DELMER
JONAS
POLE/[ENI
PERFEITO
CM
402
COMPLICAÇÕES
DAS
OTITES
MÉDIAS
AGUDAS
E
CRÓNICAS.
Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, para a conclusão no Curso de Graduação
em
Medicina.FLQRIANÓPOLIS
DELMER
JONAS POLIMENI
PÉRFEITO
co1y11>L1cAÇÕEs
DAS
oT1TEs
MÉDIAS
AGUDAS
E
cRoN1cAs.
Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, para a conclusão no Curso de Graduação
em
Medicina.Coordenador
do
Curso:
Dr
Edson
José
Cardoso
Orientador:
Dr
Syriaco Atherino Kotzias
FLQRIANÓPOLIS
AGRADECIMENTOS
Gostaria de registrar a ininha gratidão a todos que contribuiram para a
realização
do
presente trabalho.Ao
dr Syriaco Atherino Kotzias, pela orientação, dedicação e fundamentalcolaboração,
não somente
com
o ricoconhecimento
do
assunto,mas também
pelo interesse .
A
todos os colegas que participaram, dealguma
forma, nas etapas derealização deste trabalho.
À
minha
família pelo amparo, carinho e tolerância fundamentais para aculminação de todos os esforços.
À
Fabíola, por toda dedicação, paciência, incentivo e amor.ÍNDICE
1NTRODUÇÃO
--- --OEIETIVO
--- --MÉTODO
--- --RESULTADOS
--- --~DISCUSSAO
--- --~CONCLUSAO
--- --REFERÊNCIAS
--- --RESUMO
--- --SUMMARY
-----1.
INTRODUÇÃO
A
otitemédia sempre
foiuma
doença
potencialmente séria por causa desuas complicações que
colocavam
em
risco a vida e a saúdedo
indivíduo. Isto foi reconhecido desde a antigüidadequando
Hipócratesem
460
a.C. percebeu que “doraguda do
ouvidocom
contínua febre alta precedia o aparecimento de delírios e morteem
alguns pacientes ”; o inédicoromano
Celsiusmencionou
em
25 d.C. que “ inflamação e dor de ouvido levava
algumas
vezes a insanidade emorte
”; o árabe Avicerma,que
viveu entre980
e l037 d.C., relatou supuraçãodo
ouvido edo
cérebro, acreditando que a descarga de secreção purulentano
ouvido era
da doença
cerebral;mas
foiMorgagni, que
viveu entre1682
e 1771,quem
primeiro reconheceuque
a infecçãodo
ouvido era primária e o abscessocerebral era secundário 1 .
Clinicamente a otite
média
mudou
muitopouco
nos últimos 25 anos,sendo incluídos dentre os sinais e sintomas de
uma
otitemédia aguda
purulenta a otalgia, febre, hipoacusia,aumento da
vascularizaçãona
membrana
timpânica,hiperemia, abaulamento e opacificação
da
membrana
timpânica,com
eventualperfuração,
no
entanto a otitemédia
crônicamostrou
cursarcom
menos
dor,sem
febre e frequente otorréia, e perfuração'da
membrana
timpânica 2, sendo quealguns casos de otites
médias
crônicascursavam
com
ausência de perfuraçãoou
otorréia, e
eram denominadas
otitesmédias
crônicas silenciosa 3 .A
otitemédia
disseininaria-se por viahematogênica ou
por contiguidade aoutros locais, levando assim a complicações extracranianas
como
a paralisiafacial, o abscesso subperiostal e mais
comumente
a labirintite, e a complicaçõesintracranianas
como
a meningite, os abscessos cerebrais extra-durais e- ~ 4
2
A
incidência de infecções intracranianas decorrentes das otitesmédias
variavam
de0,5%
a4%
com
uma
alta mortalidade, variando entre10%
e25%
6 .O
diagnóstico precoce das complicaçõesda
otitemédia
está menor, poishá
pequena
experiência e baixa familiaridadecom
a sintomatologia das complicações pelos médicos, piorando a situaçãocom
o
mascaramento da
sintomatologia pelo uso indiscriminado e inadequado dos antibióticos,
com
issoocorreu
um
recenteaumento
das complicações das otites mé‹lias 1 _ «Pesquisas
também
mostraram
uma
relação entreum
remanescentemesenquimal na
cavidadedo
ouvidomédio
com
o
desenvolvimento de otitemédia
e possíveis complicações ein crianças 7.As
duasmais
importantes complicações das otites médias, a meningitebacteriana e o abscesso cerebral extra-dural, seguidos
da
labirintite bacteriana2.()BJETIVO
Tendo
ein vista a gravidade das complicações das otitesmédias
agudas ecrônicas, potencialmente fatais, os autores
pretendem
alertar sobre essas3.MÉToDo
Os
autores revisaram e relataram cinco casos clínicos de pacientescom
complicações intracranianas e extracranianas das otites
médias
agudas e crônicas, os quaisforam
avaliados porum
dos autoresno
período de 26/09/90 a5
Caso
1:(G.M.P.)
