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Os Custos da Dispersão Urbana: Infra-Estruturas Públicas e Densidades Construtivas

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES TRÁS MONTES E ALTO DOURO. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA INFRA-ESTRUTURAS ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUTIVAS. DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL. FILIPE RICARDO PEREIRA DIAS. Vila Real, 2010.

(2) UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES TRÁS MONTES E ALTO DOURO. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA INFRA-ESTRUTURAS ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUTIVAS. DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL. FILIPE RICARDO PEREIRA DIAS Orientador Professor Doutor Luís Manuel Ramos Co-orientador Engenheiro Ricardo Jorge Bento. Vila Real, 2010.

(3) AGRADECIMENTOS Ao Professor Doutor Luís Ramos, orientador da dissertação, pelo seu apoio, pelas suas recomendações e pela cordialidade demonstrada ao longo do trabalho. Ao Eng.º Ricardo Bento, pela colaboração e contribuição no trabalho. Ao Dr. Nuno Pereira, pela disponibilidade e ajuda prestada. A Todos os meus amigos pelo apoio demonstrado. À minha namorada Cátia pelo seu incentivo e apoio incondicional. À minha família, pelo seu incentivo, em especial, aos meus Pais e irmão, que sempre me apoiaram.. Muito obrigado a todos!.

(4) RESUMO. Este trabalho pretende avaliar o impacto da dispersão urbana no custo final da infra-estruturação urbana. O estudo intenciona ainda avaliar custo individual das infra-estruturas viárias, de drenagem de águas pluviais e residuais, e abastecimento de água, relacionando-as com variáveis como, a população, áreas de construção, número de fogos e densidades populacionais. Pretende-se assim criar um modelo que possa rentabilizar os custos da infraestruturação na criação de novas urbanizações.. PALAVRAS-CHAVE: Urbanizações, Vila Real.. Dispersão. urbana,. Infra-estruturas,. Sustentabilidade,.

(5) ABSTRACT This work intends to evaluate the impact of urban sprawl in final cost of infrastructure urban. The study wish estimate the individual cost of road network, rainwater drainage, draining of sewage, water supply, and connect with variables such as people, construction areas, number of apartments and population densities. I would create a model that can maximize the costs of infrastructures in the creation of new urbanizations.. KEYWORDS: Urban Sprawl, Infrastructure, sustainable, Urbanizations, Vila Real..

(6) ÍNDICE GERAL. Capítulo 1. INTRODUÇÃO E OBJECTIVOS ............................................................. 1 1.1.. Enquadramento ...................................................................................... 1. 1.2.. Problemática ........................................................................................... 2. 1.3.. Metodologia ............................................................................................ 2. 1.4.. Estrutura da dissertação ......................................................................... 3. Capítulo 2.. A. PROBLEMÁTICA. DA. DISPERSÃO. NA. PERSPECTIVA. DA. SUSTENTABILIDADE ........................................................................................................ 5 2.1.. Evolução da dispersão urbana ................................................................ 5. 2.2.. Causas da dispersão urbana ................................................................... 6. 2.3.. Tipos de dispersão urbana ...................................................................... 8. 2.4.. As consequências da dispersão urbana ................................................ 11. 2.4.1. Recursos hídricos.............................................................................. 11 2.4.2. Cobertura Vegetal ............................................................................ 12 2.4.3. Áreas protegidas............................................................................... 12 2.4.4. Infra-estruturas ................................................................................ 13 2.4.5. Mobilidade ....................................................................................... 13 2.5.. Dispersão e sustentabilidade urbana ................................................... 14. Capítulo 3. A DISPERSÃO URBANA E OS CUSTOS DAS INFRA-ESTRUTURAS ...... 17 3.1.. Classificação das infra-estruturas ......................................................... 17. 3.1.1. Subsistema Viário ............................................................................. 17 3.1.2. Subsistema de drenagem pluvial ..................................................... 18 3.1.3. Subsistema de abastecimento de água............................................ 18 3.1.4. Subsistema de esgoto sanitário ....................................................... 19 3.1.5. Subsistema energético ..................................................................... 19 i.

(7) ÍNDICE GERAL 3.1.6. Subsistema de comunicações .......................................................... 20 3.2.. Classificação segundo a localização dos subsistemas .......................... 20. 3.3.. Custos das Infra-estruturas ................................................................... 21. 3.4.. Custos relacionados com as densidades .............................................. 22. Capítulo 4. OBJECTO DE ESTUDO ....................................................................... 27 4.1.. O concelho de vila real.......................................................................... 27. 4.2.. Áreas de Estudo .................................................................................... 29. Capítulo 5. METODOLOGIA ................................................................................ 33 5.1.. Identificação e delimitação das unidades de estudo ........................... 33. 5.2.. Levantamento dos dados...................................................................... 33. 5.3.. Tratamento dos dados .......................................................................... 35. 5.4.. Levantamento dos Custos..................................................................... 37. 5.4.1. IE viária ............................................................................................. 37 5.4.2. Abastecimento de água.................................................................... 37 5.4.3. Drenagem de água residual e pluvial ............................................... 38 5.4.4. Custos totais ..................................................................................... 39 Capítulo 6. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS .............. 40 6.1.. Quantificação dos custos das IE............................................................ 40. 6.2.. Custo por habitante das IE .................................................................... 41. 6.2.1. Custo total da IE por habitante ........................................................ 41 6.2.2. Custo da IE de abastecimento de água ............................................ 42 6.2.3. Custo da IE de drenagem de águas residuais ................................... 43 6.2.4. Custo da IE de drenagem de águas pluviais ..................................... 44 6.2.5. Custo da IE viária .............................................................................. 45 6.2.6. Conclusões........................................................................................ 46 6.3.. Custo por área de implantação das IE .................................................. 47 ii.

(8) ÍNDICE GERAL 6.3.1. Custo total da IE por área de implantação....................................... 47 6.3.2. Custo da IE de abastecimento de água ............................................ 48 6.3.3. Custo da IE de drenagem de águas residuais ................................... 49 6.3.4. Custo da IE de drenagem de águas pluviais ..................................... 50 6.3.5. Custo da IE viária .............................................................................. 51 6.3.6. Conclusões........................................................................................ 52 6.4.. Custo por área bruta de construção das IE........................................... 53. 6.4.1. Custo total da IE por Abc .................................................................. 53 6.4.2. Custo da IE de abastecimento de água ............................................ 54 6.4.3. Custo da IE de drenagem de águas residuais ................................... 55 6.4.4. Custo da IE de drenagem de águas pluviais ..................................... 56 6.4.5. Custo da IE viária .............................................................................. 57 6.4.6. Conclusões........................................................................................ 58 6.5.. Custo por fogo relacionado com a densidade ...................................... 59. 6.5.1. Custo total por fogo relacionado com a densidade ......................... 59 6.5.2. Custo da IE de abastecimento de água por fogo relacionado com a densidade. 61. 6.5.3. Custo da IE de drenagem de águas residuais por fogo relacionado com a densidade..................................................................................................... 62 6.5.4. Custo da IE de drenagem de águas pluviais por fogo relacionado com a densidade..................................................................................................... 63 6.5.5. Custo da IE viária por fogo relacionado com a densidade ............... 64 6.5.6. Conclusões........................................................................................ 65 6.6.. Custo por hectare relacionado com a densidade ................................. 68. 6.6.1. Custo da IE de abastecimento de água por hectare relacionado com a densidade .......................................................................................................... 69. iii.

