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Análise da teoria humanística e a relação interpessoal do enfermeiro no cuidado ao recém-nascido.

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Academic year: 2017

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ANÁLI SE DA TEORI A HUMANÍ STI CA E A RELAÇÃO I NTERPESSOAL

DO ENFERMEI RO NO CUI DADO AO RECÉM-NASCI DO

Kar la Mar ia Car neir o Rolim1 Lor it a Mar lena Fr eit ag Pagliuca2 Mar ia Ver a Lúcia M. Leit ão Car doso3

Rolim KMC, Pagliuca LMF, Cardoso MVLML. Análise da teoria hum anística e a relação interpessoal do enferm eiro no cuidado ao recém - nascido. Rev Lat ino- am Enferm agem 2005 m aio- j unho; 13( 3) : 432- 40.

As t eor ias são pr oposições elabor adas par a av aliar a assist ên cia de en f er m agem , possibilit an do às en fer m eir as con sider á- las e in cor por á- las n a pr át ica pr ofission al. O t r abalh o obj et iv ou r eflet ir , cr it icam en t e, sobre a ut ilidade na prát ica de conceit os da Teoria Hum aníst ica de Enferm agem , num a dissert ação de m est rado. O est udo é descr it ivo- r eflexivo, r ealizado em 2004, e ut ilizou o m odelo de análise de t eor ias de Meleis. Desse m odelo, foi r ecor t ado o segm ent o “ cr ít ica da t eor ia” , com ênfase no it em “ ut ilidade” , par a ser v ir de supor t e analít ico. Da análise crít ica, percebeu- se que “ ut ilidade” do relacionam ent o int erpessoal e do diálogo é not ório, e est es podem ser pr at icados no cot idiano da Unidade de Ter apia I nt ensiv a Neonat al, v alor izando a r elação hum ana afet iv a, sit uação essencial no at o de cuidar pelo enfer m eir o. Conclui- se que a pr át ica do enfer m eir o deve ser nort eada por referenciais t eóricos, filosóficos e m et odológicos responsáveis por levarem o profissional a um a cr ít ica r eflexiva do ser e do fazer .

DESCRI TORES: en f er m agem ; t eor ia de en f er m agem ; r ecém - n ascido

ANALYSI S OF HUMANI STI C THEORY AND I NTERPERSONAL

RELATI ONS OF NURSES I N NEW BORN CARE

Theories are proposit ions creat ed t o evaluat e nursing care, allowing nurses t o consider and incorporat e t h em in t h eir pr of ession al pr act ice. Th is Mast er s st u dy w as aim ed at t h in k in g cr it ically abou t t h e pr act ical usefulness of t he concept s of Hum anist ic Nur sing Theor y . This descr ipt iv e- r eflex iv e st udy w as car r ied out in 2004 and used Meleis’ m odel for t he analysis of t heories. The “ crit ique of t heory” segm ent was t aken from t his m odel t o be u sed as an an aly t ical t ool, w it h em ph asis on t h e “ u sef u ln ess” par am et er . Th e cr it ical an aly sis revealed t he not orious “ usefulness” of int erpersonal relat ions and dialogue, which can be used in daily pract ice at t he Newborn I nt ensive Care Unit , valuing t he hum an affect ive relat ions, which are essent ial for nursing care. Nu r sin g pr act ice sh ou ld be gu ided by t h eor et ical, ph ilosoph ical, an d m et h odological r ef er en ce f r am ew or k s, r esponsible for m ak ing pr ofessionals r eflect cr it ically on t hem selv es and t heir pr act ice.

DESCRI PTORS: nur sing; nur sing t heor y ; infant , new bor n

ANÁLI SI S DE LA TEORÍ A HUMANÍ STI CA Y DE L A RELACI ÓN I NTERPERSONAL

DEL ENFERMERO EN EL CUI DADO AL RECI ÉN NACI DO

Las t eor ías son p r op u est as elab or ad as p ar a ev alu ar la at en ción d e en f er m er ía, p osib ilit an d o a las enfer m er as consider ar e incor por ar las en su pr áct ica pr ofesional. La finalidad de est e t r abaj o fue r eflex ionar cr ít icam ent e sobr e la ut ilidad pr áct ica de los concept os de la Teor ía Hum aníst ica de Enfer m er ía, m ediant e una disert ación de m aest ría. Est e est udio descript ivo- reflexivo fue realizado en 2004 y ut ilizó el m odelo de análisis de t eorías de Meleis. De est e m odelo, fue seleccionado el segm ent o “ crít ica de la t eoría” , con énfasis en el ít em “ ut ilidad” , para servir de soport e analít ico. Del análisis crít ico se deduce que la “ ut ilidad” de la relación int erpersonal y del diálogo es not or ia y que est os pueden ser pr act icados en el cot idiano de la Unidad de Ter apia I nt ensiva Neonat al, v alor izando la r elación hum ana afect iv a, sit uación esencial en el act o de cuidar del enfer m er o. Se concluye que la práct ica del enferm ero debe est ar orient ada por referencias t eóricas, filosóficas y m et odológicas, r esponsables por llev ar al pr ofesional a una cr ít ica r eflex iv a sobr e el “ ser ” y el “ hacer ” .

