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Efeitos do exercício físico na pressão arterial: estudo qualitativo em idosos hipertensos: revisão sistemática

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ANA CARLA SILVA DOS SANTOS

Efeitos do exercício físico na pressão arterial:

estudo qualitativo em idosos hipertensos

Revisão Sistemática

Mestrado em Gerontologia

Orientadores: Professor Doutor José Carlos Leitão

UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO VILA REAL, 2013

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Efeitos do exercício físico na pressão arterial:

estudo qualitativo em idosos hipertensos

Revisão Sistemática

Dissertação foi expressamente elaborada com vista à obtenção do grau de Mestre em Gerontologia, especialização em Actividade Física e Saúde no Idoso, de acordo com o disposto no Decreto-Lei 107/2008, de 25 de Junho.

Orientadores: Professor Doutor José Carlos Leitão

UTAD Vila Real – 2013

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III

Agradecimentos

Agradeço a Deus pela força e discernimento na realização dessa conquista e peço-o sabedoria para alcançar novas conquistas.

Aos meus pais, Fátima Cabral e José Erinaldo, pelo amor e apoio incondicional, mesmo nos momentos mais difíceis, sempre empenhados na minha realização profissional, ainda que para isso fossem necessários grandes sacrifícios.

A minha irmã Flavyana Santos por também fazer parte dessa trajetória e por ter me dado uma linda sobrinha Ana Flávya que por vezes me fez sorrir, em momentos de maior tensão.

A toda minha família, amigos e ao Carlos, meu namorado, por terem entendido a minha ausência e pelo companheirismo tornando momentos ruins em momentos agradáveis. Ao meu orientador Professor Doutor José Carlos Gomes Leitão, por todo o incentivo e dedicação. Serão poucas as palavras para expressa o carinho e a admiração, que nutro por esta pessoa.

Ao colega Luiz Marinho, pela amizade e confiança depositada em mim e no meu trabalho profissional.

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O exercício físico vem promovendo respostas satisfatórias na prevenção e controle da hipertensão arterial em idosos hipertensos, tornando-se uma das principais condutas terapêuticas não farmacólogica. O efeito hipotensor do exercício físico na pressão arterial tem como conseqüência, a redução dos fatores de risco cardiovasculares, originando menores índices de mortalidade entre os idosos. O objetivo deste estudo foi investigar através de uma revisão sistemática qual o tipo, intensidade e duração ideal para que ocorra a hipotensão pós-exercício em idosos hipertensos. Os estudos foram selecionados para revisão, nas bases de dados eletrônicas: MEDLINE (1966 até ao presente), PubMed (1950 até ao presente), LILACS (1982 até ao presente), SciELO (1998 até ao presente) nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola. Para análise dos resultados foram criados as seguintes categorias de acordo com os dados encontrados: exercício aeróbico, exercício resistido e exercício aeróbico associao com resistido em idosos hipertensos. A maioria dos estudos parece evidenciar que o exercício físico contribui de forma benéfica no controle da pressão arterial em idosos hipertensos, caracterizando-se como uma importante conduta não-medicamentosa de prevenção e tratamento da hipertensão arterial em idosos.

Palavras-chave: hipertensão, atividade física, exercício físico, idoso, exercício aeróbico, exercício resistido.

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V

Abstract

The exercise has been promoting satisfactory answers in the prevention and control of hypertension in elderly hypertensive patients, making it one of the main non-pharmacological therapeutic. The hypotensive effect of physical exercise on blood pressure has as a consequence, the reduction of cardiovascular risk factors, resulting in lower rates of mortality among the elderly. The purpose of this study was to investigate through a systematic review which the type, intensity and duration ideal for post-exercise hypotension occurs in elderly hypertensive patients. Studies were selected for review in electronic databases: MEDLINE (1966 to present) , PubMed (1950 to present) , LILACS (1982 to present) , SciELO (1998 to present) in Portuguese, English and Spanish. For data analysis the following categories were created according to the data found: aerobic exercise, resistance exercise and aerobic exercise association with resistance in elderly hypertensive patients. Most studies suggesting that exercise contributes so beneficial in controlling blood pressure in elderly hypertensive, characterized as an important non-conduct of drug prevention and treatment of hypertension in the elderly.

Key-words: hypertension, physical activity, physical exercise, elderly, aerobic exercise, resistance exercise

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VII

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IX

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VO2max Consumo máximo de oxigênio

DCV Doenças cardiovasculares

FC max Frequência cardíaca máxima

EXP1 Grupo experimental um

EXP2 Grupo experimental dois

PA Pressão arterial

PAD Pressão arterial diastólica PAS Pressão arterial sistólica

mm Milímetros

mmHg Milímetros de mercúrio

reps Repetições

1RM Uma repetição máxima

HPE Hipotensão pós-exercício

DCNT Doenças crônicas não transmissíveis

EA Exercío aeróbico

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INTRODUÇÃO

Efeitos do exercício físico na pressão arterial:

estudo qualitativo em idosos hipertensos

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1. INTRODUÇÃO

Segundo critério da Organização Mundial da Saúde (OMS) é considerado idoso aquele que possui idade mínima de 60 anos ou mais, nos países em desenvolvimento e em países desenvolvidos é considerado idoso os que possuem 65 anos ou mais.

O Brasil é um país onde o crescimento da população idosa vem atingindo valores superiores ao crescimento populacional. Atualmente, a faixa etária igual ou superior a 80 anos é composta por 2.935.585 pessoas (IBGE, 2011), representando 14% da população idosa brasileira.

De acordo com o Population Reference Bureau (2011), os países com mais idosos (indivíduos com 65 anos ou mais) são Japão 23,2%, Alemanha 20,7%, Itália 20,2%, Grécia 18,9%, Suécia 18,5%, Portugal 17,9%, Bulgária 17,7%, Áustria 17,6, Finlândia 17,5%, Letônia 17,4%. Já no Brasil a representatividade dos grupos etários em relação ao total da população em 2010 é menor que a observada em 2000 para todas as faixas com idade até 25 anos, ao passo que os demais grupos etários aumentaram suas participações na última década. Em consequência, podemos observar o alargamento do topo da pirâmide etária de crescimento da participação relativa da população com 65 anos ou mais, que era de 4,8% em 1991, passando a 5,9% em 2000 e chegando a 7,4% em 2010. O País tem hoje cerca de 20 milhões de idosos. Em 2025, esse número deve passar para 32 milhões de pessoas (IBGE, 2010).

Nestes últimos dez anos, o crescimento absoluto da população do Brasil se deu principalmente em função do crescimento da população adulta, com destaque para o aumento da participação da população idosa (IBGE, 2010). Tal crescimento vem acompanhado de novos problemas para a sociedade que possui poucos sistemas de assistência pública.

Segundo dados da Informe de Situação e Tendências: Demografia e Saúde (2009) têm-se uma estimativa que entre 75 a 80% da população de 60 anos ou mais têm pelo menos uma condição crônica, o que resultaria num contingente de 27 milhões, em 2025, e de 50 milhões, em 2050. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a preocupação deve ser maior com a população idosa, uma vez que foram reportados apenas 9,3% de pessoas com doenças crônicas não transmissíveis

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Introdução

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(DCNT) na faixa etária de 0 a 14 anos, ao passo que entre os idosos esse valor atinge 75,5% (IBGE, 2009).

Dentre as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), as cardiovasculares, de acordo com a World Health Organization e a International Society of Hypertension, são responsáveis por um terço das mortes em todo e mundo (Kaplan et al., 2003). Segundo a European Society of Cardiology tais doenças são responsáveis por 49% de todas as mortes sendo, ainda, a principal causa de morte em adultos de meia-idade e idosos na maior parte dos países europeus (BACKER et al., 2003). No Brasil, essas doenças são responsáveis por mais de 250.000 mortes por ano, contudo, a hipertensão arterial sistêmica (HAS) é responsável por quase metade delas.

O processo de envelhecimento induz alterações, estruturais do coração e das propriedades vasculares da aorta reduzindo sua capacidade funcional. Neste sentido, o indivíduo torna-se mais suscetível ao desenvolvimento da hipertensão arterial sistêmica (HAS) sendo esta a principal DCNT entre a população idosa (MIRANDA, 2002). No Brasil, avalia-se que mais de 60% dos idosos sejam hipertensos, podendo acometer 50% dos indivíduos entre 60 a 69 anos e 75% acima de 70 anos (SBC, SBH, SBN, 2010).