(9) ÍNDICE GERAL 6.6.2. Custo da IE de drenagem de águas residuais por hectare relacionado com a densidade..................................................................................................... 70 6.6.3. Custo da IE de drenagem de águas pluviais por hectare relacionado com a densidade..................................................................................................... 71 6.6.4. Custo da IE viária por hectare relacionado com a densidade .......... 72 6.6.5. Conclusões........................................................................................ 73 Capítulo 7. CONCLUSÕES.................................................................................... 76 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 78 ANEXOS ................................................................................................................. 81. iv.

(10) ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1-Esquema das formas que compõe o disperso. ....................................... 10 Figura 2-Localização das 24 células. ..................................................................... 30 Figura 3-Células estudadas 1/2 ............................................................................ 31 Figura 4-Células estudadas 2/2 ............................................................................ 32 Figura 5-Organograma do levantamento dos dados. .......................................... 34 Figura 6-Quantificação das infra-estruturas no AutoCad. ................................... 35. v.

(11) ÍNDICE DE GRÁFICOS. Gráfico 1-Os diversos subsistemas nos custos finais das IE.................................. 22 Gráfico 2-Relação do custo por habitante da infra-estrutura e a densidade. ...... 24 Gráfico 3-Custo das infra-estruturas por hectare. ................................................ 25 Gráfico 4-Custo das infra-estruturas por habitação ............................................. 26 Gráfico 5-Variação da população de Vila Real. ..................................................... 27 Gráfico 6-Densidade populacional em 2001. ........................................................ 28 Gráfico 7-Número de edifícios em Vila Real ......................................................... 29 Gráfico 8-Número de alojamentos por edifício em Vila Real. .............................. 29 Gráfico 9-Contribuição individual de cada IE para o custo final da infraestruturação. .................................................................................................................. 40 Gráfico 10-Custo total da infra-estruturação por habitante. ............................... 42 Gráfico 11-Custo da IE de abastecimento de água por habitante. ....................... 43 Gráfico 12-Custa da IE de drenagem residual por habitante. .............................. 44 Gráfico 13-Custo por habitante da IE de drenagem pluvial. ................................ 45 Gráfico 14-Custo da IE viária por habitante. ......................................................... 46 Gráfico 15-Comparação do custo de todas IE com custo total da IE por habitante. ........................................................................................................................................ 47 Gráfico 16-Custo total da infra-estruturação por área de implantação. .............. 48 Gráfico 17-Custo da IE de abastecimento de água. .............................................. 49 Gráfico 18-Custo da IE de drenagem de águas residuais por m2. ........................ 50 Gráfico 19-Custo da IE de drenagem pluvial por área de implantação. ............... 51 Gráfico 20-Custo da IE viária por área de implantação. ....................................... 52 Gráfico 21-Custo total da infra-estruturação por área bruta de construção. ...... 53 Gráfico 22-Custo de Abastecimento por Abc........................................................ 55 Gráfico 23-Custo da IE de drenagem residual por Abc. ........................................ 56 Gráfico 24-Custo da IE de drenagem pluvial por Abc. .......................................... 57 Gráfico 25-Custo da IE viário por Abc. .................................................................. 58 Gráfico 26-Custo de todas IE por Abc. .................................................................. 59 Gráfico 27-Custo total da infra-estruturação por fogo relacionado com a densidade. ...................................................................................................................... 60. vi.

(12) ÍNDICE DE GRÁFICOS Gráfico 28-Custo da IE de abastecimento de água por fogo relacionado com a densidade. ...................................................................................................................... 62 Gráfico 29-Custo da drenagem residual por fogo relacionado com a densidade 63 Gráfico 30-Custo da IE de drenagem pluvial por fogo relacionado com a densidade. ...................................................................................................................... 64 Gráfico 31-Custo da IE de rede viária por fogo relacionado com a densidade. ... 65 Gráfico 32-Custo de todas IE por fogo relacionado com a densidade. ................ 66 Gráfico 33-Custo da infra-estruturação por fogo relacionada com a densidade. 67 Gráfico 34-Custo total da infra-estruturação por hectare relacionado com a densidade ....................................................................................................................... 68 Gráfico 35-Custo do Abastecimento de água por hectare. .................................. 70 Gráfico 36-Custo da IE de drenagem residual por hectare................................... 71 Gráfico 37-Custo da IE da drenagem pluvial por hectare. .................................... 72 Gráfico 38-Custo da IE viária por hectare ............................................................. 73 Gráfico 39-Custo de todas IE por hectare. ............................................................ 74 Gráfico 40-Custo de infra-estruturação por hectare. ........................................... 75. vii.

(13) ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1-Influência em percentagem dos componentes dos subsistemas. ......... 21 Tabela 2-Influência dos diversos subsistemas nos custos finais das Infraestruturas. ...................................................................................................................... 22 Tabela 3-Relação entre famílias por hectare e o surgimento dos problemas. ..... 22 Tabela 4-Relação do custo da infra-estrutura e densidade. ................................. 24 Tabela 5-Recolha estatística ................................................................................. 35 Tabela 6-Quantificação das IE . ............................................................................. 35 Tabela 7-Recolha estatística tratada .................................................................... 36 Tabela 8-Custos das IE . ......................................................................................... 39. viii.

(14) LISTA DE SIGLAS. Abc – Área Bruta de Construção. GPAU – Grupo de Peritos para o Ambiente Urbano. IE – Infra-Estrutura. INE – Instituto Nacional de Estatística. PDM – Plano Director Municipal. ONU – Organização das Nações Unidas.. ix.

(15) INTRODUÇÃO E OBJECTIVOS. Capítulo 1.. 1.1.. INTRODUÇÃO E OBJECTIVOS. Enquadramento. Na segunda metade do século XX em Portugal assistiu-se a uma redistribuição populacional do território. As constantes migrações que ocorrem desde essa altura deixaram marcas na forma da ocupação territorial. Nas nossas cidades actuais evidenciam-se sinais da ocupação difusa territorial, extensões desordenadas da cidade na promoção de residências e de zonas comerciais. Este tipo de ocupação territorial acarreta custos acrescidos, não só económicos mas também, sociais e ambientais. Este modelo de ocupação territorial tem efeitos nefastos para os recursos naturais não renováveis, consome e polui quantidades exageradas de água, afectando os nossos recursos hídricos, um bem essencial para a existência humana, perturba a biodiversidade com as constantes mudanças nos usos dos solos afectando a agricultura e pecuária. A poluição sonora e ambiental é em parte causa do uso massivo do automóvel, cada vez mais usado como único meio de comunicação entre as cidades, incentivando a construção de novas e extensas redes viárias, comprometendo o uso dos transportes públicos. Estas políticas estão a causar grandes impactos na mobilidade urbana, assistindo-se diariamente aos congestionamentos das redes viárias. Assim torna-se necessário reflectir no conceito de cidade, procedendo-se à reparação de alguns erros cometidos na ocupação territorial. É urgente planear as novas urbanizações estudado o seu impacto económico, social e ambiental.. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 1.

