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REVISTA
BRASILEIRA
DE
REUMATOLOGIA
Artigo
de
revisão
Natac¸ão
e
ciclismo
não
causam
efeitos
positivos
na
densidade
mineral
óssea:
uma
revisão
sistemática
Odilon
Abrahin
a,b,∗,
Rejane
Pequeno
Rodrigues
a,b,
Anderson
Carlos
Marc¸al
a,
Erik
Artur
Cortinhas
Alves
b,
Rosa
Costa
Figueiredo
be
Evitom
Corrêa
de
Sousa
baProgramadePós-Graduac¸ãoemEducac¸ãoFísica,UniversidadeFederaldeSergipe,SãoCristóvão,SE,Brasil bLaboratóriodeExercícioResistidoeSaúde(Leres),UniversidadedoEstadodoPará,Belém,PA,Brasil
informações
sobre
o
artigo
Históricodoartigo:
Recebidoem1dedezembrode2014 Aceitoem17desetembrode2015
On-lineem17defevereirode2016
Palavras-chave:
Osteoporose Osteopenia Densidadeóssea Exercíciofísico Atividadefísica
r
e
s
u
m
o
Aosteoporoseéconsideradaumadoenc¸aosteometabólicacomumesuaprevalênciaestá aumentandomundialmente.Nessecontexto,aatividadefísicatemsidousadacomo ferra-mentanãofarmacológicaparaprevenireauxiliarnotratamentodessadoenc¸a.Oobjetivo destarevisãosistemáticafoiavaliarosefeitosdapráticadociclismoedanatac¸ãona den-sidademineralóssea(DMO).Estapesquisafoifeitadeacordocomasrecomendac¸õesdo Preferred ReportingItemsforSystematicReviewsandMeta-Analyses.Osestudosforam consultados entre 2004 e 2014, por meio de importantes bases de dados eletrônicas: PubMed®,SciELO®eLilacs®.DezpesquisasavaliaramosefeitosdociclismosobreaDMO,os resultadosdemonstraramquenoveestudosassociaramapráticadociclismoprofissional combaixosníveisdeDMO.Outros18estudosrelataramqueanatac¸ãonãotemefeitos positivos sobre a massa óssea. Conclui-se que o ciclismo e a natac¸ão não causam efeitospositivosnaDMO.Assim,nãosãoosexercíciosmaisindicadosparaaprevenc¸ão eotratamentodaosteoporose.
©2016ElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigoOpenAccesssobalicenc¸adeCCBY-NC-ND (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
Swimming
and
cycling
do
not
cause
positive
effects
on
bone
mineral
density:
a
systematic
review
Keywords:
Osteoporosis Osteopenia Bonedensity Exercise Physicalactivity
a
b
s
t
r
a
c
t
Osteoporosisisconsideredacommonmetabolicbonediseaseanditsprevalenceis increa-singworldwide.Inthiscontext,physicalactivityhasbeenusedasanon-pharmacological toolforpreventionandauxiliarytreatmentofthisdisease.Theaimofthissystematicreview wastoevaluatetheeffectsofcyclingandswimmingpracticeonbonemineraldensity(BMD). Thisresearchwasconductedinaccordancewiththerecommendationsoutlinedbythe Preferred ReportingItemsforSystematicReviewsandMeta-Analyses.Thestudieswere
∗
Autorparacorrespondência.
E-mail:odilonsalim@hotmail.com(O.Abrahin). http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2015.09.010
consultedintheperiodfrom2004to2014,throughmajorelectronicdatabases:PubMed®, SciELO®andLILACS®.TenstudiesevaluatedtheeffectsofcyclingonBMD,andtheresults showedthatninestudieshavelinkedthepracticeofprofessionalcyclingwithlowlevels ofBMD.Another18studieshavereportedthatswimminghasnopositiveeffectsonbone mass.WeconcludethatcyclingandswimmingdonotcausepositiveeffectsonBMD;thus, thesearenotthemostsuitableexercisesforpreventionandtreatmentofosteoporosis.
