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Cooperativas de crédito e instituições financeiras: a aplicabilidade do código de defesa do consumidor

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UNIJUÍ - UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

BRUNA MATTNER BARCELOS

COOPERATIVAS DE CRÉDITO E INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS: A APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Santa Rosa (RS) 2013

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BRUNA MATTNER BARCELOS

COOPERATIVAS DE CRÉDITO E INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS: A APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Direito objetivando a aprovação no componente curricular Trabalho de Curso - TC.

UNIJUÍ - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

DCJS- Departamento de Ciências sociais e Jurídicas.

Orientadora: MSc. Fernanda Serrer

Santa Rosa (RS) 2013

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AGRADECIMENTOS

Ao nosso maior criador, que nos presenteou com este mundo maravilhoso em que vivemos, e que nos permite viver cada dia intensamente, nos proporcionando as mais diversas maravilhas desse mundo.

À minha família, que sempre esteve presente me incentivando e ajudando a buscar os meus sonhos, obrigada pela paciência, pelo carinho e pela capacidade de me trazer calma na correria do dia-a-dia. Com vocês eu apreendi a ver a vida de um jeito diferente.

Ao meu avô Moacir Barcelos, que mesmo não estando mais presente entre nós, me dá todo o apoio e força para continuar seguindo em frente.

Aos amigos que escolhi, irmãos adotivos que Deus colocou no meu caminho, pessoas maravilhosas, com quem compartilho as mais diversas peraltices da vida e que tenho orgulho de dizer: “não poderia ter acertado mais em escolher os meus.”

À minha orientadora Fernanda Serrer, com quem compartilhei o que era uma sementinha daquilo que veio a ser este trabalho, desejei ser sua orientanda desde o princípio, pois sabia da tamanha capacidade e inteligência.

Aos meus colegas de trabalho do Sicredi Noroeste, que me ajudaram e me substituíram nos momentos que precisava estar ausente para poder concretizar este sonho.

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4 Enfim, a todos que de uma ou outra forma influenciaram positivamente nesta conquista. Muito obrigada.

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“O cooperativismo é a suprema esperança dos que sabem que há uma questão social a resolver e uma revolução a evitar”. Charles Gide.

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RESUMO

O presente trabalho de conclusão de curso faz uma analise do modelo cooperativista, mostra que com a presença das cooperativas de crédito, as mesmas puderam ser consideradas uma alternativa para a organização econômica da sociedade, levando sempre em conta os princípios que o cooperativismo adota, ligados ao termo cooperação e fundamentados na dignidade e liberdade humana. Aborda o surgimento do Direito Cooperativo de crédito no Brasil, e diversas mudanças até a criação da Lei que rege até hoje as cooperativas. Analisa as principais diferenças e distinções jurídicas e legais entre as cooperativas de crédito e os bancos financeiros e com isso, estuda o Código de Defesa do Consumidor tendo como foco principal os contratos jurídicos envolvendo as cooperativas de crédito e as demais instituições financeiras, abordando as suas características jurídicas e legais bem como a possível aplicabilidade do CDC nas operações jurídicas oferecidas tanto pelas cooperativas de crédito, como pelas instituições financeiras em geral.

Palavras-Chave: Cooperativas de Crédito. Instituições financeiras. Banco Central. Código de Defesa do Consumidor.

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ABSTRACT

This final paper is an analysis of the ongoing cooperative model , shows that the presence of credit unions , the same could be considered an alternative to the economic organization of society , always taking into account the principles that cooperatives adopts connected the term cooperation and grounded in the dignity and human freedom . Discusses the emergence of the Cooperative Law credit in Brazil , and several changes to the law governing the creation of cooperatives today . Analyzes the main differences and legal distinctions between legal and credit unions and banks and financial with it , studying the Code of Consumer focusing mainly on legal contracts involving credit unions and other financial institutions , addressing their legal and legal characteristics and the possible applicability of the CDC offered both legal operations of credit unions as financial institutions in general.

Keywords : Credit Unions . Financial institutions . Central Bank . Code of Consumer Protection.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 9

1 O COOPERATIVISMO DE CRÉDITO NO BRASIL ... 11

1.1 O Surgimento do cooperativismo de crédito no Brasil... 11

1.2 A lei da Reforma Bancária: cooperativas de crédito e o Banco Central no Brasil ... 14

1.3 Lei nº 5.764: atual regime jurídico das sociedades cooperativas ... 15

1.4 Principais objetivos e modalidades de cooperativas de crédito ... 16

1.5 Principais distinções jurídicas e legais entre as cooperativas de crédito e os bancos... 18

2 AS COOPERATIVAS DE CRÉDITO E O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR ... 21

2.1 Conceitos básicos da relação de consumo ... 22

2.2 Noções de Consumidor e Fornecedor ... 22

2.3 Produtos e serviços como objetos da relação de consumo ... 24

2.4 Ato cooperativo e o Código de Defesa do Consumidor ... 26

2.5 Aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor aos bancos comerciais ... 27

2.6 Inaplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor às cooperativas de crédito ... 29

CONCLUSÃO ... 33

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho apresenta um estudo acerca do surgimento do cooperativismo de crédito no Brasil, que nasceu como uma alternativa para a economia da sociedade objetivando a solução de problemas sociais gerados pelas comunidades entre si. O sistema jurídico pátrio conheceu algumas regras legais que tratavam das Cooperativas de Crédito, as quais com o passar dos anos foram revogadas e criada a atual Lei das Cooperativas de Crédito, que as rege até os dias de hoje.

Para a realização deste trabalho foram efetuadas pesquisas bibliográficas e por meio eletrônico, analisando também a própria lei das cooperativas de crédito, a fim de enriquecer a coleta de informações e permitir um aprofundamento no estudo das Cooperativas de Crédito e as instituições financeiras, revelando a diferença entre as cooperativas e os bancos e apontando as suas características jurídicas e legais.

Inicialmente, no primeiro capítulo, foi feito um breve relato sobre o surgimento do cooperativismo de crédito no Brasil e no mundo, trabalhando com a Lei da Reforma Bancária, informando as suas normas frente às cooperativas de crédito e o Banco Central, passando, em seguida, a mencionar a criação da legislação própria para as cooperativas de crédito, seus objetivos e as suas modalidades de constituição. Também foi analisada a regulamentação jurídica das instituições financeiras no Brasil, o conceito de banco, e o relacionamento do Banco Central com as instituições financeiras, bem as principais diferenças jurídicas e legais entre as cooperativas de crédito e as instituições financeiras em geral.

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10 No segundo capitulo, estudaremos a possível influência do Código de Defesa do Consumidor nas relações jurídicas que os associados possuem com as suas cooperativas de crédito e que os clientes possuem com as suas instituições financeiras.

