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Produção de ovinos em pastagem de capim-massai suplementados na estação seca

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL

PRODUÇÃO DE OVINOS EM PASTAGEM DE

CAPIM-MASSAI SUPLEMENTADOS NA ESTAÇÃO SECA

LEONARDO SANTANA FERNANDES

MACAÍBA / RN

BRASIL

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LEONARDO SANTANA FERNANDES

PRODUÇÃO DE OVINOS EM PASTAGEM DE

CAPIM-MASSAI SUPLEMENTADOS NA ESTAÇÃO SECA

Orientador: Prof. Dr. Gelson dos Santos Difante

MACAÍBA – RN – BRASIL

FEVEREIRO – 2014

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“Todos erram

: a maioria

usa os erros para se

destruir; a minoria para se

construir. Estes são os

sábios.”

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6 AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por me dar força, saúde, fé e esperança todos os dias em que acordo e

por me guiar pelo melhor caminho.

À toda minha família pelo estímulo recebido desde o começo do curso de Mestrado, em

especial meus pais, Mário e Goretti, meu irmão Caio e meu primo Marcelo.

À minha noiva Sheila, pessoa que divido todas minhas angústias e realizações, e que

consegue me transmitir paz nos momentos mais difíceis.

Aos integrantes do GEFOR, Nathália, Emmanuel, Márcio, Eduardo, Joederson, Ítalo,

Manoel, João Neto, Marciano, Hewerton, Gabriela, Mariana, Guthemberg e em especial

a minha amiga Itânia, pelo auxílio na condução do experimento e companhia nesses

dois anos de curso.

À Professora Denise Montagner e à EMBRAPA Gado de Corte pela oportunidade de

estágio e análises laboratoriais.

Ao Professor Gelson agradeço, mais uma vez, pela confiança depositada no meu

trabalho e por novamente me dar a oportunidade de trabalhar ao seu lado.

Ao CNPq/INSA pelo financiamento do projeto e a CAPES pela concessão da bolsa de

estudo.

Ao Programa de Pós-Graduação em Produção Animal da UFRN e aos professores e

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PRODUÇÃO DE OVINOS EM PASTAGEM DE CAPIM-MASSAI SUPLEMENTADOS NA ESTAÇÃO SECA

FERNANDES, Leonardo Santana. PRODUÇÃO DE OVINOS EM PASTAGEM DE CAPIM-MASSAI SUPLEMENTADOS NA ESTAÇÃO SECA. 2014. 72f. Dissertação (Mestrado em Produção Animal: Forragicultura e Pastagens) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Macaíba-RN, 2014.

RESUMO: A baixa qualidade dos pastos tropicais na estação seca justifica o uso de suplementos alimentares para atender as necessidades nutricionais dos ovinos de corte. Assim, objetivou-se com este experimento avaliar as características agronômicas do capim-massai na época seca e o efeito de suplementos proteicos no desempenho e produtividade de ovinos de corte em pastejo. Os suplementos proteicos avaliados foram: farelo de soja, feno de Leucena, feno de Gliricídia e mistura múltipla. Os animais foram manejados em pastos de capim-massai sob lotação intermitente e suplementados diariamente. Foram utilizados 24 ovinos ½ Santa Inês x ½ SPRD (sem padrão racial definido), machos não castrados, com idade média de 90 dias em delineamento inteiramente casualizado. Foi avaliado o desempenho dos ovinos quanto ao ganho de peso vivo médio diário, ganho por área e a taxa de lotação (animais de 25 kg/ha). O pasto foi avaliado quanto à massa de forragem total no pré e pós-pastejo, as porcentagens de participação dos constituintes morfológicos e seus valores nutritivos e as taxas de acúmulo de forragem. A massa de forragem total diminuiu ao longo da estação seca. Teores de proteína bruta e digestibilidade in vitro da matéria orgânica da lâmina foliar foram superiores no estrato superior a 15 cm do dossel. O ganho de peso médio diário dos animais suplementados com feno de leguminosas foi semelhante ao ganho obtido pelos animais suplementados com farelo de soja nos quatro ciclos de pastejo. O ganho de peso vivo total dos animais suplementados com feno de leguminosas foi maior do que os animais suplementados apenas com mistura múltipla nos dois primeiros ciclos de pastejo. Os fenos de Leucena e de Gliricídia podem ser indicados para suplementação de ovinos mantidos em pasto.

PALAVRAS CHAVE: forragem, Gliricidia, Leucaena, mistura múltipla, Panicum

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PRODUCTION OF SHEEP GRAZING IN PASTURE OF MASSAIGRASS SUPPLEMENTED IN DRY SEASON

FERNANDES, Leonardo Santana. PRODUCTION OF SHEEP GRAZING IN PASTURE OF MASSAIGRASS SUPPLEMENTED IN DRY SEASON. 2014. 72f. Dissertation (Master’s Degree in Animal Production: Forage and Pasture) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Macaíba-RN, 2014.

ABSTRACT: The low quality of tropical pastures in the dry season justifies the use of dietary supplements to meet the nutritional needs of sheep to meat production. Therefore, the objective of this experiment was to evaluate the agronomic characteristics of massaigrass in the dry season and the effect of protein supplements in the performance and productivity of sheep to meat production grazing. The protein supplements evaluated were: soybean meal, Leucena hay, Gliricidia hay and multiple mixture. The animals were managed in massaigrass pastures under rotational stocking and supplemented daily. Were used 24 sheep ½ Santa Inês x ½ SPRD (without defined breed), males uncastrated, mean age 90 days in a completely randomized design. Performance of sheep was evaluated for average daily gain of live weight gain per area and stocking rate (animals of 25 kg/ha). The pasture was evaluated for forage mass of pre and post-grazing, the percentages of participation of morphological constituents and their nutritional values and rates of herbage accumulation. The total herbage mass decreased throughout the dry season. Crude protein and in vitro digestibility of organic matter of the leaf were higher in the upper 15 cm of the canopy stratum. The average daily weight gain of the animals supplemented with legume hay was similar to that gained by animals supplemented with soybean meal in the four grazing cycles. The total live weight gain of animals supplemented with legume hay was higher than the animals supplemented only with multiple mixing the first two grazing cycles. Hays of Leucena and Gliricidia can be given for supplementation of sheep maintained on pasture.

KEYWORDS: animal production, forage, Gliricidia, Leucaena, multiple mixture,

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9 SUMÁRIO

1. REFERENCIAL TEÓRICO...

1.1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...

