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Disclosure ambiental : um panorama evolutivo dos níveis de evidenciação de uma empresa do setor elétrico

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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

CAROLINA VELOSO MACIEL

Disclosure Ambiental: Um panorama evolutivo dos níveis de

evidenciação de uma empresa do Setor Elétrico

RECIFE 2012

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CAROLINA VELOSO MACIEL

Disclosure Ambiental: Um panorama evolutivo dos níveis de

evidenciação de uma empresa do setor Elétrico

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Acadêmico em Ciências Contábeis do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal de Pernambuco, como requisito para a obtenção do título de Mestre em Ciências Contábeis.

Orientador: Profª. Drª. Umbelina Lagioia

Recife 2012

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M152d Maciel, Carolina Veloso

Disclosure ambiental : um panorama evolutivo dos níveis de

evidenciação de uma empresa do setor elétrico / Carolina Veloso Maciel. - Recife : O Autor, 2012.

105 folhas : il. 30 cm.

Orientador: Profª. Dra. Umbelina Lagioia.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CCSA. Ciências Contábeis, 2012.

Inclui bibliografia.

1. Sustentabilidade. 2. Contabilidade ambiental. 3. Disclosure ambiental. I. Lagioia, Umbelina (Orientadora). II. Título.

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CAROLINA VELOSO MACIEL

DISCLOSURE AMBIENTAL: UM PANORAMA EVOLUTIVO DOS NÍVEIS

DE EVIDENCIAÇÃO DE UMA EMPRESA DO SETOR ELÉTRICO

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Acadêmico em Ciências Contábeis do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal de Pernambuco, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências Contábeis. Sob a orientação do Professor Drª. Umbelina Cravo Teixeira Lagioia

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________________ Professora Drª. Umbelina Cravo Lagioia

Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade Federal de Pernambuco (PPGCC/UFPE) - Orientador

______________________________________________________________ Professor Dr. Adilson Celestino de Lima

Programa de Pós-Graduação(URFPE)- Examinador Externo

______________________________________________________________ Professor Dr. Jeronymo José Libonati

Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade Federal de Pernambuco (PPGCC/UFPE) - Examinador Interno

______________________________________________________________ Professor Luiz Carlos Miranda, Ph.D.

Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade Federal de Pernambuco (PPGCC/UFPE ) - Examinador Interno

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A Deus pela força, aos meus pais pelo incentivo, e em especial ao meu filho, a razão de tudo na minha vida, dedico este trabalho com todo meu amor e carinho.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, por ter me dado força e coragem para iniciar e chegar ao final dessa turbulenta caminhada. Agradeço de maneira especial, aos meus “amigos e amigas” espirituais que estiveram sempre ao meu lado e não me deixaram desviar do meu caminho. Agradeço a Luziára, Paulina e a Vó, pelos ensinamentos e orientações espirituais.

Agradeço a Deus acima de tudo por ter me dado dentro dessa caminhada uma nova razão para a minha vida, Guilherme. Anjo da minha vida, amor prometido que me trouxe luz e me mostrou o significado do verdadeiro amor. Me desculpo pelos momentos de ausência, mas foi tudo por você. E por você vale tudo.

Agradeço a minha família, em especial aos meus pais. A meu pai Guilherme e a minha mãe Alba que sempre me apoiaram e torceram por mim; muitas vezes foram meu prumo em meio as tempestades e comemoraram comigo a cada vitória. Agradeço ao meu pai por não ter me virado as costas quando mais precisei e a minha mãe por muitas vezes ter sido o equilíbrio da família e de maneira especial por cuidar de Gui como se fosse seu filho. Agradeço a Deus pela nossa união. Espero ser sempre motivo de orgulho para vocês.

Aos meus irmãos, Taciana e Marcelo, agradeço a paciência nos momentos de “abuso” e me desculpo pela ausência nos momentos de lazer. Amo vocês, agradeço a Deus pela nossa união e nosso relacionamento equilibrado e feliz.

Agradeço ao meu primo Fredy, meu irmão de coração, por ter me dado força e aguentado as minhas lamúrias durante a jornada e pelo apoio incondicional no momento que mais precisei de ajuda na minha vida. Amo você por isso.

Ao meu carinhoso companheiro, meu amor Deco (André). Agradeço por você ter me dado o nosso tesouro, anjo de luz na minha vida. Agradeço a você por ter me ensinado que existe muito mais entre o céu e a terra, e que muitos outros sentimentos unem o relacionamento entre um homem e uma mulher. Obrigada por todo o apoio emocional dado durante esta jornada, por ter aguentando meus choros e lamúrias, me cobrindo de amor e carinho. Você é um pai e um companheiro maravilhoso, só me enche de força para lutar, por nós e pela nossa família.

Agradeço a Suênia, que como a gente mesmo diz, “é minha irmã de alma”. Nossa amizade e nosso amor vem de outras vidas. Agradeço pelo companheirismo e pelo sincero apoio em todos os momentos e no momento que mais precisei. Amiga fiel e leal, e que em meio a todos os encontros e desencontro, vivemos lindos momentos e sei que com você posso contar. Maior prova do meu amor é te confiar o papel de “dinda” do meu anjo. Amo Mari como se assim o fosse também.

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Agradeço também as Dona Leo pelo apoio e pelas palavras de carinho quando mais precisei de apoio. Serei eternamente grata por ter me ajudado e principalmente por ter cuidado de Gui para que eu conclui-se me trabalho.

Agradeço a “Tônha” pelo carinho e ombro amigo, quando mais precisei. Serei eternamente grata a Célia pelas palavras sempre iluminadas e espiritualizadas.

Agradeço a todos que compõem a turma 2010,dito amorosamente como “os sobreviventes”, Anderson, Socorro, Silvana, Isidio, Iane, Ana Maria, Darlan, Danilo, Valter, Hélio e Gleice. Fiz muitos amigos e vou levá-los para sempre no meu coração. Como diria Suênia, “tenho certeza que saímos mais fortes desta experiência.”.

Queria agradecer em especial a Sheilinha, pelos abraços carinhosos da nossa “terapia do abraço”, abraços que acalentavam nos momentos em que eu mais queria era ir embora. Obrigada pelas palavras de força.

Um obrigada especial à minha querida orientadora Profª Drª Umbelina Lagioia. Agradeço a paciência e o apoio. Sou grata pelos ensinamentos, dedicação, incentivo na minha vida. Sou grata a Deus e aos nossos “amigos espirituais” por ter conduzido nossa relação.

Agradeço ao corpo docente do Mestrado em Ciências Contábeis, pelos ensinamentos acadêmicos e ensinamentos de vida. Não poderia deixar de agradecer ao querido Profº Luiz Carlos Miranda, pela paciência e lições nessa minha jornada, sendo firme como pai .

Sou grata à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo financiamento dos meus estudos durante o mestrado. Agradeço especialmente a Luciano, por sempre estar a postos para ajudar a todos nós.

Peço desculpa aos que não citei, mas agradeço a todos que me ajudaram a cumprir essa jornada que se completa na minha vida, vocês foram especiais e essenciais e os tenho todos em meu coração.

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“Se caíste, ergue-te e anda. Caminha para frente. Regressa aos teus deveres e esforça-te a cumpri-los. Ora, pedindo a Deus mais força para a marcha. Muitas vezes a queda é uma lição de vida. Quem cai sente do valor do perdão aos caídos. O futuro te espera... Segue e confia em Deus.” Emmanuel

"Pensa em Deus, refugia-te em Deus, espera por Deus e confia em Deus, porquanto, ainda mesmo quando te suponhas a sós, em meio de tribulações incontáveis, Deus está conosco e com Deus venceremos” Emmanuel

“(...) Tudo passa, tudo passará...