Pacient.e
do
sexo masculino, 36 anos,que
apresentou otitemédia
aguda
(O.M.A.)
bilateralcom
perfuraçãoda
membrana
timpânica esquerda, sendoincialmente
medicado
com
cefaclor 1,5 g/dia edexametasona
0,51ngem
esquema
regressivo.
Cinco
dias após, apresentou tonturas, náuseas e vômitos, voltando aohospital foi avaliado por outro especialista que diagnosticou intolerância à
medicação
e instituiu frademicina600mg
intramuscular (IM
) apenasuma
vezao dia.
Procurou
novamente
a emergência, pois evoluiucom
um
quadro de febre, cefaléia, vômitos, rigidez denuca
e apresentava-se confusono
tempo, foi entãorealizada
punção lombar
e diagnosticado meningite bacteriana.Tomografia
computadorizada (T.C.) de crâniomostrou
otomastoidite bilateralsubaguda
e sinais sugestivos de leptomeningite e labirintite. Iniciou-seassociação de penicilina cristalina e cloranfenicol,
não
sendo necessáriointervenção cirúrgica. Durante sua intemação evoluiu corn hipoacusia e
zumbido
discreto à esquerda, após 14 dias de intemação recebeu altacom
completa cura
do
quadro infeccioso,mas
com
uma
anacusiaem
ouvido esquerdoAudiômetro:
AMPLAID
207 E 8äE° à.Q ÉS 60 70 80 90 100 HO 120 dB UAUDIOMETRIA
TONAL
ORELHA
DIREITA
ORELHA ESQUERDA
250 500 IQQO 1090 30Q0_A000
~_I.®M1`
_íí*°ÍF_T'_'”D#_“"
,D _-T
L-”_
SRT: 10dB
SDT: '5 ‹: E 1.:o '#0 IO 50 60 70 B0 90 l 00 I I0 120 :IR __Zf4J 500 [900 ZDLJQOO 40!!!~W
l$íQ0_!¿U1 SRT: SDT:Índice de Reconhecimento de Fala
llntensid Monossil| Dissil
L
Pal. Faladas`'À
25 25EM 015
oD__
Í4oâB100dB
_0%
100%
7
Caso
2:(V.C.)
Paciente
do
sexo masculino de 38 anoscom
O.M.A.
à direita, tratadoinicialmente
com
cefaclor l,5g/dia e betametasona ein doses regressivas, apos 3dias evoluiu
com
desequilíbrio ao deambular, náuseas, vômitos ezumbido
intenso bilateral.Ao
exame
persistiacom
opacificação damembrana
timpânica direita,Rinne
negativo eWeber
lateralizado para o lado esquerdo, alem de redução dadiscriminação. Foi então diagnosticado labirintite bacteriana decorrente da otite
média aguda
direita.lntroduziu-se ceftriaxone 1 g
IM
por dia, 5 dias,complementada
porcefuroxima
500mg
dia via oral por mais 5 dias, edexametasona
O,75mg
ein doseregressiva, por IO dias.
Houve
resolução completado
quadro,sem
necessidade de intervençãocirúrgica.
