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Afastamento do trabalho por doenças oftalmológicas na população segurada da previdência social da Região Metropolitana do Recife: análise de prevalência

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PÓS-GRADUAÇÃO EM CIRURGIA

JOÃO CARLOS BEZERRA VELOSO

AFASTAMENTO DO TRABALHO POR DOENÇAS OFTALMOLÓGICAS NA POPULAÇÃO SEGURADA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL DA REGIÃO

METROPOLITANA DO RECIFE: análise de prevalência

Recife 2018

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JOÃO CARLOS BEZERRA VELOSO

AFASTAMENTO DO TRABALHO POR DOENÇAS OFTALMOLÓGICAS NA POPULAÇÃO SEGURADA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL DA REGIÃO

METROPOLITANA DO RECIFE: análise de prevalência

Dissertação de metrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Cirurgia da Universidade Federal de Pernambuco como requisito para obtenção do título de mestre.

Área de concentração: Oftalmologia.

Orientador: Prof. Rodrigo Pessoa Cavalcanti Lira. Coorientador: Prof. Maria Isabel Lynch Gaete.

Recife 2018

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Catalogação na Fonte

Bibliotecária: Mônica Uchôa, CRB4 1010

V443a Veloso, João Carlos Bezerra.

Afastamento do trabalho por doenças oftalmológicas na população segurada da previdência social da Região Metropolitana do Recife: análise de frequência / João Carlos Bezerra Veloso. – 2018.

50 f.: il.; tab.; gráf.; quad.; 30 cm.

Orientador: Rodrigo Pessoa Cavalcanti Lira.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco, CCS. Programa de Pós-Graduação em Cirurgia. Recife, 2018.

Inclui referências e anexos.

1. Oftalmopatias. 2. Previdência Social. 3. Saúde Pública. I. Lira, Rodrigo Pessoa Cavalcanti (Orientador). II. Título.

617.91 CDD (23.ed.) UFPE (CCS2018-239)

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JOÃO CARLOS BEZERRA VELOSO

AFASTAMENTO DO TRABALHO POR DOENÇAS OFTALMOLÓGICAS NA POPULAÇÃO SEGURADA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL DA REGIÃO

METROPOLITANA DO RECIFE: análise de prevalência

Dissertação de metrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Cirurgia da Universidade Federal de Pernambuco como requisito para obtenção do título de mestre.

Aprovada em: 20/08/2018

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________ Prof. Dr. Rodrigo Pessoa Cavalcanti Lira (Orientador)

Universidade Federal de Pernambuco

____________________________________ Prof. Dr. Paulo Roberto de Santana Universidade Federal de Pernambuco

_______________________________________ Prof. Dr. Thiago Freire Pinto Bezerra Universidade Federal de Pernambuco

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Dedico este trabalho a... Deus e minha família

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por minha vida, família e amigos.

À instituição pelo ambiente amigável e criativo que proporciona.

Ao meu orientador pelo empenho dedicado à elaboração deste trabalho, pelas suas correções e incentivo.

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RESUMO

As doenças oculares constituem importante problema de saúde pública pela sua alta frequência na população e pelo impacto na capacidade laborativa de seus portadores. Há escassez de trabalhos de pesquisa epidemiológica em oftalmologia na população segurada do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Com o objetivo de identificar a prevalência das doenças oculares entre as causas de afastamento do trabalho, foram analisados 217.221 benefícios por incapacidade concedidos, na região metropolitana do Recife, aos segurados da Previdência Social, no período de 2010 a 2015 Os casos de doenças oculares foram avaliados quanto à frequência considerando seu grupo na CID-10. Foi feita ainda uma análise do perfil dos benefícios concedidos por estas doenças com relação à causa, idade, sexo, faixa salarial, espécie e duração do benefício. Do total dos benefícios concedidos, 5.324 foram decorrentes de doenças oftalmológicas (2,5%) e entre estes, a maioria como auxílio-doença (91,1%). Houve predomínio do sexo masculino (64,6%), faixa etária dos 20 aos 59 anos e valor de até 01 salário mínimo (61,2%). Entre as concessões de auxílio-doença a principal causa foi a catarata (24,5%), seguida pela conjuntivite (21,1%) e pterígio (8,8%). A cegueira e baixa visão foram as principais causas de auxílio-acidente e aposentadoria por invalidez. Não foi possível comparar os resultados relacionados ao auxílio-doença e ao auxílio-acidente pela inexistência de trabalhos deste tipo na literatura indexada. Conclui-se que os resultados deste estudo permitem identificar a magnitude do problema das doenças oftalmológicas no âmbito da seguridade social, com graves perdas econômicas e sociais, o que reforça a necessidade de medidas que visem sua prevenção e maior integração entre os serviços de saúde e o INSS.

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ABSTRACT

Eye diseases are an important public health problem due to their high frequency in the population and the impact on the work capacity of their patients. There is a shortage of epidemiological research in ophthalmology in the insured population of the Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). In order to identify the prevalence of ocular diseases among the causes of disability benefit, 217,221 benefits granted by the Executive Management of Recife during the period from 2010 to 2015 were analyzed. An analysis of the ocular morbidity profile of the benefits granted with groups, age, sex, salary range, species and duration of benefit. Of the total disability benefits, 5,324 were due to ophthalmological diseases (2.5%) and among them, the majority was granted in the form of sickness benefits (91.1%). There was a predominance of males (64.6%), age range of 40-59 years (53%) and salary range up to 01 minimum wage (61.2%). Among the grants of sickness benefits the main cause was cataract (24.5%), followed by conjunctivitis (21.1%) and pterygium (8.8%). Blindness and low vision were the main causes of accident-related disability and retirement benefits. It was not possible to compare the results related to sickness and accident assistance by the lack of work of this type in the indexed literature. It is concluded that the results of this study allow to identify the magnitude of the ophthalmological diseases problem in social security, which reinforces the need for measures aimed at prevention and greater integration between health services and INSS.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APS Agência da Previdência Social CEP Comitê de Ética em Pesquisa

CID Classificação Internacional de Doenças

CIF Classificação Internacional de Funcionalidades EUA Estados Unidos da América

Gex Rec Gerência Executiva do Recife

ICIDH International Classification of Impairment, Disabilities and Handcaps

INSS Instituto Nacional do Seguro Social OMS Organização Mundial da Saúde PEA População Economicamente Ativa RGPS Regime Geral da Previdência Social SPSS Statistical Package for the Social Sciences SUIBE Sistema Único de Informação de Benefício SUS Sistema Único de Saúde

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1 – Evolução temporal dos números de benefícios por doenças do olho e anexos no

período estudado. 26

Gráfico 2 – Causas oftalmológicas mais frequentes de auxílio-doença, auxílio-acidente e

aposentadoria por invalidez. 27

Gráfico 3 – Duração média do auxílio-doença (em dias). 28

Quadro 1 – CID 10. Descrição do Capítulo, Letra e Doenças. 47 Quadro 2 – Agrupamento dos códigos das doenças do olho e anexos. 48