(16) INTRODUÇÃO E OBJECTIVOS. 1.2.. Problemática. Na visível falta de planeamento das urbanizações foi elaborada esta dissertação para se proceder a uma análise do possível agravamento dos custos das infraestruturas viárias, de drenagem das águas pluviais e residuais, do abastecimento da água, em zonas com diferentes densidades populacionais e edificatórias. Com o uso crescente do modelo de cidade dispersa, torna-se necessário a construção de novas infra-estruturas, ou, o seu aumento. Estas novas urbanizações têm sido construídas sem uma correcta análise económica da sua viabilização. É necessário criar estudos para minimizar os impactos económicos das infraestruturas como consequência da construção de novas urbanizações. As questões que se colocam são, a dispersão urbana provoca um agravamento nos custos das infra-estruturas? Se sim, que tipo de comportamento têm esses custos em função das densidades edificatórias e populacionais? Existe alguma relação entre os custos e as densidades? Para dar resposta as perguntas colocadas, fez-se um estudo no concelho de Vila Real, onde a escala da dispersão urbana é inferior aos restantes estudos já efectuados sobre este tema.. 1.3.. Metodologia. Numa primeira fase da elaboração da dissertação efectuou-se uma procura de informação sobre o tema da dispersão urbana, procedendo-se à recolha bibliográfica e a respectiva leitura sobre as diversas problemáticas associadas à tese. Foi necessário enquadrar a problemática numa área de estudo em concreto, seleccionando-se o concelho de Vila Real. Foi necessário elaborar uma breve OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 2.

(17) INTRODUÇÃO E OBJECTIVOS caracterização do município para a percepção da forma como a população e o edificado se distribui ao longo do concelho. Com o objecto de estudo identificado, procedeu-se a escolha das zonas que seriam alvo de estudo detalhado, distribuindo-se vinte e quatro células de quatro hectares pela região. Esta selecção foi feita com o intuito de recolher amostras com diferentes graus de compactação territorial. Estando as células definidas, procedeu-se ao levantamento estatístico das mesmas recorrendo ao software ArcGIS, ainda com recurso ao mesmo programa, converteu-se as células para formato CAD com o objectivo de quantificar as infraestruturas nas células. Após o levantamento estatístico e quantitativo das quadrículas em estudo procedeu-se ao preenchimento de tabelas, para melhor análise dos dados obtidos. Os dados estatísticos obtidos pelo ArcGIS foram tratados de acordo com o objectivo deste estudo. Os custos das infra-estruturas foram calculados com base no estudo de orçamentos que contemplavam as obras necessárias para a construção da infraestruturação. Desta forma criou-se um orçamento tipo para cada infra-estrutura. Com os dados necessários para o estudo, fez-se uma análise com base em gráficos, do comportamento dos custos das infra-estruturações relacionadas com a população, área de implantação, área bruta de construção e densidade populacional.. 1.4.. Estrutura da dissertação. A dissertação é constituída por sete capítulos, referências bibliográficas e anexos, apresentando a seguinte estruturação: O primeiro capítulo serve de introdução ao estudo, patenteando o enquadramento do tema, a apresentação da problemática, a metodologia usada e a estrutura da dissertação. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 3.

(18) INTRODUÇÃO E OBJECTIVOS No segundo capítulo aborda-se a problemática da dispersão urbana na perspectiva da sustentabilidade. Neste capítulo faz-se uma breve contextualização histórica, identifica-se causas, consequências e tipos de dispersão urbana. No terceiro capítulo faz-se uma classificação das infra-estruturas, analisam-se os seus custos, fazendo-se relações com as densidades. O quarto capítulo é constituído pela breve caracterização de Vila Real e pela identificação das áreas de estudo. No quinto capítulo é apresentada a metodologia do trabalho. Neste capítulo é descrito os processos que permitiram a realização do estudo bem como as considerações que foi foram necessárias adoptar. No sexto capítulo é apresentado os resultados do estudo. Os resultados são exibidos recorrendo essencialmente ao uso de gráficos, fazendo-se uma análise e discussão dos resultados obtidos. No sétimo capítulo é apresentado as conclusões do estudo acompanhado de algumas considerações finais. Por fim apresenta-se as referências bibliográficas e os anexos.. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 4.

(19) A PROBLEMÁTICA DA DISPERSÃO NA PERSPECTIVA DA SUSTENTABILIDADE. Capítulo 2.. A PROBLEMÁTICA DA DISPERSÃO. NA PERSPECTIVA DA SUSTENTABILIDADE. A dispersão urbana é uma tendência mundial, um dos grandes problemas do ordenamento territorial actual. Novas urbanizações surgem ao longo dos grandes centros urbanos de forma desconexa. A dispersão pode ser um padrão de ocupação do solo numa área urbana que apresente baixos níveis em pelo menos uma de oito combinações possíveis, sendo estas, a densidade, a continuidade, a concentração, o design compacto, centralidade, o factor nuclear, diversidade e proximidade (Galster, 2001). A dispersão urbana é caracterizada por ser um padrão de distribuição físico, que se desenvolve de uma forma desordenada. É uma extensão de áreas menos densas, que alargam a área urbana na promoção de actividades residenciais e comerciais. A dispersão urbana segundo Bruegmann (2005) é caracterizada por ter baixa densidade, ter uma ocupação territorial difusa, que ocorre com a ausência de um planeamento eficaz e objectivo na preservação do uso do solo.. 2.1.. Evolução da dispersão urbana. A urbanização dispersa é um fenómeno que tem vindo a ser registado ao longo dos anos, com grande incidência nas grandes Metrópoles. Este padrão de crescimento foi consequência da globalização que se deu na segunda metade do século XX. Algumas das grandes cidades Europeias até então adoptavam o modelo radiocêntrico, que se caracterizava pelo crescimento radial do seu núcleo, dando origem a uma redução da densidade populacional proporcional ao seu afastamento do núcleo.. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 5.

(20) A PROBLEMÁTICA DA DISPERSÃO NA PERSPECTIVA DA SUSTENTABILIDADE A urbanização dispersa é uma realidade em Portugal, registando-se migrações constantes de população para pequenos pólos urbanos. Estes movimentos de migração começaram-se a sentir nos anos 60, 70 e 80, promovendo uma nova redistribuição populacional do território nacional. Originou-se uma devastação populacional do interior e sul do país, concentrando-se na faixa litoral entre Setúbal e Braga. No decorrer destes saldos migratórios não houve medidas de prevenção para combater a forma difusa que se ocupava o território, a ocupação fez-se então de forma livre. Com a passividade e a falta de capacidade de resposta das entidades reguladoras, gerou-se uma dispersão populacional pelo território. O mercado imobiliário também teve influência nesta tendência, para fazer-se frente a um poder de compra com baixa capacidade económica, criou-se construções unifamiliares e loteamentos nas periferias urbanas com custos atractivos.. 2.2.. Causas da dispersão urbana. Segundo Herbert Girardet (2007) os dez factores que motivam o crescimento urbano são: •. O desenvolvimento económico nacional;. •. A acumulação urbana de poder político e financeiro;. •. A substituição de importações;. •. A globalização económica;. •. O acesso aos recursos alimentares mundiais;. •. O desenvolvimento tecnológico;. •. O abastecimento em energia barata;. •. A expansão dos sistemas de transportes centrados nas cidades;. •. A migração a partir das áreas rurais;. •. A reprodução das populações urbanas;. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 6.

