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A percepção de Ciência e Tecnologia dos estudantes de ensino médio e a divulgação científica

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE EDUCAÇÃO. MARCIA BORIN DA CUNHA. A percepção de Ciência e Tecnologia dos estudantes de Ensino Médio e a divulgação científica. São Paulo 2009.

(2) MARCIA BORIN DA CUNHA. A percepção de Ciência e Tecnologia dos estudantes de Ensino Médio e a divulgação científica. Tese apresentada à Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Educação.. Área de concentração: Ensino de Ciências e Matemática.. Orientador: Prof. Dr. Marcelo Giordan. São Paulo 2009.

(3) Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.. Catalogação na Publicação Serviço de Biblioteca e Documentação Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. 375.2 C972p. Cunha, Marcia Borin da A percepção de ciência e tecnologia dos estudantes de ensino médio e a divulgação científica / Marcia Borin da Cunha ; orientação Marcelo Giordan. São Paulo : s.n., 2009. 363 p. : il., tabs. Tese (Doutorado – Programa de Pós-Graduação em Educação.Área de Concentração : Ensino de Ciências e Matemática) - - Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. 1. Vygotsky, Lev Semenovitch, 1896-1934 2. Bakhtin, Mikhail M., 1895-1975 3. Ciência – Ensino - Percepção 4. Tecnologia – Ensino Percepção 5. Escola pública – São Paulo, SP I. Giordan, Marcelo, orient..

(4) Marcia Borin da Cunha A percepção de Ciência e Tecnologia dos estudantes de Ensino Médio e a divulgação científica. Tese apresentada à Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Educação. Área de concentração: Ensino de Ciências e Matemática. Aprovada em _____/______/_____. Banca Examinadora. Prof. Dr. :________________________________Instituição______________________ Julgamento:______________________________Assinatura:_____________________. Prof. Dr. :________________________________Instituição______________________ Julgamento:______________________________Assinatura:_____________________. Prof. Dr. :________________________________Instituição______________________ Julgamento:______________________________Assinatura:_____________________. Prof. Dr. :________________________________Instituição______________________ Julgamento:______________________________Assinatura:_____________________. Prof. Dr. :________________________________Instituição______________________ Julgamento:______________________________Assinatura:_____________________.

(5) Se de tudo fica um pouco, porque não ficaria um pouco de mim, de ti, de vocês nesta tese... Nem tudo está nos livros... Nem tudo Vigotski, Bakhtin ou mesmo Nietzsche explicaria... E se de tudo fica um pouco... aqui tem um pouco de mim... de ti... de todos os que estiveram na minha vida durante estes quase quatro anos... e é para vocês que eu dedico este trabalho..

(6) AGRADECIMENTOS. As palavras me antecedem e ultrapassam, elas me tentam e modificam [...] meu enleio vem de que um tapete feito de tantos fios que não posso me resignar a seguir um fio só; meu enredamento vem de que uma história é feita de muitas histórias [...]. Clarice Lispector. Ao finalizar este trabalho lembrei-me de uma analogia que compara nossa vida a um grande TREM. Nesse trem, durante todo o percurso, algumas pessoas entram em nossas vidas, permanecem durante algum tempo, outras ficam pelo caminho ou desembarcam em outras estações à medida que suas missões conosco terminam. Algumas deixam ensinamentos, outras deixam lembranças, outras deixam saudade e há também quem está apenas de passagem e sai sem ser percebido, mas com todas elas aprendemos um pouco. Esse trem é cheio de embarques e de desembarques, de pequenos incidentes e, às vezes, até alguns acidentes pelo caminho. Surpresas agradáveis e outras, nem tanto. Mas andar é preciso... é preciso andar... e viajar também... Quando nasci, entrei num trem que era conduzido pelo Seu Cláudio e pela Dona Nair, meus pais, e lá já existiam outros passageiros, a Marisa e o Sérgio, meus irmãos. Depois ainda veio a Marilda. A esses dois condutores, que até hoje estão fazendo parte do trem da minha vida, eu agradeço pela força, pela coragem e pelo carinho e, especialmente, por terem me mostrado o caminho certo por onde o meu trem deveria andar. Durante a minha viagem, ao trem da minha vida vieram outras pessoas, meus sobrinhos, minha amiga e cunhada Marisa, minha sobrinha e afilhada Ana Cláudia, meus futuros genros Cláudio e Carlos Ismael, amigos de uma vida inteira como o Pe. Paulo, aos quais tenho imenso apego e lhes agradeço pelo carinho que me dão. Mas o grande combustível dessa máquina tem nome: Juliana e Letícia. São as minhas filhas, que estão sempre ao meu lado e se fizeram presentes durante todo este trabalho, me dando força, coragem, apoio e, sobretudo, confiando na minha capacidade. A elas, o meu eterno e imenso amor! E o trem andou... tinha que andar... De Santa Maria/RS foi para Toledo/PR e lá encontrou pessoas especiais, colegas que se tornaram grandes amigas... amigas que se tornaram colegas... alunas que se tornaram amigas... pessoas que simplesmente não passaram pelo trem, mas entraram nele e a quem quero também agradecer aqui pelo apoio e pela presença constante durante todo a minha tese. A Conceição, a Soraya, a Silvia, a Rose, a Lucillana, a Jane, a Andréia, a Patrícia, a Olga, a Ionissa, o Moisés, a Cristiane, a Fran, a Geraldine, a Rita, o Angelo e tantos outros... que ficaria muito grande citar aqui. Mas o trem não para em Toledo e é hora de partir... Mais um caminho a percorrer... mais um sonho a conquistar e então o trem parte rumo a São Paulo. O período não foi fácil! O trem da minha vida até quis sair dos trilhos, mas a “máquina teve conserto” e, graças ao apoio recebido dos meus amigos, das minhas filhas, da minha família e, especialmente, ao apoio e carinho que recebi do Wilson, é que o trem chegou a São Paulo e andou quase quatro anos nos trilhos do LAPEQ/USP. A todos vocês, o meu amor e gratidão. E o trem estava na Universidade de São Paulo, na Faculdade de Educação. Eram viagens e mais viagens de Toledo a São Paulo, de São Paulo a Toledo e a casa da tia Inês estava sempre me esperando. Obrigada, tia Inês, pela sua ajuda. Ficar longe de casa era difícil? Viajar era difícil? Era! Mas cada dia em São Paulo, cada dia dentro da USP valeu a pena, não só pelo conhecimento adquirido, mas também pelas.