Corno
seqüela, observou-se queda auditiva nas frequências agudasdo
ouvido direito ( Figuras 2, 3 e 4 ).
AUDIOMETRIA
TONAL
ORELHA
DIREITA
ORELHA ESQUERDA
.amv ._m.‹1o.f 2o,‹›‹1_3o.0o; A _ , _1.ú.9o‹›i~z ,_ _ __, 5o,_,._io,oo_. _2‹›¡‹zo__3ÍQn,zioí›i1fúntzo~z‹iiuo,|:‹{o<z.ié‹¡ntri1
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Figura 2: Audiomcu-ia anterior. rczili/.nda cm outro serviço. dentro dos limites du normzllidudc. cxcclo por queda Cm
Audiômetro:
AMPLAID
207 E5 35° I.:o É '6 ã 5' 80 90 IOO IIO I20 dBF
AUDIOMETRIA
TONAL
ORELHA
DIREITA
ORELI-IAESQUERDA
" i `
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4"
¬:I%}~~¬-
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;§¡-w~__'
Figura 3: Hipoacusia neurosensorial bilateral. sendo moderada a esquerda eiivolveiido 4. 6 e 8 Khz c se\ era a
direita. RT: 65
dB
;4_-_.
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_‹ E .|_. 'eo° wQ 5 50 u0 70 R0 -›o l00 I IO 120 ill!VPU, l0)Q0 JOOII 30Q0_¿lD00 üM>_&Q00 l2Q9.0_l§09_0_Uz J50 509 19!!! 2000 3009_'lQ00 6.000 &QW_l2Q00lüfl1¬§z
i _ 'i _ ¬,,, _____,_,*o_;_>“<l_E__ D
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§_ Êt
SRT: 10dB
S SDT: SDT:Índice de Reconhecimento de Fala
| Intensid Pal. Faladasi
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OD
l95‹tB Monossil Í Dissil 25 I 25 44%
oE
140 dB
96%
l AudiômetroíAMPLAID
207 -io 0 10 20 30 .W ¡ 50 oO 70 ` . , l i ...,_L}%MlMñâ
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ORELHA
DIREITA
ORELHA ESQUERDA
250 .WD _1
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SDT:Índice de Reconhecimento de F ala'
ilntensid Monossil I Dissil i
1 Pal.Faladas|”“_*“ I
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l _ 25 l 25 Í 45dB
96%
lLEMQL
L.mIàJo2éfV_‹›ooL_
_ Figura 4: Hipoacusia neurosensorial bilateral. moderada. en\'ol\'cndo 3. -L (› e 8 lili/_Caso
3:(M.L.T.)
Paciente
do
sexo masculino, I8 anos, foi visto inicialmente pelaneurocirurgia
com
um
abscesso extra-dural à direita tendo evoluído rapidamentepara estado torporoso.
O
estudotomográfico
revelava mastoidite direita, o quemotivou
oacionamento
de otorrinolaringologistaque
realizou mastoidectoinia radical direita concomitantecom
drenagem do
abscesso,conflrmando
a origemdo
mesmo.
O
paciente apresentouboa
evoluçãodo
quadro eum
mês
após a cirurgiaIU
Caso
4:(J.J.S.)Adolescente
do
sexo masculino, 15 anos,com
o diagnóstico de otitemedia
crônica colesteatoinatosado
ouvido esquerdo.Na
ocasião foiaconselhado por
um
dos autores a submeter-se a mastoidectomia radicalmodificada
do
ouvidoem
questão.Não
realizou a referida cirurgia voltandoapós 1 ano para reavaliação
com
queixas de cefaléia intensa, febre e vômitos,associado de agudização da otite
do
ouvido esquerdo.Abscesso
cerebral extra-dural foiconfirmado
porTC.
de crânio, tendosido submetido a
uma
drenagem
cirúrgica de urgência e auma
mastoidectomiaradical esquerda _
Após
17 dias de internação recebeu altacom
resolução completado
quadro, apresentando apenas
uma
hipoacusia mistacom
predomíniodo
componente
condutivodo
ouvido esquerdocomo
sequela,comprovada
com
audiometria. (Figuras 5 e 6 )12
Figura (›i Tomograíia compuladori'/.ada dc crânio cm corlc axial: ouvido médio c masloidc preenchidos por material
l3
Caso
5:( P.J.S.)uz uà Ê?
