Universidade
de
Évora
Mestrado
em
Gestão
ffi
Implementação
de
um
Sistema
de Gestão
da
Qualidade
nas
Organizações Escolares
Maria Amélia Martins
Balt
arz;ar
Disserta@o submetida como
requisito
parcial
para
obtenção
dograu
deMestre
em
Gestão
Especialização
em
Recursos
Humanos
Orientadora:
Prof.a
Doutora{rrgarida
SaraiuaUniversidade
de
Évora
Mestrado
em Gestão
Implementação
de
um
Sistema
de
Gestão
da
Qualidade
nas Organizações Escolares
Maria Arnélia
Martins
Baltalzalr
Dissertação
submetida
comorequisito
parcial para obtenção do
grau
deMestre
em
Gestão
Especiali
zaçáo em
Recursos
Hurnanos
RST
Orientadora:
Prof.Q Doutora
Margarida
Saraíua7
zr
s2j
Dissertação2 Mestrado em Gestão. Especialização em Recursos Humanos
Instituição
z (Jniversidade de ÉvoraTitulo:
Implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade nas Organizações EscolaresAutora:
Maria
Amélia MartinsBaltazar
Orientadora:
Prof." DoutoraMargarida
SaraivaAgradecimentos
Ao
meu prezado marido Francisco, pelo seu apoio incondicional, pela grande ajuda que me deu aolongo
do projecto, inclusive nas revisões finais,pelo
ânimo, alegria e crédito que memotivaram
aconcluir este trabalho.
Aos meus pais pelo apoio que me deram em todas as fases da
miúa
vida, que se revelou crucial paraa elaboração desta dissertação.
A
miúa
filha
Carla egeffo
Diogo,
em especial à netinha Carlota, que renovou a minha força deviver
com o seu nascimento durante este trajecto.Aos
meus amigos,pela força que
sempreme
transmitiram para elaboraro
projecto
e
pela
totalcompreensão
da
miúa
ausência,em muitos dos
eventosde
confraternizaçdoque
tiveram
lugardurante este período.
À
minha
orientadora,Prof.
Doutora Margarida
Saraiva,por
todo
o
apoio
e
paciência que
tevecomigo. Agradeço-lhe pela sua boa disposição, compreensão, conselhos e
total
disponibilidade querevelou em todas as fases do trabalho e, acima de tudo, pela confiança que depositou em
mim,
desdeo momento das aulas que me motivaram a enveredar por este tema da "Qualidade"
À
ProfessoraDoutora
Fátima Jorge,
como
coordenadorade
Curso
de
Gestão,cujas
aulas
eexperiência
me
motivaram
a
continuar
na
área
dos
RecursosHumonos,
que
se
revelouverdadeiramente aliciante e que pretendo aprofundar em projectos de investigação futuros.
Ao
Ricardo, pela ajuda, com a sua experiência em SPSS., à amiga Vanda pela sua disponibilidade na partefinal
deste trabalho que tanto me ajudou.Aos
vários
colaboradoresdo
Agrupamento pelas informações prestadas, semas quais
não
seriapossível concretizar a parte empírica desta dissertação.
Agradeço
por
todas as suas valiosas críticas e sugestões de trabalho, a todos a sua compreensão e"A
qualrdade
rTunca é
um
acidente.
E
sempre
um
rcsultado
de
um
esforço
inteligente,
onde
deve
prevalecer
a
Yontade
de
produzir
algo
suPerior."
Resumo
Implementação
deum
Sistema de Gestão
da
Qualidade nas Organizações Escolares
A
Qualidadeé um
dos
factoresdinâmicos de
competitividadee é,
incontestavelmente,um
dos pilares fundamentais para a construção do sucesso das organizações.O
conceito de Qualidade não éde
fácil
definição,
dadoque
é
algo complexo
e
dedificil
consenso.E
muitas
são as noções deQualidade existentes
na
literatura, mas todas
elas convergemnum
sentido
único da
busca da melhoria contínua e da excelência.Por outro lado, a implementação da Contabilidade de Gestão (designadamente o Custeio Baseado em
Actividades
-
ABC) numa
organizaçáo, sobretudonuma instituição
de
ensino,fomece
recursossuficientes paru a identificação dos melhores indutores de custo. Assim, torna-se inevitável observar
as
actividades,
inquirir os
colaboradoresinternos
e
extemos, desenvolver
e
aplicar
métodosquantitativos
que monitorizem
os
processose
os
procedimentose,
especialmente,que exista
oempeúo
da
gestão detopo,
de modo
a
que
a
estratégiae a
qualidade organizacionalse
inter-relacionem.
Este trabalho apresenta diversos aspectos referentes à temática dos custos da qualidade
(ou
da nãoqualidade),
a
própria técnica
contemporâneaABC e
os principais
resultadosobtidos
através da aplicação de listas de verificação e de um inquérito por questionário,junto
dos alunos, colaboradores docentes e não docentes, com o objectivo de analisar a situação dos custos da qualidade baseados nacontabilidade e avaliar o grau de satisfação/motivação com a qualidade do serviço prestado na sede
do Agrupamento de Escolas do concelho de Estremoz.
Os resultados do presente estudo evidenciaram alguns beneÍícios e dificuldades da aplicabilidade da Gestão da Qualidade numa instituição de ensino.
A
cultura organizacional destetipo
de instituiçõesserá
um
dos aspectos ater
em consideraçáo, de modo a que osprincípios
da Gestão da Qualidade sejam implementadosde forma
harmoniosae
que poderá
encaminhar essas organizações numverdadeiro percurso de qualidade, numa
filosofia
de melhoria contínua até à excelência.Palavras-chave: Gestão da Qualidade, Qualidade do Ensino; Custos da Qualidade; Contabilidade de Gestão;
Melhoria
ContínuaAbstract
Implementing
aQuality
Management System
in
Teaching
Institutions
As
a crucial
factorfor
competitiveness,quality
is
undoubtedly oneof
the
foundationson which
asuccessful organization rests.
The
complexity
surroundingthe notion
of
quality
makesit
hard
to reach a consensus about its meaning, and that iswhy
it
has so manydifferent definitions.