(7) pessoas e pelo grupo de pesquisa maravilhoso que encontrei no LAPEQ. Muitos colegas, hoje grandes amigos, que quero guardar no coração para sempre. A Adriana e sua disponibilidade de estar sempre próxima e pronta a ajudar; a Luciana, mineirinha tranquila e alegre, com seu jeitinho todo especial; a Silvia, uma pequena grande mulher, amiga, companheira e, sobretudo, forte; a Liliam, que, com sua calma, consegue dar atenção a todos, mesmo tendo muita coisa para fazer; o Jackson, sempre no computador... Ah!, quantas dúvidas eu tirei!; o Paulo, com sua calma mineira e sua garra de pesquisador; o Waldmir, esse carioca amigo, companheiro, que sempre me deu muita força durante toda esta tese; a Eliana, uma amiga querida, que se transformou numa “mamy” nos últimos anos em São Paulo e, mais recentemente, a Sheila e a Mônica, que entraram para completar o grupo. No LAPEQ também tínhamos muitos outros que colaboram com projetos e estiveram presentes durante algum tempo, dos quais lembro com saudade: a Lucilene, o Ricardo, o João e outros. Mas o trem do LAPEQ é conduzido pelo Marcelo. Ah! O Marcelo! Nosso orientador, nosso maquinista, que sempre, com calma, bom senso e com coerência, soube conduzir muito bem este trem. Ao Marcelo, toda a minha estima, gratidão e carinho pelo tempo que estive no Programa de Doutorado na FE da USP e, especialmente, por ter me ensinado muito mais que conceitos, muito mais do que métodos, enfim, por ter me ensinado a ser uma pesquisadora. Também, durante a minha pesquisa de doutorado, tive importantes e decisivas colaborações, que não posso deixar de lembrar e de agradecer, pois, sem elas, teria sido impossível realizar esta pesquisa. Foi de fundamental importância para este trabalho a colaboração do prof. Dirceu, da sua escola, da direção e dos seus alunos, em especial ao Tarciano, que mobiliza o segundo ano E para participar das atividades. A vocês, o meu muitíssimo obrigado. Também à Unioeste e à CAPES, pelo apoio institucional e financeiro para a realização desta pesquisa. Ao colegiado do Curso de Química (Licenciatura) da Unioeste, pela minha liberação para o doutorado. À profa. Martha e prof. Otto, pelas importantes orientações e sugestões durante a qualificação. Ao prof. Agnaldo, pelas conversas sobre cinema e mídia. À minha amiga de faculdade Marinês, que, lá em Porto Alegre, foi buscar uma tese na UFGRS, muito obrigada. Ao prof. Paulo e suas acadêmicas do Curso de Ciências Sociais da Unioeste (Jaqueline e Fernanda) pela orientação e pela ajuda na tabulação dos dados. Ao Paulo Martins, que, de longe, ajudou nos gráficos, obrigada pela força e pelo carinho. À Jane, pela ajuda na transcrição dos dados. Mas uma tese não se faz só com colaborações de ordem prática, pois, para uma tese chegar ao fim, precisamos de forças para não desanimar e isso eu tive de todos os que já falei anteriormente, mas também de muitos outros que conheci durante este trajeto e que, hoje em dia, fazem parte da minha história... do trem da minha vida. A Cecília, uma amiga e que me recebe com muito carinho em sua residência em São Paulo, agradeço de coração. Ao meu querido Flavio Marcello, que me mostrou “os jardins” de São Paulo, pela atenção e pelas muitas caronas até o terminal Barra Funda, muito obrigada! O meu amigo Rui, que, lá de Portugal, sempre me colocou para cima e meu deu força para concluir esta tese, agradeço. Ao “inolvidablel” Victor, na Espanha, com seus contatos eletrônicos carinhosos e trocas de experiências em Ensino de Ciências, mutias gracias! A Gladis, pela alegria e pelo otimismo nesta última fase, obrigada! Agora o trem continuará sua viagem... voltando para Toledo, mas não deixará os trilhos da Faculdade de Educação e aqui ainda permanecerá ampliando suas pesquisas. O trem não vai parar... ele não quer parar....

(8) Ah! Se o mundo inteiro Me pudesse ouvir. Tenho muito pra contar Dizer que aprendi... Tim Maia.

(9) RESUMO. CUNHA M. B. A percepção de Ciência e Tecnologia dos estudantes de Ensino Médio e a divulgação científica. 2009. 363 f. Tese (Doutorado). Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.. O presente trabalho trata da percepção da Ciência e da Tecnologia dos estudantes de Ensino Médio de uma Escola Pública da cidade de São Paulo/Brasil e das relações destas percepções com a divulgação da Ciência. Como suporte teórico principal para esta pesquisa utilizou-se a Teoria Sociocultural de Vigotski e os estudos de Bakhtin sobre análise do discurso. A intenção principal deste trabalho foi discutir os aspectos que envolvem a Educação Formal e a Mídia, considerando que o indivíduo convive em um contexto sociocultural e, por meio de interações constantes construí significados. As significações atribuídas pelos indivíduos acontecerão tanto ao nível das percepções quanto ao nível da formação dos conceitos e, neste sentido, esta pesquisa traz não apenas algumas percepções de Ciência e Tecnologia que os estudantes apresentam, mas também contribui no sentido de entender como estes estudantes interagem com tais percepções e com as publicações em jornais e revistas que divulgam a Ciência e a Tecnologia. A metodologia de pesquisa utilizada baseou-se no paradigma interpretativo, o qual pressupõe que o mundo real vivido é uma construção dos atores sociais na busca de significados. A partir deste paradigma construímos uma fonte de dados por meio de duas abordagens de pesquisa: a abordagem quantitativa e a abordagem qualitativa. Para coleta dos dados utilizaram-se as técnicas de entrevistas estruturadas, entrevistas semiestruturadas, questionário sociocultural e registro das atividades em sala de aula. Esta ampla coleta resultou em uma vasta fonte de dados que, após analisadas, nos levaram a traçar alguns indicativos para pensar numa intervenção na sala de aula considerando as percepções de Ciência e Tecnologia dos estudantes e a influência destas nos processos de significação. Além disso, os resultados nos levam a concluir que existe uma necessidade real de uma leitura crítica da divulgação científica por parte dos estudantes e esta leitura pode e deve ser realizada por meio de interações com textos de divulgação científica nas aulas de Ciências.. Palavras-chave: Percepção da Ciência e da Tecnologia. Divulgação científica. Ensino de Ciências. Teoria Sociocultural..

(10) ABSTRACT. CUNHA M. B. The perception of Science and Technology by Secondary Students and the Divulgation of Science. 2009. 363 f. Thesis (Doctoral) School of Education, São Paulo University, São Paulo, 2009. This thesis deals with the perception that secondary students in a public school in São Paulo, Brazil, have of Science and Technology, and with the relationship of such perception with the divulgation of Science. The main theoretical support for the research employed Vigotski’s Socio-cultural Theory, and Bakhtin’s studies on discourse analysis. The main purpose of the thesis is the discussion of the aspects that involve Formal Education and the media, considering that man lives within a socio-cultural context and by means of constant interactions, builds meanings. The meanings attributed by man take place both at the level of perceptions as well as at the level of the formation of concepts, and in this sense, this research not only deals with some perceptions of Science and Technology that students have, but also contributes in understanding how such students interact with such perceptions and the newspapers and magazine publications that promote Science and Technology. The research methodology utilized was based on the interpretative paradigm, which presupposes that the real world is a construction by the social actors in the search for meanings. Starting from this paradigm a source of data was built through two research approaches: the quantitative and qualitative approaches. Data was collected through the technique of structured and semi-structured interviews, sociocultural questionnaire, and recording of activities in the classroom. This broad collection of data resulted in abundant source of data which, after analysis, permitted the drawing of some guidelines for an intervention in the classroom taking into consideration the perceptions of Science and Technology of the students and the influence of such perceptions in the signification processes. In addition, the results lead to the conclusion that there is a real need for a critical reading of the promotion of Science by students, and that this reading may be carried out by means of interaction with scientific divulgation texts in Science classes. Key words: Perception of Science and Technology. Divulgation of Science. Teaching of Science. Socio-cultural Theory..