©2016ElsevierEditoraLtda.ThisisanopenaccessarticleundertheCCBY-NC-ND license(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
Introduc¸ão
Aosteoporoseéumadoenc¸acaracterizadapeladiminuic¸ão dadensidademineralóssea(DMO)edeteriorac¸ãoda micro-arquitetura do tecido ósseo que induz à fragilidade e contribui, assim, para o aumento do risco de fraturas.1
Atualmente,aosteoporoseéconsideradaadoenc¸a osteome-tabólicamaiscomum,atingeprincipalmentepessoasidosas, temumaincidênciamaiornasmulheres,sobretudoapós a menopausa.2
SegundoaInternationalOsteoporosis Foundation3 cerca
de200milhõesdemulheresnomundosãoacometidaspela osteoporose. Na Comunidade Europeia, dos25 milhões de sujeitosafetadosporessadoenc¸a,aproximadamente80%são dogênerofeminino.4NoBrasil,umestudocomamostra
repre-sentativaencontrouprevalênciadefraturasde15,1%e12,8%, respectivamente,emmulheresehomensacimade40anos.5
Osprincipaisfatoresderiscoparaodesenvolvimentoda osteoporosesão:predisposic¸ãogenética,6idadeavanc¸adaque
estáassociadacomalterac¸õesmorfológicas2(ex.reduc¸ãoda
massaósseae muscular), sedentarismo principalmente na infânciaeadolescência,umavezquesãofasesimportantes paraaobtenc¸ãodopicodemassaóssea,7alémdedeficiências
nutricionais.8Nessesentido,nota-sequeboapartedos
ris-cosadvémdefatoresmodificáveis(comportamentais).Dessa forma, hábitos saudáveis e níveis adequados de atividade físicacontribuemparaaprevenc¸ãodessadoenc¸a.
Entreasabordagensnãofarmacológicasparaaprevenc¸ão eotratamentodaosteoporose,osexercíciosfísicostêmsido recomendados.Todavia,osbenefíciospromovidospela ativi-dadefísicasobreaDMOsedevememparteàintensidadee aotipodeexercício,9assimcomoaocontroledosprincípios
biológicosdotreinamento.7
Estudospréviosevidenciaramquediferentestiposde ati-vidadefísica10(natac¸ão,ciclismo),assimcomoaintensidade9
(enduranceesprint),podematéafetarnegativamenteaDMO. Assim,oobjetivodesteestudofoiavaliarosefeitosdaprática dociclismoedanatac¸ãonadensidademineralóssea,devido aoelevadonúmerodepraticantes,11àpopularidadeeà
pró-priaindicac¸ãodessasmodalidadesporprofissionaisdaárea desaúde.
Material
e
métodos
Esta revisão sistemática foi feita de acordo com as recomendac¸õeseoscritériosdoPreferredReportingItemsfor SystematicReviewsandMeta-Analyses(Prisma).12
Os estudos foram consultados entre 2004 e 2014, por meio dapesquisaembasesdedadoseletrônicas:PubMed® (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed),SciELO®(http://www. scielo.org)eLilacs®(http://www.bireme.br).
Buscaeletrônicanasbasesdedados
Osseguintestermosforamadotadosdeformacombinadae/ou individualmente paraa buscadosartigos: osteoporosis,bone density,bonemineraldensity,cyclingeswimming.Nasbasesde dadosSciELO®eLilacs®ostermoscitadosacimaforamusados emportuguês.
Selec¸ãodosestudoseextrac¸ãodedados
Aavaliac¸ãodosestudosfoifeitapordoisrevisorese,quando necessário,umterceirorevisorsolucionouasdiscordâncias.
Critériosdeinclusão:
1) Tiposde estudo: descritivos,transversais, longitudinais, randomizadoscontroladosenãorandomizados controla-dosqueavaliaramosefeitosdociclismoedanatac¸ãona DMO.
2) Tiposdeparticipante:adolescentes,adultoseidosos.Não houverestric¸ãodegênero.
3) Tiposderesultadosavaliados:DMOdecorpointeirocom sub-regiões (membros superiores ou brac¸os emembros inferiores ouperna), coluna lombar equadril com sub--regiões(colodofêmur,trocânter,regiãointertrocantérica etriângulodeWard).
