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Efeito dos tipos de exercícios físicos nas variáveis de pressão arterial sistólica e diástolica

Revisão Sistemática

3. REVISÃO SISTEMÁTICA

3.1. PESQUISA DE ESTUDOS

3.2.4. Efeito dos tipos de exercícios físicos nas variáveis de pressão arterial sistólica e diástolica

Relativamente à variável pressão arterial sistólica, foram verificadas reduções da pressão arterial onde a intervenção adotada foi o exercício aeróbico (FISHER et al. 2002; SANHUEZA et al. 2006; LEE et al. 2007), com exercício resistido estudo tiveram redução da pressão arterial (JANNING et al. 2009; COSTA et al. 2010; OLIVEIRA et al. 2011), pressão arterial sistólica (TERRA et al. 2008), pressão arterial diastólica (KRINSKI et al. 2008) e utilizando o exercício aeróbico e resistido (BARROSO et al. 2008; RÊGO et al. 2011; MORAES et al. 2011) (Tabela 5, 6 e 7).

Tabela 5: Efeito do exercício aeróbico sobre a pressão arterial de idosos hipertensos.

Estudo Desenho Participantes Intervenção Resultados das variáveis-chave

Fisher et al., 2002.

Pré-post teste

Idosas com hipertensão primária de grau leve que praticavam atividade física regular.

Média de idade: 60 anos. N= 2

Estudo de caso I (Faz uso de betabloqueador) Estudo de caso II (Não faz uso de betabloqueador)

Duração e frequência:

Estudo I – 13 meses e estudo II – 10 meses. 3 vezes por semana, com duração de 1h.

Intensidade: 60 a 85% VO2 da frequência máxima.

Programa de treino: 10 minutos de aquecimento alongamento; 30 minutos de atividade aeróbica dividida entre esteira e bicicleta ergométrica; 15 minutos de atividade aeróbica localizada com baixa carga com utilização de recursos como bola, bastão e peso de baixa carga e 5 minutos de relaxamento.

Estudo de caso I - Redução da pressão arterial tanto no repouso e no pico

Estudo de caso II- Redução da pressão arterial tanto no repouso e no pico. Sanhueza et al. 2006. Pré-post teste Idosos hipertensos e sedentários. N= 37

Grupo de exercício (GE) = 18

Grupo Controle (GC) =19

Duração: 10 semanas Grupo de exercício (GE)

Frequência e intensidade: 3 vezes por semana, com 70-80 % VO2 máxima

aproximada.

Programa: 2 semanas de condicionamento global, com exercícios calistênicos por 50-60 minutos.

8 semanas de programa clínico: 15 minutos de exercícios calistênicos (aquecimento), 30 minutos de exercícios aeróbicos (caminhada e trote), 15 minutos de exercícios calistênicos (esfriamento).

Grupo Controle: sem intervenção

O GE obteve uma diminuição significativa:

• Pressão arterial sistólica (7mmHg)

• Pressão arterial diastólica (5mmHg)

Lee et al., 2007.

Pré-post teste

Idosos com hipertensão leve a moderada – uso de medicação anti- hipertensiva N= 202 Grupo de intervenção (n=102) Grupo controle (n=100) Duração: 6 meses

Grupo de intervenção: Caminhada baseada na comunidade. Grupo de controle: Cuidados primários de saúde.

A diferença na alteração média da pressão sistólica foi de 15,4mm Hg, para o grupo de intervenção e de 8,4 mm Hg para o grupo controle. Diferença da média entre os dois grupos foi de -7,0 mm Hg.

Revisão Sistemática

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Tabela 6: Efeito do exercício resistido sobre a pressão arterial de idosos hipertensos.

Estudo Desenho Participantes Intervenção Resultados das variáveis-chave

Krinski et al, 2008. Pré, intermédio e post teste

Idosas com hipertensão arterial estágio I.

Média de idade = 63,75 ± 3,70 anos

N= 24

Duração e Frequência: 1 sessão de circuito de peso, com 8 estações, 3 x 12 repetições.

