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Academic year: 2021

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«Onde a arte da Medicina é amada,

também há amor pela Humanidade»

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Relatório Final | UC Estágio Profissionalizante | Sofia Grilo | 2013387

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Índice

1. Introdução ... 4 2. Atividades Desenvolvidas ... 5 2.1. Cirurgia Geral ... 5 2.2. Medicina Interna ... 5 2.3. Ginecologia e Obstetrícia ... 6 2.4. Saúde Mental ... 7

2.5. Medicina Geral e Familiar ... 7

2.6. Pediatria ... 8

2.7. Estágio Clínico Opcional – Cuidados Intensivos Pediátricos ... 8

3. Elementos valorativos ... 9

4. Reflexão crítica ... 10

5. Referências Bibliográficas ... 12

6. Anexos ... 12

Siglas e Acrónimos

- AEFCM: Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Médicas

- DEO: Diário de Exercício Orientado - EP: Estágio Parcelar

- FMM: Festival Músicas do Mundo - HDE: Hospital de Dona Estefânia

- HFF: Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca - HSFX: Hospital São Francisco Xavier - MGF: Medicina Geral e Familiar

- MCDT: Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica

- NMS|FCM: Nova Medical School | Faculdade de Ciências Médicas

- NOC: Norma de Orientação Clínica

- ONGD: Organização Não Governamental para o Desenvolvimento

- SU: Serviço de Urgência

- TEAM: Trauma Evaluation And Management - UC: Unidade Curricular

- UCINT: Unidade de Cuidados Intermédios - UCSP: Unidade de Cuidados de Saúde Primários - USF: Unidade de Saúde Familiar

- VMER: Viatura Médica de Emergência e Reanimação

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1. Introdução

Partindo da premissa de que ‘’o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo’’, foi elaborada há 70 anos a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Nesta proclamou-se que ‘’Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto (...) à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários’’. [1]

Do reconhecimento da saúde enquanto direito humano fundamental, advém a responsabilidade do Estado em assegurar a prestação de cuidados de saúde de qualidade universais e não discriminatórios, visão esta que se coaduna com a do Serviço Nacional de Saúde. Sendo os profissionais de saúde um dos seus pilares, então depreende-se que a formação médica deva constituir uma prioridade. Contudo, a sua concretização é um desafio, pois além de uma formação científica sólida, esta requer cultura na compreensão do doente na sua globalidade, bem como sentido ético e moral e interesse pelo próximo, “sem os quais não é possível apreender e viver o espírito de serviço que deve ser o paradigma da sua profissão”. [2] O Estágio Profissionalizante surge, assim, na fase final da formação médica pré-graduada, no 6º ano do Mestrado Integrado de Medicina. Corresponde a um estágio de natureza profissional constituído por seis estágios parcelares - Medicina Interna, Cirurgia Geral, Medicina Geral e Familiar, Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria e Saúde Mental – nos quais se procura aproximar a rotina diária da realidade da prática clínica, mediante um exercício clínico programado e orientado, de modo a dotar o aluno com os conhecimentos, competências e atitudes necessários para a prática da arte da Medicina. Baseando-me nas respetivas fichas das UC’s e n’O Licenciado Médico em Portugal, defini como objetivos gerais: 1) Adquirir, sistematizar e integrar conhecimentos teórico-práticos e sua respetiva aplicação na análise e resolução de problemas clínicos comuns, tendo por base a melhor evidência disponível; 2) Avaliar doentes de forma autónoma, através de colheita de história clínica e exame objetivo adequados; 3) Gerir devidamente problemas médicos comuns, mediante elaboração de estratégias diagnósticas, prognósticos e planos terapêuticos, com racionalidade na utilização de recursos; 4) Adquirir competências de comunicação interpessoal com o doente, seus familiares e outros profissionais de saúde; 5) Centrar a prática médica na pessoa, procurando compreendê-la como ser humano integrado num contexto biopsicossocial, promover a saúde e aperfeiçoar a relação médico-doente; 6) Desenvolver a compreensão do que significa ser médico, no que concerne à identidade e responsabilidade profissional e aos valores e atitudes a cultivar.

