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Proposição e validação de aparelho automatizado para verificação de velocidade de membros superiores em crianças e adolescentes

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA

PROPOSIÇÃO E VALIDAÇÃO DE APARELHO AUTOMATIZADO

PARA VERIFICAÇÃO DE VELOCIDADE DE MEMBROS

SUPERIORES EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES

LEANDRO MEDEIROS DA SILVA

NATAL- RN 2018

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PROPOSIÇÃO E VALIDAÇÃO DE APARELHO AUTOMATIZADO

PARA VERIFICAÇÃO DE VELOCIDADE DE MEMBROS

SUPERIORES EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES

LEANDRO MEDEIROS DA SILVA

ORIENTADOR: PROFº Dr. BRENO GUILHERME DE ARAÚJO TINÔCO CABRAL Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Educação Física.

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS

Silva, Leandro Medeiros da.

Proposição e validação de aparelho automatizado para verificação de velocidade de membros superiores em crianças e adolescentes / Leandro Medeiros da Silva. - 2018.

87f.: il.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física. NAtal, 2018.

Orientador: Breno Guilherme de Araújo Tinôco Cabral.

1. Membros superiores - Avaliação motora - Dissertação. 2. Tapping Test - Dissertação. 3. Velocidade de membros superiores - Dissertação. 4. Golpeio de placas - Dissertação. I. Cabral, Breno Guilherme de Araújo Tinôco. II. Título.

RN/UF/BS-CCS CDU 617.57

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4 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA

Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação Física: Prof Drª. Terezinha Petrucia da Nóbrega

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5 LEANDRO MEDEIROS DA SILVA

PROPOSIÇÃO E VALIDAÇÃO DE APARELHO AUTOMATIZADO

PARA VERIFICAÇÃO DE VELOCIDADE DE MEMBROS

SUPERIORES EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Presidente da Banca: Prof Dr. Breno Guilherme de Araújo Tinôco Cabral (UFRN)

BANCA EXAMINADORA:

Prof Dr. Breno Guilherme de Araújo Tinôco Cabral (UFRN) Prof Dr. Paulo Moreira Silva Dantas (UFRN)

Prof Dr. José Felipe Aidar (UFS)

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6 AGRADECIMENTOS

Agradeço minha família, que sempre esteve comigo, e me apoiou em todos os momentos. Especialmente aos meus pais que são de fato meus heróis. Agradeço meu orientador que esteve sempre pronto a me direcionar e ajudar nos momentos de insegurança. A cada componente do grupo GEPMAC, grupo que tenho em meu coração e que sempre me apoiou.

Mas dedico esse trabalho a minha esposa Pollianna Torres, mulher que amo, Companheira que sempre me deu suporte e se mostrou presente em todos os momentos. E claro, a pessoa que mais amo nesse mundo., minha filha. Bia Torres que tudo que faço é por você e que sempre estarei ao seu lado. EU AMO MAIS.

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7 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AAHPERD - American Alliance for Health, Physical Education, Recreation & Dance AATT – Aparelho Automatizado Tapping Test

CELAFISCS - Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul

cm – Centímetro

ETM – Erro técnico de Medida IMC – Índice de massa corporal kg – Quilograma

LCD – Display de cristal líquido mm – Milímetro

ms - Milissegundos seg. - Segundos

PROESP-BR – Projeto Esporte Brasil

SPSS - Statistical Package for the Social Sciences TALE – Termo de assentimento livre esclarecido TCLE -Termo de consentimento livre esclarecido V - Volts

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8 LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Análise descritiva dos avaliados (validação) 35

Tabela 2 – Erro técnico de medida (ETM) 36

Tabela 3 – Análise da validação 36

Tabela 4 - Análise descritiva dos avaliados (validação cruzada) 40

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9 LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Desenho do estudo ... 27

Figura 2 - Balança digital com estadiômetro acoplado ... 28

Figura 3 – Estadiômetro ... 28

Figura 4 – Golpeio de placas Eurofit... 29

Figura 5 – Aparelho Automatizado Tapping Test (AATT)... 30

Figura 6 – Hardware controlador (AATT)... 32

Figura 7 – Plotagem de Bland Altman entre original e AATT 36

Figura 8 – Média de tempo total 36

Figura 9 – Média de tempo de voo 36

Figura 10 – Tempo de contato com as placas (a) 37

Figura 11- Tempo de contato com as Placas (b) 38

Figura 12 – Plotagem de Bland Altman entre original e AATT (Validação Cruzada) 40

Figura 13 – Plotagem de Bland Altman (Reprodutibilidade) 40

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10 RESUMO

PROPOSIÇÃO E VALIDAÇÃO DE APARELHO AUTOMATIZADO PARA VERIFICAÇÃO DE VELOCIDADE DE MEMBROS SUPERIORES EM

CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Autor: Leandro Medeiros da Silva

Orientador: Prof. Dr. Breno Guilherme de Araújo Tinôco Cabral

O esporte de rendimento é definido por detalhes que determinam resultados. Para isso os estudos a respeito dos processos de orientação e seleção de talentos para o esporte têm se tornado cada vez mais específicos. Entendendo a velocidade de membros superiores como uma dessas especificidades fundamentais para o resultado em determinadas modalidades esportivas, o presente trabalho tem por objetivo propor e validar aparelho automatizado para verificação da velocidade de membros superiores em crianças e adolescentes.Participaram do estudo de validação 144 escolares, e na validação cruzada 75 escolares, entre 8 e 17 anos de idade, de ambos sexos em um projeto social na cidade de Natal/RN. O aparelho Automatizado Tapping Test (AATT) foi desenvolvido seguindo as dimensões do teste original do EUROFIT, construído em peças metálicas, para que a aferição fosse mais precisa e pudesse ser lida como sinal eletrônico pelo circuito integrado. O teste de velocidade de membros superiores foi aplicado em três etapas: antes de realizarem o teste original, todos os participantes passaram por uma verificação de lateralidade, e de prática motora semelhante ao teste original. Após 30 minutos foi realizada a primeira etapa no padrão estabelecido pela bateria de teste Eurofit e 30 minutos depois, a terceira etapa, sendo esta, com o aparelho automatizado tapping test (AATT). Após um intervalo de três meses, foi realizado a reaplicação dos testes nos mesmos parâmetros da validação, a fim de realizar a validação cruzada. O teste de comparação de médias não identificou diferença significativa entre os dois métodos de avaliação para a validação (p=0,647) e na validação cruzada (p=0,128). A confiabilidade de mensuração do aparelho automatizado foi testada por meio do coeficiente de correlação intraclasse (CCI) e identificou resultado elevado de R= 0,901 para a validação e R=0,943 na validação cruzada. Foi possível observar com o uso do aparelho o tempo de voo (67,84 % do tempo total) e o de toque sobre as placas metálicas (32,15% do tempo total). Variáveis que não são possíveis de se observar no modelo original. Por fim, O aparelho automatizado Tapping Test, demonstrou ser preciso ao que se propõe avaliar podendo minimizar o erro intra-avaliador e auxiliar os profissionais de educação física na área esportiva para organização e planejamento de seus treinos, assim como para avaliação e orientação dos talentos esportivos.

Palavras-chave: Validação; avaliação motora; Golpeio de Placas; Tapping Test; velocidade de membros superiores.

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11 PROPOSITION AND VALIDATION OF AUTOMATED APPARATUS FOR

VERIFICATION OF UPPER MEMBER SPEEDS IN CHILDREN AND ADOLESCENTS

Author: Leandro Medeiros da Silva

Advisor: Breno Guilherme de Araújo Tinôco Cabral, Ph.D.