Paciente
do
sexo masculino ios, foi internado para o serviço deneurocirurgia
com
quadro de dor intensaem
região temporal esquerda, febrealta, desorientação temporo-espacial, otorreia fétida à esquerda e dificuldade
para deambular.
Ao
exame
apresentavamembrana
timpânica perfurada e opacificadabilateralmente,
edema
de região temporal esquerda, afasia de expressão e paralisia facial à esquerda.Realizou T.C. crânio que mostrou otomastoidite esquerda
com empiema
em
região parietal esquerda eempiema
subdural. Foi realizadadrenagem
cirúrgica
do
abscesso, aliviando a sintomatologia. Durante os primeiros 30 diasde internação sob os cuidados
da
neurocirurgia utilizou diversos antibióticos,como:
cefalotina, ciprofloxacina.No
55” dia de internação foi solicitada avaliação da otorrinolaringologia,que prontamente
marcou
uma
mastoidectoinia radical esquerda devido presençade colesteatoma, que foi realizada
no
63° dia de intemação, apósmelhora do
quadro infeccioso.
No
75“ dia de internação recebeu altacom uma
perda auditiva mistasevera
em
ouvido esquerdo euma
perda auditiva neurosensorial leve ein ouvidodireito, que já apresentava
mesmo
antes da cirurgia eque
manteve-se,sem
alteração após a mastoidectoinia radical.
No
presente caso, os abscessos cerebrais decorreram da presença de otitemédia
crônica colesteatomatosa esquerda.Coin
o tratamento cirúrgico oI-1
Figura 7: To1nogrz1l`i¿1 compulzldori/Vâlclzl dc crfmio com conlruslc cndovcnoso. corlc zlxizllí dcgcncrzlção do ccrcbclo ix direita. .<u¿¿cnncl0 pmccsso inflzlmzuorio.
15
s s
3
Figura 8: Tomografia computadorizada de crânio. corte coronal: mastoide e ouvido médio preenchidos por material
4.
RESULTADOS
Os
resultados obtidosmostraram
como
complicações das otitesmédias
um
caso de labirintite bacteriana,um
caso de meningite bacteriana associada a labirintite bacteriana e três casos de abscesso cerebral extra-dural.Em
relação aos tipos de otitemédia foram
dois casos deO.M.A.,
uma
em
ouvido direito e
uma
em
ouvido esquerdo, e três casos de otitemédia
crônica colesteatomatosa,uma
em
ouvido direito e duasem
ouvido esquerdo.Em
três casos encontrou-se relatado o uso de antibiótico antesdo
aparecimento das complicações e
em
dois as complicaçõesforam
tratadasapenas clinicamente.
A
intervenção cirúrgica,drenagem
cirúrgica emastoidectomia radical, foi utilizada
em
três casos.Todos
os pacienteseram do
sexo masculino.
Em
todos os casosforam
encontradas seqüelas auditivas,um
caso deanacusia,
um
caso de hipoacusia mista severacom
hipoacusia neurosensorialleve,
um
caso de hipoacusia mista,um
caso dequeda da
audição nosagudos
e5.
DISCUSSÃO
A
descoberta dos antibióticosmudou
radicalmenteo
cursoda
otitemédia
e reduziu suas complicações nos últimos
40
anos 5° 9.Mesmo
com
este fato aO.M.A.
com
suas complicações cursavacom
uma
mortalidade relativamente alta1°, sendo
que
a grande maioria das complicações fataiseram
resultantesda
otite~
média
crônica colesteatomatosa, cuja diminuiçaoda
incidênciadeveu
se maispelo diagnóstico precoce e
melhor
tratamento cirúrgicodo que
pelo uso deantibióticos” .