Com o presente relatório proponho-me a sintetizar as atividades desenvolvidas ao longo do estágio profissionalizante e seus objetivos específicos, a descrever atividades de natureza extracurricular que estruturaram o meu percurso de crescimento pessoal e profissional e a realizar uma reflexão crítica de

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Relatório Final | UC Estágio Profissionalizante | Sofia Grilo | 2013387

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Hospital da Luz Lisboa | Tutor: Dr. Carlos Ferreira

10 de setembro a 1 de novembro de 2018

Hospital São Francisco Xavier | Tutor: Dr. Hugo Moreira 6 de novembro de 2018 a 12 de janeiro de 2019

2. Atividades Desenvolvidas

2.1. Cirurgia Geral

O estágio de Cirurgia Geral teve uma duração total de oito semanas, para as quais defini como objetivos específicos: 1) adquirir, consolidar e aplicar conhecimentos relativos ao diagnóstico e tratamento das principais síndromes cirúrgicas, 2) adquirir autonomia na realização de procedimentos cirúrgicos simples, incluindo suturas e técnicas de anestesia e assepsia necessárias para o efeito, 3) acompanhar o trajeto intra-hospitalar completo do doente cirúrgico. Na primeira semana, o estágio consistiu em aulas teórico-práticas no Hospital Beatriz Ângelo, que culminaram com o curso “TEAM”. Durante o período de cinco semanas dedicadas a Cirurgia Geral, acompanhei o meu tutor na sua atividade assistencial, principalmente no Bloco Operatório e na Consulta Externa, mas também no Internamento e na realização de técnicas de Pequena Cirurgia. Tive a oportunidade de assistir a múltiplas cirurgias, maioritariamente eletivas, entre as quais as mais frequentes foram hernioplastias e colecistectomias por via laparoscópica, embora também tenha contactado com cirurgias do âmbito de outras especialidades e com recurso a robot cirúrgico Da

Vinci. Em termos práticos, pude ajudar em seis cirurgias e em duas pequenas cirurgias, além de ter treinado

a semiologia do doente cirúrgico. Nas duas semanas de Medicina Intensiva (Opcional), fui integrada na prática diária da equipa, acompanhando a evolução de doentes críticos, a maioria dos quais em contexto pós-operatório, além de ter observado autonomamente alguns doentes e realizado os respetivos registos clínicos. A nível formativo, destaco ainda as sessões hospitalares semanais, as consultas multidisciplinares de diagnóstico e terapêutica de doentes com neoplasia e o trabalho que apresentei – “Under Pressure,

Pushing Down on Me” - a propósito do caso clínico de um doente com acalásia.

2.2. Medicina Interna

O estágio de Medicina Interna teve uma duração de oito semanas e decorreu na Unidade de Cuidados Intermédios (UCINT) da Unidade Funcional IV do Serviço de Medicina Interna do HSFX. Estabeleci os seguintes objetivos específicos: 1) integrar progressivamente a atividade assistencial diária da equipa médica, com sentido de responsabilidade e espírito de iniciativa, 2) aprofundar aspetos de anamnese e de semiologia, 3) formular hipóteses de diagnóstico estruturadas e propor estratégias de gestão (diagnóstica e terapêutica) em conformidade, 4) discutir e apresentar casos clínicos entre pares. Este teve uma vertente teórica, através de seminários na NMS|FCM sobre patologias mais frequentes e ligadas à área de urgência e emergência, e uma vertente prática na Enfermaria, Serviço de Urgência, Consulta Externa (Medicina Interna e Medicina/AVC) e Hospital de Dia de Especialidades Médicas. O estágio decorreu maioritariamente na Enfermaria, onde pude acompanhar, em simultâneo, doentes com necessidade de cuidados mais diferenciados e de vigilância mais apertada - na UCINT - e doentes clinicamente mais estáveis - numa enfermaria dita ‘’regular’’- cujo motivo de internamento mais frequente foi sépsis/choque séptico. Fiquei