2. CARACTERIZAÇÃO AGRONÔMICA E VALOR NUTRITIVO DO

CAPIM-MASSAI SOB PASTEJO POR OVINOS SUPLEMENTADOS NA ESTAÇÃO

SECA...

2.1. INTRODUÇÃO...

2.2. MATERIAL E MÉTODOS ...

2.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...

2.4. CONCLUSÕES ...

2.5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...

3. EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO PROTEICA NO DESEMPENHO E

PRODUTIVIDADE DE OVINOS DE CORTE EM CAPIM-MASSAI NA

ÉPOCA SECA...

3.1. INTRODUÇÃO...

3.2. MATERIAL E MÉTODOS...

3.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO...

3.4. CONCLUSÕES...

3.5. REFERÊNCIAS...

4. ANEXO I - REGRAS PARA SUBMISSÃO NO BIOSCIENCE JOURNAL...

5. ANEXO II - REGRAS PARA SUBMISSÃO NO ARQUIVO BRASILEIRO DE

MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA... 10

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10 1. REFERENCIAL TEÓRICO

As pastagens constituem a principal fonte de alimento volumoso em sistemas de

produção de ruminantes. Para a utilização de maneira racional e eficiente destas, é

necessário o conhecimento de recursos que compõem esse ecossistema, como o solo, o

clima e as próprias espécies de gramíneas forrageiras a serem utilizadas, para que assim

se entenda o estágio de crescimento e o acúmulo de biomassa. Para Hodgson (1990),

além desse estágio, existem mais dois a serem considerados em sistemas de produção

animal: a utilização da forragem e a sua conversão em produto animal (Figura 1). Ainda

de acordo com o autor, cada um desses três estágios tem sua própria eficiência, que

podem ser influenciadas pelo manejo, e que juntas determinam a produção final.

Rezende et al. (2008) afirmam que para avaliar a produção animal em pasto,

considera-se como fator primordial o próprio deconsidera-sempenho animal, a produção animal por unidade

de área e as características da pastagem que se referem à capacidade de suporte,

composição botânica e o equilíbrio de cobertura vegetal.

Figura 1. Adaptado de Hodgson (1990).

A utilização intensiva de pastagens na produção de ruminantes é uma tecnologia

relevante no cenário nacional, tendo em vista a extensa área territorial do país ocupada

por animais em pasto, principalmente na pecuária de corte. Segundo dados do censo

agropecuário de 2006 (IBGE, 2007), o Brasil possui área territorial com 158,75 milhões

de hectares de pastagem, sendo 63,9% deste total ocupada por pastagem cultivada.

(12)

11

cultivada entre os anos de 1996 e 2006, apresentando um crescimento inferior apenas à

região Norte do país (39%). Aliado a este fator, segundo Brâncio et al. (2003), o baixo

custo de produção e o atendimento das necessidades nutricionais de algumas espécies e

categorias de animais tornam as pastagens como principal fonte de alimento dos

ruminantes no Brasil, colocando o país num cenário de competitividade no agronegócio

internacional de carne e leite (Pompeu et al., 2008; Santos et al., 2013).

Apesar do potencial de produção das pastagens, as condições ideais de cultivo e

produção de biomassa pelas gramíneas forrageiras tropicais no Brasil não são constantes

ao longo do ano, principalmente na região Nordeste do país, onde o período de estiagem

pode superar seis meses de duração (Souza & Espíndola, 2000), havendo a necessidade

do cultivo de forrageiras cada vez mais adaptadas às condições edafoclimáticas da

região.

O Panicum maximum é uma das espécies de gramíneas tropicais mais utilizadas

em sistemas de produção de ruminantes no país devido ao seu valor nutritivo, elevada

produção de biomassa, capacidade de suporte e desempenho animal, elevada

aceitabilidade pelos animais e por não apresentar princípios tóxicos ou antinutricionais

(Barbosa et al., 2003; Cândido et al., 2005; Cândido et al., 2006; Difante et al., 2009;

Difante et al., 2010).

No Nordeste do Brasil, alguns trabalhos têm sido desenvolvidos com esta espécie

avaliando-se características produtivas da forrageira, estratégias de manejo, desempenho

e produtividade de ovinos de corte (Silva et al., 2007; Valente et al., 2010; Lopes et al.,

2013; Emerenciano Neto et al., 2013). Porém, as cultivares desta espécie são bastante

exigentes em umidade e fertilidade, necessitando em muitas ocasiões altos dispêndios

com adubações e em alguns casos com irrigação. Assim, a busca pela manutenção de

níveis produtivos satisfatórios ajustados às condições de clima e solo de maneira a

manter um sistema de forma sustentável ao longo do tempo, figura-se em um desafio na

pecuária de corte (Euclides et al., 2008).

Tendo em vista esse aspecto, a Embrapa e parceiros lançaram no ano de 2001 a

cultivar Massai, sendo esta a mais recente lançada da espécie Panicum maximum. Esta

cultivar tem apresentado capacidade de suporte e valor nutritivo bastante elevados,

sendo recomendada para sistemas intensivos de produção ovina (Bianchini et al., 1999;

Teixeira et al., 2003). Brâncio et al. (2003) estudaram três cultivares de P. maximum

(Tanzânia, Mombaça e Massai) adubados com nitrogênio e mantidos sob pastejo, e

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12

disponibilidade de MS total e maior densidade de forragem e relação folha:colmo. Além

dessas características, esta cultivar é a mais indicada do gênero para regiões com déficit

hídrico, devido a sua maior resistência à seca.

Apesar dos fatores descritos acerca da produção animal em pasto, é conhecido que

na região tropical do Brasil há um dinamismo na quantidade e na qualidade dos pastos

ao longo do ano, em decorrência principalmente da instabilidade das condições

climáticas, havendo assim uma abundância de forragem na estação chuvosa e carência

desta na estação seca. A partir disso, observa-se uma alternância no crescimento dos

animais e na produção destes de acordo com a estação, o que tende a causar prejuízos

econômicos ao produtor rural, uma vez que os animais demoram mais para serem

abatidos, ocasionando flutuações na oferta de produtos de origem animal (Souza &

Espíndola, 1999).

Quando se almeja competitividade num sistema de produção em que se busca

elevados índices de eficiência, é necessário eliminar as fases negativas que ocorram no

mesmo, de modo que seja permitido ao animal condições favorável de crescimento ao

longo do ano, para que alcance condições de abate, peso e terminação precocemente

(Euclides et al., 2001;Reis et al., 2009). Assim, o manejo do pasto e o manejo alimentar

e nutricional devem ser utilizados de maneira que minimizem o efeito da sazonalidade

da produção de forragem no desempenho e produtividade animal.