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 11

1.1 Conceitos e definições ... 12

1.1.1 Previdência Social e Incapacidade Laborativa... 12

1.1.1.1 Classificação da Incapacidade Laborativa: ... 12

1.1.1.2 Classificação dos Benefícios por Incapacidade... 13

1.1.2 Doenças oculares e Cegueira ... 14

2 JUSTIFICATIVA ... 16 3 REVISÃO DA LITERATURA ... 18 4 OBJETIVOS ... 20 4.1 Objetivo Geral ... 20 4.2 Objetivos Específicos ... 20 5 METODOLOGIA ... 21

5.1 Tipo de estudo e amostra ... 21

5.2 Coleta e trabalho dos dados ... 21

5.3 Aspectos éticos ... 22 6 RESULTADOS ... 23 7 DISCUSSÃO ... 29 8 CONCLUSÕES ... 34 9 RECOMENDAÇÕES ... 35 REFERÊNCIAS ... 36

APÊNDICE A - ARTIGO ACEITO PARA PUBLICAÇÃO... ...40

ANEXO A – CAPÍTULOS DA CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE DOENÇAS ... 47

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1 INTRODUÇÃO

As doenças oftalmológicas estão entre as mais importantes doenças da atualidade e emergem com um dos principais problemas de saúde pública no Brasil. O reconhecimento das doenças oculares como problema de saúde pública se dá, não somente pelo impacto na qualidade de vida de seus portadores, como também implicando restrições ocupacionais, econômicas e sociais, entre elas a incapacidade para o trabalho (CASTAGNO et al., 2009; ROCHA, 2011).

Tem-se observado um aumento da deficiência visual no mundo, que pode ser atribuído, em especial, ao crescimento populacional, ao aumento da expectativa de vida, à escassez de serviços especializados, às dificuldades de acesso da população à assistência oftalmológica, às dificuldades econômicas e à ausência/insuficiência de esforços educativos que promovam a adoção de comportamentos preventivos. No Brasil não é diferente, havendo um enorme contingente de deficientes visuais, estimado em mais de cinco milhões de pessoas. O fato é ainda mais grave se considerado que 80% dos casos de cegueira e distúrbios visuais poderiam ser evitados, apesar da ampla repercussão na sociedade (CASTAGNO et al., 2009; CONSELHO BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA, 2012; TEMPORINI; KARA-JOSE, 2004).

A visão é o principal sentido do ser humano e a perda da visão de um olho pode representar uma redução de 40% da capacidade laborativa e dos dois olhos, uma incapacidade laborativa total (CONSELHO BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA, 2003). A exigência visual varia conforme a atividade exercida e a visão profissional é a capacidade visual necessária para o exercício de uma determinada tarefa. Cada atividade profissional requer um mínimo de capacidade visual, e esta deve ser maior quanto maiores forem às exigências de utilização de células retinianas relativas às visões central, de profundidade e cromática.6 Por outro lado, a cegueira econômica é conceituada como a dificuldade visual que compromete o desempenho profissional do indivíduo, excluindo-o do mercado de trabalho, seja por uma causa reversível como catarata ou prevenível como o glaucoma e ambliopia em crianças (ROCJHA, 2011).

Nos casos em que o comprometimento visual produz incapacidade laborativa está previsto a concessão de benefícios sociais que garantirão sustento econômico aos seus portadores enquanto permanecerem nesta condição. Esta provisão de benefícios sociais está baseada em princípios sociais de justiça, necessidade e igualdade, presentes em uma sociedade politicamente organizada. A justiça distributiva, embasada nestes princípios, por

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sua vez, refere-se à distribuição dos recursos entre os membros da sociedade sob determinados critérios ou necessidades, que gerem dependência em suas relações, englobando a ocorrência de doenças durante a vida (MARASCIULO, 2004).

1.1 Conceitos e definições

1.1.1 Previdência Social e Incapacidade Laborativa

A Constituição Federal em seu Título que trata da Ordem Social traz, entre os artigos 194 a 204, a base da regulamentação da Seguridade Social no Brasil. Em seu caput, o artigo 194 determina que a Seguridade Social é constituída por três pilares: a Previdência Social, a Assistência Social e a Saúde Pública. A Previdência Social se presta à proteção social e a subsistência econômica mediante contribuição. A Assistência Social compreende um conjunto de políticas sociais visando a proteção gratuita aos necessitados. A Saúde Pública, por sua vez, compreende os sistemas e serviços púbicos de saúde (BRASIL, 1988). A Previdência Social, no que tange ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS), é executada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), autarquia federal responsável pela gestão dos benefícios aos seus contribuintes regulares (segurados), entre eles os benefícios por incapacidade (BRASIL, 1999).

Apesar de haver múltiplos conceitos de incapacidade, a previdência social brasileira, através do INSS, em seu protocolo de procedimentos médico periciais, utiliza os critérios de deficiência ou disfunção adotados pela Organização Mundial da Saúde – OMS constante da

International Classification of Impairment, Disabilities and Handcaps (ICIDH) publicada em

1976 e caracteriza a incapacidade laborativa como sendo a impossibilidade do desempenho das funções específicas de uma atividade (ou ocupação), em consequência de alterações morfo - psicofisiológicas provocadas por doença ou acidente, isto é, sistemas ou partes do corpo que não funcionam e que, eventualmente, irão interferir com as atividades da vida diária normal produzindo, neste caso, incapacidade. O risco de vida para si ou para terceiros, ou de agravamento, que a permanência em atividade possa acarretar, está implicitamente incluído no conceito de incapacidade, desde que palpável e indiscutível (BRASIL, 1999; BRASIL, 2002; FARIAS; BUCHALLA, 2005).

1.1.1.1 Classificação da Incapacidade Laborativa:

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Quanto ao grau de incapacidade:

Parcial: quando permite o desempenho de atividade, sem risco de vida ou agravamento maior e que seja compatível com a percepção de salário aproximado daquele que o interessado auferia antes da doença ou acidente;

Total: gera a impossibilidade de permanecer no trabalho, não permitindo atingir a média de rendimento alcançada, em condições normais, pelos trabalhadores da categoria do examinado.

Quanto à duração:

Temporária: recuperação em prazo previsível;

Definitiva: insusceptível de alteração em prazo previsível com os recursos da terapêutica e reabilitação disponíveis à época.

Quanto à profissão:

Uniprofissional: aquela em que o impedimento alcança apenas uma atividade específica;

Multiprofissional: aquela em que o impedimento abrange diversas atividades profissionais;

Omniprofissional: aquela que implica a impossibilidade do desempenho de toda e qualquer atividade laborativa, sendo conceito essencialmente teórico, salvo quando em caráter transitório.

1.1.1.2 Classificação dos Benefícios por Incapacidade

Em seu pacote de benefícios, o INSS prevê a concessão de três benefícios aos seus segurados em função de incapacidade provocada por doença ou acidente. Os benefícios previdenciários por incapacidade são devidos nas seguintes situações (BRASIL, 1999):

Auxílio-doença: incapacidade para o trabalho ou para a atividade habitual por mais de quinze dias consecutivos no caso dos segurados empregados ou a partir do início da incapacidade para os demais segurados;

Aposentadoria por invalidez: quando o segurado for considerado incapaz para o trabalho e insusceptível de reabilitação profissional para o exercício de atividade que lhe garanta subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nessa situação;

Auxílio-acidente: como indenização ao segurado quando, após a consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultar sequela definitiva que implique em redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia, exija maior esforço para

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o desempenho da mesma atividade ou seja reabilitado para outra atividade após processo de reabilitação profissional.