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Hospital CUF Descobertas | Tutora: Prof.ª Ana Patrícia Domingues 21 de janeiro a 15 de fevereiro de 2019

diariamente responsável pelo seguimento de um a dois doentes que me foram atribuídos, o que incluiu a sua observação de forma autónoma, a elaboração de registos clínicos e de eventuais notas de alta, prescrição e interpretação de exames complementares, formulação de hipóteses, discussão da evolução e do seu plano terapêutico, bem como a articulação com outras especialidades e profissionais de saúde. Observei a realização de diversas técnicas e procedimentos invasivos e não invasivos e pude realizar punções arteriais e venosas. Contactei semanalmente com o Serviço de Urgência, onde treinei o raciocínio conciso e hierarquizado necessário neste contexto. Em termos formativos acrescento as sessões teórico-práticas que decorreram no serviço e a apresentação oral que realizei sobre o diagnóstico e abordagem do tremor, intitulada ‘’Doutor, as minhas mãos tremem’’.

2.3. Ginecologia e Obstetrícia

O estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia teve uma duração de quatro semanas e estabeleci como prioridades: 1) consolidar conhecimentos das patologias ginecológicas e obstétricas mais comuns e da respetiva abordagem, 2) familiarizar-me com as diferentes valências da especialidade, 3) aperfeiçoar técnicas e procedimentos práticos de Ginecologia e Obstetrícia. Seguindo um sistema rotativo, dirigi-me diariamente a um local pré-determinado, podendo, assim, contactar com uma grande diversidade de domínios clínicos e procedimentos. Assisti a Consultas Externas de Ginecologia, Obstetrícia e Alto Risco Obstétrico, Senologia, Patologia Tromboembólica e Autoimune. Cumpri doze horas semanais no Serviço de Urgência e Bloco de Partos, tendo assistido a vários partos e participado numa cesariana. No Bloco Operatório observei cirurgias principalmente do âmbito uroginecológico. Além disso, observei Exames Especiais de Ginecologia (essencialmente colposcopias com citologia) e Ecografias Ginecológicas e Obstétricas. Embora o estágio tenha sido principalmente observacional, também me foram dadas oportunidades de executar e aperfeiçoar competências práticas, entre as quais destaco a palpação mamária e axilar, o exame ginecológico (incluindo colheita de amostras para rastreio de colo do útero), auscultação do foco cardíaco fetal por doppler e palpação do fundo uterino. De salientar que acompanhei todo o percurso da grávida - desde a consulta pré-concepcional à consulta pós-natal - e que pude sistematizar os programas de rastreio oncológico da mulher. A nível formativo, destaco a presença semanal nas reuniões de serviço e nas reuniões multidisciplinares de Patologia Mamária, bem como a comunicação oral que efetuei sobre ‘’Ablação transcervical ecoguiada de Leiomiomas Uterinos’’.

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Equipa Comunitária Brandoa (HFF) | Tutora: Dr.ª Mariana Morins