Diversos estudos têm observado que existe forte correlação entre o envelhecimento e a prevalência da hipertensão arterial. No Canadá, estudos realizados por Robitaille et al. (2012), verificaram prevalência da hipertensão diagnosticada foi de 43,3% na faixa etária de 60-64 anos e de 62,6% na faixa etária de 70-74 anos. Na Índia em Davanagere, Yuvaraj et al. (2010), constaram prevalência de 30,5% na faixa etária de 60-60 anos e de 31,3% na faixa etária de 70 anos ou mais. Da mesma forma no Brasil diversos investigadores identificaram essa correlação, em Campinas/SP, Zaitune

et al. (2006), observaram prevalência de 51,8% na faixa etária de 60 anos e mais de

idade, em Goiânia/GO, Ferreira et al. (2010), examinaram que a prevalência de hipertensão arterial é de 76,7% na faixa etária de 60-64 anos e de 80,2% na faixa etária de 70-74 anos.

Para que ocorra mudança nesse quadro, as ações preventivas e terapêuticas direcionadas a hipertensão arterial, principalmente na população idosa, devem ser exaustivamente aplicadas, com ênfase na modificação do estilo de vida e no controle e prevenção da hipertensão arterial, mesmo com aqueles que fazem uso da terapia medicamentosa.

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Entre estas ações, a prática de exercício físico vem ganhando destaque como componente importante para uma melhor qualidade de vida. Uma pesquisa realizada por Church et al. (2001), com 22.167 homens, durante 23 anos, permitiu concluir que a taxa de mortalidade era maior entre aqueles com menor capacidade física. Blair (1989), ao estudar a aptidão física e mortalidade em 10.224 homens e 3.120 mulheres, observou que indivíduos com nível mais elevado de aptidão física apresentavam menores taxas de mortalidade e atraso em todas as causas de mortalidade, devido à constatação de índice mais baixos de doenças cardiovasculares e câncer nesses indivíduos. Em seus estudos Grassi et al. (1992) constatou menor morbidade e mortalidade, por doenças do sistema cardiovascular, em indivíduos treinados fisicamente, com benefícios evidentes no subgrupo de hipertensos.

Apesar dos grandes avanços no estudo do exercício físico, existem algumas lacunas, principalmente em relação á sua influência no sistema cardiovascular e no comportamento da pressão arterial, quanto aos aspectos específicos da prescrição do programa de reabilitação cardiovascular na população idosa hipertensa.

Diante disso, surgiu à necessidade de pesquisar através de uma revisão sistemática, o conhecimento científico atual acerca da influência do exercício físico (resistido, aeróbico e ambos de forma associada), nas respostas pressóricas e seus mecanismos regulatórios em idosos hipertensos. Em sequência do exposto o objetivo do nosso estudo é verificar o tipo de exercício mais indicado na literatura como tratamento não farmacológico em idosos hipertensos.

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REVISÃO DE LITERATURA

Efeitos do exercício físico na pressão arterial:

estudo qualitativo em idosos hipertensos

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. HIPERTENSÃO ARTERIAL NO IDOSO

Com o envelhecimento, a PAS aumenta de forma linear a partir dos 50 anos, sofrendo elevação linear até os 80 anos ou 90 anos, em torno de 25 a 35 mmHg, enquanto a PAD tende a cair a partir dos 55 anos de idade e aumenta 10 a 15 mmHg até os 60 anos, para então se estabilizar ou reduzir-se de forma gradual (Miranda et al. 2002; Franklin et al., 2005; Oigman et al. 2005).

De acordo com estudos realizados por Souza et al. (2007) seus dados constataram que a partir de 60 anos as pessoas apresentaram maior prevalência de hipertensão sistólica isolada, com prevalência de 16,4% em indivíduos de 60 a 69 anos e de 24,6% em indivíduos com idade acima de 70 anos.

Tal acontecimento resulta das alterações cardiovasculares e reflexas (Quadro 1), decorrentes do envelhecimento que podem acarretar implicações significativas para a homeostase circulatória independentemente do individuo ser portador de patologias ou ser sadio (Ferrari et al., 2003).

Quadro 1: Efeitos do envelhecimento sobre as características estruturais e funcionais importantes do

sistema cardiovascular (adaptado de Ferrari et al., 2003).

Alterações cardíacas Alterações vasculares

O peso do coração ↑ Espessura da parede arterial (íntima-média) ↑

Dimensões dos cardiomiócitos ↑ Colágeno subendotelial ↑

Número de cardiomiócitos ↓ Elastina ↓

Colágeno em cross-linking ↑ Fragmentação elastina ↑

Fração de ejeção = Proteoglicanos ↑

Volume sistólico = Atividade matriz metalo-proteases ↑

O débito cardíaco = Migração/ proliferação das células musculares lisas vasculares para a camada íntima.

Início de enchimento diastólico ↓ Distensibilidade arterial ↓

Enchimento diastólico final ↑ Velocidade da onda de pulso ↑

Cronotrópica resposta a estímulos / catecolaminas

β-adrenérgicos ↓ Resistência periférica total ↑

Inotrópicos responsividade a estímulos /

catecolaminas β-adrenérgicos ↓ Permeabilidade endotelial ↑ Resposta inotrópica de digitálicos ↓ Liberação endotelial de óxido nítrico ↓

Débito cardíaco no pico de esforço máximo ↓ Marcadores / mediadores inflamatórios ↑

Função lusitrópico ↓ Atividade da superóxido dismutase ↓

Liberação de peptídeos natriuréticos ↑ Vasodilatação mediada pelos β-adrenérgicos ↓

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Revisão de Literatura

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No idoso, a hipertensão arterial se apresenta de duas formas: uma é a forma combinada de hipertensão sistólica (PAS > 140 mm Hg) e diastólica (PAD>90 mm Hg) e a outra é a hipertensão sistólica isolada (PAS > 140 mm Hg e PAD < 90 mm Hg). A hipertensão sistólica isolada é mais comum com o envelhecimento em conseqüência das mudanças estruturais das artérias (Oigman et al. 2005).

De acordo com a VI Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, a definição de hipertensão arterial sistêmica esta associada a níveis pressóricos mantidos cronicamente em valores iguais ou superiores a 140 mm Hg para a pressão arterial sistólica e/ou 90 mm Hg para a pressão arterial diastólica, em indivíduos adultos sem o uso da terapia anti-hipertensiva. Uma pressão arterial com limites satisfatórios é aquela que apresenta níveis iguais ou inferiores a 120/80 mm Hg e limítrofe quando a PAS atinge níveis entre 130 a 139 mm Hg e a PAD é de 85 a 89 mm Hg (SBC, SBH, SBN, 2010).

A classificação da hipertensão arterial tem o objetivo de determinar grupos que tenham características comuns, em termos de diagnósticos, prognósticos e tratamento, baseando-se em dados científicos. No entanto, em certo grau são contestáveis, devido ao fato de que cada sociedade científica tem sua própria classificação (Tabela 1, 2 e 3).

Tabela 1: Classificação da hipertensão artéria sistêmica pela Sociedade Brasileira de Cardiologia,

Sociedade Brasileira de Hipertensão, Sociedade Brasileira de Nefrologia.

Classificação da pressão arterial

Classificação Pressão sistólica (mm Hg) Pressão diastólica (mm Hg)

Ótima < 120 < 80 Normal <130 <85 Limítrofe 130 – 139 85-89 Hipertensão estágio 1 140 – 159 90 – 99 Hipertensão estágio 2 160 – 179 100 – 109 Hipertensão estágio 3 ≥ 180 ≥ 110 Hipertensão sistólica isolada ≥ 140 < 90

Quando as pressões sistólica e diastólica de um paciente situam-se em categorias diferentes a maior deve ser utilizada para classificação da pressão arterial.

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Tabela 2: Classificação da HAS pela Sociedade Européia de Hipertensão e Sociedade Européia de

Cardiologia.