Em suma, a invalidez pode ser conceituada quando a incapacidade laborativa for total, indefinida e multiprofissional, insusceptível de recuperação ou reabilitação profissional, que corresponde à incapacidade geral de ganho, em consequência de doença ou acidente (BRASIL, 2002).

A concessão desses benefícios por incapacidade é garantida pelo Estado, quando o trabalhador é considerado incapaz para o trabalho, para lhe garantir subsistência econômica. Esta concessão é regulamentada pelo Decreto 3048/99 e está condicionada a prévio exame médico pericial a cargo da Previdência Social (BRASIL, 1999).

Por afetarem o desempenho produtivo dos trabalhadores, as informações sobre os motivos que tem levado a população trabalhadora com doenças oftalmológicas a requerer benefícios por incapacidade, podem acrescentar conhecimentos relevantes a respeito dos impactos socioeconômicos por elas provocados.

1.1.2 Doenças oculares e Cegueira

A seguir os conceitos das doenças oculares mais referidas na literatura e que podem ser causa de incapacidade laborativa:

Catarata: opacidade do cristalino que dificulta a penetração dos raios luminosos provocando deficiência visual. É a principal causa de cegueira curável no mundo e requer intervenção cirúrgica (MEDINA; MUNOZ, 2011).

Glaucoma: alterações do campo visual características de lesão de fibras no nervo óptico, acompanhadas ou não de aumento da pressão intraocular. É a causa mais frequente de cegueira irreversível no mundo (MEDINA; MUNOZ, 2011).

Conjuntivite: inflamação da membrana conjuntival, de natureza infecciosa ou não, podendo ser auto-limitada (GOLDSTEIN, 2011).

Pterígio: crescimento na córnea, geralmente nasal, de tecido fibrovascular contínuo à conjuntiva. Está associado à exposição à luz ultravioleta sendo mais prevalente em áreas de clima tropical (GOLDSTEIN, 2011).

Retinopatia diabética: conjunto de alterações vasculares da retina que pode ocorrer em paciente diabéticos. Está relacionada ao tempo da doença e é a maior causa de cegueira prevenível em pessoas na fase laboral, atingindo 50% dos diabéticos em alguma fase da vida (ÁVILA; LAVINSKY; MOREIRA JÚNIOR, 2016; MEDINA; MUNOZ, 2011).

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Cegueira e baixa visão: considera-se cegueira quando a acuidade visual corrigida no melhor olho encontra-se abaixo de 0.05 ou o campo visual é menor que 10º (categorias 3, 4 e 5 de graus de comprometimento da Classificação Internacional de Doenças - CID 10) e baixa visão ou visão subnormal quando a acuidade visual corrigida no melhor olho é menor do que 0.3 e maior ou igual a 0.05 ou seu campo visual é menor do que 20º (categorias 1 e 2 de graus de comprometimento da CID 10) (BRASIL, 2008; WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1973).

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2 JUSTIFICATIVA

O aparelho visual é vulnerável à ação de vários fatores de risco presentes no trabalho, representados por agentes físicos, químicos, microbianos e ergonômicos, com importantes efeitos deletérios sobre a saúde ocupacional (BOTEON, 2013). A dificuldade visual compromete o desempenho profissional do indivíduo, excluindo-o do mercado de trabalho, além de determinar importantes gastos com assistência oftalmológica, representando importante problema de saúde pública no Brasil (ROCHA, 2011).

Há uma preocupação geral em diversos países em relação ao aumento observado na concessão de benefícios por incapacidade, levando a um sentimento, tanto nos Estados Unidos (EUA) quanto na Europa Ocidental, de que programas de benefício por incapacidade estão em crise. Nos EUA está se verificando aumento nas reivindicações de benefícios por incapacidade na população em idade de trabalho, pois o número de pessoas desse grupo, com incapacidade severa para as atividades da vida diária normal vem aumentando desde 1980 (CEZÁRIO, 2008). No Brasil, as concessões de benefícios por motivos de doença, seja na modalidade auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez, tem crescido de maneira considerada preocupante. A concessão de auxílio-doença pago pela Previdência Social cresceu a uma taxa média de 24% ao ano no período de 1999-2003 (INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS APLICADAS, 2005). Dados mais recentes mantém essa tendência: o 2º boletim quadrimestral do INSS, publicado em 2014, mostra que o auxílio-doença representa 74% de todos os benefícios por incapacidade concedidos no período de 2004-2013 e a concessão desse tipo de benefício sofreu um incremento de aproximadamente 36% em relação a 2004 (BRASIL, 2014).

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) detém atualmente o maior banco de dados referente a características demográficas e de saúde de uma parcela significativa da população trabalhadora brasileira. No entanto, esses dados, obtidos com a finalidade de atender prioritariamente à demanda administrativa da seguradora, são ainda pouco explorados para estudos epidemiológicos e para o diagnóstico da morbidade dos trabalhadores segurados. A relação entre esses dados tem sido objeto de estudo e essas relações tem sido verificadas para se constituir hipóteses sobre modelos de economia da saúde, com objetivo de reduzir repercussões sobre a seguridade social (ACHUTTI; AZAMBUJA, 2004; LOUREIRO, 2004). A análise das características dos benefícios auxílio-doença fazem deles um bom indicador das condições de saúde/doença da população adulta trabalhadora (JAKOBI et al., 2013).

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perfil de saúde ocular dos trabalhadores, fornece subsídios para prevenção, tratamento e reabilitação na área oftalmológica, com aplicação de políticas de saúde adequadas para a demanda da população segurada. A implantação de medidas preventivas ou de reabilitação visual pode restabelecer mais rapidamente o trabalhador à vida produtiva e diminuir o impacto econômico sobre a Previdência sem, contudo, abrir mão da justiça social.

