artroseleve:exostoseumeralinferior

e/ouglenoidalmedindo<3mmemaltura. TipoII Artrosemoderada:exostoseumeralinferiore/ou

glenoidalmedindo3mma7mmcomligeira irregularidadeglenoumeral.

TipoIII Artrosesevera:exostoseumeralinferiore/ou glenoidalmedindo>7mmcomestreitamento articulareescleroseglenoumeral.

aplicadastrac¸ãoverticalelongitudinalemantém-seo

mem-bro emabduc¸ãode aproximadamente30 grauseflexão de

15graus.

Usa-se um portal posterior para videoartroscopia,

loca-lizado 2cm distalmente e 2cm medialmente ao ângulo

posterolateraldoacrômio.Naregiãoanteriordoombrosão fei-tosoutrosdoisportaisparacolocac¸ãodascânulas,mantidas

semprelateralmenteaoprocesso coracoideparaminimizar

possíveis lesõesvasculonervosas.Antes doposicionamento

das cânulas,éfeita ainvestigac¸ão articular,toma-se como referênciaotendãolongodobícepsesuainserc¸ãolabral supe-rior.Passa-seemseguidaàavaliac¸ãodolábioanterior,inferior eposterior,superfíciesarticulares,ligamentos,cápsula, reces-sosemanguitorotador.

Posteriormente,aópticaélevadaparaoportal anterossu-perior eairrigac¸ão paraoportalposterior,comvisãomais ampladolábioanterior,queédestacadoe,emseguida, cru-entizadocomousodalâminadeshaverparaseobterumleito propícioàcicatrizac¸ãodocomplexocapsulolabralreinserido. Omesmoprocedimentoéfeitonasuperfíciedorebordo gle-noidal,deondefoidesinseridoolábio,originalmente.Nesse,

alémdosdesbridamentosdostecidosmolesremanescentes,

tambémusamosalâminadeabrasãoparaescarificaroosso

subcondral.

Umavezfeitososdesbridamentosnecessários,

procede--seàreinserc¸ãodolábionasuaorigem,pormeiodatécnica

desuturacom âncora.Usa-sepreferencialmente três

anco-rasmetálicasde2,7×5,0mmcarregadascomfioFiberWire®

n◦ 2.Aplicaturacapsularéfeitaemconjuntocomatécnica

desuturalabialnoscasosqueseapresentavamcomtrêsou maisepisódiosdeluxac¸ão.Usa-seonótipoGiantdeslizante parafixac¸ão.16

(4)

Tabela2–Característicasdospacientes

Características Recidivas Nãorecidivas Total p

(n=9) (n=38) (n=47)

Idadenoprimeiroepisódio–n(%)

≤20anos 5(55,6) 4(44,4) 9(19,1) 0,007a

>20anos 4(10,5) 34(89,5) 38(80,9)

Idadenaépocadacirurgia–n(%)

≤20anos 4(66,7) 2(33,3) 6(12,8) 0,009a

>20anos 5(12,2) 36(87,8) 41(87,2)

Sexo–n(%)

Masculino 8(18,6) 35(81,4) 43(91,5) 1,000

Feminino 1(25,0) 3(75,0) 4(8,5)

Dominância–n(%)

Sim 4(20,0) 16(80,0) 20(42,5) 1,000

Não 5(18,5) 22(81,5) 27(57,5)

Episódiosdeinstabilidade–n(%)

≤3 1(7,7) 12(92,3) 13(27,7) 0,41

>3 8(23,5) 26(76,5) 34(72,3)

Esporte–n(%)

Contato/Arremesso 4(14,8) 23(85,2) 27(57,4) 0,465

Outros 5(25,0) 15(75,0) 20(42,6)

Competic¸ão–n(%)

Profissional 2(33,3) 4(66,7) 6(12,8) 0,322

Recreacional 7(17,1) 34(82,9) 41(87,2)

Reoperac¸ão

Sim 6(66.7) 2(5.3) 8(17.0) 0.004a

Não 3(33.3) 36(94.7) 39(83.0)

TesteexatodeFisher.

a Valorsignificativoparaump0,05.

Metodologiadaanáliseestatística

Aanálisedosdadosfoifeitapormeiodopacoteestatístico IBMSPSS22.Usou-seotesteexatodeFisherparaaanálisede associac¸ãoentreasvariáveis.Ovalordesignificânciaadotado foidep≤0,05.