Critériosdeexclusão:
1) Estudosemoutrosidiomasquenãooinglês,portuguêsou espanhol.
2) Estudoscommodelosanimais.
Resultados
Inicialmenteforamidentificados281artigosrelevantes.Após arevisãodetítulos,resumoseexcluindoasduplicatas,ototal foireduzidopara49documentospotencialmenterelevantes. Dessesartigos,29atenderamaoscritériosdeselec¸ãoeforam incluídosnesteestudo(fig.1).
Foram encontradas 10 pesquisas10,13–21 que avaliaram
Tabela1–EstudosqueavaliaramosefeitosdociclismonaDMO
Autor Amostra Tempodetreino Idade Tipodeestudo Resultados
Abeetal.13(2014) 14ciclismo (masters) 13jovens moderadamente ativos(M)
17anosde treinamento
20-71 Transverso DMOdocolodofêmur inferiordeciclistasem relac¸ãoaocontrole.SDna DMOdacolunalombar.
Sherketal.19(2014) 14ciclismo(F) >1anode históricode competic¸ão
26-41 Longitudinal (1ano)
DMOdoquadrildiminui 1-2%apósumanode treinamentoecompetic¸ões. Gómez-Brutonetal.20(2013) 20ciclismo
19controle(M)
10h/s 16,4
16,7
Transverso DMOinferiordeciclistas jovensemalgunslocais.SD intergruponaconsumo decálcioevitaminaD Guillaumeetal.14(2012) 29ciclismo(M) 25.000a
30.000km/ano
26-5 Descritivo Ciclismonãodemonstrou efeitospositivosnaDMO. Nicholsetal.15(2011) 19ciclismo
18controle(M)
11,1h/s 4,5h/s
50-57 Longitudinal, (7anos)
Elevadoíndicede osteopenia/osteoporose emciclistas(84,2% eapósseteanos89,5%) Olmedillasetal.16(2011) 21ciclismo
23controle(M)
10h/s 4h/s
15-21 Transverso DMOdoquadril,pernae pélvisinferiordeciclistas emrelac¸ãoaocontrole Campionetal.21(2010) 30ciclismo
30controle(M)
22-25h/s <1h/s
29±3 28±4
Transverso Ciclismoprofissionalafetou negativamenteaDMO(colo dofêmur-18%)
Penteadoetal.17(2010) 31ciclismo 28controle
21h/s 20-30 Transverso SDnaDMOemrelac¸ão aocontrole
Barryetal.10(2008) 14ciclismo(M) >450 horas/ano
27-44 Doisgrupos: Baixaealta dosesde suplementac¸ão decálciodurante umano
Ambososgrupos diminuíramaDMOdo quadrilesub-regiões independentemente doconsumodecálcio
Rectoretal.18(2008) 27ciclismo 16maratona(M)
≥6h/s
≥6h/s
20-59 Transverso 63%dosciclistastinham osteopenianacoluna lombareapresentaram 7vezesmaischancesdeter osteopenia
DMO,densidademineralóssea;F,feminino;h/s,horasporsemana;M,masculino;SD,semdiferenc¸a.
maioriadosestudoscomparouaDMOentreciclistase gru-poscontrolesesugeriuqueesseesportepodeserconsiderado umfatorderiscoparadesenvolvimentoprecoceda osteope-nia/osteoporose.
Dezenoveestudos9,22–39avaliaramosefeitosdanatac¸ãona
DMO(tabela2).Osresultadosevidenciaramqueanatac¸ãonão temefeitospositivosnamassaóssea.Algunsestudos trans-versoscompararam aDMOentrenadadores profissionais e gruposcontrole. Os achados não demonstraramdiferenc¸as significativasintergrupos.