DESCRI PTORES: enfer m er ía; t eor ía de enfer m er ía; r ecién nacido

1 Mestre em Enferm agem , Doutoranda em Enferm agem da Universidade Federal do Ceará, Enferm eira da Maternidade Escola Assis Chateaubriand/ MEAC/

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I NTRODUÇÃO

E

x ist e in t en sa ex p ect at iv a p or p ar t e d as enferm eiras quando pensam na teoria com o proposta sistem atizada de procedim entos que, ao ser aplicada, busca a prom oção de um a prát ica ideal. Teorias são, na verdade, proposições elaboradas para refletir sobre a a ssi st ê n ci a d e e n f e r m a g e m , t o r n a n d o se u s propósit os evidenciados além dos lim it es e relações en t r e pr of ission ais e in div ídu os dem an dador es de cuidados.

A inquisição e a cur iosidade sem pr e for am car act er íst icas d a m en t e h u m an a in t er essad a em d e sco b r i r a r a zã o d a s co i sa s, e n q u a n t o o s e x p e r i m e n t o s q u e l e v a m a m o d i f i ca çõ e s, a o desenvolvim ent o de idéias, são produt os cuj o m érit o é exprim ir as relações do hom em com o m undo( 1).

A t eor ia con t r ib u i p ar a f or m ar u m a b ase d ev i d a m en t e f u n d a m en t a d a so b r e a p r á t i ca , a o auxiliar e explicar suas abordagens. Teorias, em geral, são con st r u íd as a p ar t ir de con ceit os, def in ições, m odelos, proposições e baseiam - se em suposições( 2).

Por conta disso, a teoria constitui um a form a sistem ática de percepção do m undo, para assim poder d escr ev ê- l o , ex p l i cá- l o , p r ev ê- l o o u co n t r o l á- l o , t o r n a n d o - se o ca m i n h o p a r a ca r a ct e r i za r u m f e n ô m e n o e a p o n t a r o s co m p o n e n t e s q u e o ident ificam( 3).

En t r et an t o, n ão é possív el est u dar t eor ias co m o u m a si m p l e s a ssi m i l a çã o d e co n ce i t o s, com p r een são d e su as r elações e d e su a d ir eção m et odológica, sem com pará- las com valores pessoais e profissionais, ou com est udos sobre a filosofia da ciência e sobr e cor r ent es do pensam ent o social. A t eoria não é elaborada apenas com a m at éria- prim a d os f at os. Nesse p r ocesso, in clu i- se, t am b ém , a invent ividade da razão hum ana( 1). É um a capacidade

d e p r ocessam en t o cr iat iv o, cap az d e t r an sf or m ar sensações, per cepções, obser v ações e im pr essões, em obras com valor est ét ico, filosófico ou cient ífico. Ad em ais, t eor ia n ão é con h ecim en t o; ela p e r m i t e o co n h e ci m e n t o ; n ã o é ch e g a d a , é p o ssi b i l i d a d e d e u m a p a r t i d a ; n ã o é so l u çã o , é possibilidade de t r at ar um pr oblem a; e só adquir e v ida com plen o em pr ego da at iv idade do su j eit o. Teoria de enferm agem é um inst rum ent o de t rabalho q u e r essalt a o con h ecim en t o cien t íf ico, ex p õe as t en dên cias d as v isões acer ca d o p r ocesso saú de-doença e sobre a experiência do cuidado terapêutico, fav or ecendo out ras at it udes do cuidar, coer ent es e

adequadas à pr om oção de qualidades hum anas, as quais contrariam , m uitas vezes, a am biência cotidiana assist encial.

A en f er m ag em , com o ciên cia, p ossu i u m conj unto de teorias em basadas na prática do cuidado, t endo com o conceit os principais a saúde, o hom em , o am bient e e a própria enferm agem . Suas definições sof r em in f lu ên cia t an t o dos t eór icos com o do seu contexto social, político e filosófico. A teoria e a prática d e e n f e r m a g e m d e v e m se r m o m e n t o s com plem entares da práxis. Nesta, a prim eira se torna u m a r ep r esen t a çã o , a m en o s f a l sa p o ssív el , d a realidade do t rabalho de enferm agem .

Mo d e l o s p a r a a v a l i a çã o d e t e o r i a s d e e n f e r m a g e m f o r a m d e se n v o l v i d o s co n co m i t a n t e m e n t e à e v o l u çã o p r o f i ssi o n a l , n o sen t id o d e v alid ar ou con st r u ir n ov as f or m as d e int erpret ar a realidade da enferm agem( 4).

A realidade da Enferm agem que envolve as aut or as, inst igou- as a r ealizar pesquisas ut ilizando-se a Teoria Hum aníst ica de Enferm agem de Pat erson e Zderad no cont ext o do cuidado ao recém - nascido de alto risco e, para que a contribuição para a ciência d a En f er m ag em sej a m ais ef et iv a, con sid er ou - se pert inent e analisar o conceit o de relação int erpessoal e d iálog o, com b ase n o m od elo d e av aliação d e Melleis( 4).

Ressalt a- se que a busca do novo paradigm a do cuidado hum aníst ico t em m ot ivado enferm eiras a d e se n v o l v e r e st u d o s so b r e o r e l a ci o n a m e n t o in t er p essoal r esu lt an t e d e d iálog o, d e en con t r os v e r d a d e i r o s, n o s q u a i s o s se n t i m e n t o s sã o direcionados a m axim izar a qualidade do cuidar.