Resultados

Durante o período do estudo foram analisados 47 pacien-tes;desses,nove(19,1%)apresentaramrecidiva.Ospacientes tinham, noprimeiroepisódio,emmédia,26,5 anosedeles 19,1%apresentavamidade menorouiguala20anos.Entre esses pacientes queapresentaram idade menor ouigual a 20anosnomomentodaprimoluxac¸ão,55,6%apresentaram recidiva, estatisticamente significativa (p=0.007; RR=5.278; 95%CI=[1.764;15.789])(tabela2).

Emrelac¸ãoàidadenoprocedimentocirúrgico, encontrou--se uma média de 27 anos, observou-se idade mínima de 17 anos e máxima de 52 anos, 12,8% apresentavam idade menordoqueouiguala20anos.Essespacientes represen-tam66,7%dogrupoqueapresentourecidiva,estatisticamente significativa,comaproximadamente5,5vezesmaischancede recidiva(p=0.009;RR=5.467;95%CI=[2.016;14.821]).

Nessa casuística, foram operados quatro mulheres e 43homens,nãohouvediferenc¸aestatísticasignificativapela

avaliac¸ãopormeiodotesteexatodeFisher.Oitocasosde reci-divas(n=9)foramdosexomasculino;81,4%doshomense75% dasmulheresnãoapresentaramrecidiva.Oladodominante foienvolvidoem20(42,5%)pacientes.Nãohouveassociac¸ão, do ponto de vista estatístico, entre recidiva e dominância (p=1.000).

Quantoaonúmerodeepisódiosdeinstabilidade,34 paci-entesapresentarammaisde trêsepisódiose,desses,23,5% apresentaramrecidiva.Noentanto,92,3%dospacientescom menosdeoutrêsepisódiosnãoapresentaramrecidiva.Não foiencontradadiferenc¸aestatística.

Quandofoianalisadaarelac¸ãoentreapresenc¸adelesão ósseanaglenoideerecidivas,90,5%dospacientesque apre-sentavam lesões se encontravam entre aqueles que não apresentaramrecidiva,nãohouvecorrelac¸ãoestatisticamente significativa (p=0,519). Igualmente não houve significância estatísticaemombrosqueapresentavamlesãodeHill-Sachs, apenas12%eramdogrupoqueapresentourecidiva(p=0,216) (tabela3).Umpaciente apresentoudiagnóstico delesão de SLAPassociada,reparadanomomentodacirurgiaeque evo-luiubem.

Relatodedorocorreuem31,9%doscasos.Onúmeromédio deâncorasfoide3,1(variac¸ãode2a5).Nogrupocomrecidiva, onúmerodeâncorasvarioudedoisatrês(médiade2,9).Cinco dasnoverecidivasforamassociadasatrauma.

(5)

Tabela3–Complicac¸ões/Achadosradiográficos

Complicac¸ões/Achadosradiográficos Recidivas Nãorecidivas Total p

(n=3) (n=38) (n=41)

Âncorasaliente–n(%)

Sim 1(5,3) 18(94,7) 19(46,3) 0,556

Não 2(9,1) 20(90,9) 22(53,7)

Artrose/SamilsonI–n(%)

Sim 0(0,0) 4(100,0) 4(9,8) 0,729

Não 3(8,1) 34(91,9) 37(90,2)

Lesõesnaglenoide

Sim 2(9,5) 19(90,5) 21(51,2) 0,519

Não 1(5,0) 19(95,0) 20(48,8)

Hill-Sachs

Sim 3(12,0) 22(88,0) 25(61,0) 0,216

Não 0(0,0) 16(100,0) 16(39,0)

TesteexatodeFisher.

Valorsignificativoparap≤0,05.

Tabela4–Artroseemombroscomâncorassalientes

Característica Artrose/SamilsonI–n◦(%) Total p

Sim Não

Âncorasaliente–n(%)

Sim 4(21,1) 15(78,9) 19(46,3) 0,038a

Não 0(0,0) 22(100,0) 22(53,7)

TesteexatodeFisher.

a Valorsignificativoparaump0,05.

Figura2–Visualizac¸ãodeâncorassalientes intra-articulares.

salientesemombroscomartrose(tabela4).Também encon-tramosumpacientecomumaâncoraquebrada,queevoluiu bem.

Em relac¸ão à presenc¸a de âncoras proeminentes intra--articulares(fig.2),tambémosresultadosnãoencontraram

Figura3– Artroseinicialdevidoaâncorassalientes.