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3 REVISÃO DA LITERATURA

Apesar da melhoria das condições de saúde da população mundial nos últimos 100 anos, as taxas de afastamento do trabalho têm aumentado e este fenômeno vem sendo objeto de estudo em diversos países (CUNHA; BLANK; BOING, 2009). Dados do Annual

Statistical Report on the Social Security Disability Insurance Program - 2004 dos EUA,

mostram que as causas motivadoras de pagamento de seguro por incapacidade de trabalhadores ativos foram as seguintes: doenças do sistema musculoesquelético (27,1%), transtornos mentais (22,2%), doenças do sistema circulatório (11,0%), neoplasias (9,5%) e doenças do sistema nervoso( 8,3%). Entretanto não há referência sobre o tipo de incapacidade, se definitiva ou temporária.18 Ainda neste país estudos mostram um aumento na reivindicação de benefícios por incapacidade na população em idade de trabalho, principalmente a partir dos 35 anos de idade, com maior prevalência de doenças crônicas (BHATTACHARYA; CHOUDHRY; LAKDAWALLA, 2008).Comportamento semelhante é observado no Reino Unido onde, segundo o Department for Work and Pensions, os pedidos de pensão por incapacidade foram motivados principalmente pelas doenças mentais (41,8%), doenças osteomusculares (18,7%), causas mal definidas (10,3%), causas externas (6,6%) e doenças cardiovasculares (6,5%).18 A Fundação Europeia para a melhoria das condições de vida e trabalho destacou os elevados custos diretos e indiretos de absenteísmo decorrente de faltas por doença. O valor calculado no Reino Unido chegou a 13,2 bilhões de euros em 1994, atribuídos a perdas na produtividade, enquanto na Alemanha e Países Baixos tais custos equivaleram a quase 35 bilhões de euros (CUNHA; BLANK; BOING, 2009).

No Brasil, são poucos os trabalhos publicados, voltados para o estudo de motivações de concessão de benefícios sociais decorrentes de incapacidade por doenças, sobretudo oftalmológicas, apesar do aumento da concessão de benefícios observado nos últimos anos (HOYAMA et al., 2001; MARASCIULO, 2004). Pesquisa na base de dados Medline, SciELO e LILACS utilizando os descritores “saúde do trabalhador”, “licença médica”, “absenteísmo” apontou para escassos estudos sobre o afastamento do trabalho por doenças oftalmológicas. Os poucos estudos obtidos na busca bibliográfica restringiram-se apenas a casos de aposentadoria por invalidez.

Em um estudo realizado no INSS de Porto Alegre – RS, no ano de 1998, sobre a morbidade subjacente à concessão de benefício por incapacidade temporária, foi constatado que as causas externas foram responsáveis por 22% dos benefícios, seguida da convalescença pós-cirurgia com 17% e condições clínicas com 61%, sendo estas últimas devidas

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principalmente à doenças osteomusculares, doenças mentais e doenças cardiovasculares (BOFF; LEITE; AZAMBUJA, 2002). Em Rondônia, no conjunto de benefícios de auxílio-doença pagos pelo INSS a trabalhadores empregados no ano de 2008, as causas externas e as doenças do sistema osteomuscular também foram as mais prevalentes (JAKOBI et al., 2013).

Dos vinte diagnósticos mais frequentes presentes no 2º boletim quadrimestral publicado pelo INSS em 2014, considerando a CID (Classificação Internacional de Doenças), as doenças do aparelho musculoesquelético (CID do grupo M) e transtornos mentais (CID do grupo F) foram preponderantes entre os benefícios de natureza não acidentária e os traumas (CID do grupo S) entre os benefícios acidentários. Neste mesmo boletim observa-se aumento do número de concessão de auxílio-doença entre 2004 e 2013, de natureza acidentária ou não (BRASIL, 2014).

Entre as aposentadorias por invalidez concedidas aos servidores públicos municipais do Rio de Janeiro, no período de 1997 a 2008, e em servidores públicos do estado de Santa Catarina, entre os anos de 1995 e 2005, as doenças oftalmológicas apareceram entre as causas mais frequentes (CUNHA; BLANK; BOING, 2009; FERREIRA, 2010).

Uma análise das fichas de arquivo correspondentes aos últimos 20 anos de atendimento na Agência da Previdência Social (APS) de Botucatu – São Paulo, realizada em 2001, revelou que as aposentadorias por invalidez provocadas por deficiência visual tem como causas mais frequentes a cegueira e visão subnormal, transtornos da retina, glaucoma e patologias do disco óptico. As afecções oculares foram responsáveis por 7,9% destas aposentadorias, estando atrás das causas neurológicas, cardiológicas e psiquiátricas.26 Um outro estudo, realizado na APS de Afogados na cidade de Recife-PE em 2002, também avaliando oftalmopatias como causa de invalidez, encontrou como principais causas o glaucoma, retinopatia diabética, retinopatia hipertensiva, luxação do cristalino e queimadura química, em um período de 2,5 anos (CARNEIRO et al., 2002).

Entre as principais causas de aposentadoria por invalidez pagas pelo INSS no Brasil em 2007, a dorsalgia (CID-10 M 54) foi responsável por 4,25% dos casos, aparecendo em primeiro lugar, enquanto a cegueira e visão subnormal (CID-10 H 54) ficou em segundo lugar, com 3,13% dos casos (MEZIAT FILHO; SILVA, 2011).

Não foram encontrados estudos relativos aos auxílio-doença e auxílio-acidente por doenças oftalmológicas nos periódicos de oftalmologia, saúde pública ou epidemiologia indexados.

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4 OBJETIVOS 4.1 Objetivo Geral

Verificar a frequência das doenças oftalmológicas como causa de afastamento do trabalho temporário ou definitivo.

4.2 Objetivos Específicos

 Analisar a frequência das doenças oftalmológicas considerando os grupos da CID-10;

 Verificar o tipo de benefício concedido (auxílio-doença, auxílio-acidente ou aposentadoria por invalidez);

 Verificar o tempo de duração do auxílio-doença no caso de afastamento temporário do trabalho.

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5 METODOLOGIA

5.1 Tipo de estudo e amostra

Estudo retrospectivo, descritivo e de delineamento transversal. A amostra incluiu dados referentes aos benefícios por incapacidade concedidos pela Previdência Social da região metropolitana do Recife, que engloba 14 municípios, incluindo a capital. Foram considerados todos os benefícios por incapacidade independentemente de sua natureza acidentária ou não, no período de 2010 a 2015. Foram excluídos os benefícios indeferidos por parecer contrário da perícia médica previdenciária.

5.2 Coleta e trabalho dos dados

A coleta de dados foi realizada na Gerência Executiva da Previdência Social do Recife (Gex Rec), unidade do INSS responsável pela gestão da Previdência Social na região estudada. Foi utilizado como fonte de dados o SUIBE (Sistema Único de Informação de Benefício), programa de banco de dados que contém os registros consolidados dos benefícios previdenciários concedidos. Primeiramente foram investigadas as doenças de acordo com os registros contidos na variável CID-10, sendo as doenças oftalmológicas (CID-10: H00 – H59.9) reunidas em grupos específicos para análise. Os critérios para definição dos grupos foram as características semelhantes quanto à natureza da lesão, tecido ocular que acometem e a frequência destacada como causa de concessão.

Em seguida, os dados referentes às doenças oftalmológicas foram estudados quanto às causas e determinadas características, incluindo gênero, faixa etária, faixa salarial, espécies de benefício (auxílio-doença, auxílio-acidente e aposentadoria por invalidez) e duração do auxílio-doença. A frequência das doenças oftalmológicas, de acordo com a CID-10, foi avaliada entre o total de benefícios, sendo também feita análise comparativa entre seus grupos específicos, de acordo com a espécie do benefício. A faixa etária foi dividida em seis categorias (até 19 anos; 20-29 anos; 30-39 anos; 40-49 anos; 50-59 anos e 60 anos ou mais) e as faixas salariais foram divididas utilizando como critério o valor do salário mínimo, conforme codificação da própria base de dados. A duração média do auxílio-doença foi calculada dividindo-se o número total de dias, correspondente ao grupo de CID analisado, pelo número de benefícios concedidos para o grupo.