Categoria Pressão sistólica (mm Hg) Pressão diastólica (mm Hg)

Pressão ótima < 80 <120 Pressão normal 80 – 84 120 - 129 Pressão normal alta 85 – 89 130 - 139 Hipertensão grau 1 90 – 99 140 – 159 Hipertensão grau 2 100 – 109 160 – 179 Hipertensão grau 3 ≥ 110 ≥ 180 Hipertensão sistólica isolada < 90 ≥ 140

Fonte: ESH – European Society of Hypertension.

Tabela 3: Classificação da HAS pela American Heart Association. Classificação da pressão arterial

Categoria Pressão sistólica (mm Hg) Pressão diastólica (mm Hg)

Pressão normal <80 <120 Pré-hipertensão 80 – 89 120 – 139 Hipertensão estágio 1 90 - 99 140 – 159 Hipertensão estágio 2 ≥ 110 ≥ 160

Fonte: American Heart Association.

2.2. INFLUÊNCIA

DO

EXERCÍCIO

FÍSICO

NA

PREVENÇÃO E NO CONTROLE DA HIPERTENSÃO

ARTERIAL SISTÊMICA

O efeito hipotensor pós-exercício físico arterial em hipertensos tem motivado inúmeras pesquisas nas últimas décadas, sendo a redução da pressão arterial diastólica em repouso após treinamento, a mais largamente pesquisada. Estudos observacionais e experimentais evidenciam a associação inversa entre o exercício físico e a pressão arterial, promovendo respostas satisfatórias para prevenção e controle da hipertensão arterial, devido a ajustes autonômicos e hemodinâmicos (Pescatello et al., 2004; Jannig et al., 2009; Barone et al., 2009; Oliveira et al., 2010).

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Revisão de Literatura

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Tal acontecimento deve-se à influência que o exercício físico tem no organismo retirando-o de sua homeostase, o que resulta no aumento instantâneo da demanda energética da musculatura exercitada e, consequentemente, do organismo como um todo. No intuito de suprir a nova demanda metabólica, várias adaptações fisiológicas são necessárias e, dentre elas, as referentes à função do sistema cardiovascular durante o exercício físico (Brum, 2004).

Os mecanismos reguladores responsáveis pelos ajustes autonômicos e hemodinâmicos do sistema cardiovascular ao exercício e os índices de limitação da função cardiovascular constituem aspectos básicos relacionados ao entendimento das funções adaptativas. O débito cardíaco, a resistência vascular periférica, ou ambos, bem como modificação dos níveis séricos de noradrenalina, a sensibilidade à insulina, o equilíbrio eletrolítico, os mecanismos neurais e barorreflexos e estrutura vascular, são os principais mecanismos reguladores que permitem ao sistema cardiovascular operar de maneira efetiva nas mais diversas circunstâncias (Topol et al, 2005). Os ajustes fisiológicos desses mecanismos são feitos a partir das demandas metabólicas, cujas informações chegam ao tronco cerebral através de vias aferentes, até a formação reticular bulbar, onde se situam os neurônios reguladores centrais (Barros et al, 1999).

Os mecanismos hemodinâmicos são mais frequentemente observados em idosos hipertensos por meio da queda do débito cardíaco; por outro lado, a diminuição da resistência vascular periférica tem sido analisada em jovens hipertensos, ou em ambos, sendo que a resistência vascular periférica e a queda do débito cardíaco são referidos em diversos estudos como mecanismo principal na redução da pressão arterial pós-exercício em hipertensos. O estudo realizado por Brandão et al. (2002), evidenciou que o mecanismo responsável pela diminuição da pressão arterial pós-exercício estava associado com diminuição do débito cardíaco, já que a resistência vascular periférica não era modificada nesses pacientes. Hara et al. (1994) em estudo com hipertensos de meia-idade, concluíram que o efeito depressor do exercício estar relacionado com a menor resistência vascular periférica. Rueckert et al. (1996) também observaram que após o exercício dinâmico em hipertensos se seguia um padrão bifásico onde inicialmente ocorria um decréscimo na resistência vascular periférica e posteriormente, após 50 minutos do término do exercício, os autores observaram diminuição no débito cardíaco.

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Por sua vez, os efeitos fisiológicos do exercício físico podem ser classificados, de acordo com Brandão et al. (2002), em agudo imediato, agudo tardio e crônico, podendo este processo fisiológico estar relacionado tanto a efeitos agudos como a efeitos crônicos (treinamento) do exercício físico.

Nesse sentido, podemos definir os efeitos agudos como uma resposta ao esforço exigido do organismo tendo uma associação direta com a sessão de exercício; os efeitos agudos imediatos são os que ocorrem em períodos peri e pós-imediato do exercício físico, com elevação da frequência cardíaca, da ventilação pulmonar e sudorese geralmente associados ao esforço; por último, os efeitos agudos tardios acontecem ao longo das primeiras 24h que se seguem a uma sessão de exercício e podem ser identificados na discreta redução dos níveis tensionais, especialmente, nos hipertensos, e no aumento do número de receptores de insulina nas membranas das células musculares (I Consenso Nacional de Reabilitação Cardiovascular, 1997).

Para Negrão et al. (2001), do ponto de vista hemodinâmico, o efeito agudo do exercício físico através da diminuição na pressão arterial somente pode ser explicada por uma queda na resistência vascular periférica total ou por uma redução no débito cardíaco.

Os efeitos crônicos, também denominados adaptações fisiológicas em longo prazo, resultam da exposição frequente e regular às sessões de exercício. Dentre os achados mais comuns dos efeitos crônicos do exercício físico estão a hipertrofia muscular, hipertrofia ventricular esquerda fisiológica, bradicardia relativa de repouso e o aumento do consumo máximo de oxigênio (VO2 máximo) que significa a quantidade

máxima de oxigênio que o indivíduo consegue captar do ar alveolar e transportar para os tecidos através do sistema cardiovascular e utilizar em nível celular na unidade de tempo. Em consequência, quanto maior o VO2, maior a capacidade aeróbica do

indivíduo (I Consenso Nacional de Reabilitação Cardiovascular, 1997; Bermudes et al., 2003).

O comportamento da pressão arterial pós-exercício, no entanto, pode ser modulado por diversos fatores como o nível inicial da pressão arterial, duração, intensidade e tipo do exercício físico realizado.

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Revisão de Literatura

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Relativamente ao nível inicial, quanto maior for este nível, maior a redução da pressão arterial. Tendo em atenção o estudo de Kenney et al. (1993), observa-se que tanto em seres humanos, quanto em ratos normotensos e hipertensos, a hipotensão pós-exercício tem maior magnitude nos sujeitos hipertensos. Neste estudo, as reduções induzidas pelo exercício de intensidade máxima nas pressões arteriais, diastólica e sistólica foram, em média, 18 a 20 e 7 a 9 mm Hg, respectivamente, em seres humanos hipertensos e de 8 a 10 e de 3 a 5 mm de Hg, respectivamente, em seres humanos normotensos.

Além do nível pressórico inicial, a duração do exercício físico é outro fator que tem sido investigado tanto em normotensos quanto em hipertenso, sendo evidenciado que o exercício submáximo mais prolongado provoca queda pressórica de maior magnitude e duração em relação ao exercício mais curto. Overton et al. (1998), observou em estudo com ratos hipertensos que quando os animais correram durante 20 min a queda na pressão arterial média a partir de 158 + / - 3,6 para 150 + / - 3,6 mm Hg (P inferior a 0,05), que foi registada a 30 minutos depois exercício havia cessado. Quando correram 40 minutos na esteira, a queda da pressão arterial foi de 154 + / - 3,1 para 138 + / - 3,0 mmHg (P inferior a 0,05), registadas 30 minutos pós-exercício. No estudo realizado por Forjaz et al. (1998), com 10 pessoas normotensas, realizaram duas sessões de exercício (25 e 45 minutos) no cicloergômetro em 50%VO2 pico, e

evidenciaram que a pressão arterial média e diastólica diminuía de uma forma significativa pós-exercício tal como na sessão de 45 min.