However,all of
them have onething
in
common-
thatit
involves a continuous searchfor
improvement and excellence.Nowadays,
an
organizationthat
uses accounting methodsto
support management(namely
theActivity-based Costing method) has the
necessary meansto
identify
where
the main
costs areoriginating
from,
particularly
if
the
organizationis
somehow relatedto
teaching.It
is
thereforeinevitable
to
studyactivities, inquire
everyoneinvolved
in
the
organization'sactivities,
aswell
asdevelop and
apply
quantitative
methodsto
monitor
processesand
procedures.Moreover,
it
isespecially important that
top
managementis fully
committedto
quality
in
orderto reflect
it
on its strategy.This work
focuses on several aspects pertaining costs associatedwith
quality-
and lackof
quality-and shows the Activity-based Costing method in particular, as
well
as the main results gatheredfrom
the verification lists
and questionnaires madeto
students, teachers andstaff,
with
the
purposeof
analysing
-
basedon
accounting-
the
amountof
costs derivedfrom quality,
and evaluating thedegree
of
satisfaction and/ormotivation
as regardsthe
quality
of
serviceprovided
at a
group
of
schools in Portuguese region
of
Estremoz.The
resultsof
this
study show
that
thereare
somebenefits
in
applying
quality
management toteaching institutions,
but
there are also
some
difficulties. The
organizational
culture
of
theseinstitutions
is
one
aspectthat
should
be
taken
into
consideration,so that quality
managementprinciples can be implemented harmoniously. This may direct these organizations to the true path
of
quality,
so they can continuously seek improvement and achieve excellence.Keywords:
Quality Management; Teaching Quality; Costs of Quality; Accounting to SupportÍndice
Geral
Pág. Índice de Figuras. llliii
iii
iv
iv
Índice de TabelasÍ.rdic"
de Quadros. Índice de GráÍicos.Lista de Abreviaturas e Siglas.
PARTE
I
-
Fundamentação
Teórica
Capítulo
I
-Qualidade
e Educação: Breve resenhahistórica,
Conceitos eIndicadores..
1.1. Evolução de Ideias sobre Educação. 1.2 Conceito de Qualidade ..
1.3. Indicadores da Qualidade.
Capítulo
2-
Os Custos daQualidade
e o Custeio Baseado emActividades
(ABC)...
2.1. Os Custos da Qualidade... .
2.2. Cwteio Baseado em Actividades
(ABC)
...
PARTE
II
-
Estudo
Empírico
Capítulo
3-
OpçõesMetodológicas...
3.1. Metodologia de Investigação..
3.2. Definição da População. 3.3. Método de Pesquisa....
3.4.
Modelo...
Capítulo
4-
Realização da Pesquisa..4. 1. Resultados
Obtidos...
4.2. Análise das Hipóteses em Estudo.
4.3. Resumo da lista de verificação dos alunos.
4.4.
Cruzamento de variáveis.4.5. Resultados dos Questionários aos Colaboradores....
7 7 8
t2
t7
t7
23 35 35 404t
44 47 47 51 60 63 66Pág. 75
Limitações
ao
estudo...
8l
Conclusão
Propostas/Sugestões
de
melhoria/Intervenção
na
realidade
organizacional
em
estudo
Propostas
de
Investi
gaçáo
Futuras.
Mini
Glossário
Bibliografia...
83 85 87 89Índice
de
Figuras
Figura
1-
Evolução das ideias sobre educação.Figura 2
-
Modelo de Investigação..Índice
de
Tabelas
Tabela
I
-
Relação entre listas de verificação/questionários distribuídos e os recebidos. . .. . .. Tabela 2 - Número de alunos/ano de escolaridade.Tabela 3
-
Despesas anuais custo/aluno Tabela 4-
Despesas mensais custo/aluno Tabela 5-
Despesas médias anuais custo/aluno Tabela 6-
Grau de Satisfação dos colaboradores....Tabela 7
-
Sugestões dos alunos.Tabela 8
-
Sexo/ As instalações da Escola estão sempre limpas e com aspecto agradável... Tabela 9-
Idade / As instalações da Escola estão sempre limpas e com aspecto agradável.. '. Tabela 10-
Atendimento Presencial.Tabela I 1
-
Custeio baseado nas actividades(ABC)
.'...
Tabela 12
-
Sugestões para aumentar o grau de satisfação dos colaboradores.Índice
de
Quadro
Quadro
I
-
lndicadores da Qualidade na Educação...Quadro 2
-
Resumo dos objectivos e conclusões de alguns estudos.Quadro 3
-
Síntese dos custos de qualidade segundo Deming, Juran e Crosby'euadro 4
-
Análise dos pontos fortes e fracos do Agrupamento de Escolas deEstremoz....--Párg. 8 44 Párg.
4t
49 53 53 53 59 62 63 64 65 69 73§
Pá9.
15 20 31 38 l1lÍndice
de
Gráficos
Gráfico
I -GrupoEtário.
GráÍico 2
-
Sexo..Gráfico 3
-
Habilitações Literárias.Gráfico 4
-
Alunos matriculados no início do ano lectivo 200612007-Gráfico 5
-
Tempo de Experiência Profissional.Gráfico 6
-
Grau de Satisfaçãorelativo
à forma de implementação dos Sistema de Avaliaçãode Desempenho em
vigor.
Gráfico
7
-
Graude
Satisfaçãorelativo à
forma
comolhe
foi
comunicadoo
Sistema deAvaliação de Desempenho.
Gráfico 8 - Grau de Satisfação Relativo às Condições de Trabalho...
Lista
de
Abreviaturas
e
Siglas
SPQ
-
Sistema Português da QualidadeCNQ
-
Conselho Nacional de QualidadeIPQ
-
Instituto Português de QualidadeSPSS
-
Statistics Packagesfor
Social SciencesCBA
-
Custeio Baseado nas ActividadesTQM
-
Gestão da Qualidade TotalPág. 50 50 51 54 67 7T
7l
72Universidade de Évora
INTRODUÇÃO
No
ambientecompetitivo,
em que as empresas se inserem actualmente,a
busca da qualidade é ocaminho, talvezúnico, para a sua sobrevivência e manutenção no mercado a
longo
prazo.Presentemente,
o
foco
de qualquer negócioou actiüdade
éo
cliente. Pretende-seevitar a todo
ocusto que
estesse sintam
insatisfeitoscom
os
produtose
processos, sendocomrxn
a
todas asorganizações a procura da satisfação
total do
cliente. Comotal,
a gestão da prestação de serviçosexige
queas
orgurizações tenhamuma
atenção redobradaem
relaçãoà
qualidade.O
ideal
seriatodos
os
gestoresdas
organizações conhecereme
implementarem processosde
aferição
daqualidade e adaptarem nonnas e procedimentos que acautelem essa qualidade necessária.