The sport of income is defined by details that determine results. For this, the studies on the processes of orientation and selection of talents for the sport have become increasingly specific. Understanding the velocity of upper limbs as one of those fundamental specificities for the outcome in certain sports modalities, the work in question aims to validate the ability of automated device checking, to verify the velocity of upper limbs in children and adolescents. Thus, 144 students participated in the validation study, and in the cross-validation 75 students, between 8 and 17 years of both sexes in a social project in the city of Natal / RN. The Automated Tapping Test (AATT) was developed following the dimensions of the original EUROFIT test, built in metal parts, so that the calibration was more accurate and could be read as an electronic signal by the integrated circuit. The upper limb velocity test was applied in three steps: before performing the original test, all participants underwent a laterality check, and motor practice similar to the original test. After 30 minutes, the first step in the pattern established by the Eurofit test battery was performed and 30 minutes later, the third stage, with the automated tapping test (AATT). After an interval of three months, the tests were reapplied in the same validation parameters. In order to perform cross-validation. The mean comparison test did not identify a significant difference between the two validation methods (p = 0.647) and (p = 0.128) for cross validation. The reliability of automated instrument measurement was tested by intraclass correlation (CCI) and identified a strong intraclass correlation coefficient (CCI) of (R = 0.901) for validation and (R = 0.943) for cross validation. It was possible to observe the flight time (67.84% of the total time) and touch on the metal plates (32.15% of the total time). Variables that are not possible to observe in the original model. Finally, the automated Tapping Test, presented to be precise to what it is proposed to evaluate, being able to minimize the intra-evaluator error and to assist physical education professionals in the sports field in the organization and planning of their training, as well as in the evaluation and orientation of the talents sports

Keywords: Validation; Motor Evaluation; Plate Strike; Tapping Test; Velocity of Upper Limbs.

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12 Sumário INTRODUÇÃO . ... . . .. . .. . . . .. . .. . . . .. . .. . .... . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . . ... . ... . ... . ... . ... . ... . ... . ... ... . . 13 OBJETIVOS . ... . ... . . .. . .. . . . .. . .. . . . .. . .. . . ... . ... . . . ... . ... . ... . ... . ... . ... . ... . .. .. . ... . .. 14 2.1GERAL ... 14 2.2ESPECÍFICOS ... 14 REVISÃO DA LITERATUR A . .. . .. . . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. .. .. . 15

3.1APTIDÃO FÍSICA E DESEMPENHO ESPORTIVO ... 15

3.2DESEMPENHO MOTOR ... 15

3.3BATERIA DE TESTES ... 17

3.4VALIDADE ... 19

3.5REPRODUTIBILIDADE ... 20

3.6O TESTE GOLPEIO DE PLACAS ... 24

3.7AUTOMAÇÃO ... 25

MATERIAIS E MÉTODOS . . .. . .. . . . .. ... ... . ... . ... . ... . ... . ... . ... . . . ... . ... . ... . ... . ... 27

4.1POPULAÇÃO E AMOSTRA ... 27

4.2DESENHO DO ESTUDO ... 27

4.3CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO... 28

4.4COMITÊ DE ÉTICA ... 28 4.5VARIÁVEIS ANALISADAS ... 28 4.5.1 Medidas antropométricas ... 28 4.5.2 Desempenho motor ... 30 4.6PROCEDIMENTOS ... 31 4.7ANÁLISE ESTATÍSTICA ... 33 RESULTADOS . ... . . .. . .. . . . .. . .. . . . .. . .. . .... . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . . ... . ... . ... . ... . ... . ... . ... . ... ... . . 35

5.1 RESULTADOS DO AR TIGO 1 – VALIDATION OF AUTOMATED APPARAT US FOR UPPER LIMB VELOCITY TESTING ... . ... . .. . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. . 35

5.2RESULTADOS DO ARTIGO 2-VALIDAÇÃO CRUZADA DE APARELHO AUTOMATIZADO PARA VERIFICAÇÃO DE VELOCIDADE DE MEMBROS SUPERIORES EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES. ... 40

DISCUSSÃO ... . ... . . .. . .. . . . .. . .. . . . .. . .. . . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. . 43 CONCLUSÃO .. . ... . . .. . .. . . . .. . .. . . . .. . .. . .. ... . ... . .. . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. . 46 REFERÊNCIAS . ... . .. . . . .. . .. . . . .. . .. . . . .. .... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. ... . ... . ... . ... . ... . ... . ... . ... . .. . . 47 ANEXO . . ... . ... . ... . .. . . . .. . .. . . . .. . .. . . .. ... .. . ... . ... . ... . ... . ... . ... . ... . . ... . ... . ... . ... 52 APÊNDICE . ... . ... . .. . . . .. . .. . . . .. . .. . . . .. . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . . ... . ... . ... . ... . ... . ... . ... . ... ... . ... . .. 53 APÊNDICE 1 ... . ... . . .. . .. . . . .. . .. . . . .. . .. . . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. . 53 APÊNDICE 2 ... . ... . . .. . .. . . . .. . .. . . . .. . .. . . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. . 56 APÊNDICE 3 ... . ... . . .. . .. . . . .. . .. . . . .. . .. . . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. . 58 APÊNDICE 4 ... . ... . . .. . .. . . . .. . .. . . . .. . .. . . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. . 59 APÊNDICE 5 ... . ... . . .. . .. . . . .. . .. . . . .. . .. . . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. . 77

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13 INTRODUÇÃO

A cada dia tem surgido maior variedade de baterias de testes para se avaliar as condições físicas, seja em idosos (RIKLI; JONES, 2013), adultos (MARQUES, 2014) ou crianças (ALVES, 2014). Contudo, alguns critérios têm de ser observados, dentre eles destacam-se fidedignidade e objetividade dos testes. No que se refere a objetividade de um instrumento de medida, isto pode ser definida como o grau de consistência dos resultados, mesmo este sendo aplicado por diferentes avaliadores nos mesmos indivíduos. Já a fidedignidade ou reprodutibilidade de um instrumento de medida, seria o grau em que se espera que os resultados sejam consistentes ou reprodutivos, quando executado em situações similares pelo mesmo observador em momentos diferentes, geralmente próximos entre si (FALZON, 2014; WANG, 2014).

O teste de Golpeio de Placas da bateria EUROFIT (EUROFIT, 1990), avalia a velocidade de membros superiores e, de acordo com o proposto por Schimidt (2001), é classificada como uma tarefa motora contínua e fechada. A mensuração normalmente é feita por um avaliador que registra o tempo do avaliado por meio de cronômetros (EUROFIT,1990).

As avaliações têm focado na avaliação motora para diferentes esportes em diferentes condições (BRASILE, 1986, 1990; KILKENS et al., 2003), além de outras qualidades físicas e atividades de campo (KILKENS et al., 2003; YILLA, A.B.; SHERRIL, 1998), em que a grande variedade de tarefas e parâmetros de medida têm dificultado o processo de análise do avaliado.

Neste sentido, o objetivo de se utilizar um aparelho automatizado de aferição de velocidade de membros superiores é de visualizar as informações intrínsecas do teste, que somente com o resultado final não podem ser observados. Além disso não é comum encontrar em espaços de avaliação uma mesa com ajuste de altura com a dimensão proposta pela bateria de teste EUROFIT. Assim o presente estudo busca validar um aparelho automatizado de avaliação da velocidade de membros superiores, de forma a tornar mais eficiente a aplicação do teste validado pelo EUROFIT (1990), facilitando as avaliações motoras para os profissionais da área e minimizando o risco de erro humano.

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14 OBJETIVOS

2.1 Geral

▪ Propor e validar aparelho automatizado para verificação de velocidade de membros superiores em crianças e adolescentes.

2.2 Específicos

▪ Verificar a reprodutibilidade do aparelho automatizado para velocidade de membros superiores para crianças e adolescentes;

▪ Avaliar o desempenho de crianças e adolescentes para o teste de velocidade de membros superiores;

▪ Realizar validação cruzada do aparelho automatizado para verificação de velocidade de membros superiores em crianças e adolescentes.

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15 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 Aptidão física e desempenho esportivo

No esporte escolar e de alto rendimento o objetivo principal do treinamento é promover adaptações positivas no desempenho competitivo. Levando em consideração que a maioria dos esportes coletivos requer dos atletas uma elevada velocidade, aceleração, potência, capacidade aeróbica e agilidade, é razoável argumentar que uma estratégia de treinamento eficaz deve priorizar a melhoria destes atributos físicos (MARRIER et al., 2017). Logo, para se conduzir um programa de treinamento adequado se faz necessário conhecer as demandas físicas e fisiológicas específicas de cada modalidade (BUCHHEIT; LAURSEN, 2013).