E nossa história não estará pelo avesso Assim, sem final feliz. Teremos coisas bonitas pra contar. E até lá, vamos viver Temos muito ainda por fazer Não olhe pra trás Apenas começamos. O mundo começa agora Apenas começamos.” Metal Contra as Nuvens (Renato Russo)

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RESUMO

O presente estudo teve como objetivo precípuo o delineamento de um panorama evolutivo dos níveis evidenciação das informações de caráter ambiental nas demonstrações financeiras padronizadas(DFP’s), de uma empresa de capital aberto do setor elétrico de representatividade econômica e social na região, a Companhia de Energia Elétrica do Estado de Pernambuco (CELPE), do grupo Neoenergia. Para execução dessa pesquisa, utilizou-se a análise de conteúdo em 11 anos de demonstrativos, referentes aos anos de 2001 a 2011; sendo assim, trata-se de uma pesquisa documental direta, desenvolvimentista e longitudinal com natureza qualitativa. Para realização desta análise foi necessário a utilização de um arcabouço desenvolvido para a classificação das sentenças em diferentes categorias: a)Políticas Ambientais; b)Sistemas de Gerenciamento Ambiental; c)Impactos dos Produtos e Processos; d)Políticas de Energia; e)Educação, Pesquisa e Treinamento; f)Mercado de Créditos de Carbono; g)Informações Financeiras Ambientais; h)Outras Informações Ambientais)Foram identificadas 407 sentenças que, após a categorização, foram classificadas quanto à forma de evidenciação (unidade de registro) e aos tipos de informações (quanto à geração de crédito para a imagem de empresa.). As categorias com maiores percentuais de evidenciação foram as “Políticas Ambientais” e “Informações Financeiras Ambientais”. Quanto à forma de evidenciação, predominou informações “Declarativas”, ou seja, são em sua maioria descritivas e qualitativas. A maioria das sentenças ao serem classificadas quanto ao tipo, tentam passar uma imagem “boa” da empresa. Diante dos achados evidencia-se que, de fato, houve um aumento no nível de evidenciação de informações com caráter ambiental nos 11 anos estudados.

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ABSTRACT

The present study had as its goal the eventual delineation of an evolutionary panorama of information disclosure levels of environmental character in standardized financial statements (DFP 's), a publicly traded company of electricity sector in social and economic standing, the electric power Company in the State of Pernambuco (CELPE), Neoenergia group. To run this search, we used the content analysis of demonstratives, 11 years for the years 2001 to 2011; Therefore, it is a documentary research and development, direct with longitudinal qualitative nature. To which the analysis was necessary to use a framework developed for the classification of sentences into different categories: a) environmental policies; (b) Environmental Management systems); c) impacts of products and processes; d) Energy policies; e) education, research and training; f) market of carbon credits; g) Environmental financial information; h) Other Environmental Information) have been identified after sentences 407 categorization, were classified as to the form of evidence (record unit) and the types of information (regarding the generation of credit for the image of the company.). The categories with the largest percentages of disclosure were the "Environmental Policy" and "Environmental financial information." As to the form of disclosure, predominated information "Declarative", i.e. are mostly descriptive and qualitative. Most of the sentences to be classified as to type, try to pass a image "good" of the company. Before the findings shows that, indeed, there was an increase in the level of disclosure of information with environmental character 11 years studied.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Perguntas as quais a informação ambiental devem responder ...35

Quadro 2- Pesquisas que tratam do tema divulgação de Informações Ambientais ...36

Quadro 3 - Motivos para escolha do setor elétrico ...40

Quadro 4 - Classificações das Categorias da Informação Ambiental ...42

Quadro 5 - Classificação das Evidências Ambientais ...43

Quadro 6 - Classificação das Informações Ambientais ...44

Quadro 7 - Principais regras de Classificação das Informações Ambientais ...44

Quadro 8 - Exemplo de sentenças classificadas como “Políticas Ambientais”. ...47

Quadro 9- Exemplo de sentenças classificadas como “ Sistemas de Gerenciamento Ambiental” ...50

Quadro 10-Exemplo de sentenças classificadas como “Impactos e Processos Ambientais” ...54

Quadro 11- Exemplo de sentenças classificadas como “Políticas de Energia” ...57

Quadro 12 - Exemplo de sentenças classificadas como “Educação e Pesquisa” ...60

Quadro 13 - Exemplo de sentenças classificadas como “Crédito de Carbono”. ...63

Quadro 14 - Exemplo de sentenças classificadas como “Informações financeiras ambientais” ..66

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LISTA DE TABELAS

Tabela1 - Tabela comparativa das sentenças classificadas como “Políticas Ambientais”/Ano ...48

Tabela 2 - Evidenciação das Subcategorias das “Políticas Ambientais”/Ano ...48

Tabela 3 - Classificação das “Políticas Ambientais”/Evidências ...49

Tabela 4 - Classificação das “Políticas Ambientais”/Tipos das informações ...50

Tabela 5 - Tabela comparativa das sentenças classificadas como “Sistemas de Gerenciamento Ambiental”/Ano ...51

Tabela 6 - Evidenciação das “Subcategorias de Sistemas de Gerenciamento Ambiental” /Ano 52 Tabela 7-Evidenciação das Subcategorias de Sistemas de Gerenciamento Ambiental/Evidências ...52

Tabela 8 - Evidenciação das Subcategorias de Sistemas de Gerenciamento Ambiental/Tipo de Informações ...53

Tabela 9 - Tabela comparativa das sentenças classificadas como “Impactos e Processos Ambientais” /Ano ...54

Tabela 10: Evidenciação das Subcategorias “Impactos e Processos Ambientais”/Ano ...56

Tabela 11- Evidenciação das “Subcategorias Impactos e Processos Ambientais”/Evidências ....56

Tabela 12 - Classificação dos “Impactos e Processos Ambientais”/Tipos das Informações ...57

Tabela 13- Tabela comparativa das sentenças classificadas como “Políticas de Energia”/Ano ..58

Tabela 14 - Evidenciação das Subcategorias de “Políticas de Energia”/Ano ...59

Tabela 15 - Classificação das “Políticas de Energia”/Evidências ...59

Tabela 16- Tabela comparativa das sentenças classificadas como “ Educação e Pesquisa” /Ano ...61

Tabela 17- Evidenciação das Subcategorias de “Educação e Pesquisa”/Ano ...62

Tabela 18 - Classificação de “Educação e Pesquisa”/Evidências ...62

Tabela 19 - Evidenciação das Subcategorias de Sistemas de Gerenciamento ...63

Tabela 20 - Tabela comparativa das sentenças classificadas como “Crédito de Carbono”/Ano 64 Tabela 21- Evidenciação das Subcategorias de “Crédito de Carbono”/Ano ...65

Tabela 22- Emissão de gases do efeito estufa (GEE) ...65

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Tabela 24- Tabela comparativa das sentenças classificadas como “Informações Financeiras

Ambientais”/Ano ...67

Tabela 25- Informações Financeiras Ambientais ...68

Tabela 26- Classificação das “Informações Financeiras Ambientais”/Evidências ...69

Tabela 27- Classificação das “Informações Financeiras Ambientais”/Tipos das informações ..69

Tabela 28 - Tabela comparativa das sentenças classificadas como” Outras Informações Ambientais”/Ano ...70

Tabela 29: Evidenciação Das Subcategorias das “Outras Informações Ambientais “ ...71

Tabela 30 - Classificação das “Informações Financeiras Ambientais”/Evidências ...72

Tabela 31- Classificação das “Informações Financeiras Ambientais” ...73

Tabela 32- Tabela comparativa das sentenças classificadas por Categorias/ Ano ...74

Tabela 33- Tabela comparativa das sentenças classificadas por evidências / Ano ...75

Tabela 34 - Tabela comparativa das sentenças classificadas por Categorias x Evidências Declarativas/ Ano ...76

Tabela 35 - Tabela comparativa das sentenças classificadas por Categorias x Evidências Monetárias/ Ano ...78

Tabela 36- Tabela comparativa das sentenças classificadas por Categorias x Evidências “Monetária/Não Monetárias” / Ano ...82

Tabela 37- Tabela comparativa das sentenças classificadas por Tipos de Informações/ Ano ...83

Tabela 38 - Tabela comparativa das sentenças classificadas por Categorias x Informações “Boas” / Ano ...85

Tabela 39 - Tabela comparativa das sentenças classificadas por Categorias x Informações “Neutras”/ Ano ...87

Tabela 40 - Tabela comparativa das sentenças classificadas por Categorias x Informações Ruins/ Ano ...89

Tabela 41 - Tabela comparativa do total de Sentenças Identificadas/ Ano ...90

 

 

 

 

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Total de sentenças identificadas da categoria das “Políticas Ambientais” /Ano ...48

Gráfico 2 - Total de sentenças identificadas da Categoria de dos “Sistemas de Gerenciamento Ambiental” /Ano ...51