Discussão
Ciclismo
Ociclismoéamplamentepraticado comoesportedebaixo suportedepesoeimpacto,adicionalmenteabicicletaéusada comoumveículopormilhõesdepessoasemdiversospaíses, representaumaparteimportantedaatividadefísicadiária.40
Entretanto,ociclismoprofissionaloumesmoofeitocomalto
volumedetreinamentoestáassociadocombaixosníveisde DMOeaumentaaprobabilidadedodesenvolvimentoda oste-openiaeosteoporose.10,13–21
Um estudo10 analisou a DMO de ciclistas amadores
(competidoresemnívelregional)divididosemdois grupos: suplementadosdiariamentecom1.500mgou250mgde cál-cio, por nove meses de competic¸ão e três meses após as competic¸ões. De acordo com os resultados, a DMO dimi-nuiu significativamente em ambos os grupos no quadril e nas sub-regiões ao longo de nove meses de treinamentos ecompetic¸ões.
Olmedillasetal.16avaliaramaDMOdeciclistas
Tabela2–Estudosqueavaliaramosefeitosdanatac¸ãosobreaDMO
Autor Amostra Tempodetreino Idade Tipodeestudo Resultados
Czeczelewski etal.22(2013)
20natac¸ão 20controle(F)
2,3±1,2anos detreinamento
11-13 Longitudinal (3anos)
AmbososgruposaumentaramaDMOda colunalombarduranteos3anosde acompanhamento.Apesardaingestão insuficientedecálciodessesgrupos Ferryetal.23
(2013)
26natac¸ão 32futebol 15controle(F)
10h/s 10h/s 15,9 16,2 16,3 Longitudinal (8meses)
Nadadores<DMOdoquefutebolistas
Maïmounetal.24 (2013)
20natac¸ão 20GR 20GA 20controle(F)
14,5h/s 21h/s 20h/s 2,5h/s
10-18 Transverso Nadadoras<DMOquandocomparadasas GR(excetocrânio)
Maïmounetal.25 (2013)
24natac¸ão 24GR 24controle(F)
>5anosde treinamento
11-18 Longitudinal (1ano)
GR>DMOquenatac¸ãoeogrupocontrole. SDentrenadadorasecontrolenoslocais analisados.SDnaDMOnosgruposapós umano
Andreolietal.26 (2012)
12natac¸ão 12maratona 24controle(F)
30h/s 22h/s 2h/s
54-73 Retrospectivo DMOdocorpototalmenornogrupo controleemrelac¸ãoaosatletas. Maratona>DMOdacolunalombarqueo controle.Maratona>DMOdaspernasque natac¸ão
Czeczuketal.27 (2012)
11natac¸ãoI 7natac¸ãoII 11controleI 7controleII(F)
4,8h/s 6,3h/s 1,4h/s 0,6h/s
52±3 63±4 50±2 60±2
Longitudinal (1ano)
Natac¸ãoIecontroleI>DMOqueambos osgruposII.Natac¸ãoIecontroleI reduziramaDMOapósumano (–2%e–2,8%respectivamente) Greenwayetal.28
(2012)
43natac¸ão 44controle(F)
>2h/s(últimos5anos) 40±8 44±7
Retrospectivo SDnaDMOeingestãodecálcioentreos grupos
Hindetal.29 (2012)
10natac¸ão 31maratona 14ginástica 22controle(M)
>5h/s >5h/s >5h/s
18-35 Transverso Ginásticaemaratona>DMOqueogrupo controle
Ferryetal.30 (2011)
26natac¸ão 32futebol(F)
10h/s 10h/s
16±2 16±1
Transverso Futebol>DMOquenatac¸ãonocorpo total,colunalombarequadril.Nadadoras consumiammaiscálcioqueas
futebolistas Silvaetal.31
(2011)
12natac¸ão 10futebol 10tênis 14controle(M)
17h/s 16h/s 15h/s
10-18 Transverso Natac¸ãoecontrole<DMOnofêmurque futeboletênis.SDnaDMOentrenatac¸ão econtrole
Carbuhnetal. [32](2010)
16natac¸ão 17softball 10basquete 7vôlei(F)
- 19±1
20±1 20±1 19±1
Longitudinal (1ano)
Natac¸ão<DMOqueoutrosesportes (préepós-temporada).
Gruodyteetal.33 (2010) 24natac¸ão 49EG 24sprinter 23ginástica 17CCS 33controle(F)
9h/s 5h/s 5h/s 9h/s 6h/s
13-15 Transverso Natac¸ão<DMOnocolofemoralque ginástica.