Considerando a intensidade do exercício, em relação ao seu efeito hipotensor, verificamos na literatura a existência de várias abordagens quanto ao seu efeito. Neste sentido, Forjaz et al. (1998) verificaram que a mudança da pressão arterial em jovens normotensos submetidos a exercícios com diferentes intensidades (30, 50 e 80%do VO2

pico)provocou hipotensão similar durante o período de recuperação. Para Veras-Silva et

al. (1997), em seu estudo com ratos hipertensos com treinamento físico de alta (85%

VO2 máximo) e baixa intensidade (55% VO2 máximo), constatou que exercício físico de

baixa intensidade diminui a pressão arterial devido à redução do débito cardíaco e diminuição da frequência cardíaca. Outro pesquisador, Cunha et al. (2006), no seu estudo de comparação dos efeitos hipotensores dos exercícios de intensidades variadas e constantes, verificou não houve nenhuma diferença nos valores na pressão arterial durante o período de recuperação pós-exercício.

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Considerando agora o tipo de exercício (aeróbico, resistido ou ambos realizados de forma associada) é algo muito discutido entre pesquisadores qual seria o mais indicado para a redução da pressão arterial. As investigações têm demonstrado reduções da pressão arterial sistólica / diastólica com o treinamento aeróbico e com treinamento resistido e com os dois realizados de forma associada em idosos hipertensos.

Terra et al. (2008), no estudo que realizou com vinte mulheres idosas sedentárias, controladas com medicação anti-hipertensiva submetidas a um programa de treinamento resistido, constatou que houve redução significativa nos valores de repouso da pressão arterial sistólica.

Sanhueza et al. (2006), realizaram igualmente pesquisas com idosas hipertensas sedentárias com o objetivo de investigar a influência do treinamento aeróbico, encontraram o efeito hipotensor de forma significativa da pressão da arterial sistólica / diastólica.

Da mesma forma, Moraes et al. (2011), ao investigar o efeito hipotensor de programa de treino com exercícios aeróbicos e resistidos em idosas hipertensas controladas por medicação anti-hipertensiva, constatou reduções na pressão arterial sistólica (6mmHg) e na pressão arterial diastólica (2mmHg).

2.3. EFEITO HIPOTENSOR DO EXERCÍCIO AERÓBICO

NA HIPERTENSÃO ARTERIAL

O efeito hipotensor do exercício físico aeróbico tem sido amplamente estudado, tendo em vista as importantes alterações autonômicas e hemodinâmicas que ele provoca no sistema cardiovascular (Brum et al. 2000).

A prática de forma regular do exercício físico aeróbico promove a redução dos níveis pressóricos arterial pela diminuição da atividade simpática periférica e do tônus simpático cardíaco, é determinante na diminuição da frequência cardíaca e consequentemente, à queda do débito cardíaco, favorecendo a redução pressórica (O'sullivan et al. 2000).

Uma revisão sistemática com metanálise de 54 estudos longitudinais randomizados controlados, analisando o efeito do exercício aeróbico sobre a PA, parece

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Revisão de Literatura

13

comprovar que essa modalidade de exercício reduz, em média, PAS (3,8 mmHg) e PAD (2,6mmHg) (Whelton et al., 2002).

Devido a uma série de estudos e revisões constatando o papel benéfico da prescrição de exercícios aeróbicos através do seu efeito hipotensor em indivíduos hipertensos, muitos profissionais de saúde tem prescrito de maneira mais efetiva e segura a prática dessa modalidade de exercício como tratamento não medicamentoso em hipertensos classificados no estágio 1 e 2 de hipertensão, ou seja, estágio leve e moderado (Laterza et al. 2007).

Assim, Taylor-Tolbert et al. (2000), evidencia que uma única sessão de exercício aeróbio é suficiente para reduzir a pressão arterial, podendo resultar em uma carga cardiovascular reduzida por um período de 24 h em homens idosos hipertensos, obesos e sedentários.

Por sua vez Fischer et al. (2002), observou em seu estudo que o exercício aeróbico realizado de forma regular, melhorou os parâmetros cardiorrespiratórios em idosas hipertensas, bem como reduziu os níveis pressóricos. Concluindo que o exercício aeróbico deve ser indicado para hipertensos, devido à semelhança de seu esforço, com o esforço que fazemos na realização das atividades diárias.

Outro efeito favorável do exercício aeróbico foi encontrado nos respectivos estudos em pacientes hipertensos, controlados por medicamentos anti-hipertensivos, realizados por Cade et al. (1984) e Oliveira et al. (2010), foi à diminuição da dosagem da medicação e em outros a interrupção de toda medicação, reduzindo gastos financeiros e os efeitos colaterais que o medicamento acarreta.

Tendo em atenção que os efeitos benéficos do treinamento físico são transitórios e reversíveis e podem desaparecer com a diminuição ou a falta do exercício Kokkinos et

al. (1997) sugere que hipertensos, sem contraindicações clínicas ao exercício, devem ser

encorajados a entrar num programa de exercícios aeróbicos de intensidade leve a moderada, mesmo quando a pressão arterial de repouso for controlada com drogas.

Inúmeros efeitos benéficos foram citados anteriormente, no entanto, existem ressalvas em sua prescrição em hipertensos ou em pessoas com comprometimentos cardíacos. A Sociedade Brasileira de Hipertensão (2006) ressalta que em hipertensos em

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estágio III, as atividades aeróbicas com intensidade superior a 70% do VO2 Máx podem

ser prejudiciais, sendo contraindicado. Porém, deve ser iniciado logo após o controle da pressão arterial, com acompanhamento criterioso em relação aos princípios gerais do exercício físico.

Tais princípios são compostos por três períodos distintos: aquecimento, fase aeróbia e retorno à calma, que asseguram a prescrição de exercícios em hipertensos, principalmente na população idosa. Essas regras são recomendadas no intuito de evitar aumentos maléficos dos níveis pressóricos na população a ser tratada (Chobanian et al. 2003).

2.4. EFEITO HIPOTENSOR DO EXERCÍCIO RESISTIDO

NA HIPERTENSÃO ARTERIAL

O exercício contra resistência, ou resistido, consiste num trabalho muscular local, executado através da utilização de diversos modos de sobrecarga, como pesos, máquinas específicas, elásticos, massa corporal ou outra forma de equipamento que auxilie no desenvolvimento da força, potência ou resistência muscular (Bermudes et al., 2004).

Esse tipo de exercício pode ser realizado com cargas moderadas e frequentes repetições, apresentando pausas entre as execuções, caracterizando-o como esforço descontínuo (Conley et al. 2001). Durante sua execução, pode-se esperar um aumento expressivo das respostas cardiovasculares, principalmente se realizado até a fadiga (MacDougall et al. 1985).

A resistência de cada exercício pode estar relacionada a um determinado percentual da maior carga possível de ser mobilizada em uma única repetição máxima (1-RM) ou relacionada a uma quantidade estipulada de repetições máximas (American College of Sports Medicine, 2002). A força máxima dinâmica pode ser representada pelo teste de uma repetição máxima (1RM). Tal teste avalia a maior carga que pode ser levantada ou vencida, onde há a alternância entre as contrações musculares concêntricas e excêntricas (MacDougall et al., 1991). A padronização de força e resistência reduz a variação nos resultados dos testes, com o intuito de atingir os objetivos propostos.

O efeito hipotensor do exercício resistido pode ser influenciado pela variação da intensidade, nível pressórico de repouso, massa muscular envolvida, segmento corpóreo

(25)

Revisão de Literatura

15

utilizado no exercício. Em relação à massa muscular envolvida MacDonald et al. (2000), em seu estudo com hipertensos, conclui que a massa do músculo de trabalho, não afeta diretamente a magnitude da hipotensão pós-exercício, mas podem influenciar a duração da resposta, sugerindo que o mecanismo central ou a baixa resposta vascular é responsável pela hipotensão pós-exercício.

No estudo realizado por Lizardo e Simões (2005), com normotensos treinados, verificou-se que as sessões envolvendo maior massa muscular (membros inferiores) apresentaram efeito hipotensor mais significativo e mais duradouro em relação à sessão para membros superiores.

Contudo, Terra et al. (2008), em pesquisa realizada com idosas hipertensas, ao utilizar o método de treinamento alternado por segmento, com exercícios feitos de forma aleatória, envolvendo massas musculares de membros inferiores e superiores, demonstrou que houve redução na pressão arterial sistólica de repouso, com relação a pressão arterial diastólica não ocorreu redução.