Medidas da aptidão física são úteis para os indivíduos avaliados, educadores e pesquisadores, pois são parâmetros de comparação e controle dos níveis individuais ou gerais da condição física. Com a finalidade de contemplar a verificação dos principais aspectos da aptidão física (saúde e desempenho), baterias de testes vêm sendo desenvolvidas e aprimoradas (EUROPA.C, 1990 ). De acordo com Carnaval (2004), a relevância da avaliação dos componentes de desempenho deve-se a sua importante capacidade de intervenção no âmbito das habilidades esportivas. Presume-se que a prática esportiva, mais ou menos qualificada, exige índices pelo menos satisfatórios de desempenho nos componentes motores.

3.2 Desempenho Motor

Muitos são os fatores a serem observados durante o desenvolvimento motor, para Godinho (2007) os primeiros são: a observação e a imitação, esses dois aspectos permitem a criação de uma bagagem de comportamentos que, mais tarde, serão ligados e evoluirão para formas particulares em função das características do envolvimento e dos requisitos de cada situação. Outras variáveis fazem parte desse fenômeno e pesquisadores em suas definições conceituais buscam de forma global abordá-la. Magill (2000), propõe a aprendizagem motora, como sendo uma alteração na capacidade de desempenhar uma habilidade, que deve ser inferida como uma melhora relativamente permanente no desempenho, advinda da prática ou da experiência. Seguindo a mesma linha de pensamento, Schmidt (2001), define que a capacidade do indivíduo para produzir uma tarefa motora está relacionada a mudanças nos seus processos internos.

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Sendo que o nível de aprendizagem motora de um indivíduo aumenta com a prática e é frequentemente inferido pela observação de níveis de desempenho relativamente estáveis, Godinho (2007), com relação a aprendizagem motora, afirma que aprender é reter o que é adquirido pela prática e melhorar os processos de controle motor.

O desempenho, durante o estágio inicial da aprendizagem, é caracterizado por atividade motora com considerável imprecisão, lentidão, inconsistência e aparência rígida. Demonstrando uma grande variabilidade interna na execução da tarefa, comparada com outras fases da aprendizagem, embora apresente um aumento sistemático do desempenho ao longo do tempo (MAGILL, 2000; SCHMIDT, 2001). Dependendo de uma variedade de fatores, tais como as capacidades adquiridas, motivação, experiência prévia e a dificuldade da tarefa, as pessoas atingem um estágio de aprendizagem em que o desempenho se torna mais preciso e consistente. O estágio Intermediário, também chamado de associativo, é tido como uma fase transitória, na qual as respostas aprendidas no primeiro estágio estão disponíveis rapidamente e os erros grosseiros do início da aprendizagem são gradualmente eliminados, os movimentos passam a ser mais relaxados, mais precisos, mais consistentes, mais harmônicos, com menos erros; em suma, mais eficientes. Ao chegar nesse ponto o executor tem uma boa ideia do padrão geral do movimento, iniciando a partir desse ponto, o processo de refinamento, modificação e adaptação daquele padrão para alcançar as demandas ambientais específicas.

O estágio final, se caracteriza pela menor necessidade de processamento de informações para a realização das habilidades, de forma que o indivíduo pode estar engajado em mais de uma atividade que envolve demanda cognitiva. As execuções das habilidades muito praticadas chegam a ser comparadas a reflexos, já que em ambos os casos os movimentos parecem ocorrer de forma inconsciente.

As interpretações dos resultados obtidos por meio das avaliações motoras e testes de aptidão física oferecem informações importantes. Nas ciências do movimento humano os resultados sugerem maneiras de planejar e as direções que devem ser tomadas. Na área do treinamento esportivo os dados servem para estruturar as intervenções, de maneira que as execuções das habilidades possam ser mais consistentes possibilitando vantagens em situações competitivas; dessa maneira os profissionais de desempenho humano sugerem que os princípios de treinamentos de habilidades que podem capacitar indivíduos. De acordo com Schmidt (2001) as utilidades para as informações obtidas por meio das interpretações dos testes e avaliações motoras são muitas. Morrow (2014) afirma que os

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profissionais do desempenho humano de maneira geral, devem entender a medida, o teste de avaliação, pois tomam decisões avaliativas diariamente.

3. 3 Bateria de testes

A cada dia tem surgido maior variedade de baterias de testes para se avaliar as condições físicas, seja em idosos (RIKLI; JONES, 2013), adultos (MARQUES, 2014) e crianças (ALVES, 2014). Algumas destas baterias vêm sendo aplicadas e desenvolvidas desde a década de 1950. Dentre elas podemos citar:

A Bateria de Testes AAHPERD - American Alliance for Health, Physical

Education, Recreation & Dance, cuja primeira versão foi elaborada em 1954 e

posteriormente revisada em 1965, 1976, 1980 e 1988. A interpretação dos resultados desta bateria é sugerida pelo Physical Best. Esse conjunto (bateria-critério) apresenta como principal vantagem o grande número de trabalhos publicados para efeito de comparação (DÓREA, 2008; GLANER, 2005) bem como alta confiabilidade e fácil aplicação. Além disso, requer baixo custo operacional e não necessita de infraestruturas físicas robustas, sendo bastante apropriada para ser aplicada em grande número de sujeitos.

Bateria de Testes PROESP-BR – Projeto Esporte Brasil, que tem o apoio institucional do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Secretaria de Esporte de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, e vem sendo difundida desde 2003. O PROESP-BR é um sistema de avaliação da aptidão física relacionada à saúde e ao desempenho esportivo de crianças e adolescentes no âmbito da educação física escolar e do esporte educacional. É composto por três ferramentas intimamente integradas: (a) Bateria de testes (incluindo adaptações para crianças e adolescentes com síndrome de down, crianças e adolescentes cegos e com deficiência visual) (b) Critérios e normas de avaliação; (c) Apoio virtual amigável.

Ainda no Brasil, o CELAFISCS (Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul – SP), utiliza a seguinte bateria de testes: a) corrida de 1200 metros, banco: Astrand ou Balke, cicloergômetros: PWC170 (para estimar a potência aeróbia); b) corrida de 50 metros (para estimar a potência anaeróbia alática); c) corrida de 40 segundos (para estimar a potência anaeróbia total); d) impulsão vertical, impulsão horizontal, shuttle run, teste de barra, dinamometria manual e dinamometria lombar (para medir a performance motora); e) percepção subjetiva de esforço e socialização (para medidas psicossociais). (MATSUDO; MATSUDO, 1995)

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O programa Desenvolvimento Somato-Motor e Factores de Excelência Desportiva na população escolar portuguesa – FACDEX (1990), que é uma adaptação da bateria

Eurofit para a população portuguesa, tem em seus princípios a premissa de que, o

conhecimento dos valores que exprimem a capacidade motora nos permitirá obter indicadores sobre os padrões do desenvolvimento motor de uma população, avaliada em fases muito importantes do processo de crescimento e desenvolvimento.

O FITNESSGRAM do Cooper Institute for Aerobic Research (PLOWMAN; MEREDITH, 2013), consiste em aplicação de bateria de testes motores composta por cinco itens, obedecendo à sequência: a) “sentar-e-alcançar” alternado (back-saver sit-and-reach); b) abdominal modificado (curl-up); c) elevação do tronco (trunk-lift); d) puxada em suspensão na barra modificado (push-up); e e) caminhada/corrida de “vai-e-vem” (Pacer). Usada em estudos de Guedes et al. (2016) que avaliou aptidão física em escolares no Brasil.