O presente cenário da pecuária nacional indica uma intensificação dos sistemas de

produção, com enfoque empresarial onde a viabilidade econômica passa a ser um dos

principais objetivos do negócio. Portanto, tendo em vista a necessidade de superar o

efeito da sazonalidade na produção de forragem, algumas estratégias podem ser

adotadas na estação da seca como o ajuste da taxa de lotação, a conservação de

forragem, o diferimento do pasto e a suplementação proteica, tendo em vista que essas

visam equilibrar as variações na produção animal, tornando a atividade sustentável ao

longo do tempo. De acordo com Euclides et al. (2009), a suplementação alimentar

aparece como uma alternativa efetiva e importante para incrementar o ganho de peso

animal e potencializar o uso dos recursos forrageiros disponíveis. A obtenção desses

benefícios provêm da otimização dos nutrientes advindos da pastagem e os incrementos

em desempenho individual e capacidade de suporte do pasto (Da Silva et al., 2008).

Ruas et al. (2000) verificaram o efeito da suplementação no consumo de matéria

seca (CMS) e no escore de condição corporal em vacas da raça Nelore mantidas em

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13

suplementação proteica pelos animais, assim como a condição corporal ao final do

experimento foi maior para os animais suplementados com 2 kg de concentrado por dia.

Segundo Gomide et al. (2009), interações entre pasto e suplementação podem acontecer,

e o entendimento desta é importante para uma exploração mais eficiente dessa prática

de manejo.

A suplementação geralmente é requerida para que sustente um adequado peso de

abate dos animais no período seco do ano (Días et al., 2002). Segundo Carvalho et al.

(2011), neste período, o nutriente considerado como o mais limitante ao desempenho

dos animais em pastejo em gramíneas tropicais é a proteína. Ainda de acordo com esses

autores, a suplementação proteica torna-se fundamental para diminuir as perdas ou

elevar o ganho de peso.

Euclides et al. (1998) avaliaram diferentes regimes alimentares de novilhos

mantidos em pastagem tropical e observaram que os animais suplementados com

concentrado nos períodos críticos por dois anos seguidos, apresentaram satisfatórios

ganhos de peso, alcançando valores superiores a 1 kg/animal/dia no primeiro período,

enquanto que os animais não-suplementados apresentaram ganhos de apenas 0,320

kg/animal/dia no primeiro ano, perdendo peso no segundo ano. Os autores observaram

ainda que a suplementação com concentrado durante o período seco foi capaz de reduzir

a idade de abate dos animais de 5 a 13 meses.

Pompeu et al. (2009) quando avaliaram ovinos em pastagem de capim-tanzânia,

suplementados com concentrado em proporções crescentes, observaram que o ganho de

peso médio diário apresentou comportamento quadrático, estimando-se 66,2 e 113 g/dia

para os animais não-suplementados e para aqueles com suplementação de 1,8% do peso

vivo (PV), respectivamente. Isso demonstra que a suplementação pode apresentar efeito

positivo até certo ponto. Verificou-se ainda que a taxa de lotação aumentou de 61 para

73 ovinos/hectare para os animais sem suplementação e para aqueles suplementados

com 1,8% do PV, respectivamente. Porém, os autores atentaram à viabilidade

econômica do sistema, pois apesar do maior ganho animal e da maior taxa de lotação

para o nível de 1,8% do PV de suplementação, tal resposta pode não compensar a

elevação no custo com a alimentação concentrada. De acordo com Da Silva et al.

(2008), a rentabilidade da estratégia de suplementação alimentar se constitui no

norteador da escolha do suplemento a ser utilizado.

Na maioria das unidades de produção de ruminantes da região Nordeste, um dos

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por milho e soja, havendo assim uma busca constante por alternativas que diminuam os

custos com a aquisição destes. Assim, a produção e utilização de leguminosas

forrageiras adaptadas às condições edafoclimáticas da região é uma importante opção

para superar este desafio. Espécies como a Leucena (Leucaena leucocephala) e a

Gliricídia (Gliricidia sepium) apresentam características importantes para sua utilização

na alimentação de ruminantes.

A Leucena é uma leguminosa arbustiva e arbórea de elevado potencial forrageiro

e valor nutritivo (Tabela 1) que pode ser utilizada na alimentação de ruminantes como

banco de proteína, onde os animais têm acesso a área durante curtos períodos do dia.

Esta espécie também pode ser fornecida como feno (folíolos + caules finos) e como

enriquecimento proteico de silagens.

Tabela 1. Teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN) e digestibilidade in vitro da MS da Leucena.

Tipo de material

MS (%)

PB (%)

FDN (%)

DIVMS

(%) FONTE

Feno 89 20 - - GURGEL et al. (1992)

Feno 93 24 65 48 ANDRADE (1994)*

Feno 93 28 - - VASCONCELOS et al. (1997)*

Feno de folhas 89,6 24 - - SOUZA e ESPÍNDOLA (1999)

Folha + Talo 89 19 60 - BARROS et al. (2003)

Folha + Ramos 27 32 76 - PIRES et al. (2006)

Folha - 19 26 - RUBANZA et al. (2007)

Feno 93 17 57 - POSSENTI et al. (2008)

In natura - 20 59 45 GAMA et al. (2009) *Citados por Araújo et al. (2006)

Avaliando a Leucena no estado do Rio Grande do Norte, Lima (2009) afirma que

a produção de matéria seca (MS) comestível, varia de 2 a 8 t/ha/ano. Sugere-se que esta

variação da produção de MS comestível está relacionada aos diferentes espaçamentos

utilizados na formação da área plantada e ao uso ou não da irrigação. Miura et al. (2001)

também avaliaram a produção de Leucena na região semiárida do Nordeste, e

observaram que a produção média de quatro cortes (com intervalos de 120 dias) foi de

5.553 kg/ha de MS.

Além das características nutricionais e de produção forrageira, a Leucena tem sido

avaliada nas respostas em produção animal. Mtenga & Shoo (1990) utilizaram esta

leguminosa em diferentes níveis na alimentação de caprinos em confinamento e

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15

tiveram ganho de peso 50% maior do que àqueles que receberam apenas a dieta base.