O
que tecnicamente se designa de melhoria contínua dodesempeúo global
deveriaser uma meta
constante
das
organizações/empresas.Atingir
a
excelênciano
ensino
é
hoje
um
dos
grandesobjectivos das instituições
de
ensinode
todos os
graus, desdeo
pré-primiírio
ao
secundiário eparticularmente
no
ensino superior, sendoo
público-alvo
um
factorde
competitividade(Saraiva,
2003). Neste
último
sector, verifica-seuma
crescente preocupaçãocom a
qualidade, existindojá
algumas instituições
de
ensino
superior
com
sistemasde
certiÍicação
segundoo
referencialnormativo
ISO
9000, nomeadamenteo
Instituto
Politécnicodo
Porto,o
Instituto politécnico
deLeiria,
oInstituto
Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) e o Institutopolitécnico
da Guarda, entre outros.
Este trabalho
tem
como
fim
analisaros
custos
da
qualidadeno
Agrupamento
de
Escolas deEstremoz.
Mas,
paratal
é importante conhecer preliminarmente os conceitos dos dois tenmos quecompõem
a
expressão:"custos"
e
"qualidade".
No
entanto, também
se
analisaa
..Gestão daQualidade"
no
contextoda
gestão escolar,de modo
a
compreendera
importânciados
rec,rsoshumanos
dentro
da
otganização
e a
relevância
da
contabilidade
na
tomada
de
decisõesadministrativas/financeiras, assim como estratégias da gestão de topo, que poderão ser tomada com
base em relatórios contabilísticos.
Universidade de Évora
Qualidade
A
ideia inicial
de
quatidadesurgiu nos
EstadosUnidos
e
têm corrido
o
mundo'
Recentementetornou-se algo
de
imprescindível em
tudo e
em
todasas
organizaçõesde
diversas amplitudes'paladini
(lggl)alude
quedificilmente
se encontrará uma definição de qualidade com tanta riquezaem tão poucas palavras quanto
fez
Juran e Gryna(1991)
ao conceituarem qualidade como Jitnessfor
use(adequação ao uso). Talvezesse seja um dos conceitos mais disseminados na literatura sobre o tema. Porém, muitos outros conceitos existem, pelo que, serão abordados neste trabalho na ParteI
ponto
1.2.Gestão da
Qualidade
euando se fala em processos, há claramente a necessidade em assegurar um conjunto de actividades essenciais para o planeamento, desenvolvimento e implementação de
um
serviço. Estas actividades devem ser eficientes, mas também eficazes, assim como deve existir uma integração plena ao longode toda
a
organização.A
sua aplicabilidade envolve necessariamentea
melhoria de
todas estasactividades
e
as
suas inter-relações(Pires,
2OO7).Quando
se abordaa
melhoria,
estadeve
sercontínua,
sendouma parte
essencialda
Gestãoda
Qualidade.Esta
refere-seà forma
como
asorganizações podem melhorar
o
seu desempenho e o necessário esforço para que sejam prestados serviços tendo em vista a excelência.Custos da quaHdade
Para Juran
(1992a)e
Campos (1996), os custos de qualidade são aqueles que não deveriamexistir
se o produto fosse fabricado perfeitamente logo da primeira vez, ou seja, se não houvesse falhas de produção, que levam a retrabalho, desperdícios e perdas da produtividade. Os custos da qualidade sãoum
importanteindicativo
para avaliar quanto as empresas estão a perder (ou deixar de ganhar)por
não executaÍem uma produçãoou
serviço comum
sistema de qualidade. Então, os custos da qualidade procuramidentificar e
apontar as falhas existentes, assim como os custos para prevenir problemas decorrentes dessas mesmas falhas'Universidacle de Évora
Os
custosda
qualidade oferecem suporteà
gestãode
custos,em conjunto
com
programas dequalidade
ou de
melhoria contínua,
aüavésde
informações
quepossibilitam
gerir
estratégias,planear objectivos nas áreas mais críticas em firngão dos custos.
para Juran e Gryna (1991),
apudAlves
(2001), a mensuração dos custos da qualidade é vista pelosadministradores
como a
forma
de se atendera vários
objectivosou
questões, dentreos
quais sedestacam:
+
âurtrertar a produtividade através da qualidade;-
avaliar os pÍogramas de qualidade por intermédio de quantificações físicas e monetárias;-
coúecer
na realidade o quanto a empresa está a perder pela falta de qualidade;-
revelar o impacto financeiro das decisões de melhoria;---+ tomar a qualidade um dos objectivos estratégicos da organizaçío;
-
identificar
as oportunidades paradiminuir
a insatisfação dos clientes;-
identificar
as principais opornrnidades para a redução dos custos;+
expandir o controlo orçamental e de custos da qualidade;-,
estimular o aperfeiçoamento da qualidade por meio de divulgação.Verifica-se, portanto, diante do exposto que os conceitos de custos da qualidade são aplicáveis em qualquer tipo de empresa.
por
outro lado, a gestão de custos da não qualidade não éum ciclo
finito
de operações. Uma vezatingidos os
resultados esperados, estas deverão ser reavaliadase
partir
paraum novo ciclo
demelhorias dos processos. Novas metas devem ser estabelecidas para o aperfeiçoamento contínuo do processo.
O
acompanhamento periódico dos relatórios de custos de não qualidadeserviní
de base para a tomada de decisões, quanto amelhoria
contínua dos processos. Pelo que, estaimplica
naconstante busca
pela
excelência,
satisfaçãodos
clientes
intenoose
externose
crescimento da empresa(Alves,2001).
Importância
doEstudo
Este habalho
foi
consequênciade uma
necessríriareflexão
fruto de
análise
e
de
situações vivenciadas, além do manifesto interesse geral em analisar quais os custos/aluno, a importância e as vantagens deum
Sistema de Gestão da Qualidade,com
base numa contabilidade de custos numainstituição de ensino. paralelamente, pretende-se perceber a motivagão pela temática da qualidade
nnma
organizaçío escolarcom o perfil
de
Agrupamentode
Escolas.Em
particular,
pretende-se sensibilizar a importância dos recursos humanos, como sendo os intervenientesprincipais
de todo3 Mestraclo em Gestão
Universidade de Évora
este processo
e,
em
concomitante sifuação,
destacaro
valor
da
contabilidade,
que
perrrita
infonnação apropriada e atempada, paÍa a tomada de decisões de gestiio
o
mais correcta possível, podendo assimcolher
informação adequada aos custos, fazendohábito
das técnicas de qualidadecom o
auxílio
de uma das possíveis ferramentas da qualidade,o
designado método Activity basedcosting
(ABC).