Ainda no segundo capitulo será estudada a possibilidade de aplicabilidade do CDC nas operações realizadas tanto pelas cooperativas de crédito quanto pelos bancos comerciais, investigando uma noção básica de relação de consumo, os conceitos de consumidor e fornecedor, bem como de produtos e serviços, segundo a legislação consumerista, para no decorrer do estudo concluir se há ou não a possibilidade da aplicabilidade da Lei nº 8.078/90 as relações firmadas pelas cooperativas de crédito.

A partir desse estudo se verifica que as cooperativas de crédito apresentam características ideais para a sua criação, pois contribuem para a organização econômica da sociedade em geral, uma alternativa voltada aos princípios que o cooperativismo adota, pensando sempre na dignidade da pessoa humana.

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1 O COOPERATIVISMO DE CRÉDITO NO BRASIL

No presente capitulo será abordado o surgimento do cooperativismo de crédito no Brasil, mostrando o importante papel que as cooperativas de crédito possuem na sociedade atual.

O cooperativismo consiste em uma doutrina que propaga valores, princípios e fundamentos para uma organização econômica-social justa e adequada. É uma forma de integração social, a qual as pessoas se unem em grupo de modo formal ou informal, o sentimento coletivo acaba ganhando cada vez mais força, fazendo com que todos que integram o grupo alcancem os seus objetivos.

Neri Luiz Cenzi, (2009. p. 21) explica as origens da doutrina, onde:

a necessidade de solidariedade e ajuda mútua surgiu a partir do momento em que o homem precisou viver em conjunto, pois desde os tempos mais remotos de sua existência viu ele que suas ações e a sua sobrevivência dependiam de outro semelhante. Assim, embora sem a formação de conceitos, o homem já experimentava e começava a construir uma sociedade amparada na reciprocidade e busca de objetivos em comum.

E foi assim, que surgiu no Brasil a primeira Sociedade Cooperativa, num grupo de pessoas com um objetivo em comum.

1.1 O Surgimento do cooperativismo de crédito no Brasil

Há muitas décadas que se reconhece que o cooperativismo é uma alternativa eficaz para a solução dos problemas econômicos da sociedade, alcançando os objetivos desejados através da cooperação, ajuda mútua, e solidariedade.

Na Inglaterra, no ano de 1844, surgiu um grupo de tecelões de Rochdale que se agruparam em associação cooperativa para terem acesso à alimentos com custos menores, em decorrência do desequilíbrio econômico existente na localidade, eliminando assim, a figura do intermediador. (MEINEN; DOMINGUES; DOMINGUES, 2002ª).

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12 Na Alemanha, em 1848, pequenos produtores liderados por Friedrich Wilhelm Raiffeisen, o qual foi assessorado por um Pastor chamado Muller, criaram a Associação de Amparo aos agricultores com maior poder aquisitivo. Este grupo reuniu todas as suas economias com intuito de atender as necessidades dos menos favorecidos, sem obtenção de qualquer lucro abusivo, ao contrario de antes, quando eram obrigados a se subordinarem para enriquecer um único comerciante que vivia neste local. Essa associação serviu como modelo para a futura atividade cooperativista de Raiffeisen. Já em Milão, o veneziano Luigi Luzzatti criou o Banco Popular, registrando a primeira criação de banco cooperativo da história. (MEINEN; DOMINGUES; DOMINGUES, 2002 a).

No Brasil, existem duas versões sobre o surgimento da primeira cooperativa de crédito, ao qual a primeira surgiu através de um padre suíço chamado Theodor Amstad, que chegou até o Brasil para concluir seus estudos teológicos, foi ele que com um grupo de produtores rurais familiares:

funda em Linha Imperial, então Município do Caí e depois de Nova Petrópolis, a 28 de dezembro 1902, a primeira cooperativa de crédito do Brasil e da América Latina. Esta funciona ininterruptamente até hoje, já acumulando uma experiência de 109 anos a serviço dos pequenos poupadores e prestamistas, que geralmente não tem acesso aos Bancos Convencionais. Esta cooperativa pioneira, junto com outras sete cooperativas de crédito que sobreviveram às medidas oficiais promulgadas em 1966, passaram a ser as inspiradoras do modelo que com a assessoria de Mario Kruel Guimarães, em 1980 se reestruturou como o Sistema SICREDI/RS, que rapidamente se expandiu, inclusive criando um próspero Banco próprio em Porto Alegre e hoje amplamente difundido pelos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso Norte e São Paulo, com 1,8 milhões de associados, todos procurando ser CO-PROPRIETÁRIOS e reais PROTAGONISTAS do sistema. Em outros Estados do País atua o Sistema SICOOB , igualmente com Banco Próprio e com sede em Brasília, e também voltado ao micro e pequeno poupador e prestamista e em constante interação, até com intercâmbio e transferência de tecnologias, com o sistema SICREDI. Ambos os sistemas, mais outros sistemas de crédito cooperativado da economia solidária já são responsáveis hoje por aproximadamente de 5 milhões de associados no País. Mencione-se ainda a participação de lideranças religiosas, católicas e evangélicas, na fundação de muitas cooperativas locais, seja de crédito como também de outros ramos ou setores de atividades. (Schneider, Jose Odelso).

Marcos Antonio Henriques Pinheiro (2006, p. 25) explica que no Brasil, as cooperativas do tipo Luzzatti bastante populares nas décadas de 40 a 60,

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tinham como principais características a não exigência de vinculo para a associação, exceto algum limite geográfico (bairro, município, etc.), quotas de capital de pequeno valor, concessão de crédito de pequeno valor sem garantias reais, não remuneração dos dirigentes e responsabilidade limitada ao valor do capital subscrito.

O primeiro banco cooperativo privado no Brasil surgiu no dia 16 de outubro de 1995 na cidade de Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul, denominado como Banco Cooperativo Sicredi S/A – BANSICREDI. O segundo banco dessa categoria foi fundado em Brasília – DF, denominado como BANCOOB.

Meinen, Domingues e Domingues, (2003, p. 16) ensinam que o cooperativismo de crédito nacional aglutina-se:

Em torno dos Sistemas SICREDI (pioneiro), SICOOB e UNICRED, que coexistem com os Sistemas CECRERS (cooperativas urbanas no RS) e CRESOL (cooperativas de crédito rural compostas de microprodutores), bem assim com unidades isoladas – não integradas (chamadas “solteiras”), sendo os dois primeiros os detentores dos atuais bancos cooperativos (BANSICREDI e BANCOOB, respectivamente).