(21) A PROBLEMÁTICA DA DISPERSÃO NA PERSPECTIVA DA SUSTENTABILIDADE A população, como consequência da tendência da dispersão, tem vindo a deslocar-se para as periferias urbanas. Estas migrações devem-se por factores económicos, ambientais e sociais. Nas periferias urbanas, encontram-se terrenos mais baratos em relação aos grandes centros urbanos. Existe uma grande permissividade por parte dos PDM na mudança do uso dos solos. Com relativamente facilidade se transforma o uso de solo agrícola em solo para uso habitacional ou comercial. O desemprego é mais um dos factores que incentiva à povoação dispersa, pois a qualidade de vida pode tornar-se mais barata. Existem também algumas preocupações ambientais que mobilizam a saída dos grandes aglomerados. Nas cidades actuais existem falta de espaços verdes, para que as pessoas possam desfrutar da Natureza, como consequência, a qualidade do ar torna-se de menor qualidade. A poluição ambiental é notória e preocupante nas Metrópoles. A poluição sonora é outro dos factores de desagrado, o constante barulho que se faz sentir nos grandes aglomerados, tornam-se insuportáveis. O tamanho das residências citadinas é considerado um problema pelos seus habitantes, dando preferência aos grandes espaços habitacionais oferecidos nas periferias urbanas. Os altos índices de criminalidade começam a ser preocupantes, as pessoas sentem-se inseguras nas cidades, movendo-se na procura de espaços mais reservados e tranquilos. Existe pouca harmonia social, foi abandonado o conceito de convívio outrora oferecido pelos espaços públicos, como consequência têm-se espaços públicos inutilizados. Os transportes públicos são considerados insuficientes, promovendo o uso automóvel. Este oferece grande flexibilidade para quem reside fora dos centros urbanos, esta flexibilidade é assegurada pelo constante aumento da rede viária. A subsidiação pública a infra-estruturas, em estradas, saneamento básico, entre outras, quando feita de forma incoerente pode promover à ocupação dispersa. Os PDM deveriam assumir mas preponderância na gestão territorial. Não existe uma. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 7.

(22) A PROBLEMÁTICA DA DISPERSÃO NA PERSPECTIVA DA SUSTENTABILIDADE estratégia clara por parte destes planos directores no sentido de controlar e ordenar o regime de utilização dos solos.. 2.3.. Tipos de dispersão urbana. Segundo o Centro de Observação da Universidade de Towson, existem três tipos distintos de dispersão, sendo eles, Dispersão de baixa densidade, Dispersão em Fita ou Linha e Dispersão em “salto de rã”. A dispersão de baixa densidade é caracterizada pelo uso de solo para fins urbanos ao longo das periferias urbanas, havendo uma construção lenta de infraestruturas básicas no suporte às urbanizações. Este tipo de dispersão regra geral assume uma forma de anéis circulares. A dispersão em Fita ou Linha ocorre com o desenvolvimento urbano ao longo de corredores e artérias específicas, como as rodovias. Por último temos a dispersão em “salto de rã” que é resultado de um desenvolvimento descontínuo. Este modelo de desenvolvimento revela-se muito dispendioso na construção de infra-estruturas básicas, que se deve a sua dispersão espacial. Tendo como base o estudo publicado por Cidália Silva (2007), classifica-se a dispersão em dois grupos distintos. No primeiro grupo a construção caracteriza-se por ser realizada de uma forma mais lenta e elaborada por promotores locais. O segundo grupo tem como base um planeamento prévio, tornando-se num processo mais rápido. Este planeamento prévio contempla já uma mudança no uso dos solos bem como a realização de todas as obras em simultâneo. O segundo grupo é constituído apenas pela forma Planeada, enquanto no primeiro grupo segundo Cidália Silva (2007) fazem parte as formas: •. Tectónica;. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 8.

(23) A PROBLEMÁTICA DA DISPERSÃO NA PERSPECTIVA DA SUSTENTABILIDADE •. Rarefeita;. •. Linear;. •. Nuclear;. Para perceber as definições que irão surgir é necessário compreender: •. Parcelamento (P), transformação do solo em solo rural ou urbano;. •. Infra-estrutura (I), construção das infra-estruturas;. •. Ocupação (O), ocupação do solo;. A forma tectónica tem como principal característica a mudança do uso do solo natural em rural, através da estrutura parcelar (P). É um processo demorado até estar completo como um todo. Só após o parcelamento estar concluído é que se dá inicio e de uma forma faseada a construção de infra-estruturas (I). Ao longo do tempo dá-se a ocupação do solo (O). A forma Rarefeita tem origem na dispersão sucessiva de edifícios na forma tectónica. Os elementos das parcelas (P), as infra-estruturas (I), são alterados temporalmente através do processo de ocupação (O). Os caminhos de acesso às parcelas das formas tectónicas são as infra-estruturas das formas rarefeitas. Estas infra-estruturas não são consideradas de forma definitiva, pois as novas ocupações obrigam a alterações. O processo da forma rarefeita é efectuado de uma forma lenta. A forma Linear é constituída essencialmente por infra-estruturas lineares, que se associam à estrutura parcelar. A infra-estrutura (I) origina o surgimento do parcelamento (P) e a sua respectiva ocupação (O). As infra-estruturas lineares, as estradas nacionais e municipais, são o elemento condicionante desta forma. A forma Nuclear é um processo simultâneo, numa fase inicial, a ocupação (O) por funções polarizadoras (indústrias, equipamentos, serviços, etc.) juntamente com boas acessibilidades fornecidas pelas infra-estruturas (I). Trata-se de um processo longo de densificação urbana, na transformação do uso do solo rural em urbano, recorrendo a estrutura parcelar (P), com a construção do edificado (O).. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 9.

(24) A PROBLEMÁTICA DA DISPERSÃO NA PERSPECTIVA DA SUSTENTABILIDADE A forma planeada é recente e deve-se pela promoção pública ou privada que transforma simultaneamente um conjunto de parcelas. Este processo traz implicações na classificação do solo, originando mudanças nos respectivos usos. Esta mudança fazse recorrendo ao Plano de Pormenor ou de loteamentos. Esta forma tem a característica de ter um plano que prevê três operações simultâneas, o parcelamento (P), realização de infra-estruturas (I), e ocupação do solo (O). Na figura 1 é apresentado um quadro síntese das diferentes formas anteriormente descritas.. Figura 1-Esquema das formas que compõe o disperso. Fonte: Silva, 2007. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 10.