Ainda de acordo com resultados obtidos por esses autores, foi observado que os animais

alimentados com Leucena à vontade aumentaram o consumo de matéria seca total em

85%, quando comparados àqueles sem Leucena na dieta.

O aumento no consumo de matéria seca total foi observado por Gurgel et al.

(1992), que avaliando níveis crescentes de inclusão de Leucena na dieta de ovinos

Morada Nova verificaram que os animais alimentados com maior participação do feno

da leguminosa consumiram 17% mais matéria seca do que os animais que receberam

menor quantidade deste alimento.

Rubanza et al. (2007), que também avaliaram o uso de leguminosas forrageiras no

desempenho de caprinos, observaram que os animais suplementados com Leucena

tiveram maior ganho de peso (157 g/dia) em comparação aos animais suplementados

com duas espécies de Acácia (114 e 43 g/dia) e alimentados apenas com feno de

pastagem nativa, que neste caso perderam peso.

Na região semiárida do Nordeste, Guimarães Filho & Soares (1997) compararam

três grupos de bezerros desmamados durante 711 dias (dois períodos secos e dois

chuvosos) e observaram que o grupo de animais que foram suplementados com feno de

Leucena no período seco apresentaram maior ganho de peso e atingiram peso de abate

com pelo menos 14 meses de antecipação aos animais que não foram suplementados.

Em experimentos com bovinos, Manella et al. (2002) observaram um aumento no ganho

de peso vivo de 20% dos animais que tiveram acesso ao banco de proteína formado por

Leucena, em relação àqueles que não receberam suplementação.

Souza & Espíndola (1999) quando avaliaram o desempenho de ovinos mantidos

em pastagem de capim-buffel suplementados ou não com feno de Leucena, observaram

que na época seca, os animais suplementados com 500 gramas de feno por dia

obtiveram maior ganho de peso médio diário. Souza & Espíndola (2000) também

avaliaram o desempenho de ovinos mantidos em pastagem de capim-buffel com

diferentes taxas de lotação, porém com acesso ou não ao banco de proteína formado por

Leucena, e verificaram que foi possível elevar a taxa de lotação de 4 para 6 borregos/ha

sem haver diminuição no ganho de peso, aumentando assim a produtividade.

A Gliricídia também é uma leguminosa arbustiva e arbórea, que além de ser

bastante utilizada para produção de estacas, mourões, lenha e carvão, assim como a

Leucena, possui um elevado potencial forrageiro e valor nutritivo, principalmente em

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16

de proteína, ou fornecida no cocho na forma fresca, feno ou silagem, servindo como

suplemento proteico.

Tabela 2. Teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN) e digestibilidade in vitro da MS da Gliricídia

Tipo de material

MS (%)

PB (%)

FDN (%)

DIVMS

(%) FONTE

Silagem - 23 16 (FB) 66 CARVALHO FILHO et al. (1997)

Folhas frescas 23 24 39 - SILVA (2005)

Folhas e brotos 23 24 39 - COSTA et al. (2009)

Folhas - 21 55 49 GAMA et al. (2009)

Apesar do elevado potencial forrageiro alguns trabalhos reportam o baixo

desempenho e consumo de matéria seca por caprinos e ovinos em relação à Gliricídia

(Karbo et al. 1993; Omokanye et al. 2001; Moreira et al. 2008). De acordo com

Omokanye et al. (2001) devido a presença de fatores antinutricionais como a cumarina,

pode haver rejeição do alimento e prejudicar o consumo deste pelos animais. Conhecer

melhor fatores como o momento ideal para a colheita da planta, que pode influenciar

nas concentrações dos fatores antinutricionais, assim como a exposição gradativa e

associada a volumosos de maior aceitabilidade pelos animais, como a Leucena, são

estratégias que podem favorecer o consumo de dietas que contenham Gliricídia

(Moreira et al. 2008).

Alguns trabalhos têm sido desenvolvidos e demonstram aceitabilidade e consumo

da Gliricídia por ovinos (Benneker & Vargas 1994; Días et al. 1995;Costa et al. 2009).

Além de ter observado que os ovinos aumentaram o consumo da dieta com a introdução

de Gliricídia, Costa et al. (2009) verificaram que os animais alimentados com a

leguminosa mais capim-elefante tiveram maior ganho de peso médio diário e ganho de

peso total do que os animais que consumiram exclusivamente capim-elefante.

Van Hao & Ledin (2001) avaliaram o desempenho de fêmeas caprinas

suplementadas com níveis crescentes de inclusão de Gliricídia na dieta (0, 30, 40 ou

50%), observaram que todas as dietas que continham Gliricídia resultaram em aumento

no consumo de matéria seca comparado à dieta sem a presença da leguminosa. Além

disso, os mesmos autores verificaram que os animais alimentados com a dieta que

continha 30% de Gliricídia, obtiveram o maior ganho de peso médio diário. Também

avaliando o consumo de matéria seca de fêmeas caprinas alimentadas com dieta basal

(18)

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alimentados com feno mais Gliricídia e feno mais Gliricídia e farelo de milho

apresentaram maiores consumos de matéria seca e ganho de peso em comparação aos

animais alimentados exclusivamente de feno e feno mais farelo de milho.

Quando se busca diminuir os efeitos negativos provocados pela estacionalidade

de forragens nos períodos críticos, ou então quando se deseja diminuir custos em

sistemas de produção que utilizam o regime de manejo intensivo, as leguminosas

forrageiras apresentam elevado potencial para fazer parte da dieta dos animais

ruminantes. Assim, pesquisas devem ser realizadas a fim de desenvolver tecnologias

que visem melhorar índices produtivos de sistemas de produção na região Nordeste,

com objetivo de tornar a atividade pecuária sustentável a curto, médio e longo prazo,

(19)

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1.1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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(25)

24 2. CARACTERIZAÇÃO AGRONÔMICA E VALOR NUTRITIVO DO CAPIM-MASSAI SOB PASTEJO POR OVINOS SUPLEMENTADOS NA ESTAÇÃO SECA

Trabalho submetido à revista:

BIOSCIENCE JOURNAL ISSN: 1981-3163

(26)

25 Caracterização agronômica e valor nutritivo do capim-massai sob pastejo por 1

ovinos suplementados na estação seca 2

Agronomic characterization and nutritional value of massaigrass grazing by sheep 3

supplemented in dry season 4

Resumo: Objetivou-se avaliar as características agronômicas e o valor nutritivo do 5

capim-massai submetido ao pastejo por ovinos suplementados na estação seca. Os

6

tratamentos corresponderam a pastos de capim-massai submetidos ao pastejo com

7

lotação intermitente por ovinos suplementados com diferentes fontes de proteína. O