Gráfico 3 - Total de sentenças identificadas da Categoria de “Impactos e Processos Ambientais” /Ano ...55

Gráfico 4 - Total de sentenças identificadas da Categoria de “Políticas de Energia”/Ano ...58

Gráfico 5 - Total de sentenças identificadas da Categoria de “ Educação e Pesquisa”/Ano ...61

Gráfico 6 - Total de sentenças identificadas da Categoria de “Crédito de Carbono”/Ano ...64

Gráfico 7 - Total de sentenças identificadas da Categoria de “Informações Financeiras Ambientais”/Ano ...67

Gráfico 8 - Total de sentenças identificadas da Categoria de “Outras Informações Ambientais”/Ano ...71

Gráfico 9 - Total de sentenças identificadas por Categoria/Ano ...74

Gráfico 10 - Total de sentenças identificadas da Categoria de “Outras Informações Ambientais”/Ano ...76

Gráfico 11 - Total de sentenças identificadas como “Declarativas”/Ano ...77

Gráfico 12 - Total de sentenças identificadas como “Declarativas”/Categoria ...77

Gráfico 13 - Total de sentenças identificadas como “Monetárias”/Ano ...79

Gráfico 14 - Total de sentenças identificadas como “Monetárias”/Categoria ...79

Gráfico 15 - Total de sentenças identificadas como “Não Monetárias”/Ano ...81

Gráfico 16 - Total de sentenças identificadas como “Não Monetárias”/Categoria ...81

Gráfico 17 - Total de sentenças identificadas como “Monetárias/Não Monetárias”/Ano ...82

Gráfico 18 - Total de sentenças identificadas como “Monetárias/Não Monetárias”/Categoria ..83

Gráfico 19 - Total de sentenças identificadas x Tipos de Informações/Ano ...84

Gráfico 20 - Total de sentenças identificadas como “Boa”/Ano ...85

Gráfico 21 - Total de sentenças identificadas como “Boa”/Categoria ...86

Gráfico 22 - Total de sentenças identificadas como “Neutra”/Ano ...87

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Gráfico 24 - Total de sentenças identificadas como “Ruins”/Ano...89

Gráfico 25 - Total de sentenças identificadas como “Ruins”/Categoria ...90

Gráfico 26 - Total de sentenças identificadas/Ano ...91

Gráfico 27 - Total de sentenças identificadas%/Ano ...91

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

TBL Triple Botton Line,

ISR Investimentos Socialmente Responsáveis DJSGI Dow Jones Sustainability Group Index RSC Responsabilidade Social Corporativa DFP’s Demonstrações Financeiras Padronizadas

CELPE Companhia de Energia Elétrica do Estado de Pernambuco CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente

CVM Comissão de Valores Mobiliários

IBRACON Instituto dos Auditores Independentes do Brasil CFC Conselho Federal de Contabilidade

BOVESPA Bolsa de Valores de São Paulo

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SUMÁRIO 1.  INTRODUÇÃO ...18  1.1 Caracterização do Problema ... 20  1.2 Justificativa ... 21  1.3 Objetivos ... 22  1.3.1 Objetivo Geral ... 22  1.3.2 Objetivos Específicos ... 22  2. REFERENCIAL TEÓRICO ...24 

2.1 Responsabilidade Social Corporativa ... 24 

2.2 Mudanças Socioambientais ... 25 

2.3 Sustentabilidade ... 26 

2.4 Os reflexos na postura empresarial ... 28 

2.5 Contabilidade Ambiental ... 32 

2.6 Disclosure ambiental ... 33 

3.  METODOLOGIA ...38 

3.1 Procedimentos Técnicos de Coleta de Dados ... 38 

3.2 Coleta de Dados ... 39 

3.3 Amostra ... 39 

3.4 Tratamento dos Dados Coletados ... 40 

3.5 Instrumentos de Análise ... 41 

3.5.1 Categorias e Subcategorias ... 42 

3.5.2 Tipos de Evidências ... 43 

3.5.3 Tipos de Informação ... 43 

3.6 Regras de decisão de análise ... 44 

3.7 Delimitações do Estudo ... 45 

4 ANÁLISE DOS DADOS: RESULTADOS E DISCUSSÕES ...46 

(18)

4.2. Análise dos Dados por Categorias... 46 

4.2.1 Políticas ambientais ... 46 

4.2.3 Sistemas de gerenciamento ambiental ... 50 

4.2.4 Impactos e Processos Ambientais ... 53 

4.2.5 Políticas de Energia ... 57 

4.2.6 Educação e Pesquisa ... 60 

4.2.7Crédito de Carbono ... 63 

4.2.8 Informações financeiras ambientais ... 66 

4.2.9 Outras Informações Ambientais ... 69 

4.3 Análises Comparativas das Categorias ... 73 

4.4 Análise Comparativa por Tipos de Evidenciações ... 75 

4.4.1 Informações Declarativas ... 76 

4.4.2 Informações Monetárias ... 78 

4.4.3 Informações Não Monetárias ... 79 

4.4.4 Informações Monetárias/Não Monetárias ... 81 

4.5 Análise Comparativa por Tipos de Informações ... 83 

4.5.1 Informações Boas ... 84 

4.5.2 Informações Neutras ... 86 

4.5.3 Informações Ruins ... 88 

4.6  Panorama Evolutivo do nível de evidenciação ... 90 

5.CONCLUSÃO ...93 

5.1 Limitações do EstudoB ... 94 

5.2 Sugestões para Trabalhos Futuros ... 94 

REFERÊNCIAS ...95 

 

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1. INTRODUÇÃO

Com a publicação do relatório da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento das Organizações das Nações Unidas em 1987, o qual enfatizou o desenvolvimento sustentável de maneira a atender as necessidades das gerações atuais sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades (DIAS, 2007), o meio acadêmico tem discutido o papel social das organizações através de duas perspectivas distintas.

De um lado a economia clássica defende que as organizações existem para maximizar valor para o acionista - expectativa dos shareholders. (FRIEDMAN,1970) Por outro lado, a teoria dos stakeholders (FREEMAN, 1984) defende que as organizações existem para atender as demandas de um grupo maior e mais abrangente de atores sociais, entre eles, os acionistas, o corpo diretivo, o corpo funcional, o conjunto de fornecedores e clientes, os governos, entre outros.

Diante deste cenário de mudanças, as organizações estão sendo desafiadas a participar de debates e implantar uma nova forma de comportamento que entre em, convergência com as dimensões econômica, social e ambiental no planejamento estratégico das empresas. Essa nova postura denominada triple botton line (TBL), surge com um instrumento que tem seus aspectos alinhados com a teoria dos stakeholders e aproveita os recursos do setor privado nos imperativos sociais e econômicos sem comprometer o meio ambiente, aumentando o rendimento econômico e criando valor para a empresa (ABREU et al, 2008).

Em consonância com essas mudanças, ao longo dos últimos anos, tem havido um crescente interesse na área de Investimentos Socialmente Responsáveis (ISR) (VYVYAN, et

al. 2007). Alinhados a esse pensamento, diversos mecanismos de avaliação de investimentos

com essas características foram criados em escala mundial. Esses mecanismos, traduzidos na forma de índices, têm em comum a avaliação de retornos financeiros, dos impactos sociais e dos impactos ambientais causados pelas atividades da empresa (DIAS, 2007).

O primeiro índice criado nessa vertente foi o PAX World Fund, no ano de 1971, o qual se caracterizava por evitar investimentos em empresas que tivessem alguma relação com ações militares (PAX WORLD FUNDS, 2004; FOWLER e HOPE, 2007). Quase duas décadas depois do PAX World Fund ter sido lançado, o Domini 400 Social Index, criado em Maio de 1990 por Kinder, Lydenberg e Domini, tornou-se o primeiro índice de sustentabilidade com perfil internacional (GUERARD, 1997a, b). No ano de 1999 foi criado o

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Dow Jones Sustainability Group Index – DJSGI, o qual vem se tornando uma referência na

elaboração de outros índices no mundo (DIAS, 2007).

No Brasil, em 2005, foi criado o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) que consiste em um índice nos moldes do DJSGI e tem como objetivo propiciar um ambiente de investimento compatível com as demandas de desenvolvimento sustentável da sociedade contemporânea e estimular a responsabilidade social corporativa, considerando aspectos de governança corporativa e sustentabilidade empresarial (eficiência econômica, equilíbrio ambiental e justiça social) (BOVESPA, 2005).