A evolução legislativa do Direito Cooperativo apresenta a seguinte ordem conforme Bulgarelli (apud VERAS NETTO, 2004, p. 112):

Implantação (de 1907 a 1932), Consolidação parcial (de 1932 a 1966), Centralismo estatal (de 1966 a 1971), Renovação de estruturas (de 1971 a 1988) e Liberalização (a partir de 1988). Na doutrina de Perius (2001, p. 15-34) a construção do Direito Cooperativo brasileiro pode ser dividida em três fases: fase de constituição e ordenamento (de 1903 a 1938), fase intervencionista estatal (de 1938 a 1988) e fase autogestionária (a partir de 1988).

A atual Constituição Federal do Brasil estabelece mecanismos em seu art. 5º, inciso XVIII normatizando como direito fundamental a criação de associação e cooperativas no país. Além disso, preconiza o artigo 146 da Constituição Federal, no titulo dedicado à tributação e ao orçamento, que cabe à lei complementar:

[...]

III – estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: [...]

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c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.

O conteúdo do Direito Cooperativo tem dois lados que podem ser visualizados, sendo de um lado o âmbito constitucional e o outro de âmbito infraconstitucional. O legislador, ao elaborar o texto constitucional preocupou-se em assegurar o movimento cooperativista, para não tirar a sua fonte, sua autonomia e seus objetivos.

1.2 A lei da Reforma Bancária: cooperativas de crédito e o Banco Central no Brasil

A reforma Bancária criada no ano de 1964, através da Lei nº 4595, criou o Banco Central do Brasil, passando a vigorar um ano após a sua criação. Até o momento, não havia no país um banco central, que fosse espelho para as instituições bancárias e cooperativas. A partir da sua criação, o Banco Central, seguindo o modelo adotado pelos bancos centrais de todo no mundo, é a autoridade monetária principal no Brasil, tendo recebido competências de três instituições diferentes: a Superintendência da Moeda e do Crédito, o Banco do Brasil e o Tesouro Nacional.

Os principais objetivos da Reforma Bancária de 1964 conforme Barbosa (2002 p. 02) foram:

a criação do Banco Central e a concessão de autonomia das Autoridades Monetárias em relação ao Governo Federal. A autonomia se caracterizava pelo fato do Conselho Monetário Nacional, órgão de cúpula da política monetária, que deliberava pela maioria simples dos seus membros, ter seis membros com mandatos fixos e três membros demissíveis ad nutum pelo Presidente da República: o Ministro da Fazenda, que presidia o Conselho, e os presidentes do Banco do Brasil e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE). A diretoria do Banco Central do Brasil, órgão executivo da política monetária, era composta por quatro membros, escolhidos entre os seis membros do Conselho Monetário Nacional com mandatos fixos de seis anos.

Esta lei extinguiu todos os órgãos que fiscalizavam os órgãos bancários no Brasil, transferindo todas essas atividades para o Banco Central, ficando

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centralizadas a administração das reservas internacionais e a politica cambial. Interessante esclarecer que a Reforma Bancária também estabeleceu a competência de exercer fiscalização sobre as instituições e aplicar penalidades concedendo também autorização para o funcionamento das mesmas.

O artigo 13 da Lei 4595 permitiu que "a execução de encargos e serviços de competência do Banco Central do Brasil poderia ser contratada com o Banco do Brasil por determinação do Conselho Monetário Nacional, pelo prazo e nas condições por este fixados."

Até a Constituição de 1988, cada instituição financeira estabelecia os seus interesses. Após a promulgação e entrada de vigor da Constituição de 1988, ficou estabelecido em seu artigo 192 que o Banco Central seria responsável pela autorização e funcionamento das instituições financeiras, incluindo as Cooperativas de Crédito, que possuem a sua Lei própria, porém regida e controlada pelas normas impostas pelo Banco Central.

1.3 Lei nº 5.764: atual regime jurídico das sociedades cooperativas

Consideradas como uma sociedade de pessoas constituída para prestar serviços aos seus associados, eis que surge um novo e atual regime jurídico para essas sociedades cooperativas, a Lei 5.764, criada em 16 de dezembro do ano de 1971, e que institui o regime das cooperativas.

Entende-se por cooperativa, uma associação de no mínimo 20 pessoas, sendo que estas pessoas se reúnem voluntariamente, não objetivando fins lucrativos, mas econômicos. Os cooperativados exercem a mesma atividade, com objetivos comuns. Dessa forma, o capital necessário para o desempenho das atividades da cooperativa, bem como o capital para aquisição de cotas-partes, serão rateado pelos próprios associados, que assumirão entre si, os ganhos e despesas do empreendimento.

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16 Ademais, todos os lucros e excedentes serão rateados conforme o trabalho exercido pelos cooperados, bem como cada cooperativado terá direito a um voto na tomada de decisões, tendo em vista que as funções dos cooperativados são embasadas no principio da democracia.

Ainda conforme o que dispõe o art. 79 da Lei n. 5.764/71 os atos cooperativos praticados pela cooperativa e seu cooperado “não implica operação de mercado, nem contrato de compra e venda de produto ou mercadoria.” Manifestando sobre a matéria do art. 79, Polonio (2004 p. 105)relata que:

As operações realizadas pela sociedade cooperativa com seus associados não se tratam de operações mercantis, mas tão somente de transferências de mercadorias e recursos entre eles – cooperativa e associados – com o objetivo de fomentar as atividades daquela em benefício destes, ou transferir o resultado de suas atividades para os associados, sempre buscando seus interesses.

Cabe ressaltar, que as cooperativas podem realizar qualquer tipo de atividade, desde que expressa no seu regime jurídico, e que conste no seu vocábulo a palavra cooperativa, sendo vedada a palavra “banco.”

1.4 Principais objetivos e modalidades de cooperativas de crédito

Dirigidas por uma associação de indivíduos com o mesmo direito e mesmo objetivo, as cooperativas de crédito são formadas para solucionar problemas sociais, através de um grupo de pessoas livres com objetivos em comum. Além de uma forma alternativa de atividade econômica, as cooperativas de crédito resgatam valores, como o compromisso pessoal, ajuda mútua e responsabilidade social.

Dentre dos vários tipos de cooperativas, estão às cooperativas de crédito, criadas para oferecer ao seu quadro social algumas soluções financeiras, possibilitando o acesso a produtos e serviços que a cooperativa oferece e que se enquadram nas necessidades e condições do associado.

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Desse modo, o autor Ademar Schardong (2002; p: 18 - 19) explica que o objetivo da Cooperativa de crédito é:

Enquanto espécie do gênero “cooperativa”, objetiva promover a captação de recursos financeiros para financiar as atividades econômicas dos cooperados, a administração das suas poupanças e a prestação dos serviços de natureza bancaria por eles demandada. (grifo do autor).