(11) LISTA DE FIGURAS. Figura 1: Percepção mutável ............................................................................................... 27 Figura 2: Espiral da Cultura Científica: VOGT (2003)....................................................... 72 Figura 3: Placa de trânsito ................................................................................................. 102 Figura 4: Fonte de maior confiança dos estudantes para informação sobre assuntos importantes ........................................................................................................................ 148 Figura 5: Interesse em Ciência e Tecnologia e se informa em Ciência e Tecnologia....... 149 Figura 6: Média da utilização dos meios de comunicação (TV, internet, rádio, revistas, jornais e conversa com amigos) na busca de informações sobre Ciência e Tecnologia ... 149 Figura 7: Utilização dos meios para informação em Ciência e Tecnologia, com frequência ........................................................................................................................................... 150 Figura 8: Utilização dos meios para informação em Ciência e Tecnologia, de vez em quando ............................................................................................................................... 150 Figura 9: Nunca utilizam os meios para informação em Ciência e Tecnologia ................ 151 Figura 10: Meio de maior confiança para informação sobre Ciência e Tecnologia.......... 152 Figura 11: Interesse e informação sobre o tema Meio Ambiente...................................... 153 Figura 12: Somatória da relação muito e pouco interesse pelo tema Meio Ambiente ...... 154 Figura 13: Somatória da relação muito e pouca busca de informação do tema Meio Ambiente ........................................................................................................................... 154 Figura 14: Interesse, informação e leitura em assuntos de Meio Ambiente...................... 155 Figura 15: Relação entre os que leem sobre Ecologia/Meio Ambiente e os que não leem sobre Ecologia/Meio Ambiente ......................................................................................... 156.

(12) LISTA DE QUADROS _ QUADRO 1- Revistas de divulgação científica .................................................................. 69 QUADRO 2 – Protocolo de entrevista individual ............................................................. 121 QUADRO 3 – Esquema de quadro para seleção de episódios .......................................... 125 QUADRO 4 - Temas de interesse ..................................................................................... 138 QUADRO 5 – Razões para falta de interesse em Ciência e Tecnologia........................... 139 QUADRO 6 - Temas sobre os quais se informam ............................................................ 140 QUADRO 7 – Razões da pouca informação em Ciência e Tecnologia ............................ 140 QUADRO 8 – Assuntos de interesse em Ciência e Tecnologia........................................ 141 QUADRO 9 – Assuntos sobre os quais se informa em Ciência e Tecnologia.................. 142 QUADRO 10 – Meios de informação para assuntos em Ciência e Tecnologia................ 143 QUADRO 11 – Credibilidade das fontes de informação .................................................. 144 QUADRO 12 – Razões da satisfação da divulgação científica feita pela TV, pelos jornais e pelas revistas...................................................................................................................... 145 QUADRO 13 – Razões da insatisfação da divulgação científica feita pela TV, pelos jornais e pelas revistas ................................................................................................................... 146 QUADRO 14 – Fonte de maior confiança para informação ............................................. 147 QUADRO 15 – Análise temática do entrevistado He ....................................................... 167 QUADRO 16 – Análise temática do entrevistado Ne ....................................................... 169 QUADRO 17 – Análise temática da entrevistada Ar ........................................................ 171 QUADRO 18 – Análise temática do entrevistada Kr........................................................ 173 QUADRO 19 – Análise temática da entrevistada Xe........................................................ 175 QUADRO 20 – Análise temática da entrevistada Rn........................................................ 178 QUADRO 21 – Análise temática do entrevistado F ......................................................... 180 QUADRO 22 – Análise temática da entrevistada Cl ........................................................ 182 QUADRO 23 – Análise temática do entrevistado Br........................................................ 185 QUADRO 24 – Análise temática do entrevistado I .......................................................... 189 QUADRO 25 – Trabalho individual com textos de divulgação científica........................ 198 QUADRO 26 – Extrato 1: Atividade individual com texto de divulgação científica ....... 199 QUADRO 27 – Mapa da aula: Revisão de conteúdos de Termoquímica ......................... 209 QUADRO 28 – Mapa da aula: Atividade em grupo com textos de divulgação científica 209.

(13) QUADRO 29 - Extrato 2: Atividade em grupo com texto de divulgação científica......... 211 QUADRO 30 - Extrato 3: Atividade em grupo com texto de divulgação científica......... 212 QUADRO 31 - Extrato 4: Atividade em grupo com texto de divulgação científica......... 213 QUADRO 32 - Extrato 5: Atividade em grupo com texto de divulgação científica......... 214 QUADRO 33 - Extrato 6: Atividade em grupo com texto de divulgação científica......... 215 QUADRO 34 – Mapa da aula teórica................................................................................ 216 QUADRO 35 - Mapa da aula: debate no grande grupo sobre os textos de divulgação científica ............................................................................................................................ 216 QUADRO 36 - Extrato 7: Atividade em grupo com texto de divulgação científica......... 218 QUADRO 37- Extrato 8: Atividade em grupo com texto de divulgação científica.......... 219.

(14) LISTA DE ANEXOS ANEXO A: Questionário sociocultural............................................................................. 246 ANEXO B: Questionário de percepção da Ciência e Tecnologia ..................................... 252 ANEXO C: Apostila de Termoquímica ............................................................................ 261 ANEXO D: Textos de divulgação científica utilizados na sala de aula ............................ 273 ANEXO E: Questionário e roteiro para atividade com textos de divulgação científica ......... 287. ANEXO F: Transcrição das entrevistas............................................................................. 288.

