• Nenhum resultado encontrado

Organismos de bacias hidrográficas

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Organismos de bacias hidrográficas"

Copied!
269
0
0

Texto

(1)

Organismos

de Bacias

(2)

Organismos

de Bacias

(3)

Organismos

de Bacias

3

Organismos de

Bacias Hidrográficas

Workshop 26/2/2002

-Rio de Janeiro

Organismos de

Bacias Hidrográficas

Workshop 26/2/2002

-Rio de Janeiro

Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Secretaria de Estado de Saneamento e Recursos Hídricos

(4)

Organismos

de Bacias

4

Depósito legal na Biblioteca Nacional conforme Decreto n° 1.825, de 20 de dezembro de 1907.

Ficha catalográfica

Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Rua Pinheiro Machado, s/n°

Palácio Guanabara - Prédio Anexo / 2° andar Laranjeiras - RJ

22 238 - 900

e-mail: comunicacao@semads.rj.gov.br

Secretaria de Estado de Saneamento e Recursos Hídricos

Avenida Graça Aranha, 182 / 6° andar Centro - RJ

20 030 - 001

e-mail: sesrh@saneamento.rj.gov.br

Projeto Planágua Semads / GTZ

O Projeto Planágua Semads / GTZ, de Cooperação Técnica Brasil-Alemanha, vem apoiando o Estado do Rio de Janeiro no gerenciamento de recursos hídricos

com enfoque na proteção de ecossistemas aquáticos Campo de São Cristóvão, 138 / 315

São Cristóvão - RJ 20 921 - 440

Tel./Fax: ( 0055 ) ( 21 ) 2580-0198 e-mail: serla@montreal.com.br

CDD - 333.91 Organismos de bacias hidrográficas / Coordenador João Jerônimo Monticeli – Rio de Janeiro : SEMADS, 2002.

269 P.: il.

ISBN 85-87206-17-6

Cooperação técnica Brasil-Alemanha, Projeto PLANÁGUA –SEMADS / GTZ.

1. Recursos hídricos. 2. Comitê de Bacia. 3. Agência de bacia. 4. Associação de usuários. 5. Consórcio intermunicipal.

I. Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. II. Secretaria de Estado de Saneamento e Recursos Hídricos. III. PLANÁGUA. IV. Monticeli, João.

(5)

Organismos

de Bacias

5

Coordenador Planágua Wilfried Teuber Planco Consulting / GTZ Revisão e adaptação William Weber Consultor Planágua Diagramação

Luiz Antonio Pinto

Semads

Editoração

Jackeline Motta dos Santos Raul Lardosa Rebelo

Planágua

Mapas

Ariane Ferreira dos Santos

(6)

Organismos

de Bacias

6

Workshop

26 de Fevereiro de 2002

Rio de Janeiro

Workshop

26 de Fevereiro de 2002

Rio de Janeiro

Autores Palestrantes

Airton Bodstein de Barros Antônio da Hora

Beate Frank

Celina Xavier de Mendonça Cláudio Serricchio Dácio Queiróz Silva Dilma Seli Pena Pereira Francisco Carlos Castro Lahóz Francisco José Lobato da Costa

Leila Heizer Santos Luiz Carlos S.S. Rodrigues Luiz Firmino Martins Pereira

Luiz Roberto Moretti Paulo Maciel Jr Paulo Roberto G. Marinho Roosevelt Brasil Fonseca Airton Bodstein de Barros

Beate Frank

Celina Xavier de Mendonça Cláudio Serricchio Dilma Seli Pena Pereira Francisco Carlos Castro Lahóz Francisco José Lobato da Costa

Jerson Kelman João Jerônimo Monticeli Júlio Thadeu Silva Kettelhut

Leila Heizer Santos Luiz Carlos S.S. Rodrigues Luiz Firmino Martins Pereira

Luiz Roberto Moretti Mauri César Barbosa Pereira

Noemia Bohn Paulo Roberto G. Marinho

Silvino Streva Wilfried Teuber

Coordenação técnica

João Jerônimo Monticeli

(7)

Organismos

de Bacias

7

Apresentação

Apresentação

Secretaria de Estado de Meio Ambiente

e Desenvolvimento Sustentável

tema Organismos de Bacias Hidrográficas é de enorme importância para a política de recursos hídricos e ambiental em nosso Estado e no país. Afinal, é através dos comitês, dos consórcios intermunicipais e das associações e, muito em breve, das agências de águas, que é desenvolvida grande parte das ações de mobilização da comunidade de uma bacia, para participar e influir na nova política de águas em implantação em todo o país.

O Governo do Estado do Rio de Janeiro tem o compromisso de incentivar a mobilização da comunidade da bacia e de informá-la sobre as mais diversas concepções de gestão, para que esta possa encontrar os seus próprios caminhos e venha a exercer o seu papel de forma eficaz, consciente e responsável.

O presente trabalho, publicado com apoio do Projeto Planágua SEMADS/GTZ, da Cooperação Brasil-Alemanha, vem a constituir importante subsídio aos técnicos e à população, de uma forma geral, envolvidos na gestão de bacias. Estão sendo reunidos trabalhos de 18 autores, abrangendo cinco estados (RJ, MG, PR, MT e SP) e o Governo Federal. Os trabalhos descrevem experiências, dificuldades e prioridades de ação de oito organismos de bacia.

Os artigos constantes na presente publica-ção expressam correntes de pensamentos que nem sempre rumam para uma convergência de opiniões. Isto pode ser compreendido pela enorme diferença entre as regiões brasileiras e a necessidade de se encontrar alternativas que sejam flexíveis e capazes de dar, ao mesmo tempo, resposta às necessidades de controle e recuperação ambiental de nossas águas e às manifestações da vontade da

comunidade de cada bacia. Por isto, é normal que cada bacia tenha suas particularidades, sua história e uma forma própria de leitura dos dispositivos legais e da maneira prática de implementá-las. Mas uma coisa é certa: somente com base na ampla

participação dos agentes locais — prefeitos, usuários das águas e entidades da sociedade civil –, é que poderemos alcançar sucesso e edificar mecanismos eficazes e duradouros. Não queremos e não

desejamos uma solução que seja a imposição de uma vontade de um governo. Queremos e desejamos que os anseios de todo o tecido social sejam convenientemente considerados, respeitados e acatados.

O Estado do Rio de Janeiro possui experiên-cias interessantes e relatadas na presente publica-ção: na Bacia do Rio Paraíba do Sul, com um Comitê federal que abrange RJ, SP e MG e com início de funcionamento de uma associação de usuários na parte Média da Bacia; nas Macrorregiões 4 e 5, parte Leste do Estado, com o funcionamento de consórcios intermunicipais de gestão ambiental; na Baía de Guanabara, com um Conselho Gestor e, mais recente, na Bacia do Rio Guandu, com a criação do Comitê de Bacia. O Projeto Planágua SEMADS/GTZ cumpre, com este trabalho, a sua mais nobre missão, que é disseminar conhecimentos e contribuir para a cooperação dos diversos atores que atuam no sistema e na política de recursos hídricos no Rio de Janeiro e em todo o Brasil.

(8)

Organismos

de Bacias

(9)

Organismos

de Bacias

9

11

13

15

29

5 Glossário

6 Lista de Participantes

7 Documentos

1 Introdução

2 Informações Gerais

3 Debates

4 Artigos Técnicos

Índice

Índice

.

O Conselho Nacional de Recursos Hídricos – CNRH

.

Organismos de Bacias Hidrográficas – Problemas e Soluções

.

Processo de Instituição do Comitê Gestor da Baía de Guanabara

.

Consórcio Intermunicipal de Gestão Ambiental das Bacias Hidrográficas dos Rios Macaé, Macabu, da Lagoa Feia e Zona Costeira Adjacente / RJ

.

A Fundação da Associação de Usuários das Águas do Médio Paraíba do Sul

.

Comitê da Bacia Hidrográfica - Oportunidade Democrática de Planejamento

.

Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado do Paraná: Um Modelo com Base em Associações de Usuários

.

O Sistema de Gestão de Recursos Hídricos

.

Seis Anos do Comitê para Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul – Ceivap

.

Gestão da Bacia Hidrográfica: A Experiência da Bacia do Rio Itajaí

.

A Relação entre Consórcio e Comitê nas Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí: Participação e Integração

.

Consórcio Intermunicipal de Gestão Ambiental das Bacias da Região dos Lagos, São João e Zona Costeira

.

Reflexões sobre a Função de Organismos de Bacias Hidrográficas: Caso de Mato Grosso do Sul

.

Estatuto da Fundação Agência de Bacia do Rio Itajaí

.

Regimento Interno do Comitê da Bacia do Rio Itajaí

.

Estatuto do Consórcio Intermunicipal para Gestão Ambiental das Bacias da Região dos Lagos, Rio São João e da Zona Costeira

.

Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Guandu, da Guarda e Guandu-Mirim

.

Decreto de Instituição do Conselho Gestor da Baía de Guanabara

.

Regimento Interno do Comitê Executivo de Integração da Bacia do Rio Paraíba do Sul

.

Decreto nº 1.842/96 institui o Ceivap

.

Estatuto da Associação de Usuários das Águas do Médio Paraíba do Sul

.

Lei Federal nº 9.637, que dispõe sobre Organizações Sociais – OS

.

Lei Federal nº 9.790 e Decreto nº 3.100, que dispõe sobre Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP

30 37 42 48 55 70 74 79 84 94 101 113 119

125

139

143

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 143 161 177 189 204 209 217 221 239 247 263 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

8

Planágua

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

(10)

Organismos

de Bacias

(11)

Organismos

de Bacias

11

Introdução

1

Introdução

s Secretarias de Estado do Saneamento e Recursos Hídricos e do Meio

Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

promoveram o Workshop “Organismos de Bacias Hidrográficas”, no Rio de Janeiro, em 26 de fevereiro de 2002, contando com o apoio do Projeto Planágua Semads/GTZ, da Cooperação Brasil-Alemanha. A intenção foi a de reunir autoridades e profissionais diretamente ligados ao tema, e propiciar um momento de reflexão, que permita ajudar todos os envolvidos a encontrar as melhores soluções para as suas regiões e bacias hidrográficas.

Os artigos técnicos, dispostos na ordem de sua exposição em plenário, estão precedidos por comentários e uma síntese dos debates, que inclui documentos entregues por escrito à Secretaria de Organização. A publicação traz, ainda, um glossário, a lista de participantes e um conjunto de documentos de referência,

principalmente estatutos e regimentos de organismos de bacia.

A procedência dos participantes foi bastante variada, abrangendo cinco Estados e oito organismos de bacia, além de

representantes da Agência Nacional de Águas e da Secretaria de Recursos Hídricos do

Ministério do Meio Ambiente, Recursos Hídricos

e Amazônia Legal, sediados em Brasília. Dois prefeitos municipais (Barra Mansa, RJ e João Moreira, MS), presidentes de entidades de bacia, estiveram presentes e interviram no evento.

A descentralização e seu significado, o processo participativo da sociedade, a

importância dos usuários das águas, as

decisões compartilhadas entre esferas de poder público e destes com a sociedade, a gestão no espaço de uma bacia hidrográfica e a

necessidade de articulações interestaduais e intermunicipais para fazer valer o princípio da gestão em bacias (que rompe com as

tradicionais fronteiras político-administrativas do país) são assuntos complexos, ainda em processo de regulamentação e de negociação entre os atores envolvidos. O documento editado retrata o momento histórico da

implantação e funcionamento de Organismos de Bacias Hidrográficas no Estado do Rio de Janeiro e em alguns outros lugares do país, particularmente na região sul - sudoeste. As dificuldades, as prioridades e as diversas formas de compreensão sobre o sistema de gestão de recursos hídricos, e os Organismos de Bacias em particular, são abordadas na presente publicação, fornecendo uma riqueza

(12)

Organismos

de Bacias

12

de cenários e de alternativas, que apenas podem coexistir em países com as dimensões e heterogeneidades que têm o Brasil.

O Projeto Planágua Semads/GTZ se sentirá recompensado, se ajudou no processo de divulgação de informações, que permitam, compreender melhor os Organismos de Bacias e o sistema de gestão de recursos hídricos dentro do Estado do Rio de Janeiro e no Brasil.

FINALID FINALID FINALID FINALID

FINALIDADES do WORKSHOPADES do WORKSHOPADES do WORKSHOPADES do WORKSHOPADES do WORKSHOP Reunir autoridades e profissionais para um momento de reflexão sobre Organismos de Bacias

Hidrográficas. Os palestrantes foram incentivados a elaborar um trabalho escrito, de algumas poucas páginas, contendo as suas propostas e suas inquietações sobre as mais diversas formas de organismos de bacia, como comitê de bacia, conselho gestor, agência de bacia, associação, consórcio intermunicipal e outras. Os trabalhos entregues por escrito e um resumo dos debates foram reunidos para edição e divulgação, na forma de atas do evento. ENFOQUE ENFOQUE ENFOQUE ENFOQUE ENFOQUE

Os organizadores sugeriram que os trabalhos ( e as apresentações ) fossem direcionados para as políticas de implementação e criação de organismos de bacias, os assuntos legais e institucionais, relatos de experiência relevantes e sugestões para a

DINÂMICA DINÂMICADINÂMICA DINÂMICADINÂMICA

Cada palestrante teve cerca de 15 minutos para sua apresentação. Em seguida a palavra foi aberta ao plenário para perguntas e intervenções. A palavra somente retornou aos palestrantes após encerradas as intervenções do plenário. Foi sugerido que os minutos finais de cada apresentador fossem utilizados para indicação de dificuldades e

prioridades. O tempo de exposição e o número de pessoas do plenário que interviram na sessão foram controlados pelo Coordenador Técnico do Workshop. No caso da impossibilidade da manifestação oral de todos os interessados, foi sugerida a entrega de perguntas/relatos por escrito, para encaminhamento ao Palestrante/Secretaria de Organização, para análise da oportunidade de sua inclusão nas atas do evento.

cooperação entre organismos de bacias. E, também, na apresentação das dificuldades

encontradas e indicação das prioridades para este e o próximo ano.

(13)

Organismos

de Bacias

13

Informações gerais

2

Informações gerais

ENCONTRO PRÉVIO ENCONTRO PRÉVIO ENCONTRO PRÉVIO ENCONTRO PRÉVIO ENCONTRO PRÉVIO ABER ABER ABER ABER

ABERTURTURTURTURTURAAAAA

Na noite anterior ao evento, os palestrantes foram recebidos em um Jantar de Encontro, realizado no Hotel Flórida, Flamengo, Rio de Janeiro. Além das pessoas se conhecerem, houve a oportunidade de troca de experiências e de estreitar laços de comunicação.

A abertura foi feita pelos promotores do evento: Antônio da Hora e Luiz Carlos S. S. Rodrigues, em nome da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e

Desenvolvimento Sustentável e Secretaria de Estado de Saneamento e Recursos Hídricos, respectivamente, e por Wilfried Teuber, Coordenador do Projeto Planágua Semads / GTZ, da Cooperação Brasil-Alemanha.

11111

ª MESª MESª MESª MESª MESA DE TRA DE TRA DE TRA DE TRA DE TRABALHOS ( manhã )ABALHOS ( manhã )ABALHOS ( manhã )ABALHOS ( manhã )ABALHOS ( manhã )

O Coordenador Técnico do Workshop João

Jerônimo Monticeli convidou os palestrantes a ocupar a Mesa e reforçou as finalidades, enfoque e dinâmica do evento.