Kemperetal.34 (2009)
13natac¸ão 13exercício resistido
- 66±5
61±6
Experimental (6meses)
Nãoocorreramalterac¸õesnaDMOapós seismesesdeintervenc¸ãoemnenhum grupo.
Velezetal.36 (2008)
43natac¸ão 44maratona 87controle(M/F)
- ≥65 Transverso SDnaDMOentrenatac¸ãoecontrole. Maratona>DMOdocorpototalque natac¸ãoecontrole
Magkosetal.37 (2007)
26natac¸ão 43poloaquático 30controle(M/F)
>3h/dia >3h/dia
17-34 Transverso Natac¸ão<DMOtotalenaperna emrelac¸ãoaocontrole.
Magkosetal.9 (2007)
7natac¸ão (Endurance)
9natac¸ão(sprint) 10maratona 11sprint 15controle(M/F)
>3h/dia
>3h/dia >3h/dia >3h/dia
19±2
21±2 23±4 23±3 22±3
Tabela2–(Continuação)
Autor Amostra Tempodetreino Idade Tipodeestudo Resultados
Muddetal.38 (2007)
9natac¸ão 8ginástica 14softball 25maratona 8sprinter 10hóquei 10futebol 15remo(F)
- 20±1 Transverso Natac¸ão<DMOnapernaqueoutros esportes(excetomaratonaeremo).
Maïmounetal.39 (2004)
13natac¸ão 11ciclismo 14triatlo 10controle(M)
10h/s 10h/s 15h/s
18-39 Transverso SDnaDMOentreosgrupos.Ciclistas consumiammaiscálcioqueogrupo controle.
CCS,cross-countryskiing;DMO,densidademineralóssea;EG,Sportgame(basquetebol,voleibol,badminton);F,feminino;GA,ginásticaartística; GR,ginásticarítmica;h/s,horasporsemana;M,masculino;SD,semdiferenc¸a;Sprinter,corredoresdecurtasdistâncias>800m.
281 artigos encontrados nas bases de dados
49 artigos potencialmente relevantes
20 artigos excluídos
29 artigos seleciondos
- 179 PubMed - 1 SciELO - 101 LILACS
Figura1–Fluxogramadosartigosencontrados.
Sherketal.19acompanharamciclistasprofissionaisdosexo
femininoduranteumano.Oprincipalachadodesseestudo referiuqueaDMOdoquadrildiminui1-2%apósumanode treinamentoecompetic¸ões.Outrapesquisarelatouqueessa modalidadeesportivaprofissionalaumentaemsetevezesas chancesdedesenvolverosteopeniaprecocemente.18
Outroestudoacompanhouciclistasmasterdosexo mas-culinodurante seteanos.Osresultadosdemonstraramque este esporteestava associado com reduc¸ão da DMO, além de aumentaro risco de fraturas decorrentes dosriscos de quedas.15 Segundo esses autores, treinadores e
profissio-naisdasaúde queinteragemcom osciclistas profissionais precisam promover exercícios opcionais, como pliometria, exercíciosresistidosououtraatividadedeimpactocomo com-plementoparaessamodalidade,queauxiliamaminimizara perdaósseanessegrupo.
Os dados mencionados desses estudos sugerem que o ciclismo, principalmente profissional, está associado com declínios na DMO mesmo quando os praticantes ingerem
quantidades adequadas de cálcio.10,17 Entre as possíveis
causas podemos citar que essa modalidade esportiva tem baixosuportedepesoeimpacto,énormalmentefeita com alto volumedetreinamento. Essefator estáassociado com perda excessivadecálcioporviacutâneaduranteo exercí-cio eaumentoda produc¸ãode substâncias conhecidaspor estimular a reabsorc¸ão óssea, como o cortisol e citocinas pró-inflamatórias(ex:interleucina-6).10Oexcessode
treina-mentotambémpodeacarretarbaixaproduc¸ãodehormônios que têm atividade osteoblástica, como o estrógeno e a testosterona.41
Desse modo, o ciclismo profissional não está relacio-nado com aumento/manutenc¸ãoda DMO.Nessecaso,essa atividade não deve ser feita por sujeitos osteopênicos/ osteoporóticos que objetivam preservar/aumentar a DMO, já que essa modalidade esportiva não tem efeito positivo sobreaDMO.Adicionalmente,ostreinadoresefisiologistas doexercíciodevemindicar atividadescomplementaresque auxiliemocontrole/manutenc¸ãodamassaósseaemciclistas profissionais.