(25) A PROBLEMÁTICA DA DISPERSÃO NA PERSPECTIVA DA SUSTENTABILIDADE. 2.4.. As consequências da dispersão urbana. As cidades modernas são caracterizadas actualmente pela constante migração da população para zonas periféricas dos centros urbanos. Esta migração caracteriza-se pela sua ocupação territorial difusa. Os impactos da dispersão urbana têm incentivado o aparecimento de novas sociedades heterogéneas nas periferias urbanas, e regista-se uma segregação social dentro dos grandes centros. O modelo de cidade dispersa acarreta um custo acrescido para a construção pública na criação ou aumento da infra-estruturação. Actualmente nas zonas de baixa densidade é proporcionado uma qualidade de vida que se assemelha às grandes cidades com o fornecimento de energia eléctrica, abastecimento de água, redes de drenagem pluvial e residual, e de redes viárias. Estas construções implicam ainda gastos ambientais com a poluição da água, do ar e do solo. As deslocações constantes que se observam diariamente pelas populações das zonas de baixa densidade com intuito de obter serviços oferecidos nos centros, como o emprego, comércio e industria, fazem-se essencialmente recorrendo ao automóvel causando degradação na qualidade de vida dos grandes centros, devendo-se à poluição sonora e ambiental, e aos constantes congestionamentos de trânsito. 2.4.1.. Recursos hídricos. A qualidade dos recursos hídricos é um aspecto importante na segurança ambiental urbana, a perturbação dos recursos hídricos fragiliza os sistemas naturais e compromete as condições de vida da população local. A água é um bem limitado, seja por razões quantitativas derivadas à sua escassez, seja, por razões qualitativas devido ao seu nível de poluição. A distribuição de água potável acarreta custos económicos acrescidos para as sociedades.. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 11.

(26) A PROBLEMÁTICA DA DISPERSÃO NA PERSPECTIVA DA SUSTENTABILIDADE A ocupação crescente do solo na criação de novas infra-estruturas altera o ciclo normal hidrológico. Esta alteração pode trazer problemas de saúde, ecológicos, e de segurança. A apropriação e desvio do percurso natural da água criam um sério risco para os incêndios florestais, reduz o nível de evapotranspiração, aumentando a produção de substâncias hidrocarbonadas que têm índices de inflamabilidade maiores. Consumos desmedidos de água são reflexo do estilo de vida praticado pelos habitantes no aglomerados de baixa densidade, na criação de grandes jardins, nas construções de piscinas particulares e nas lavagens manuais de automóveis. As constantes impermeabilização do solo, juntamente com os usos desmedidos dos recursos hídricos reduzem os níveis dos lençóis freáticos. 2.4.2.. Cobertura Vegetal. As coberturas vegetais têm uma grande importância no impacte ambiental, possuem a capacidade de regenerar a qualidade do ar, são uma protecção natural contra a poluição atmosférica e alterações micro climáticas. Como consequência de uma política de dispersão urbana, têm-se assistido a uma desmatação da cobertura vegetal tendo diversas implicações. As coberturas vegetais contribuem para a estabilização dos solos e para a diminuição da erosão dos solos. A biodiversidade também sofre consequências com esta desmatação, pondo em causa a sobrevivência dos animais que se alimentam, procriam e protegem-se usando a cobertura vegetal. 2.4.3.. Áreas protegidas. Há uma perturbação no equilíbrio dos ecossistemas provocadas pela dispersão urbana, mesmo com a protecção das áreas naturais de construções edificatórias, estas acabam por ser degradas pelo impacto directo dos transportes e da construção de infra-estruturas. Como consequências perdem-se zonas naturais e agrícolas. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 12.

(27) A PROBLEMÁTICA DA DISPERSÃO NA PERSPECTIVA DA SUSTENTABILIDADE 2.4.4.. Infra-estruturas. As infra-estruturas acarretam um custo adicional, quando se promovem a sua utilização em zonas dispersas. Estes custos devem-se à construção de redes viárias, redes de drenagem pluvial, redes de drenagem residual, abastecimento de água, telefone, electricidade, entre outras. Quanto maior a densidade melhor será a utilização e maximização da infraestruturação em solo urbano (Acioly e Davidson, 1998). Desta forma a dispersão não é um bom modelo de sustentabilidade económica, utilizando redes de infra-estruturas com baixo índices de construção por metro linear. As infra-estruturas viárias contribuem para o aquecimento global, com o aumento de redes viárias por todo mundo, elevam-se as quantidades de calor que estas têm capacidade de armazenar durante o dia, expelindo esse armazenamento de calor durante a noite. 2.4.5.. Mobilidade. Desde o início do século XX, principalmente após a segunda guerra mundial, o uso automóvel têm vindo a crescer exponencialmente. As redes viárias têm sido construídas e aumentadas de forma a acompanhar esse uso massivo do automóvel. A dispersão urbana em parte foi incentivada por estes dois factores, o uso facilitado do automóvel e as boas vias de acesso, facilmente as pessoas se conseguem deslocar-se de pontos isolados para zonas de maiores densidades. Estas deslocações são feitas essencialmente por motivos de empregabilidade maior diversidade comercial, congestionando desta forma as vias de acessos. Este afastamento dos centros promove custos acentuados nas tarifas dos transportes públicos, estando a decair o seu uso.. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 13.

(28) A PROBLEMÁTICA DA DISPERSÃO NA PERSPECTIVA DA SUSTENTABILIDADE. 2.5.. Dispersão e sustentabilidade urbana. O problema ambiental que se vive globalmente deve-se em parte pela falta de sustentabilidade ambiental das cidades actuais. Segundo Johnson (2006) consideram-se quatro dimensões de sustentabilidade: •. Capital natural, em que se inclui, o uso do solo, a biodiversidade, os recursos hídricos e a energia.. •. Capital Humana e intelectual, neste grupo fazem parte, a saúde, educação, investigação e serviços técnicos.. •. Capital de produção, abrange, a receita, o emprego, a equidade, a habitação, a infra-estruturas e finanças.. •. Capital social, contém, a governação, a participação, a responsabilidade, as qualificações e cultura.. O desenvolvimento urbano consome substancialmente os recursos naturais não renováveis. As mudanças do uso do solo, como as transformações das zonas agrícolas em estradas ou edificado tornam-se medidas insustentáveis se não existir uma correcta ponderação. A sustentabilidade ambiental é um ideal entre o desenvolvimento económico e ao mesmo tempo a preservação do meio ambiente. Uma cidade ambientalmente sustentável tem que criar empregos nos sectores de conservação de recursos naturais, incentivar investimentos nas energias renováveis. Um grupo de peritos sobre o ambiente urbano foi criado pela comissão Europeia em 1991. Este grupo de peritos foi o responsável pelo projecto “Cidades Sustentáveis” que reflecte sobre o desenvolvimento sustentável das cidades.. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 14.

(29) A PROBLEMÁTICA DA DISPERSÃO NA PERSPECTIVA DA SUSTENTABILIDADE Segundo o GPAU (1996) as cidades sustentáveis assentam em quatro princípios: •. Princípio da Gestão Urbana;. •. Princípio da Integração Política;. •. Princípio da Reflexão ecossistemática;. •. Princípio de Cooperação e Parceria;. O princípio de gestão urbana é essencialmente um processo político planeado. Requer mecanismos de acção sobre as dimensões ecológicas, sociais e económicas. O segundo princípio, o princípio da integração política, é assente no princípio de subsidiária, privilegiando o conceito de responsabilidade partilhada. A integração tem como objectivo atingir ambiental e economicamente todos os níveis da União Europeia, para dissipar qualquer tipo de estratégias contraditórias em diferentes níveis. Processos contínuos de transformação e desenvolvimento são princípios da reflexão ecossistemática. A regulamentação do tráfego e transportes, o consumo de energia e de recursos naturais, é preocupação que se reflecte no desenvolvimento urbano a nível regional ou local, baseados nos princípios da reflexão ecossistemática. O princípio da cooperação e parceria é um processo de responsabilidade partilhada, na cooperação e parceria de diferentes níveis, organizações e interesses. Em 1976, na conferência Habitat, ocorreu a primeira cimeira da ONU sobre o desenvolvimento das cidades. Uma das principais preocupações demonstradas na altura era o desenvolvimento massivo das grandes urbanizações, criou-se mecanismos de forma a tentar abrandar esse desenvolvimento. Foram iniciadas políticas controladoras dessas propensões, iniciou-se uma tentativa de melhorar a condição de vida nas zonas rurais. Adoptou-se meios de apoio à educação rural e novos programas de saúde. Melhorou-se as condições de abastecimento de água e saneamento. Procedeu-se a electrificação das aldeias e efectuou-se investimentos nas economias rurais. Essas. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 15.