Integraram a Mesa e fizeram suas exposições os seguintes palestrantes, nesta ordem:

Celina Xavier de Mendonça – Representando Júlio Thadeu S. Kettelhut, da Secretaria de Recursos

Hídricos/MMA;

Airton Bodstein de Barros – Coordenador do Projeto

Manajés;

Antônio da Hora;

Paulo Maciel Jr. – Presidente do Fórum Nacional de

Comitês de Bacia, e representante do Comitê da Bacia do Rio das Velhas e do Consórcio da Pompulha;

Leila Heizer Santos;

Paulo Marinho – Secretário Executivo do Consórcio

Intermunicipal de Gestão Ambiental das Bacias dos Rios Macaé, Macabu, Lagoa Feia e Zona Costeira Adjacente;

Roosevelt Brasil Fonseca – Presidente da

Associação de Usuários das Águas do Médio Paraíba do Sul e Prefeito de Barra Mansa;

(14)

Organismos

de Bacias

14

2

ª MESA DE TRABALHOS ( tarde ) O procedimento foi o mesmo da parte da manhã. Os palestrantes fizeram uso da palavra na seguinte ordem:

Francisco José Lobato da Costa – Consultor da

ANA;

Dilma Seli Pena Pereira – Superintendente da ANA; Cláudio Serricchio – Coordenador do Escritório Técnico

do Ceivap;

Beate Frank – Vice-Presidente do Comitê da Bacia do

Rio Itajaí, SC;

Luiz Roberto Moretti – Secretário Executivo do Comitê

das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiái, SP;

Francisco Carlos Castro Lahóz – Coordenador Geral

do Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios

ENCERRAMENTO

O Workshop foi encerrado por Luiz Henrique de Lima, em Mesa que contou com a participação de Antônio da Hora e Wilfried Teuber.

Piracicaba, Capivari e Jundiái, SP/MG;

Luiz Firmino Martins Pereira – Secretário Executivo

do Consórcio Intermunicipal de Gestão Ambiental das Bacias da Região dos Lagos, Rio São João e Zona Costeira;

Dácio Queirós Silva – Presidente da Rede Brasil de

Organismos de Bacias Hidrográficas, Presidente do Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Miranda e Apa, MT e Prefeito de Antônio João, MT.

(15)

Organismos

de Bacias

15

Debates

3

Debates

COMENTÁRIOS INICIAIS COMENTÁRIOS INICIAIS COMENTÁRIOS INICIAIS COMENTÁRIOS INICIAIS COMENTÁRIOS INICIAIS

As apresentações dos palestrantes e as intervenções do plenário foram, como eram de se esperar,

heterogêneas. Algumas pessoas se ativeram mais diretamente ao tema e aos pontos sugeridos para o debate. Outras priorizaram temas que consideraram urgentes e mais importantes.

O debate sobre “Organismos de Bacias

Hidrográficas” significa, sem desmerecer outros

assuntos, abordar o que se entende por

descentralização da gestão. Na esfera extra-bacia, significa a negociação entre os governos federal e estaduais visando a integração dos sistemas de outorga, de fiscalização e de polícia administrativa, bem como do estabelecimento de critérios uniformes ou mesmo únicos para a cobrança pelo uso das águas, de forma a dar equidade de tratamento aos usuários de águas de domínio da União e dos estados, em uma mesma bacia hidrográfica. Dilma Seli Pena Pereira, da ANA, destacou em sua palestra o chamado Convênio de Integração, entre a ANA ( representando o Governo Federal ) e os órgãos gestores estaduais, para articulação dos

procedimentos de outorga, fiscalização e cobrança. No ambiente da bacia, há a necessidade de

definir como e o que os órgãos, federal e estaduais, de outorga irão delegar à agência ou entidade a ela assemelhada, pois a legislação permite mais de uma interpretação. A proposta da ANA é a delegação de funções, via contrato de gestão, à agência de bacia constituída como associação civil sem fins lucrativos, qualificada como Organização Social, conforme a Lei federal 9.637, de 15 de maio de 1998. Os detalhes de como organizar a agência e o contrato de gestão não foram suficientemente explorados nos debates realizados. O assunto foi abordado por Francisco Lobato da Costa e consta das perguntas formuladas e enviadas por correio eletrônico à representante da ANA (Dilma Seli Pena Pereira), e que estão

apresentadas logo a seguir.

Ainda na esfera da bacia, até cerca de dez anos atrás, pretendia-se um tipo de descentralização que pode ser caracterizada,

O debate sobre “Organismos de Bacias

Hidrográficas” significa, sem desmerecer

outros assuntos, abordar o que se entende por descentralização da gestão.

(16)

Organismos

de Bacias

16

grosso modo, de gestão por bacia, onde o espaço geográfico de atuação está delimitado, criam-se os colegiados para compartilhamento das decisões, mas continua havendo forte presença dos órgãos e entidades estaduais e federais em todos os níveis decisórios e executivos, quase sempre embasada por procedimentos e justificativas que sustentam a centralização da aplicação dos recursos financeiros. Mais recentemente, e a própria Lei 9.433 é um resultado deste processo, movimentos

impulsionaram por maior descentralização, para que a gestão seja feita pela bacia, o que deveria

significar maior peso dos agentes locais, principalmente do poder público municipal e dos usuários, acompanhada pela busca de um fluxo financeiro para o produto da cobrança pelo uso das águas que permita contar com o ordenador das despesas e dos investimentos sob controle também local. Esta concepção de gestão pela bacia ( * ) encontra-se delineada na forma como as coisas estão acontecendo no Estado do Paraná, nas inúmeras manifestações em defesa de uma entidade executiva de bacia ( agência de bacia ou

influências de setores mais centralizadores, nas políticas governamentais estaduais e federal. Descentralizar pode ser um conjunto de procedimentos graduais, que expressa uma vontade política de atingir este objetivo. A legislação de recursos hídricos, sem dúvida, tem este objetivo, mas esbarra em dificuldades institucionais enormes. Executar as decisões de um comitê de bacia e aplicar os recursos financeiros oriundos da cobrança pelo uso das águas são funções importantes a serem consideradas para as agências de bacia e entidades a ela assemelhadas. Mas, descentralização, em seu significado mais radical, significa que a entidade agência, o seu pessoal e as suas funções estarão subordinadas apenas ao comitê de bacia. Uma outra forma, em que as funções de agência são exercidas, mas esta entidade está sob tutela de órgãos e instituições governamentais, estadual e ou federal, aproxima-se mais de uma regionalização e de uma gestão por bacia, mas não pela bacia. Este não é um assunto secundário, apesar da pouca ênfase no Workshop. O tema está presente em muitas regiões do país e é facilmente identificável no debate sobre a composição do conselho de administração ( ou conselho curador, no caso de fundação ), na maneira de indicação ou eleição e nas formas de demissão do Presidente e Diretores de uma agência e no estabelecimento do fluxo financeiro do produto da cobrança.

Foi apontado em intervenções, durante o Workshop, que nem sempre uma associação ou consórcio intermunicipal reúne condições e representatividade para ampliar as suas funções, pelas dificuldades inerentes à sua origem e à sua cultura organizacional, e ou pelas complexidades ambientais e institucionais da bacia.

as relações comitê-agência-consórcio são complexas, que se acentuam mais em

função da falta de definição das atribuições de cada um

entidade a ela assemelhada ), e nos movimentos dos consórcios intermunicipais e associações de

usuários das águas em várias partes do país, inclusive agora, recentemente, no próprio Estado do Rio de Janeiro. A falta de definição e de

regulamentação da legislação que trata da cobrança pelo uso das águas e da criação das agências, e também do fluxo financeiro, alimentam um estado

(17)

Organismos

de Bacias

17

Mas, pelas manifestações no Workshop, a maneira de sensibilizar e de convencer as associações ou consórcios a aceitar esta afirmação não tem tido sucesso. Tem-se a impressão que a troca de experiências e a confiança estão fluindo mais facilmente entre entidades e pessoas que se situam no mesmo patamar: entre instituições públicas, entre comitês e entre consórcios/associações; mas são raras aquelas que conseguem fluir, por exemplo, entre comitês e consórcios. Os que atuam em consórcios presenciam a dificuldade em relação a arrecadar e gerir recursos localmente, e expressam as suas experiências de contatos com usuários e autoridades municipais, com diferenças significativas daqueles que atuam em outras esferas.