Diante deste novo cenário competitivo, a questão da boa imagem ambiental para as grandes organizações, tem se tornado cada vez mais importante, indo inclusive além da contribuição para a redução de custos (SHANKMAN et al 1999; MILES e COVIN, 2000; TOMS, 2001). Essa boa imagem se tornou uma vantagem competitiva e é reconhecida por muitos estudiosos (PORTER, 1980; TACHIZAWA, 2002) como importante no planejamento estratégico das empresas.

De acordo com Abreu et al (2008), está cada vez mais evidente que dentre os agentes envolvidos com as entidades, os acionistas estão cada vez mais interessados nas informações que evidenciam a conduta ambiental da entidade. Dentro dessa realidade, inúmeros estudos internacionais corroboram com o interesse que esses agentes têm com os investimentos ambientais realizados pelas organizações (FEKRAT e PETRONI, 1996 ).

Sendo assim, a contabilidade surge e utiliza-se de sua função social no que diz respeito às informações relativas aos impactos sociais e ambientais causados pelas entidades e é cada vez mais frequente a busca dos usuários por informações socioambientais junto às empresas, exigindo destas uma responsabilidade não só interna como também externa (ALBUQUERQUE et al, 2007).

Contudo, no que concerne às informações de caráter ambiental, Nossa (2002, p. 86) ressalta que “o disclosure ambiental pode ser feito de maneira obrigatória, quando exigido por leis e regulamentos, ou voluntariamente, quando a evidenciação de informações é feita por espontaneidade da empresa, mesmo que seja com base em diretrizes e orientações”.

No Brasil, a evidenciação ambiental não é obrigatória, mas existem algumas recomendações para a sua divulgação, tais como o Parecer de Orientação n.º 15/87 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o qual sugere uma nota no Relatório da Administração quanto aos investimentos efetuados a favor do meio ambiente, a Norma de

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Auditoria n.º 11, do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON) e a Resolução n.º 1.003/04 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) que aprova a NBC-T 15(GUBIANI, SANTOS E BUEREN, 2010.)

Por fim, a Lei de n° 6.404/76 não indica de forma explícita, mas recomenda que os conteúdos do Relatório de Administração, notas explicativas e quadros suplementares evidenciem informações ambientais (ABREU et al, 2008).

Considerando um cenário competitivo e de fortes pressões ambientais, cabe à empresa adotar uma postura pró-ativa, de ações preventivas referentes à preservação do meio ambiente, e não meramente de reação às imposições legais.

No Brasil, embora não haja essa obrigação, estudos mostram que já existem focos de divulgação voluntária desse tipo de informação, conforme verificado pelas pesquisas: NOSSA (2002), CALIXTO (2006) e ROVER et al. (2008).

As preocupações com a evidenciação das informações relacionadas às práticas voltadas para o meio ambiente abrangem todos os segmentos econômicos. Em particular, esse estudo volta-se para setor elétrico o qual se apresenta em situação estratégica para o desenvolvimento nacional.

Neste sentido, de acordo com Rosa, Elssin e Santos (2011), promover o desenvolvimento sustentável no setor elétrico significa atender as necessidade de dispor de energia elétrica de acordo com o consumo em crescente expansão e ao mesmo tempo desenvolver práticas responsáveis com o meio ambiente.

Para os mesmos autores isso significa dizer que alguns aspectos vitais estão atrelados a essa expansão, tais como: crescimento econômico, qualidade de vida e impactos gerados no meio ambiente. Por este motivo, práticas ambientais responsáveis para o setor de energia elétrica são aquelas que possibilitem garantir a eficiência energética e minimizar ou eliminar impactos ambientais provenientes da geração, transmissão e distribuição de energia.

1.1 Caracterização do Problema

A necessidade de conciliar o sistema econômico e ecológico é de fundamental importância, pois os dois necessariamente interagem de forma constante (Ribeiro,2005). A autora afirma ainda que a convivência pacífica entre esses sistemas é essencial, visto que ambos são vitais para a sobrevivência da humanidade. Esses argumentos têm por base o conceito de desenvolvimento sustentável, que segundo a Comissão Mundial sobre Meio

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Ambiente e Desenvolvimento (1991) é “aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras de atenderem as suas próprias necessidades”.

Sendo assim, o conceito de “desenvolvimento sustentável” coloca o setor produtivo em foco, como ator essencial para seu alcance e impõe aos formuladores de políticas públicas a tarefa de adotar medidas que induzam o setor produtivo a estabelecer metas que estejam inseridas neste novo conceito de desenvolvimento, no qual se busca o incremento e/ou a manutenção da produtividade, acompanhada de indicadores de justiça social e de qualidade do processo produtivo, do produto e das condições ambientais (BARATA, 1995).

Segundo Monteiro (2008), ao longo das últimas décadas a comunicação de caráter ambiental tem despertado o interesse não só dos diferentes usuários da informação (stakeholders), que cada vez mais exigem informação desta natureza para a tomada de decisão, mas também dos investidores na área de Contabilidade Social e Ambiental, em particular na linha de investigação de “Environmental disclosure”.

E diante da necessidade das empresas em manter sua legitimidade e eficiência, bem como atrair novos recursos, as empresas devem satisfazer não apenas seus shareholders, mas também os stakeholders que compõem seu ambiente social (FREEMAN,1984).

Ante o presente cenário, surge o setor elétrico que exerce um papel fundamental no desenvolvimento de um país, e o Brasil apresenta diversidade geográfica favorável a muitas formas de geração, sendo a hidráulica a mais explorada (ANEEL, 2007).

Diante da importância da temática e da relevância do setor a ser estudado, emerge o seguinte questionamento: Houve uma evolução no nível de evidenciação das informações

de caráter ambiental da Celpe nos últimos 11 anos?

1.2 Justificativa

Com o crescimento da importância dada, mundialmente, às questões socioambientais, destaca-se, cada vez mais, a necessidade das organizações comunicarem de forma consistente e confiável, aos diversos stakeholders, o seu envolvimento neste campo (Castro, Siqueira e Campos, 2009).

Em conformidade com esse assunto, Lins e Silva (2007) afirmam que o disclosure representa um importante meio de comunicação sobre o desempenho de uma empresa aos seus interessados: acionistas, credores, órgãos de supervisão e controle, governo, empregados.

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De acordo com Rosa, Elssin e Elssin (2010) é por esse motivo que o disclosure possui papel essencial na redução da assimetria de informação entre os gestores e aqueles que possuem interesses na empresa, especialmente investidores.

Em resposta a esse movimento, houve o crescimento da demanda por avaliações das posturas sociais e ambientais das empresas, o que resultou no aumento de índices que avaliam a responsabilidade social corporativa, destinados tanto aos investidores quanto aos consumidores. Essas avaliações ganharam tanta importância, que muitas companhias designam especialistas para monitorar e comunicar seu desempenho social (MÁRQUEZ, 2005).

Diante do novo discurso disseminado na sociedade e impulsionado principalmente por mudanças na lei de crimes ambientais brasileira, diversos autores da área contábil iniciaram estudos sobre a busca de conceitos e participação dessa ciência na temática (CALIXTO, BARBOSA e LIMA; 2007).

Esses estudos tiveram como cenário uma mudança na postura das empresas perante a sociedade e a implementação de um conjunto de transformações que podem ser percebidas com o intuito de atender aos desejos de clientes e, também nas ações de responsabilidade socioambiental os quais, juntos, compõem uma matriz determinante do diferencial competitivo (SANTANA, PÉRICO e REBELATTO, 2006).

Perante o exposto e diante das novas necessidades de evidenciação, este estudo torna-se relevante por buscar traçar um panorama evolutivo do disclosure ambiental de uma empresa do setor elétrico do nordeste ao passar de 11 anos.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

No intuito de solucionar a questão-problema da presente pesquisa, parametrizou-se, como objetivo precípuo, delinear um panorama evolutivo dos níveis de evidenciação das informações de caráter ambiental nas demonstrações financeiras padronizadas(DFP’s) de uma empresa de capital aberto do setor elétrico de representatividade econômica e social na região, a Companhia de Energia Elétrica do Estado de Pernambuco (CELPE), do grupo Neoenergia.