8

pasto foi avaliado quanto à altura e massa de forragem total no pré-pastejo em dois

9

estratos e verificada a estrutura do pasto a partir da separação manual dos constituintes

10

morfológicos em lâmina foliar, colmo e material morto. No pós-pastejo as avaliações

11

foram análogas às do pré-pastejo, porém sem estratificação. Amostras de forragem do

12

pré e pós-pastejo foram analisadas quanto à composição química de cada constituinte

13

morfológico. A altura do dossel forrageiro, tanto na condição de pré como de

pós-14

pastejo, apresentaram decréscimo ao longo do período experimental. A massa de

15

forragem no estrato superior também diminuiu ao longo dos ciclos de pastejo. O estrato

16

inferior se manteve constante ao longo do período experimental, com média de 3073

17

kg/ha de MS. As lâminas foliares apresentaram teores de proteína bruta e digestibilidade

18

in vitro da matéria orgânica com média de 11 e 65%, respectivamente, no estrato

19

superior. O material morto apresentou elevados teores de lignina e fibra em detergente

20

neutro, demonstrando uma baixa qualidade nutricional em comparação aos outros

21

constituintes. O capim-massai é uma gramínea tropical com boa tolerância a períodos de

22

baixa precipitação, apresentando-se como alternativa de forragem em sistemas de

23

produção de ruminantes mantidos em pasto na região Nordeste.

24

(27)

26 Introdução

26

A extensa área territorial brasileira ocupada por animais mantidos sob pastejo

27

coloca o país numa condição favorável de competitividade no agronegócio

28

internacional, tendo em vista o baixo custo de produção animal nestas condições e o

29

atendimento das necessidades nutricionais de algumas espécies e categorias de animais

30

(Brâncio et al., 2003; Pompeu et al., 2008; Santos et al., 2013). Porém, apesar disso, os

31

benefícios do elevado potencial de produção não são alcançados e os índices produtivos

32

e zootécnicos do país apresentam aumentos de produtividades modestos (Nascimento Jr.

33

et al., 2004), havendo necessidade de estudos acerca do adequado manejo das pastagens,

34

com objetivo de alcançar maior produção de forragem e produção animal.

35

A pastagem é configurada por um ecossistema complexo onde seus componentes

36

bióticos e abióticos interagem entre si de diferentes maneiras, e para a compreensão das

37

respostas das plantas ao pastejo, é fundamental que aspectos relacionados à sua

38

caracterização na condição de pasto sejam avaliados quando submetidos ao manejo de

39

pastagem.

40

Devido ao Brasil ser um país continental, as gramíneas forrageiras tropicais não

41

são submetidas a uma mesma condição de manejo nas diferentes regiões,

42

principalmente em função das condições edafoclimáticas de cada uma. Assim, a busca

43

incessante por espécies e ou cultivares que se adaptem às condições específicas,

torna-44

se um desafio para os pesquisadores e demais profissionais que almejam viabilizar a

45

atividade pecuária na região Nordeste brasileira. Nesta, o período de estiagem pode

46

superar seis meses de duração (Souza & Espíndola, 2000) e a identificação de

47

forrageiras tolerantes a baixos índices pluviométricos é importante.

48

O Panicum maximum é uma espécie de gramínea forrageira com cultivares

49

bastante exigentes em umidade e fertilidade, necessitando em muitas ocasiões altos

(28)

27

dispêndios com adubações e em alguns casos com irrigação. A cultivar Massai, além de

51

apresentar características comuns às outras cultivares de Panicum maximum como

52

elevada capacidade de suporte e valor nutritivo, tem apresentado maior resistência em

53

regiões de baixa precipitação.

54

Ademais, em sistemas de produção de ruminantes em que a fonte de forragem é

55

basicamente oriunda do pasto, a caracterização deste se faz necessária com o objetivo de

56

fornecer indicadores práticos para auxiliarem na tomada de decisão e assim obter

57

manejo adequado do pastejo e exploração sustentável das pastagens. Na Austrália, por

58

exemplo, utilizam-se dados quantitativos de massa de forragem no pré e pós-pastejo,

59

podendo ser expressas a partir da altura do dossel (Chapman et al., 2012). Isso

60

demonstra a importância de não se obter dados apenas referentes a fatores qualitativos

61

da forragem para otimizar o uso do pasto.

62

Gomide et al. (2009) afirmam que para o entendimento das respostas das espécies

63

forrageiras ao manejo do pastejo, a obtenção das características do pasto de maneira

64

apropriada é de grande utilidade, contribuindo assim para formar estratégias favoráveis

65

para a exploração adequada do potencial forrageiro. Para avaliar o quanto e como a

66

forragem está disponível, além das proporções dos constituintes morfológicos da

67

forragem, características usualmente mensuradas como altura, disponibilidade de

68

forragem e composição botânica (Brâncio et al., 2003), podem ser utilizadas na tomada

69

de decisão referente ao manejo de pastejo, uma vez que o consumo de forragem pode

70

ser influenciado de forma acentuada por variações no processo de pastejo, em

71

decorrência por exemplo da estrutura do dossel forrageiro (Euclides et al., 2009).

72

Com base no exposto, objetivou-se avaliar características agronômicas e o valor

73

nutritivo do capim-massai submetido ao pastejo por ovinos suplementados na estação

74

seca.

(29)

28 Material e Métodos

76

O experimento foi conduzido na Unidade Acadêmica Especializada em Ciências

77

Agrárias (UAECA) localizada na Escola Agrícola de Jundiaí, Campus de Macaíba da

78

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, em Macaíba RN, na área

79

experimental do Grupo de Estudos em Forragicultura (GEFOR) da UFRN, apresentando

80

como coordenadas geográficas 5° 53’ 34’’ de latitude Sul, 35° 21’ 50’’ de longitude

81

Oeste e a 50 metros de altitude.

82

A fertilidade do solo (Neossolo Quartzarênico) foi obtida a partir de análise

83

química e com base nos resultados (Tabela 1) foram aplicados 50 kg.ha-1 de P2O5 na

84

forma de Superfosfato Simples com o objetivo de elevar o teor de fósforo entre 8 e 12

85

mg.(dm3)-1. A pastagem foi implantada no primeiro semestre de 2011, em sistema de

86

semeadura convencional em linhas com distribuição de sementes e adubo (P2O5). Um

87

mês antes do início do experimento, o pasto foi irrigado e adubado com aplicação de 50

88

kg.ha-1 de N na forma de sulfato de amônia a fim de simular o final do período chuvoso,

89

acumular forragem para a condução do trabalho e manter os módulos da pastagem

90

semelhantes.