Ao
comparar
com
nossos resultadosobservamos
acomprovação
do
sucesso cirúrgico nos 3 casosem
que
as complicaçõesforam
consequentes deuma
otitemédia
crônica colesteatomatosa.A
identificaçãodo
colesteatomasempre
foi considerada pela maioria dosotologistas
como
indicação de intervenção cirúrgica, pois essasmassas
colesteatomatosas
podiam
ser infectadas eacompanhadas
de erosãodo
ossotemporal e mastóide, levando a complicações intracranianas
“U2
.Segundo
a bibliografia pesquisada, as duas complicações intracranianasmais
frequentes das otitesmédias,
agudasou
crônicas,eram
a meningite e o abscesso extra-dural, seguidas de perto pela labinritite, a qual estavafrequentemente associada a
uma
fístula labirintica, considerada complicaçãocomum
l,4,9,11,l2,l3,l4,15.
Em
países desenvolvidos o abscesso cerebral apresentouuma
imensa
redução de sua incidência ein casos de otite
média
crônica nas últimas décadaspelo uso de antibióticos.
A
meningite passou deuma
complicação fatalem
aproximadamente
100%
dos casos, parauma
entidade cúravelna
maioria das vezes, desdeque
diagnosticada e tratadaprecocemente
L4”8”9”14”15 .18
A
incidênciado
abscesso cerebralem
nossomeio não demonstrou
tendência de
queda
nos últimos dez anos 4 _Nossos
resultadosforam
compatíveis
com
a frequência dessas complicações, sendoque
mesmo com
o
uso prévio de antibióticos três casos evoluirarn
com
complicações.Ouvidos
com
doença
supurativa crônica exibiram uma. alta incidência de perda auditiva neurossensorial 3°8'9 .A
meningite, o abscesso extra-dural e alabirintite corno complicações das otites médias,
na
grande maioria das vezes,deixavam
uma
perda auditiva eda
função vestibularcomo
sequela,que
poderiam
surgir súbitaou
gradativamente 1”8”n°12 .Nos
cinco casos relatados,todos os pacientes apresentaram exclusivamente sequelas auditivas,
sem
o relatode qualquer deficiência
no
sistema vestibular.Sequelas de
maior
gravidadenão foram
observadas nos pacientessubmetidos a intervenção cirúrgica, e
mesmo
o déficit auditivo exitente pré-operatoriamente
não
se modificou significativamenteno
pós-operatório.De
acordocom
a bibliografia estudada,nos
casos de meningite a otitemédia
estaria presenteem
cerca de30%
dos casosImã
.Quase
todos ospacientes
com
abscesso extra-duraltinham
uma
história de otorréia crônicasupurativa e
mais
dametade
tinha colesteatorna 4”8”9”14 . Meningites queocorreram
poucos
dias apósuma
otite média,na
maioria dos casos,foram
causadas por contaminação hematogênicasfg .
Qualquer
pacientecom
otitemédia
crônica corn otorréia exacerbada, otalgiaou
dorna
região temporal,ou
cefaléiacom
febre alta e vômitos, teriauma
complicação intracraniana até provaem
contrário 8 .Algumas
manifestações clínicas específicas das complicaçõesforam
relacionadas, por exemplo, vertigem e perda auditiva neurosensorial após
O.M.A.,
associadaou não
a mastoidite, indicaria labirintite. Sintomascomo
19
aguda ou
crônica supurativa e mastoidite, aventaria-se a hipótese de abscessoextra-dural 89°”. _
Cefaléia, febre alta, rigidez de nuca, vômitos e fotofobia, após
um
quadrode otite
média aguda ou
crônica poderia caracterizarum
quadro de meningite8”9°m5
. Observou-se todos esses sintomas
precedendo
as complicações dospacientes relatados.
Desde
o advento da T.C. eda
ressonância nuclear magnética, amortalidade por essas complicações diminuiu, pois isso facilitou a detecção precoce e
melhor
localização das complicações,além de
determinar oapropriado
tempo
cirúrgico 89.Pela bibliografia pesquisada, o tratamento clínico deveria preceder
ou
estar associado ao cirúrgico,
quando não
se obtiver resultados satisfatórios]”4”8°9”15
.