Citando
Ribeiro
(1998), a preocupaçãorelativa
à melhoria da qualidade da educação não é recente.Muito
se alterou, masmuito
é preciso fazer. Quanto à reorganização da adminishação educacional,há que inverter a tradição de uma gestão centralizada, transferindo poderes e responsabilização para
os planos regionais
e
locais.Por oufro lado,
um
ensino de qualidade traduz-se, necessariamente,num
sucessoescolar
alargado,que
representaum
problema candenteno
panorama educativointemacional
e
identicamenteno
caso português,
que se
revestede
particular
acuidade pelaincidência elevada de insucesso no ensino básico. Sendo complexa a resolução deste problema, que extravasa
o
campo
do
processo ensino-aprendizagem,julga-se
que
alguns "maleficios',
seriamminimizados
se
a
gestãode
cada estabelecimento, neste casoo
Agrupamento
de
Escolas deEstremoz, adoptasse um sistema integrado de Gestão da eualidade.
Para
melhor
compreensão do problema, este trabalho teve por baseum
estudo desenvolvido peloprofessor
Dr.
Alexandre Ventura (2008),
dadoque explica
quea
estratégiada
escola está maisligada a noções de autonomia, decisão e projecto, e também pretende:
1)
Proporcionar o conhecimento e a avaliação crítica da escola portuguesa do ponto de vista dasua estrufura organizacional e funcional;
2)
Analisar
as práticas de administração e de gestão vigentes nos estabelecimentos de educaçãoe
ensino portugueses(e
na administraçãodo
sistema educativoem
geral), valorizando as experiências anteriores e oscoúecimentos
adquiridos;3)
Aprofundar coúecimentos sobre
qualidade
e
avaliação
institucional
num
quadro
deincremento das margens de autonomia das organizações escolares;
4)
Robustecer
a
capacidadede
liderança
pragmáúicae
empenhadano
sentido
de
umaadministração e gestão adaptadaà especificidade de cada estabelecimento de ensino;
5)
IdentiÍicar,
contexfiializar epropor
processose
instrumentosde
administração altemativosem ordem a um melhor funcionamento das organizações escolares.
Neste sentido, poder-se-á afirmar que
um
Sistema de Gestão da Qualidade certamenteiria
agradar àpopulação interna e extema do Agrupamento, pois em tennos de qualidade na gestão todos sairiam
a ganhar, a sua melhoria representa ganhos para a população e para a educação.
Universidade de Évora
A
escola deve usarcriatividade paÍa mobilizar pais,
alunos, professorese
funcioniários para umdebate sobre a sua qualidade. Cartas para os pais, faixa na frente da escola, divulgação no
jomal
ouna
rádio local
e discussão da proposta em sala de aula, são algumas possibilidades depublicitar
edar
início
a algumasiniciativas
para sensibilizar, fomentar e promover a qualidade(INEP,
2008).Estes autores sugerem também que, para os trabalhos decorrerem
bem
e
com a
participação detodos,
é
precisodivulgar
as
actividades propostas,providenciar com
antecedênciaos
materiaisnecessários e disponibilizar um espaço para receber a comunidade.
Objectivos
Com
este trabalho pretende-se analisar a importância da implementação deum
Sistema Integrado de Gestão da Qualidade e a relevância dos Custos da qualidade inerentes, de modo a detemtinar osbeneficios da sua aplicação na sede do Agnrpamento de Escolas no concelho de Estremoz.
Pretende-se também:
1)
Analisar a actual situaçãono
Agrupamento de Escolas deEstemoz,
em relação à temáticada
qualidade, atravésde
uma
análisedos
pontosfracos
e
fortes, de modo
a
perceber o interesse e a sua receptividadejunto
da comunidade escolar.2)
Percebero
grau de satisfação dos colaboradores em geral e quais as alternativas sugeridas para optimizar o clima organizacional.3)
Entendera
importância
de uma
contabitidadeanalítica para ajudar
a
obter
o
mapa
da Demonstração de Resultados atanpada, para uso de estratégias de melhorias oporhrnas.Questões de investigação
Neste sentido, procurar-se-á:
1)
Calcular
qual
o
grau
de
ensino
onde
o
custo/aluno
é
mais
elevado
e
qual
a
maior
percentagem de despesa verificada nas várias escolas do Agrupamento.
2)
Analisar o conceito de quatidade e o porquê da sua indispensabilidade nas organizações.3)
Estudar resultados dosúltimos
dois
anos,no
que
se referea
ta:rasde
transição, sucesso escolar, ta:ras de abandono, níveis de satisfação, relacionando com a melhoria da qualidade organizacional.4)
Apreender o envolvimento dos colaboradores do Agrupamento em actiüdades na resoluçãode problemas, utilizando métodos de melhorias, controlo de processos e da qualidade.
5 Mestrado em Gestão
Universidade de Évora
5)
tdentificar as expectativas e motivação dos intervenientes, na probabilidade da concretizaçãoe
implementação deum
Sistema de Gestão da Qualidadeno
Agrupamento de Escolas de Estremoz6)
Identificar
qual o uso que a gestão faz da contabilidade de custos na busca da qualidade e noplaneamento das suas estratégias.
7)
IdentiÍicar
a noção existente nos profissionais em relação aos proveitos que se podem obtercom base na contabilidade.
Organização
doEstudo
Esta dissertação está estruturada em quatro capítulos.
Após uma breve introdução, a primeira parte aborda a fundamentação teórica da presente pesquisa,
apresentando estudos nacionais e internacionais sobre as temáticas principais do estudo.
Na segunda parte, no capítulo 3 - Metodologia, apresenta-se o método utilizado no estudo empírico,
os objectivos da investigação e as hipóteses em análise.
Na terceira pâÍte, capítulo 4, apresenta-se os resultados obtidos e a sua análise.
Por
último,
são apresentadas asprincipais
conclusões obtidas, algumas limitações ao estudo, bemcomo
propostas/sugestõesde
melhoria/intervenção
na
realidade organizacional
em
esfudo
e propostas de investigações futuras.Universidade de Évora
PARIEI-CaPítulo1
Qualidade
e
Educação:
Breve
resenha
histórica, Conceitos
e
Indicadores
'A
qualidade é a nossa melhor garantia da fidelidade do cliente, a nossa mais forte defesa confa acomietiçao estrangeira e o trnico crmiúo paÍa o crescimento e paÍa os lucros.