91 92

Tabela 1. Características químicas do solo da área experimental nas camadas 0-20 e

20-93

40 cm.

94

Camadas (cm)

P K Na

pH Ca Mg Al H+Al V (%)

mg.(dm³)-1 Cmolc.(dm³)-1

0-20 7,0 75,0 27,0 6,1 1,2 0,5 0,0 1,6 55,7

20-40 4,0 124,0 29,0 5,3 1,6 0,8 0,1 2,3 55,3

95

A área total de pastagem foi de 0,96 ha, dividida em quatro módulos, cada um

96

com área de 0,24 ha, subdivididos em seis piquetes de 0,04 ha cada. Os tratamentos

97

corresponderam a pastos de capim-massai submetidos ao pastejo por ovinos

98

suplementados com diferentes fontes de proteína:

(30)

29

M – pastagem de capim-massai + mistura múltipla (tratamento testemunha);

100

MFS – M + suplementação com farelo de soja + mistura múltipla;

101

ML – M + suplementação com feno de Leucena + mistura múltipla;

102

MG – M + suplementação com feno de Gliricídia + mistura múltipla.

103

O período experimental foi de novembro de 2012 a abril de 2013 (168 dias),

104

época caracterizada pela baixa precipitação na região (Figura 1). Os dados de

105

temperatura foram obtidos através de banco de dados do INMET e para controle das

106

chuvas foram coletados dados do pluviômetro instalado na área.

107 108

109

Figura 1. Precipitação e temperatura de janeiro de 2012 a dezembro de 2013.

110 111

O método de pastejo utilizado foi com lotação intermitente, tendo período fixo de

112

ocupação (7 dias) e descanso (35 dias), ocorrendo assim quatro ciclos de pastejo no

113

período experimental. Em cada ciclo de pastejo, foram realizadas três coletas de

114

forragem e altura do pasto no pré-pastejo (1º, 15º e 29º dia de cada ciclo) e três coletas

115

no pós-pastejo (8º, 22º e 36º dia de cada ciclo).

116

Como agentes desfolhadores foram utilizados seis ovinos por módulo, machos

117

inteiros, com genótipo ½ Santa Inês x ½ SPRD (sem padrão racial definido), peso vivo

118

médio inicial de 16,2 kg e idade média inicial de três meses. Estes animais permaneciam

119

no pasto no período diurno (7:30h às 16:30h) quando após esse período eram recolhidos

120

à um aprisco coberto para serem suplementados e permanecerem o período noturno. As

121 27 127 57 43 96 208 135 32 19 13

0 0 15 71

38 224

307

185 201

95

39

5 21 0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 0 50 100 150 200 250 300 350

Jan Fev Mar Ab

r Mai Ju n Ju l Ag o Set Ou t No v

Dez Jan Fev Mar Ab

(31)

30

baias possuíam uma área de 9 m2 e eram providos de comedouro, bebedouro e saleiro

122

(para oferta da mistura múltipla ad libitum).

123

A altura do pasto foi determinada utilizando-se uma régua de um metro, graduada

124

em centímetros, sendo medidos 40 pontos representativos por piquete avaliado. A altura

125

do dossel em cada ponto foi correspondente à altura média da curvatura das folhas em

126

torno da régua. Essas leituras foram tomadas no pré-pastejo, imediatamente antes da

127

entrada dos animais e no pós-pastejo, após a saída dos animais do piquete.

128

Para o monitoramento das características estruturais do pasto, a massa total de

129

forragem (MTF) na condição de pré-pastejo foi estimada por meio de corte estratificado

130

da forragem contida no interior de quatro áreas representativas em três piquetes de cada

131

módulo. Para isso foi utilizado um quadrado de 0,5 m² de área, com suporte de 15 cm de

132

altura. Em cada ponto de amostragem foram cortadas duas amostras, uma a partir da

133

altura máxima do pasto até 15 cm (estrato maior que 15 cm) e o outro corte realizado ao

134

nível do solo (estrato 0 – 15 cm), totalizando oito amostras por piquete, sendo estas

135

identificadas e pesadas para obtenção do peso verde. Para avaliação da massa seca de

136

forragem, aproximadamente 50% da massa verde colhida de cada amostra foi

137

acondicionada em sacos de papel e secas em estufa de ventilação forçada de ar a 55 ºC

138

por 72 horas, quando foram novamente pesadas. A massa de forragem total de cada

139

amostra foi estimada por meio da soma da massa dos dois estratos. Para avaliação dos

140

componentes morfológicos do pasto no pré pastejo, as oito amostras coletadas (depois

141

de retirada as subamostras para determinação da massa seca) constituíram quatro

142

amostras compostas (duas para cada estrato). As amostras compostas foram separadas

143

manualmente em lâmina foliar, colmo (colmo + bainha) e material morto. A coleta de

144

forragem no pós-pastejo e a avaliação dos componentes morfológicos aconteceram de

145

maneira análoga, porém sem a estratificação das amostras.

(32)

31

As amostras dos constituintes morfológicos do pré e pós-pastejo foram moídas no

147

Laboratório de Nutrição Animal da UFRN e analisadas na Embrapa – Centro Nacional

148

de Pesquisa em Gado de Corte (CNPGC), em Campo Grande-MS, utilizando-se o

149

sistema de Espectrofotometria de Reflectância no Infravermelho Proximal (NIRS),

150

estimando-se os teores de matéria orgânica, proteína bruta, fibra em detergente neutro,

151

fibra em detergente ácido, digestibilidade in vitro da matéria orgânica e lignina.