Intensidade: 50% de 1 RM

Programa de treino: Leg press 45º, agachamento, mesa extensora, flexão dos joelhos, supino reto, puxada no pulley, rosca direta de bíceps e tríceps polia.

Redução da PAD estatisticamente significativa para a condição de repouso.

Terra et

al,

2008.

Pré-post teste Idosas sedentárias hipertensas controladas com medicação anti-hipertensiva.

Média de idade > 60 anos. N= 52

Grupo de treino resistido = 23 Grupo controle = 29

Grupo de treinamento resistido (GTR)

Duração e Frequência: 12 semanas, 3 x por semana em dias alternados em 3 séries de 12, 10 e 8 repetições.

Intensidade: 4 semanas iniciais, a intensidade foi de 60% de 1-RM, 4 semanas subsequentes de 70% de 1-RM e 4 semanas de 80% de 1-RM.

• Programa de treino: Puxada costas, extensão de joelhos, supino vertical na máquina, cadeira abdutora, flexão de joelhos, abdução de ombros com halter, panturrilha livre em pé, abdominal, extensão de tronco e leg press 45º.

Grupo controle: sem exercício físico

O treinamento resistido a redução foi de 10,5 mmHg para a PAS sem redução da PAD.

Grupo controle: Não houve diferença. Janning et al.,2009 Pré, intermédio e post teste.

Idosos sem experiência prévia em treinamento resistido hipertensos controlados com medicação anti-hipertensiva. Média de idade = 62,1 ± 3,1 anos

N= 8 (4 homens e 4 mulheres).

Duração e Frequência: 7 dias , com intervalo de no mínimo 48h entre cada protocolo.

Intensidade: 3 x 12 RM, com um intervalo de dois a três minutos entre cada série de exercício.

Após cada protocolo a pressão arterial foi verificada em intervalos de 10 minutos, até 60 minutos pós-exercício.

Programa de treino:

Protocolo 1 (P1) - Ordem de execução: 1) leg press 90º; 2) extensão de

joelho; 3) flexão de joelho; 4) supino sentado na maquina; 5) puxada alta anterior; e 6) remada alta. Protocolo 2 (P2) – Inversa: Executando primeiros os três exercícios para membros superiores, seguidos dos três exercícios para membros inferiores. Protocolo 3 (P3) – Intercalar: Um exercício para MS com um para MI.

Em P1 e P2 não ocorreu redução da PAD.

P3 ocorreu redução média da PAS (11,3 ± 9,1) e PAD (4,4 ± 4,5 mmHg).

Estudo Desenho Participantes Intervenção Resultados das variáveis-chave

Costa et

al.,

2010

Pré-post teste Idosas hipertensas treinadas e não treinadas com uso de medicação anti-hipertensiva.

Média de idade = 66 ± 4 anos. N= 15

Grupo de treinadas (GT) = 06. Grupo não treinadas (GNT) = 09 semanais.

Duração e Frequência: 2 sessões aleatórias, sendo uma experimental (SE) e outra controle (SC), com intervalo de 48h entre as sessões.

Intensidade: 40 min de exercícios com pesos dinâmicos, executados em 2 séries de 10 a 15 repetições máximas.

Programa de treino:

• Supino vertical, remada convergente, rosca scott, tríceps no pulley, mesa extensora, mesa flexora e cadeira adutora.

• O intervalo de recuperação entre as séries foi de um minuto e, entre os exercícios, de 2 minutos.

Nesse período, a PA foi mensurada nos minutos 0, 15, 30, 45 e 60.

Uma sessão de exercícios com pesos pode reduzir a pressão arterial pós-esforço.

Canuto

et al.,

2011.

Pré-post teste Mulheres com diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica com uso de medicação anti- hipertensiva.

Média de idade ≥ 60 anos. N = 32

Grupo com carga leve (G1) = 16

Grupo com carga de alta intensidade (G2) = 16

Duração: 3 sessões de exercício resistido e logo em seguida foram aferidas as pressões arteriais sistólica e diastólica durante 1h a cada 10 minutos. Intensidade: As participantes do G1 realizaram 2 x 16 repetições com metade da carga de 8RM e as do G2 realizaram 2 x 8 repetições com carga de 8RM.