(15) SUMÁRIO INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................... 18 1.A PERCEPÇÃO ..................................................................................................................................... 23 1.1.. SITUANDO. OS. ESTUDOS. DA. PERCEPÇÃO:. A PERCEPÇÃO NA. FILOSOFIA. E NA. PSICOLOGIA ...................................................................................................................... 24 1.2.. A PERCEPÇÃO NOS ESTUDOS DO MARKETING ...................................................... 29. 1.3.. A PERCEPÇÃO NA TEORIA SOCIOCULTURAL DE VIGOTSKI ................................... 34. 1.4.. A PERCEPÇÃO E A FORMAÇÃO DE CONCEITOS EM VIGOTSKI ................................ 42. 2.PESQUISAS DE PERCEPÇÃO DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA ............................... 52 2.1.. O CONCEITO DE PERCEPÇÃO PÚBLICA: CULTURA CIENTÍFICA E PARTICIPAÇÃO DOS. CIDADÃOS ......................................................................................................................... 55. 2.2.. PESQUISAS. DE. OPINIÃO PÚBLICA:. ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DO MÉTODO DE. PESQUISA DE SURVEY........................................................................................................ 58. 2.3.. A PERCEPÇÃO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA E A DIVULGAÇÃO DA CIÊNCIA ........... 62. 2.4.. A DIVULGAÇÃO DA CIÊNCIA NO BRASIL POR MEIO DE REVISTAS ........................ 64. 2.5.. O CONCEITO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA .......................................................... 69. 3.O DISCURSO DA DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA .................................................................... 74 3.1.. POSIÇÕES TEÓRICAS. SOBRE A. CONSTITUIÇÃO. DO. DISCURSO. DA. DIVULGAÇÃO. DA. CIÊNCIA ............................................................................................................................ 75 3.2.. A DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA:. CONSIDERAÇÕES SOBRE GÊNERO DE DISCURSO EM. BAKHTIN .......................................................................................................................... 80 3.3.. OS PROCESSOS DIALÓGICOS. EM. BAKHTIN:. IMPLICAÇÕES NA. DIVULGAÇÃO. DA. CIÊNCIA ............................................................................................................................ 86 3.4.. O DISCURSO ESCRITO E A TEORIA SOCIOCULTURAL ............................................ 88. 4.A DIVULGAÇÃO DA CIÊNCIA E A ESCOLA ........................................................................ 93 4.1.. O JORNALISMO CIENTÍFICO. COMO. VEÍCULO. DE INFORMAÇÃO DA. CIÊNCIA. E DA. TECNOLOGIA .................................................................................................................... 93 4.2.. A DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA E O ENSINO DE CIÊNCIAS .......................................... 97. 4.3.. A DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA NA SALA DE AULA ................................................. 101. 4.4.. ATIVIDADES DIDÁTICAS COM TEXTOS DO JORNALISMO CIENTÍFICO .................. 103.

(16) 5.METODOLOGIA DE PESQUISA................................................................................................. 108 5.1.. O PARADIGMA INTERPRETATIVO ........................................................................ 109. 5.1.1. Abordagem quantitativa e abordagem qualitativa ......................................... 111 5.2.. PANORAMA GERAL DA PESQUISA ....................................................................... 112. 5.3.. TÉCNICAS UTILIZADAS PARA COLETA DOS DADOS ............................................ 113. 5.3.1. Entrevistas: .................................................................................................... 113. 5.4.. 5.3.1.1.. Entrevistas estruturadas ......................................................................... 115. 5.3.1.2.. Entrevistas semiestruturadas.................................................................. 117. 5.3.1.3.. Questionário sociocultural..................................................................... 122. 5.3.1.4.. Registro das atividades em sala de aula................................................. 123. CARACTERÍSTICAS DAS ANÁLISES REALIZADAS ................................................. 126. 5.4.1. Na entrevista estruturada ............................................................................... 126 5.4.2. Nas entrevistas individuais ............................................................................ 127 5.4.2.1.. Transcrição das entrevistas:................................................................... 128. 5.4.2.2.. Análise do conteúdo das entrevistas individuais ................................... 130. 5.4.3. A divulgação da Ciência em sala de aula: análise dos episódios .................. 133 6.RESULTADOS E ANÁLISES ....................................................................................... 138 6.1.. APRESENTAÇÃO. DOS. RESULTADOS. DA. PESQUISA. DE. PERCEPÇÃO. DA. CIÊNCIA. E. TECNOLOGIA DOS ESTUDANTES ..................................................................................... 138 6.1.1. Temas de interesse......................................................................................... 138 6.1.2. Razões para falta de interesse em Ciência e Tecnologia ............................... 139 6.1.3. Temas sobre os quais se informam................................................................ 139 6.1.4. Razões da pouca informação em Ciência e Tecnologia ................................ 140 6.1.5. Assuntos de interesse em Ciência e Tecnologia............................................ 141 6.1.6. Assuntos sobre os quais se informa em Ciência e Tecnologia ...................... 141 6.1.7. Meios de informação para assuntos em Ciência e Tecnologia...................... 142 6.1.8. Credibilidade das fontes de informação ........................................................ 143 6.1.9. Leitura............................................................................................................ 144 6.1.10.. Satisfação em relação à divulgação científica feita pela TV, pelos jornais e. pelas revistas.............................................................................................................. 145 6.1.11.. Razões da satisfação da divulgação científica feita pela TV, jornais e. revistas. ................................................................................................................... 145.

(17) 6.1.12.. Razões da insatisfação da divulgação científica feita pela TV, pelos jornais. e pelas revistas ........................................................................................................... 146 6.1.13.. Fonte de maior confiança para informação ............................................... 146. PERCENTUAL .................................................................................................................. 147 6.2.. DISCUSSÃO. DOS. DADOS. APRESENTADOS NAS. PERCEPÇÕES. SOBRE CIÊNCIA E TECNOLOGIA E A DIVULGAÇÃO DA CIÊNCIA. 6.3.. DOS. ESTUDANTES. ...................................... 147. CONHECENDO O INTERLOCUTOR ENTREVISTADO: FONTE DE DADOS .................. 157. 6.3.1. Perfil dos entrevistados.................................................................................. 157 6.3.2. As Entrevistas ................................................................................................ 165 6.3.2.1.. Análise temática: ................................................................................... 165. 6.3.2.2.. Análise da enunciação: .......................................................................... 166. 6.3.3. Considerações sobre as entrevistas individuais ............................................. 193 6.4.. DESCRIÇÃO. DAS. ATIVIDADES. EM. SALA. DE. AULA. COM. TEXTOS. DE. DIVULGAÇÃO. DA CIÊNCIA .................................................................................................................... 197. 6.4.1. A atividade individual ................................................................................... 198 6.4.2. O trabalho em grupo: Discussão dos textos de Divulgação Científica.......... 209 6.4.3. Considerações sobre a Divulgação da Ciência na sala de aula...................... 220 7.DISCUSSÃO ......................................................................................................................................... 222 8.CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................... 234 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................... 239 ANEXOS ................................................................................................................................................... 245.

(18) 18. INTRODUÇÃO. A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra e o leitor entende uma terceira coisa... e, enquanto se passa tudo isso, a coisa propriamente dita começa desconfiar que nunca foi propriamente dita. Mário Quintana. Ao longo dos séculos, o conhecimento do ser humano esteve continuamente presente como necessidade ou como forma de controle da sociedade, mas a Ciência sempre foi tida como um conhecimento “diferenciado” e, por isso, restrito a poucos. A questão da disseminação do conhecimento para a grande massa era considerada como um problema. Para Bacon (1620), o objetivo da Ciência era melhorar a condição do homem (NASCIMENTO, 2000) e suas ideias foram consideradas como um ataque às autoridades religiosas da época. Entretanto, Galileu ousou e escreveu os Diálogos sobre os Dois Grandes Sistemas do Mundo, em 1630, e os Discursos sobre Duas Novas Ciências, em 1638, em italiano, numa época em que a língua utilizada pela classe culta era o latim. Supõe-se que a ideia de Galileu era que seu conhecimento fosse compartilhado por um número maior de pessoas, uma atitude não muito bem vista pelos “intelectuais” de sua época. Para o professor e pesquisador Baudouin Jurdant, da Universidade de Louis Pasteur, escrevendo em italiano, Galileu retirava da elite sábia o monopólio que ela exercia sobre o saber. Esse procedimento era uma falta mais grave que Galileu cometia do que o fato de defender as ideias de Copérnico. Jurdant considera Galileu um precursor de um novo gênero: a popularização da Ciência, mesmo tendo presente que Galileu não tinha a intenção explícita de ser um “vulgarisateur”, ou seja, um vulgarizador (JURDANT, 1996, p. 202). Com a pressão e o poder que a Igreja exercia sobre a população e seu pensamento, os encontros eram realizados às escondidas por eruditos, artistas, nobres e comerciantes para discutir Ciência (BURKETT, 1990). Para contornar esse problema, muitos se utilizam de cartas para compartilhar e estabelecer comunicações entre os interessados em discussões científicas e algumas dessas cartas tornaram-se publicações históricas posteriores. Ainda no século VXII, em 1665, Henry Oldenburg publica, em Londres, o periódico Philosophical Transactions, que contribuiu não só com o desenvolvimento da cultura e da alfabetização científica na Europa, mas também com o surgimento de muitos outros jornais e revistas que tratavam de assuntos de Ciência (BURKETT, 1990, p. 28)..