Com isso, obj et iv ou- se r eflet ir cr it icam ent e sobr e o aspect o da “ ut ilidade” segundo Meleis, do conceito de relação interpessoal e de diálogo da Teoria Hum aníst ica de Enferm agem de Pat erson e Zderad, confor m e aplicado em um a disser t ação com ênfase no cuidado ao recém - nascido de alt o risco.

OS PASSOS METODOLÓGI COS

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a leitura dos referenciais a seguir, Teoria Hum anística d e En f e r m a g e m( 5 - 6 ); a d i sse r t a çã o i n t i t u l a d a “ A

enfer m agem e o r ecém - nascido de r isco: r eflet indo sobre a at enção hum anizada”( 7), e a obra Theoret ical

nursing: developm ent and progress( 4).

Com a leitura das referências citadas, chegou-se a o a sp e ct o co n si d e r a d o p e l a s a u t o r a s co m o p er t i n en t e p a r a a a n á l i se d a t eo r i a a p l i ca d a n a disser t ação. Sendo assim , em v ir t ude de a análise da t eoria poder ser realizada a part ir de um recort e d o m od elo d e an álise, f oi d est acad o o seg m en t o “ Crítica da Teoria”, para extrair- lhe o tópico “ utilidade”. Elegeu- se o item “ utilidade da teoria na prática” para responder às seguint es indagações: A t eoria fornece d i r e çã o su f i ci e n t e p a r a a t i n g i r a p r á t i ca ? - h á r el ev â n ci a p a r a a p r á t i ca d e en f er m a g em ? - a s descobertas podem ser generalizadas? - os resultados da pesqu isa podem ser gen er alizados par a ou t r os cam pos?( 4)

Con sid er a- se r elev an t e ex p or a d escr ição sucinta da teoria e dos conceitos analisados para que se possam com pr eender seus pr essupost os básicos e p en sam en t os in f lu en ciad or es n a su a cr iação; a apresent ação do m odelo de análise de t eorias( 4) e o

r esgat e ao cont eúdo específico sobr e os conceit os analisados e ut ilizados na dissert ação.

O DI ÁLOGO E A RELAÇÃO I NTERPESSOAL

NA TEORI A HUMANÍ STI CA DE PATERZON E

ZDERAD

A Teor ia Hu m an íst ica d e En f er m ag em( 5 - 6 )

pr opõe ser a enfer m agem desenv olv ida com o um a e x p e r i ê n ci a e x i st e n ci a l . Ap ó s v i v e n ci á - l a , a e n f e r m e i r a r e f l e t e so b r e e l a e d e scr e v e , f en o m en o l o g i cam en t e, o s ch am ad o s e r esp o st as ocor r en t es n a r elação, e t am bém o con h ecim en t o adqu ir ido por m eio da ex per iên cia, r econ h ecen do, assim , o out ro em sua singularidade, com o alguém qu e lu t a para sobr ev iv er, v ir - a- ser, con f ir m ar su a ex ist ência e ent endê- la. Nesse sent ido, o papel da enferm eira é estabelecer com o paciente um diálogo, con du zin do u m r elacion am en t o t er apêu t ico, com o m et a assist encial.

Essa t e o r i a r e ce b e u a i n f l u ê n ci a d e p e n sa d o r e s h u m a n i st a s, f e n o m e n o l o g i st a s e ex ist en cialist as, a ex em p lo d e Mar cel, Niet zsch e, Hesse, Chardin, Bérgson, Jung e Buber, que enfocam a pr esen ça gen u ín a do diálogo au t ên t ico en t r e as

pessoas. A en f er m agem in ser e- se n esse con t ex t o q u an d o o p r of ission al, ao cu id ar d e d et er m in ad a pessoa, sent e ser sua presença valiosa e produz um int ercâm bio com quem est á sendo cuidado.

Re f e r i d a t e o r i a co n t e m p l a a p r á t i ca d a e n f e r m a g e m h u m a n íst i ca ; o se u si g n i f i ca d o ; a experiência exist encial; a descrição fenom enológica; o f en ôm en o d a en f er m ag em com o b em - est ar ; o p ot en cial h u m an o; a t r an sação in t er su b j et iv a; o diálogo vivo desenvolvido pelo encont ro; a relação; a presença e o fenôm eno da com unhão( 8).

O d i á l o g o , n e ssa co n ce p çã o , si g n i f i ca com unicação; seu em prego não est á rest rit o à noção de enviar e receber m ensagens verbais e não verbais, m as, sim , em cham ados e r espost as, confir m ando-se que a enferm agem hum aníst ica é, realm ent e, um t ipo especial do diálogo v iv o. Adem ais, o diálogo im plica um a esfera ont ológica, um a form a part icular de r elação int er subj et iv a m ediant e a qual pode- se v er o ou t r o com o ser dist in t o e ú n ico, em m ú t u a relação( 5- 6).

Na t eor ia, ut iliza- se um a for m a de diálogo para descrever o “ diálogo de enferm agem ”. Apresenta o todo, explica- o ( enferm agem hum anística) por m eio das partes ( conceitos) e as partes por m eio do todo( 4).