A Bateria de Testes Eurofit - Eurofit Tests of Physical Fitness, proposta pelo Conselho da Europa (1990), possui testes que avaliam dimensões das habilidades motoras, são elas: resistência cardiorrespiratória; força, resistência muscular, velocidade; flexibilidade e equilíbrio. O Comittee for the Development of Sport of the Council of

Europe, com o objetivo de procurar padronizar a utilização de uma única bateria de testes

na avaliação do desempenho motor em integrantes da população infantil e de adolescentes dos países europeus, sugeriu a bateria de testes denominada de EUROFIT, composta por nove testes motores: a) shuttle run ou bicicleta ergométrica (para estimar a resistência cardiorrespiratória); b) dinamometria manual (para estimar a força estática); c) impulsão horizontal (para estimar a força explosiva); d) suspensão na barra (para estimar a força funcional); e) abdominal (para estimar a força do tronco); f) shuttle run (para estimar velocidade de corrida); g) tapping (para estimar a velocidade de membros superiores); h) teste de sentar e alcançar (para estimar flexibilidade); i) teste do flamingo (para estimar equilíbrio); além das medidas antropométricas (para mensurar peso, estatura e dobras cutâneas) e os dados de identificação pessoal. (EUROFIT, 1990). Usada largamente em toda Europa e também no Brasil (KREBS, 2000)

A bateria de testes motores EUROFIT é muito utilizada no mundo todo. A maioria dos estudos com a Bateria EUROFIT procurou evidenciar a relação ente os benefícios da prática da atividade física e a aptidão relacionada à saúde e ao desempenho motor. A

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maioria dos estudos é em população de crianças e adolescentes, de ambos os gêneros, variando as idades entre 6 e 17 anos, com exceção do estudo de (FERREIRA; GOBBI, 2003) que envolveu mulheres na terceira idade.

Parece que as baterias de testes têm se tornado indispensáveis para a avaliação e manutenção da saúde e da condição motora, pois essa também representa um requisito para a aprendizagem de habilidades específicas. Segundo o manual para os testes da aptidão física do Conselho da Europa (1990) e de acordo com Marins e Giannichi (1998), a bateria de testes do EUROFIT foi desenvolvida pela necessidade de avaliar a aptidão física e de estabelecer referências para as crianças em idade escolar (6/7 e 16/18 anos) na Europa, além de servir como estímulo para as crianças praticarem esportes e atividades físicas, mas principalmente servir como instrumento educacional para medir o progresso do desenvolvimento infantil.

É importante ressaltar que os testes EUROFIT selecionados tendem a medir a aptidão motora geral e não a habilidade técnica desportiva específica. Todavia, todos estes testes mostraram a sua validade, distinguindo, por exemplo, os jovens fisicamente ativos dos não-ativos, ou dos praticantes de diferentes desportos.

3.4 Validade

Por muitos anos, os profissionais de educação física, os cientistas do exercício e profissionais ligados ao movimento humano, esporte, assim como também os responsáveis pela saúde pública, têm-se preocupado com a definição, a reprodutibilidade e a validade da medida, bem como, com a avaliação física das pessoas de todas as idades. Essa preocupação leva a um número crescente de testes de aptidão física e protocolos tanto para o teste em massa como para o teste individual.

A coleta de dados sobre as quais os resultados são baseados, deve preocupar-se com a validade das medidas que se está utilizando. De acordo com Marins e Giannichi (1998) e Thomas e Nelson (2012), a validade da medida indica o grau no qual o teste ou instrumento mede o que se espera que ele supostamente deva medir. Assim, a validade refere-se à segurança da interpretação de um teste, que é a mais importante consideração em medição. Já para Richardson (2017), a validade indica a capacidade de um instrumento produzir medições adequadas e precisas para chegar a conclusões corretas (validade interna), bem como a possibilidade de aplicar as descobertas a grupos semelhantes (validade externa).

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Dependendo da finalidade do teste, da interpretação que se dará aos escores e do seu uso, existem diferentes formas de avaliar o grau de validade dos testes pode ser através da validade lógica, validade de conteúdo, validade de critério e validade de construto. (NELSON, 2012).

A validade lógica se refere à condição que é invocada quando a medida envolve obviamente a performance sendo medida. Ocasionalmente, a validade lógica é utilizada em estudos de pesquisas, mas para ter mais evidência objetiva utiliza-se a validade de medida. A validade de conteúdo relaciona-se quase que exclusivamente à aprendizagem em ambientes educacionais. É a condição invocada quando um teste mostra adequadamente o que foi abrangido no curso, quando os itens que constituem um instrumento de medida são representativos do universo que ele pretende representar, ou ainda, se os itens são, do ponto de vista teórico, indicadores da variável a ser medida. Já a validade de critério é estabelecida por se demonstrar empiricamente à existência de relação (por um coeficiente de correlação ou outra medida de associação) entre a medida do construto, realizada com instrumento a validar e uma outra variável relevante (critério). É utilizada nos contextos de validade concorrente (usualmente empregada quando os pesquisadores desejam substituir um critério que é difícil de medir por um teste mais curto e mais facilmente administrado) e validade preditiva (prediz o comportamento futuro de um indivíduo ou estima sua situação atual com respeito a uma variável de particular importância, mas diferente do instrumento).

3.5 Reprodutibilidade

Como requerimentos mínimos para um instrumento de coleta de informações sobre atividades físicas realizadas devem constar fidedignidade e validade das medidas, a fácil administração e a não interferência com os padrões habituais de comportamento (DISHMAN, 1988). Para que um instrumento seja considerado válido, é preciso que ele seja fidedigno, quer dizer, se aplicado repetidas vezes num período de tempo em que o nível de atividades físicas não tenha mudado, os resultados devem ser semelhantes. A fidedignidade (ou reprodutibilidade) de um instrumento pode ser absoluta ou relativa (WOOD, 1989). Ela é absoluta quando se compara diversas aplicações de uma medida num mesmo grupo, considerando-se a significância da diferença absoluta (entre os escores). A fidedignidade relativa é a mais importante neste processo de validação de instrumentos de medida e geralmente é determinada por algum coeficiente de correlação. Neste caso, a

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fidedignidade estimada pode ser de consistência interna (grau de similaridade dos escores em aplicações num mesmo dia), de estabilidade (reprodutibilidade dos resultados em aplicações em dias diferentes), ou de objetividade (grau de concordância entre resultados de um teste aplicado a um mesmo grupo em ocasiões diferentes, por diferentes pessoas).

A fidedignidade é uma parte importante da validade, que diz respeito à consistência ou à possibilidade de repetição de uma medida. Um teste não pode ser considerado válido se não for fidedigno. O teste de fidedignidade é às vezes discutido em termos de escore observado (composto pelo escore verdadeiro e pelo escore do erro de uma pessoa), escore verdadeiro (parte do escore observado que representa o escore real do indivíduo e não contém erro de medida) e escore do erro (parte de um escore observado que é atribuída ao erro de medida) (THOMAS; NELSON, 2012). O erro de medida pode vir do sujeito, da testagem, da pontuação e da instrumentação. Associado ao sujeito, o erro de medida inclui fatores como humor, motivação, fadiga, saúde, flutuações na memória (e a performance), a prática anterior, o conhecimento específico e a familiaridade com os itens do teste (MARINS; GIANNICHI, 1998; THOMAS; NELSON, 2012). Os erros na testagem são aqueles que podem surgir pela falta de clareza ou integridade nas orientações, pela maneira mais ou menos rigorosa de aplicação das instruções, pela aplicação de instrução ou motivação suplementares. Os erros na pontuação relacionam-se com a competência, a experiência e a dedicação dos avaliadores, bem como a natureza do próprio escore. O nível em que o avaliador está familiarizado com o comportamento testado e com os itens do teste pode afetar em grande medida a precisão da pontuação.

O descuido e a desatenção ao detalhe produzem erros de medida. Os erros de medida quanto à instrumentação incluem a falta de precisão e a falta de calibragem do equipamento, referindo-se também, à inadequação dos testes na discriminação entre capacidades e à dificuldade de pontuação em alguns testes. É mais fácil estabelecer a fidedignidade do que a validade, na concepção de Thomas e Nelson (2002). Para tanto, há três tipos de coeficientes de fidedignidade, divididos em: a) determinação da estabilidade (utiliza o método teste-reteste em dias diferentes); b) construção de formas alternadas (ou método de forma paralela ou método de equivalência); e c) obtenção da consistência interna (utiliza o método teste-reteste no mesmo dia; a técnica das metades; o método de Kuder-Richardson; e o coeficiente alfa). Para determinar a fidedignidade de um teste ele deve ser aplicado a um grupo apropriado de pessoas e em circunstâncias também adequadas.