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estudo foi aplicado o teste do qui-quadrado, para comparar as diferenças nas proporções entre os gêneros. O nível de significância estatística foi de 5% e o software estatístico utilizado para processamento de dados foi o SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 20.

5.3 Aspectos éticos

Foi obedecido ao que determina a Resolução nº 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde e o trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (CEP/UFPE) conforme Parecer Consubstanciado nº 1.763.461 de 05 de outubro de 2016 (CAAE: 58994816.4.0000.5208).

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6 RESULTADOS

No período estudado foram concedidos 217.221 benefícios por incapacidade, sendo 5.324 (2,5%) deles motivados por doenças oculares. Entre os benefícios oriundos de doenças oftalmológicas, o auxílio-doença foi responsável por 4.851 benefícios, perfazendo 91,1% dos casos, seguido pela aposentadoria por invalidez com 428 (8%) e auxílio-acidente com 45 (0,9%). Mais da metade destes benefícios foram concedidos para segurados do sexo masculino (64,6%) e no valor de até um salário mínimo (61,2%) Tabela 1.

Tabela 1 - Características gerais da amostra

Variáveis n %

Benefícios por Incapacidade Benefícios Oftalmológicos Faixa Etária* < 19 anos 20 – 29 anos 30 – 39 anos 40 – 49 anos 50 – 59 anos > 60 anos Sexo* Masculino Feminino Faixa Salarial* Até 1 SM 1 – 2 SM 2 – 3 SM 3 – 4 SM 4 – 5 SM Espécie de Benefício* Auxílio-doença Auxílio-acidente

Aposentadoria por Invalidez

217.221 5.324 43 895 959 1.175 1.639 613 3.441 1.883 3.257 1.516 302 176 73 4.851 45 428 100 2,5 0,8 16,8 18 22,1 30,8 11,5 64,6 35,4 61,2 28,5 5,7 3,3 1,4 91,1 0,9 8,0 *Valores relativos apenas aos benefícios oftalmológicos (CID: H00 – H 59.9)

SM = Salário mínimo

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Dentre os dez capítulos da CID-10 mais frequentes, o capítulo VII, referente às doenças oculares, consistiu na oitava causa de incapacidade, considerando o total de benefícios (2,5%) e o auxílio-doença (2,3%). Nos casos de aposentadoria por invalidez, houve um aumento de sua participação, com 4,4%, sendo a sétima causa mais frequente. Entre as principais causas de auxílio-acidente, as doenças oculares estão entre as três mais frequentes, com 4,7%, atrás apenas das doenças relacionadas aos capítulos XIX e XIII da CID-10, que incluem causas externas e doenças osteomusculares, respectivamente. Capítulos da CID-10 menos frequentes não foram levados em consideração no ranking mostrado na Tabela 2.

Tabela 2 – Frequência dos Benefícios por Incapacidade por Capítulo da CID-10

Capítulo CID-10

Auxílio-doença Aposentadoria por

invalidez Auxílio-acidente Total

n % Ranking n % Ranking n % Ranking n % Ranking

XIX – Lesões, envenenamento e

causas externas 62,086 30.1 1 1,242 12.8 4 832 87.3 1 64,160 29.5 1

XIII – D. do Sist Osteomuscular e

Tec Conjuntivo 40,191 19.5 2 1,739 17.9 2 56 5.9 2 41,986 19.3 2 XI – D. Sist Digestivo 23,003 11.1 3 137 1.4 11 - - - 23,140 10.7 3 IX – D. Sist Circulatório 14,863 7.2 4 2,474 25.5 1 1 0.1 7 17,338 8.0 4 II – Neoplasias 13,897 6.7 5 1,250 12.9 3 - - - 15,147 7.0 5 V – Transt Mentais e comportamentais 11,891 5.8 6 589 6.1 5 - - - 12,480 5.7 6 Continua.

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Continuação da Tabela 2. XIV – D. Sist

Genitourinário 7,927 3.8 7 351 3.6 8 - - - 8,278 3.8 7

VII – D. Olho e Anexos 4,851 2.3 8 428 4.4 7 45 4.7 3 5,324 2.5 8

VI – D. Sist Nervoso 4,050 2.0 9 500 5.2 6 13 1.4 4 4,563 2.1 9

IV – D. End e Nutricional 2,512 1.2 10 312 3.2 9 1 0.1 7 2,825 1.3 10

Outros Capítulos 21,301 10.3 NA 674 7.0 NA 5 0.5 NA 21,980 10.1 NA

Total 206,572 100 NA 9,696 100 NA 953 100 NA 217,221 100 NA

NA = Não se aplica

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Em número de benefícios por incapacidade decorrente de doenças oftalmológicas, houve um crescimento do auxílio-doença até 2014. O auxílio-acidente e a aposentadoria por invalidez não sofreram grandes variações no período (Gráfico 1).

Gráfico 1 - Evolução temporal dos números de benefícios por doenças do olho e anexos no período estudado.

Fonte: O autor.

Nota: Gráfico elaborado pelo autor de acordo com os dados coletados.

Com relação à faixa etária, observou-se uma maior frequência entre indivíduos de 20-59 anos de idade. A distribuição entre os sexos mostrou uma diferença estatisticamente significante, com predominância do sexo masculino para todos os tipos de benefício (p<0,001). (Tabela 3).

Tabela 3 – Distribuição dos benefícios por tipo, sexo e faixa etária

Tipo de Benefício Grupo etário/Sexo ≤ 19 anos 20-29 anos 30-39 anos 40-49 anos 50-59 anos ≥ 60 anos Total M F M F M F M F M F M F M F Aux. Doença 26 13 444 431 545 362 749 306 924 515 375 161 3063 1788 Ap. Invalidez 2 - 8 3 22 15 83 25 153 40 67 10 335 93 Aux. Acidente 2 - 8 1 14 1 12 - 7 - - - 43 2 Total 30 13 460 435 581 378 844 331 1084 555 442 171 3441 1853

M = Masculino; F = Feminino. Fonte: Instituto Nacional do Seguro Social (2015).

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Auxílio-doença 658 692 874 952 1014 651

Auxílio-acidente 10 6 9 9 5 6

Aposentadoria por invalidez 63 63 81 76 95 65

0 200 400 600 800 1000 1200 N ú m er o d e B en ef íc io s

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As causas mais frequentes de auxílio-doença foram a catarata (24,5%), conjuntivite (21,1%) e pterígio (8,8%), enquanto a cegueira e baixa visão foi a razão mais frequente de aposentadoria por invalidez e auxílio-acidente, com 43.2% e 60% destes benefícios, respectivamente. O glaucoma (15,6%) e as doenças da retina (15,2%) vieram a seguir como mais frequentes causas de invalidez. A ceratite ficou em segundo lugar como causa de auxílio-acidente, com nove casos (20%), atrás da cegueira e baixa visão (Figura 1).