É um a teoria da prática. Nela, as respostas à e x p e r i ê n ci a f e n o m e n o l ó g i ca t o r n a m - se u m a p e r sp e ct i v a f i l o só f i ca , o r i g i n a d a d o e n co n t r o exist encial da enferm eira no m undo do at endim ent o à saúde. Daí esse int errelacionam ent o da t eoria com a prát ica, na enferm agem hum aníst ica, depender da ex per iência, concepção, par t icipação e do pont o de v ist a par t icular de cada enfer m eir a em r elação às suas vivências no m undo e na enferm agem .

En v olv id o n esse d iálog o est á o en con t r o, influenciado pelos sentim entos que o antecedem . Este, ao ser planej ado, dá origem a expect at ivas passíveis de influenciar o diálogo, surgindo, ent ão, event uais sent im ent os de t em or, ansiedade, m edo, esperança, im paciência, dependência e outros. Ao m esm o tem po, gera o grau de controle e escolha com que se chega ao encont ro. Desse m odo, o encont ro é único, pois cada part icipant e vai a ele com o o indivíduo singular que é, com suas próprias expect at ivas e capacidades para dar e receber aj uda( 5- 6).

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cat egorizações e rót ulos. Ent re esses rót ulos inclui-se a transação intersubj etiva, a qual consiste em um a sit uação com par t ilhada por duas ou m ais pessoas, r elacionando- se com seu m odo de ser. I sso r equer au t o co n sci ên ci a, sen si b i l i d ad e, au t o - acei t ação e atualização das potencialidades, a fim de desenvolver um a relação em que am bos são suj eit os, quer dizer, cada um é originador de atos e de respostas hum anas para o out ro. Nesse sent ido, são independent es( 5- 6).

M OD ELO D E AN ÁLI SE D E TEORI AS D E

MELLEI S

A análise é um processo de ident ificação de p a r t e s e co m p o n e n t e s d e d e t e r m i n a d o o b j e t o , e x a m i n a d o à l u z d e cr i t é r i o s se l e ci o n a d o s, con sider an do- se con ceit os e t eor ia. Na opin ião do pr ofissional de enfer m agem , a av aliação de t eor ias con st it u i com p on en t e essen cial p ar a a p r át ica d e

e n f e r m a g e m . Po r t a n t o , é n e ce ssá r i a a o desenvolvim ent o do conhecim ent o. Quant o à análise d e co n ce i t o , é u m p r o ce sso ú t i l n o ci cl o d e desenvolvim ento da teoria, e inclui análise sem ântica, l ó g i ca , co n t ex t o , a n t eced en t es, co n seq ü en t es e ex em plar es( 4).

Para a teoria ser analisada, os critérios e suas unidades de análise inevit avelm ent e irão recair sobre o t e ó r i co , se u co n h e ci m e n t o e d u ca ci o n a l , r e d e profissional e cont ext o sociocult ural; de igual m odo, est es con t em p lar ão as or ig en s p ar ad ig m át icas e r e f e r ê n ci a s, ci t a çõ e s, su p o si çõ e s, co n ce i t o s, pr oposições, h ipót eses e leis; t am bém se det er ão sobre as dim ensões int ernas, ou sej a, a base lógica, os sist em as de relações, cont eúdo, ext ensão, m et a, abst r ações e m ét odo. Ao se analisar a nat ur eza e lim it ação da t eoria, é recom endável levar em cont a a r elação ent r e est r ut ur a e função, o diagr am a da t e o r i a , o cír cu l o d e co n t á g i o , a u t i l i d a d e e com ponent es ext er nos( 4).

Análise

Análise dos conceitos

Teoria de enfermagem

O teorista Dimensões internas

Análise da teoria

Teste da teoria

Componentes

funcionais

Descrição da teoria

Crítica da teoria Suporte da teoria

Componentes

estruturais Origem

paradigmática

Tautologia e teleologia Simplicidade e

complexidade

Diagrama

Círculo de contágio

Utilidade

Componentes externos

Clareza

Consistência

Dados novos Dados existentes

Análise conceitual

Análise filosófica

Figura 1 - Diagram a do m odelo de análise de t eorias à luz de Meleis

O m odelo de análise de t eoria selecionado é extenso e com plexo, praticam ente inviabiliza seu uso, na ínt egra, para est udos dessa nat ureza. Na Figura 1 , e d est acad as p or p on t ilh ad o, en con t r am - se as in t er f aces d o m od elo e d o r ecor t e ef et u ad o p ar a

aplicação nest e est udo.

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se relacionar e form ar um conj unto de dados testáveis e observáveis. Para confirm ação em pírica da utilidade de um a t eor ia, é im por t ant e buscar r espost as aos seg u i n t es q u est i o n am en t o s: A p esq u i sa f o i f ei t a usando- se a t eoria? Que proposições est avam sendo u sadas?

Fu n dam en t al, por t an t o, é ar gü ir qu an t o à cont ribuição da t eoria para a qualidade de vida das pessoas. Essa inquirição caract eriza- se com o crít ica r elat iv a aos com p on en t es ex t er n os e en v olv e os crit érios a seguir: valores pessoais, congruência com v a l o r e s so ci a i s e si g n i f i câ n ci a so ci a l . Po r se r a en f er m ag em u m p r ocesso en t r e p essoas, f áci l é co m p r een d ê- l a em su a s p o ssi b i l i d a d es d e a t u a r conj untam ente, de influenciar e ser influenciada, com m elh or ias p ar a am b as as p ar t es d o p r ocesso d e convivência, no qual se inserem valores, preconceitos, m itos e expectativas das pessoas envolvidas, no caso, a enferm eira e o pacient e.