(19) 19. Com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), conhecida como a Guerra Química, e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), intensificou-se o desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia a nível mundial e, com isso, aumentaram fortemente o interesse do jornalismo e da população sobre assuntos ligados à Ciência e à Tecnologia. No cenário brasileiro, até o final do século XVIII as atividades relacionadas à Ciência e à Tecnologia eram quase inexistentes. O Brasil era colônia de Portugal, com uma população pequena e pouco letrada, que era mantida sob a educação jesuítica. No final do século XVIII e início do século XIX, os brasileiros começam, ir à Europa, frequentando principalmente Portugal e França, de onde trazem algumas ideias para o Brasil (MOREIRA, 2002). A partir da influência francesa, o conceito e as ideias da vulgarização científica passam a ser utilizadas no Brasil especialmente durante o século XIX, mas é somente em 1940 que surge a primeira sociedade científica - a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Posteriormente, na década de 1970 foi criada a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (CAPES) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e, a partir daí, o país começa a estabelecer uma política para Ciência e Tecnologia, traçando metas e objetivos. Em 1987 acontece, no Brasil, a primeira pesquisa de percepção pública sobre Ciência e Tecnologia, com o título: O que o brasileiro pensa da Ciência e da Tecnologia? O grande objetivo dessa pesquisa foi promover uma reflexão nacional sobre a imagem da Ciência e da Tecnologia junto à população urbana brasileira para subsidiar e direcionar ações do Ministério da Ciência e Tecnologia e do CNPq na área de divulgação da Ciência. Dessa pesquisa se constata que cerca de 71% da população brasileira se interessa, de alguma forma, pela Ciência (Relatório Gallup) e, sendo assim, a divulgação científica no Brasil dá um salto significativo na década de 1980. Dentro de todo esse contexto, a divulgação da Ciência e as pesquisas públicas de percepção da Ciência e da Tecnologia encontram elos de conexão, os quais este trabalho de pesquisa tentou explorar mais detalhadamente, tendo em vista que a escola também é um elemento do processo de construção de percepções de Ciência e Tecnologia, assim como é influenciada pelas percepções formadas pelo contexto sociocultural mais amplo. É, então, tentando entender o funcionamento dessa complexa rede de percepções, que se dá em vários contextos, bem como o papel que a Mídia tem, especialmente o jornalismo científico, sobre a formação dessas percepções e suas implicações na sala de aula, é que nos propusemos a desenvolver o trabalho de pesquisa que ora apresentamos nesta tese, que está dividida em oito capítulos, sendo os quatro primeiros voltados a uma reflexão teórica sobre os.

(20) 20. assuntos abordados na pesquisa e os quatro últimos capítulos destinando-se a situar o leitor no panorama de nossa pesquisa realizada com estudantes de Ensino Médio de uma escola pública da cidade de São Paulo/Brasil. No primeiro capítulo, com a intenção de cercar o nosso principal objeto de análise, buscamos definir percepção. Procuramos na Filosofia, na Psicologia, no Marketing algumas definições que pudessem subsidiar nossas futuras pesquisas teóricas a esse respeito, tendo em vista que nosso foco principal se destinava a entender a percepção sob a óptica da Teoria Sociocultural. Nesse sentido buscamos em Vigotski a definição por ele expressa para percepção e pela qual seguimos durante todo nosso trabalho de pesquisa. No segundo capítulo, percorrendo ainda o entendimento da percepção, porém agora no sentido de sua “aplicabilidade”, ou seja, na forma como as pesquisas de percepção pública da Ciência e Tecnologia vislumbram a questão da percepção, fomos buscar quais as intenções e objetivos dessas pesquisas, quanto à formulação das questões, amostragens, entre outros. Esta nossa análise, um tanto quanto estatística, mas necessária, nos levou a compreender como essas pesquisas são elaboradas, que indicativos elas fornecem e qual a possibilidade de utilizar um instrumento como esse para traçar indicadores de Ciência e Tecnologia de estudantes que frequentam nossas escolas. No final do segundo capítulo introduzimos a nossa segunda preocupação de pesquisa: a divulgação científica, pois, como já nos referimos anteriormente, ela faz parte de um contexto que está interligado com as percepções de Ciência e Tecnologia dos indivíduos, tanto no que se refere aos indicadores que são traçados para o seu fomento, quando em relação às percepções que essa divulgação passa a formar nos seus leitores posteriormente. Será nesse segundo ponto que, no capítulo três, iremos buscar uma análise mais detalhada sobre a questão do discurso da divulgação científica. Será, então, analisando o discurso da divulgação científica que destinamos o capítulo três. Nesse capítulo nossa intenção foi buscar na análise do discurso elementos que nos permitissem a compreensão da formulação e da constituição do discurso da divulgação científica. Para tanto trazemos à discussão algumas autoras, como: Authier, Orlandi, Zamboni, Grigoletto e Grillo, que trazem posições diferenciadas a respeito da formulação do discurso da divulgação científica, mas que nos encaminharam a considerar o discurso da divulgação científica como um gênero próprio, segundo os estudos de Bakhtin. Nesse ponto, Bakhtin, mesmo não tendo trabalhado diretamente com a divulgação científica, nos deixou importantes contribuições para pensar a divulgação científica como um gênero próprio de discurso e, dessa forma, considerá-lo como um discurso que só adquire sua materialidade.