No Estado do Rio de Janeiro, a Semads incentivou a criação e participa de dois Consórcios Intermunicipais de Gestão Ambiental ( Regiões Ambientais 4 e 5, na porção Leste do Estado ), em que o poder de decisão é dos agentes locais. Muito do que deveria ser feito no controle e recuperação ambiental das bacias e não contava com recursos financeiros, começa a ser viabilizado por estes consórcios. Segundo Antônio da Hora, nada impede que estes consórcios rumem para organizar os comitês e se tornem agências ou recebam delegação para funcionar como agências de bacias, adaptando-se no que for necessário. Os dois consórcios

dependem de técnicos cedidos e comissionados pela Semads. A necessidade de um corpo técnico estável e capacitado para atuar nas bacias foi muito

enfatizado nos debates.

As relações comitê-agência-consórcio são complexas, que se acentuam mais em função da falta de definição das atribuições de cada um. Os

consórcios e associações intermunicipais mobilizam recursos e podem receber auxílios financeiros governamentais ( futuramente das agências ) para

executar projetos regionais. Esta parceria, comum na Alemanha e França, é incipiente no Brasil, que não dispõe de tradição e de políticas públicas intermunicipais.

A conclusão que chegamos é que, como o processo de negociação sobre descentralização ( gestão por bacia e pela bacia ), bem como o que delegar e em que condições, ainda estão sendo estabelecidos, o avanço da implantação dos instrumentos e do sistema de gestão continua lento. E lento significa não dispôr de instrumentos e recursos financeiros para apoiar a recuperação ambiental e fazer o controle dos mananciais, na necessidade e velocidade requeridas por algumas bacias críticas do país. A Bacia do Piracicaba, SP que abrange a importante região de Campinas, por exemplo, clama por um socorro tão urgente que, bem provável, não conseguirá ser atendida pelos

recursos da cobrança pelo uso das águas, em função do atual ritmo em que se desenvolve a política de recursos hídricos.

INTER INTER INTER INTER

INTERVEÇÕES eVEÇÕES eVEÇÕES eVEÇÕES eVEÇÕES e PERGUNT

PERGUNT PERGUNT PERGUNT

PERGUNTAAAAS ORAS ORS ORS ORAISS ORAISAISAISAIS

Estão sendo destacadas, a seguir, intervenções de palestrantes e do plenário referentes às dificuldades e prioridades de ação, dentro do tema objeto do Workshop. O texto não foi submetido à apreciação prévia das pessoas citadas e, em função disto, podem ocorrer imprecisões. A Organização do Workshop decidiu assumir este risco, para evitar atraso na publicação das Atas.

A representante da SRH ( Celina Xavier de Mendonça ) citou que as dificuldades do CNRH são inerentes ao próprio sistema nacional de recursos hídricos, pois são de natureza cultural, de operar um sistema em que as decisões são compartilhadas.

(18)

Organismos

de Bacias

18

As prioridades atuais do CNRH, segunda Celina, são a regulamentação da cobrança pelo uso das águas, talvez o assunto mais difícil e complicado, debater a representatividade em colegiados e de buscar ações práticas que ajudem a divulgar o CNRH.

No debate sobre o modelo de agência, Celina afirmou que é muito complicado estabelecer um único procedimento para todo o Brasil, mas que acha que continua havendo uma tendência para a figura de fundação de direito privado. Afirmou que acha difícil consórcio ou associação de municípios ser agência, pois isto significaria, entre outras

dificuldades, os prefeitos terem de se submeter às decisões do Comitê.

Segundo Airton Bodstein de Barros, a grande dificuldade em política da água e organismos de bacia está no pacto federativo do Brasil, pois considera que o Brasil não é federação, mas uma união de estados soberanos. Comentou que existe capacitação técnica nos diversos níveis de governo, mas falta nos municípios, o que pode prejudicar e dificultar as organizações e a gestão de bacia. Identificou uma dificuldade na criação do Comitê da Bacia do Rio Guandu, que não adotou a Resolução 05 do CNRH. Segundo Airton, a legislação brasileira é extremamente preocupada com a fraude, e acaba não sendo aplicável, ou tem difícil implementação prática. E, também, que a representatividade em colegiados é muito problemática, com muitos artifícios para compor os seus membros. Em alguns casos, há posicionamento do tipo “linha de combate”, herança das lutas sindicais e político-partidárias, e não uma atuação que permita desenvolver um processo de negociação. Airton vê como prioridade a necessidade dos governos de RJ, SP, MG e ES definirem políticas para as regiões de fronteiras entre estados, pois estas áreas possuem uma problemática específica.

Antônio da Hora considerou importante

e urgente apresentar sugestão detalhada para o processo de outorga de uso de recursos hídricos para geração de energia elétrica. O esboço da proposta foi apresentada e comentada e, segundo da Hora, a vazão outorgável deve ser acordada com a sociedade, via comitê de bacia.

Da Hora afirmou que, no Estado do Rio de Janeiro, os consórcios intermunicipais têm condições de assumir funções de agência, se não tudo, pelo menos em parte. E que estes consórcios não são só de prefeitos. Afirmou que a pessoa jurídica de agência não deve ser restrita à fundação e que deve haver abertura para formas mais fáceis de serem criadas.

Depois de fazer uma retrospectiva do desenvolvimento da gestão de bacias no Estado de Minas Gerais, Paulo Maciel citou que a

descontinuidade de atuação prejudicou o avanço da política e do sistema de gestão. Colocou restrições a um tipo de trabalho de cima para baixo para criar comitês de bacia. Citou que as coisas mudaram muito, pois agora existem facilidades e recursos, como os de um milhão e meio de reais, para criar o Comitê da Bacia do Rio São Francisco.

Atualmente, o Comitê do Rio da Velhas e o Consórcio Intermunicipal da Pampulha trabalham juntos para implementar coisas práticas, como aplicação de recursos da ordem de R$ 40 milhões, e o reconhecimento de investimentos de empresas como antecipação da cobrança. O Comitê conta com um Escritório Técnico sustentado pelas prefeituras e empresas. Maciel acha que é fundamental o Comitê sentir-se útil, apreciando e deliberando sobre

a grande dificuldade em política da água e organismos de bacia está no pacto

federativo do Brasil, pois considera que o Brasil não é federação, mas uma união

(19)

Organismos

de Bacias

19

a prioridade é como conciliar os comitês de bacia, propostos para as áreas de drenagem, com os conselhos gestores, que

atuam no âmbito das lagoas e baías

recursos e sobre outorga complexas ( para as outorgas mais simples basta a deliberação do Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM ). A prioridade, até agosto, é definir a Agência de Bacia do Rio das Velhas. Mas Maciel sente que a regulamentação está incompleta, que pode haver grandes dificuldades para começar a cobrança pelo uso das águas. E começar a cobrança sem regras poderá ser um risco muito grande, e perda de credibilidade para o sistema.

Maciel, comentando a questão de outorga de vazões ao setor elétrico, acredita que deve haver uma “vazão ecológica”, de outorga, que ao ser ultrapassada significaria pagamentos com crescimento exponencial.

Leila Heizer Santos lamentou que uma alta autoridade do Governo do Estado do Rio de Janeiro não sabia da existência do Conselho Estadual de Recursos Hídricos.

Na montagem do Conselho Gestor da Baía de Guanabara houve muitas dificuldades para se chegar aos interessados a participar deste Conselho, o processo foi centralizador e não agradou a

sociedade. A participação da sociedade civil e a sua representatividade são as principais dificuldades para a formação e funcionamento dos colegiados, segundo Leila.