1.3.2 Objetivos Específicos

Para subsidiar a consecução do objetivo geral da pesquisa, foi necessário estabelecer os seguintes objetivos específicos:

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• Analisar as informações ambientais divulgadas na DFPs da Celpe; • Classificar as informações ambientais divulgadas DFPs em categorias; • Classificar as informações das categorias em critério de evidências; • Classificar as evidências de acordo com a tipologia informacional;

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Responsabilidade Social Corporativa

A Responsabilidade Social possui um conceito amplo, no qual a empresa, preservando seus compromissos de negócio, cria métodos, planos e incentivos, para que, interna e externamente, consiga colaborar com as expectativas de equilíbrio e justiça da sociedade, excedendo as funções que estão estabelecidas em lei e os próprios interesses inerentes aos seus negócios (FISCHER, 2002).

A expressão Responsabilidade Social Corporativa (RSC) começou a ser discutida nos anos 50, quando pela primeira vez foi questionado quais responsabilidades perante a sociedade se deve esperar dos homens de negócios (BOWEN, 1953). Foi na década de 1960, que a definição de Davis (1960) sobre RSC expandiu-se e assumiu contornos mais claros. Nela, a Responsabilidade Social refere-se às decisões e ações, tomadas pelos homens de negócios, por razões que vão além dos interesses econômicos e técnicos diretos. Nessa mesma linha, McGuire (1963) afirmou que a utilização da Responsabilidade Social supõe que as empresas não possuem apenas obrigações econômicas e legais, mas também responsabilidades para com a sociedade.

Nos últimos anos essa discussão vem tomando força adquirindo variadas definições. Para Wood (1991, p. 695) “a ideia básica de responsabilidade social corporativa é que o negócio e a sociedade estão entrelaçados, ao invés de entidades distintas; a sociedade tem certas expectativas para um comportamento empresarial apropriado e com resultados”. Nesse sentindo são discutidas as ações de responsabilidade social corporativa (RSC) realizada pelas empresas, as quais segundo Carrol (1979) “a RSC são as expectativas econômicas, legais, éticas e discricionárias que a sociedade possui em relação às empresas em determinado período de tempo.”

Recentemente, observa-se uma transformação no próprio conceito (MACEDO et al, 2007) anteriormente baseado na caridade e no altruísmo, e atualmente gerando uma associação entre responsabilidade social e estratégia empresarial (SMITH, 1994).

Nesse sentido, Ashley et al. (2003) completam afirmando que a responsabilidade social engloba toda e qualquer ação da empresa que possa contribuir para a melhoria da qualidade de vida da sociedade.

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Apesar da farta literatura existente, com indiscutível predominância de autores estrangeiros, não houve uma consolidação sobre o conceito de RSC, mas há aspectos genéricos que delineiam o seu significado (FILHO, 2002).

O conceito de responsabilidade social está se ampliando, passando da filantropia, que é a relação socialmente compromissada da empresa com a comunidade, para abranger todas as relações da empresa: com seus funcionários, clientes, fornecedores, acionistas, concorrentes, meio ambiente e organizações públicas e estatais. (GRAJEW, 2000 apud MELO; FROES, 2002).

A responsabilidade social, de acordo com D´Ambrósio (1998 apud MELO; FROES, 2002, p. 78), vem a ser a “decisão de participar mais diretamente das ações comunitárias na região em que está presente e minorar possíveis danos ambientais decorrente do tipo de atividade que exerce”.

A responsabilidade social está diretamente ligada aos seguintes fatores: consumo, pela empresa, dos recursos naturais de propriedade da humanidade; e consumo dos capitais financeiros e tecnológicos, utilizando a capacidade de trabalho que pertence a pessoas físicas, integrantes daquela sociedade, e o apoio que recebe da organização do Estado, fruto da mobilização da sociedade (MELO; FROES, 2001).

2.2 Mudanças Socioambientais

A necessidade de geração de uma maneira para lidar com os problemas causados pela ação descontrolada das empresas em busca de riquezas sem se preocupar com a deterioração da ecologia global causada, principalmente, pelo avanço do desenvolvimento econômico. Surge assim o tema sustentabilidade (DIAS, 2007).

O agravamento dos problemas ambientais à escala mundial levou a uma crescente conscientização da necessidade de conciliar desenvolvimento econômico e preservação ambiental, duas questões que antes eram tratadas separadamente e que hoje se encontram unidas numa só designação: desenvolvimento sustentável (ROQUE E CORTEZ, 2006).

A conscientização de que o desenvolvimento sem limites, em pouco tempo, poderia gerar a degradação dos recursos naturais, além de produzir efeitos nefastos à biosfera, somente começou a despertar efetivamente depois de alguns desastres ambientais ocorridos a partir de 1930, como é o caso do acidente do Vale do Meuse, na Bélgica.

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Com a publicação do livro Primavera Silenciosa, em 1962, que denunciava o desaparecimento de pássaros em decorrência da poluição do ar, nos Estados Unidos, marcou-se o início da conscientização social e política sobre as questões ambientais, colocando-marcou-se em xeque o modelo de desenvolvimento até então existente (SANTOS,2007).

Ainda na década de 80 emerge uma necessidade de conscientização que os países precisavam descobrir maneiras de promover o crescimento de suas economias sem destruir o meio ambiente ou sacrificar o bem-estar das futuras gerações (SAVITZ& WEBER, 2007).

Por volta dos anos 80, a difusão dos conceitos de proteção ambiental começou a se propagar no mundo inteiro. Foi o relatório da comissão Brundtland (1980) que pôs em circulação a expressão desenvolvimento sustentável, após sucessivas denúncias de tragédias ambientais no mundo (ALMEIDA, 2002).

A preservação do meio ambiente converteu-se em um dos fatores de maior influência da década de 90 e com grande rapidez de penetração de mercado. Assim, as empresas começam a apresentar soluções para alcançar o desenvolvimento sustentável e ao mesmo tempo aumentar a lucratividade de seus negócios (ANDRADE; TACHIZAWA; CARVALHO, 2002).

No Brasil, em 1986, houve a publicação da 1ª Resolução do Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente). Já os anos 90, foram marcados pela Conferência Mundial de Meio Ambiente ocorrida no Rio de Janeiro em 1992, e pela edição da série ISO “International Organization for Standardization” - (Organização Internacional para Normatização), a qual impulsionou alterações expressivas tanto no mercado produtor quanto no consumidor no que tange a conscientização da preservação ambiental (KRISGNER, 2002).

Uma conferência realizada em 1999 (The Eighth Annual Greening of Industry Conference, Sustainability: Ways of Knowing / Ways of Acting), nos Estados Unidos, salientou que o conceito de Desenvolvimento sustentável está se expandindo a partir da inclusão de questões sociais às discussões sobre o tema (Rossi et al., 2000).

2.3 Sustentabilidade

O conceito de sustentabilidade refere-se à utilização de recursos para atender às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras em atender às suas próprias necessidades (CMMAD, 1988).

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Para Leroy et al. (2002), a sustentabilidade pode ser entendida como o processo pelo qual as sociedades administram suas condições materiais, redefinindo os princípios éticos e sociopolíticos que orientam a distribuição de recursos naturais.

Segundo Fujihara (2003), sustentabilidade não é algo meramente acessório, mas sim fundamental para a estratégia dos negócios de uma empresa. Não é apenas um conjunto de políticas e procedimentos, é uma cultura, uma atitude; é fator estratégico e criação de valor a longo prazo; é a ligação entre diversos fatores e, principalmente, é o deslocamento do princípio de geração de lucro ao acionista à geração de valor para a sociedade como um todo, é transparência dos seus valores intangíveis.

Com base nestes conceitos, foi criada pela SustainAbility a teoria dos três pilares do desenvolvimento sustentável: ambiental, econômico e social denominado “Triple Bottom

Line”, o qual de acordo com Crawford (2002), também é conhecido como o modelo de gestão

dos três P’s: People, Planet e Profit, sendo:

a) People – pessoas direta e indiretamente envolvidas; b) Planet – meio ambiente e impactos; e

c) Profit – retorno financeiro.