Programa de treino:

Os exercícios foram executados sempre na seguinte ordem leg

press, supino reto, extensão de joelhos com cadeira extensora,

puxada frontal, flexão de joelhos em mesa flexora, elevação lateral de membros superiores com halteres, abdução de quadril com cross over e rosca direta com barra.

Não resultou em hipotensão pós- exercício.

Oliveira

et al.,

2011

Pré-post teste Homens hipertensos estágio I, praticantes de atividade física. Sem uso de anti-hipertensivo com liberação médica há 2 semanas antes de iniciar o experimento.

Média de idade = 6,0 ± 4,4 anos.

N = 10

Duração e Frequência: 2 sessões com intervalo de 48h entre as sessões. Intensidade: Dois treinamentos a 80% e 100% de 10 RM

Durante a atividade e até 24h depois, os sujeitos foram controlados pela monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA).

Foram avaliados: Pressão arterial sistólica e diastólica e Pressão de pulso. Programa de treino:

• Leg press 45º, Supino reto no Smith Machine.

Ocorrência de HPE para PAS, PAD, sendo significativamente maior na intensidade de 80%.

Trabalhar em intensidades menores, como 80% de 10RM, podem ser mais eficientes nessas reduções.

Revisão Sistemática

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Estudo Desenho Participantes Intervenção Resultados das variáveis-chave

Park et al., 2011

Pré-post teste Idosos com diagnóstico de por mais de ano, controladas por medicação anti-hipertensiva. N= 45

Grupo de intervenção (n=18) Grupo controle (n=22)

Duração e frequência: 12 semanas, 2 vezes por semana

Grupo de intervenção:

Programa de treino:

• Aquecimento: 15 minutos de alongamento leve, 1 set.

• Exercício principal: Flexão, extensão, elevação frontal, lateral do ombro, flexão de bíceps, extensão de tríceps, extensão do cotovelo, extensão do ombro, remada sentada, elevação frontal dos ombros, leg press, agachamento, extensão do quadril, abdominal reto, elevação pélvica, abdominal inferior. 40 minutos, 15-25 repetições, 2-3 sets.

• Desaquecimento: 5 minutos de alongamento leve, 1 set.

Grupo de controle: Educação em saúde e aconselhamento individual.

O grupo de intervenção apresentou uma redução significativamente maior na pressão arterial sistólica.

Cunha

et al.,

2012

Pré-post teste Idosas hipertensas, controladas por medicação anti- hipertensiva.

N = 16

Grupo de treinamento resistido moderado (G1) = 09

Grupo de treinamento resistido leve (G2) = 07

Duração e Frequência: 8 semanas, 3 vezes por semana em dias alternados, no período vespertino.

Intensidade: G1 realizaram 2 x 8 repetições com carga de 8RM e G2 realizaram 2 x 16 repetições com metade da carga de 8RM.

Programa de treino:

• Os exercícios realizados foram respectivamente leg press, supino reto, extensão de joelhos, puxada frontal, flexão de joelhos, abdução de ombro, abdução unilateral de quadril com cross over e rosca direta com barra.

O treinamento resistido moderado promoveu reduções na PAD. O treinamento resistido leve ocasionou uma tendência à redução da PAD.

Tabela 7: Efeito do exercício aeróbico e resistido de forma combinada sobre a pressão arterial de idosos hipertensos.

Estudo Desenho Participantes Intervenção Resultados das variáveis-chave

Barroso et al., 2008.

Pré-post teste.

Idosos com hipertensão arterial estágio I, sem uso de anti- hipertensivos, duas semanas antes de iniciar o programa. Média de idade: 66,5 ± 4 anos (61 a 79)

N= 45

Grupo Estudo (GE) = 24 (cinco homens)

Grupo Controle (GC) = 21 (quatro homens)

Duração: 6 meses

Grupo Estudo (GE): Orientação para o tratamento não farmacológico e

atividade física supervisionada.