"
Jack Welch (2008)
1.1
Evolução
deIdeias
sobre EducaçãoAs
organizaçõesdo
sectorpúblico
enfrentam maiores dificuldades que asdo
sectorprivado
paramelhorarem o serviço a clientes (Donaire, 1999). Estas instituições caracterizam-se por não terem a
relação
organizaçáo versuso
meio
ambiente articuladacom
os objectivos
organizacionais, por serem essencialmente reactivase muito
morosasna
modificação
da
estruturae do
sistema defuncionamento
§eves,
1996).As
mudançasvividas
nas
décadasde
80
e
90
do
século
XX,
ao nível mundial' em
termos económicos, sociaise
culturais, com
a
transnacionalizaçãoda
economiae
o
intercâmbioquase
imediato
de
conhecimentose
padrões
sociais
e
culturais,
atravésdas
novas tecnologias
dacomunicagão, entre outros factores, têm provocado uma nova actuação na organização das
políticas
públicas, por meio de um movimento de mudança de poderes e responsabilidades dos governos paÍa
as com,nidades locais
Ventt,a
(2008) (verFigura
1). Na educação,um
efeito deste movimento sãoos processos de descentr arizaçáoda gestão escolar, hoje percebidos como uma das mais importantes
tendências
das reformas
educacionaisao nível mundial'
É
um tema
importante
na
formaçãocontinuada dos docentes e nos debates educacionais com toda a sociedade
(Abo-Dúou,2002)'
Este trabalho foca apenas a temática da quaridade na sua generaridade, mas em diferentes variáveis
similares
ao
estudo damesma,
fazerdouma
aplicação empírica ao Agrupamentode
Escolas de7
Estremoz.
Universidade de Évora
Figura
I
-
Evolução das ideias sobre educaçãoFonte: Ventura,2008
1.2. Conceito de
eualidade
Segundo
Rocha Qoo6),
a
qualidade
vista
no
contexto de
gestão
e
da
organ izaçãoimplica
determinados elementos, que com a sua ausência não se poderá dizer que
a
organização possui umapolitica de
qualidadeou
que
desenvolvauma
estratégiade
implementaçãoda
qualidade. Estedefende que em
primeiro
lugar tem queexistir
o compromisso dos gestores de topoda
organizaçáoe
ao
mesmo
tempo
é
necessiáriauma
mudança
da
cultura
organizacional
e
da
Íilosofia
daorganização, em
prol
decultura
contníria aodo
tipo
Fordista, que inverta apirâmide de controlo.
Passando de uma gestão
tradicional
a uma Gestão da Qualidade total, em que nocimo
da pirâmidefica
a gestão de topo,tal
como na tradicional, com a significativa diferença da pirâmide apresentar forma invertida.No
entantoe
referenciandoBrocka e Brocka (1994), não
se poderáomitir
os sete mesffes mais populares da qualidade, embora com pontos de vista diferentes.
por
outro lado, Rocha (2006) temuma
visão
um
pouco díspar dos principais teóricos
da
qualidade.Refere que
o
contributo
deDeming assenta em dois elementos principais:
l)
Qualidade bemdefinida
em termos de satisfação do cliente, pois o objectivo que pretende noseu estudo de preferências é ajustar os produtos ao público.
2)
Qualidade multidimensional, é impossível dedefinir
a qualidade de um produto ou serviço em termos de uma simples característica.
Neste sentido, dentro
da
organização há que criar um movimento contínuo de melhorias.Melhoria
da
qualidadeleva ao
aumento
da
produtividade permitindo
redução
dos
custose
dos
preços,8
É
TI
a
5
Õ
e
fr
sÊÊEs"4s
5Écrnlcr f{.xt z',0 Í} ."l!ffiüãffi
,ffitr',
Universidade de Évora
provocando
gm
aumentodos
mercados,dando continuidade ao negócio
e
paralelamente maisemprego e melhor recuperação do investimento (Pires,2002).
Continuando a
citar
Pires (2002), este refere queo
conjunto
de pontos de referência, mantém-se actuais para quem pretendapartir
do zero na implementação da qualidade. O mesmo autor salientaouüo dos
rostos
relevantesda
qualidade,
güGé
Juran,
conhecidopela
trilogia da
qualidade(melhoria,
planeamentoe
controlo da
qualidade). Este assume queo
objectivo da
gestãoé
o
dealcançar um melhor desempenho paÍa aorganização e não o de manter o
nível
actual Juran sustentaque
pelo
menos 85% das falhas em qualquer organização são falha dos sistemas controlados pelagestão. Menos
de
l5Yo dos problemas estão relacionados com os ü:abalhadores.Assim
sendo só agestão pode ser responsável pela melhoria do desempenho da organizaçáo (Pires,
2002)
Para Pires (2002) o modelo üadicional de qualidade pode ser sintetizado da seguinte forma: redugão
dos custos
com
pessoas, métodose
equipamentosprovoca
custosmais
baixos.Por
suavez,
um acréscimodo
lucro e da
recuperaçãodo
investimento, acarreta a continuaçãodo
negócio. Nestemodelo,
a
qualidade
é
vista
como
um
elemento
que
adiciona custos
e,
portanto,
afecta negativamente a produtividade.Citando
Saraiva (2003),
Kaoru
Ishikawa,
a
partir de
ensinamentos recebidosde
especialistas americanos, nomeadamente de Deming e Juran e da sua experienciana
área da qualidade, elaborouestudos associados
aos círculos
da
qualidade, usandovários
instrumentostais como:
gráficos, estudo de casos, brainstorming, análise de Pareto, diagrama de causa-efeito, entre outros.De
acordo com
a
suafilosofia
base,os
círculos
da
qualidade constituem tambémum
meio
demotivação dos executantes através do envolvimento no trabalho, responsabilidade, desenvolvimento profi ssional, realizaçáo pessoal e relacionamento humano.
Após a experiência japonesa, viírios autores americanos debruçaram-se sobre questões da qualidade,
tentaram transpor experiências para empresas ocidentais. Destacam-se Crosby (1979),
Tom
Peters(1987) e
ClausMoller (lgg2),
com
factos bem concretos de como qualidadenão
é
sinónimo decusto, mas de melhoria e bem-estar.
Um
dos princípios cruciais expostospor
Crosby (1979) consiste em afirmar que quando se discutequalidade está-se afratar com problemas de pessoas: a abordagem não só se baseia neste princípio,
como assume as ideias
já
descritas de Deming eJuran-9 Mestraclo em Gestão
Universidade de Évora
Juran (1988)
define
qualidadecomo
"ser
apropriadopara
o uso ou propósito" e
prefere
essadefinição à de "conformidade com especificação". Assim, define qualidade segundo duas ópticas:
óptica
de
resultados,
a
qualidade consiste
nas
característicasdo
produto
que
satisfazem as necessidadesdo
cliente e geram lucros; e a óptica dos custos, a qualidade é a ausência de erros defabrico, o que leva à diminuição dos custos da empresa.