(21) 21. simbólica quando inserido na cadeia da enunciação. Esse fato vem a favor das nossas propostas ligadas à Teoria Sociocultural, teoria na qual os indivíduos encontram a significação nos contextos em que estão inseridos. Assim, o quarto capítulo inicia com a apresentação de definições sobre jornalismo científico, caracterizando-o como veículo de informação da Ciência e da Tecnologia, para, posteriormente, trazermos à tona a questão que envolve a utilização da divulgação científica no espaço escolar. O quarto capítulo encerra nossa discussão teórica e traz questões que abordam as relações entre a divulgação científica e o Ensino de Ciências, a divulgação científica na sala de aula e algumas implicações da introdução do “gênero divulgação científica na sala de aula”. No capítulo cinco apresentamos a metodologia que utilizamos em nossa pesquisa e, nesse contexto, falamos sobre o paradigma interpretativo de pesquisa no qual foi possível a utilização de mais de uma metodologia, ou seja, a pesquisa quantitativa e a pesquisa qualitativa. Além disso, utilizamos diferentes técnicas para a coleta dos dados, no sentido de possibilitar uma variabilidade maior de meios e, consequentemente, uma confiança maior quanto. aos. resultados. obtidos.. Utilizamos. entrevistas. estruturadas,. entrevistas. semiestruturadas, questionário sociocultural e registro de atividades em sala de aula. Todas essas atividades de pesquisa nos constituíram o que denominamos aqui de “fonte de dados”, dados os quais serviram de subsídio para os resultados e as análises que constituem o capítulo seis desta tese. O capítulo seis é, então, destinado à apresentação dos resultados e das análises provenientes dos dados que constituíram nossa fonte de dados. Nesse capítulo trazemos os resultados, analisados de forma quantitativa, da pesquisa de percepção da Ciência e Tecnologia realizada com 226 estudantes; o perfil sociocultural e as entrevistados dos 10 estudantes que participaram das entrevistas individuais e a apresentação das atividades e extratos dessas atividades desenvolvidas na sala de aula com textos de divulgação científica. Finalizamos o capítulo seis apresentando um panorama geral das percepções dos estudantes sobre Ciência e Tecnologia e sobre a divulgação científica, considerando a análise de todos os dados. No capítulo intitulado “Discussão”, no qual a ideia foi apresentar, de forma mais organizada e aprofundada, a análise de como nossos estudantes de Ensino Médio percebem a Ciência e a Tecnologia no seu meio sociocultural, como eles se relacionam com a Ciência e a Tecnologia e a divulgação da Ciência, assim como apontar e discutir algumas das dificuldades que encontramos ao desenvolver atividades em sala de aula com textos de divulgação.

(22) 22. científica. Nesse sentido, nossa intenção também foi apontar alguns elementos que devem ser levados em consideração, pelos professores de Ciências, quando eles pretendem introduzir textos de divulgação científica em suas aulas. Por fim, trazemos as considerações finais, nas quais encerramos as discussões referentes a esta pesquisa..

(23) 23. 1. A PERCEPÇÃO. Entre os homens prevalece a opinião singular de que as casas, montanhas, rios, todos os objetos têm existência natura ou real, distinta da sua perceptibilidade pelo espírito [...]. Há verdades tão óbvias para o espírito que o homem basta abrir os olhos para vê-las [...] todos os corpos de que se compõe a poderosas máquina do mundo não subsistem sem um espírito, e o seu ser é serem percebidas. Berkeley. O estudo da percepção é uma das preocupações mais antigas do pensamento humano. Decifrar o “processo” da percepção tem sido um grande desafio para pesquisadores nas mais diversas áreas do conhecimento humano. Como a percepção acontece? No que se baseia o processo de percepção? Até que ponto a percepção é uma função que envolve a mente? No campo da Filosofia encontramos diferentes doutrinas filosóficas a respeito do assunto. Essas doutrinas influenciaram e influenciam as teorias psicológicas e os demais campos do conhecimento humano. Entretanto, a maioria dos estudos sobre percepção no século XX centrou-se nos processos perceptivos visuais, deixando de lado os fatores que envolvem a mente (SANTAELLA, 1998). Para Santaella (1998), a concentração de estudos na percepção visual deve-se, principalmente, ao fato de que 75% da percepção humana é visual, restando apenas 25% para os demais sentidos. Para essa autora, a grande concentração de estudos da percepção visual deixa em suspenso fatores importantes da percepção, a qual está estritamente ligada à mente de quem a percebe. As pesquisas do início do século XX consideravam muito pouco a mente como componente importante da percepção e, como aponta Santaella, “[...] a palavra ‘mente’ foi praticamente banida da psicologia experimental, na primeira metade do século XX” (SANTAELLA, 1998, p. 14). Outro fator de ruptura da percepção com os estudos da mente, segundo essa mesma autora, deve-se ao fato da desvinculação das teorias modernas da percepção com o passado filosófico, pois as preocupações epistemológicas e ontológicas da Filosofia não tinham respaldo nos testes e nas observações experimentais da Psicologia. Já estudos mais recentes, especialmente os ligados à semiótica e à linguagem, tentam relacionar a percepção com a cognição e consideram que não é possível separar os processos mentais dos processos sensoriais, bem como separá-los da linguagem. A partir dessa nova perspectiva, tem-se uma.

(24) 24. retomada nos estudos e teorias filosóficas da percepção e um entrelaçamento maior entre os diversos campos do conhecimento.. 1.1. Situando os Estudos da Percepção: a percepção na Filosofia e na Psicologia. Historicamente, a Filosofia tradicional percorre basicamente duas correntes sobre a percepção: a empirista e a intelectualista (CHAUÍ, 2006). Para os empiristas, a percepção depende do exterior, ou seja, a percepção é causada por estímulos externos que atuam sobre nossos sentidos e nosso sistema nervoso, produzindo sensações que, associadas, resultam na percepção das coisas. Assim, o sabor (sensação), o odor (sensação) e o sabor dos alimentos são exemplos de percepção. As sensações são pontuais e independentes umas das outras, já a percepção é uma síntese/organização dessas sensações. O conhecimento dá-se pela somatória das sensações na percepção e depende da frequência, da quantidade, do número de estímulos externos e dos hábitos de cada um de nós. Para os intelectualistas, a percepção depende mais do sujeito do conhecimento do que do exterior. O exterior é apenas a ocasião onde temos as sensações ou as percepções. O sujeito não é passivo no ato de perceber. A capacidade de sentir ou de perceber depende diretamente da capacidade que o sujeito tem para decompor um objeto em suas partes e recompor um objeto como um todo, reorganizando-o e interpretando-o. A decomposição corresponde às sensações, enquanto que a organização/interpretação corresponde à percepção. Assim, o sujeito é ativo e o objeto a ser percebido é passivo. Para os intelectualistas não haveria algo que pudesse ser chamado exatamente de percepção, por serem sensações dispersas ou elementares que, depois de organizadas e sintetizadas pela inteligência do homem, receberiam o nome de percepção. Empiristas e intelectualistas concordavam em um ponto: ambos acreditam que as sensações são uma relação de causa e efeito entre partes das coisas e pontos de nosso corpo. As coisas seriam mosaicos de qualidades isoladas, justapostas e nosso aparelho sensorial também seria constituído por um mosaico de receptores isolados e justapostos. A percepção é uma atividade que soma essas partes e a síntese é o percebido. A diferença crucial entre essas duas doutrinas reside no fato de que os empiristas consideram que as sensações conduzem à.