Os ideais do desenvolvimento sustentável envolvem mais valores que as preocupações específicas, como a racionalização do uso da energia ou o desenvolvimento de técnicas alternativas ou substitutivas do uso de recursos não-renováveis ou, ainda, o adequado manejo de resíduos (OLIVEIRA,2004).

Para Abreu, Assata e Ribeiro (2009), é o reconhecimento de que a pobreza, a deterioração do meio ambiente e o crescimento populacional são indissociáveis, e que nenhum destes problemas pode ser resolvido de forma isolada, na busca de parâmetros aceitáveis e onde a convivência do ser humano com o meio ambiente seja mais justa e equilibrada.

As preocupações relativas ao meio ambiente que vêm sendo discutidas no mundo inteiro decorrem da evidência de que atividades humanas de modo geral, empresas, governos e indivíduos, não se preocupam com a preservação ambiental e essa preocupação é crucial para existência das futuras gerações. (Maciel et al, 2009)

O conceito mais amplo de desenvolvimento sustentável apoia-se na integração de questões sociais, ambientais e econômicas, constituindo o tripé conhecido como triple-bottom

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line. Embora as organizações em um sistema capitalista sejam as responsáveis finais pela

questão do desenvolvimento sustentável, estas só terão sucesso em suas estratégias se discutirem seus impactos com os stakeholders (ALMEIDA, 2002). Sem a ênfase no crescimento e desenvolvimento sustentável, as organizações e países não conseguirão se manter ao longo do tempo (ROSSI et al., 2000).

Conforme Dias (2006, p. 69), “o agravamento das condições ambientais provocou ao mesmo tempo aumento da consciência dos cidadãos sobre a importância do meio ambiente natural”. Além disso, relata que as empresas são responsáveis indiretas pelo crescimento do interesse pelo meio ambiente, devido ao fato de serem as causadoras dos principais impactos ambientais que despertaram a conscientização da sociedade quanto a esses problemas.

2.4 Os reflexos na postura empresarial

A sustentabilidade obrigou que as empresas no ambiente de negócio passassem a ter uma gestão comprometida em promover o crescimento e gerar lucro com melhor e maior inclusão social, sem causar danos aos seres vivos e sem destruir o meio ambiente (BASSETTO,2007, p. 31)

Para Barszcz (2007, p. 16) “uma vez que as ações voltadas ao desenvolvimento sustentável condicionam a sustentabilidade empresarial, passaram a ser pauta da gestão estratégica das empresas, norteando o desenvolvimento de objetivos, políticas e missões empresariais”. Diante das novas preocupações, as empresas que buscam a sustentabilidade empresarial, passaram a focar não somente os objetivos econômicos, mas também ambientais e sociais, visando às necessidades das gerações e as suas próprias.

Seguindo uma tendência mundial, observa- se a preocupação das empresas nacionais na divulgação de informações relacionadas com o meio ambiente e o bem estar da sociedade (ELIAS, 2008).

Diante disso, as companhias passaram a incorporar a sustentabilidade em seu plano estratégico, evidenciando em seus relatórios as questões ambientais, adotando sistemas de gestão ambiental e investindo em procedimentos que reduzam os impactos que sua atividade causa ao meio ambiente (ROVER, BORBA & BORGERT, 2008).

Alertando a necessidade da importância da questão ambiental para as empresas, Ribeiro (2006, p. 155) comenta que “tornou-se importante pela sua magnitude dos efeitos danosos ao meio ambiente e à sociedade pelas empresas [...]. Assim sendo, tornou-se

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elemento indispensável na gestão estratégica de empresas consideradas potencialmente poluidoras” (COSTA, VOESE E ROSA, 2009).

Seguindo este mesmo pensamento a respeito da perspectiva para uma melhor sociedade, Rovere, Andrade e Barata (2006, p. 05) comentam: É ao cenário da Sustentabilidade que desejamos chegar, mas estamos vivendo no mundo de referência, semelhante ao mundo convencional, o qual é controlado pelas forças de mercado e pelas forças políticas. É neste contexto que os profissionais de contabilidade podem ser considerados agentes de mudança para ajudar a conduzir essas forças e construir um mundo melhor. Seu apoio seria fundamental para estimular as iniciativas de adoção da eco eficiência e a aplicação das normas ambientais nas atividades empresariais

Atualmente, a visão ambientalista da sustentabilidade, não por acaso, também emergiu com o passar dos anos, da consciência sobre as novas fontes de geração de riquezas – todas elas relacionadas com o capital social e o capital humano de um povo. Informação e conhecimento são condições básicas para o ciclo de prosperidade que o século vigente prenuncia. Nesse sentido, o desenvolvimento sustentável nada mais é do que a política de defesa e acumulação desse capital que constitui a nova riqueza das nações (ANDRADE, 2003).

Donaire (1995, p.21), corrobora afirmando que a responsabilidade social é fundamentalmente um conceito ético que envolve mudanças nas condições de bem-estar e está ligada às dimensões sociais das atividades produtivas.

Entretanto, enquanto não se atingir uma adequada consciência ambiental, serão necessárias exigências ambientais mais rígidas tanto por parte dos órgãos internacionais, quanto pelos governos locais, sob pena de tais avanços restarem sufocados por interesses estritamente financeiros (ALVIM, 2007).

As tecnologias ambientais contribuem para a inovação tecnológica, criando, inclusive, novos empregos mais qualificados (UE, 2007), ou seja, novos padrões tecnológicos tendem não somente a impedir danos ao meio ambiente, mas também, colaborar para uma qualidade de vida nos moldes da sustentabilidade como é o caso do uso da biotecnologia na produção de alimentos mais seguros para o homem e com menor agressão ao meio ambiente.

As lições de Thomas Kuhn, apud Filho (2002), as revoluções políticas iniciam-se com um sentimento crescente, com frequência restrita a um segmento da comunidade política de que as instituições deixaram de responder adequadamente aos problemas postos por um meio

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que ajudaram em parte a criar. Para o mesmo autor, as revoluções ocorrem justamente quando certos paradigmas deixam de oferecer soluções plausíveis para os problemas que até então eram por eles resolvidos. É nesse passo que, com otimismo, lentamente se caminha.

Um marco na normalização ambiental foi à criação da norma britânica BS 7750, publicada em 1992. A partir dela diversas outras normas foram elaboradas em outros países. No âmbito da International Standardization Organization - ISO foi criado um grupo de assessoria para estudar as questões decorrentes da proliferação de normas ambientais e seus impactos sobre o comércio internacional. Esse grupo recomendou a criação de um comitê específico para a elaboração de normas sobre gestão ambiental.

A certificação de gestão ambiental (ISO 14001) certifica os produtos pelo impacto ambiental com base na avaliação do ciclo de vida (ACV), e as demais normas da série ISO 14000, que abordam a problemática ambiental de forma integrada, exigem o atendimento a requisitos ambientais, preveem o aprimoramento contínuo das soluções, colocam diretrizes tanto para o gerenciamento da organização como para a avaliação de seus produtos, reconhecem como partes interessadas funcionários, acionistas, seguradoras, clientes, consumidores, ambientalistas e públicos em geral, e fornecem base normalizada à certificação na qual estão embutidos tanto os aspectos comerciais como os de qualidade ambiental. (FILHO, 2002)

A norma ISO 14001 foi publicada em setembro de 1996, compreendendo especificações normativas acordadas internacionalmente e estabelecendo critérios de gestão ambiental compatíveis com um sistema de gerenciamento voltado à viabilidade da produção ecologicamente correta e à indução de uma cultura participativa baseada na aprendizagem organizacional, na disseminação de valores ambientais e na sustentabilidade dos recursos naturais (MAIMON, 1999; VALLE, 1996; D’AVIGNON, 1996; E SCHERER, 1998).

Para Donaire (1999, p.108), os programas de gestão ambiental “estabelecem atividades a ser desenvolvida, a sequência entre elas, bem como quem são os responsáveis pela sua execução”. A partir dessa acepção, pode-se inferir que a gestão ambiental tem se apresentado como uma das mais importantes atividades relacionadas com qualquer empreendimento. Valle (1996), conclui afirmando que a gestão ambiental é um conjunto de ações e procedimentos bem delineados e adequadamente aplicados, a qual visa à redução e o controle dos impactos gerados por um empreendimento no meio ambiente.