Crosby (1979) identifica seis
factores
chave
paru
a
Gestãoda
Qualidade,
que
peÍmanecem actualizados e úteis apesar das evoluções que os conceitos e noÍmas da qualidade foram adquirindo,são eles:
l)
Qualidade significa conformidade e não elegância;2)
Não existem problemas da qualidade;3)
Não
existe uma
economiada
qualidade(nível
económicoda
qualidade),é
sempre maisbarato fazer bem à primeira vez;
4)
A
única medida de desempenho é o custo da qualidade;5)
O único padrão de desempenho é o de zero defeitos;6)
Qualidade não tem custos.Em
síntese, todas as abordagens salientama
necessidade demelhoria
contínuae
a
mudança deatitude a todos os níveis. Uma organização leva tempo e necessita de ser gerida no
longo
prüzo e a qualidade começa num conjunto de atitudes pelas quais a gestão tem a responsabilidade miáxima.Baseado em esfudos comparativos entre o número de falhas norte-americanas e japonesas, David
A.
Garvin, professor
da
Havard
Business
School (1988)
desenvolveu
uma
obra voltada
aoesclarecimento
do
conceitoe
aplicação da qualidade. Segundo este,a
quatidade deve ser gerida, mas, precisa serprimeiro
entendida.As
dimensões da qualidade tornam-se mais do que simples subtilezas teóricas, passam a constituira base do uso da qualidade como arma de concorrência.
Ainda
sobrea definição
de qualidade,Paladini
(1997) refere que para Taguchi,"a
qualidade é a perda monetária imposta à sociedade apartir
do momento que o produto sai da fábrica", ou seja, doponto de
vista
devalor
agregado, pode-se conceber a qualidade de um produto como determinadapelas perdas económicas provocadas
à
sociedade comoum
todo, desdeo
instanteem
que ele é colocado à venda.Universidade de Évora
Sendo
o
conceito
de
qualidade
em
educaçãomuito
diÍicil
de definir, Ethier (1989)
referebasicamente que este está concentrado em três parâmetros distintos:
1)
Qualidade dos recursos humanos, materiais e financeiros de que deve disporum
serviço de educação;2)
Qualidade do processo educativo em que os programas e os métodos exprimamtodo o
seupotencial;
3)
Qualidade dos resultados escolares, mas também dos relacionados como
desenvolümentopessoal e social dos estudantes.
Moller
(1992) concebe a qualidade como dois factores: a qualidade técnica e a qualidade humana.Entende
por
qualidade técnica"a
obtençãode lucros",
pois
estaüsa
satisfazer as exigências eexpectativas concretas
como tempo,
qualidade, finanças,taxa de
defeitos,função,
durabilidade, segurança,garantia.
A
qualidade humana
está
"além dos
lucros",
ou
seja,
visa
satisfazer expectativas e desejos emocionais como lealdade, comprometimento, consistência, comportamento,credibilidade, atitudes, atenção. Ressalta que os dois conceitos são complementares.
Crosby (1979)
definiu
qualidade
em
termos
concisos,
ao
conceituá-la
como "qualidade
éconformidade
com os
requisitos".
Assim,
seum
produto
satisfaztodos os requisitos
para
esteproduto
de acordo com seu modelo-padrão, é um produto de qualidade. Se o produtofor
fabricadocorrectamente na
primeira vez,
entãoos
desperdícios seriam eliminadose
a
qualidadenão
seria dispendiosa.Já Oakland (1994)
aÍirma
que a noção de qualidade depende fundamentalmente da percepção de cada um. O que tem qualidade para algumas pessoas pode não suprir as necessidades de outras. Ouseja, o conceito de qualidade dependeria da percepção pessoal do indivíduo.
Para
Caravantes(1997),
a
Gestão
da
Qualidade consiste
em
desenvolver,
criar
e
fabricar
mercadorias mais económicas, úteis e satisfatórias para o comprador.
Administrar
a qualidade seriatarrbém
administrar o preço de custo, o preço de venda e olucro.
Refere também que as empresastêm a sua própria visão de qualidade.
A
maioria
das diversas abordagens mencionadas compartilhaum
ponto em comum, a satisfação dasnecessidades
do
consumidor. Essa satisfação pode estar representada,por
exemplo, na adequaçãoao uso,
defendidapor
Juran
e
G4ma
(1991), nas
característicasde
produtos
ou
serviços
quecorrespondam
às
expectativasdo
cliente;
nas dimensõesda
qualidade apresentadaspor
Garvin (1938) em que o cliente prefere uma ou mais dessas dimensões.t1
Universidade de Évora
Outros autores, quando investigam a qualidade das escolas ou dos sistemas educativos, inclinam-se mais para a qualidade dos recursos, para os métodos pedagógicos sobre a qualidade do processo e dos resultados.
A
realidadeé
quetodos os
elementosdentro
da
organização escolar,podem
contribuir
pa;Ía aqualidade
do
sistema,o
sucessodo
mesmo
e
dependeda
interacção harmoniosade
todos
oselementos, no sentido de se completarem, se apoiarem e contribuírem para os objectivos globais do
sistema
da
organização.Pelo que,
existem medidas
que,
pelo
seu
poder multiplicador,
sãoestrategicamente
prioritárias
(Cunha,
1997).É
o
casoda
promoçãoda
qualidadedos
recursos humanos e materiais, promoção directa da excelência dos resultados, entre outras.1.3.
Indicadores
daQualidade
O uso
de
indicadores como ferramenta deauxílio
na tomada de decisão no contexto da qualidade,permite
coúecer e medir
o
desempenhodos
serviçose
das organizaçõese
assumeum
papelfundamental na tomada de decisão
com vista à
melhoria contínuade
seus processos, garantindodessa
forma um
eficaz meio de atender as necessidades dos clientes internos e externos (Paixáo et aL.,2005).Os
indicadores de qualidade nãofocam
resultados financeiros, mas podememitir
dadosde
vital
importância na acção de estratégias para a realização de planos de actuação, focando a melhoria do
processo, quando estes se encontram fora dos objectivos e visando sempre melhorá-los.
Os
indicadores são apenas ferramentasde
análise, que carecemde
ser orientadose
geridos deforma
a
atenderos objectivos
da
organização. Respeitando osníveis de
informação estratégica,percolTem
toda
a
hierarquia
da
organizaçãoe
devem ser
conhecidosna
íntegrapor
todos
oscolaboradores (Paixão et al., 2005).
Esta ampla divulgação dos indicadores, em todos os níveis organizacionais, tenta,
no
contexto daqualidade,
coúecer e
medir
o
desempeúo dos
serviçose
das organizaçõese
assumeum
papelfundamental
como
respostaà
necessidadede
relacionar
custos/beneficiose
aferir
o
grau
desatisfação dos seus clientes (Paixão et a1.,2005).