18 de fevereiro a 15 de março de 2019

USF Alfa Beja |Tutora: Dr.ª Madalena Valente

18 de março a 5 de abril de 2019

2.4. Saúde Menta

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O estágio de Saúde Mental teve uma duração de quatro semanas. Como o meu contacto prévio com esta área tinha sido em Consulta de Pedopsiquiatria, ainda não tinha lidado com a Psiquiatria de Adultos, pelo que estabeleci como objetivos: 1) identificar os principais sintomas de perturbação psiquiátrica, diferenciá-los do funcionamento psicológico normal e estabelecer hipóteses de diagnóstico estruturadas, 2) adquirir ferramentas básicas de condução de entrevista psiquiátrica no adulto, 3) colmatar falhas teóricas de psicofarmacologia, 4) compreender o modelo integrado de cuidados de saúde mental na comunidade. Compreendeu uma vertente teórico-prática na NMS|FCM, com seminários sobre o estigma em doença mental e discussão de casos clínicos, e uma vertente prática, no Departamento de Psiquiatria do HFF. Esta última teve lugar principalmente na UCSP da Brandoa, onde assisti a Consultas de Psiquiatria, mas também a Consultas de Enfermagem, nas quais pude aprender a administrar medicação injetável. Acompanhei Visitas Domiciliárias de Enfermagem e visitei o espaço@com (estrutura de reabilitação psicossocial), dos quais destaco a promoção de estratégias psicoeducativas e a multidisciplinaridade. A maioria dos doentes que observei neste contexto era há muito seguida pela equipa, tendo as suas patologias crónicas controladas. Esta realidade contrastou com os quadros agudos com que contactei no SU e Internamento e com os doentes em fase de reabilitação que observei no Hospital de Dia. Também assisti às reuniões semanais da Equipa Comunitária da Brandoa e redigi uma história clínica, em contexto de consulta.

2.5. Medicina Geral e Familiar

Para o estágio de MGF, de quatro semanas, delineei os seguintes objetivos: 1) conhecer a realidade da prática médica à periferia, 2) identificar e gerir as patologias mais comuns na comunidade, incluindo a aplicação de princípios de referenciação, 3) aplicar medidas de prevenção e de promoção de saúde, 4) conduzir consultas centradas no doente de forma autónoma, 5) compreender as particularidades do doente idoso com co-morbilidade e integrá-las no plano de cuidados. Na USF Alfa Beja, assisti a consultas da minha tutora e, de modo progressivo, conduzi diferentes tipos de consultas. Treinei a comunicação e a relação com o doente, o raciocínio clínico, a anamnese e exame objetivo e a prescrição de MCDT. Além de consultas de doença aguda e de vigilância de doenças crónicas (a maioria de foro cardiovascular, metabólico e osteoarticular) também me familiarizei com programas de rastreio oncológico e de intervenção no ciclo de vida individual (consultas de saúde infanto-juvenil, planeamento familiar e saúde materna). Durante uma manhã, estive na extensão de saúde de Baleizão e acompanhei uma visita domiciliária, contactando com uma prática médica com recursos muito limitados, mas com uma relação médico-doente-família particularmente especial. De salientar que a educação para a saúde foi transversal a todas estas atividades. Além de ter elaborado o DEO, fiz uma comunicação oral sobre a NOC ‘’Diagnóstico e Tratamento da Amigdalite Aguda em idade pediátrica’’, numa reunião semanal da equipa da USF.

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Hospital Dona Estefânia |Tutora: Dr.ª Raquel Santos 22 de abril a 17 de maio de 2019

HFF | Tutor: Dr. Pedro Sampaio Nunes | 20 de maio a 31 de maio de 2019

2.6. Pediatria

Para o estágio de Pediatria estabeleci como objetivos: 1) consolidar competências de anamnese, semiologia e princípios gerais de atuação nas doenças mais comuns na criança e adolescente; 2) contactar com diferentes valências e subespecialidades da Pediatria, de modo a adquirir uma perspetiva global da especialidade; 3) aprender a lidar com as preocupações e ansiedade dos pais ou cuidadores e melhorar a relação médico-doente-família; 4) desenvolver a capacidade de lidar com situações complexas, de prognóstico reservado, de um modo humanizado. Durante estas quatro semanas, contactei com diversos contextos – internamento, consulta externa, serviço de urgência e visita domiciliária – e subespecialidades da Pediatria – maioritariamente Nefrologia, por ser a área de especialização da minha tutora, mas também Cuidados Intensivos, Neonatologia, Cuidados Paliativos, Endocrinologia, Reumatologia e Neurologia. Saliento a oportunidade de contactar com a prática dos Cuidados Paliativos Pediátricos, tema de meu particular interesse. Estando num hospital de referência, contactei com um grande volume de doentes, com múltiplas patologias, de caráter agudo e crónico, mais raras e prevalentes. Adicionalmente, participei em consultas de Imunoalergologia e assisti a um cateterismo cardíaco no serviço de Cardiologia Pediátrica do Hospital de Santa Marta. Em termos formativos, participei no Workshop de Urgências Pediátricas, redigi uma História Clínica de um doente internado por pneumonia atípica e apresentei um trabalho sobre ‘’Intoxicação por Paracetamol’’.