(30) A PROBLEMÁTICA DA DISPERSÃO NA PERSPECTIVA DA SUSTENTABILIDADE políticas contribuíram apenas para migração rural - urbana, através da importação de conceitos e culturas urbanas para as zonas rurais. Existem esforços para tornar as cidades modernas em centros de civilização criativos, de convivialidade, e com estilos de vidas enraizados nos núcleos urbanos. Temas como, criminalidade, descontentamento social e partilha de espaços públicos, fazem parte deste novo paradigma social. É necessário criar segurança nos espaços públicos, criar igualdades de oportunidades, incentivar a liberdade de expressão, promover novas oportunidades para integrar os jovens nas sociedades, criar condições de acessibilidade e de mobilidade para deficientes e idosos. É necessário melhorar o ambiente interno das cidades modernas. Uma cidade sustentável é, uma cidade justa, na qual são distribuídas equitativamente a alimentação, a habitação, a educação e a esperança. Uma cidade bela, em que se evidencie a arte e arquitectura. É uma cidade criativa, que tire partido da capacidade imaginativa dos seus recursos humanos. A cidade sustentável deve ser ecológica, que diminua a sua pegada ecológica, e arranje um equilíbrio entre a forma construída e a paisagem natural. Deve ser de fácil contacto e mobilidade, que permita troca de informações tanto pessoalmente como tecnologicamente. Por fim deverá ser, uma cidade diversa, que proporcione várias actividades (Richard Rochers, 1998).. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 16.

(31) A DISPERSÃO URBANA E OS CUSTOS DAS INFRA-ESTRUTURAS. Capítulo 3.. A. DISPERSÃO. URBANA. E. OS. CUSTOS DAS INFRA-ESTRUTURAS. As infra-estruturas são sistemas técnicos de equipamentos e serviços necessários ao desenvolvimento das funções urbanas. As funções que estas desempenham têm implicações sociais, económicas e institucionais. Sob o ponto de vista social a infraestrutura urbana promove as condições básicas de habitação, trabalho, saúde, educação, lazer e segurança. Numa óptica económica deve promover o desenvolvimento de actividades produtivas.. 3.1.. Classificação das infra-estruturas. Segundo Zmitrowicz (1997) o sistema de infra-estrutura urbana pode ser classificado em várias maneiras, subsistemas técnicos sectoriais e posição dos elementos que compõe os subsistemas. 3.1.1.. Subsistema Viário. O subsistema viário deve moldar-se as características topográficas do terreno, deve dar condições para que se efectue deslocamentos rápidos, fáceis, com preferência a traçados directos. Proporcionar condições técnicas e económicas para a implantação dos equipamentos necessários aos outros subsistemas de infra-estrutura urbana (Puppi 1988). De todos os subsistemas, este é o mais susceptível a grandes impactos económicos e ambientais, por norma afecta mais de 50% do custo total da urbanização e ocupa entre 20 e 25 % da parcela do solo (Mascaró, 1987).. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 17.

(32) A DISPERSÃO URBANA E OS CUSTOS DAS INFRA-ESTRUTURAS As vias podem ser classificadas: •. Vias locais, apresentam utilização mista, predominantemente usada por moradores locais.. •. Vias Colectoras, ligam as vias locais às vias arteriais.. •. Vias Arteriais, interligam grandes distâncias de forma a permitir maiores velocidades e maiores volumes de trânsito.. •. Vias Expressas, são vias de alta velocidade e de um só sentido, não possuem cruzamentos e tendem a ter mais de que duas faixas de rodagem. 3.1.2.. Subsistema de drenagem pluvial. Este sistema tem a função escoar as águas provenientes das chuvas que caem na sua respectiva área de influência. Desta forma assegura a segurança rodoviária bem como a protecção dos edifícios das águas descontroladas. O traçado da rede pluvial é reflexo do subsistema viário e topográfico. Este traçado de rede deve ter em conta: •. Ciclo Hidrológico, em zonas com probabilidade de maior ocorrência de chuvas, requer mais consumo de canalizações.. •. Topografia, para maiores inclinações, com mais velocidade terá de se efectuar o escoamento.. •. Área de influência da Bacia, para uma maior área, uma maior quantidade de água a escoar.. •. Impermeabilização, para uma menor quantidade de água absorvida, maior será o caudal. 3.1.3.. Subsistema de abastecimento de água. A qualidade e quantidade da água, são, pois, as duas condições primordiais a serem observadas (Puppi, 1981). OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 18.

(33) A DISPERSÃO URBANA E OS CUSTOS DAS INFRA-ESTRUTURAS A água destinada a consumo e alimentação requer uma grande exigência de qualidade. O subsistema de abastecimento é composto na sua grande maioria pela captação, adução, tratamento, e distribuição. 3.1.4.. Subsistema de esgoto sanitário. Á agua usada por uma população, após os diversos usos sai deteriorada, torna-se repulsivo aos sentidos, imprestável a outros usos e nociva, trazendo consequências de poluição e de contaminação. O seu encaminhamento para zonas inapropriadas compromete a salubridade ambiental. Este subsistema pode-se considerar um prolongamento do subsistema de abastecimento de água. Porém existem grandes diferenças no objectivo destes dois subsistemas. O subsistema de esgoto sanitário é composto por redes de esgotos sanitários, ligações prediais, caixas de visita, estações elevatórias e de tratamento. 3.1.5.. Subsistema energético. A constituição deste subsistema faz-se por dois grupos de energia, a eléctrica, e a de gás. Estas são energias limpas, económicas e são de fácil manipulação, por estas razões são os dois tipos de energia mais utilizados em todo o mundo. Para o fornecimento de energia eléctrica é necessário um conjunto de elementos interligados com a função de captar energia primária, converte-la em eléctrica, transportá-la até aos centros consumidores, e distribuí-la neles, onde é consumida por utilizadores residenciais, industriais, serviços públicos, entre outros (Mascaró, 1987). A energia eléctrica é gerada através de sistemas convencionais (hidroeléctricas, a vapor, motores diesel, termonucleares), sistemas não convencionais (solares, eólicas, geotérmicas) e sistemas em desenvolvimento (pilhas de combustível, termiónicas).. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 19.