Para este mesmo autor, os indicadores são imprescindíveis em qualquer avaliação deste
tipo,
são osindicadores de qualidade que ganharam importância com a implantação dos sistemas de gestão da
Universidade de Évora
qualidade. São importantes ferramentas de gestão que fornecem run
valor
de referência apartir
do qual se pode estabelecer uma comparação enfie as metas planeadas e o desempenho alcançado.Cada
organizaçio,
consoante as necessidades, estabelecee
classificaos
indicadores mediante arelevância
dos
mesmospara os
projectos
ou
estatégra que
pretende alcangar. Sendoque
osindicadores da qualidade na educação devem ter parâmetros diferentes dos da saúde ou da produção
automobilística, entre outros.
Segundo
Durski
(2003), a qualidade é umavariável
dedificil
quantificação.A
literatura apresenta inúmeros indicadores que visam quantificar a qualidade sob as mais diferentes perspectivas.Segundo Takashina
e
Flores
(lgg7),
as característicasda
qualidadepodem
ser classificadas emprimária,
secundária e adicionais.A
característicaprimária
está associada à finalidade do produtoou serviço; a secundária é
um
diferenciadoÍ em relação a outros produtos com desempenhosimilar
e
as
característicasadicionais
compreendema
qualidade intrínseca,
a
entrega
e
o
custo.
A
combinação coerente de todas estas características faz com que
o
cliente opte porum
determinadoproduto ou serviço.
partindo
da
definição
de Durski
(2003),
os
indicadoresde
qualidadeutilizados para avaliar
odesempenho
da
cadeiaprodutiva
e/ou
de
seuselos,
estãodivididos em três
grupos:
produto,processo
e
fomecedores,os
quais
abordÍlm as três características mencionadaspor
Takashina e Flores (1997): primríria, secundtíria e adicional.l)
Qualidadedo produto: pode
sera
qualidadedo
produto
final,
produzido pela
cadeia, oupelos produtos
intermediários,
produzidos
nas
diversas
ligações
(e.g.
característicasespecíficas;
preço; disponibilidade;
gastoscom
garantiaoferecida; número
de
produtos devolvidos por unidades vendidas; avaliagão dos consumidores e de revistas especializadas).2)
Qualidade do processo produtivo (e.g. índice de defeitos nofinal
do processo; retrabalho emrelagão
ao total
produzido; produtos
rejeitadosem
relaçãoao total
produzido;
dias
de produção perdidos por intemrpções não previstas).3)
eualidade dos fomecedores (e.g. ta:ra de qualidade, em que são definidos de acordo com ascaracterísticas de cada fornecedor, nos diversos elos da cadeia).
Segundo Takashina e Flores (1997) os indicadores de
desempeúo
da qualidade necessitam terum
índice associado bem
explícito
e, se possível,simplificado;
uma designação dos responsáveis pelarecolha dos dados; uma divulgação
arrpla
para a melhoria e não para a punição;uma
integração com quadrosinforrrativos
ou com sistema de informação da gestão quando eles existirem.13 Mestrado em Gestão
Universidacle de Évora
Segundo Martins e
Neto
(1998) é importante que os funcioniários das empresas sejam preparados a interpretaremos
índicesdos
indicadorese,
dessaforma,
saibam quais as acçõesa
tomarem emvirtude dos resultados alcançados.
Todos os
indicadoresde
qualidade,nos
seusgraus
de
abrangência, precisamter
padrões de comparação. Os padrões podem ser resultados de benchmarking ou metas da organização. Dessaforma,
estespodem
ser utilizados pela
organizaçãopara
o
controle
e
melhoria, reactiva
ou proactiva.No primeiro
caso, os indicadores de desempenho sinalizam onde deveagir
para repararuma causa especial arúiga
ou atingir um
desempenho nunca antes atingido. Já no segundo caso osindicadores são utilizados como parte da infonnação necessária, para propor acções de prevengão a problemas futuros ou para desempeúo superior alcangado pela organizaçáo.
Segundo
o
mesmo
autor,
uma
acção
de melhoria
reactiva
ou
proactiva,
feita
com
base nainformação contida nos indicadores, tem grande probabilidade de ser realizadapara
contribuir
para o objectivo principal da organização.Indicadores
deQualidade na
EducaçãoOs
Indicadoresda Qualidade na
Educaçãoforam
criados paraajudar
a
comunidade escolar naavaliação e na melhoria da qualidade da escola, este é o seu objectivo principal.
Para respeitar
a
complexidadedo
significado de
qualidade educativa,o Ministério
da
EducaçãoBrasileiro criou os
indicadores
organizadosem
sete dimensõesou
sete diferentes aspectos daqualidade
da
escola. Essas dimensões garantemque
a
qualidade educativa seja considerada deforma ampla e de acordo com as realidades avaliadas pelo
Ministério
da Educação do Brasil (2004). Estas dimensões estão referenciadas no quadrol.
A
avaliação dos indicadores levaà
avaliação da dimensão, buscando chegara
consensos sobre asituação da escola
em
relação aos indicadoresou
identificando as opiniões conflituantes, quandonão
for
possível chegar aum
consenso, de modo a seguir o melhor caminho no constante processo de melhoria da qualidade.Em
Portugal,o
Ministério
da Educação produz estatísticas anível
de cada escola através de umaplataforma
informática
MISI,
à qual
nãoé
possível acederliwemente.
Porém, seria interessante obter-se uma visão geral da sifuação do País, de modoa
efectuar-se uma comparação com outrosUniversidade de Évora
países. Seria igualmente curios
o
realizar comparações em relação à taxa de abandono, por exemplo.Este
tipo
de
informaçãopoderia ser
singularpara
a
avaliação daprópria
escola, assimcomo
apercentagem de reprovações em cada ano lectivo.