2.7. Estágio Clínico Opcional – Cuidados Intensivos Pediátricos

Optei por realizar um estágio clínico opcional na Unidade de Cuidados Intensivos Especiais de Pediatria do HFF, tendo como ponto de partida os seguintes objetivos: 1) conhecer a realidade da subespecialidade de Cuidados Intensivos Pediátricos, 2) contactar com o Serviço de Pediatria do HFF, 3) contactar com a tomada de decisões em fim de vida e outras situações complexas e compreender os princípios éticos inerentes às mesmas. Neste estágio pude integrar o seguimento diário dos doentes internados no serviço. Realizei autonomamente a avaliação clínica por sistemas orgânicos, realizei registos da evolução de doentes, interpretei e fiz a requisição de MCDT, participei nas reuniões do serviço e realizei uma nota de alta. Comuniquei diariamente com familiares, médicos e outros profissionais de saúde. Observei diversos procedimentos invasivos e não invasivos, de entre os quais destaco uma exsanguíneo-transfusão num doente drepanocítico, e tive a oportunidade de remover um cateter venoso central. Ademais, frequentei reuniões do Serviço de Pediatria, nas quais pude ficar com uma perspetiva global da epidemiologia e patologias mais frequentes do serviço do HFF, e usufruí de sessões clínicas e formativas na unidade, nas quais pude aprender acerca de infeções de cateteres, gasimetrias, delirium, entre outros.

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3. Elementos valorativos

No decurso do Mestrado Integrado em Medicina, procurei desafiar-me e envolver-me em atividades que completassem a minha formação enquanto futura médica e enquanto pessoa. Na área da Educação Médica, fui monitora voluntária na UC de Fisiologia entre 2014 e 2016 e colaboradora do Grupo de Educação Médica Interna da Equipa de Medicina da AEFCM, no mandato 2016/2017. No presente ano, iniciei a colaboração enquanto instrutora nos cursos ‘’ABC do Trauma’’ e “TEAM”, integrados, respetivamente, na UC de Cirurgia Geral (3º ano) e no EP de Cirurgia (6º ano). Também ingressei no NOVAMedSim - Student, um grupo de estudantes que procura criar e promover uma estrutura que suporte a inovação e o desenvolvimento de atividades de Simulação na NMS|FCM, que acredito ser crucial para o treino de competências e a melhoria da segurança dos cuidados de saúde. Neste contexto, completei o Curso Básico de Instrutores de Simulação Médica, onde consolidei uma base pedagógica que culminou com a construção de um cenário de simulação e do qual advirá a submissão de um projeto de investigação na área. Em termos Formativos, com o intuito de contactar com a realidade do mundo de investigação, em 2018 fiz um estágio de investigação básica no Instituto de Medicina Molecular, no projeto “Neurobiologia Humana e Cognição”. Ao longo do curso, procurei participar em diversas palestras para colmatar falhas no meu conhecimento e fomentar áreas em que tenho particular interesse, tais como a Pediatria e o Mundo Global e Humanitário. Além disso, a dualidade entre o Poder e o Dever fazer tem marcado o meu percurso e visão da Medicina, pelo que, por um lado, me levou a procurar compreender mais acerca de Cuidados Paliativos (por exemplo, com a escolha da UC Opcional Cuidados Paliativos Pediátricos, no quinto ano) e, por outro lado, a investir na área de Intensivismo, Trauma e Emergência (através de um estágio observacional na VMER e em workshops e outras actividades relacionadas). Um outro aspeto que me caracteriza é o querer conhecer pessoas, culturas e realidades diferentes, que me motivou a realizar um Programa Erasmus em Estrasburgo. Também procurei envolver-me regularmente em Atividades de Voluntariado, de entre as quais saliento o GASNova - Grupo de Acção Social, uma ONGD onde, no ano letivo 2017/2018 percorri uma Caminhada com base nos conceitos de Educação para o Desenvolvimento e Cidadania Global, que culminou com a minha participação num Projeto de Voluntariado de Desenvolvimento Comunitário no Brasil entre julho e setembro de 2018. No presente ano letivo, assumi o cargo de Coordenadora do Departamento de Sensibilização, no qual procurei aproximar os voluntários da organização e a Sociedade de alguns dos maiores desafios da atualidade (em temas como, por exemplo, Migrações e Meio Ambiente) e mobilizá-los para a ação. Desde 2015, colaboro anualmente como Voluntária no Festival Músicas do Mundo, um festival de serviço público cultural que procura dar a conhecer a diversidade de artistas e expressões musicais de todo o mundo, acompanhando artistas de origens geográficas e culturais totalmente distintas.

