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Observações citológicas em citrus: lll. megasporogênese, fertilização e poliembrionia.

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Academic year: 2017

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l l l . Megasporogênese, fertilização e poliembrionia (**)

Osvaldo B a c c h i

(* ) Tradução do original publicado em "The Botanical Gazette" 105 (2) : 2 2 1 - 2 2 5 . 1943.

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A poliembrionia em Ciirus e gêneros afins {Poncirus e Fortunella) tem sido também investigada, sob diversos aspectos (9, 12, 13, 15, 16 e 17), e uma revisão do assunto foi apresentada por J. M. W e b b e r ( 1 8 ) . Até a presente data, somente dois tipos de poliembrionia eram conhecidos neste grupo de gêneros — nucelar e por clivagem — este último causado pela suposta bipartição do embrião sexual.

M a t e r i a l e m é t o d o s . O material foi colhido na Estação

Experi-mental de Limeira, do Instituto Agronômico, de árvores representativas de duas espécies : pomelo (grapefruit) Foster {C. paradisí Macf.) e laranja azeda (C. auraniium L.).

Para o estudo da megasporogênese, foram colhidos ovários de botões em diferentes estados de desenvolvimento e de flores recente-mente abertas ; para as outras observações foram colhidos, de tempo a tempo, ovários de flores emasculadas nas vésperas da antese e polini-zadas artificialmente 4 dias após a castração.

A fixação dos ovários, que eram dissecados para a melhor pene-tração do líquido fixador, foi feita com "Craf" ( 7 ) ; depois de 2 4 horas, o material era lavado em álcool a 7 0 % , deshidratado pelo método do álcool butílico e incluído em parafina. As secções foram feitas com uma espessura de 1 0 - 2 5 micra e coloridas em hematoxilina de "Heidenhain".

OBSERVAÇÕES

M e g a s p o r o g ê n e s e . A célula-mãe dos megasporos dá origem a.

uma té trade linear, da qual os três megasporos micropilares degeneram e o chalazal se desenvolve, dando formação ao megagametófito normal,

(figs. 1-6). Não existem diferenças entre as duas espécies estudadas, cujos megagametófitos se apresentam com os seguintes caraterísticos : 1) duas sinérgidas bem desenvolvidas e colocadas nas proximidades da micrópila ; 2) a oosfera localizada entre as sinérgidas, um pouco-mais distante da micrópila ; dada a semelhança com as primeiras, as suas inclusões citoplasmáticas constituem o principal ponto de diferen-ciação entre as mesmas ; 3) dois núcleos polares, situados mais ou menos^ no centro do megagametófito, os quais geralmente permanecem sepa-rados até a fertilização, podendo, no entanto, fundir-se um pouco mais cedo ; 4) as três antípodas, bem menores do que as sinérgidas, que podem ser mais facilmente observadas em megagametófitos recente-mente formados, em vista da sua duração geralrecente-mente efêmera.

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do megagametófito é completada no dia da abertura das flores (fig. 6) ou um pouco antes. No mesmo ovário são encontrados, comumente, megasporocitos e megagametófitos em diferentes estados de desenvol-vimento.

F e r t i l i z a ç ã o . Strassburger ( 1 0 ) e Osawa ( 6 ) afirmaram que a

fertilização ocorre geralmente 4 semanas após a polinização. Obser-vamos, entretanto, no pomelo Foster, que o período entre a polinização e a fertilização é, em média, de quatro dias. Este fato vem em apoio às conclusões de Coit ( 3 ) , de que "o tempo exigido para a completa fertilização após a polinização varia com as variedades : de trinta horas na laranja "Satsuma" para quatro semanas no Poncirus trijoíiata".

O tubo polínico entra no megagametófito através da micrópila, desorganizando, comumente, uma das sinérgidas; algumas vezes, ambas desaparecem nessa ocasião, e em raros casos, as duas perma-necem intactas.

As sinérgidas ou antípodas, que ainda persistam no megagametófito após a fertilização, degeneram mais ou menos rapidamente, enquanto que a célula-ovo inicia um período de repouso relativamente longo, de mais ou menos 5 0 dias. Osawa ( 6 ) observou, em Poncirus trijoíiata, um repouso de 3 a 4 semanas.