(34) A DISPERSÃO URBANA E OS CUSTOS DAS INFRA-ESTRUTURAS A distribuição da energia a gás, fez-se numa primeira fase com o intuito de iluminação, passando a ser usado para a produção do calor. O fornecimento de energia é semelhante a energia eléctrica, na morfologia, sendo composto essencialmente por uma usina de produção ou jazidas de gás natural. 3.1.6.. Subsistema de comunicações. É o subsistema em voga actualmente, o que mais se tem desenvolvido com recurso de novas tecnologias e um forte investimento das empresas neste sector. É baseado na ideia de gerar uma aldeia global, tal é a facilidade com que se consegue comunicar entre dois pontos distantes no planeta. Neste subsistema inclui-se, a rede de televisão e a rede de telefone.. 3.2.. Classificação segundo a localização dos. subsistemas. Uma das maneiras de se evitar problemas é localizar as redes a diferentes níveis, e em diferentes faixas, segundo as suas características. Os níveis usados para localizar as redes, e dão origem à classificação por localização das mesmas são (Mascaró, 1987): •. Nível Aéreo, neste nível considera-se as redes de distribuição de energia eléctrica, redes de linhas telefónicas, e TV por cabo. Neste momento existe a tendência de alguns destes serviços serem fornecidos de forma subterrânea.. •. Nível da superfície do terreno, neste nível encontram-se os pavimentos e calçadas.. •. Nível subterrâneo, localizam-se neste nível as redes de drenagem pluvial, residual, gás canalizado e energia eléctrica.. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 20.

(35) A DISPERSÃO URBANA E OS CUSTOS DAS INFRA-ESTRUTURAS. 3.3.. Custos das Infra-estruturas. O custo das infra-estruturas urbanas depende em parte dos urbanistas, pela forma de distribuição física que as infra-estruturas podem assumir. Esta escolha tem impacto nos custos finais das concepções das infra-estruturas. Para Mascaró (1987) cada subsistema tem uma participação percentual de rede, ligações e equipamentos complementares, como se pode ver na tabela 1. No custo total das infra-estruturas, nota-se grande influência da pavimentação e drenagem das águas pluviais e residuais. Como se pode ver na tabela 2 estes dois subsistemas representam mais de 50% dos custos. De forma a termos uma melhor percepção da influência que cada subsistema representa no custo total das infra-estruturas construiu-se o gráfico 1.. 100. Ligações domiciliárias -. Equipamentos complementares -. 100. -. -. 100. 15,5. 25,5. 59. 100. 39. 3. 58. 100. 19. 12. 69. 100. 20,5. 15. 64,5. 100. 26,5. -. 73,5. 100. Subsistema. Rede. Pavimento Drenagens pluviais Abastecimento de água Esgoto sanitário Abastecimento de gás canalizado Abastecimento de energia eléctrica Iluminação pública. Total 100. Tabela 1-Influência em percentagem dos componentes dos subsistemas. Fonte: Mascaró, 1987.. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 21.

(36) A DISPERSÃO URBANA E OS CUSTOS DAS INFRA-ESTRUTURAS INFRA. Rede Pavimento Drenagens pluviais Abastecimento de água Esgoto sanitário Abastecimento de gás canalizado Abastecimento de energia eléctrica Iluminação pública. Participação de cada rede em % Baixa Densidade Alta Densidade 41,38 44,35 14,38 15,65 3,93 3,50 17,10 19,73 9,09. 8,79. 13,16. 6,81. 0,96. 1,17. %. Tabela 2-Influência Influência dos diversos subsistemas subs nos custos finais das Infra-estruturas. Fonte: Mascaró, 1987.. 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0. Baixa densidade Alta densidade. Subsistemas. Gráfico 1-Os diversos subsistemas nos custos finais das IE Fonte: Mascaró, 1987.. 3.4.. Custos relacionados relacionado com as densidades. A densidade urbana para alguns urbanistas tem relação directa na n qualidade de vida de uma urbanização. Segundo Kevin Linch o número de famílias existentes e por hectare proporciona diferentes problemas, como se pode ver na tabela 3. Famílias por Hectare 30 100 200 450. Problema Ruído e perda de privacidade Perda de privacidade nos espaços públicos Problemas de Estacionamento Espaços públicos completamente congestionados. Tabela 3-Relação ão entre famílias por hectare e o surgimento dos problemas. Fonte: Mascaró, 1987.. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: URBANA INFRA-ESTRUTURAS ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 22.

(37) A DISPERSÃO URBANA E OS CUSTOS DAS INFRA-ESTRUTURAS. Para Mancini (2008), uma das principais vantagens das altas densidades habitacionais reside na eficiência e construção das infra-estruturas. O mesmo autor refere ainda os grandes custos per capita das infra-estruturas aquando da sua construção em zonas de baixa densidade. Tendo como base os custos, económicos, operacionais, de impacte ambiental e efeitos visuais, os aglomerados urbanos de alta densidade revelam-se mais económicos quando comparados com as comunidades de média e baixa densidade, segundo o relatório The cost of Sprawl (1974). Urdaneta (1974) foi um dos pioneiros no estudo do custo das infra-estruturas e a sua relação com a densidade. O autor considerou para o seu estudo os esgotos, a electricidade e as redes viárias como sendo as infra-estruturas. Urdaneta chegou a conclusão que 1000 seria o número ideal de habitantes por hectare. Como se pode ver no gráfico 2 a relação entre o custo e a densidade, apresenta um comportamento parabólico. O gráfico 2 foi construído com base na tabela 4 divulgada por Ferrari (1977).. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 23.

(38) A DISPERSÃO URBANA E OS CUSTOS DAS INFRA-ESTRUTURAS. Densidade (Hab/ha) 200 300 700 1000 1300 1700 1900. Dólares/ habitante 150 92 22 12 24 69 114. Tabela 4-Relação do custo da infra-estrutura e densidade. Fonte: Ferrari, 1977. 160. Dólares / Habitante. 140 120 100 80 60 40 20 0 0. 200. 400. 600. 800. 1000. 1200. 1400. 1600. 1800. 2000. Densidade (Hab./ha). Gráfico 2-Relação do custo por habitante da infra-estrutura e a densidade. Fonte: Urdaneta, 1974. O estudo efectuado por Le Corbusier intitulado de Unidade Habitacional de Nantes, tenta desmistificar a ideia que as densidades por si só são um problema, o que existe são habitações inapropriadas para as densidades em questão. Com a criação de desenhos técnicos adequados pode-se aumentar significativamente a qualidade de vida, mas, também pode inflacionar os custos das urbanizações. O gráfico 3 representa o custo das infra-estruturas por hectare. Verifica-se um aumento de 800% dos custos quando a densidade passa de 75 para 600 pessoas por hectare. Como consequência do aumento da densidade, o custo da urbanização por família diminui significativamente, como se pode verificar no gráfico 4. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 24.

(39) A DISPERSÃO URBANA E OS CUSTOS DAS INFRA-ESTRUTURAS. Gráfico 3-Custo das infra-estruturas por hectare. Fonte: Mascaró, 1987.. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 25.

(40) A DISPERSÃO URBANA E OS CUSTOS DAS INFRA-ESTRUTURAS. Gráfico 4-Custo das infra-estruturas por habitação Fonte: Mascaró, 1987.. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 26.