SÍ N TESE DO RECORTE DA DI SSERTAÇÃO

ANALI SADA

A dissert ação ora analisada insere- se com o um a pesquisa inv est igat ór ia e descr it iv a, cuj o foco essencial foi o cuidado de enferm agem realizado pela enferm eira na Unidade de Terapia I nt ensiva Neonat al ( UTI N) ao recém - nascido de risco, num a abordagem q u a l i t a t i v a . Se g u n d o o r e f e r e n ci a l t e ó r i co

-m e t o d o l ó g i co , i st o é , a Te o r i a Hu -m a n íst i ca d e Enferm agem( 5- 6), o at o de cuidar é um cont ribut o à hum anidade, na sit uação de dificuldade em que as pessoas se encont ram com enferm eiros e pacient es, coex ist in d o em m ú t u a r elação, sen d o, ao m esm o t em po, dependent es e int erdependent es.

Ob j e t i v o u i n v e st i g a r o r e l a ci o n a m e n t o exist ent e ent re o cuidado de enferm agem , a t eoria e as respostas com portam entais, fisiológicas e os sinais em it idos pelo recém - nascido de risco, dent ro de um en f oqu e da at en ção h u m an izada; t am bém bu scou i d e n t i f i ca r a o p i n i ã o d a e n f e r m e i r a a ce r ca d a hum anização do cuidado dispensado ao RN de risco, n a UTI N, e a o s se u s f a m i l i a r e s, cu l m i n a n d o n a elaboração de proposta de cuidado hum anizado, tendo por foco o bebê de risco, sua fam ília e a equipe de e n f e r m a g e m . Fo i r e a l i za d a n a UTI N d e u m a m at ernidade pública de grande port e, na cidade de Fort aleza- Ceará. Dela part iciparam seis enferm eiras atuantes na UTI N e 21 bebês de risco que receberam cuidados prom ovidos por essas m esm as enferm eiras, no período de abril a j ulho de 2003.

Co n f o r m e d e scr i t o p e l a p e sq u i sa d o r a , a t r aj et ór ia m et odológica abr an geu cin co et apas: 1 . o b se r v a çã o n ã o p a r t i ci p a n t e p a r a e sco l h a d o s cu id ad os; 2 . ob ser v ação p ar t icip an t e d o cu id ad o p r at icad o p elas en f er m eir as e d as r esp ost as d os bebês; 3. anot ações das observações e do am bient e e m d i á r i o d e ca m p o ; 4 . e n t r e v i st a co m a s enferm eiras; 5. propost a de cuidado hum anizado. A Figura 2 dem onst ra os passos m et odológicos( 7).

Enfermeiras

Cuidado ao bebê de risco

-Observação não- participante na UTIN

Procedimentos realizados pela enfermeira

Aspiração orotraqueal Coleta de sangue para exames laboratoriais

Coleta de dados na UTIN

Observação participante

Dinâmica da UTIN

Diário de campo Entrevista com as enfermeiras

Instrumento para observar

atitudes da enfermeira Instrumento para observaras respostas do bebê

Análise à luz da Teoria de Paterson e Zderad Avaliação de cuidado

Proposta de cuidado humanizado ao bebê, a família e a equipe

Categorias Enfermeiras

Cuidado ao bebê de risco

-Observação não- participante na UTIN

Procedimentos realizados pela enfermeira

Aspiração orotraqueal Coleta de sangue para exames laboratoriais

Coleta de dados na UTIN

Observação participante

Dinâmica da UTIN

Diário de campo Entrevista com as enfermeiras

Instrumento para observar

atitudes da enfermeira Instrumento para observaras respostas do bebê

Análise à luz da Teoria de Paterson e Zderad Avaliação de cuidado

Proposta de cuidado humanizado ao bebê, a família e a equipe

Categorias

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Co m b a se n o s r e su l t a d o s d a r e f e r i d a d isser t ação, a en f er m eir a, ao r ealizar o cu id ad o h u m a n i za d o a o r e cé m - n a sci d o d e r i sco , d e v e co n si d e r a r su a f r a g i l i d a d e f ísi ca e e m o ci o n a l p r ov ocad a p elas con d ições d e seu n ascim en t o e doença, pois, diant e disso, t orna- se indispensável a ela pr ópr ia desenv olv er sent im ent os de afeição, de r esp ei t o , d e si m p at i a, d e em p at i a, en t r e o u t r o s inerent es às necessidades do ser hum ano.

A UTI N, por ser u m local qu e en f at iza os r ecu r sos m at er iais e a t ecn olog ia, con t r ib u i p ar a com port am ent os aut om at izados, nos quais o diálogo e a reflexão crít ica não encont ram espaço, inclusive p e l a s si t u a çõ e s co n t ín u a s d e e m e r g ê n ci a , p e l a gr av idade dos pacient es e pela dinâm ica aceler ada do serviço, desviando o foco da at enção que deveria est ar no pacient e( 9).