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4. Reflexão crítica

"É tão importante saber o tipo de doença que a pessoa tem, como o tipo de pessoa que tem a doença".

(William Osler) Na tentativa de conciliar estes dois Saberes, procurei consolidar uma base de conhecimentos científicos coerente e, simultaneamente, cultivar valores, atitudes e competências para conseguir compreender o outro. Na NMS|FCM pude ter um contacto precoce e personalizado com a prática clínica, que foi definitivamente vantajoso para a minha aprendizagem. Contudo, para conseguir conjugar o “saber” com o “saber fazer” exigidos a um médico, ainda sentia necessidade de sistematizar e aplicar alguns dos conhecimentos já adquiridos, bem como de crescer na relação com o doente. Neste contexto, o Estágio Profissionalizante representou para mim um meio essencial para estruturar o raciocínio, colmatar falhas e desenvolver uma série de competências nucleares. Adotando uma atitude profissional, crítica e proactiva, folgo em afirmar que atingi a globalidade dos objetivos a que inicialmente me propus. Em Cirurgia Geral, apesar de ter participado em cirurgias, a execução de procedimentos práticos, como o exame clínico de doentes ou técnicas de pequena cirurgia, ficou aquém dos objetivos. No entanto, tive o privilégio de poder conhecer o trabalho do Dr. Carlos Ferreira, que me inspirou não só pelo testemunho do seu trabalho humanitário desenvolvido no passado, como pela prática diária de uma medicina humanizada, com uma exímia capacidade de estabelecer Empatia. Além do mais, a minha participação no “TEAM” abriu-me portas e levou-me a colaborar enquanto instrutora em atividades do mesmo âmbito. Em Medicina Interna fui verdadeiramente integrada numa equipa na qual tinha o meu papel concreto a desempenhar, permitindo-me progredir na confiança das minhas capacidades, no raciocínio clínico e na relação com o doente. O contacto com uma grande diversidade de patologias e contextos de observação tornou-o enriquecedor e desafiante. Fiquei particularmente marcada com o contacto com a morte – o primeiro durante o curso – e a frequente necessidade de Decisão em fim de vida. Em Ginecologia e Obstetrícia pude consolidar uma visão abrangente das várias valências da especialidade. Além de contactar com cuidados personalizados e aperfeiçoar competências práticas, presenciei a importância de uma Comunicação efetiva, principalmente em Obstetrícia. Optei por fazer o estágio de Saúde Mental numa equipa comunitária, motivada pela curiosidade de conhecer as reais condições de vida e dificuldades muitos dos doentes enfrentam no seu quotidiano. Embora não me tenha permitido adquirir a autonomia que desejava na avaliação de um doente sob o ponto de vista psíquico, foi especial por me ter feito imergir no espaço social, emocional e cultural dos doentes e por me ter mostrado a importância da articulação multidisciplinar no sucesso da reintegração do doente. Aqui aprendi a relevância do Contexto. Em Medicina Geral e Familiar pude afastar-me da azáfama da capital e aproximar-me dos cuidados de saúde primários num meio rural, com uma população demograficamente distinta e recursos mais limitados – oportunidade esta que, na minha