É essencial que a cooperativa de crédito promova a defesa e o progresso da situação econômica dos seus associados, seja disponibilizando no mercado bens e serviços com preços justos e baixos, seja, obtendo para eles baixos custos nos bens e serviços que os mesmos necessitem.

Conforme determina a Resolução do Conselho Monetário Nacional nº 2.771, de 30 de agosto de 2000, as cooperativas singulares de crédito, definidas no art. 6º, § 1º da Lei nº 5.764/71, classificam-se, quanto a natureza, em Cooperativas de Crédito rural, Cooperativas de Crédito tipo Luzatti e Cooperativas de Crédito Mutuo.

As Cooperativas de Crédito Rural associam os produtores rurais, na condição de pessoas físicas ou como pessoas jurídicas com atividades correlatas. As Cooperativas de Crédito do tipo Luzatti, tiveram o seu funcionamento proibido pelo Banco Central, e as Cooperativas de Crédito Mútuo trabalham com pessoas físicas com uma determinada categoria profissional, trabalhando ainda com as pessoas jurídicas porém sem fins lucrativos a elas ligadas.

Ainda as sociedades cooperativas podem ser classificadas como cooperativas singulares que são aquelas que se destinam a prestar serviços diretamente aos associados, também conhecidas como de 1º grau e cooperativas de 2º grau ou cooperativas centrais e federações que possuem o objetivo de organizar os serviços econômicos e assistenciais, além das cooperativas de 3º grau que podem ser chamadas de confederação de cooperativas que tem por objetivo coordenar e orientar as atividades das filiadas.

Respeitando o dispositivo no art. 5º da Lei 5764/71, as cooperativas podem adotar quaisquer ramos, desde que lícitos, morais e possíveis. Grande parte dos

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18 autores classificam em três ramos: recebimento, fornecimento e produção. Paulo César Andrade Siqueira (2004, p. 50-51) explica que:

Todas as espécies de cooperativas estão consideradas nestes três segmentos, que justificam as únicas diferenças da cooperação, seja para receber o patrimônio, serviços e bens dos cooperados; seja para fornecer patrimônio bens ou serviços; seja para coordenar a produção dentro da própria cooperativa, pelos sócios que trabalhariam na sede ou unidades, sob coordenação e para os fins da cooperativa. [...] As cooperativas de recebimento recebem valores para administrar (como as cooperativas de crédito), serviços para contratar (como as cooperativas de trabalho), bens para comercializar (como as cooperativas de beneficiamento ou compra e venda). As cooperativas de fornecimento adquirem bens de interesse dos cooperados, para seu consumo (como as cooperativas de consumo). As cooperativas de produção congregam os cooperados em locais da cooperativa, para produzirem bens ou prestarem serviços, sempre no local da cooperativa, utilizando-se insumos da própria cooperativa, e submetendo-se a rateio mensal ou periódico, do resultado de seus negócios, de acordo com a contabilidade das cooperativas.

Apesar de a doutrina clássica reconhecer estas três espécies de cooperativas, ou seja, de recebimento, fornecimento e produção, percebemos na pratica que existe uma divisão em diversos ramos, de acordo com a atividade econômica para a qual a cooperativa foi criada.

1.5 Principais distinções jurídicas e legais entre as cooperativas de crédito e os bancos

Grande é a generalidade que a maioria das pessoas, inclusive doutrinadores e magistrados usam quando o assunto é cooperativas de crédito. Esse desconhecimento acaba gerando sérios problemas, pois não distinguem das demais instituições financeiras, passando a dar tratamento igualitário a todas elas.

Assim como ocorre com todas as instituições financeiras, as cooperativas de crédito também integram o Sistema Financeiro Nacional, sendo reguladas e fiscalizadas pelo Banco Central, em relação ao qual devem obediência normativa, sofrendo, em caso de descumprimento das regras sanções impostas pelo próprio Banco Central – BACEN.

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As cooperativas de crédito oferecem aos seus associados os mesmos serviços que os bancos comerciais oferecem aos seus clientes, elas podem captar depósitos à vista e a prazo, realizar operações financeiras com outras instituições, oferecer crédito, entre outros produtos e serviços que ambas possuem.

Dentre as principais distinções destaca-se que as cooperativas de crédito são sociedades de pessoas, onde cada associado tem direito a um voto, mantendo seu peso igual aos outros associados. Toda a politica operacional é decidida em assembleia geral, onde todos os associados ajudam a votar e decidir o rumo da sua cooperativa. Além disso, as cooperativas possuem relacionamento personalizado e individual, estando sempre comprometidas com a sociedade e seus usuários, sempre desenvolvendo a cooperação entre os seus cooperados.

O excedente, que caracteriza as sobras das cooperativas é distribuído entre todos os usuários, na proporção das operações individuais. Possuem o preço das operações e dos serviços somente para cobrir os custos, tendo fora de seu objeto à palavra lucro, sendo ainda regulada pelo seu próprio dispositivo legal, a Lei Cooperativista.

O autor Paulo Roberto Cardoso Braga (2006; p: 16-17) ensina que o associado ingressa na cooperativa quando:

Ele subscreve e integraliza capital social, tornando-se sócio, tornando-se proprietário, membro titular, adquirindo direito de votar e ser votado. Adquirindo direito de participar da administração da sociedade através de seu Conselho de Administração ou Diretoria Executiva, órgãos compostos exclusivamente de associados, que adquire o direito de fiscalizar a cooperativa por meio de seu Conselho Fiscal, também integrado exclusivamente por cooperados, e adquire direito de tomar parte nas principais deliberações da sociedade havidas em Assembleias Gerais.

Nas cooperativas de crédito, o associado é ao mesmo tempo usuário dos produtos e serviços disponibilizados por ela, e proprietário da cooperativa, ao contrário das instituições financeiras, onde o usuário e o dono são pessoas completamente distintas, caracterizando uma relação de consumo.

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20 Os bancos caracterizam-se como sociedades de capital, onde o poder é exercido de acordo com a proporção de ações que cada cliente possui, não tendo este qualquer influência na definição do preço dos produtos. Possuem atendimento em massa, preferindo o grande poupador e as maiores corporações, priorizando os grandes centros. Não possuem vinculo com a sociedade e o resultado é de poucos donos, não sendo dividindo com os demais clientes. No plano societário, os bancos são regulados pela Lei das Sociedades Anônimas.

Braga (2005; p. 286) enfatiza que os associados ao se aglutinarem em uma sociedade cooperativa de crédito visam:

se verem livres do jogo do sistema bancário tradicional, que busca unicamente o lucro a qualquer custo, com a cobrança de taxas e tarifas exorbitantes, sem qualquer preocupação com o social.