152

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com quatro tratamentos

153

e três repetições. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias

154

comparadas pelo teste de Tukey adotando-se nível de 5% de significância, utilizando-se

155

o procedimento “General Linear Model” disponível no SAS Institute (1993), para os

156

dados do pré-pastejo foi utilizado o seguinte modelo estatístico:

157

Yijk = µ + Si+ αi + Cj + (CS)ij+ βij + Ek + (ES)ik + (EC)jk + (ESC)ijk+ ∞ijk

158

em que, Yijk = valor observado no suplemento i, ciclo j e estrato k; µ = efeito média

159

geral; Si = efeito do suplemento i, i = mist. múltipla, farelo de soja, Leucena, Gliricídia;

160

αi = erro aleatório atribuído a cada observação i; Cj = efeito do ciclo j, j =1 – 4; (CS)ij =

161

efeito da interação entre suplemento e ciclo; βij = erro aleatório atribuído a cada

162

observação ij; Ek = efeito do estrato k, k= 0-25 e 25-50 cm; (ES)ki = efeito da interação

163

entre estrato e suplemento; (EC)kj = efeito da interação entre estrato e ciclo; (ESC)ijk =

164

efeito da interação entre estrato, suplemento e ciclo; ∞ijk = erro aleatório atribuído a

165

cada observação ijk.

166

O modelo estatístico utilizado para os dados do pós-pastejo foi:

167

Yij = µ + Si+ αi + Cj + (CS)ij+ βij

168

em que, Yij = valor observado no suplemento i e ciclo j; µ = efeito média geral; Si =

169

efeito do suplemento i, i = mist. múltipla, farelo de soja, Leucena, Gliricídia; αi = erro

(33)

32

aleatório atribuído a cada observação i; Cj = efeito do ciclo j, j =1 – 4; (CS)ij = efeito da

171

interação entre suplemento e ciclo; βij = erro aleatório atribuído a cada observação ij.

172

Resultados e Discussão 173

A altura do dossel forrageiro na condição de pré-pastejo apresentou efeito de

174

tratamento (P = 0,0376), no qual os pastos ocupados pelos ovinos suplementados com

175

feno de Gliricídia apresentaram altura inferior àqueles ocupados por animais

176

suplementados apenas com mistura múltipla (Figura 2A). Também foi observado efeito

177

de ciclo para altura de entrada (P = 0,0001), que diminuiu ao longo do experimento,

178

apresentando um decréscimo de aproximadamente 41% do primeiro para o quarto ciclo

179

de pastejo (Figura 2B). Na condição de pós-pastejo, observou-se efeito de tratamento (P

180

= 0,0264) e de ciclo (P = 0,0001), (Figuras 2C e 2D). Não houve interação entre

181

tratamento e ciclo para esta variável no pré e no pós-pastejo (P = 0,8983 e P = 0,7922,

182

respectivamente).

183 184 185 186 187 188 189 190 191 192 193

Figura 2.Altura do dossel no pré-pastejo com efeito de tratamentos (A) e ciclos (B), e

194

altura do dossel no pós-pastejo com efeito de tratamentos (C) e ciclos (D).

195 196

(B) (A)

(D) (C)

(34)

33

No pós-pastejo, o pasto submetido ao pastejo por ovinos suplementados com

197

farelo de soja apresentou menor altura em relação ao piquete ocupado por animais

198

suplementados apenas com mistura múltipla. Houve redução mais acentuada na altura

199

do dossel forrageiro do pasto ocupado por ovinos suplementados com farelo de soja no

200

pré-pastejo (7,5 cm). O comportamento observado ao longo dos ciclos de pastejo foi

201

semelhante nas condições de pré e pastejo, porém o decréscimo apresentado no

pós-202

pastejo foi maior, com valor de 55% do primeiro para o quarto ciclo de pastejo.

203

A altura do pasto no terceiro e quarto ciclo foi inferior ao preconizado por Lopes

204

(2012), no qual a meta do resíduo pós-pastejo era de 15 cm, altura suficiente para que o

205

índice de área foliar (IAF) fosse de 1,5. De acordo com Lemaire (1997), a recuperação

206

do IAF é determinada pela velocidade e capacidade de crescimento e surgimento de

207

novas folhas, evento esse diretamente relacionado com a quantidade disponível de

208

reservas orgânicas da planta. Salienta-se que após o pastejo, a planta necessita alocar

209

reservas de carbono para garantir a sua sobrevivência. Neste experimento observou-se

210

que a altura de 14,1 cm no resíduo do terceiro ciclo pode ter comprometido o

211

crescimento das plantas, tendo em vista que mesmo com a precipitação de 109 mm

212

entre os meses de fevereiro e março, o pasto após 35 dias de descanso aumentou apenas

213

4 cm de altura (18,1 cm na altura pré-pastejo do quarto ciclo), chegando a atingir 12,1

214

cm no resíduo do ciclo seguinte. Ressalta-se que apesar de o mês de abril ter

215

apresentado elevada precipitação, 92% desta ocorreu após o final do experimento.

216

A massa de forragem total na condição de pré-pastejo apresentou efeito de ciclo e

217

de estrato (P < 0,0001 para ambos), observando-se que o estrato acima dos 15 cm

218

apresentou MFT sempre inferior ao estrato 0-15 cm (Figura 3). A MFT diminuiu do

219

primeiro para o quarto ciclo de pastejo de 1900 para 903 kg.ha-1 de MS, comportamento

220

não observado no estrato inferior, que se manteve constante ao longo do período

(35)

34

experimental com média de 3073 kg.ha-1 de MS. Este fato demonstra que houve

222

interação entre ciclo e estrato (P = 0,0001).

223

De acordo com Lopes et al. (2011), a maior MFT está relacionada a densidade

224

populacional de perfilhos que é alta nesta cultivar. Na mesma região, porém em estação

225

climática distinta, Emerenciano Neto et al. (2013) observaram que em pastos de

capim-226

massai na condição de pré-pastejo e amostragem estratificada, os valores de MFT foram

227

maiores no estrato inferior em comparação ao superior. Trabalho conduzido com pastos

228

de capim-tanzânia na região Centro-Oeste do Brasil, Difante et al. (2009) constataram

229

que a massa de forragem no estrato entre zero e 25 cm apresentou valor 22% maior que

230

a soma dos estratos 25-50 e >50 cm.

231

232 233

Figura 3. Massa de forragem total por ciclo de pastejo em pasto de capim-massai na

234

condição de pré-pastejo nos estratos acima de 15 cm (>15) e abaixo de 15 cm

(0-235

15).

236 237

Não foi observado efeito de tratamento (P = 0,4399) para a quantidade de massa

238

de forragem no pré-pastejo entre os tratamentos. Isso pode ser justificado pelo fato de

239

que antes do início do experimento a pastagem foi adubada e irrigada para que

240

acumulasse forragem e mantivesse condições homogêneas entre as características do

241

Ab

ABb

Bb Bb

Aa Aa Aa Aa 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500

1 2 3 4

k g /h a d e MS Ciclos >15 0-15

(36)

35

pasto para todos os tratamentos, fazendo com que a fonte de variação fosse os

242

suplementos proteicos.