(25) 25. percepção numa síntese passiva, enquanto que, para os intelectualistas, as sensações conduzem à percepção numa síntese ativa (dependente do interior do sujeito e do entendimento). Atualmente, a Filosofia, por meio da Fenomenologia de Husserl e pela Psicologia da Forma da Gestalt, superou as doutrinas empiristas e intelectualistas das percepções, pois tanto a Fenomenologia quanto a Psicologia da Forma mostraram posições contrárias no que se refere a: sensações como reflexo pontual e resposta físico-fisiológica a um estímulo pontual como propunham os empiristas; a percepção como uma atividade de síntese feita pelo pensamento a partir das sensações e a distinção entre sensação e percepção. Basicamente a Teoria da Forma da Gestalt, desenvolvida a partir de 1912, afirma que não se pode ter conhecimento do todo por meio das partes, mas das partes por meio do todo. É a percepção da totalidade que permite ao cérebro perceber, decodificar e assimilar as imagens e o conceito de que “o todo é mais do que a soma das partes”. O grande ponto dessa teoria é o seu aspecto global. O que é percebido depende mais das relações entre os aspectos do estímulo do que dos elementos individuais. A Teoria da Gestalt propõe algumas leis que regem a percepção humana das formas, facilitando a compreensão das imagens e das ideias. Essas leis baseiam-se no comportamento do cérebro durante o processo de percepção. O grande problema da percepção é compreender a passagem dos órgãos sensoriais para o cérebro, pois, quando se percebe, algo se acrescenta ao que já foi anteriormente percebido. Ainda para abordagem fenomenológica, a percepção é o encontro do sujeito com o mundo. Para Heidegger, por exemplo, o sujeito é o ser-no-mundo, ou seja, não há mundo sem sujeito, nem sujeito sem mundo. Uma fenomenologia da percepção é uma fenomenologia do ato de perceber que confunde aquele que percebe com o objeto percebido. Assim, o que percebe não é apenas um sujeito pensante (res cogitans) e o percebido não será apenas um objeto, pois, enquanto ser-no-mundo, tenho uma visão daquilo que me cerca num determinado tempo e espaço. E, por existir no mundo, sei a medida daquilo que tenho e incorporo aquilo que me cerca. Tudo isso transcende o simples fato da situação que ocupo no mundo no sentido do espaço localizado. Esse espaço é convertido numa percepção que concretiza uma atividade da mente e do corpo. Merleau-Ponty (1994 apud MARANDOLA Jr., 2005), por meio da sua Fenomenologia da Percepção, faz reflexões a respeito da experiência no e do mundo vivida pelas pessoas e deixa claro o papel da experiência do indivíduo no ato do conhecimento. “Tudo aquilo que sei do mundo, mesmo por ciência, eu o sei a partir de uma visão minha ou de uma experiência do.

(26) 26. mundo sem a qual os símbolos da ciência não poderiam dizer nada1” (Merleau-Ponty, 1994 apud MARANDOLA Jr., 2005, p. 59). Assim, as coisas existirão enquanto elas existirem para mim e enquanto minha visão de mundo, sendo manifestada por meio de minhas experiências. As coisas são a mim oferecidas em muitas faces e eu percebo de diversos pontos de vista espaciais e temporais, processo no qual o presente não apaga o passado nem se apagará no futuro. Meu corpo é histórico e carrega invariantes das experiências que realizo no mundo (sou no mundo). Uma escola, por exemplo, é vista por mim a partir de tudo o que empreendi de vários pontos e em vários momentos de minha vida. Mesmo que eu tenha um conceito de “escola”, a minha escola é uma síntese perspectiva e não intelectual. Assim a mesma escola vista por outras pessoas serão escolas “diferentes” no sentido de perspectivas diferenciadas de cada um. Nessa relação, tanto a coisa que se torna objeto para o sujeito quanto a consciência que opera relações desse conhecimento são tomadas como objeto (BICUDO, 1984). Mesmo uma coisa expressa sob a forma de linguagem também é um fenômeno, pois o perceptivo não se esgota na representação e a linguagem também é uma modalidade de serno-mundo. A percepção na linguagem pode ser compreendida como a entrada em um contexto linguístico aberto, em que os significados e os significantes têm uma história espaçotemporal, pois não utilizamos a linguagem simplesmente por hábito, mas damos sentido a ela e, a partir desses sentidos, surgem os significados. O estudo da percepção é um dos pontos centrais também para a Psicologia, porque o comportamento do indivíduo se baseia na interpretação dele sobre a realidade e não na realidade propriamente dita. Em virtude disso, cada um de nós percebe imagens, informações, representações de forma diferente, pois cada situação toma uma determinada relevância, dependendo do modo particular que significamos ou ressignificamos internamente as situações. Ao transitar pelo mundo adquirimos uma série de informações e, de acordo com elas, nossa percepção sobre a realidade altera-se com o tempo. Experimentos de percepção visual demonstram que é possível mudar a percepção à medida que o indivíduo recebe novas informações. A típica imagem do animal ou da taça que pode ser vista de dois modos diferentes é um bom exemplo de percepção mutável.. 1. Citação de Merleau-Ponty, 1994, p. 3, extraída de E. Marandola Jr., 2005, p. 59..

(27) 27. Representação pato/coelho. presentação taça/rostos. Figura 1 - Percepção mutável Fonte: <http://www.ufrgs.br/faced/slomp/edu01135/figuras.htm>.. O fato de um objeto ser percebido de muitas formas ou de nenhuma forma deve-se ao modo individualizado pelo qual recebemos e transformamos a percepção. Por isso, para a psicologia atual, é preciso considerar a pessoa que percebe e o ato da percepção, porque ambos determinam o fenômeno. Entretanto, ainda hoje se faça a pergunta: Qual a origem da síntese mental? Para responder a essa questão duas correntes foram constituídas: o nativismo e o empirismo. O nativismo defende que a síntese mental é inata e não depende do aprendizado. Já para o empirismo, a síntese mental é inferida ou aprendida de situações anteriores (SANTAELLA, 1998). Os psicólogos tentam chegar a um consenso a respeito da origem desses processos mentais. Será que nascemos com potencialidades, dons e aptidões que serão desenvolvidos de acordo com o amadurecimento biológico ou tudo isso é desenvolvido como resultado de nossas experiências com o mundo exterior? Para os nativistas, quando o homem nasce, sua personalidade, valores, hábitos, crenças, pensamento, emoções e conduta social já estão definidos, uma vez que toda a atividade de conhecimento é exclusiva do sujeito e o meio não participa dela. Mesmo que ainda se tenham algumas dúvidas sobre a origem dos processos mentais, a Psicologia está de acordo com a ideia na qual a percepção não é um ato apenas sensitivo, pois perceber é mais que captar de modo imediato a partir de nossos órgãos sensoriais. Podemos sentir frio, fome, calor, etc., mas não perceber o frio, o calor, a fome, porque perceber é.