Buscou- se, pois, dem onst r ar que a r elação int er pessoal e o diálogo são essenciais no caso de bebês de alto risco, e im prescindíveis para efetivação do cuidado hum aníst ico. Tais assert ivas serviram de b a se p a r a q u e a r e f l e x ã o cr ít i ca p e r m e a sse o questionam ento sobre o tópico “ utilidade” do conceito da relação interpessoal e do diálogo no cuidar de RN de risco. Port ant o, a seguir, explana- se a crít ica dos co n cei t o s d a d i sser t a çã o , co m ên f a se n o t ó p i co “ ut ilidade”( 4).

AN ÁLI SE CRÍ TI CA D A U TI LI D AD E D O

CONCEI TO DE RELAÇÃO I NTERPESSOAL E

DO DI ÁLOGO UTI LI ZADOS N A DI

SSER-TAÇÃO

Na Te o r i a Hu m a n íst i ca , sã o o f e r e ci d a s r espost as à ex per iência fenom enológica, t or nando-se, n o con t ex t o d essa r ef lex ão, u m a p er sp ect iv a f i l o só f i ca o r i g i n a d a d o e n co n t r o e x i st e n ci a l d a enfer m eir a no m undo do at endim ent o à saúde. Na enfer m agem hum aníst ica, o int er r elacionam ent o da t e o r i a co m a p r á t i ca d e p e n d e d a e x p e r i ê n ci a , concepção, participação e do ponto de vista particular de cada enferm eira em relação às suas vivências no m undo e na enferm agem .

Por m eio do relacionam ent o suj eit o/ suj eit o, ist o é, p essoa/ p essoa, r esp eit ad as, p or ém , su as d if er en ças, t or n a- se p ossív el con h ecer o su j eit o/ p e sso a e m su a i n d i v i d u a l i d a d e . Est a r a b e r t o , recept ivo, disponível à experiência do out ro perm it e perceber o cham ado e responder a ele com um toque,

um t im bre de voz carinhoso, um olhar. Na prát ica, é m ed ian t e at os d e en f er m ag em q u e se v iv en cia o d i ál og o. Rel ações d essa n at u r eza são, p or t an t o, essenciais para a exist ência hum ana verdadeira.

A enferm agem exist encial é o envolvim ent o no cuidado ao paciente, m anifestado na presença ativa da enfer m eir a com o um t odo, no t em po e espaço, confor m e vist o pelo pacient e. A Teor ia Hum aníst ica d e Pa t e r so n e Z d e r a d a p ó i a - se e m su p o si çõ e s im plícit as, alt am ent e abst r at as, fundam ent adas em int er ações enfer m eir a/ pacient e( 4).

Na d i sse r t a çã o e st u d a d a , a r e l a çã o int erpessoal e o diálogo est ão vinculados ao cuidado ao RN, o que perm it e associá- lo à hum anização da assist ência. Na verdade, um relacionam ent o baseado em at it u des h u m an as, dem on st r ação de r espeit o, co m u n h ã o co m o s sen t i m en t o s e co m a d o r d o p aci en t e é o esp er ad o d e t od os os p r of i ssi on ai s r esponsáveis pelo cuidar.

Se esse cu i d ad o h u m an o n ão o co r r e em t odos os m om ent os, ou, pelo m enos, nos m om ent os m a i s i m p o r t a n t e s d o cu i d a d o , g e r a a n g ú st i a e p r e o cu p a çã o q u a n t o à v e r d a d e i r a f i n a l i d a d e e qualidade da assist ência pr est ada. A r elev ância do r e l a ci o n a m e n t o e n f e r m e i r a / r e cé m - n a sci d o e a necessidade do desenvolvim ento do diálogo entre eles são enfatizados na dissertação, desde sua introdução. A d i sse r t a çã o a i n d a e n f a t i za q u e a enferm eira, ao cuidar de um RN de alt o risco, quase se m p r e é p r e sa a e m o çõ e s a o p e r se g u i r n o v o s desafios de am pliar a vida. Nesse desafio, a qualidade d e v id a, n ov os con h ecim en t os e u m a ob ser v ação m a i o r n o r t e i a m a s m o d i f i ca çõ e s d o cu i d a d o d i sp e n sa d o a o b e b ê , a p a r t i r d e su a a v a l i a çã o com port am ent al, quando se at ent a para os sinais de ret raim ent o e organização( 7).

Obser v ou- se, ao analisar - se a disser t ação, u m a co n g r u ê n ci a q u a n t o à co m p r e e n sã o d e a e n f e r m a g e m se r u m p r o ce sso e sse n ci a l m e n t e i n t er at i v o , r esu l t an t e d o en co n t r o d e d o i s ser es hum anos: um que necessit a ser cuidado e o out r o com prom etido com o cuidar, aj udar aquele que sofre. Co m e f e i t o , a e n f e r m e i r a , co n sci e n t e d e se u co m p r o m i sso e d e sen t i d o d e v i d a , co n si d er a a unicidade, totalidade e irrepetibilidade do receptor do cu id ad o, p ois o p r of ission al com p r om et id o com o cu id ad o ex er ce a en f er m ag em com o ob j et iv o d e m ant er um relacionam ent o efet ivo e t erapêut ico com o pacient e( 10).