Foi também igualmente, igualmente possível, verificar na investigação de Cunha

et al. (2012), que tanto o grupo de treino apresentou redução tanto nos valores de

repouso da pressão diastólica, como na pressão arterial média; por outro lado, o grupo de treino resistido leve, obteve redução na pressão arterial média, com tendência à redução na pressão arterial diastólica em idosas hipertensas, controladas por medicação anti-hipertensiva.

Por fim é de notar o posicionamento oficial do American College of Sports Medicine, que ressalta a importância de se incluir o treinamento resistido em um programa de prevenção, tratamento e controle da hipertensão arterial (PESCATELLO et

(26)

METODOLOGIA

Efeitos do exercício físico na pressão arterial:

estudo qualitativo em idosos hipertensos

(27)

Revisão Sistemática

17

3. REVISÃO SISTEMÁTICA

3.1. PESQUISA DE ESTUDOS

Os estudos foram selecionados para revisão, no dia 14 de setembro de 2012, após a pesquisa nas seguintes bases de dados eletrônicas: MEDLINE (1966 até ao presente), PubMed (1950 até ao presente), LILACS (1982 até ao presente), SciELO (1998 até ao presente). Para busca e seleção dos artigos utilizou-se os seguintes procedimentos: palavras-chave, nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola – hipertensão, (hypertension, hypertensión); atividade física, (physical activity, la actividad física); exercício físico (physical exercise, el ejercicio físico); idoso (elderly, ansiano); exercício aeróbico (aerobic exercise, el ejercicio aeróbico); exercício resistido (resistance exercise, el ejercicio resistencia). A busca limitou-se aos artigos em inglês, português e espanhol.

3.1.1. Critério de inclusão

3.1.1.1. Tipo de estudo

Estudos experimentais aleatórios e controlados (RCT) ou quasi-RCT (distribuição quasi-aleatória) e estudos de casos que realizaram intervenções envolvendo exercícios físicos em idosos hipertensos.

3.1.1.2. Tipo de participantes

Foram selecionados apenas estudos que relataram resultados referentes à população de idosos hipertensos.

3.1.1.3. Tipo de intervenção

Foram selecionados os estudos que investigaram a influência do exercício físico em idosos hipertensos.

(28)

3.1.1.4. Tipo de resultados relatados

Estudos que investigaram variáveis relacionadas à pressão arterial sistólica (PAS) e pressão arterial diastólica (PAD) como um dos principais resultados foram incluídos.

3.1.2. Critério de seleção dos estudos

Dois revisores leram de forma independente, os resumos e classificaram-nos através da verificação da coerência entre o título e o objetivo de cada estudo como excluídos e potencialmente incluídos. Um terceiro revisor foi consultado sempre que não existiu concordância entre os dois anteriores. Os revisores aplicaram os critérios de inclusão após a leitura dos potenciais estudos incluídos.

3.1.3. Extração dos dados

Os estudos que cumpriram os critérios de inclusão foram analisados independentemente pelos dois revisores, de forma a obter a seguinte informação: autores, ano de publicação, desenho de estudo, participantes, intervenção utilizada, resultado das variáveis-chave.

3.1.4. Avaliação da qualidade metodológica

Os dois revisores avaliarem de forma independente, a qualidade de cada estudo, através da escala da Base de dados de evidência em fisioterapia PEDro (Costa et al., 2010), tendo sido consultado um terceiro revisor sempre que não existiu um consenso. Todos os estudos foram pontuados e introduzidos na tabela (Tabela 4).

A escala de PEDro é baseada na lista Delphi, desenvolvida por Verhagen et al. (1998), consistindo de onze itens:

1. Critérios de elegibilidade e origem dos participantes: considerar-se satisfeito quando o relatório descreve a origem dos sujeitos e a lista de requisitos utilizados para determinar quais os sujeitos elegíveis para participar no estudo.

(29)

Revisão Sistemática

19

2. Distribuição aleatória: considera-se que num determinado estudo houve distribuição aleatória se o artigo referir que a distribuição dos sujeitos foi aleatória. O método de aleatoriedade não precisa ser necessariamente, explícito. 3. A distribuição do sujeito foi cega: significa que a pessoa determinou a

elegibilidade dos participantes do estudo desconhecia, no momento em que a decisão foi tomada, o grupo a que o sujeito iria pertencer.

4. Comparação dos grupos no início do estudo: nos estudos de intervenções terapêuticas, o relatório deve descrever pelo menos uma medida da gravidade da condição a ser tratada e pelo menos uma (diferente) medida de resultado-chave que caracterize o ponto de partida. O examinador deve assegurar-se de que, com base nas condições de prognóstico de início, não seja possível prever diferenças clinicamente significativas dos resultados, para os diversos grupos. Este critério é atingido mesmo que somente sejam apresentados os dados iniciais do estudo. 5. Participantes cegos: todos os sujeitos participaram de forma cega no estudo, ou

seja, não sabiam qual grupo pertenciam.

6. Terapeutas Cegos: todos os terapeutas que administraram a terapia fizeram de forma cega, isto é, eram incapazes de distinguir entre os tratamentos aplicados aos diferentes grupos.

7. Avaliadores cegos: avaliadores que mediram pelo menos um resultado-chave, fizeram-no de forma cega.

8. Medida de pelo menos um desfecho primário em 85% dos sujeitos alocados, intenção de tratamento: este critério só se considera satisfeito se o relatório referir explicitamente tanto o número de sujeitos inicialmente integrados nos grupos como o número de sujeitos a partir dos quais se obtiveram medidas de resultados-chave. Nos estudo clínicos em que os resultados são medidos em diferentes momentos no tempo, um resultado-chave tem de ter sido medido em mais de 85% dos sujeitos num destes momentos.

9. Intenção de tratamento: todos os sujeitos a partir dos quais se apresentaram medições de resultados receberam o tratamento ou a condição de controle conforme a distribuição ou, quando não foi esse o caso, fez-se a análise dos dados para pelo menos um dos resultados-chave.

10. Comparação entre grupos: comparação estatística de um grupo com outro. Conforme o desenho do estudo, isto pode implicar uma comparação de dois ou mais tratamentos, ou a comparação do tratamento com a condição de controlo.

(30)

11. Medidas de precisão e de variabilidade: Uma medida de precisão é uma medida da dimensão do efeito do tratamento. O efeito do tratamento pode ser descrito como uma diferença nos resultados do grupo, ou como o resultado em todos os (ou em cada um dos) grupos.

Embora essa escala possua 11 questões, cada questão equivale a 1 ponto, exceto o primeiro (critério de elegibilidade) que, ao contrário dos outros itens, diz respeito à validade externa e não é utilizado para calcular o valor da escala de PEDro (Akobeng, 2005), sendo assim a pontuação total da escala varia de 0 a 10, sendo que o valor mais elevado corresponde a uma maior qualidade metodológica.

Dado que não conhecemos valores de corte para esta escala, foram utilizados os seguintes critérios para classificar a pontuação referente à qualidade metodológica: pontuação de PEDro inferior a 5 indica que a qualidade é baixa, e igual ou superior a cinco, indica que a qualidade é elevada.

3.1.5. Síntese de dados

Os estudos foram divididos em três grupos: o primeiro grupo, onde foi realizado só exercício físico aeróbico; o segundo grupo com exercício físico resistido e por último exercício físico aeróbico associado com resistido em idosos hipertensos de ambos os sexos, com predominância do sexo feminino.

3.2. RESULTADOS

3.2.1. Seleção dos estudos

A figura 1 mostra o diagrama referente ao processo de seleção de artigos. Considerou-se que trinta e três estudos publicados poderiam ser incluídos na presente revisão (potencialmente incluídos). Baseado nas decisões dos revisores, quatorze estudos corresponderam aos critérios de inclusão. Sete artigos foram identificados na base de dados SciELO, tendo os restantes artigos sido identificados a partir da base da Medline (n=01), PubMed (n= 01), LILACS (n= 05).

(31)

Revisão Sistemática

21

Figura 1: Diagrama do processo de seleção dos artigos.