Em
dois pacientes relatados foi utilizado apenas o tratamento clínicocom
antibiótico para o controle das complicações decorrentes deuma
otitemédia
aguda.Nos
outros três pacientes, foi feita a associação dedrenagem
cirúrgica
do
abscesso e mastoidectomia radicalcom
antibioticoterapia,~
mostrando
a clara necessidade de intervençao cirúrgica nos casos de otitemédia
crônica colesteatomatosa .
Por
uma
desconhecida razão opredomínio
das complicações consequentes das otites médias,agudas
ou
crônicas,ocorrem
no
sexo masculino 1°4°8°9”15. Esse
dado
também
foi verificado nos casos relatados.Visto
que
estes pacientesna
maioria das vezesforam
avaliados pormédicos
emergencistas, estes deveriam estar atentos para as complicações dasotites médias,
que
em
grande parteocorrem
pelademora
no
diagnóstico e tratamento.No
entanto, a indiferença dos pais e pacientes para os riscosda
otorréia crônica, otalgia e cefaléia persistentes, por ignorânciaou medo,
também
seria6.
CONCLUSÃO
Diante dos
dados
expostos anteriormente, e possível concluirque
0tratamento precoce e
adequado
dos casos de otitesmédias
agudasou
crônicascolesteatomatosas, tanto pela antibioticoterapia quanto pela intervenção
cirúrgica é
extremamente
importante para previnir as complicações intra e extracranianas.O
diagnóstico precoce das complicações, seja ele clínicoou
por imagens,com
a correta instituição terapêutica, é desuma
importância para o prognósticodesses pacientes.
Nessa
era de grandes avanços tecnológicos emedicamentosos na
medicina, o autores
concluem
ser inconcebível observarque
as complicaçõesdas otites
médias
ainda sãouma
grande causa demorbidade
e mortalidadeem
nosso meio.E
ressaltam ainda a grande importância da valorizaçãodo
verdadeiro perigo dessa
doença no
meio
médico, em- especial, entre osnao
7.
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media
in children.Laryngoscope 1990; 100:149-RESUMO
Os
autores apresentam o relato de 5 casos de complicações intracranianas e extracranianas consequentes a otitesmédias
agudas e crônicas, corn o objetivode alertar sobre a gravidade de tais complicações.
Observou-se
um
caso de meningite bacteriana associada a labirintite einum
paciente de36
anos,um
de labirintite bacterianaem
um
paciente de38
anos,ambos
casos precedidos por otitemédia
aguda.Três casos de abscessos extra-durais,
em
pacientes de 15, 18 e 33 anos, resultantes de otite inédia crônica colesteatomatosa.Três pacientes necessitaram intervenção cirúrgica e 2 apenas tratamento clínico.
Foram
encontradas sequelas auditivas ein todos os pacientes,que
variaram desde hipoacusia discreta até
um
caso de anacusia. .Os
autores discutem as complicações e inostram a importânciado
SUMMARY
Authors present the report of
five
cases of intracranialand
extracranialcomplications resultant
from
chronicand
acute otitis media, aiming to alertabout the seriouness of such complications.
A
case of bacterial meningitiswas
noticed associated to labyrinthitis in a36 years old patient
and
one of bacterial labyrinthitis in a38
years old patient,both cases
were
precidedby
acute otitis media.Three cases of extradural abscess
were
noticed in patients of 15, 18and
33 years old, resultant
from
chronic otitismedia
with cholesteatoma.Three patients
needed
surgical interventionand
two
just clinical treatment. Otological consequences in all patientswere found
varying since amild hearing loss to a case of unilateral deafness.
The
authors argue the complications of chronicand
acute otitismedia and
show
the importance of a premature diagnostic associated to the correctTCC
UFSC
CM
0402 Ex.l N-Chflm» TCC UFSCCM
0402Autor: Perfeito, DelmerJ
Título: Complicações das Otites MédiasA
972806738 Ac. 253551