(7)

am bient e de t r abalho na assist ência pr est ada e no cu i d ad o d esen v ol v i d o p el a en f er m ei r a. De m od o g e r a l , a m b i e n t e d e t r a b a l h o a m e a ça d o r p o d e desencadear nas pessoas um a sit uação de est resse. Na á r e a d e sa ú d e , i sso n ã o é d i f e r e n t e , especificam ent e na enferm agem , cat egoria m arcada p e l a co n st a n t e co n v i v ê n ci a co m p r o b l e m a s im p act an t es, cab en d o a esses p r of ission ais lid ar, dur ant e o m aior t em po e da m aneir a m ais int ensa possív el, com essas qu est ões, v iv en ciadas n o seu cot idiano e que são geradoras de elevada carga de ansiedade e t ensão( 7).

Nesse am bient e, com o m ost ra a dissert ação, a s e n f e r m e i r a s n e ce ssi t a m se r m o t i v a d a s e sensibilizadas para o cuidado am oroso ao bebê; por o u t r o l a d o , d e v e m cu l t i v a r o e n v o l v i m e n t o , flexibilidade e singularidade para olhar as sit uações, com vistas a um a relação harm ônica com o RN, para que, j unt os, possam est im ular e ser est im ulados na busca do bem - est ar. Cuidar do ser hum ano, entretanto, exige vont ade, vocação e querer. É um at o de am or que parece em ergir da alm a do ser, donde esse t ipo de cuidado requerer sabedoria e int uição pessoal( 11).

Após leit ur as apr ofundadas da disser t ação, pôde- se perceber que, algum as vezes, a capacidade de com unicação das enferm eiras foi afet ada pelo seu est ado em ocion al e pelo seu bem - est ar f ísico. Na prát ica do cuidado, não se observou, na m aioria das en f er m eir as, in t er ação com o pacien t e; t am pou co

vislum brou- se troca de olhares, fala e escuta do bebê, por m eio de post uras e m ím icas de insat isfação.

É v álid o r eg ist r ar q u e, ao r econ h ecer os difer ent es est ados e per ceber quando eles ocor r em e q u a i s sã o a s r esp o st a s esp er a d a s d o b eb ê, a enfer m eir a pode ser capaz de at ender, com m aior sensibilidade, aos seus cham ados. Passada a angústia de assist ir, o olhar da enferm eira pode se dirigir ao bebê que se hum aniza e adquire personalidade. Ao interagir com ele, ao estabelecer um vínculo, o corpo do bebê é, então, investido de outra form a, sua pele é, agor a, não só m eio de pr ocedim ent os invasivos, m as superfície de cont at o e de t roca.

Con segu iu - se com pr een der as dificu ldades v i v e n ci a d a s p e l a e n f e r m e i r a p a r a e st a b e l e ce r relacionam ent o int erpessoal e diálogo com os bebês, em u m am bien t e h ost il, n o qu al o t em po é f at or prim ordial, e o ato de ouvir e de perceber os cham ados d o b e b ê p a r e ce i m p r a t i cá v e l . En t r e t a n t o , independent e das condições do am bient e, o diálogo, o verdadeiro encont ro, passível de est abelecim ent o, deve ser incentivado. A presença da enferm eira, para significar cuidado, im plica não só estar j unto do corpo, m as, essen cialm en t e, ser u m a p r esen ça ef et iv a, pront a para dar e receber afet o( 12).

Esse r elacionam ent o não se or igina apenas dos sent im ent os que as pessoas nut rem um as pelas out ras. Deriva, t am bém , de duas exigências: m ant er um a r elação v iv a e m út ua com um cent r o v iv o; e est ar unido em com unhão ( Figura 3) .

U T IN

E n fe r m e ir a s

-C u id a d o s

In te ra ç ã o E n fe rm e ira -b e b ê

D is c u r s o h u m a n ís tic o v in c u la d o à p rá tic a

h u m a n ís tic a

A v a lia ç ã o d o d iá lo g o E n fe rm e ira -b e b ê A titu d e

H u m a n ís tic a

S in a is d o b e b ê

A titu d e Im p e s s o a l

N ã o e s ta b e le c im e n to d o d iá lo g o c o m o b e b ê

E s tím u lo p a ra o d iá lo g o c o m o b e b ê

C u id a d o H u m a n iz a d o

U T IN

E n fe r m e ir a s

-C u id a d o s

In te ra ç ã o E n fe rm e ira -b e b ê

D is c u r s o h u m a n ís tic o v in c u la d o à p rá tic a

h u m a n ís tic a

A v a lia ç ã o d o d iá lo g o E n fe rm e ira -b e b ê A titu d e

H u m a n ís tic a

S in a is d o b e b ê

A titu d e Im p e s s o a l

N ã o e s ta b e le c im e n to d o d iá lo g o c o m o b e b ê

E s tím u lo p a ra o d iá lo g o c o m o b e b ê

C u id a d o H u m a n iz a d o

Figura 3 - Diagram a relacionam ent o int erpessoal e diálogo da dissert ação( 7)

A t e o r i a e a p r á t i ca d a e n f e r m a g e m hum aníst ica dependem da experiência, conceit uação, part icipação e da visão que cada enferm eira t em do

(8)

const it uindo não só a ciência, m as reflet indo a art e, em enferm agem( 13).

O pr et endido com a ut ilização de conceit os da Teoria Hum aníst ica de Enferm agem é um cuidado que vai além da execução de t écnicas, favorecendo o est abelecim ent o de um a r elação aut ênt ica ent r e enfer m eir a e pacient e, em um pr ocesso dialógico, per m eado de dem onst r ações de car inho, r espeit o e am or, no qual os seres hum anos, no caso, profissionais d e e n f e r m a g e m e p a ci e n t e s, p o ssa m co n v i v e r, cuidando e sendo cuidados( 14).