Atualmente, a prioridade é como conciliar os comitês de bacia, propostos para as áreas de drenagem, com os conselhos gestores, que atuam no âmbito das lagoas e baías. De uma maneira geral, significa conciliar o gerenciamento de

recursos hídricos com o gerenciamento costeiro. Leila considera não ser necessário que um comitê gestor ou comitê de bacia tenha viabilidade

econômica para funcionar, mas que isto é válido para a agência.

Leila discorreu que o Estado do Rio de Janeiro ainda carece de diretrizes para implantação da nova política das águas, falta amadurecer as relações entre recursos hídricos e meio ambiente e que a cada novo membro de um conselho ou comitê que aparece, a tendência é recomeçar as atividades do zero.

Paulo Marinho disse que as dificuldades são as poucas informações disponíveis para a sociedade civil, prefeitos e lideranças empresariais. O

Consórcio Intermunicipal de Gestão Ambiental definiu suas estratégias de atuação e, decorrente delas, foi criada a Comissão Pró-Comitê de Bacia.

O Prefeito Roosevelt afirmou que, como profissional do setor, apoia a cobrança pelo uso das águas, como fonte de recursos para o saneamento. Lamentou a época em que o Planasa discriminava as prefeituras com serviços autônomos e espera que isto não ocorra mais. Dentro da Associação de Usuários que preside, há uma certa preocupação como as coisas estão se desenvolvendo,

principalmente a respeito de começar a cobrança em uma bacia, e não em outras, onerando empresas em uma região e não a concorrência em outras.

Afirmou que a Associação veio para somar, não para competir com o Ceivap, mas que há uma preferência, entre os membros da Associação, para que ela se credencie a ser agência, que deve se preparar para poder ser credenciada, ou que se adapte e faça as mudanças que forem necessárias para isto, e inicie um processo de negociação com os demais envolvidos.

Além da componente institucional, a Associação espera conduzir projetos e ações regionais, inclusive buscando parceria com a ANA e

(20)

Organismos

de Bacias

20

entidades do Governo do Estado, para planos diretores e projetos de tratamento e afastamento de esgoto, tratamento de resíduos sólidos, controle de erosão, reflorestamento de áreas degradadas, educação ambiental, etc. Como a Associação é muito recente, a prioridade está sendo a organização interna e aumentar o número de associados.

Luiz Carlos S.S. Rodrigues acha que o Estado do Rio de Janeiro está organizado na parte da Fazenda, de Controles Orçamentários, e outras, mas falta um corpo estável e permanente em várias áreas, o que dificulta muito a implantação da política de recursos hídricos. Também nota uma falta de diretrizes ao setor para se credenciar à

financiamentos, internos e externos, pois apenas a cobrança pelo uso das águas não será suficiente para suprir todas as necessidades.

Maria de Lourdes interveio para afirmar que, caso um comitê venha opinar e ou deliberar sobre outorga, haveria necessidade deste comitê fornecer as regras ao empreendedor.

Francisco José Lobato da Costa enalteceu a diversidade dos debates e disse que a Lei 9.433 está a um passo a frente do que a legislação jurídica do Brasil permite realizar. A tradução dos conceitos desta lei em coisas concretas é um grande desafio. Enumerou o fluxo financeiro do produto da cobrança e a definição de agência como as grandes

prioridades do momento.

Segundo Lobato, todos os consórcios que conhece não estão limitados à prefeituras, participam empresas, e todos, prefeituras e empresas, são usuários das águas. Há casos, como o Consórcio COPATI, na Bacia do Tibagi, no Paraná, que não quer mudar a sua sigla, mas irão se preparar para a encargos e funções de agência, o que é natural. Uma associação de usuários é facilmente disciplinável pelos próprios comitês, não havendo riscos, segundo Lobato, para o controle público do

sistema. Lobato acha que se em uma bacia

florescem iniciativas, é melhor compor com elas, dar liberdade de manobra, exercitar a diversidade e ajudar a encontrar caminhos.

Mauro Ribeiro Viegas fez uso da palavra para saudar os presentes, comentou que o Brasil é um continente, que não é possível ter uma lei que diga tudo e solicitou, como membro representante da FIRJAN no CNRH, que lhe fossem enviadas propostas para serem apresentadas na próxima reunião do CNRH.

Rosa Formiga fez uso da palavra e enviou sugestão por escrito à Mesa, para encaminhamento ao Mauro Viegas. ( a Secretaria de Organização do Workshop enviou a sugestão ao interessado em 01/ 03/02 ).

Cláudio Serricchio interviu para comentar que não existe um quadro tão amplo, e que o formato de agência como fundação está

ultrapassado, apesar de deliberação neste sentido pelo Ceivap. Praticamente, só será possível associação do tipo OS. Chamou a atenção para o fato da agência ser subordinada ao comitê e que se preocupa com associações e consórcios que atuam em várias direções, e que pressionam para aumentar a representação dentro do comitê.

Em sua palestra, à tarde, Lobato citou que todas os formatos de organismos de bacia irão apresentar dificuldades e que precisamos ter uma atitude humilde, para saber o que está ocorrendo. Citou, com base em sua experiência, que as

se em uma bacia florescem iniciativas, é melhor compor com elas, dar liberdade de manobra, exercitar a diversidade e ajudar a

(21)

Organismos

de Bacias

21

dificuldades dos comitês começam com a ausência de pautas concretas, o que ajuda a esvaziar as reuniões. Outras vezes os comitês são tomados pela burocracia do Estado, ou utilizados como ONG e palco para o questionamento do estado democrático e de direito.

O que se via no Paraná é uma situação que se repete freqüentemente em outros Estados: a falta dos usuários. Os usuários, segundo Lobato, não estão dispostos a abrir a sua planilha de custos frente às ONGs e ao Estado. Na construção do consenso para a bacia ( definição Plano de Bacia ), a ONG idealiza investimentos grandes e sempre acha que os usuários são capazes de aportar os recursos. Outra dificuldade encontrada, segundo Lobato, é que todos os segmentos estão

representados em todas as instâncias colegiadas. Mas, no Paraná, começaram a questionar isto e rumaram para a definição de um espaço aos usuários, denominada UED-Unidade Executiva Descentralizada, que corresponde à associações e consórcios, com funções de agências. Neste

espaço, os usuários sentam com seus pares. Toda a aplicação dos recursos é feita pela Associação de Usuários. Mas poderia ser pensado que se estaria dando ampla liberdade aos usuários, justamente os poluidores, mas Lobato afirma que não, pois ao âmbito dos comitês, instâncias deliberativas, os usuários são sempre minoria. E diz que no Paraná os usuários, através da UED, não podem dar um passo sem a aprovação do comitê. Para organizar a bacia, diferentemente do resto do Brasil, a partida é dada pela UED, não pelo comitê.

Lobato defendeu a figura de OSCIP, que permite abater, no Importo de Renda, as contribuições de empresas à Associação, ajudando a consolidá-la antes de haver a cobrança pelo uso das águas. E concorda que não é qualquer associação que se credencia à agência, que há um conjunto de predicados que a associação precisa ter. Estas características

estão permitindo vencer grandes obstáculos junto aos empresários e suas entidades. Diferentemente de São Paulo, onde a FIESP tem atuado contra a aprovação da cobrança pelo uso das águas, a sua congênere do Paraná, a FIEP aprovou um valor para a cobrança que é de oito vezes a que consta na proposta paulista.

Atualmente a Associação de Usuários do Alto Iguaçu prioriza o aumento de seus membros e a conceber, com consistência, o Contrato de Gestão, que deve ser, inclusive, um instrumento de controle dos interesses públicos perante a UED. Lobato encerrou o seu pronunciamento, dizendo que o maior desafio vai ser o fluxo financeiro dos recursos, de como encontrar as saídas legais e institucionais que devem ser consideradas, inclusive, sobre os domínios das águas, estaduais ou federal, situação que é, ainda mais complexa, numa bacia como a do Paraíba do Sul, que envolve três estados, RJ, SP e MG.