Gráfico 2 - Causas oftalmológicas mais frequentes de auxílio-doença, auxílio-acidente e aposentadoria por invalidez.

* Entre parênteses a percentagem considerando o total de benefícios por espécie. Fonte: O autor.

Nota: Gráfico elaborado pelo autor de acordo com os dados coletados.

A retinopatia diabética teve a maior duração, com 122 dias em média, entre os casos de auxílio-doença. Seguiram-se a cegueira e baixa visão (94), as doenças da retina (84,4) e o glaucoma (74,2) entre os benefícios mais prolongados. A catarata, conjuntivite e pterígio, embora mais frequentes, resultaram em períodos mais curtos de benefício. (Figura 2).

1186 (24.5) 1024 (21.1) 429 (8.8) 422 (8.7) 351 (7.2) 266 (5.5) 154 (3.2) 116 (2.4) 111 (2.3) 792 (16.3) 11 (2.6) 185 (43.2) 28 (6.5) 67 (15.6) 65 (15.2) (8.2) 35 2 (0.5) 35 (8.2) 27 (60) (11.1) 5 9 (20) 4 (8.9) 0 200 400 600 800 1000 1200 1400

Catarata Conjuntivite Pterígio Cegueira e baixa visão Descolamento de retina Glaucoma Doenças retinianas Retinopatia diabética Ceratite Outras

mer o s d e b en e ci o s co n ce d id o s*

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Gráfico 3 – Duração média do auxílio-doença (em dias).

Fonte: O autor.

Nota: Gráfico elaborado pelo autor de acordo com os dados coletados. Catarata Conjuntivite Pterígio Cegueira e

baixa visão Descolamen to de retina Glaucoma Doenças da retina Retinopatia diabética Ceratites Dias 50,3 38,7 35,9 94 71,3 74,2 84,4 122 59,8 0 20 40 60 80 100 120 140 Di as

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7 DISCUSSÃO

Sendo prevalentes na população adulta brasileira, as doenças oculares aparecem também entre as mais frequentes causas de concessão de benefícios por incapacidade, figurando entre as dez principais de acordo com o presente estudo (ROCHA, 2011).

As doenças oftalmológicas ocuparam a oitava posição no que tange ao auxílio-doença, com 2,3%. Houve um aumento na participação destas doenças no tocante às aposentadorias por invalidez, onde elas ficaram em sétimo lugar, com 4,4% dos casos. Outros estudos têm mostrado resultados semelhantes com relação às causas de invalidez (FERREIRA, 2010; HOYAMA et al., 2001; MEZIAT FILHO; SILVA, 2011). Quanto ao auxílio-acidente, apesar do pequeno número de casos em termos absolutos (45 casos), a frequência das doenças oculares foi alta em comparação com outras causas, representando a terceira mais comum, sendo responsável por 4,7% dos casos, vindo imediatamente atrás das causas externas de lesão (87,3%) e das doenças do sistema musculoesquelético e tecido conjuntivo (5,9%), com frequência próxima a estas últimas. A importância das doenças oftalmológicas como razões para aposentadoria por invalidez e, principalmente, auxílio-acidente, demonstra sua natureza incapacitante.

Acompanhando a tendência de aumento do número de benefícios concedidos pela Previdência Social brasileira nos últimos anos (BRASIL, 2014), observa-se também comportamento semelhante no que tange às doenças oculares, com aumento do número dos benefícios de auxílio-doença no período analisado. A queda verificada em 2015 pode ser explicada pela greve dos médicos peritos neste ano, dificultando o acesso ao benefício por parte dos segurados (COMUNICADO..., 2015).

A análise dos resultados de acordo com o gênero revela que a maioria dos segurados foram homens (64,6%), independentemente do tipo de benefício e da faixa etária. Os homens ainda detém maior número de vínculos empregatícios e, portanto, expõem-se mais a agravos e têm maior cobertura previdenciária, apesar do aumento da participação da mulher no mercado formal de trabalho no Brasil nos últimos anos. Um outro fator que pode contribuir para estes resultados são as políticas de saúde mais voltadas as crianças, idosos e mulheres, considerados grupos populacionais vulneráveis, o que pode levar a exclusão dos homens das agendas, prioridades e do acesso aos serviços de atenção à saúde (BRASIL, 2014; TRINDADE et al., 2014).

Com relação à idade dos segurados, verifica-se uma maior frequência de benefícios concedidos na faixa etária de 20-59 anos, notadamente entre os 40-59 anos, a qual, de maneira

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geral, corresponde à população economicamente ativa (PEA). Estes dados refletem a maior proporção da população coberta pela previdência social incluídas na PEA e também coincidem com a idade em que começam a surgir determinadas doenças oftalmológicas, principalmente o glaucoma, a catarata e a retinopatia diabética (ARIETA; PADILHA; BECHARA, 2008; ÁVILA; LAVINSKY; MOREIRA JÚNIOR, 2016; MELLO; SUSANNA JÚNIOR; ALMEIDA, 2016). Além disso, demonstram que a incapacidade provocada por doenças oftalmológicas acometem os indivíduos em plena fase produtiva, acarretando perdas sociais e econômicas graves ao país e famílias (TRINDADE et al., 2014).

O baixo valor pecuniário, de até um salário mínimo, pago a maioria dos beneficiários (61,2%), provavelmente reflete o vínculo trabalhista comumente frágil (comércio e serviços) ou ainda a grande proporção de autônomos ou assalariados sem carteira assinada na região estudada. Por outro lado, trabalhadores com maior renda tem, potencialmente, melhores condições de acesso à saúde, que influenciam no desfecho do adoecimento, resultando em menor necessidade de benefícios sociais (ARAUJO; SOUZA; LIMA, 1997; INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2016; MOURA; CARVALHO; SILVA, 2007).

Das doenças oculares encontradas como causa de auxílio-doença, a catarata foi a mais frequente, sendo responsável por 24,5% de todos os casos durante o período avaliado. Na população geral é a principal causa de cegueira reversível e considerada um problema de saúde pública pelo grande número de pessoas acometidas, sendo responsável por mais de 45% dos casos de baixa visão no Brasil (ARAUJO FILHO et al., 2008). Por ser facilmente reversível com a cirurgia, com raras complicações, a incapacidade provocada pela catarata é temporária na maioria dos casos (CONSELHO BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA, 2003). Todavia, vale salientar que o INSS não pode obrigar o segurado, em gozo de auxílio-doença, a se submeter a tratamento cirúrgico, que é facultativo (BRASIL, 1999). Este fato juntamente com a baixa taxa de complicações relacionadas a essa doença ou seu tratamento, podem explicar os poucos casos de invalidez existentes associados a esta condição (11 casos).

Além da catarata, outras desordens oculares comuns responsáveis por uma considerável proporção de atendimentos oftalmológicos realizados no Brasil incluem conjuntivite, pterígio, glaucoma, úlceras de córnea, retinopatia diabética, uveítes e descolamento de retina (ARAUJO FILHO et al, 2008; PIERRE FILHO et al., 2010). Esta situação se reflete na Previdência Social, onde estas doenças aparecem entre as causas mais frequentes de auxílio-doença.