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organizacionais, os parâmetros relacionados ao meio ambiente passam a ser levados em conta no planejamento estratégico, no processo produtivo, na distribuição e disposição final do produto”. O mesmo autor descreve as cinco etapas sucessivas e contínuas para a implantação do Sistema de Gestão Ambiental, que são: Política Ambiental da Organização; Planejamento; Implantação e Operação; Monitoramento e Ações Corretivas; e Revisões no Gerenciamento.

Assim, atualmente, o exercício da responsabilidade social corporativa está associado à noção de sustentabilidade, na medida em que visa conciliar as esferas econômica, ambiental e social na geração de um cenário compatível à continuidade e à expansão das atividades das empresas, no presente e no futuro (UTTING, 2000).

Expressa a adoção e a difusão de valores, condutas e procedimentos que induzam e estimulem o contínuo aperfeiçoamento dos processos empresariais, para que também resultem em preservação e melhoria da qualidade de vida das sociedades, do ponto de vista ético, social e ambiental. Empresas socialmente responsáveis estão melhor preparadas para assegurar a sustentabilidade a longo prazo dos negócios, por estarem sincronizadas com as novas dinâmicas que afetam a sociedade e o mundo empresarial(SENHORAS, 2006).

Conforme a definição do World Business Council for Sustainable Development, a “responsabilidade social empresarial é o compromisso das empresas no sentido de contribuir para o desenvolvimento econômico sustentável, trabalhando com os empregados, suas famílias, a comunidade local e a sociedade como um todo, para melhorar sua qualidade de vida.” (WBCSD, 2000).

O valor e a reputação da marca somada ao perfil de risco e a atratividade para os clientes impulsiona o valor da empresa para os acionistas (HOLLIDAY, SCHMIDHEINY e WATTS, 2002). Conforme estudo apresentado pelos autores, nos mercados financeiros, empresas com índice de sustentabilidade apresentaram desempenho superior ao índice global da Dow Jones, reforçando a percepção de que a integração de fatores críticos de sucesso de natureza econômica, ambiental e social na estratégia de negócios pode resultar em vantagem competitiva.

Reputação se constrói sobre intangíveis, como confiança, qualidade, consistência, credibilidade, relacionamentos e transparência, assim como se constrói com investimentos em pessoas, na diversidade, no meio ambiente (SustainAbility et al., 2001, apud HOLLIDAY, SCHMIDHEINY e WATTS, 2002, p.213).

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2.5 Contabilidade Ambiental

A relação entre meio ambiente e contabilidade surgiu quando as empresas passaram a se preocupar com a imagem negativa gerada pelo uso dos recursos naturais, oriundos das suas atividades operacionais, sem a respectiva reposição dos mesmos (BEUREN,CUNHA e SOUZA 2006).

Nas empresas busca-se a maximização dos resultados e a minimização dos custos, todavia, em algumas delas, também há a preocupação de atender as novas necessidades do mercado competitivo exigindo dos empresários uma gestão socialmente responsável com o objetivo final de valorizar suas empresas no mercado (ALBERTON, CARVALHO E CRISPIM, 2004.)

Diante desse contexto, a contabilidade emerge e se utiliza da definição de poder ser considerada como um sistema, cujo principal objetivo é fornecer informações úteis a seus usuários, de forma a apoiá-los na avaliação e na tomada de decisão econômica e financeira. Para tanto, trata de identificar, medir, registrar e comunicar os eventos econômicos de uma empresa, sendo considerada uma linguagem de negócios. (FRANCO, 1997).

Sendo assim, a informação contábil desempenha um papel fundamental na administração do conflito de interesses e na redução da assimetria informacional existente entre gestores e investidores (CUNHA e RIBEIRO, 2008).

Dessa forma, a importância da contabilidade ambiental começa a vigorar quando os problemas ambientais passam a preocupar os gestores e a sociedade, devido à necessidade de mais informações objetivas sobre o meio ambiente. Mas, inicialmente, os contadores não eram bem preparados para esse assunto. (ALBERTON,CARVALHO E CRISPIM, 2004)

Segundo Paiva (2003, p. 17) “A Contabilidade Ambiental pode ser entendida como a atividade de identificação de dados e registro de eventos ambientais, processamento e geração de informações que subsidiem o usuário servindo como parâmetro em suas tomadas de decisões”.

Destaca-se ainda que a divulgação é de cunho essencial para avaliar as oportunidades de investimentos auxiliando os investidores a alocarem seus recursos da forma mais eficiente dentre as diversas opções que o mercado oferece (BUSHMAN e SMITH ,2003).

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Diante disso, de acordo com Cunha e Riberio (2008), a divulgação constitui uma ferramenta importante para que uma empresa se diferencie das demais na forma de apresentar seu desempenho, suas estratégias e diferenciais competitivos.

E é diante desta afirmação que a contabilidade contribui por ser um elo de ligação entre a empresa e a sociedade, devendo evidenciar as medidas adotadas e os resultados alcançados pela empresa no processo de proteção, preservação e recuperação do meio ambiente (BEUREN,CUNHA e SOUZA, 2006).

O principal grupo ao qual se destinam as informações contábeis são os acionistas, investidores e credores. Esses dados podem ser divulgados através das demonstrações financeiras, e dados complementares como as notas explicativas, entre outros (CALIXTO, BORBA e LIMA, 2007).

Porém Hendriksen e Breda (1999) lembram que, além dos acionistas, investidores e credores, existem outros interessados nas informações da empresa. Entre eles estão, funcionários, clientes, fornecedores, governo, e a sociedade em geral.

É valido ressaltar que ao prestar contas de suas ações, as empresas visavam principalmente melhorar sua imagem perante consumidores e investidores, fato que as levou a concluir que apenas produzirem a preço justo e qualidade adequada não seria mais a única justificativa de sua existência perante a opinião pública (CUNHA E RIBEIRO,2008).

2.6 Disclosure ambiental

Atualmente vivemos na sociedade do conhecimento, em que as informações são recursos valiosos, e o ambiente apresenta-se de maneira dinâmica, fazendo com que “o contexto econômico-social atual reflita um ambiente onde se processam mutações periódicas na organização empresarial” (WINCKLER, 2005, p. 15).

Esse ambiente mutável, principalmente no contexto organizacional, ocorre “devido à volatilidade e dinamismo do mercado de capitais em todo o mundo, o processo de divulgação das informações sobre a gestão, os usuários externos, é fator preponderante para a sobrevivência das empresas” (GALLON, 2006, p. 18).

Eis que surge o papel da contabilidade, e este está relacionado aos objetivos qualitativos da informação contábil, objetivos tais como compreensibilidade, relevância/materialidade, confiabilidade e comparabilidade, permeando todo o sistema da

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contabilidade e confundindo-se com os próprios objetivos da ciência contábil (QUINTEIRO e MEDEIROS, 2005, p. 2).

No entendimento de Paiva (2003, p. 17), A contabilidade ambiental pode ser entendida como a atividade de identificação de dados e registro de eventos ambientais, processamento e geração de informações que subsidiem o usuário servindo como parâmetro em suas tomadas de decisões.

Para Winckler(2005, p. 15) a evidenciação de informações dessa natureza proporciona maior e melhor visibilidade das empresas quanto a suas ações não contempladas em demonstrações legalmente exigidas. Aquino e Santana (1992, p. 1) asseguram ainda que para que haja a evidenciação é necessário uma divulgação com clareza, onde se compreende de imediato o que está sendo comunicado.

Para Iudícibus (2000) o padrão de divulgação pode ser subdividido em três níveis: (a) divulgação adequada; (b) divulgação justa; (c) divulgação completa, contudo toda e qualquer informação divulgada deve ser adequada, justa e plena, ao menos em relação ao detalhe que está sendo evidenciado.

O sentido da evidenciação é que a informação que não for relevante deve ser omitida, a fim de tornar os demonstrativos contábeis significativos e passíveis de pleno entendimento(NASCIMENTO et al ,2009)

Dantas, Zendersky e Niyama (2004) ressaltam que a empresa, para alcançar o maior nível de transparência pleiteada com o disclosure, deve divulgar informações qualitativas e quantitativas que possibilitem aos usuários formarem uma compreensão das atividades desenvolvidas e dos seus riscos, cumprindo aspectos de tempestividade, detalhamento e relevância indispensáveis.