Dilma Seli Pena Pereira trouxe uma reflexão sobre o tema, que propôs dividir com os presentes. Vê uma grande lacuna na Lei 9.433 e na Lei da criação da ANA, pois faltam políticas públicas consistentes no país em recursos hídricos. Existe a legislação, se coloca a necessidade de criar

instituições, mas ainda não vê acúmulo de produção científica e reflexões nesta área. Neste sentido, a ANA está propondo um grupo de estudos para elaborar doutrinas em políticas públicas.

Dilma aponta uma dificuldade que precisa ser vencida, que é organizar uma burocracia

os recursos atuais, mesmo considerando as contrapartidas das prefeituras, não são suficientes para reverter a degradação e garantir mananciais saudáveis e o colapso do

(22)

Organismos

de Bacias

22

profissionalizada e perene na agência de bacia. Mas, em face de tão grandes desafios, a ANA elegeu quatro bacias como prioridades: Paraíba do Sul, São Francisco, Doce e as Bacias Piracicaba/Capivarí/ Jundiaí. A proposta de agência está direcionada a OS, através de associação civil sem fins lucrativos, formada pela ANA e Governos Estaduais. Um estudo sobre este tema está sendo feito e deverá ser disponibilizado até o final do mês. Dilma acha que poderá haver problemas no caso de se criar muitas agências e considera mais interessante dois ou mais comitês com uma agência.

A palestra, como era de se esperar, despertou várias intervenções do plenário, que estão resumidas na página 27.

Claúdio Serricchio comentou a experiência do Ceivap – Comitê para Integração da Bacia

Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul. Entre os pontos de conflitos e dificuldades, Cláudio comentou que, em São Paulo, o Fehidro dá sustentação ao sistema, mas que as necessidades das bacias são muito maiores que a capacidade atual do Fehidro. Apesar de muitas dificuldades, Cláudio considera importante ir em frente, não ficar debatendo demasiadamente um assunto. O Ceivap tem enfrentado grandes dificuldades e uma delas é a descontinuidade do apoio da ANA ao suporte financeiro da equipe do Escritório Técnico e para o funcionamento do Comitê. Concorda com outros palestrantes em que há um descompasso entre o que a lei diz e a capacidade do Estado em implementá-la.

Beate Frank apontou que a sua região tem uma particularidade, as enchentes, e toda a história de criação do comitê e da agência decorre desta problemática. Conceituou, em sua apresentação, ações formais e ações concretas, sendo estas últimas aquelas de repercussão mais direta junto à sociedade, como projetos de educação ambiental. Citou que tiveram, em Santa Catarina, algumas

dificuldades, a começar pela falha na obtenção de recursos financeiros prometidos pela ANA, que foi de um efeito catastrófico junto a todos os segmentos que atuam no Comitê. A regulamentação está muito difícil e mais ainda a definição da destinação dos recursos financeiros da cobrança pelo uso das águas, pois a forma mais comentada de ir para um fundo, para depois voltar à agência, não está bem definida e é vista com desconfiança.

Luiz Roberto Moretti e Francisco Carlos Castro Lahóz fizeram o trabalho juntos, em co-autoria e mostraram que as atuações de comitê e consórcio ora são convergentes, ora divergentes. A

experiência do Piracicaba, Capivari e Jundiaí é muito rica e consta no trabalho apresentado pelos dois autores, além de farta documentação bibliográfica e informações nos “sites” destas instituições.

São Paulo tem uma característica peculiar, que é o funcionamento do Fehidro-Fundo Estadual de Recursos Hídricos, que, segundo Moretti,

disponibilizou, durante os últimos 8 anos, cerca de 21 milhões para investimentos na recuperação e

controle dos recursos hídricos das Bacias Piracicaba, Capivari e Jundiaí, recursos estes cuja aprovação de sua destinação passou pelo Comitê de Bacia. O Consórcio Intermunicipal, por outro lado, segundo Francisco, possui uma forma inusitada de

arrecadação, que contempla duas formas: custeio e investimentos. A arrecadação de investimento é uma contribuição de R$ 0,01 por metro cúbico de

a ANA elegeu quatro bacias como prioridades: Paraíba do Sul, São Francisco, Doce e as Bacias

(23)

Organismos

de Bacias

23

água faturada pelos serviços de saneamento e em vigência para parte das prefeituras associadas ao Consórcio. As empresas estão debatendo ainda o assunto, de como aderir a esta contribuição. Francisco citou que durante 13 anos o Consórcio arrecadou cerca de R$ 4,5 milhões em custeio e um valor equivalente em investimentos, sendo que em 2002 a contribuição de custeio é de R$ 500 mil e de investimento de R$ 1 milhão. Francisco diz concordar que o Consórcio possa assumir funções de agência, por tempo determinado.

Pela exposição do Moretti e Francisco e pelo que consta no Plano da Bacia, a situação do

Piracicaba é crítica, necessitando, a curto prazo, cerca de R$ 250 milhões para o tratamento de esgoto, uma das principais componentes da

degradação ambiental dos mananciais. Os recursos atuais, mesmo considerando as contra-partidas das prefeituras, não são suficientes para reverter a degradação e garantir mananciais saudáveis e o colapso do abastecimento público pode ser iminente. Luiz Firmino Martins Pereira defendeu a atuação do Consórcio no sistema de recursos hídricos, e justificou como um procedimento natural o processo de fomento da criação de comitê e de adaptação do Consórcio a atuar como agência. A região deve caminhar para constituir três comitês e ter apenas o Consórcio como entidade de apoio. O maior problema, segundo Firmino, é a inadimplência de associados, que não conseguem honrar os seus compromissos regularmente. Mas o debate sobre as contribuições são muito

gratificantes, inclusive, com empresas e prefeituras analisando, atualmente, a forma da contribuição existente no Piracicaba, de R$ 0,01, citada pelo Francisco.

O Prefeito Dácio Queiroz Silva encerrou a sessão de palestras da parte da tarde, iniciando-se

por uma retrospectiva das apresentações anteriores. Como Presidente de um Consórcio ( CIDEMA ) e da Rede Brasil de Organismos de Bacia comentou a grande importância e complexidade dos temas tratados e que seu grande desafio é como levar estas mensagens aos pequenos municípios, aos prefeitos e demais lideranças políticas, que detêm grande interesse sobre as suas cidades, mas que demoram a entender a questão regional.

De fato, as contribuições e pagamentos são os pontos mais importantes, e os mais difíceis de serem equacionados, segundo Dácio. Precisa-se de muita conversa, de muito convencimento para que os prefeitos paguem. Mas, em função de exemplos de projetos de sucesso, como o Convênio com a Embratur, que disponibilizou recursos de mais de R$ 300 mil para sinalização em turismo em toda a região de Bonito, feito através do Consórcio, a credibilidade das instituições aumentam. A Rede Brasil está definindo as suas prioridades para o presente ano e, sem dúvida, as informações do presente Workshop serão de fundamental importância, comentou Dácio. Durante os debates que se seguiram, Celina comentou que não é contra a capacitação, mas não a considera fundamental para um membro participar de um colegiado, pois o que se espera dele é que represente o pensamento de um segmento.

A região deve caminhar para constituir três comitês e ter apenas o Consórcio como

(24)

Organismos

de Bacias

24

Lorivaldo de Paula fez uso da palavra para comentar que a Lei do Mato Grosso do Sul reforça o papel dos consórcios na política e no sistema de gestão.

João Jerônimo Monticeli comentou que a falta de financiamentos em saneamento e a demora da regulamentação da cobrança e da definição das agências obrigam os prefeitos e os consórcios a se movimentarem, a fazerem reivindicações e a ocuparem espaço. Lembrou que o Prefeito Vitório Humberto Antoniazzi, Presidente do Consórcio Piracicaba, Capivari e Jundiaí – 1997/1998 dizia que para acelerar os procedimentos governamentais “nada como um bom reserva, pois assim o titular corre e joga bem”.