(28) 28. decifrar ou reconhecer a mensagem sensorial. Perceber é, por exemplo, ouvir um trovão e intuir que vai chover, é sentir que algo está muito quente e saber que pode queimar ao se pegar o objeto. Assim, sentir exige detectores ou sensores e perceber exige órgãos capazes de interpretar aquilo que é sentido ou captado pelos órgãos dos sentidos. A percepção não é uma mera detecção ou reação aos estímulos internos ou externos ao indivíduo. Ao contrário do ato de sentir, perceber é detectar, é interpretar sinais que têm origem externa ao sistema nervoso central. Então, enxergar algo como sendo um animal ou escutar o uivo como um som que identifica um animal são maneiras de perceber a coisa (o animal) – que pode ser ou não um animal. Desse modo, perceber é sempre perceber alguma coisa ou perceber eventos que ocorrem em alguma coisa de certa maneira. Perceber é uma elaboração em que o alicerce são as sensações, as memórias, as vivências, as experiências e as expectativas, sejam elas inatas ou adquiridas por meio da interação com o meio. Por isso, a percepção é um processo mental seletivo, ou seja, não percebemos tudo aquilo que chega aos nossos órgãos dos sentidos. O mundo exterior é oferecido a nós como um cardápio variado e, a partir de nosso modo de perceber, selecionamos eventos e situações deixando de fora os que não nos fazem sentido. Desse modo, considerando o ponto de vista da conduta individual, cada situação é caracterizada por um conjunto de objetos e de signos que funcionam como estímulo para o estabelecimento de nossas significações. Agimos frente às situações que nos são apresentadas, reagindo a tensões mediante a estruturação de estratégias simbólicas que resultarão em uma estruturação cognitiva da realidade. A percepção da realidade não representa apenas uma adaptação ao mundo que nos é dado, mas, acima de tudo, é uma ação efetiva sobre o ambiente. O indivíduo tem a capacidade de identificar, nos termos de seu interesse, para perceber um mundo aparentemente confuso e sem sentido, um mundo de significados. Concomitante à capacidade de utilizar os processos simbólicos para estabelecer significados, a interpretação caracteriza a imaginação criadora que faz surgir a Ciência e a Arte, que pode ser reconhecida nas diversas linguagens. Nesse contexto de discussão, a percepção é entendida como um ato intencional e focalizado ao objeto de interesse. Segundo Farias (2004), é possível tratar o corpo como lugar de mediação entre as figuras do mundo e as figuras do discurso. O sujeito que enuncia pressupõe a existência de uma instância perceptiva anterior..

(29) 29. 1.2. A Percepção nos Estudos do Marketing. Um dos principais usos do termo percepção pode ser encontrado nos estudos do Marketing. Esse fato pode ser observado pelo grande número de publicações da área que incluem discussões em torno da percepção. Foi no Marketing que o termo percepção ganhou popularidade, pois nesse campo foram introduzidas as grandes pesquisas de opinião, as quais têm a função de “mapear” o perfil dos indivíduos, especialmente no que se refere às preferências deles enquanto consumidores. O Marketing é produto da economia moderna, na qual o que mais importa é a satisfação do consumidor. Foi a necessidade econômica que levou as empresas modernas ao desenvolvimento do Marketing como uma estratégia de planejamento, de desenvolvimento, de promoção e de distribuição de bens e serviços. Entretanto, o Marketing surge principalmente pelo estudo da satisfação e das necessidades humanas e, por isso, o grande interesse no estudo da percepção humana. O conceito de percepção tornou-se tão fundamental e difundido no Marketing que uma das 22 leis do Marketing criadas por Al Ries & Jack Trout é denominada “Lei da Percepção: o marketing não é uma batalha de produtos, mas uma batalha de percepção” (RIES et alii, 1993, p. 14). Para esses autores, a percepção é fundamental, pois ela é o que existe de mais concreto na mente das pessoas. “A percepção que existe na mente é, com freqüência, interpretada como verdade universal. Raramente, ou nunca, as pessoas estão erradas. Pelo menos em suas mentes” (RIES et alii, 1993, p. 16). Dessa forma, para o Marketing, conhecer o mecanismo de percepção do indivíduo é essencial, pois é por meio da percepção que o indivíduo atua sobre seu poder de compra. Quando o percebido pelo consumidor não corresponde ao que ele presencia na realidade, produz-se um conflito e o indivíduo pode não adquirir determinado produto ou serviço. Assim, a importância dada à percepção no Marketing atingiu esferas diferentes, como é o caso da Mídia, especialmente na propaganda e nos processos de comunicação em massa. O termo percepção passa a ser utilizado em diversos veículos de comunicação sem que haja uma preocupação conceitual maior, pois, mesmo nos estudos de Marketing, encontramos diferentes abordagens para o conceito. Gibson et alii partem de um conceito de percepção proveniente da Psicologia da Educação, conceito que relaciona a percepção à aquisição de conhecimento específico sobre um determinado objeto ou evento que estimula os sentidos em uma situação particular (GIBSON et alii, 1981). Para esses autores, a percepção envolve conhecimento por meio da.

(30) 30. interpretação de objetos, símbolos e pessoas, tendo em vista as experiências realizadas. Ainda salienta que a percepção apresenta algumas situações que a influenciam: 1. A pessoa pode ser influenciada por situações que não podem ser identificadas. Exemplo: a influência da cor sobre o tamanho do objeto; 2. Uma pessoa pode aceitar a evidência perceptiva de uma fonte que ela respeita mais prontamente do que a informação que vem de outras fontes; 3. A pessoa pode deixar-se influenciar por fatores emocionais - o que ela prefere é percebido como correto; 4. Quando forçada a fazer julgamentos perceptivos difíceis, a pessoa pode apoiar-se em pontos irrelevantes para chegar a um juíz. (GIBSON et alii, 1981, p. 108/109). Em Schewe & Smith, a “Percepção é um processo pelo qual atribuímos valor ao que nossos corpos sentem” (SCHEWE & SMITH 1982, p, 164). Para esses autores, a percepção é seletiva e influenciada pelas experiências anteriores. Além disso, acreditam que a percepção é uma interpretação do que sentimos e que, algumas vezes, ocorrem distorções. “No perceber, interpretamos o que vemos, ouvimos, degustamos, cheiramos e tocamos. Damos significado ao mundo que nos cerca” (SCHEWE & SMITH, op. cit.). Para Cobra, “A percepção refere-se aos processos pelos quais o indivíduo recebe estímulos através dos seus sentidos e os interpreta” (COBRA, 1986, p. 80). Para esse autor, a aprendizagem também é fator importante, pois, segundo ele, tudo o que o ser humano faz, pensa e percebe é aprendido. Gade traz o conceito de percepção que agrega a percepção como um processo definido por sensações acrescidas de significado, levando em conta o que o indivíduo tem armazenado de experiências anteriores. É um processo que relaciona os componentes sensoriais externos aos componentes significativos internos. Para essa autora, esse processo depende de cada indivíduo e acontece em três etapas: exposição, atenção e interpretação (GADE, 1998). Nickels & Wood também apontam que a percepção ocorre em etapas, que eles denominam estágios, entretanto apresentam mais uma em relação às etapas propostas por Gade. Para eles, a percepção tem quatro estágios: exposição, atenção, interpretação e memória. Salientam ainda que: “A percepção é um processo de determinar significado através da seleção, organização e interpretação dos estímulos do ambiente” (NICKELS et alii, 1999, p. 113). Pride & Ferrel buscam na Psicologia o conceito de inputs como um processo de entrada da informação por meio das sensações recebidas pela visão, pelo paladar, pela audição, pelo olfato e pelo tato, para conceituar percepção como um processo de selecionar, de organizar e de interpretar entradas (inputs) de informação, produzindo significados (PRIDE et alii, 2001, p. 155). Dessa forma, para os autores, a percepção é um processo composto por três passos. O.

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