Diferentemente dos bancos, que como sociedades de capital visam somente o lucro, para dividi-los entre os poucos acionistas, as cooperativas são a solução para o crescimento sustentável da comunidade, pois trabalham em cooperação, sem obtenção de lucro, tendo o seu resultado dividido entre todos os seus cooperados, que por sua vez são todos donos do negócio.

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2 AS COOPERATIVAS DE CRÉDITO E O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Após ter analisado a história do cooperativismo de crédito, juntamente com a evolução do direito cooperativo até a criação da regulamentação jurídica própria das cooperativas de crédito, e a abordagem das diferenças entre as cooperativas e as demais instituições financeiras, estudaremos neste segundo capitulo a possível influência do Código de Defesa do Consumidor nas relações jurídicas que os associados possuem com as cooperativas e que os clientes possuem com as suas instituições financeiras.

Para tanto, primeiramente é necessário fazer algumas considerações a respeito do Código de Defesa do Consumidor, conhecer os conceitos de consumidor, fornecedor e de produtos e serviços.

Cláudia Lima Marques, (2008; p. 23) esclarece que o chamado direito do consumidor:

É um ramo novo do direito, disciplina transversal entre o direito privado e o direito público que visa proteger um sujeito de direitos, o consumidor, em todas as suas relações jurídicas frente ao fornecedor, um profissional, empresário ou comerciante.

Segundo a autora, (2008; p. 23) “este novo ramo do direito, que podemos chamar de tutelar (protetório) ou “social”, foi introduzido nos currículos das faculdades de direito no Brasil apelas no final do século XX, após a CF/88”.

O Código de Defesa do Consumidor, criado através da edição da Lei 8.078 de 11 de setembro de 1990, caracteriza-se por ser uma lei de função social, que traz em seu bojo normas de direito privado, porém de ordem pública. Este novo sujeito de direitos, qual seja o consumidor, individual e coletivo, possui sua proteção constitucionalmente assegurada tanto como direito fundamental previsto no artigo 5º, XXXII, como princípio da ordem econômica estabelecido no artigo 170, V, ambos da Constituição Federal de 1988.

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22 2.1 Conceitos básicos da relação de consumo

Relação de consumo caracteriza-se pelo vinculo que se estabelece entre um consumidor, destinatário final e entes equiparados, e um fornecedor profissional. Essa relação provém da prática de negócios jurídicos afetados pelo exercício da atividade empresarial, prevendo a obtenção de lucro.

Entende-se por relação de consumo segundo Roberto Basilone Leite (2002; p. 54)a

[...] relação de cooperação, pois um cidadão entra com o bem ou serviço e o outro oferece em troca o pagamento do preço; ambos colaboram assim para o sucesso do objetivo comum, que é a transferência do domínio do bem ou a execução dos serviços.

O autor Claudio Bonatto (2001; p. 19) ensina que são elementos da relação de consumo, segundo o Estatuto Protetivo:

a) como sujeitos: o consumidor e o fornecedor; b) como objeto: produto ou serviço;

c) como finalidade, caracterizando-se como elemento teleológico das relações de consumo: a aquisição ou a utilização do produto ou serviço, por parte do consumidor, como destinatário final.

Como vimos é necessário alguns requisitos para existir uma relação jurídica de consumo. Estando presentes o consumidor, o fornecedor e um produto ou serviço existe a relação, estando sujeitas as normas previstas no Código de Defesa do Consumidor.

2.2 Noções de Consumidor e Fornecedor

Consumidor e fornecedor são os sujeitos envolvidos em uma relação de consumo. Um conceito básico e claro de consumidor está disposto no artigo 2º do Código de Defesa do Consumidor, que esclarece que “consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.”

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Complementarmente, dispõe o parágrafo único do mesmo artigo, tratando da figura do equiparado a consumidor. Nos termos do dispositivo legal: “equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.”

Juliane Caravieri Martins Gamba (2003; p.43) esclarece que o paragrafo único do artigo 2º do CDC trouxe:

ampliação do conceito de consumidor padrão, abrangendo toda a coletividade, determinável ou indeterminável, desde que tenha intervindo na relação de consumo. É uma extensão do caput do art. 2º, ampliando somente o elemento subjetivo (o sujeito consumidor), mas os elementos, objeto e finalidade continuam validos e presentes. Assim, a coletividade receberá a tutela consumerista se adquiriu ou utilizou produtos ou serviços como destinatário final.

Nota-se que o conceito de consumidor, adotado pelo Código fixa um conceito exclusivamente de caráter econômico, pois leva em consideração tão somente um individuo que adquire bens ou contrata serviços no mercado de consumo, sendo assim um mero destinatário final, agindo para sanar uma necessidade própria, não desenvolvendo assim uma atividade negocial.

Quanto ao polêmico requisito de destinatário final, Marques (2002; p. 253 e 254, grifo da autora) explica que destinatário final é aquele:

Destinatário fático e econômico do bem ou serviço, seja ele pessoa

jurídica ou física. Logo, segundo esta interpretação teleológica não basta ser destinatário fático do produto, retirá-lo da cadeia de produção, leva-lo para o escritório ou residência, é necessário ser destinatário final econômico do bem, não adquiri-lo para revenda, não adquiri-lo para uso profissional, pois o bem seria novamente um instrumento de produção cujo preço será incluído no preço final do profissional que o adquiriu. Neste caso, não haveria a exigida “destinação final” do produto ou do serviço.

Outro sujeito indispensável para a formação da relação de consumo é o fornecedor. Seu conceito está previsto no artigo 3º, caput da Lei 8.078/90 que dispõe ser fornecedor:

Toda a pessoa física ou jurídica publica ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem

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atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.

Para a configuração e identificação de fornecedor é indispensável o requisito de remuneração do serviço e a existência de ação, no sentido de atender alguma necessidade de uma pessoa, tanto física como jurídica, que será neste aspecto o consumidor final. Com base nestes requisitos, podemos notar que fornecedor não é apenas um produtor, comerciante ou um fabricante, mas sim todo aquele que coloca no mercado de consumo algum produto ou serviço, visando sanar a necessidade de um consumidor e garantindo seu lucro com caráter profissional.

Para o autor Luiz Antonio Rizzatto Nunes (2000, p. 20) “toda e qualquer pessoa que coloca direta ou indiretamente um produto ou serviço no mercado, desenvolvendo atividade para esse fim, é considerada fornecedora.”

O mesmo autor relata em ainda em outra obra (2007; p: 86) que são fornecedores todas as pessoas,

Jurídicas públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras, com sede ou não no País, as sociedades anônimas, as por quotas de responsabilidades limitada, as sociedades civis, com ou sem fins lucrativos, as fundações, as sociedades de economia mista, as empresas publicas, as autarquias, os órgãos da Administração direta etc.