INTER INTER INTER INTER

INTERVENÇÕES eVENÇÕES eVENÇÕES eVENÇÕES eVENÇÕES e PERGUNT

PERGUNT PERGUNT PERGUNT

PERGUNTAAAAAS por ESCRITOS por ESCRITOS por ESCRITOS por ESCRITOS por ESCRITO

Convidados presentes ao Plenário do Workshop e que fizeram perguntas ou comentários e entregaram estas suas intervenções por escrito, para constar nas Atas.

Mauro Ribeiro Viegas – Representante da FIRJAN

no Ceivap e no CNRH:

Parabéns aos organizadores. Gostaria de sugerir-lhes que me encaminhem sugestões deste Workshop para o Conselho Nacional de Recursos Hídricos.

Hendrik Lucchessi Mansur – Coordenador Geral

Adjunto da Associação de Usuários das Águas do Médio Paraíba do Sul:

Considerando que, nas apresentações, surgiram alguns modelos de agência de bacia, onde os usuários têm uma participação ativa, ou, como no Paraná, onde a iniciativa cabe aos usuários, eu pergunto:

.

como será o modelo de agência que o Governo Esta-dual e o Governo Federal ( ANA ) está pensando?

.

o modelo será levado à comunidade ( Comitês, Ceivap, etc. ) para ser analisado?

.

as bacias são muito extensas, como a do Paraíba do Sul, e para haver representatividade e efetiva participação, como se pretende, é muito difícil. A arrecadação e aplicação dos recursos da cobrança deve ser por bacia, mas sendo tão grande é

complicado, falta identidade, que ocorre em partes menores da bacia. Não seria mais conveniente já ir pensando em sub-bacias e sub-comitês e mesmo em agências regionais?( pergunta formulada aos palestrantes integrantes da mesa )

André Pinhel Soares – Engenheiro da Serla:

a) Pela manhã foi discutida a participação de consórcios intermunicipais de gestão ambiental, como os formados no Estado do Rio de Janeiro, no sistema de recursos hídricos. No caso da Bacia do Paraíba do Sul foi recentemente formada uma associação de usuários. O Ceivap tem alguma posição a respeito? ( perguntas formuladas aos

palestrantes integrantes da mesa e ao

representante do Ceivap, Cláudio Serriccchio )

b) Um aspecto que é de muita importância e ainda não foi suficientemente debatido neste Workshop é a representação dos diversos segmentos em um comitê. A Resolução 05 do CNRH menciona uma representação que é diferente da que está sendo debatida no CRH – Rio de Janeiro, que se baseia no critério equitativo de 1/3 para o Governo do Estado, 1/3 para os municípios e 1/3 para a sociedade civil.

( intervenção dirigida aos integrantes da mesa ) Mário Flávio – Biólogo:

Como considerar a gestão das lagoas costeiras/ gerenciamento costeiro? As lagoas costeiras serão

(25)

Organismos

de Bacias

25

passíveis de formação de comitês ou só é possível considerá-las no planejamento do gerenciamento costeiro? ( Pergunta formulada à Leila Heizer, da

Serla )

Maria de Lourdes:

a) Os artigos 6o e 7o da Lei 9.984/2000 não

atenderiam à idéia da Semads, de propor ao

Governo Federal, na regulamentação da Lei 9433/97, uma “permissão de utilização da totalidade de

vazões afluentes ao aproveitamento”, para o setor elétrico? (Pergunta formulada a Antônio da

Hora, da Semads):

b) Em relação ao Convênio Usuários-Municípios, no Comitê da Bacia do Rio das Velhas, MG, os critérios para definição dos benefícios gerados pelos

usuários, em favor dos municípios, a serem considerados como parcela da cobrança pelo uso das água, devem ser limitados/vinculado ao impactos causado pela ação do usuário, de forma a não se repetir o equívoco das condicionantes dos processos de licenciamento ambiental, que via de regra, estão relacionadas à obras e ações desvinculadas do dano/impacto causado. ( Exemplo: construção de escolas, igreja, quadra, etc. ).

c) Em relação às outorgas deliberadas pelo Comitê da Bacia do Rio das Velhas, MG, considerando a precariedade da Unidade Transitória, e a inexistência do Plano Diretor de Recursos Hídricos, como o Comitê tem deliberado a respeito das outorgas para empreendimento de grande porte e potencial poluidor, se:

.

o conceito de grande porte e potencial poluidor, na legislação ambiental de MG, se refere à área útil do empreendimento e ao número de empregados, ou seja, é um conceito equivocado para embasar a outorga solicitada

.

quais os critérios técnicos usados pelos membros do Comitê para deliberarem sobre as outorgas se, a rigor, as outorgas estão condicionadas ao Plano de Recursos Hídricos e este ainda está sendo elaborado?

( pergunta à Paulo Maciel Jr. / Comitê Rio das Velhas, MG )

Silvino Streva – Coordenador Geral da Associação

de Usuários das Águas do Médio Paraíba do Sul e Presidente do Saae-Volta Redonda:

.

a Associação de Usuários do Médio Paraíba pretende discutir os interesses públicos e privados, elegendo prioridades e levando ao Estado as nossas necessidades

.

as Associações de Usuários não podem ser alijadas das discussões em todos os níveis e têm que ser ouvidas

.

nossa sugestão é no sentido de desativar a produção das hidroelétricas onde existem problemas ambientais graves, para que outras atividades não sejam prejudicadas; portanto, não se deve priorizar a geração de energia hidroelétrica a qualquer custo

.

nossa sugestão é para mudar a delimitação geográfica da bacia do Rio Paraíba do Sul e considerar também como sua foz a Baia de Sepetiba e não apenas Campos, pois mais de 60% de nossas águas são desviadas para o Rio Guandu

(26)

Organismos

de Bacias

26

Donizeti Tokarski – Ecodata e Consórcio Tocantins:

Nossa sugestão é fortalecer a proteção das nascentes e os mananciais de produção de água através de Unidades de Conservação Privada tipo RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural, proporcionando retorno econômico aos proprietários rurais ( SNUC, Artigos 47 e 48 ), e diminuindo os custos em recuperação de áreas degradadas com esse trabalho preventivo.

( Intervenção em relação ao tema abordado por palestrantes )

Francisco José Lobato da Costa – Consultor da

ANA:

Sugiro as seguintes questões para debate:

.

há reconhecimento de que o processo estaria mais avançado se o Consórcio Piracicaba tivesse sido admitido como Agência, desde 94/ 95, sem a perda de carga de disputas e

duplicidades?

.

como vão funcionar dois comitês nas Bacias Piracicaba, Capivari e Jundiaií, um federal e um estadual? Parece lógico que devam ser fundidos?

.

o Consórcio Lagos-São João tem um formato muito próximo de uma “OS”, solução ANA para o Paraíba do Sul

( intervenção e questões formuladas à Mesa )

Rosa Formiga – Laboratório de Hidrologia da

Coppe/UFRJ:

Gostaria de aprofundar o debate sobre as relações consórcios – agências e os comitês. Uma agência deve ter uma instância de tomada de

decisão, que represente os interesses do comitê, para a garantia da execução de suas deliberações ( tal como o Conselho de Administração das agências francesas, que é uma instância “extraída” do comitê ). Resta, no entanto, a questão a ser tratada nos casos em que o consórcio venha a exercer a função de agência:

.

o consórcio se torna agência e “abandona” as suas funções específicas de consórcio?

.

o consórcio continua exercendo a sua função e exerce, também, a função de agência? Neste caso, como se equilibra os poderes do Presidente do Consórcio, Presidente do Comitê de Bacia e do

Presidente do Conselho de Administração ou similar, ou seja, quais são as vantagens e os riscos/problemas quando um consórcio passa a exercer a função de agência? Em que circunstâncias seria desejável e quais seriam as exigências mínimas a considerar?

( intervenção e questões formuladas à Mesa )

b) Sugestão ao CNRH

.

Regulamentar uma cesta de opções de

“modelos de agência” para o país e que cada comitê de bacia possa decidir pelo formato mais apropriado de agência. Para cada caso, o CNRH deve versar sobre as condições mínimas a serem cumpridas pela entidade que quer se credenciar à agência.