Como se trata de um critério baseado na correlação de escores ou resultados, existem diferentes formas de correlação e, portanto, diferentes medidas ou métodos para o

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cálculo da fidedignidade (THOMAS; NELSON, 2012): a) Método de Teste-Reteste: consiste em um único instrumento aplicado duas vezes no mesmo grupo. O método de teste-reteste em dias diferentes é frequentemente utilizado em medidas de aptidão e performance motora, com menos frequência com testes escritos, serve para determinar o coeficiente de estabilidade. É um dos testes de consistência mais rigorosos, porque os erros associados às medidas têm mais probabilidade de ser evidenciado quando as duas aplicações do teste são separadas por um dia ou mais. O intervalo não pode ser tão longo que as mudanças reais na capacidade, maturação ou aprendizagem ocorram entre as duas aplicações do teste.

Thomas e Nelson (2002) citam também, o método teste-reteste no mesmo dia, utilizado quase que exclusivamente com testes de performance física, pois efeitos práticos e de memória tendem a produzir de forma artificial altas correlações quando essa técnica é usada nos testes escritos. Este método resulta em um coeficiente de fidedignidade maior do que quando é feito em dias diferentes; b)Método das Formas Alternadas: este método estabelece a fidedignidade que envolve a construção de dois testes que supostamente amostram o mesmo material, ou seja, quando os mesmos indivíduos podem ser testados com uma forma do teste na primeira ocasião e com outra, equivalente, na segunda. Este método é algumas vezes referido como método de forma paralela ou método de equivalência. É uma técnica com testes padronizados amplamente utilizados, mas raramente com testes de performance física, provavelmente porque é mais difícil construir dois conjuntos diferentes de bons testes físicos do que elaborar dois conjuntos de questões; c) Técnica das Metades: o teste é dividido em dois e as duas metades são correlacionadas, usualmente fazendo dos números ímpares uma parte e dos números pares a outra metade. Esse método tem sido utilizado para testes escritos e, ocasionalmente, em testes de performance que requerem numerosas tentativas.

Outro método das metades é o método Flanagan, que analisa a variância das metades do teste em relação à variância total. Nenhuma correlação ou procedimento de progressão Spearman-Brown é envolvido neste caso; d) Método de Kuder-Richardson: baseia-se na consistência de respostas a todos os itens do teste (consistência inter-item), também com uma única aplicação do teste e o coeficiente de fidedignidade é calculado por diferentes métodos. Pode ser usado para itens pontuados dicotomicamente (certo ou errado); e) Coeficiente alfa: algumas vezes referido como o coeficiente alfa de Cronbach. Técnica utilizada na estimativa de fidedignidade de múltiplos testes. Pode ser utilizado com

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itens que têm várias medidas de valores, tais como testes de redação e escalas de atitude com pontuações tais como “concordo fortemente”, “concordo”, etc.

Outra forma de fidedignidade que se refere aos aplicadores de testes é chamada de fidedignidade entre aplicadores (THOMAS; NELSON, 2012). É o grau no qual diferentes aplicadores podem alcançar os mesmos escores sobre os mesmos sujeitos. Também é chamado de objetividade. Quando os resultados do teste não são afetados por preconceitos ou julgamento pessoal do examinador, diz-se que ele é objetivo. O grau de objetividade pode ser estabelecido tendo-se mais do que um aplicador coletando dados, então os escores são analisados com técnicas de correlação intraclasse para obter um coeficiente de fidedignidade entre aplicadores. Algumas formas de pesquisa em atividade física envolvem a observação de certos comportamentos em ambientes do modo real, tais como durante as aulas de educação física ou a participação em um esporte. Isto envolve o uso ou desenvolvimento de algum tipo de instrumento de codificação. Frequentemente, o instrumento tem uma série de categorias nas quais os vários comportamentos motores podem ser codificados e para estimar a fidedignidade entre os codificadores, utiliza-se a concordância entre observadores (CEO) (THOMAS; NELSON, 2012).

Já o grau de concordância entre duas variáveis pode ser expresso através de um coeficiente ou correlação. Um coeficiente de correlação é usado para relatar fidedignidade (confiança), objetividade e validade. O símbolo r é utilizado para designar o coeficiente de correlação, computado matematicamente, podendo variar de –1 a +1. Quanto mais próximo do 1,00 o coeficiente está, menos variância de erro é refletida e mais o escore verdadeiro é avaliado (MATHEWS, 1986; THOMAS; NELSON, 2012) . Dessa forma um padrão de avaliação de testes, realizada através da análise de seu coeficiente de correlação: r = 0,90 a 0,99: testes que mostrem uma correlação dentro desta faixa revelam acordo excelente entre as variáveis (MATHEWS, 1986). Os testes de aptidão física devem mostrar confiança e objetividade dentro desta faixa; r = 0,80 a 0,89: os coeficientes de objetividade ou confiança inseridos nesta faixa podem ser considerados moderados; os coeficientes de validade dentro desta faixa podem ser interpretados como muito bons de 0,80 a 0,85 e excelentes acima de 0,85. Um coeficiente de validade acima de 0,89 raramente é obtido; r = 0,70 a 0,79: em testes de aptidão física esta faixa pode ser considerada fraca ou moderada para a confiança e a objetividade, podendo ser considerada boa para a validade. A complexidade das variáveis envolvidas é determinante do grau de correlação aceitável para a validade. Para testes na área da psicologia, coeficientes de confiança e objetividade nesta faixa podem ser considerados bons; r = 0,60 a 0,69: esta faixa de correlação, bem como as

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faixas inferiores, de maneira geral é considerada fracas. A exceção poderia ser feita para a validade dos testes mais complexos.

A adequação também faz parte da fidedignidade e consiste dos cuidados que devem ser observados quando da elaboração do teste, tais como adequação do tamanho da amostra, adequação do número de itens do teste, adequação do ambiente, etc, ou seja, fatores que garantam a fidedignidade do teste. Ao mesmo tempo que existem fatores que garantem a fidedignidade de um teste, existem fatores que a afetam, podendo ser relativos ao teste e ao sujeito examinado. Os fatores relativos ao teste indicam que, quanto maior o número de itens, maior a fidedignidade, quanto menor a amplitude de dificuldade dos itens, maior a fidedignidade, quanto maior a interdependência dos itens, menor a fidedignidade, quanto mais objetiva a correção/anotação, maior a fidedignidade, quanto maior a possibilidade de acerto casual, menor a fidedignidade e quanto mais homogêneo o teste, maior a fidedignidade. Já os fatores relativos ao sujeito examinado envolvem a velocidade na realização do teste, a precisão das respostas – compreensão, a motivação, as perturbações durante os testes e o conhecimento prévio dos itens / do teste.

3.6 O teste Golpeio de placas

O teste de velocidade de membros superiores que faz parte da bateria de testes

Eurofit (EUROFIT, 1990), tem o propósito de avaliar a velocidade dos membros

superiores. Para execução do teste são requeridos os seguintes equipamentos (Figura 2): a) Mesa Ajustável – A altura da mesa deve ser ajustada na altura do quadril do avaliado. b) Dois Discos (diâmetro de 20 centímetros), posicionados a 60 centímetros um do outro em uma linha paralela ao sujeito. c) Um retângulo (30x20 centímetros), posicionado equidistante entre ambos os discos.