Estando conceituada a diferença entre consumidor e fornecedor, precisamos ainda esclarecer a existência dos objetos da relação jurídica de consumo, ou seja, o produto e o serviço, os quais serão analisados a seguir.

2.3 Produtos e serviços como objetos da relação de consumo

Toda e qualquer relação, necessariamente possui um objeto que serve de motivação para a ocorrência de uma ação. Desta forma, a relação de consumo pode ter como objeto um produto ou serviço. A definição de produto segundo Bonatto (2001; p. 26) está contida no artigo 3º, § 1º do CDC, sendo:

(26)

Qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. [...] salientando-se que um dado fundamental, que é a desnecessidade do requisito da remuneração, ao contrário do que ocorre com o serviço, para que o produto seja considerado como objeto de relação jurídica de consumo.

Nesta concepção, entende-se que produto é todo o bem material ou imaterial, móvel ou imóvel colocado no mercado de consumo que por ter valor econômico, entra na esfera jurídica sendo objeto de cogitação pelo consumidor, visando a satisfação de uma necessidade pessoal, e que por consequência seja o objeto da relação jurídica de consumo. Desse modo, Bonatto (2001; p. 26) explica que:

se enquadram na definição legal, podendo, em consequência, ser considerados produtos consumíveis, na acepção econômica e não meramente fática, o que bem a reforçar a tese da corrente finalista, vista anteriormente, de que o consumidor, no sentido estrito, é o destinatário final econômico, ou seja, o que arca com os custos da aquisição do bem-da-vida, não os repassando ao mercado de consumo.

Já os bens imateriais, podem ser avaliados economicamente, embora não possam ser pesados ou medidos pelo fato de não serem palpáveis. O mesmo autor (2001; p. 27) exemplifica os bens imateriais como sendo “as obras expostas em galerias de arte, a diversão oferecida pelas casas de espetáculos, os jogos de futebol, o crédito, etc.”

Com isso, entendemos que qualquer bem, desde que vise à satisfação de uma necessidade de uma pessoa é consequentemente o objeto da relação jurídica de consumo.

O serviço, diferentemente dos produtos, caracteriza-se como sendo uma atividade fornecida no mercado de consumo mediante elemento fundamental, a remuneração.

Segundo Juliane Caravieri Martins Gamba (2003, p. 45),

Verifica-se que, para efeito das relações de consumo, somente se considera o serviço remunerado que implica numa onerosidade ao consumidor. Entretanto, o CDC não trata apenas da remuneração direta, ou seja, o pagamento feito diretamente pelo consumidor ao fornecedor, incluindo também a remuneração indireta advinda da

(27)

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prestação de serviços aparentemente gratuita, mas que possui a remuneração embutida nos custos.

Portanto, na prática, o serviço será remunerado pelo consumidor, implicando numa onerosidade para o consumidor. O CDC trata também da possibilidade da remuneração ser indireta, neste caso, o pagamento será feito diretamente pelo consumidor, ao fornecedor. Claro que, na maioria dos casos, há remuneração do fornecedor, sendo de forma direta ou indiretamente, estando submetidos ao Código de Defesa do Consumidor.

2.4 Ato cooperativo e o Código de Defesa do Consumidor

Não restam dúvidas de que a principal função do CDC é proteger o consumidor de uma eventual vulnerabilidade em relação a algum terceiro que fornecerá um produto ou serviço em meio a uma relação mercantil, ao qual visa sanar alguma necessidade através de um contrato com devida remuneração legal.

A Lei n. 5.764/71 que rege as cooperativas de crédito determina em seu artigo 79 que:

Art. 79. Denominam-se atos cooperativos os praticados entre as cooperativas e seus associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associadas, para a consecução dos objetivos sociais.

Parágrafo Único: O ato cooperativo não implica operação de mercado, nem contrato de compra e venda de produto ou mercadoria.

Como demonstrado acima, inexiste relação de consumo nas operações de mercado e nos contratos de compra e venda entre associados e cooperativa de crédito, pois o ato cooperativo não produz renda. Neste caso, se há algum resultado positivo da cooperativa de crédito em face dos seus atos cooperativos, estes serão transformados em sobras liquidas, que serão devolvidas aos próprios associados, por decisão em assembleia geral. Em caso negativo, ou seja, se houver alguma perda, a mesma será dividida também com os associados, por sua vez donos da cooperativa, que concorrerá com as perdas na medida de sua participação.

(28)

Cabe ressaltar que, não existe contrato de adesão entre a cooperativa e seus cooperados, pois o conteúdo do ato cooperativo e suas cláusulas são definidos democraticamente em assembleia geral.

Braga (2006; p. 8) comenta que a característica fundamental do ato cooperativo típico é:

A realização de operações exclusivamente entre os próprios cooperados. Quando a cooperativa presta um serviço em beneficio de um associado, não está praticando uma operação para terceiros, visto que a cooperativa age em nome e por conta dos cooperados. No momento em que o cooperado se utiliza de um serviço prestado pela cooperativa, será ele ao mesmo tempo prestador, pois é a pessoa integrante da sociedade, e tomador do serviço, não havendo que se falar, portanto, em venda de bens imateriais com fins lucrativos.

Diante desta característica fundamental, seria contraditório o associado voltar-se contra ele próprio, uma vez que o mesmo aderiu por vontade própria ao estatuto social da sociedade cooperativa, motivo em que não há nenhuma razão para recorrer às normas do Código de Defesa do Consumidor, pois não caracteriza de relação de consumo entre ambos, diferentemente dos bancos e seus clientes.

2.5 Aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor aos bancos comerciais

Esta questão da aplicabilidade ou não do Código de Defesa do Consumidor sempre foi intensa. A questão, que era objeto de grandes polemica, hoje possui um entendimento pacífico no sentido de aplicabilidade aos bancos comerciais.

Ademar Schardong (2002; p. 50) explica que os Bancos são:

Instituições financeiras com objetivo precípuo de propiciar o suprimento oportuno e adequado de recursos para financiar as necessidades de curto e médio prazos ao comércio, à indústria, às empresas prestadoras de serviços e às pessoas físicas.

(29)

28

A prática bancária contemporânea demonstra que as agencias bancárias são verdadeiros balcões de prestação de serviços a comunidade, validando a assertiva do legislador [a partir da publicação da Lei nº 4.595/64] ao transformar os “bancos” em instituição financeira de natureza bancária.