243

Apesar do estrato acima de 15 cm ter apresentado valor inferior de MFT em

244

relação ao estrato abaixo de 15 cm, sua composição morfológica torna-o potencialmente

245

disponível ao consumo de forragem pelo animal. Independentemente do ciclo de

246

pastejo, a porcentagem de participação de lâmina foliar na composição do pasto foi

247

superior. Além disso, não foi observado colmo no estrato acima de 15 cm e a

248

porcentagem de material morto foi sempre superior no estrato 0-15 cm (Tabela 2).

249 250

Tabela 2. Porcentagem de lâmina foliar, colmo e material morto no pasto de

capim-251

massai na condição de pré-pastejo.

252

ESTRATO CICLO

1 2 3 4

Porcentagem de lâmina foliar (CV=24,3%)

>15 74,1Aa 49,3Ba 45,1Ba 77,0Aa

0-15 15,4Ab 6,4Ab 7,3Ab 12,3Ab

Porcentagem de colmo (CV=39,7%)

>15 0,0Ab 0,0Ab 0,0Ab 0,0Ab

0-15 18,5Aa 19,2Aa 11,4Ba 11,5Ba

Porcentagem de material morto (CV=11,6%)

>15 25,9Bb 50,7Ab 54,9Ab 23,1Bb

0-15 65,9Aa 74,7Aa 81,4Aa 76,0Aa

Valores seguidos por letras maiúsculas distintas na linha diferem entre si (P<0,05).

253

Valores seguidos por letras minúsculas distintas na coluna diferem (P<0,05) para cada

254

variável.

255 256

A não participação de colmo no estrato acima de 15 cm pode ser justificada pelo

257

fato de que antes do período experimental, a área foi mantida sob pastejo intensivo, o

258

pasto submetido à desfolhações severas por ovinos adultos e a precipitação no ano de

259

2012 foi abaixo da média da região em comparação aos últimos anos, o que não

260

favoreceu ao crescimento das plantas e consequentemente foi obtido baixo acúmulo de

261

forragem para o período seco. Soma-se a estes fatores o fenômeno da plasticidade

262

fenotípica das plantas. Segundo Da Silva et al. (2008), as práticas de manejo adotadas

(37)

36

determinam uma resposta estrutural e morfológica da planta, condicionando assim

264

estratégias de resistência das espécies à desfolhação. Ainda de acordo com estes autores,

265

as alterações na arquitetura da planta e do dossel, provocadas pela desfolhação, podem

266

resultar em modificações no desenvolvimento, crescimento e morfogênese das plantas

267

forrageiras, resultando nos padrões de produção de forragem e consequentemente no

268

desempenho animal.

269

As porcentagens de material morto no estrato 0-15 cm nos ciclos 2 e 4 corroboram

270

com os resultados obtidos por Fernandes et al. (2012a), no qual estes autores

271

observaram que o capim-massai apresentou aproximadamente 75% de material

272

senescente. Observou-se que a proporção de material morto diminuiu do terceiro para o

273

quarto ciclo de pastejo no estrato acima de 15 cm e que a porcentagem de lâminas

274

foliares apresentou comportamento inverso. Isso pode ser justificado pela precipitação

275

dos meses de fevereiro e março, que apesar de insuficiente para aumentar a massa de

276

forragem total nos dois últimos ciclos, foi capaz de provocar respostas quanto à

277

estrutura do dossel e das plantas.

278

Na condição de pós-pastejo, foi observado efeito de tratamento apenas no

279

primeiro ciclo de pastejo (P = 0,0137), no qual os piquetes ocupados por animais

280

suplementados com feno de Leucena e farelo de soja apresentaram menor massa de

281

forragem total em comparação ao pasto mantido sob pastejo por ovinos suplementados

282

apenas com mistura múltipla (Figura 4). Também foram verificados efeitos de ciclo (P

283

< 0,0001) e interação entre ciclo e tratamento (P = 0,0114).

284

Os menores valores de MFT observados nos tratamentos com suplementação de

285

feno de Leucena e farelo de soja em relação aos suplementados apenas com mistura

286

múltipla no primeiro ciclo de pastejo, estão relacionados à influência da fonte de

287

proteína verdadeira destes alimentos no consumo de MS do pasto pelos animais. O

(38)

37

pasto mantido com ovinos suplementados com feno de Gliricídia apresentou MFT

289

intermediária entre os tratamentos. Uma possível explicação é o fato de o consumo

290

deste suplemento ter sido inferior ao consumo de feno de Leucena e farelo de soja no

291

primeiro ciclo de pastejo (dados não publicados), e desta forma essa fonte de proteína

292

pode não ter proporcionado a mesma resposta no consumo de MS do pasto.

293 294

295 296 297

Figura 4. Massa de forragem total por tratamento e ciclo de pastejo em pasto de

capim-298

massai na condição de pós-pastejo.

299 300

Não foram observadas diferenças entre os tratamentos no segundo, terceiro e

301

quarto ciclo de pastejo (P = 0,2824, P = 0,4099 e P = 0,2675, respectivamente). Este

302

resultado justifica-se pela sensibilidade do consumo em resposta a quantidade de massa

303

de forragem (Reis & Da Silva, 2006), ou seja, a diminuição da MFT ao longo do

304

período experimental pode ter feito com que esta característica tenha sido determinante

305

no consumo de MS pelos ovinos. Ainda de acordo com Reis & Da Silva (2006), o

306

consumo de forragem de animais em pastejo apresenta um comportamento assintótico,

307

caracterizado por uma curva em que na fase inicial ascendente, caracterizado por fatores

308 Aa Ba ABa Ba Ab

Aab Ab

Ab Ab

Aab

Ab

Ab

Ac Ab

Ab Aab

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000

M ML MG MFS

k g /h a d e MS Tratamentos 1 2 3 4

Colunas seguidas por letras maiúsculas distintas diferem (P<0,05) entre os tratamentos para o mesmo ciclo.

Imagem

Figura 1. Adaptado de Hodgson (1990).
Tabela 1. Teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro  (FDN) e digestibilidade in vitro da MS da Leucena
Tabela 2. Teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro  (FDN) e digestibilidade in vitro da MS da Gliricídia
Figura 1. Precipitação e temperatura de janeiro de 2012 a dezembro de 2013.
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Referências

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