Para a realização do teste, a criança ou adolescente avaliado fica em pé, com os membros inferiores ligeiramente afastados, sua mão não dominante colocada sobre o retângulo e a mão dominante no disco de forma que os braços estejam sobre postos. Ao sinal “vai” a criança move o mais rápido possível a sua mão dominante, passando por cima da mão parada no retângulo, em direção ao outro lado e voltou a posição inicial (esta movimentação corresponde a um ciclo). A criança deveria completar 25 ciclos o mais rápido possível sendo que o resultado foi o menor tempo gasto para executar os 25 ciclos. O Conselho da Europa recomenda, para a realização do teste de Golpeio de Placas do EUROFIT, levar em consideração alguns pontos adicionais importantes como a

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contagem dos ciclos que deverá ser em voz alta e feita pelo avaliador; a mesa deverá ficar à altura umbilical da criança; o avaliador deve ficar do lado da mão em que a criança irá iniciar o teste; a mão no retângulo deve permanecer no mesmo e a outra deverá tocar sempre dentro dos discos; à criança será dada a oportunidade de fazer um ciclo para se familiarizar com o teste; recomenda-se dois avaliadores durante o teste; um para cronometrar o tempo e outro para contar os ciclos; em caso da criança não tocar no disco, um toque extra deve ser adicionado, a fim de que atinja os 25 ciclos.

As informações fornecidas pelo teste de Golpeio de Placas do Eurofit mostram somente o tempo total do teste. O objetivo de utilizar um aparelho automatizado pra verificação de velocidades de membros superiores é de visualizar as informações intrínsecas do teste, que somente com o resultado final não podem ser observadas. Santos (2009) ao observar a curva de desempenho em seu estudo, destacou intervalos distintos durante a execução do teste.

Para melhor visualizar esses intervalos foram feitas 3 divisões nos 25 ciclos para evidenciar três fases distintas durante a execução do teste, na qual denominou a 1ª fase de Adaptação, a 2ª fase de otimizada e a 3ª fase de Fadiga. Do 1º toque até o 15º toque, foi denominado esse intervalo de Fase de Adaptação, pois de acordo com as linhas de tendência do tempo de voo é possível observar uma tendência na diminuição do tempo, que representa maior velocidade de execução no teste. Do 16º toque até o 30º toque, foi denominado esse intervalo de Fase Otimizada, chamado assim, pois nessa fase ocorreu uma estabilização do melhor desempenho dos avaliados. Do 31º toque até o 50º toque, foi denominado esse intervalo de Fase de Fadiga, chamado assim, pois é possível observar que o desempenho tende a piorar, a variabilidade entre os toques torna-se maior, e as linhas de tendência inclinam-se em direção ao aumento do tempo (SANTOS, 2009).

Portanto, o desenvolvimento de um sistema de medição se justifica pela possibilidade de observação do desempenho do executante toque a toque, registrando as acelerações e desacelerações, desde o início do teste até o final, possibilitando fazer outras inferências, como investigar as mudanças da velocidade, e observar dentro dessas variações o impacto da intervenção motora (SANTOS, 2009).

3.7 Automação

Devido a uma evolução no modo de produção, o homem passou a produzir mercadorias em maior escala. Com o objetivo de aumentar a produtividade, diversas

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inovações tecnológicas como máquinas modernas, capazes de produzir com maior precisão e rapidez quando comparadas ao trabalho manual. (ROGGIA, 2016).

Basicamente, a automação industrial pode ser dividida em duas modalidades quanto aos tipos de processos: processos da manufatura e processos contínuos. Os processos da manufatura são aqueles em que há grande movimentação mecânica de partes. O exemplo mais clássico é a indústria automobilística. Na linha de montagem, há robôs soldadores, esteiras transportadoras e outros sistemas. Nos processos da manufatura, as grandezas mais comuns são força, velocidade e deslocamento. os processos contínuos são caracterizados pela pouca movimentação mecânica de partes. (GROOVER, 2011)

Outra classificação aceita para os sistemas automatizados de produção está relacionada ao grau de flexibilidade, sendo definidos três tipos básicos: automação rígida, programável e flexível. Automação rígida – está baseada em uma linha de produção projetada para a fabricação de um produto específico. Apresenta altas taxas de produção e inflexibilidade do equipamento na acomodação da variedade de produção. Automação programável – o equipamento de produção é projetado com a capacidade de modificar a sequência de operações de modo a acomodar diferentes configurações de produtos, sendo controlado por um programa que é interpretado pelo sistema. Diferentes programas podem ser utilizados para fabricar novos produtos (GROOVER, 2011). Esse tipo de automação é utilizado quando o volume de produção de cada item é baixo. Automação flexível – reúne algumas das características da automação rígida e outras da automação programável. O equipamento deve ser programado para produzir uma variedade de produtos com algumas características ou configurações diferentes, mas a variedade dessas características é normalmente mais limitada que aquela permitida pela automação programável. (ROGGIA, 2016)

Sistemas automatizados estão se tornando mais difundidos, e o grau de automação que é possível tem aumentado. Recentemente, tem havido um crescente interesse em automação artificialmente inteligente (CAPELLI, 2010). Portanto, para sistemas altamente automatizados com todos os estágios e níveis de automação há claramente uma necessidade de intervenção humana ocasional (WICKENS, 2018). A automação de de protocolos analógico diminuem o erro de medida, e facilitam o processo de avaliação.

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27 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 População e amostra

Para o estudo de validação, foi realizado um estudo transversal no qual participaram crianças e adolescentes que realizam atividades em projeto de iniciação esportiva. A amostra foi composta por 144 crianças e adolescentes de ambos os sexos (n=144), com idades entre 08 e 17 anos. Sendo 76 do sexo masculino e 68 do sexo feminino. Para validação cruzada a população foi composta por 75 crianças e adolescentes de ambos os sexos (n=75), com idades entre 08 e 17 anos. Sendo 41 do sexo masculino e 34 do sexo feminino.

4.2 Desenho do estudo

Para alcançar os objetivos do estudo, o mesmo foi dividido em duas partes. A primeira parte foi organizada com o intuito de realizar a validação do aparelho automatizado Tapping test (AATT). Em um segundo momento foi proposta uma nova coleta para a validação cruzada do aparelho. Para a validação os participantes foram selecionados por conveniência, porém para a validação cruzada, todos os participantes foram selecionados de forma aleatória. Nas duas situações todos foram submetidos a uma explicação sobre a execução dos testes e utilização do aparelho. Foi realizada uma sessão de familiarização aos testes, sendo eles: (a) Golpeio de placas original e (b) aparelho automatizado Tapping Test (AATT), com um intervalo de 30 min entre eles. A coleta de dados foi realizada em duas etapas, inicialmente os participantes realizaram o teste conforme o protocolo golpeio de placas (EUROFIT, 1990) e 30 min após o primeiro teste os mesmos realizaram o teste no AATT. Na validação cruzada, os participantes realizaram ainda uma segunda avaliação no aparelho automatizado tapping test (AATT) a fim de se verificar a reprodutibilidade do aparelho. Todos os participantes receberam estímulos verbais durante os testes (Figura 1). Foram utilizados dois avaliadores, um avaliador para contabilizar o tempo e outro avaliador para contabilizar os toques, conforme protocolo original e apenas um único avaliador para operar o sistema do AATT. O intervalo entre a Coleta da validação e validação cruzada foi de três meses.

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Figura 1: Desenho do estudo.

4.3 Critérios de inclusão e exclusão

Como critérios de inclusão determinou-se: ter idade compatível com a idade estabelecida para a pesquisa (08-17 anos), para os critérios de exclusão determinou-se: apresentar qualquer incapacidade motora ou cognitiva que impossibilitasse a realização dos testes.

4.4 Comitê de ética

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Parecer nº 1249937/2015), seguindo as diretrizes para coleta de dados em seres humanos, conforme a resolução nº 466/12, do Conselho Nacional de Saúde, assim como, foram respeitados rigorosamente os princípios éticos contidos na Declaração de Helsinki (2008).

4.5 Variáveis analisadas 4.5.1 Medidas antropométricas

Todos os sujeitos foram avaliados descalços e vestindo o mínimo de roupa possível, sem que houvesse qualquer constrangimento ao participante, sendo mensurado a massa e a estatura corporal (MARFELL; JONNES 2012).

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29 Massa corporal (kg): O sujeito se manteve em pé, localizado no centro da plataforma em

posição ortostática sendo orientado a evitar qualquer tipo de movimento durante a avaliação. A medida foi realizada em uma balança eletrônica (Welmy®, São Paulo, Brasil), com capacidade de 300 kg e resolução de 50 gramas (Figura 2).