Esta regulamentação deve considerar, no mínimo, as seguintes alternativas:

(27)

Organismos

de Bacias

27

.

fundação de direito privado ( modelo paulista e catarinense )

.

OSCIP/OS

.

Consórcios Intermunicipais / Associações de Usuários das Águas

( texto enviado ao Mauro Ribeiro Viegas )

Jander Duarte – Laboratório de Hidrologia, Coppe/

RJ:

a) A proliferação de consórcios, como acentuou o Airton Bodstein de Barros, está dando a idéia, em alguns deles, que podem exercer a função de agência de bacia. Entretanto, em algumas situações, esse desejo não será possível ou problemático, por exemplo, nas bacias, como a do Paraíba do Sul, com vários rios de domínio da União, não terá lógica a criação de várias agências de bacia ou de águas nesses rios federais.

b) O PL 1.616 fala em Conselhos Curadores e se a agência for associação de usuários é essa a denominação adequada? Ou é Conselho de Administração? Ou seja, o PL 1.616 está dando a idéia de fundação de direito privado como agência de bacia.

( intervenção e questões dirigidas à mesa ) Leila Heizer e Eliane Barbosa – Serla:

Considerando que,

.

estamos em um momento em que Governo Fede-ral e Estados envidam esforços no sentido de implementar a política de recursos hídricos, con-forme determina a lei (todos os instrumentos e sistema de gestão) e torna-se necessário e desejável que o sistema se constitua como uma todo

.

se inicia a gestão integrada da Bacia do Rio Paraíba do Sul

.

através de um convênio de integração, a ANA busca apoiar o Estado do Rio de Janeiro para equiparar nosso Estado aos Estados de Minas Ge-rais e São Paulo, que saíram mais à frente na or-ganização de seus sistemas de gestão

Existe uma preocupação dos técnicos em haver uma possibilidade de retrocesso ao se promover

modificação no aparato institucional estadual, sem considerar a importância e especificidade da gestão de recursos hídricos.

( intervenção dirigida à Mesa )

PERGUNT PERGUNT PERGUNT PERGUNT

PERGUNTAAAAAS à REPRESENTS à REPRESENTS à REPRESENTS à REPRESENTS à REPRESENTANTE daANTE daANTE daANTE daANTE da ANA ( Dilma Seli P

ANA ( Dilma Seli P ANA ( Dilma Seli P ANA ( Dilma Seli P

ANA ( Dilma Seli Pena Pena Pena Pena Pena Pereira )ereira )ereira )ereira )ereira )

1) Referente à proposta da agência de bacia como

OS, solicitamos, caso possível, explicações mais detalhadas, também a serem incluídas nas atas do Workshop, sobre:

.

a interface comitê de bacia – agência de bacia, pois não foi citada a presença de um possível Conselho de Administração

.

o fluxo administrativo entre o Comitê e a Agência, passando ou não por um possível Conselho de Administração

.

a composição completa dos membros da Agência ( como Associação Civil reconhecida como OS ), pois na transparência constam apenas Governo Federal e Governo Estadual, deixando dúvidas se são só estes os componentes membros

2) Referente à atuação das agências, existe um tema

ainda pendente de definição, que é o fluxo financeiro dos recursos da cobrança. A aplicação dos recursos pela própria agência, seja atuando

(28)

Organismos

de Bacias

28

como um ordenador de despesas, ou outra forma que permita caracterizar o poder de decisão

descentralizado, tem sido um dos principais assuntos em todos os comitês de bacia do país. Qual a sua opinião e da ANA? Em que ponto foi possível definir alguma coisa?

3) A proposta de agência que vier a ser sugerida pela

ANA será objeto de apreciação pelos comitês? Estes poderão alterá-la ou decidir por outro modelo? Ou seja, existe uma proposta única ou autonomia para os comitês?

4) Complementando a pergunta anterior, gostaríamos

de saber a sua opinião sobre assunto levantado pelo plenário, de ser enviada sugestão ao CNRH,

propondo que este Conselho regulamente uma cesta de opções de “modelos de agência” para o país e que cada comitê de bacia decida pelo formato mais apropriado. Para cada caso, o Conselho deveria regulamentar as condições mínimas para a aceitação do modelo. Esta regulamentação poderia

considerar, no mínimo, as seguintes alternativas:

.

fundação de direito privado ( modelo paulista e ou catarinense )

.

OSCIP/ OS

.

Consórcios Intermunicipais e ou Associações de Usuários.

5) Qual a sua opinião sobre a proposta de Unidades

Executivas Descentralizadas do Estado do Paraná e no que existe de semelhanças e diferenças em relação a sua proposta ( proposta apresentada no Workshop )?

Perguntas de André Pinhel, Rosa Formiga, Hendrik

L. Mansur e João Jerônimo Monticeli. Também foi

incluída a questão 2, sobre o fluxo financeiro, decorrente da intervenção de Francisco Lobato.

(29)

Organismos

de Bacias

29

Artigos técnicos

4

Artigos técnicos

Autores

Artigo

Júlio Thadeu Silva Kettelhut e Celina Xavier de Mendonça Airton Bodstein de Barros Leila Heizer Santos

Paulo Roberto Goulart Marinho

João Jerônimo Monticeli, Silvino Streva e Wilfried Teuber

Luiz Carlos S. S. Rodrigues Francisco José Lobato da Costa Dilma Seli Pena Pereira e Jerson Kelman

Cláudio Serrichio

Beate Frank e Noemia Bohn Luiz Roberto Moretti e Franscisco Carlos Castro Lahóz

Luiz Firmino Martins Pereira Mauri César Barbosa Pereira

O Conselho Nacional de Recursos Hídricos – CNRH

Organismos de Bacias Hidrográficas – Problemas e Soluções Processo de Instituição do Comitê Gestor da Baía de Guanabara Consórcio Intermunicipal de Gestão das Bacias Hidrográficas dos rios Macaé, Macabu, da Lagoa Feia e Zona Costeira Adjacente / RJ

A Fundação da Associação de Usuários das Águas do Médio Paraíba do Sul

Comitê da Bacia Hidrográfica - Oportunidade Democrática de Planejamento

Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado do Paraná: Um Modelo com Base em Associações de Usuários O Sistema de Gestão de Recursos Hídricos

Seis Anos de Ceivap

Gestão da Bacia Hidrográfica: A Experiência da Bacia do Rio Itajaí

A Relação entre Consórcio e Comitê nas Bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí: Participação e Integração Consórcio Intermunicipal de Gestão Ambiental das Bacias da Região dos Lagos, São João e Zona Costeira

Reflexões sobre a Função de Organismos de Bacias Hidrográficas: Caso de Mato Grosso do Sul

Referências

Documentos relacionados

O fortalecimento da escola pública requer a criação de uma cultura de participação para todos os seus segmentos, e a melhoria das condições efetivas para

caracterização do desempenho de crianças utilizadoras de implante coclear a nível linguístico e de tarefas de processamento auditivo central; indicadores que apontam

Tese apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Doutor pelo Programa de Pós-graduação em Direito da PUC-Rio.. Aprovada pela Comissão Examinadora abaixo

Uma vez que o instituto da detenção administrativa aplica-se para o estrangeiro, por- que entrou ou permanece irregularmente no território da União Europeia, discute-se muito a

A realização desta dissertação tem como principal objectivo o melhoramento de um sistema protótipo já existente utilizando para isso tecnologia de reconhecimento

Por fim, na terceira parte, o artigo se propõe a apresentar uma perspectiva para o ensino de agroecologia, com aporte no marco teórico e epistemológico da abordagem

Para caracterizar os sistemas são utilizadas ferramentas para a análise de séries temporais, como a autocorrelação, a análise espectral, a análise de ondeletas e a correlação

Na população estudada, distúrbios de vias aéreas e hábito de falar muito (fatores decorrentes de alterações relacionadas à saúde), presença de ruído ao telefone (fator