A r e v e l a çã o d o se n t i m e n t o e m p á t i co d a enfer m eir a ao pacient e dem onst r a sua capacidade de est ar e relacionar- se com os out ros e as coisas, com o dist int as de si m esm as. Est ar com o pacient e em pat icam ent e r epr esent a um a r elação int er ior em que se m anifest a a capacidade do ser hum ano de conhecer a si m esm o e aos out ros( 15).

Ent r et ant o, os cuidados de enfer m agem só se r ealizam de f or m a ef icien t e e ef icaz qu an do o pr ofission al se coloca à disposição do ser doen t e, com o presença genuína, com vist as a est ar com ele e fazer com ele, em com unhão, respeitando o tem po e o espaço individual de cada um( 16).

A finalidade da análise de um a t eoria não é som ent e sua validação; ela é necessária t ant o para o ent endim ent o da experiência de vivenciar a saúde e a doença dos indivíduos com o para o respaldo ao processo orient ado para a prát ica( 4).

Neste estudo, o m odelo de análise de teorias u t ilizado f av or eceu u m a v isão am pliada da t eor ia analisada, e per m it iu chegar a algum as conclusões acer ca de conceit os, ent r e eles o desenv olv im ent o da sensibilidade da enferm eira para est ar at ent a ao ou t r o, n o sen t ido de per ceber su as n ecessidades, a i n d a q u e n ã o v e r b a l i za d a s; o cu i d a d o a se r d esen v olv id o p ela en f er m eir a, p r ior izar, além d e t écnicas e procedim ent os de rot ina, a percepção do se r h u m a n o co m o ú n i co , t o r n a n d o p o ssív e l u m despert ar colet ivo, capaz de propiciar às enferm eiras u m a n o çã o d e e m p o d e r a m e n t o , m e r cê d a su a habilidade e disponibilidade para se relacionar com o o u t r o , r e co n st r u i n d o v a l o r e s e r e sg a t a n d o su a condição básica de ser hum ano.

A reflexão crítica da teoria, ao usar o m odelo de análise, realizada ao longo da dissert ação, pode se r a p l i ca d a à p r á t i ca d o cu i d a r, d e f o r m a generalizada, pois a hist ória de vida de cada um , as e x p e r i ê n ci a s p e sso a i s t o r n a m o cu i d a d o individualizado e hum ano, em qualquer realidade. Há

de se con sider ar, n o en t an t o, qu e as en f er m eir as participam e atuam em instituições diversas, com suas especificidades organizacionais, sej am específicas ou p r ó p r i as d o am b i en t e d as d i v er sas Un i d ad es d e Terapia I nt ensivas Neonat ais.

Em b o r a n ã o se j a p o ssív e l t e ce r gener alizações sobr e um a t eor ia, sobr e a sit uação de saúde e doença dos indivíduos, a t eoria é m uit o út il para o ent endim ent o da experiência de vivenciar a saúde e a doença, em especial com as ciências que lidam com a experiência hum ana e com o processo orient ado para a prát ica( 4).

CONSI DERAÇÕES FI NAI S

Const r uir essa r eflex ão pr opor cionou, além do aprofundam ent o acerca dos conceit os da t eoria, a u r g ên cia d e su a u t ilização n o âm b it o d a v iv ên cia cot idiana da pr át ica de cuidado ao r ecém - nascido, t endo em vist a que as t eorias ret rat am , esboçam e respaldam o planej am ent o das ações do profissional de enferm agem , respondendo aos seus anseios e aos dos pacient es.

O m odelo de av aliação de t eor ias pr opost o pode ser ut ilizado parcialm ent e ou no seu t odo. De t al for m a, o avaliador pode opt ar por qualquer das et apas: descr ição, análise, cr ít ica ou t est e. Esse é um processo cíclico, cont ínuo e dinâm ico, na busca da const rução da ciência da enferm agem , no fazer e refazer, qualificando e hum anizando o cuidado.

A av aliação t eór ica é f u n dam en t al par a o d e se n v o l v i m e n t o d e u m a t e o r i a , e d e r e sp o n sa b i l i d a d e d o cl ín i co , a ca d ê m i co e adm inistrador. Cabe a cada um de nós a segurança e o conhecim ento para direcionar a pesquisa e a prática. Em v ir t ude da sua condição de enfer m eir a hum aníst ica, é possível a essa profissional propiciar um a presença genuína, reflet indo sobre si m esm a, e r e d i r e ci o n a n d o se u cu i d a r, p a r a v i r - a - s e r u m a r ef er ên cia em q u alid ad e. Af or a ser u m p on t o d e convergência, pelo qual se deve lut ar, a Enferm agem Hum aníst ica é, t am bém , um v alor im por t ant e que enriquece a prát ica da enferm agem .

(9)

valores, atuação profissional, assistência hum anizada. Conform e propost o, na “ ut ilidade” do relacionam ent o int er pessoal e do diálogo, essas dim ensões podem

ser prat icadas no cot idiano da Unidade de Ter apia I nt ensiv a Neonat al, v alor izando a r elação hum ana afet iv a.

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Referências

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