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autonomamente consultas do início ao fim, o que foi bastante gratificante. Contribuí ativamente para a gestão de saúde e doença, consolidei princípios de medicina preventiva e cresci na relação com o doente e a família. Este foi o estágio mais didáctico para mim, também tendo a elaboração do DEO contribuído para tal. Foi um verdadeiro Desafio. Em Pediatria adquiri uma perspetiva global desta especialidade pela qual nutro tanto carinho, embora por via maioritariamente observacional, pelo que ficou aquém dos objetivos práticos que pretendia. Neste sentido, o estágio opcional de Cuidados Intensivos Pediátricos constituiu um excelente complemento, por me ter permitido desempenhar tarefas com autonomia e ser uma mais-valia para a equipa. Terminei os estágios ainda com maior interesse por casos mais graves e complexos, nos quais as preocupações de índole Ética e social têm um papel determinante. Este contacto e as reflexões sobre o futuro destas crianças fizeram-me aprender acerca da forma mais pura da Humanidade.

No que concerne a Atividades Extracurriculares, procurei desempenhar um papel ativo na Sociedade, contribuindo para a instituição que me acolheu e para a comunidade em que me insiro. Por acreditar na importância da Educação e Simulação Médicas, integrei diversas iniciativas educativas na faculdade: fui monitora voluntária de Fisiologia, instrutora nos cursos “ABC do Trauma” e “TEAM”, juntei-me ao NOVAMedSim – Students e completei o Curso Básico de Instrutores de Simulação Médica. Para completar a minha formação, frequentei diversas palestras e workshops. No GASNova - Grupo de Ação Social, percorri uma Caminhada de autoconhecimento, desenvolvimento de sentido crítico, trabalho em Equipa, liderança e gestão de tempo. Nesta “escola” de educação não formal, e tomando como exemplo pessoas como Denis Mukwege - médico e prémio Nobel da Paz com quem tive a honra de conversar recentemente -, pude ficar ainda mais inquieta por moldar a construção da paz através da minha profissão e contribuir para um Mundo melhor. Fazer Erasmus em Estrasburgo - cidade que simboliza uma Europa inclusiva e sem fronteiras – abriu-me horizontes e permitiu-me contactar com patologias, metodologias e organizações de serviços distintas. Enquanto Voluntária do FMM, adquiri ferramentas de comunicação interpessoal multilingue e aproximei-me da multiculturalidade e da real diversidade do mundo global em que vivemos.

Dito isto, findo o meu percurso académico considerando que adquiri os conhecimentos e competências nucleares fundamentais à profissão médica, embora ciente da necessidade de continuar permanentemente a aperfeiçoá-las. Concluo agradecendo a todos com que me cruzei. Àqueles que me inspiraram. Aos professores, tutores e profissionais de saúde, pelos ensinamentos, sobretudo os que não vinham nos livros. Aos colegas, amigos e família, pelo apoio incondicional, estamos juntos! Acima de tudo, agradeço aos doentes que, ao me fazerem ver e sentir o seu lado, me ensinaram a respeitar a diversidade, valor e dignidade do ser humano e me relembraram diariamente o porquê de eu ter feito esta escolha há seis anos atrás. A todos vós, devo a Pessoa que sou hoje e a Médica que em breve serei, com uma enorme vontade de continuar a trilhar novos caminhos de aprendizagem e de exercer a Ciência e Arte da Medicina ao serviço da Humanidade.