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casos de aposentadoria por invalidez (43,2%), determinando uma incapacidade total e definitiva para o trabalho. Em um estudo relativamente recente, as doenças classificadas sob o CID-10 H 54 constituíram a segunda mais comum causa de todas as aposentadorias por invalidez pagas pelo INSS, sendo precedida apenas por aquelas classificadas sob o CID-10 M 54 (CARNEIRO et al., 2002).Excluída cegueira e baixa visão, as doenças identificadas neste estudo, em ordem de frequência, como principais causas de invalidez são o glaucoma,

doenças da retina, retinopatia diabética e descolamento de retina. Sabe-se que o glaucoma é a

segunda causa de cegueira no mundo, atrás apenas da catarata, e a principal causa de cegueira irreversível. Por sua vez, a retinopatia diabética é a maior causa de cegueira prevenível na população em idade laboral (ÁVILA; LAVINSKY; MOREIRA JÚNIOR, 2016; DIAS, 2000). Como são doenças que afetam o segmento posterior do olho, constituído de tecido nervoso que não se regenera, o glaucoma e as doenças retinianas, incluindo a retinopatia diabética, levam geralmente a sequelas visuais graves e permanentes (DIAS, 2000).

A ceratite foi a segunda causa mais frequente de auxílio-acidente, responsável por 20% destes benefícios, atrás da cegueira e baixa visão (60%). Quando não adequadamente tratada, deixa muito comumente opacidades e cicatrizes corneanas, que reduzem a visão do olho acometido de maneira permanente e, consequentemente, comprometem a capacidade laborativa, obrigando o pagamento da indenização pecuniária pelo INSS. Além disso, reflete a maior exposição da córnea ao trauma, numerosos microrganismos e ao efeito de substâncias nocivas, que podem estar presentes no ambiente de trabalho (BOTEON, 2013).

A maior duração do auxílio-doença concedido para a retinopatia diabética, as doenças da retina e o glaucoma, pode indicar uma maior gravidade destas doenças ou maior tempo demandado para a realização de exames e tratamento pelo sistema público de saúde. Embora seja útil na comparação entre as doenças oculares mais frequentes, como analisado aqui, a duração média do auxílio-doença encontrada não reflete necessariamente o período requerido pelo indivíduo para se recuperar clinicamente da doença, sendo influenciada também pelo longo tempo de espera para a obtenção do benefício, isto é, a demora entre o requerimento e a efetiva realização do exame médico pelo INSS.

Uma limitação do estudo foi o fato de que os registros que continham cegueira e a baixa visão, englobando o CID-10 do grupo H 54, são genéricos e não identificam a causa da baixa visão. A base de dados utilizada continha apenas os registros adequadamente preenchidos com a variável CID, ficando difícil a análise que permita qualquer apreciação a respeito da qualidade do preenchimento dessas variáveis. Além disso, as classificações pela CID, adotadas pelo INSS e por todos os órgãos oficiais, poderiam ser revistas para que se

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tivesse maior exatidão sobre os diagnósticos, uma vez que vários diagnósticos se aglutinam dentro de uma mesma denominação, como por exemplo, transtornos da retina, e alguns permanecem vagos, como cegueira e visão subnormal.

Apesar desta limitação, não foi objetivo deste trabalho pormenorizar, dentre as causas de benefícios por incapacidade, a frequência de todas as doenças oftalmológicas compreendidas no Capítulo VII da CID-10. A reunião das mesmas em grupos, de acordo com suas características clínicas e o segmento anatômico do olho acometido, conforme subdivisão presente na própria CID-10, respondem aos objetivos propostos. Assim temos, por exemplo, o CID H 10.0 (conjuntivite mucopurulenta) e o CID H 10.3 (conjuntivite aguda não especificada) aglutinados no mesmo grupo de doenças, CID H 10, correspondendo às conjuntivites, em função de suas características comuns, sendo este grupo o objeto de estudo. O CID do grupo H 54 engloba todo o espectro de baixa visão, desde a visão subnormal até a cegueira, em um ou ambos os olhos, não importando sua magnitude ou sua aferição para o presente trabalho.

O interesse em se estudar a frequência das concessões de benefícios por incapacidade provocados por doenças oculares permitem identificar a magnitude do problema, transformando-se em um indicador indireto da efetividade das ações de controle e prevenção destas doenças. O perfil de morbidade encontrado recomenda adequação das políticas de prevenção e assistência do SUS, de modo a melhor contemplar esses agravos, além de políticas visando ao pleno emprego, à melhor distribuição de renda e ao direito à educação. Serviços voltados ao atendimento e à reabilitação das oftalmopatias – atualmente de difícil acesso pelo SUS – devem ser expandidos. Foi encontrado neste estudo que as frequências não vêm diminuindo, refletindo a dificuldade de acesso do trabalhador a estes serviços e ações de saúde.

No Brasil, o governo federal vem tentando implementar ações de saúde oftalmológica, como programas de prevenção de cegueira, visando combater as doenças mais prevalentes tais como a catarata, o glaucoma e a retinopatia diabética que, como foi visto no presente estudo, estão entre as principais causas de afastamento do trabalho. Apesar do alcance limitado desses programas específicos, espera-se com isso facilitar o acesso da população aos serviços e tratamentos oftalmológicos, possibilitando assim a redução dos índices de cegueira na população e, consequentemente, o impacto sobre a saúde do trabalhador e a previdência social.

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de Saúde - SUS e a previdência social, que devem agir integradamente para prevenção, controle de doenças e garantia de direitos sociais. Apesar de ambas as instituições integrarem a seguridade social, o SUS e o subsistema de perícia médica do INSS não possuem mecanismos de articulação que possibilitem o desenvolvimento de troca de informações sobre diagnósticos, tratamentos e exames realizados na população que demanda benefícios por incapacidade. Muitas vezes o benefício no INSS é estendido por aguardar exames e terapias nos serviços de saúde. Da mesma forma, isso deve ocorrer também no setor privado prestador de atenção à saúde. Essa desintegração entre as instituições de saúde e previdenciária pode contribuir para o crescimento de incapacidade por doenças controláveis, como o verificado neste estudo.

O estudo está limitado a um retrato epidemiológico descritivo sobre os benefícios por incapacidade pelo ângulo das doenças oftalmológicas. Não foi possível comparar os resultados relativos aos benefícios de auxílio-doença e auxílio-acidente pela inexistência de estudos sobre os mesmos na literatura oftalmológica, de saúde pública ou epidemiológica indexadas. Os trabalhos revistos que tratam de doenças oculares como causa de incapacidade referem-se apenas à casos de aposentadoria por invalidez, com resultados semelhantes aos aqui encontrados, apesar das amostras ou regiões serem diferentes. Este trabalho representa uma oportunidade de utilização de base de dados de benefícios como mais uma fonte de informação para a vigilância epidemiológica das doenças oculares. O diagnóstico regional do perfil de adoecimento dos trabalhadores pode ser utilizado como forma de sensibilizar os profissionais de saúde e trabalhadores a respeito da estreita relação entre as atividades produtivas, o ambiente de trabalho, os serviços de saúde e as implicações destes na saúde dos trabalhadores, bem como aspectos gerenciais que envolvem essa relação.