Natac¸ão
Anatac¸ãoéumaatividadefísicasemimpacto,normalmente recomendadanoprocessodereabilitac¸ãoeparapopulac¸ões especiais, principalmente idosos.Poresse motivo, diversos estudostêmanalisadoosefeitosdanatac¸ãocomoadjuvante naprevenc¸ãoenotratamentodaosteoporose.Contudo,as evi-dênciasnãodemonstraramefeitospositivosdanatac¸ãosobre amassaóssea.9,23–34,36–38
Kemperetal.34avaliaramosefeitosdanatac¸ãofeitatrês
vezesporsemanaduranteseismesescomintensidadesentre 60-90%dafrequênciacardíacadereservaemmulheresidosas pós-menopausa.Osresultadosdemonstraramquenão ocor-reramalterac¸õesnaDMOnocolodofêmurenacolunalombar apósoperíododetreinamento.
Muddetal.38compararamaDMOentremulheresatletas
Umainteressantepesquisa9referiuqueaDMOdos
mem-bros inferiores de atletas de natac¸ão é reduzida quando comparadacomadosindivíduossedentários(-9.8%). Entre-tanto,quandosedividiramosatletasdenatac¸ãoemendurance
esprint,ogrupodeenduranceapresentouDMOaindamenor nosmembrosinferioresemrelac¸ãoaocontrole(-14.8%).
Umestudopublicadoporpesquisadoresbrasileiros men-surou a DMO de atletas adolescentes do sexo masculino (nadadores,tenistasefutebolistas)eogrupocontrole.O prin-cipalachado desseestudodemonstrouqueosnadadores e controlestinhammenorDMOdaregiãodofêmuremrelac¸ão aosdeoutrasmodalidadesesportivas.31Segundoesses
auto-res,asatividadesquesuportemopesocorporal,comofutebol etênis,sãocapazesdeestimularaosteogêneselocal(fêmur). Outraspesquisaslongitudinais23,25,27,32evidenciaramque
mesmo quando a natac¸ão foi feita durante longo período (umano),essamodalidadenãopromoveuefeitopositivona massaóssea.Curiosamente,aDMOcomparativaentreogrupo controleeosatletasdenatac¸ãonãoapresentoudiferenc¸a sig-nificativaintergrupo.
Com base nesses achados, a natac¸ão profissional ou mesmoafeita comaltovolumedetreinamentoéuma ati-vidadequenãopromoveaumentonaDMO,umavezqueessa éumaatividadefísicasemimpacto.Essesresultados suge-remqueosprofissionaisdaáreadesaúdenãodevemindicar anatac¸ãocomoferramentanãofarmacológicaparaprevenir outrataraosteoporose.
Limitac¸ões
Em nosso estudoforam avaliados os efeitos da prática do ciclismoenatac¸ãonaDMO.Contudo,algunsbenefícios des-sasatividades,comomelhoriadocondicionamentoaeróbio, densidademitocondrialeequilíbrio,entreoutros,nãopodem serdescartados.
Amaioriadosestudosanalisadosemnossarevisão siste-mática foi dotipo transverso(especificamente ematletas). Sugere-seainda ademanda deestudosexperimentais ran-domizadoscontroladoslongitudinaisqueavaliemosefeitos danatac¸ãoedociclismonaDMOparamelhorcompreensão dessesresultados.
Conclusão
Osresultadosdopresenteestudoindicamqueociclismoe anatac¸ãonãocausamefeitospositivossobreaDMO.Assim, nãosãoos exercíciosmaisindicadospara aprevenc¸ãoeo tratamentodaosteoporose.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
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