3.2.2. Qualidade metodologica

A pontuação da escala de PEDRo variou entre 4 e 8 pontos. Três estudos (KRINSKI et al., 2008; OLIVEIRA et al., 2011; MORAES et al., 2011) obtiveram pontuação igual a 4, três estudos (FISCHER et al., 2002; TERRA et al., 2008; COSTA et al., 2010) obtiveram pontuação igual a 5 , seis estudos (BARROSO et al., 2008; JANNING et al., 2009; RÊGO et al., 2011; PARK et al., 2011; CANUTO et al., 2011; CUNHA et al., 2012) obtiveram a pontuação 6, um estudo (SANHUEZA et al. 2006) obteve pontuação 7 e um outo estudo (LEE et al., 2007) teve 8 pontos , indicando

Resultado da pesquisa (n=128)

Estudos encontrados nas bases de dados SciELO (n=16)

Medline (n=15) PubMed (n=35) LILACS (n=62)

Seleção através do resumo e título:

Excluídos (n =95)

Potencialmente incluídos (n= 33)

Potencialmente incluídos após leitura integral dos artigos:

Excluídos (n= 19) Artigos incluídos (n= 14) SciELO ( n= 07) LILACS (n= 05) Medline (n = 01) PubMed ( n = 01)

(O8) Artigos de exercício resistido. (03) Artigos de exercício aeróbico. (03) Artigos de exercício aeróbico e resistido.

(32)

baixa, média e elevada qualidade metodológica. Estes estudos foram publicados nos últimos onze anos (Tabela 4).

Os critérios cumpridos com mais frequência estão relacionados com as questões estatísticas, tais como a comparação entre os grupos no início do estudo, entre os grupos e as medidas de precisão e variabilidade.

Os critérios participantes cegos e terapeutas cegos não se verificaram nos estudos, tendo em vista que a intervenção adotada pelos estudos foi através de programas de exercícios físicos.

Tal acontecimento deve-se ao fato de que na área da fisioterapia, especialmente quando realizado este tipo de intervenção, onde dificilmente o sujeito irá receber uma intervenção sem saber que está sendo tratado. Da mesma forma que, dificilmente o terapeuta realizará um programa de exercícios físicos sem saber que está realizando uma intervenção.

Apenas num único estudo (Lee et al. 2007), foram verificados avaliadores cegos. Da mesma forma que apenas dois estudos (Sanhueza et al. 2006; Lee et al. 2007) cumpriram os critérios de distribuição oculta (Tabela 4).

Embora os autores incluídos nesse estudo relatem escolhas aleatórias ou classifiquem os seus estudos como estudos de caráter aleatórios, seis artigos (FISCHER

et al. 2002; KRINSKI et al. 2008; TERRA et al. 2008; COSTA et al. 2010; OLIVEIRA et al. 2011; MORAES et al. 2011) não cumpriram o critério de aleatoriedade, uma vez

que não explicitaram que a distribuição dos participantes era aleatória.

Como vimos anteriormente alguns artigos tiveram limitações para que se atingisse uma pontuação igual ou superior a 5 escala de PEDro. Tal fato indica falta de evidência clínica dos resultados, assim como, uma fragilidade nas metodologias de investigação, colocando em questão a eficácia dos métodos terapêuticos. Entretanto, são necessários mais estudos na área que cumpram os critérios estabelecidos por PEDro para que haja confiança na aplicabilidade clínica.

(33)

Revisão Sistemática

23

Tabela 4: Pontuação detalhada da escala de PEDro para cada estudo.

Estudo Critérios Pontuação

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Fischer et al., 2002 1 0 0 1 0 0 0 1 1 1 1 5/10 Sanhueza et al. 2006 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 7/10 Lee et al., 2007 1 1 1 1 0 0 1 1 1 1 1 8/10 Barroso et al., 2008 1 1 0 1 0 0 0 1 1 1 1 6/10 Krinski et al., 2008 1 0 0 1 0 0 0 1 1 0 1 4/10 Terra et al., 2008 1 0 0 1 0 0 0 1 1 1 1 5/10 Jannig et al., 2009 1 1 0 1 0 0 0 1 1 1 1 6/10 Costa et al., 2010 1 0 0 1 0 0 0 1 1 1 1 5/10 Oliveira et al., 2011 1 0 0 1 0 0 0 1 1 0 1 4/10 Regô et al., 2011 1 1 0 1 0 0 0 1 1 1 1 6/10 Moraes et al., 2011 1 0 0 1 0 0 0 1 1 0 1 4/10 Park et al., 2011 1 1 0 1 0 0 0 1 1 1 1 6/10 Canuto et al., 2011 1 1 0 1 0 0 0 1 1 1 1 6/10 Cunha et al., 2012 1 1 0 1 0 0 0 1 1 1 1 6/10 Total 14/14 8/14 2/14 14/14 0/14 0/14 1/14 14/14 14/14 11/14 14/14

Legenda: (1) elegibilidade dos participantes; (2) distribuição aleatória; (3) distribuição oculta; (4) comparação de

grupos no inicio do estudo; (5) participantes cegos; (6) terapeutas cegos; (7) avaliadores cegos; (8) medida de pelo menos um desfecho primário em 85% dos sujeitos alocados; (9) intenção de tratamento; (10) comparação entre grupos; (11) medidas de precisão e de variabilidade.

3.2.3. Características dos estudos

Os estudos analisados foram do tipo experimental aleatório e controlado (RCT) ou quasi-RCT (distribuição quasi-aleatória) e estudos de casos que realizaram intervenções envolvendo exercícios físicos em idosos hipertensos. Foram compostos por amostras de pacientes do sexo masculino e feminino com diagnóstico de hipertensão arterial com estágio I (leve), estágio II (moderada), controlada ou não por medicação. Uma lista completa com os programas de exercícios, duração e frequência com que foram realizados encontra-se na Tabela 5, 6 e 7.

(34)

O desenho do estudo mais frequente foi Pré-post teste (n=12) e apenas dois estudos (KRINSKI et al., 2008; JANNING et al. 2009) foram Pré-intermediário e post teste. No entanto, o estudo realizado por Krinski et al. (2008) continha apenas um momento e o estudo de Janning et al. (2009), apresentava mais de um momento de avaliação, sendo que nesses estudos o tipo de intervenção adotado foi o exercício resistido. Apenas dois estudos (LEE et al., 2007; PARK et al., 2011) incluiram medições após um período de pausa a seguir do término da intervenção (fallow-up).

A dimensão da amostra era reduzida, variando entre dois e cinquenta e dois, com exceção ao estudo de Lee et al. (2007) que apresentou um total de duzentos e dois participantes.

Todos os estudos foram conduzidos em idosos (60 anos ou mais), com hipertensão de grau I (leve) ou grau II (moderada). Quanto ao uso da terapia medicamentosa anti-hipertensiva é muito variado entre os estudos:

a) Sem uso de medicamentos anti-hipertensivos (SANHUEZA et al., 2006; PARK

et al. 2011; KRINSKI et al, 2008; CUNHA et al. 2012; ).

b) Controlados com medicação anti-hipertensiva (TERRA et al., 2008; JANNING et al., 2009; MORAES et al., 2011; COSTA et al.,2010; CANUTO et al.,2011; RÊGO et al., 2011).

c) Grupos em uso e sem uso de medicação anti-hipertensiva (FISHER et al.,2002; LEE et al.,2007).

d) Estudos em que a medicação foi suspensa duas semanas antes de começar a intervenção (OLIVEIRA et al., 2011; BARROSO et al., 2008).

A maioria dos estudos teve a participação de mulheres (FISHER et al. 2002; KRINSKI et al. 2008; TERRA et a., 2008; JANNING et al. 2009; COSTA et al. 2010; CANUTO et al. 2011; CUNHA et al. 2012; RÊGO et al. 2011), com ambos os gêneros (SANHUEZA et al. 2006; LEE et al., 2007; MORAES et al., 2011; PARK et al. 2011) e estudos com participações de homens (BARROSO et al., 2008; OLIVEIRA et al., 2011).