(41) OBJECTO DE ESTUDO. Capítulo 4.. 4.1.. OBJECTO DE ESTUDO. O concelho de vila real. Vila real é sede de concelho e capital de distrito, pertenceu à antiga província de Trás-os-Montes e Alto Douro. A delimitação do território faz-se pelos distritos de Bragança, de Viseu, do Porto, e pelo território Espanhol. O distrito de Vila real tem aproximadamente 4 328 Km2 residido por 218 935 habitantes (INE, 2007). O concelho de Vila Real tem uma população aproximada de 50 500 habitantes distribuídos pelos seus 379 Km2 de área e composta por 30 freguesias. (INE, 2007). A população de vila real apresentada no gráfico 5 teve um aumento em cerca de 5.000 habitantes desde os anos noventa.. Gráfico 5-Variação da população de Vila Real. Fonte: INE. A densidade populacional do concelho distribui-se de acordo com o gráfico 6, esta densidade é apresentada em habitantes por km2, sendo visível a diminuição da densidade populacional à medida que se afasta da cidade sede do concelho. O OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 27.

(42) OBJECTO DE ESTUDO concelho é representado na sua maioria por densidades populacionais abaixo dos 250 habitantes por km2.. Gráfico 6-Densidade populacional em 2001. Fonte: INE.. No gráfico 7 é representado o número de edifícios existentes em Vila Real, os edifícios o longo dos anos tem vindo a aumentar, estando actualmente perto dos 20.000 edifícios (INE). Os edifícios em Vila Real caracterizam-se essencialmente por terem apenas um alojamento. No gráfico 8 é representado o número de alojamentos por fogo, podendo-se concluir que mais de metade dos edifícios são edifícios unifamiliares. Os edifícios multifamiliares mais comuns são os que contêm dois alojamentos e os edifícios entre, cinco e nove alojamentos.. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 28.

(43) OBJECTO DE ESTUDO. Gráfico 7-Número de edifícios em Vila Real Fonte: INE.. Gráfico 8-Número de alojamentos por edifício em Vila Real. Fonte: INE.. 4.2.. Áreas de Estudo. Foram analisadas 24 células distribuídas pelo concelho de Vila Real identificadas pela figura 2. Nas figuras 3 e 4 são identificadas individualmente cada célula.. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 29.

(44) OBJECTO DE ESTUDO. Figura 2-Localização das 24 células.. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 30.

(45) OBJECTO DE ESTUDO. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 11. 12. 10 Figura 3-Células estudadas 1/2. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 31.

(46) OBJECTO DE ESTUDO. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 23. 24. 22 Figura 4-Células estudadas 2/2. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 32.

(47) METODOLOGIA. Capítulo 5.. METODOLOGIA. Neste capítulo é apresentada a metodologia usada para a realização do estudo, é ainda apresentada algumas considerações que foram tomadas ao longo do trabalho.. 5.1.. Identificação e delimitação das unidades. de estudo. Para a realização deste trabalho foi necessário proceder a escolha de uma célula tipo, para que todos os objectos de estudo pudessem ser comparados em igual escala, para isso adoptou-se uma célula de quatro hectares distribuídas pelo concelho de Vila Real. Fez-se uma distribuição por vinte e quatro zonas que seriam alvo de estudo, tendo em conta as diferentes densidades edificatórias, habitacionais e a dispersão habitacional.. 5.2.. Levantamento dos dados. Os levantamentos dos dados recolhidos, foram obtidos através dos softwares, ArcGIS e AutoCAD. Com auxílio do ArcGIS recolheu-se dados estatísticos, enquanto para a quantificação das IE usou-se o AutoCAD.. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 33.

(48) METODOLOGIA. Figura 5-Organograma do levantamento dos dados.. Como se pode ver na figura 5, recolheu-se os dados estatísticos recorrendo ao software ArcGIS. Com recurso ao software AutoCAD procedeu-se a quantificação das IE, da seguinte forma: •. Para as IE viárias criaram-se polígonos fechados para quantificar a área de ocupação dos arruamentos.. •. As IE de recolha de água pluvial foram contabilizadas a partir da simulação da tubagem no eixo das vias de comunicação.. •. As IE de recolha de água residual foram contabilizadas da mesma forma que as IE de recolha de águas pluviais, acrescentando-lhe os ramais de ligação domiciliárias.. •. As IE de abastecimento de água assumiram a mesma quantificação da recolha de águas pluviais.. Na figura 6 pode-se ver o exemplo genérico de como as quadrículas foram tratadas em AutoCAD, a preto encontram-se representadas as vias de comunicação e a vermelho os traçados das tubagens e os ramais de ligação.. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 34.

(49) METODOLOGIA. Figura 6-Quantificação das infra-estruturas no AutoCad.. Após a quantificação e a recolha estatística foram criadas duas tabelas para facilitar a consulta dos dados recolhidos. A tabela 1 é referente aos dados obtidos através da recolha estatística e a tabela 2 pela quantificação das IE. Célula *. Nº. De edifícios *. 2. Área de implantação (m ) *. 2. Abc (m ) *. População *. Tabela 5-Recolha estatística (*- espaços a preencher). Arruamentos Célula. *. Área (m2). Extensão (ml). *. *. Abastecimento de água Extensão da Conduta (ml) *. Extensão do Ramal (ml) *. Drenagem de águas residuais Extensão da Conduta (ml) *. Extensão do Ramal (ml) *. Drenagem de águas Pluviais Extensão da Conduta (ml) *. Tabela 6-Quantificação das IE (*- espaços a preencher).. 5.3.. Tratamento dos dados. De forma a moldar os dados retirados para o estudo em vigor, adoptou-se um volume médio para cada apartamento de 450 m3, considerando ainda que 3,5 habitantes por foco seriam o número de habitantes que melhor traduzia a realidade na região estudada.. OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 35.

(50) METODOLOGIA O número de pisos médios por edifício foi encontrando através da divisão da área bruta de construção pela área de implantação como se pode ver em [1]. º.   é =. Á     çã. Á   çã. []. Através do número de pisos quantificou-se a cércea, considerando três metros de pé direito, como se vê em [2]. é =  × º. ! "#$%$ &é #%$ [']. O volume do edificado calculou-se multiplicando a área de implantação pela cércea [3]. (     )í = Á+!, ! #&"-,./,çã% × 0é+0!, []. Calculou-se o número de fogos, dividindo o volume do edificado total por 450 m3 [4]. º.  1%2%$ =. ∑ 4%-5&! [6] 678. O número de população residente por quadrícula, obteve-se estimando uma média de 3,5 habitantes por fogo, desta forma resulta [5]. 9 = , 7 × º. ! 1%2%$ [7]. A densidade populacional por hectare calculou-se dividindo a população existente pela área da quadrícula como se determina em [6]. ;     =. <,=#/,./!$ [>] 6. Desta forma criou-se a tabela 7 para permitir uma análise mais objectiva do estudo. Célula. Densidade populacional (hab/ha). Habitantes. Área de 2 implantação (m ). Área bruta de 2 construção (m ). Nº de fogos. *. *. *. *. *. *. Tabela 7-Recolha estatística tratada (*- espaços a preencher). OS CUSTOS DA DISPERSÃO URBANA: INFRA-ESTRUTURAS PÚBLICAS E DENSIDADES CONSTRUCTIVAS 36.

Referências

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