Quanto à evidenciação de informações ambientais nos relatórios contábeis, de um modo geral, as empresas brasileiras utilizaram o relatório da administração e a maior parte das informações divulgadas são de natureza qualitativa, sem muita clareza, padrão e consistência, como verificaram diversos autores (SANTOS et al. 2001; NOSSA, 2002; PAIVA, 2003; CALIXTO, 2004.

No Quadro 1, está descrito quais as informações a evidenciação ambiental implica em responder:

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Quadro 1- Perguntas as quais a informação ambiental devem responder

Perguntas as quais a informação ambiental deve responder

O quê todas as informações relativas aos eventos e às transações envolvidos com a questão ambiental;

Como com o grau de detalhamento exigido pela relevância dos valores e da natureza dos gastos, relativos à interação da empresa com o meio ambiente;

Quando o registro contábil deverá ser feito no momento em que o fato gerador ocorrer, ou no momento em que houver informações adicionais e complementares;

Onde As demonstrações contábeis e nas notas explicativas, dependendo da extensão e da natureza das informações a serem prestadas.

Fonte: Adaptado de Ribeiro (2005, p. 108),

Ainda segundo Ferreira (2003, p.108), “as notas explicativas podem ser o meio ideal para explicitar como esses cálculos foram feitos e também para esclarecer os investimentos em prevenção, recuperação e reciclagem de material”.

Por fim, Salotti (2005, p.70) discorre sobre a possível relação positiva entre o nível de divulgação de informações voluntárias e o nível passado de divulgação, principalmente devido a dois motivos:

redução nos custos de divulgação pela divulgação anterior;

uma força imposta pelo mercado às empresas que divulgaram informações voluntárias em períodos anteriores (se quem já divulgou não o fizer novamente, essa informação pode ser entendida pelo mercado como adversa), que reavalia suas expectativas e os preços das ações.

2.7 Pesquisas Empíricas sobre Disclosure Ambiental

Com base nesse cenário que pouco estimula, incentiva e conduz a pesquisa empírica em contabilidade ambiental, outros autores da literatura contábil criticam a falta de padronização na evidenciação contábil da variável ambiental, além da necessidade de auditoria contábil dessas informações, e que ela seja feita por empresa de auditoria independente. (BERGAMINI JUNIOR, 2000; NOSSA, 2002 e PAIVA, 2003).

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Pode-se dizer, desta forma, que uma empresa socialmente responsável é aquela que valoriza o relacionamento com todos os stakeholders associados direta ou indiretamente ao negócio da empresa, incorporando os interesses destes no planejamento de suas atividades.

A relação entre a performance ambiental e financeira das empresas tem sido, nos últimos anos, e continua a ser, tema de intenso debate. Alguns autores consideram que as boas praticas de gestão ambiental e os investimentos conducentes a uma melhor performance ambiental são benéficos para a empresa assim como para a sociedade(Roque e Cortez , 2006)

Para Rover, Alves e Borba (2005) afirmam baseados em autores internacionais, ficar claro que a evidenciação ambiental expõe que os direitos e obrigações da empresa estão sendo administrados para realçar o atendimento dos direitos da sociedade (CASTELO; ERESA 2008; RAHAMA, LAWRENCE, ROPER, 2004; HASSELDINE; SALAMA; et AL, 2005; CORMIER; GORDON; MAGMAN, 2004; de VILLIERS; STADEN, 2006).

Ao que concerne no que evidenciar sobre o quesito ambiental em relatórios financeiros, Grossman e Milgron (apud FEKRAT e PETRONI, 1996) defendem a total evidenciação das informações. Porém os mesmos afirmam que, na ausência ou falta de transparência de informações, os investidores depreciam o valor da firma. Os autores vão mais longe e declaram que, em um ambiente competitivo, as empresas tenderiam a concorrer entre si quanto à evidenciação, evitando ser alvo de conseqüências associadas à omissão de informações. Contudo, Abreu et al(2008) afirmam que essa lógica traz custo para as empresas e ao mesmo tempo incentiva o disclosure.

Para Rover et al(2008) o cenário nacional de pesquisas ainda é embrionário, porém já existem estudos realizados com achados relevantes.

Destacou algumas pesquisas que tratam do tema divulgação de informações ambientais como achados interessantes, assim como descritos no Quadro 2 logo abaixo.

Quadro 2- Pesquisas que tratam do tema divulgação de Informações Ambientais

REFERÊNCIA PROBLEMA DE PESQUISA RESULTADOS (CALIXTO; LIMA;

BARBOSA, 2007)

Divulgação de informações ambientais por meio de relatórios financeiros vs na internet e por setor

Internet ganha de documentos financeiros

Siderurgia e Saneamento são os setores que

mais evidenciam (ROVER; ALVES;

BORBA, 2008) Divulgação de informações ambientais por meio de relatórios no padrão CVM vs SEC. Os achados foram Inconsistência. (MURCIA; ROVER; Quais fatores explicam o disclosure ambiental

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FÁVERO; LIMA, 2008) setores de alto impacto ambiental? significantes. FIÓRIO; NOSSA;

COSTA;PEREIRA; NOSSA, 2008)

Quais foram os tipos de informes utilizados pelas empresas de telecomunicações do Brasil para evidenciação das práticas de responsabilidade social em 2004?

Não há uniformidade e utilizam as notas explicativas, relatório da administração, balanço social padrão e/ou relatório próprios. (CUNHA; RIBEIRO,

2006)(CUNHA; RIBEIRO, 2008)

Que motivos levariam as companhias negociadas no mercado de capitais brasileiro a divulgar voluntariamente informações de natureza social?

Associação positiva entre divulgação voluntária e nível de

governança corporativa, desempenho e tamanho.

Fonte: Vellani(2009)

No que toca a evidencia empírica, haja uma variedade de estudos desenvolvidos com o intuito de averiguar a natureza da relação entre a performance ambiental e financeira das empresas. Contudo, existe alguma disparidade entre os mesmos no que respeita: (1) a metodologia usada para averiguar a existência de tal relação; (2) as medidas utilizadas para avaliar a performance ambiental; (3) as medidas utilizadas para avaliar a performance financeira; (4) ao tipo de evidencia encontrada.(ROQUE E CORTEZ,2006).

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3. METODOLOGIA

O conhecimento humano caracteriza-se pela relação estabelecida entre o sujeito e o objeto, podendo-se dizer que essa é uma relação de apropriação. Sendo assim, a metodologia resulta de um conjunto de procedimentos a serem utilizados pelo indivíduo na obtenção do conhecimento (Ponte el al, 2007).

De acordo com os autores anteriormente citados, a pesquisa científica desenvolve-se mediante utilização dos conhecimentos disponíveis, métodos, técnicas e outros procedimentos científicos, que vão desde a adequada formulação do problema até a satisfatória apresentação dos resultados.

Visto através dos objetivos, o presente trabalho pode ser classificado como descritivo, pois procura determinar status, opiniões ou projeções futuras nas respostas obtidas.

Este estudo classifica-se como uma pesquisa documental direta que de acordo com Gil (2008), guarda estreitas semelhanças com a pesquisa bibliográfica. A principal diferença entre as duas é a natureza das fontes: na pesquisa bibliográfica os assuntos abordados recebem contribuições de diversos autores, na pesquisa documental os materiais utilizados geralmente não receberam ainda um tratamento analítico.

Diante das diversas dimensões de classificação metodológica de um estudo, esta pesquisa pode ser classificada quanto a sua natureza como qualitativa.

Contudo, os resultados da pesquisa foram analisados através de gráficos, tabelas e quadros, pois de acordo com Martins e Theóphilo (2007) é descabido o entendimento que possa haver pesquisa exclusivamente qualitativa ou quantitativa, visto que a investigação científica contempla ambas.

3.1 Procedimentos Técnicos de Coleta de Dados

As técnicas utilizadas para a obtenção de informações são bastante diversas, contudo, este estudo utilizou-se da Desenvolvimentista, que é o tipo de pesquisa que procura investigar as mudanças de comportamento que ocorrem através dos anos (SILVA E MENEZES, 2001).

De acordo com os mesmos autores, ainda se pode ter abordagens distintas, podendo ser de caráter longitudinal ou transversal, pois a pesquisa desenvolvimentista busca obter informações sobre a interação entre crescimento e maturação e de variáveis de aprendizagem

Referências

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