(6)

significativa,com valor p=0,038 (RR=0,789; 95% CI=[0,626; 0,996]).Representa,assim,aâncorasalientemfatorderisco paraodesenvolvimentodeartrosepós-operatória.

Discussão

O tratamento videoartroscópico para luxac¸ão anterior de ombroécontroverso.Assim,qualquerprocedimentoquese destineaestabilizaraarticulac¸ãoglenoumeraldevefazê-lo comummínimodeperdademovimento.14

Nopresenteestudo,novepacientes(19,1%)tiveram reci-diva,trêsqueoptarampornãosofrerreintervenc¸ãocirúrgica atéomomentoeseisemqueoptamosporreparoabertocom enxertoósseo.Johnson,17em1982,oqualfoiumdos

pionei-rosdoreparovideoartroscópicoparainstabilidadetraumática anterior,emsuacasuísticade106pacientestratadoscoma técnicadegramposevidenciouumataxade recorrênciade 21%.Kosset al.,6 emseu estudocom 27 pacientes

subme-tidos areparo artroscópicoda lesão de Bankart, relataram 30%derecidiva.Seguindoamesmatendência,Sadovsketal.7

revisaram 77 pacientes tratados videoartroscopicamente e encontraramumataxade recidivade3,9%.Tanet al.,8 em

seuestudo,verificaramqueaestabilizac¸ãovideoartroscópica anteriordoombro pareceter sido eficazcomumataxa de falhade9%;85%dospacientesretornaramàssuas ativida-desdesportivas.Constataramqueâncorasabsorvíveisenão absorvíveisparecemsereficazessemdiferenc¸assignificativas. Verificamosumafalhadeestabilizac¸ãopós-operatóriaem 19,1%,porcentagemessa de falhacondizentecom a litera-turanoqueserefereaousodereparocomâncoras,jáque apresentavariac¸ãode3,9%a30%.6-8Dospacientesque

apre-sentaramrecidivaseforamsubmetidosareparoaberto,em cincofoi aplicadaatécnicade Latarjeteemumade Bris-tow,atéomomentosemrecidiva.Contudo,Griesseretal.18

fizeram uma revisão sistemática dos procedimentos origi-naisoumodificadosde Bristow eLatarjet, que atualmente sãoconsideradospadrão-ouroparaoreparodelesõesósseas, eencontraramumriscosubstancialdecomplicac¸ões(30%), incluindoluxac¸ãorecorrente(2,9%)edereoperac¸ão(6,9%).

Magnussonetal.,19emsuasérie,prospectivae

randomi-zada,de40pacientes,compararamousodeduasdiferentes técnicasvideoartroscópicasdetratamentodalesãodeBankart comimplantesbioabsorvíveisenãoabsorvíveisemrelac¸ãoà func¸ãoeartropatia.Ospacientesforamavaliadosaosseise 24mesesdepós-operatório,encontraram-se5%derecidivade luxac¸ão.Aartropatiafoirelatadaem30%(cincocasoslevese ummoderado)nogruponãoabsorvívele33%nogrupo absor-vível(seiscasosleves).

JáHobbyetal.,20emumarevisãosistemáticacom

meta-nálisede62estudoscom3.044videoartroscopias,concluíram queastécnicasmaisefetivasdeestabilizac¸ão videoartroscópi-castêmtaxassimilaresdefalhacomasdeestabilizac¸ãoaberta apósdoisanosdeacompanhamento.

Buscayretetal.,21 emseuartigoderevisãoretrospectiva

com570pacientes,relataramaincidênciade19,7%deartrose glenoumeral após seguimento médio de 6,5 anos de pós--operatórioparaestabilizac¸ãoanteriordoombrocomouso de umavariedade deâncoras metálicas. Kaar et al.11

des-creveramoitocasosdecomplicac¸õescomousodeâncoras

metálicas;trêsevoluíramcomlesãocondraldacabec¸aumeral, doisporatritomecânicocomasâncoraseumporassociac¸ão cominfecc¸ão.

Ejnisman etal.,22 emseu estudoretrospectivocomoito

pacientes,concluíramqueainserc¸ãoinadequadadeâncoras metálicasemcirurgiasglenoumeraisparafixac¸ãodelesões labrais pode levar a extensa artropatia da articulac¸ão do ombro. Assimcomo ademora nodiagnóstico corretopode levaraartroseprecoceglenoumeral.