Os métodos de tratamentos não farmacológicos utilizados nas pesquisas em idosos hipertensos foram exercícios aeróbicos (FISHER et al. 2002; SANHUEZA et al. 2006; LEE et al., 2007), exercício resistido (BARROSO et al., 2008; TERRA et al,

(35)

Revisão Sistemática

25

2008; JANNING et al. 2009; COSTA et al. 2010; CANUTO et al. 2011; OLIVEIRA et

al., 2011; PARK et al. 2011; CUNHA et al. 2012) e com exercícios aeróbicos e

resistidos de forma combinada (BARROSO et al., 2008; RÊGO et al. 2011, MORAES et al., 2011).

Verifica-se em cinco estudos (SANHUEZA et al., 2006; LEE et al., 2007; TERRA et al, 2008; COSTA et al.,2010; PARK et al.,2011) o grupo controle era inativo, ou naqo realizam exercíos fisicos, e que sete estudos (FISHER et al.,2002; KRINSKI et al, 2008; JANNING et al.,2009; CANUTO et al.,2011; OLIVEIRA et al., 2011; MORAES et al., 2011; CUNHA et al. 2012) não apresentavam grupo de controlo. A duração, frequência e intensidade das intervenções com exercícios aeróbicos variaram entre dez semanas e treze meses, com frequência de duas a três vezes por semana, com intensidade variando de 70 a 85% VO2 máximo. Nos exercícios resistidos

a variação foi de um dia a doze semanas, com a frequência variando de um dia a doze semanas, com intensidade variando de 1RM a 12RM, com repetições de 8 a 16 e séries de 2 a 3. No exercício aeróbico de forma associada com resistido foi de dezoito semanas a seis meses, com uma frequência de 2 a 3 sessões por semana, com repetições entre 2 a 3 séries de 10 repetições com cargas de 40% a 60% de repetição máxima.

3.2.4. Efeito dos tipos de exercícios físicos nas variáveis de pressão arterial sistólica e diástolica

Relativamente à variável pressão arterial sistólica, foram verificadas reduções da pressão arterial onde a intervenção adotada foi o exercício aeróbico (FISHER et al. 2002; SANHUEZA et al. 2006; LEE et al. 2007), com exercício resistido estudo tiveram redução da pressão arterial (JANNING et al. 2009; COSTA et al. 2010; OLIVEIRA et al. 2011), pressão arterial sistólica (TERRA et al. 2008), pressão arterial diastólica (KRINSKI et al. 2008) e utilizando o exercício aeróbico e resistido (BARROSO et al. 2008; RÊGO et al. 2011; MORAES et al. 2011) (Tabela 5, 6 e 7).

(36)

Tabela 5: Efeito do exercício aeróbico sobre a pressão arterial de idosos hipertensos.

Estudo Desenho Participantes Intervenção Resultados das variáveis-chave

Fisher et al., 2002.

Pré-post teste

Idosas com hipertensão primária de grau leve que praticavam atividade física regular.

Média de idade: 60 anos. N= 2

Estudo de caso I (Faz uso de betabloqueador) Estudo de caso II (Não faz uso de betabloqueador)

Duração e frequência:

Estudo I – 13 meses e estudo II – 10 meses. 3 vezes por semana, com duração de 1h.

Intensidade: 60 a 85% VO2 da frequência máxima.

Programa de treino: 10 minutos de aquecimento alongamento; 30 minutos de atividade aeróbica dividida entre esteira e bicicleta ergométrica; 15 minutos de atividade aeróbica localizada com baixa carga com utilização de recursos como bola, bastão e peso de baixa carga e 5 minutos de relaxamento.

Estudo de caso I - Redução da pressão arterial tanto no repouso e no pico

Estudo de caso II- Redução da pressão arterial tanto no repouso e no pico. Sanhueza et al. 2006. Pré-post teste Idosos hipertensos e sedentários. N= 37

Grupo de exercício (GE) = 18

Grupo Controle (GC) =19

Duração: 10 semanas Grupo de exercício (GE)

Frequência e intensidade: 3 vezes por semana, com 70-80 % VO2 máxima

aproximada.

Programa: 2 semanas de condicionamento global, com exercícios calistênicos por 50-60 minutos.

8 semanas de programa clínico: 15 minutos de exercícios calistênicos (aquecimento), 30 minutos de exercícios aeróbicos (caminhada e trote), 15 minutos de exercícios calistênicos (esfriamento).

Grupo Controle: sem intervenção

O GE obteve uma diminuição significativa:

• Pressão arterial sistólica (7mmHg)

• Pressão arterial diastólica (5mmHg)

Lee et al., 2007.

Pré-post teste

Idosos com hipertensão leve a moderada – uso de medicação anti-hipertensiva N= 202 Grupo de intervenção (n=102) Grupo controle (n=100) Duração: 6 meses

Grupo de intervenção: Caminhada baseada na comunidade. Grupo de controle: Cuidados primários de saúde.

A diferença na alteração média da pressão sistólica foi de 15,4mm Hg, para o grupo de intervenção e de 8,4 mm Hg para o grupo controle. Diferença da média entre os dois grupos foi de -7,0 mm Hg.

(37)

Revisão Sistemática

27

Tabela 6: Efeito do exercício resistido sobre a pressão arterial de idosos hipertensos.

Estudo Desenho Participantes Intervenção Resultados das variáveis-chave

Krinski et al, 2008. Pré, intermédio e post teste

Idosas com hipertensão arterial estágio I.

Média de idade = 63,75 ± 3,70 anos

N= 24

Duração e Frequência: 1 sessão de circuito de peso, com 8 estações, 3 x 12 repetições.

Intensidade: 50% de 1 RM

Programa de treino: Leg press 45º, agachamento, mesa extensora, flexão dos joelhos, supino reto, puxada no pulley, rosca direta de bíceps e tríceps polia.

Redução da PAD estatisticamente significativa para a condição de repouso.

Terra et

al,

2008.

Pré-post teste Idosas sedentárias hipertensas controladas com medicação anti-hipertensiva.

Média de idade > 60 anos. N= 52

Grupo de treino resistido = 23 Grupo controle = 29

Grupo de treinamento resistido (GTR)

Duração e Frequência: 12 semanas, 3 x por semana em dias alternados em 3 séries de 12, 10 e 8 repetições.

Intensidade: 4 semanas iniciais, a intensidade foi de 60% de 1-RM, 4 semanas subsequentes de 70% de 1-RM e 4 semanas de 80% de 1-RM.

• Programa de treino: Puxada costas, extensão de joelhos, supino vertical na máquina, cadeira abdutora, flexão de joelhos, abdução de ombros com halter, panturrilha livre em pé, abdominal, extensão de tronco e leg press 45º.

Grupo controle: sem exercício físico

O treinamento resistido a redução foi de 10,5 mmHg para a PAS sem redução da PAD.

Grupo controle: Não houve diferença. Janning et al.,2009 Pré, intermédio e post teste.

Idosos sem experiência prévia em treinamento resistido hipertensos controlados com medicação anti-hipertensiva. Média de idade = 62,1 ± 3,1 anos

N= 8 (4 homens e 4 mulheres).

Duração e Frequência: 7 dias , com intervalo de no mínimo 48h entre cada protocolo.

Intensidade: 3 x 12 RM, com um intervalo de dois a três minutos entre cada série de exercício.

Após cada protocolo a pressão arterial foi verificada em intervalos de 10 minutos, até 60 minutos pós-exercício.

Programa de treino:

Protocolo 1 (P1) - Ordem de execução: 1) leg press 90º; 2) extensão de

joelho; 3) flexão de joelho; 4) supino sentado na maquina; 5) puxada alta anterior; e 6) remada alta. Protocolo 2 (P2) – Inversa: Executando primeiros os três exercícios para membros superiores, seguidos dos três exercícios para membros inferiores. Protocolo 3 (P3) – Intercalar: Um exercício para MS com um para MI.

Em P1 e P2 não ocorreu redução da PAD.

P3 ocorreu redução média da PAS (11,3 ± 9,1) e PAD (4,4 ± 4,5 mmHg).

(38)

Estudo Desenho Participantes Intervenção Resultados das variáveis-chave

Costa et

al.,

2010

Pré-post teste Idosas hipertensas treinadas e não treinadas com uso de medicação anti-hipertensiva.

Média de idade = 66 ± 4 anos. N= 15

Grupo de treinadas (GT) = 06. Grupo não treinadas (GNT) = 09 semanais.