Diante desta explicação, conseguimos identificar a característica de relação de consumo, pois o interesse do banco, por sua vez é a obtenção de lucros, estando presentes as figuras do banco como fornecedor e do cliente como consumidor. Fica evidenciado que os bancos se enquadram na definição legal de fornecedor, prevista no artigo 3º, caput do CDC, onde se aplicam os quatro conceitos de consumidor nas relações de consumo bancárias.

Gamba (2003; p: 48) estabelece que “a conceituação de consumidor nas relações bancárias está associada à sua exposição às praticas abusivas cometidas pelos bancos, não sendo preciso configurar a vulnerabilidade do consumidor.”

Segue abaixo, um exemplo de aplicabilidade do CDC aos bancos comerciais, proferida pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul:

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REVISIONAL. CONTRATO DE

ARRENDAMENTO MERCANTIL. INCIDÊNCIA DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. Aplicação do CDC, nos termos do art. 3º, parágrafo 2º, da Lei nº 8.078/90 e Súmula 297 do STJ. NATUREZA DO CONTRATO. A antecipação do valor residual garantido não transmuda o contrato de arrendamento mercantil para compra e venda parcelada. Incidência da Súmula nº 293 do STJ. REVISÃO JUDICIAL DA AVENÇA. Incidente o CDC, cabível a anulação das cláusulas tidas como abusivas. Além disso, a revisão judicial do contrato de arrendamento mercantil, assim como as demais espécies de contrato comercial e civil encontra amparo no art. 5º, inciso XXV, da Constituição Federal: "a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito". TAXA DE JUROS REMUNERATÓRIOS. Não demonstrada abusividade em relação à taxa média de mercado apurada pelo Banco Central, vão mantidos na

forma contratada. CAPITALIZAÇÃO DE JUROS COM

PERIODICIDADE INFERIOR À ANUAL. Permitida em contratos celebrados após 31/03/2000, data da publicação da Medida Provisória nº 1.963-17/2000, em vigor como MP 2.170-01, desde que expressamente pactuada. MORA CARACTERIZADA. Não configurada abusividade em encargos exigidos no período da normalidade contratual, configurada está a mora. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. Vedada a cobrança em virtude da inexistência de previsão contratual, incidindo a correção monetária pelo IGP-M, pois é o índice que melhor reflete a real perda inflacionária. JUROS MORATÓRIOS. Fixados em

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1% (um por cento) ao mês já que o contrato prevê taxa de 049% ao dia. MULTA MORATÓRIA. Mantida em 2% (dois por cento), porém, sobre o valor da parcela em atraso, nos termos do art. 52, parágrafo 1º, da Lei nº 8.078/90. EMISSÃO DE TÍTULO DE CRÉDITO E SEU PROTESTO. Levando-se em consideração que o contrato foi mantido em relação aos encargos da normalidade, o título emitido possui liquidez e certeza, devendo ser mantido. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. Inexistente abusividade a justificar a revisão contratual, descabida a antecipação de tutela no tocante à vedação da inscrição do nome do autor nos cadastros de inadimplentes e de manutenção na posse do

bem objeto do contrato. DISPOSIÇÕES DE OFÍCIO.

IMPOSSIBILIDADE. Aplicação do art. 515 do CPC. Incidência do princípio "tantum devolutum quantum appellatum". APELAÇÃO PROVIDA EM PARTE. (Apelação Cível Nº 70053972899, Décima Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Vanderlei Teresinha Tremeia Kubiak, Julgado em 04/07/2013)

Neste caso, seguindo a orientação da Súmula 297 no STJ que estabelece que: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras, a decisão proferida está correta, pois recebe o pedido de aplicação do CDC frente às instituições financeiras, pelo fato do julgador entender que existe relação de consumo entre o banco e o seu cliente.

Pelo exposto, esta decisão é apenas uma das inúmeras decisões do Poder Judiciário que demonstra a aplicabilidade do CDC aos bancos comerciais, tendo em vista a relação de consumo existente e a necessidade de proteção ao consumidor cliente bancária.

2.6 Inaplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor às cooperativas de crédito

Sem dúvida, as cooperativas de crédito são instituições financeiras, as quais integram o Sistema Financeiro Nacional, porém as cooperativas possuem finalidade e natureza jurídica própria, tendo seus próprios valores e princípios, distintos dos demais bancos comerciais.

Ao se dar o mesmo tratamento jurídico a ambos, as cooperativas de crédito acabam tendo prejudicada a sua essência, pois diferentemente dos bancos comerciais, o fim maior da espécie do gênero cooperativa de crédito é fornecer aos

(31)

30 associados os serviços financeiros, abordando uma relação de insumo e nunca de consumo.

De acordo com Braga (2006; p. 09, grifo do autor), a cooperativa de crédito é:

A representação societária de uma atividade econômica sui generis, de proveito comum e exclusivo de seus associados. As relações entre a cooperativa e cooperado são ditadas pelo cooperado, que enquanto cooperado, está aderente às decisões de sua cooperativa, dentro do princípio que rege tal tipo de associação nos termos do prescrito no art. 38, caput, da Lei nº 5.764/71.

O interesse do consumidor e do fornecedor são distintos, neste caso não se completam, o que não ocorre com o associado em relação a sua cooperativa de crédito, pois ambos possuem o mesmo interesse, trabalhando em regime transparência, mutualidade e boa-fé.

No cooperativismo, segundo Meinen, Domingues e Domingues (2002, p: 67):

Inexiste a possibilidade jurídica de aplicar-se o Código de Defesa do Consumidor ás relações entre cooperativa e associados, pois o associado cooperado, em se tratando de cooperativismo, é regido pela lei 5.764/71, e todos os cooperados são em verdade, os proprietários ou donos da cooperativa, e nunca os consumidores finais.

Em relação aos contratos estabelecidos pela cooperativa, Braga (2005; p:304) defende que “contrato cooperativo é negócio interno da sociedade cooperativa. Contrato de adesão é negócio externo da sociedade empresária”. Sobre essa ótica, percebe-se que a cooperativa de crédito não possui interesse próprio, sendo de interesse comum de seus associados.