Emnosso estudo,encontramos quatropacientes(21,1%) comartrose. Somenteencontramos artrosetipoI, provavel-mentedevidoaocurtoperíododeseguimentopós-operatório deaté47meses.Doispacientesevoluíramcomartrosemesmo apósoreposicionamentodeâncoras.Ointervaloentrea pri-meiraeasegundacirurgiafoideseiseoitomeses.Alémdisso, foievidenciadaem19pacientes(46,3%)apresenc¸ade ânco-rassalientesnaradiografia.Contudo,apenasquatropacientes (21,1%)desenvolveramartrose.Issosugerequeâncoras salien-tesnaradiografianãosejamumbompreditorparaevoluc¸ãode artroseglenoumeral.Assim,avideoartroscopiaseriaométodo deescolhaparaodiagnósticodeâncorasinadequadamente posicionadas,poistemvisualizac¸ãodiretadaarticulac¸ão gle-noumeral.

Burkhart e De Beer,23 ao analisar 194 reparos

videoar-troscópicosdelesõesdeBankart,concluíramquepacientes candidatosàcirurgiavideoartroscópicanãodevemterfalhas ósseassignificativas(Hill-SachsoulesãodeBankartemque a glenoide tem o formato de pera invertida) e que atletas de contatosemlesõesósseaspodem sertratadosporesse método;concluemaindaqueoprocedimentodeLatarjetfica reservado para pacientes com significativaperda óssea da glenoide.

Balgetal.24fizeramumestudocaso-controleprospectivo

com 131 pacientes submetidos areconstruc¸ão videoartros-cópica para instabilidadeanterior do ombrocom o uso de suturas com âncoras, no qual encontraram recorrência de 14,5%.Foramidentificadosseisfatoresderiscoquepredizem umaumentodataxaderecorrênciaecriaramumescore Ins-tabilitySeverityIndexScore(Isis),quevariade0-10pontos. (tabela5)Concluiu-seque oescoremaiordoque 6pontos apresentaoriscoderecorrênciade70%apósumreparo vide-oartroscópico.

Recentemente Papalia etal.,25 narevisãode dezartigos

quecompararamâncorasabsorvíveisenãoabsorvíveis, con-cluíramquenãoépossívelsugerirqualéomelhormétodo recomendado para uso rotineiro. Assim, deve-se levar em considerac¸ãoarelac¸ãocustobeneficio.

Longoetal.26fizeramumarevisãosistemáticade46artigos

queabordaramdiferentestécnicasparaluxac¸ãorecidivante deombroeconcluíramqueoprocedimentodeBristowe Latar-jetcontinuaaserumaboaopc¸ãocirúrgicaparatratamento dainstabilidadeanteriordoombropós-traumática.O proce-dimento videoartroscópico deBristow eLatarjet parece ter resultadosmelhoresquantoàprevenc¸ãoderecorrênciaede reabilitac¸ão,masestudosrandomizadossãonecessáriospara chegaraconclusõesdefinitivas.

(7)

Tabela5–InstabilitySeverityIndexScore(Isis),emuma avaliac¸ãopré-operatória

Fatoresprognósticos Pontos

Idadenacirurgia(anos)

≤20anos 2

>20anos 0

Graudeparticipac¸ãoesportivaa

Competitivo 2

Recreacionalounenhum 0

Tipodeesportea

Contato 1

Outro 0

Hiperfrouxidão

Hiperfrouxidão(anteriorouinferior) 1

Lacidadenormal 0

Hill-SachsemradiografiaAP

Visívelemrotac¸ãoexterna 2 Nãovisívelemrotac¸ãoexterna 0

PerdadecontornonaglenoideemradiografiaAP

Perdadecontorno 2

Semlesão 0

Total(pontos) 10

AP,anteroposterior.

a Graudeparticipac¸ãoesportivaetipodeesporteforamavaliados

nopré-operatório.

Conclusão

Ousodeâncorasmetálicasnosdiasatuaisnãoéomelhor métododeescolha,devidoaopotencialriscoderecidivase artrose,devemserlevadasemconsiderac¸ãooutrastécnicas. Maisestudossãonecessáriosparacompararousodeâncoras absorvíveis,que,apesardeterumcustomaiselevado,podem terumriscomenordedesenvolvimentodeartrose glenoume-ralemalgunscasos.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

r

e

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e

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ê

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c

i

a

s

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