Figura 2. Balança digital (Welmy®, São Paulo, Brasil)

Estatura (cm): O sujeito ficou em pé, com os pés descalços e calcanhares unidos,

encostando calcanhares, glúteos, escápulas e a parte de trás da cabeça (osso occipital) em uma parede plana e sem rodapé. Com o olhar alinhado no plano de Frankfurt, devendo se manter em apneia inspiratória máxima durante a medida que foi considerada da distância da planta dos pés até o ponto mais alto da cabeça (vértex). A estatura foi identificada por um estadiômetro portátil (Sanny ®, São Bernardo do Campo, Brasil), com resolução de 0,1 mm (Figura 3).

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Dominância manual: por meio do teste para diagnóstico de preferência da mão; na qual o participante arremessa uma bola (tênis), escreve ou desenha (caneta e papel) e faz um quadrado com palito de fósforos (caixa de fósforos). Caracterizando-o como destro, sinistro ou indefinido (FARIA, 2001; NEGRINE, 1986).

4.5.2 Desempenho motor

Golpeio de placas EUROFIT: Para execução do teste são requeridos os seguintes

equipamentos: a) Mesa Ajustável – A altura da mesa deve ser ajustada na altura da cicatriz umbilical do avaliado. b) Dois Discos (diâmetro de 20 centímetros), posicionados a 60 centímetros um do outro em uma linha paralela ao sujeito. c) um retângulo (30x20 centímetros), posicionado equidistante entre ambos os discos (Figura 4).

Figura 4: Golpeio de placas (EUROFIT,1990).

Aparelho Automatizado Tapping Test (AATT): construído com o intuito de

mensurar dados que possibilitam a otimização do teste de golpeio de placas EUROFIT (1990), o AATT possui dimensões idênticas ao do teste original, composto por partes metálicas possui ajuste regulável de altura e entre placas, para protocolos de tempo fixo e de distâncias por idade (OELKE; KROEFF; KREBS, 2004). Acompanha sistema eletrônico de aferição (hardware) e software desenvolvido para o mesmo. Desta forma o sistema registra o desempenho do executante toque a toque, considerando as acelerações e desacelerações, desde o início do teste até o final do teste, possibilitando fazer outras medidas, como tempo de contato com as placas, o tempo de voo entre as placas, para cada ciclo, e o tempo total do teste com precisão de milissegundos (ms). O aparelho apresenta sinais sonoros e luminosos que auxiliam avaliador e avaliado no início e término do teste

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e contabiliza o tempo de realização conforme metodologia validada no teste original. Todos os dados são armazenados em uma planilha pelo software criado para o aparelho AATT, apresentado na Figura 5 e 6.

Figura 5: Aparelho AutomatizadoTappingTest (AATT)

4.6 Procedimentos

Teste golpeio de placas EUROFIT

O desempenho motor foi verificado por meio do teste de velocidade de membros superiores pelo teste Golpeio de placas, seguindo o protocolo do (EUROFIT, 1990) e em seguida avaliado no aparelho automatizado tapping test (AATT).

Para o teste original, o Conselho da Europa recomenda que para a realização do teste de Golpeio de Placas do EUROFIT, levar em consideração alguns pontos adicionais importantes como a contagem dos ciclos que deverá ser em voz alta e feita pelo avaliador; a mesa deverá ficar à altura umbilical da criança; o avaliador deve ficar do lado da mão em que o avaliado irá iniciar o teste; a mão no retângulo deve permanecer no mesmo e a outra deverá tocar sempre dentro dos discos; recomenda-se dois avaliadores durante o teste; um para cronometrar o tempo e outro para contar os ciclos; em caso da criança não tocar no disco, um toque extra deve ser adicionado, a fim de que atinja os 25 ciclos (EUROFIT, 1990).

1. Sistema de aferição (hardware) 2. Discos de toque/Placas metálicas 3. Ajuste de distância entre os discos 4. Regulagem de altura

5. Sinais luminosos e sonoro (Buzzer)

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5-32 Aparelho automatizado Tapping test (AATT)

Para a realização do teste com o Aparelho automatizado Tapping test (AATT), o procedimento metodológico foi idêntico ao teste original (EUROFIT), entretanto a contagem dos ciclos e toques foi realizada pelo software desenvolvido para o AATT. Para realizar a contagem dos toques, o sistema eletrônico do Aparelho automatizado Tapping Test consta com uma plataforma micro controladora, Arduino Uno, que envia um sinal elétrico de 5 volts (V) para a placa metálica central do sistema mecânico, e um circuito de comparação de tensão usando um circuito integrado (CI) conectado nas duas placas metálicas que se encontram nas extremidades do sistema mecânico.

As placas das extremidades se encontram com uma tensão de 0 V. O teste é iniciado quando o usuário posiciona a mão dominante na placa central da plataforma e toca com a outra mão na placa da extremidade do lado da mão dominante. O usuário tem um papel importante, pois o mesmo realiza uma ponte de conexão entre as duas placas enviando a tensão de 5 V para a placa da extremidade para realizar a comparação de tensão.

O circuito de comparação de tensão envia um sinal de tensão para a plataforma micro controladora Arduino quando a placa da extremidade receber uma tensão de 4V~ 5V, assim, o microcontrolador realiza as contagens dos toques, o intervalo de tempo e o tempo total do teste. Mesmo que o usuário toque a mesma placa duas vezes a contagem só continua se houver uma alternação entre os toques nas placas, que enviará os dados ao software instalado em computador conectado ao mesmo. O início e final do teste também são sinalizados pelo aparelho por meio de sinal sonoro e luminoso garantindo a atenção do avaliado por diferentes estímulos.

Dessa forma, é necessário apenas um (01) avaliador que ajusta o início do procedimento no computador conectado ao aparelho. O Aparelho ainda conta com duas programações de protocolos: 1- com escolha de toques (10, 20 ,30, 40 e 50 toques) e 2- escolha de tempo (15, 12 e 10 segundos) contados de forma regressiva. Todos os dados são apresentados no painel LCD. Os dados dos avaliados são inseridos em uma planilha, criada especificamente para seu fim, e ao término do teste os dados coletados são ajustados em uma planilha de forma simultânea (Apêndice 3).

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33

Figura 6: Hardware controlador (AATT)

4.7 Análise estatística

Para a validação do Aparelho Automatizado Tapping Test (AATT) foi aplicado o teste de Kolmogorov-Smirnov para verificar o pressuposto de distribuição normal dos dados, que foi confirmado para todas as variáveis. A análise descritiva constou das medidas de média e desvio padrão de todas as variáveis do estudo. Para verificar a validade do aparelho proposto os resultados médios estimados foram comparados aos resultados médios medidos no teste original pelo teste “t” pareado, além disso foram calculados o coeficiente de correlação de Pearson (r), o coeficiente de determinação (r2). Foi utilizada a abordagem proposta por (Lin, 1989) para a análise do Coeficiente de Correlação de Concordância (CCC), a fim de verificar a validade (Cb)

e a precisão (ρ) entre os valores estimados e medidos na validação. E, verificado o Coeficiente de correlação intracalasse (CCI). A plotagem de Bland-Altman foi utilizada para verificar o viés e a concordância entre o teste original EUROFIT e o AATT, sendo os limites de concordância (LC) definidos como a média das diferenças + 1,96 desvios padrão.

Para a validação cruzada e reprodutibilidade do aparelho proposta no presente estudo, os mesmos testes foram aplicados. Foi adotado um p < 0,05 para significância e as análises foram realizadas com o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 20.0 e MedCalc v.12.5.0.

Considerando que as avaliações foram realizadas por um mesmo avaliador e a importância da diferença entre resultados de aferição do mesmo para esse estudo, uma vez que a menor diferença possibilita minimizar ao máximo quaisquer interveniências na mensuração das medidas, foi utilizado o erro técnico de medida (ETM) intra-avaliador, com objetivo de mensurar os resultados entre os diferentes tipos de aplicação do protocolo do golpeio de placas (AATT e original EUROFIT) utilizando-se para realização dos cálculos a equação proposta por Perini (2005):

(34)

34 Equação 1

Em que:

∑ = somatório dos desvios elevado ao quadrado; n = número de voluntários medidos;

i = quantos forem os desvios.