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8 CONCLUSÕES

A análise dos benefícios por incapacidade concedidos pela Previdência Social da região estudada revela que as doenças oculares estão entre as causas mais frequentes de afastamento do trabalho. Quando considerado o total de benefícios, as doenças oftalmológicas, reunidas no capítulo VII da CID-10, aparecem na oitava posição. Considerando-se o tipo de benefício concedido por estas doenças, observa-se que mais de 90% dos mesmos compreendem o auxílio-doença, vindo a seguir a aposentadoria por invalidez e o auxílio-acidente.

A catarata, a conjuntivite e o pterígio foram as causas mais frequentes de auxílio-doença. A cegueira e baixa visão foi responsável pela maioria dos casos de aposentadoria por invalidez e auxílio-acidente, 43,2% e 60%, respectivamente.

A retinopatia diabética, a cegueira e baixa visão e outras doenças da retina, demandaram benefícios de auxílio-doença mais prolongados, com maior tempo de afastamento do trabalho.

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9 RECOMENDAÇÕES

Algumas recomendações propostas pelo estudo passam pela efetiva articulação entre a Previdência Social e o SUS, como a elaboração de um grupo de trabalho interministerial para elaborar propostas de reorientação de políticas e programas. Essa seria uma medida de natureza sistêmica, concretizando o modelo de um sistema de seguridade social, com ações na área de prevenção de doenças e vigilância epidemiológica. O oftalmologista e a perícia médica do INSS deveriam ter papel preponderante neste grupo, propondo medidas a serem discutidas por ambas as instituições. Essa integração pode contribuir para a diminuição da concessão de benefícios por incapacidade, diminuição do tempo de espera de agendamento da perícia e maior acesso às informações por parte do perito médico, inclusive com atualização das orientações de apoio sobre as oftalmopatias, cuja última versão é de 2004.

Além desse enfoque mais abrangente, com a articulação e a participação de diferentes profissionais, poderia ser criado, diante das facilidades tecnológicas, um segundo ou terceiro campo para registro dos códigos da CID. Uma informação mais completa sobre a doença, e não apenas uma, contribuiria para melhorar a compreensão dos motivos das incapacidades. Outra recomendação oportuna no sentido de aperfeiçoamento da gestão e concessão de benefícios por incapacidade é a revisão dos protocolos médico periciais à luz de novos conceitos de incapacidade, como a Classificação Internacional de Funcionalidades – CIF. O modelo baseado na CID tem como principais fragilidades a falta de relação entre as dimensões que o compõem, a não abordagem de aspectos sociais e ambientais, entre outras. Nesta nova classificação o conceito de incapacidade abrange não apenas componentes e estruturas do corpo, mas também atividade e participação social, se deslocando do modelo biomédico para incorporar três dimensões: a biomédica, a psicológica (dimensão individual) e a social.

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(41)
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ANEXO A – CAPÍTULOS DA CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE DOENÇAS Quadro 1 – CID 10. Descrição do Capítulo, Letra e Doenças.

Capitulo CID 10 Descrição

Capítulo I Capítulo II Capítulo III Capítulo IV Capítulo V Capítulo VI Capítulo VII Capítulo VIII Capítulo IX Capítulo X Capítulo XI Capítulo XII Capítulo XIII Capítulo XIV Capítulo XV Capítulo XVI Capítulo XVII Capítulo XVIII Capítulo XIX Capítulo XX Capítulo XXI Capítulo XXII A00 – B99 C00 – D48 D50 – D89 E00 – E90 F00 – F99 G00 – G99 H00 – H59 H60 – H95 I00 – I99 J00 – J99 K00 – K93 L00 – L99 M00 – M99 N00 – N99 O00 – O99 P00 – P96 Q00 – Q99 R00 – R99 S00 – T98 V01 – Y98 Z00 – Z99 U00-U99

Algumas doenças infecciosas e parasitárias Neoplasias (tumores)

Doenças do sangue e dos órgãos hematopoéticos e alguns transtornos imunitários

Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas Transtornos mentais e comportamentais Doenças do sistema nervoso

Doenças do olho e anexos

Doenças do ouvido e da apófise mastoide Doenças do aparelho circulatório

Doenças do aparelho respiratório Doenças do aparelho digestivo

Doenças da pele e do tecido subcutâneo

Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo Doenças do aparelho geniturinário

Gravidez, parto e puerpério

Algumas afecções originadas no período perinatal Malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas

Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório

Lesões, envenenamento e algumas outras consequências de causas externas

Causas externas de morbidade e mortalidade

Fatores que influenciam o estado de saúde e o contato com os serviços de saúde

Códigos para propósitos especiais Fonte: CID 10 (2016).

(49)

ANEXO B – CÓDIGOS DAS DOENÇAS DO OLHO E ANEXOS Quadro 2 – Agrupamento dos códigos das doenças do olho e anexos.

Grupos CID 10 Código

Transtornos da pálpebra, do aparelho lacrimal e da órbita

Hordéolo e calázio H00

Outras inflamações da pálpebra H01 Outros transtornos da pálpebra H02 Transtornos da pálpebra em doenças

classificadas em outras partes

H03

Transtornos do aparelho lacrimal H04

Transtornos da órbita H05

Transtornos do aparelho lacrimal e da órbita em

doenças classificadas em outra parte H06

Transtornos da conjuntiva

Conjuntivite H10

Outros transtornos da conjuntiva H11 Transtornos da conjuntiva em doenças

classificadas em outra parte H13

Transtornos da esclerótica, da córnea, da íris e do corpo ciliar

Transtornos da esclerótica H15

Ceratite H16

Cicatrizes e opacidades da córnea H17 Outros transtornos da córnea

H18 Transtorno da esclerótica e da córnea em

doenças classificadas em outra parte H19 Iridociclite

H20 Outros transtornos da íris e do corpo ciliar

H21 Transtornos da íris e do corpo ciliar em doenças

classificadas em outra parte H22 Continua.

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Cotinuação do Quadro 2.

Transtornos do cristalino

Catarata senil H25

Outras cataratas H26

Outros transtornos do cristalino H27

Catarata e outros transtornos do cristalino em

doenças classificadas em outra parte H28

Transtornos da coroide e da retina

Inflamação coriorretiniana H30 Outros transtornos da coroide

H31 Transtorno coriorretinianos em doenças

classificadas em outra parte H32 Descolamentos e defeitos da retina

H33 Oclusões vasculares da retina H34 Outros transtornos da retina

H35 Transtornos da retina em doenças classificadas

em outra parte H36

Glaucoma

Glaucoma H40

Glaucoma em doenças classificadas em outra

parte H42

Transtornos do humor vítreo e do globo ocular

Transtornos do humor vítreo H43 Transtornos do globo ocular

H44 Transtornos do humor vítreo e do globo ocular

em doenças classificadas em outra parte H45 Continua.

Referências

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