Duração e Frequência: 2 sessões aleatórias, sendo uma experimental (SE) e outra controle (SC), com intervalo de 48h entre as sessões.

Intensidade: 40 min de exercícios com pesos dinâmicos, executados em 2 séries de 10 a 15 repetições máximas.

Programa de treino:

• Supino vertical, remada convergente, rosca scott, tríceps no pulley, mesa extensora, mesa flexora e cadeira adutora.

• O intervalo de recuperação entre as séries foi de um minuto e, entre os exercícios, de 2 minutos.

Nesse período, a PA foi mensurada nos minutos 0, 15, 30, 45 e 60.

Uma sessão de exercícios com pesos pode reduzir a pressão arterial pós-esforço.

Canuto

et al.,

2011.

Pré-post teste Mulheres com diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica com uso de medicação anti-hipertensiva.

Média de idade ≥ 60 anos. N = 32

Grupo com carga leve (G1) = 16

Grupo com carga de alta intensidade (G2) = 16

Duração: 3 sessões de exercício resistido e logo em seguida foram aferidas as pressões arteriais sistólica e diastólica durante 1h a cada 10 minutos. Intensidade: As participantes do G1 realizaram 2 x 16 repetições com metade da carga de 8RM e as do G2 realizaram 2 x 8 repetições com carga de 8RM.

Programa de treino:

Os exercícios foram executados sempre na seguinte ordem leg

press, supino reto, extensão de joelhos com cadeira extensora,

puxada frontal, flexão de joelhos em mesa flexora, elevação lateral de membros superiores com halteres, abdução de quadril com cross over e rosca direta com barra.

Não resultou em hipotensão pós-exercício.

Oliveira

et al.,

2011

Pré-post teste Homens hipertensos estágio I, praticantes de atividade física. Sem uso de anti-hipertensivo com liberação médica há 2 semanas antes de iniciar o experimento.

Média de idade = 6,0 ± 4,4 anos.

N = 10

Duração e Frequência: 2 sessões com intervalo de 48h entre as sessões. Intensidade: Dois treinamentos a 80% e 100% de 10 RM

Durante a atividade e até 24h depois, os sujeitos foram controlados pela monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA).

Foram avaliados: Pressão arterial sistólica e diastólica e Pressão de pulso. Programa de treino:

• Leg press 45º, Supino reto no Smith Machine.

Ocorrência de HPE para PAS, PAD, sendo significativamente maior na intensidade de 80%.

Trabalhar em intensidades menores, como 80% de 10RM, podem ser mais eficientes nessas reduções.

(39)

Revisão Sistemática

29

Estudo Desenho Participantes Intervenção Resultados das variáveis-chave

Park et al., 2011

Pré-post teste Idosos com diagnóstico de por mais de ano, controladas por medicação anti-hipertensiva. N= 45

Grupo de intervenção (n=18) Grupo controle (n=22)

Duração e frequência: 12 semanas, 2 vezes por semana

Grupo de intervenção:

Programa de treino:

• Aquecimento: 15 minutos de alongamento leve, 1 set.

• Exercício principal: Flexão, extensão, elevação frontal, lateral do ombro, flexão de bíceps, extensão de tríceps, extensão do cotovelo, extensão do ombro, remada sentada, elevação frontal dos ombros, leg press, agachamento, extensão do quadril, abdominal reto, elevação pélvica, abdominal inferior. 40 minutos, 15-25 repetições, 2-3 sets.

• Desaquecimento: 5 minutos de alongamento leve, 1 set.

Grupo de controle: Educação em saúde e aconselhamento individual.

O grupo de intervenção apresentou uma redução significativamente maior na pressão arterial sistólica.

Cunha

et al.,

2012

Pré-post teste Idosas hipertensas, controladas por medicação anti-hipertensiva.

N = 16

Grupo de treinamento resistido moderado (G1) = 09

Grupo de treinamento resistido leve (G2) = 07

Duração e Frequência: 8 semanas, 3 vezes por semana em dias alternados, no período vespertino.

Intensidade: G1 realizaram 2 x 8 repetições com carga de 8RM e G2 realizaram 2 x 16 repetições com metade da carga de 8RM.

Programa de treino:

• Os exercícios realizados foram respectivamente leg press, supino reto, extensão de joelhos, puxada frontal, flexão de joelhos, abdução de ombro, abdução unilateral de quadril com cross over e rosca direta com barra.

O treinamento resistido moderado promoveu reduções na PAD. O treinamento resistido leve ocasionou uma tendência à redução da PAD.

(40)

Tabela 7: Efeito do exercício aeróbico e resistido de forma combinada sobre a pressão arterial de idosos hipertensos.

Estudo Desenho Participantes Intervenção Resultados das variáveis-chave

Barroso et al., 2008.

Pré-post teste.

Idosos com hipertensão arterial estágio I, sem uso de anti-hipertensivos, duas semanas antes de iniciar o programa. Média de idade: 66,5 ± 4 anos (61 a 79)

N= 45

Grupo Estudo (GE) = 24 (cinco homens)

Grupo Controle (GC) = 21 (quatro homens)

Duração: 6 meses

Grupo Estudo (GE): Orientação para o tratamento não farmacológico e

atividade física supervisionada.

Frequência e duração: 3 sessões semanais, com 1 hora de duração por sessão.

Programa de treino:

• 30 minutos de atividades aeróbias em bicicleta e esteira rolante, tendo como meta a manutenção da frequência cardíaca entre 60% e 75% da frequência cardíaca máxima (FCM) atingida no pico do esforço no TE.

• 30 minutos de exercícios de flexibilidade e atividades com pesos (exercícios resistidos) com cargas de 40% a 60% da repetição máxima (RM) em 3 séries de 10 repetições.

Grupo Controle (GC): Receberam orientação para o tratamento não

farmacológico.

A atividade física supervisionada foi mais eficiente em manter o controle da pressão arterial em idosos com hipertensão estágio I (GE) quando comparada ao grupo controle. Rêgo et al, 2011. Pré-post teste.

Mulheres idosas sedentárias e hipertensas em tratamento farmacológico.

Média de idade ≥ 60 anos. Grupo Experimental (GE) = 26 Grupo Controle (GC) = 15

Duração e Frequência: 18 semanas (35 sessões), 2 vezes por semana.

Grupo Experimental - Intensidade: Fraca ou moderada, segundo a escala

subjetiva de Borg. Programa de treino:

• 10’ de exercícios de alongamento;

• 35’de resistência aeróbica (caminhada) e muscular (exercícios localizados com 2 séries de 10 repetições);

• 10’ alongamento com 5’ de relaxamento.

Grupo Controle - Sem exercício físico

Diminuição media da PAS de 9,615mmHg e da PAD de 1,25mmHg

Moraes et al., 2011

Pré-post teste Idosos com hipertensão arterial controlados com medicação anti-hipertensiva

N= 44

Duração e frequência: período de 12 semanas, com duas sessões semanais. Intensidade: Moderada, segundo Escala Subjetiva do Esforço.

Programa de treino:

Sessões com duração de aproximadamente 60 minutos compostas por período de aquecimento, seguido de alongamento (±10 minutos); uma parte principal, com duração de 35 a 40 minutos, composta por cerca de 20 minutos de caminhadas e o restante dedicado à dança, intercalando-se exercícios de força com halteres e bastões; por fim, uma atividade de “volta à calma”, com alongamentos durante 10 minutos.

Obteve redução:

Pressão arterial sistólica (6 mm Hg)

Pressão arterial diastólica (2 mm Hg)

(41)

DISCUSSÃO

Efeitos do exercício físico na pressão arterial:

estudo qualitativo em idosos hipertensos

Imagem

Tabela  1:  Classificação  da  hipertensão  artéria  sistêmica  pela  Sociedade  Brasileira  de  Cardiologia,  Sociedade Brasileira de Hipertensão, Sociedade Brasileira de Nefrologia
Tabela  2:  Classificação  da  HAS  pela  Sociedade  Européia  de  Hipertensão  e  Sociedade  Européia  de  Cardiologia
Tabela 4: Pontuação detalhada da escala de PEDro para cada estudo.
Tabela 5: Efeito do exercício aeróbico sobre a pressão arterial de idosos hipertensos
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Referências

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