Equação 2 Em que:

ETM = Erro técnico da medida, expresso em %; VMV = Valor médio da variável.

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35 RESULTADOS

O presente projeto de pesquisa permitiu a elaboração de dois manuscritos científicos. O primeiro, intitulado “Validation of automated apparatus for upper limb velocity testing” (Apêndice 4) foi submetido no periódico Motricidade, que possui qualis B1 da Capes para a Educação física (Anexo1). O segundo manuscrito intitulado (provisoriamente) “Validação cruzada de aparelho Automatizado para verificação de velocidade de membros superiores em crianças e adolescentes”. Para efeito de organização, maior clareza e profundidade nas discussões, os dados foram reportados separadamente e a por se tratar de uma discussão bastante semelhante a mesma foi apresentada de forma única. Desta forma, os resultados e discussões aqui apresentados refletem a capacidade do aparelho construído ser eficiente para a verificação da variável velocidade de membros superiores.

5.1 Resultados do Artigo 1 – VALIDATION OF AUTOMATED APPARATUS FOR UPPER LIMB VELOCITY TESTING

Com o intuito de caracterizar a amostra avaliada, a tabela 1, reporta os resultados descritivos relacionados dos avaliados.

Tabela 1 – Caracterização da amostra.

Variáveis N Percentual Média Desvio padrão

Mão dominante Destro 126 88,1 - -

Sinistro 17 11,9 - -

Idade (anos) 144 - 12,61 ,8994

Massa (kg) 144 49,63 15,06

Estatura (cm) 144 155,00 0,151

IMC (kg/m2) 144 20,66 4,09

IMC: índice de massa corporal; kg: quilograma; cm: centímetros.; m2: metro ao quadrado

O erro técnico de medida intra-avaliador foi verificado entre as duas avaliações realizadas para cada teste, sendo verificada diferença entre os mesmos, com resultados

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expressivamente melhores para AATT, apesar do teste original apresentar classificação aceitável.

Tabela 2 - Erro Técnico de medida (ETM)

Validação Teste Original (EUROFIT) Teste AATT

ETM 4,8% 1,52 %

O teste de comparação de médias (t pareado), não identificou diferença significativa entre os dois métodos de avaliação (p=0,647) entre o teste original Eurofit e o aparelho AATT. A tabela 3 reporta os dados encontrado nas análises da validação.

Tabela 3 - Análises da validação.

Análise CCC

CCC ρ Cb r² CCI

VALIDAÇÃO 0,823 0,820 0,999 0,716 0,901

Legenda: CCC,coeficiente de correlação de concordância; ρ, precisão; Cb, validade; CCI, coeficiente de

correlação intraclasse.

Foi utilizado o modelo de Bland-Altman a fim de demonstrar os limites de concordância dos testes aplicados.

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37 Figura 7 – Plotagem de Bland-Altman entre teste Original e AATT.

A fim de demonstrar a capacidade de aferição do aparelho, com variáveis intrínsecas ao teste, foram desenvolvidos quatro figuras que demonstram o tempo total de teste para os 50 toques, o tempo de voo e o tempo de contato com as placas. A média do tempo total do teste foi de 12,89 segundos para o teste original e de 12,77 segundos para o AATT. Foi identificado que cerca de 67,84% do tempo total é composto do tempo de voo, e 32,15% de contato com as placas metálicas.

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38 Os figuras 3,4 e 5 demonstram a média do desempenho dos participantes em relação ao tempo de voo e contato com as placas. Todos as figuras ressaltam o desempenho de acordo com as fases proposta por Santos (2009).

Figura 9 - Média de tempo de voo.

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40 5.2 Resultados do Artigo 2 - Validação cruzada de aparelho Automatizado para verificação de velocidade de membros superiores em crianças e adolescentes.

Com o intuito de caracterizar a população avaliada, a tabela 3, reporta os resultados descritivos relacionados aos avaliados.

Tabela 4 – análise descritiva dos avaliados.

Variáveis N Percentual Média Desvio padrão

Mão dominante Destro 62 82,7 - -

Sinistro 13 17,3 - -

Idade (anos) 75 - 12,34 2,18

Massa (kg) 75 - 47,43 14,19

Estatura (cm) 75 - 1,52 0,140

IMC (kg/m2) 75 - 20,40 4,17

IMC: índice de massa corporal; kg: quilograma; cm: centímetros.; m2: metro ao quadrado

O teste de comparação de médias (t pareado), não identificou diferença significativa entre os dois métodos de avaliação (p=0,128). Para os dados entre o teste original Eurofit e o aparelho AATT. A tabela 5 reporta os dados encontrado nas análises da validação cruzada e reprodutibilidade. Foi utilizado a plotagem de Bland-Altman a fim de demonstrar os limites de concordância dos testes aplicados.

Tabela 5 - Análises da validação cruzada e Reprodutibilidade.

Análise CCC

CCC ρ Cb r² CCI

VALIDAÇÃO CRUZADA 0,997 0,997 0,999 0,995 0,998

REPRODUTIBILIDADE AATT 0,825 0,839 0,967 0,728 0,920

Legenda: CCC,coeficiente de correlação de concordância; ρ, precisão; Cb, validade; CCI, coeficiente de

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41 Figura 12 - Plotagem de Bland-Altman entre teste Original e AATT (validação cruzada)

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A Figura 8, reporta a média do tempo total dos respectivos testes, sendo 13,19 segundos para o teste original e de 13,01 segundos para o AATT.

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43 DISCUSSÃO

Considerando os objetivos propostos, a validação de um aparelho de avaliação da velocidade de membros superiores automatizado visa a tornar mais eficiente a aplicação do teste validado pelo EUROFIT (1990), facilitando as avaliações motoras para os profissionais da área e minimizando o erro humano. Considerando que a metodologia original aplicada pode ser aperfeiçoada e otimizada, facilitando a coleta de dados de grandes grupos na área esportiva e da saúde, o aparelho desenvolvido demonstra eficiência em seus resultados quando comparado ao teste original.

No desenvolvimento de protocolos unilaterias de membros é importante observar a preferência motora dos indivíduos avaliados. Observa-se de forma geral na população uma preferência pela utilização do hemicorpo direito para execução dos testes. De acordo com Gallahue e Ozmun (2003), 85% das crianças apresentam preferência manual direita e 15% preferem a mão esquerda. Outros estudos também apontam questões sociais, para escolha da preferência manual (FARIA, 2001). O presente estudo considera a dominância manual como fator importante para aplicação do teste no aparelho. Esta dominância definida por teste específico (FARIA, 2001; NEGRINE, 1986) e não por condições autorrelatada.

A aferição de variáveis específicas como velocidade e velocidade de membros superiores, é de importante significado para que treinadores e profissionais do desempenho, identifiquem avanços e falhas de aprendizagem e coordenação. Ela está presente na maioria dos esportes em que há arremessos de projéteis (tênis de mesa, tênis, vôlei), ou coordenação como natação e corrida. A velocidade é definida por Magill (2000) como uma medida cinemática que descreve como a posição do movimento varia relativamente ao tempo. É calculada, dividindo o deslocamento (alterações nas localizações espaciais de um membro ou de uma articulação durante o decorrer do movimento) pelo tempo.

De acordo com Marins; Giannichi, (1998) a velocidade de membros e considerado como o tempo gasto por um indivíduo para impulsionar seu corpo ou parte dele no espaço. Esta velocidade diferencia-se da velocidade de deslocamento porque somente uma parte do corpo está em movimento, já na velocidade de deslocamento há o deslocamento do corpo inteiro.

A observação dessa variável é importante para direcionar características de treinamento específicas em cada modalidade ou até mesmo para grupos com idade diferenciada como em um estudo realizado por Oelker, (2005) foi observado que utilizando o teste Golpeio de placas com

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