“Temos andado enganados sobre o nosso papel enquanto médicos. Achamos que o nosso papel é garantir a saúde e a sobrevivência. Mas, na realidade, vai além disso. É possibilitar o bem-estar. E o bem-estar prende-se com as razões pelas quais desejamos viver.

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5. Referências Bibliográficas

[1]

Declaração Universal dos Direitos Humanos (217A (III) Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, 1948), Paris, disponível em https://dre.pt/declaracao-universal-dos-direitos-humanos

[2]

Victorino RM et al, O Licenciado Médico em Portugal, Coordenação Faculdade de Medicina de Lisboa, 2005, disponível em

https://sigarra.up.pt/fmup/pt/web_gessi_docs.download_file?p_name=F2055226585/licenciadomedico_p ortugal2005-2.pdf

6. Anexos

Secção 1 – Experiência Clínica e Formativa

Anexo 1 - Programa Erasmus Université de Strasbourg, França (2016-2017)

Anexo 2 – CECEFs - Curtos Estágios Científicos em Férias, Instituto de Medicina Molecular (Agosto 2017) Anexo 3 - Declaração da realização de Estágio de Observação na VMER

Anexo 4 - Certificado de participação no curso “TEAM” Secção 2 – Educação Médica

Anexo 5 – Declarações de Monitora de Fisiologia (2015/2016, 2016/2017)

Anexo 6 - Colaboradora da AEFCM – Gabinete de Educação Médica Interna (2016/2017) Anexo 7 - Declaração de Instrutora nos cursos ‘’ABC do Trauma’’ e “TEAM”

Anexo 8 - Certificado de participação no Curso Básico de Instrutores de Simulação Médica Secção 3 – Palestras e Conferências do presente ano letivo

Anexo 9 - Declaração de colaboração no 258º Curso Advanced Trauma Life Support (2018) Anexo 10 - Declaração de colaboração no workshop ‘‘Ecografia na Urgência’’

Anexo 11 - Certificado de participação no iMed Conference® 10.0 Lisbon

Anexo 12 – Certificado de participação no workshop “Go further - practising Medicine in Sub-Saharan

Africa by Academia CUF”

Anexo 13 – Certificado de participação na palestra “Medicina das Viagens”

Anexo 14 – Certificado de participação no seminário “Perturbações do Desenvolvimento no Feminino” Anexo 15 - Certificado de participação nas “III Jornadas de Dermatologia Pediátrica”

Anexo 16 – Certificado de participação na sessão “Casos clínicos interativos de Urgências em Pediatria para MGF”

Secção 4– Atividades de voluntariado regular

Anexo 17 - Certificado de participação no GASNova – Grupo de Acção Social Anexo 18 – Certificados de colaboração no Festival Músicas do Mundo

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Secção 1 – Experiência Clínica e Formativa

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Anexo 3 - Declaração da realização de Estágio de Observação na VMER

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Secção 2 – Educação Médica

Anexo 5 - Declarações de monitora voluntária da UC fisiologia (2015/2016, 2016/2017)

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Anexo 7 – Declaração de Instrutora nos cursos ‘’ABC do Trauma’’ e “TEAM”

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Anexo 8 - Certificado de participação no Curso Básico de Instrutores de Simulação Médica

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Secção 3 – Palestras e Conferências do presente ano letivo

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Anexo 10 - Declaração de colaboração no workshop ‘‘Ecografia na Urgência’’

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Anexo 11 - Certificado de participação no iMed Conference® 10.0 Lisbon

Anexo 12 – Certificado de participação no workshop “Go further - practising Medicine in Sub-Saharan

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Anexo 13 – Certificado de participação na palestra “Medicina das Viagens”

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Anexo 14 – Certificado de participação no seminário “Perturbações do Desenvolvimento no Feminino”

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Anexo 16 – Certificado de participação na sessão “Casos clínicos interativos de Urgências em Pediatria

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Secção 4 – Atividades de voluntariado regular

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Anexo 18 – Certificados de colaboração no Festival Músicas do Mundo

Referências

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