Abaixo demonstra-se um exemplo de decisão judicial, proferida pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, onde, por um equivoco os julgadores equiparam as cooperativas de crédito à um banco:

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO

BANCÁRIO DE OUTORGA DE CRÉDITO GARANTIDO COM CLÁUSULA DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. CASO CONCRETO. COOPERATIVA - SICREDI. PRELIMINAR DE CERCEAMENTO DE DEFESA DESACOLHIDA. Tratando-se a matéria de mérito unicamente

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de direito, o indeferimento de produção de perícia contábil não constitui cerceamento de defesa. ALTERAÇÃO DE POSICIONAMENTO. Ressalto que mudei radicalmente o posicionamento que vinha adotando até então em ações revisionais de contrato de financiamento com garantia de alienação fiduciária, tendo em vista a recente alteração na legislação processual, decorrente do advento do art. 543-C, §7º, II, do CP543-C, introduzido pela Lei nº 11.672/2008, o qual determina o reexame do acórdão proferido que se encontre em confronto com orientação predominante do Egrégio Superior Tribunal de Justiça, nos processos ditos repetitivos como o da hipótese. APLICAÇÃO DO CDC AOS CONTRATOS BANCÁRIOS E DIREITO DE O CONSUMIDOR REVISAR O CONTRATO. CABIMENTO. Entendimento referendado pela Súmula nº 297 do STJ e art. 6º, inciso V, da Lei nº 8.078/90. Todavia, a aplicação do CDC, por si só, não assegura a procedência dos pedidos formulados pelo consumidor, tendo em vista que somente na análise de cada caso concreto é que se verificará eventual abusividade passível de alteração. TAXA DE JUROS REMUNERATÓRIOS. Caso concreto. Paradigma - Resp. nº 1.061.530/RS. Juros Remuneratórios fixados em percentual que não discrepa substancialmente da taxa média de mercado do período. CAPITALIZAÇÃO DOS JUROS. Pactuação no caso concreto. Aplicabilidade da Medida Provisória 2.170-36 aos contratos firmados após 31/03/2000. Inaplicabilidade do art. 591 do Código Civil. Jurisprudência pacífica do Superior Tribunal de Justiça. MORA. Paradigma - Resp nº 1.061.530/RS - Encargos da normalidade considerados legais. No caso concreto, inexistem razões a justificar o afastamento da mora. APELO DESPROVIDO.

Para corroborar tais ideias, se faz necessário verificar uma das inúmeras decisões do Tribunal Superior Federal, ao qual também equivocadamente reconhece a incidência do CDC às cooperativas de crédito:

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. CIVIL. CÉDULA DE PRODUTO RURAL. ARTIGOS 627 DA LEI Nº 5.969/73, 3º, § 1º E 10º, DA LEI Nº 8.929/94, LEI Nº 5.764/71, E

DECRETO-LEI 167. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA.

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. INCIDÊNCIA. 1. Fica inviabilizado o conhecimento de tema trazido na petição de recurso especial, mas não debatido e decidido nas instâncias ordinárias, porquanto ausente o indispensável prequestionamento. Aplica-se, por analogia, os enunciados das Súmulas 282 e 356/STF. 2. É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de que as cooperativas de crédito integram o sistema financeiro nacional, estando sujeita às normas do Código de Defesa do Consumidor. 3. Agravo regimental a que se nega provimento.

A impossibilidade da aplicação do CDC é muito coerente, segundo Meinen, Domingues e Domingues (2002ª, p: 90-91, grifo dos autores):

(33)

32

Inexiste a possibilidade jurídica para utilizar-se da aplicação do Código de Defesa do Consumidor na relação associado x cooperativa, porque a cooperativa por ser de pessoas representa o interesse destes associados. Em se tratando de cooperativismo, regido pela Lei 5764/71, todos os cooperados são, em verdade, os proprietários, os donos da cooperativa. É cediço que, o objetivo geral do cooperativismo é o bem comum de todos os associados, que nesta sociedade não há o lucro mas sim o rateio das sobras e prejuízos por todos. Tais aspectos, peculiares ao cooperativismo, demonstram cabalmente que não se trata de relação de consumo e som de mutualidade. A relação cooperativista é distinta das relações de consumo que são provenientes dos atos de comércio, da intermediação do lucro.

Jeferson Nercolini Domingues (2002; p:690 comenta sobre tais decisões, onde os associados se voltam contra as cooperativas de crédito utilizando o CDC, ao qual:

Com efeito, os autores são associados da cooperativa – ré e, nessa condição, obtiveram a concessão do mútuo desejado, submetendo-se livremente a que pactuaram. Agora, depois de usufruírem os recursos obtidos durante longo tempo – sempre com os encargos ditados pelo mercado financeiro, nada opondo e fazendo corretamente os pagamentos tidos como devidos, resolvem rebelar-se contra a cooperativa, sem qualquer interesse pela sorte dos demais cooperativados e em franca contradição com suas próprias condutas anteriores.

Por fim, fica evidente que não há possibilidade de aplicar o CDC nas relações entre associado e cooperativa de crédito, pois a cooperativa não presta serviços para seus consumidores, descaracterizando assim a relação de consumo entre ambas.

(34)

CONCLUSÃO

Desde o início do presente trabalho, transparece a importância de destacar os diferenciais que as cooperativas de crédito possuem, juntamente com o importante papel que exerce na sociedade.

Integrantes do Sistema Financeiro Nacional, as cooperativas de crédito são consideradas instituições financeiras com características próprias, muito distintas das demais instituições financeiras, ou seja, dos bancos comerciais. Não possuindo interesse próprio, as cooperativas de crédito caracterizam-se por ser uma sociedade de pessoas, sem fins lucrativos, onde os proprietários da cooperativa são os seus próprios associados, donos do negócio, os quais definem os caminhos a serem percorridos participando das sobras ou prejuízos da cooperativa.

Ao contrário das cooperativas de crédito, os bancos comerciais são sociedades de capital, cuja intenção maior é a obtenção de lucros. Os seus clientes diferentemente das cooperativas de crédito não possuem poderes na gestão, sendo meros clientes, utilizando os produtos e serviços disponibilizados através do pagamento de taxas e juros estabelecidos, onde o lucro é dividido entre um grupo de pessoas, que são seus acionistas.

Neste caso, fica evidente a existência da relação de consumo entre o banco e seus clientes, enquadrando-se o banco como fornecedor e os clientes como consumidores, havendo ainda os produtos oferecidos, como créditos e serviços em geral, os quais se enquadram na prestação de serviços ou produtos. Diferentemente das relações entre os cooperados e as cooperativas de crédito, onde inexiste relação

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34 de consumo, pois estão ausentes as figuras do consumidor e fornecedor, sendo o cooperado ao mesmo tempo, usuário e proprietário da mesma.

Desde a criação da primeira sociedade cooperativa no Brasil, percebe-se um reconhecimento constante acerca da importância do cooperativismo. Nos dias de hoje, constata-se um crescimento extraordinário das cooperativas de crédito, ao qual sobe a cada dia o numero de associados, e a representação das cooperativas na economia nacional.

Concluindo, é interessante destacar a importância que o poder judiciário, juntamente com os doutrinadores e a sociedade em geral deve ter ao conceituar e a tratar as cooperativas de crédito, ao qual devem receber um tratamento diferenciado, preservando os seus princípios, seus valores e sua finalidade.

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