1
-
Indicadores
dam
Fonte: Adaptação de
INEP
(2008)É
essencial que cada escola tomecoúecimento
das estatísticas educacionais e principalmente da sua sihração em relação às demais escolas, à média da região e, por conseguinte, do país. Isso ajuda a comunidade aidentificar
melhor os problemas, dimensionando-os num conjunto maior. Assim, éimportante
a
divulgação
de
estatísticas educacionaisde
cada escola, assimcomo
alguns dadosimportantes obtidos
no
ano
anterior,
tais como
número
de maficula,
funções
dos
docentes,qualidade das instalações e equipamentos, taxa de reprovação, número de alunos
por
turma, entre outros.Foi
criadoum
Sistema de Qualidade em Serviços Fúblicos pelo Decreto-Lein'
166-A/99,de
13 deMaio
de 1999 (D.R.n
1ll/99
SuplementoI-A
Série). Este diplomainstitui o
Sistema de Qualidadeem
Serviçospúblicos
(SQSP)e
visa proporcionaÍ
aos serviçose
organismosda
Administração pública, os mecanismos de demonstração da qualidade dos seus procedimentos, dos seus sistemas edos seus bens e serviços, de acordo com
um conjunto
de princípios de gestão efrcaz e eficiente e fu ncionamento desburoq
atrzado.15 hIIIICADORES
DIMEN§ÕE§
solidariedade, à disciplina, ao combate à discriminação e ao exercício dos direitos e
deveres e
à
alegria, à referem-se ao Nesta os Ambiente educativo Iplaneamento das actividades educativas, sobre as estatégias e recursos de ensino-àprendizagem, os processos de avaliação dos alunos, incluindo a auto-avaliação e a
da escola dos
sobre o Reflecte-se sobre
a
proposta pedagógica2 Pnâüca pedagógica e avaliação Ensino e aprendizagem da leitrua e da escrita desenvolvimento e a alfabetização aproposta paÍa m da ao escrita básica;
de leitura educação aponta
habilidades longo
e hábitos a
têm
alunos desenvolver motivação paÍa
o§ paÍa que opornrnidades infonnrática de biblioteca da e uso incluindo 3
das decisões, a pÍeocupação com a com a
custo/beneficio e o
4 Gestão escolar democnítica
Analisa os processos de formação dos professores, sobre a suficiência, assidúdade e estabilidade da equipa escolar
Forrração e condições de tabalho dos orofissionais da escola 5 escola, a disponibilidade escolares na recu§os dos sao obom G aproveitarnento Nesta dimensão, dos ea recul§o§ desses a
e qualidade organização espaços 6 Espaço fisico escolar
Ílalor
alunos os
são
sao: queapresentam
Asperguntas pnncrpars escola? rEI Onde faltam nlals sao
noprocesso deaprendizagem? Quem aqueles que
são os alunos
dificuldades?
vivem? sao as sua§l que
como
e eles Quais Quem
os motivos?
abandonaram ou evadiram? 7 Acesso, pennanência e
sucesso na escola
Universidade de Évora
Define
qualidadecomo uma filosofia de
gestão,que permite
alcançaruma maior
eficácia
eeficiência dos
serviços,a
desbtxocratizaçãoe
simplificação dos
processose
procedimentose
asatisfação das necessidades explícitas e implícitas dos cidadãos.
Os serviços e organismos da Administração
Fública
devem elaborar, progressivamente, Cartas deQualidade
e
Liwo
de
Reclamaçõesnos locais
de
atendimentode
utentesdos
serviços públicos obrigatório a sua existência (Resolução do Conselho de Ministros no 189196 e D.R.n"
276,de 2g deNovembro de 1996 Série
I-B).
O
Decreto-Lei
n"
9194,de
13 de
Janeiro
de
1994,define os princípios
gerais
da
formaçãoprofissional na Administração Pública. Considerando que a modemização administrativa impõe o
correspondente
desenvolvimento
das
capacidadesdos
recursoshumanos
da
função
pública,nomeadamente
na
sua qualificaçãoproÍissional e
quea
fomração éum
instrumentoprivilegiado
paÍa
a
melhoriada
qualidadedos
serviços, estediploma cria os
mecanismos legaise
os
meiosinstrumentais que asseguram o desenvolvimento quantitativo e qualitativo da formação.
Outra medida no sentido de obtenção da qualidade e base para a implementação de
um
Sistema de Gestão da Qualidade estão criadas e legisladas desde quefoi
homologado o Decreto-Lein"
234193, de 2 de Julho de 1993(D.R.no
153 SérieI-A)
queinstitui
o Sistema Português da Qualidade(Spe).
Tem
como objectivo
proporcionar
aos
agentes económicos nacionais
um
modo
crível
dedemonstração da qualidade dos produtos e serviços.
Desta análise
à
legislação, conclui-se que esta apresenta regras básicas para implementação nosserviços
e
que
os
conduzaa
uma
posiçãode
qualidade superior.Não
se pode afirrnar
que
alegislação esteja em falta, apenas menos bem aplicada pelos serviços.
Quando se
fala
em
motivação, satisfaçãono
trabalho,
informação, colaboradores, comunicação,avaliação de desempenho, condições de trabalho, higiene e segurança no trabalho, são indicadores da qualidade que se pretende analisar em relação com toda a comunidade escolar.
Seguidamente abordar-se-á
os
Custosda
qualidade, tema demuita
evidência quando se analisa qualidade em qualquertipo
de empresa ou ramo de actividade.Universidade cle Evora
CaPítulo
2
Os
Custos
da
Qualidade
e
o Custeio
Baseado
em
Actividades
2.1. Os custos da
qualidade
Sellês et
al.
(2002) defendem a importância de estudar a distribuiçãoe
evolução dos custos, para ajudar a desenvolver a actividade organizacional. Por suavez,reafrÃam
que a qualidade é hoje um elernentocrítico não
só
nas
empresas comerciais,como em
qualquer aspectoda vida que
se considere fundamental.por
conseguinte, concluem que, não obstante, paragerir
adequadamente aqualidade é preciso
um
método permanentede
evoluçãoe
medida, que pemritaquantificar
comclarezaos pontos fortes e as áreas susceptíveis de melhoria.
Esses mesmos autores
ao
observaremo
tema
concluíram
que
a
existência
de
um
Custo
de eualidadeTotal
oscilade
l1Yoa2}Yodo
valor dasvendas,püz33Yo
das organizações que não têmum
Sistemas de Gestão da Qualidade(SGQ).Assim,
compreende-seo
facto da implementação deum SGe
poderter um papel
essencialno
desenvolverde uma
gestãode
qualidade,e
será semdúvida o camirúo para que as organizações sobreüvam e se tornem competitivas.
para Sellés et
al.
(2002) embora toda a relevância affás referida na medição da qualidade, não sãoapenas
as limitações
da
contabilidade
da
adminisfiaçãopública, mas
tarnbérnnas
empresas acontabilidade
tradicional
que não conseguem fazerfrente
ao paradigma da competitividade. Esteautor concluiu que
a
grandemaioria
das empresasda província de
Alicante-Espanhanão
estãocertificadas,
logo
apolitica
destas empresas não é baseada ern crílculos contabilísticos de Custo daeualidade
Total,
talvez
por
falta de
formagão
da
gestão,
ou
provavelmente
porque
existeinsuficiente
informação
explícita
de
como calcular
tais
custos. Esclarece
ainda, que
uma percentagem reduzida de empresas está certificadas pelas normas da série ISO 9000 e que algumas delaso
fazemapenas por uma questão de marketing.percepciona-se