Frequência e duração: 3 sessões semanais, com 1 hora de duração por sessão.

Programa de treino:

• 30 minutos de atividades aeróbias em bicicleta e esteira rolante, tendo como meta a manutenção da frequência cardíaca entre 60% e 75% da frequência cardíaca máxima (FCM) atingida no pico do esforço no TE.

• 30 minutos de exercícios de flexibilidade e atividades com pesos (exercícios resistidos) com cargas de 40% a 60% da repetição máxima (RM) em 3 séries de 10 repetições.

Grupo Controle (GC): Receberam orientação para o tratamento não

farmacológico.

A atividade física supervisionada foi mais eficiente em manter o controle da pressão arterial em idosos com hipertensão estágio I (GE) quando comparada ao grupo controle. Rêgo et al, 2011. Pré-post teste.

Mulheres idosas sedentárias e hipertensas em tratamento farmacológico.

Média de idade ≥ 60 anos. Grupo Experimental (GE) = 26 Grupo Controle (GC) = 15

Duração e Frequência: 18 semanas (35 sessões), 2 vezes por semana.

Grupo Experimental - Intensidade: Fraca ou moderada, segundo a escala

subjetiva de Borg. Programa de treino:

• 10’ de exercícios de alongamento;

• 35’de resistência aeróbica (caminhada) e muscular (exercícios localizados com 2 séries de 10 repetições);

• 10’ alongamento com 5’ de relaxamento.

Grupo Controle - Sem exercício físico

Diminuição media da PAS de 9,615mmHg e da PAD de 1,25mmHg

Moraes et al., 2011

Pré-post teste Idosos com hipertensão arterial controlados com medicação anti-hipertensiva

N= 44

Duração e frequência: período de 12 semanas, com duas sessões semanais. Intensidade: Moderada, segundo Escala Subjetiva do Esforço.

Programa de treino:

Sessões com duração de aproximadamente 60 minutos compostas por período de aquecimento, seguido de alongamento (±10 minutos); uma parte principal, com duração de 35 a 40 minutos, composta por cerca de 20 minutos de caminhadas e o restante dedicado à dança, intercalando-se exercícios de força com halteres e bastões; por fim, uma atividade de “volta à calma”, com alongamentos durante 10 minutos.

Obteve redução:

Pressão arterial sistólica (6 mm Hg)

Pressão arterial diastólica (2 mm Hg)

DISCUSSÃO

Efeitos do exercício físico na pressão arterial:

estudo qualitativo em idosos hipertensos

4. DISCUSSÃO

Esta revisão sistemática foi conduzida para observar qual tipo de exercício mais indicado como tratamento não farmacológico em idosos hipertensos. Neste sentido, diferencia-se das revisões anteriores por aplicar uma escala de avaliação de qualidade metodológica e incluir estudos publicados com programas de treinos variados, analisando as respostas cardiovasculares em diversos tipos de exercícios em idosos hipertensos.

De acordo com tabela 5, pesquisas realizadas por Sanhueza et al. (2006); Lee et

al. (2007), analisaram a influência da intervenção do programa de exercícios aeróbicos

sobre os níveis pressóricos de idosos hipertensos.

No estudo realizado por Sanhueza et al (2006), os participantes foram randomizados em grupo de controlo e grupo experimental. O protocolo do grupo experimental foi composto por exercícios aeróbicos, com intensidade de 70 a 80% do consumo máximo de oxigênio (VO2 máx.), com frequência de três vezes, com duração

de 60 minutos por sessão, durante dez semanas. O grupo de controlo realizou apenas um programa de atividade física habitual. Ao comparar os valores pressóricos entre os grupos, o grupo experimental atingiu uma diminuição significativa nas variáveis PAS e PAD.