O núcleo primário do endosperma, formado pela fusão dos núcleos polares com um dos núcleos reprodutivos do tubo polínico, sofre uma série de divisões sucessivas, logo após a sua formação; os núcleos resultantes dessas divisões permanecem esparsos pelo citoplasma, sem formação de paredes celulares. Origina-se, assim, um endosperma nuclear (figs. 7 e 1 1 ) .

Nos ovários mais idosos (com 6 7 dias após a polinização), por nós examinados, foram observados mais de 1 5 0 0 núcleos, que ainda permaneciam livres no citoplasma ; não chegamos, portanto, a examinar os posteriores estados de desenvolvimento do endosperma, onde se devem realizar as formações de paredes celulares e as subsequentes divisões celulares, já constatadas por Osawa ( 6 ) e Strassburger ( 1 0 ) .

P o l i e m b r i o n i a . Quando as primeiras divisões do zigote ocorrem

para formar o embrião sexual, diversas células nucelares (fig. 10), circun-vizinhas ao saco embrionário e geralmente próximas à micrópila, já iniciaram, através de uma série de divisões, a formação dos embriões adventícios (figs. 10-12). Ainda não completamente desenvolvidos, estes embriões j á se acham localizados na cavidade do saco embrionário. Tal processo, j á detalhadamente descrito por Strassburger ( 1 0 ) , Osawa

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É apresentada uma revisão geral da megasporogênese, fertilização, formação do endosperma e poliembrionia em Citrus, tendo sido confir-mada, pelas observações nas espécies C. paradisi Macf. e C. aurantium L., a maioria das conclusões feitas por Strassburger ( 1 0 ) e Osawa ( 6 ) .

É descrita uma nova forma de poliembrionia causada pela exis-tência, em alguns casos, de dois gametófitos num mesmo óvulo; explica-se, dêste modo, a origem de dois híbridos não idênticos em uma mesma semente.

Três formas de poliembrionia são, portanto, conhecidas em Citrus : a) a poliembrionia nucelar, dando origem a um número variável d e

"seedlings" "maternais" idênticos e derivados do n u c e l o ; 2) a poliem-brionia por clivagem (4, 5 ) , originada pela suposta bipartição do embrião sexual; e 3) a poliembrionia causada pela ocorrência de mais de um gametófito normal no mesmo óvulo.

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formation and polyembryony in Citrus, most of the findings of Strassburger (10) and Osawa (6) having been confirmed through investigation of C. p a r o d i s i Macf. and C. aurantium L.

2. A new form of polyembryony is presented, caused by the existence in some instances of two gametophytes in the same ovule. The origin of two non-identical hybrids from the same seed is thus explained.

3 . Three forms of polyembryony are therefore known in Citrus, (a) nucellar embryony, giving rise to a variable number of identical, "maternal" seedlings derived from the nucellus ; (b) cleavage polyembryony (4, 5 ) originating through fission of the generative embryo; and (c) polyembryony caused by the occurrence of more than one normal gametophyte in the same ovule. The endosperm in Citrus is free.

L I T E R A T U R A CITADA

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2. C h a p m a n , M a r j o r i e . The ovule and embryo sac of Saxifraga virginiensis. Amer. Jour. Bot. 20 : 151-158. 1 9 3 3 .

3. C o i t , J . E l i o t . Citriculture. Univ. Calif. Coll. Agr. and Agr. Exp. Sta. Ann. Rept. 105-106. 1913-14.

4 . F r o s t , H . B . Polyembryony, heterozygosis and chimeras in Citrus. Hilgardia 1 : 3 6 5 - 4 0 2 . 1 9 2 6 .

5. F r o s t , H . B . The genetics and cytology of Citrus. Current Sci., Special Number on Genetics 24-27. 1 9 3 8 .

6. O s a w a , I . Cytological and experimental studies in Citrus Jour. Coll. Agr. Imp. Univ. Tokyo 4 : 8 3 - 1 1 6 . 1 9 1 2 .

7. R a n d o l f , L . F . A new fixing fluid and a revised schedule for the paraffin method in plant cytology. Stain Technology 10 : 8 5 - 8 6 . 1 9 3 5 .

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11. S u b r a R a o , A. M . A note on the development of the female gametophyte of some

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Referências

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