Da mesma forma Fisher et al. (2002), no estudo de caso realizado com duas idosas hipertensas, ao realizarem um programa de exercícios aeróbicos, com intensidade de 60 a 85% do VO2 máx., com frequência de três vezes por semana, com duração de 60

minutos cada sessão, durante treze meses. Concluíram que houve redução na pressão arterial sistólica, quanto na pressão arterial diastólica de repouso.

Ao efetuarmos uma comparação entre os estudos, podemos observar que existe uma semelhança entre as respostas pressóricas na redução significativa da PAS e PAD e os protocolos de exercícios (intensidade e duração da sessão).

Os protocolos dos estudos citados seguiram as recomendações das Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2006) e o American College of Sports Medicine (2004) ao preconizarem que o exercício aeróbico deve ser realizado com intensidade de

Discussão

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50% a 70% do consumo máximo de oxigênio, frequência de três ou mais sessões por semana, com duração de 30 a 60 minutos por cada sessão.

Outra modalidade de exercício aeróbico presente nesta revisão sistemática é o exercício de caminhar (caminhada); com base na teoria da auto-eficácia, Lee et al. (2007), realizaram um programa de intervenção durante seis meses com idosos hipertensos através da caminhada. Os participantes foram randomizados em grupo de intervenção e grupo de controlo. O grupo de intervenção era orientado para andar regularmente, aumentando a frequência e tempo gasto. De início foi fornecido um pedômetro para facilitar a caminha regular dos participantes. Tanto o grupo controle e o grupo de intervenção participaram do programa de cuidados primários com a saúde. Aos seis meses de follow-up a alteração média da pressão arterial sistólica resultou em uma diminuição de 15,4 mm Hg e 8,4 mm Hg no grupo de intervenção e grupo de controlo, respectivamente. A diferença na alteração média entre os dois grupos foi de - 7,0 mm Hg. Contudo, não foram observadas diferenças na pressão arterial diastólica dos grupos. Em relação aos escores do exercício de auto-eficácia, o grupo de intervenção foi mais propenso em responder que começou a caminhar mais, resultando em uma melhora nos escores.

Ao analisarmos o estudo, podemos observar que a prática regular da caminhada é uma das formas de tratamento não farmacológico em idosos. A redução da pressão sistólica encontrada no estudo é um fato de grande relevância em idosos, ao partirmos do pressuposto que a partir dos 50 anos a PAS aumenta de forma linear (Miranda et al. 2002). Para Matsudo (2008), a prática da caminhada é uma das atividades mais recomendadas, por oferecer baixo impacto e possibilitar que sua execução seja realizada em diferentes intensidades por idosos hipertensos, trazendo inúmeros benefícios à saúde.

Por outro lado, os conhecimentos adquiridos nas últimas décadas apontam no sentido de que após a realização de uma única sessão de exercício físico resistido, os níveis de pressóricos da pressão arterial diminuem e permanecem abaixo dos níveis pré- exercício. Com base na tabela 6, os estudos avaliaram os efeitos agudos cardiovasculares do exercício resistido em relação à pressão arterial sistólica e diastólica.

Estudos realizados por Costa et al. (2010) numa sessão de treino de exercícios resistidos com grupo de idosas treinadas (treinamento com peso) e não treinadas (alongamento) indicaram declínio da PAS após o exercício em ambos os grupos, porém, de maneira mais consistente no grupo de não treinadas (alongamento). O grupo de treinadas (exercício com peso) apresentou redução da PAS somente aos 30 minutos de recuperação, ao passo que no grupo de não treinada essa queda ocorreu a partir dos 15 minutos e 60 minutos de monitoração pós-exercício. Relativamente à PAD, o efeito hipotensor da sessão de exercícios com pesos foi observado somente no grupo de não treinadas (alongamento), aos 15 e 30 minutos de recuperação.

Contrastando com o exercício anterior, Krinski et al. (2008) numa pesquisa com idosas hipertensas (estagio I) e envolvendo uma sessão de exercício resistido, constatou que apenas na PAD houve um decréscimo significativo. Esses resultados assemelham- se com os de Cunha et al. (2012), realizado com idosas hipertensas, e diferem apenas na duração do programa que foi de oito semanas, tendo concluido que o treinamento resistido moderado promoveu reduções na PAD.

No entanto, Oliveira et al. (2011), ao realizarem duas sessões de exercício resistido, com idosos (homens) hipertensos (estágio I), praticantes de atividade física, constatou que uma única sessão de ER realizada em diferentes intensidades (80% e 100% de 10RM) promoveu HPE em indivíduos idosos hipertensos (estágio I),

originando mudanças na categoria da classificação da média dos idosos hipertensos, de

pré-hipertensão para normal, reduzindo os riscos de eventos cardiovasculares. Todavia, os autores ressaltam que trabalhar em intensidades de 80% de 10RM pode ser eficiente nessas reduções.

Divergindo deste estudo, Canuto et al. (2011), realizou uma intervenção em

mulheres com diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica, tendo evidenciado que a sequência de exercícios resistidos com duração de três sessões de treinamento não resultou em hipotensão pós-exercício em idosas hipertensas. Tais evidências devem-se a inexistência de diferenças significativas relativamente as pressões sistólica e diastólica nos grupos após exercícios de leve e alta intensidade.

Há várias razões para que o exercício físico resistido não tenha induzido

resultados semelhantes entre os estudos. Uma das razões pode ser atribuída em parte, à

Discussão

35

sabido que com envelhecimento o sistema cardiovascular sofre alterações na capacidade de adaptação e recuperação do exercício, sendo mais notórias as diferenças relacionadas entre a idade e a reação ao exercício submáximo e máximo. Assim, além da tendência à manutenção de uma PA alta relacionada com a genética e o meio, o fator envelhecimento parece contribuir para a manutenção da PA alta (Cardoso et al., 2010).

Estas controvérsias também podem ser atribuídas, a diferença de protocolos de exercícios realizados, Janning et al. (2009), ao analisar a influência da ordem de execução de exercícios resistidos na hipotensão pós-exercício em idosos hipertensos controlados, submeteu sua amostra de forma aleatória a três diferentes protocolos. Estes foram realizados num período de sete dias, partindo do dia de determinação das cargas relativas a 12 RM, com um intervalo de 48 horas no mínimo entre cada protocolo. No protocolo 1 (P1) os exercícios foram organizados na seguinte ordem: 1) leg press 90º; 2) extensão de joelho; 3) flexão de joelho; 4) supino sentado na máquina; 5) puxada alta anterior; e 6) remada alta. Pela sequência dos exercícios verifica-se que em primeiro todos os exercícios para os MI e, em seguida, todos para os MS. No protocolo 2 (P2) a situação foi inversa, executando primeiros os três exercícios para membros superiores, seguidos dos três exercícios para membros inferiores. Já o protocolo 3 (P3) foi organizado de maneira a intercalar um exercício para MS com um para MI.

Os autores concluíram que o P1 no final da sessão com três exercícios para membros superiores, não demonstrou haver queda significativa da pressao arterial. Ao observar o P2, pode verificar que a ocorrência de HPE em alguns momentos, sugerindo que essa queda da pressão arterial se deve ao fato de que a musculatura inativa (MS) era relativamente menor em consideração a musculatura ativa (MI), já que os três últimos exercícios foram realizados para MI. Contudo, P3 demonstrou-se extremamente eficaz em produzir a HPE através de exercícios realizados com alternância de membros.

Contudo, a prescrição adequada e bem supervisionada do exercício resistido é de grande importância para garantir a eficácia do programa na prevenção, tratamento e controle da hipertensão arterial (Pescatello et al., 2004).

Segundo Williams, (2007) instituições de saúde, como o American College of Sports Medicine (ASCM) e o American Heart Association (AHA), passaram a recomendar o treinamento resistido, em complemento ao aeróbico, para indivíduos com problemas cardiovasculares, sobretudo mulheres e idosos.

Na tabela 7, os estudos adotaram como programa de treino os exercícios aeróbicos associados ao resistido, com o intuito de avaliar seu efeito hipotensor na

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