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PERFIL DOS DEPENDENTES QUÍMICOS ATENDIDOS NA COMUNIDADE TERAPÊUTICA FILHOS DA LUZ

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Vol. 5 – N° 2 - Dezembro, 2019_________________________________

PERFIL DOS DEPENDENTES QUÍMICOS ATENDIDOS NA

COMUNIDADE TERAPÊUTICA FILHOS DA LUZ

Janielle Aparecida de Lima janiellerh@gmail.com

RESUMO

As comunidades terapêuticas são Organização Não Governamental (ONG) que atuam no auxílio ao tratamento do dependente químico, embora a dependência química seja um problema de saúde pública, visto a alta exposição de indivíduos ás drogas, e sua situação e comportamento perante a sociedade. A dependência química pode causar um percentual significativo de desemprego 39,2%, e ainda 51% que declaram ser autônomos em um trabalho informal. Além da falta de instrução acadêmica, 49,1% que não concluíram o ensino médio. O objetivo da pesquisa foi caracterizar o perfil dos dependentes químicos atendidos na comunidade terapêutica Filhos da Luz, localizada em Carapicuíba – SP, através da coleta e análise de 51 prontuários. Foram avaliados o uso de medicamentos de uso crônico, evidência de patologias devido a dependência química, ou agravo de quadros clínicos já existentes. Conclui-se o tratamento realizado na Comunidade Terapêutica eficaz, o que explica o baixo percentual de 21,6% de desistências.

Palavras Chaves: Dependência Química, Drogas, Comunidade Terapêutica.

ABSTRACT

Therapeutic communities are non-governmental organization (NGOs) that act to help treat the chemical dependent, although chemical dependence is a public health problem, given the high exposure of individuals to drugs, and their situation and behavior towards society. Chemical dependence can cause a significant percentage of unemployment 39.2%, and 51% who declare themselves autonomous in informal work. In addition to the lack of academic education, 49.1% who did not complete high school? The aim of this research was to characterize the profile of drug addicts treated in the Therapeutic Community Filhos da Luz, located in Carapicuíba - SP through the collection and analysis of 51 medical records. The use of chronic medications, evidence of pathologies due to chemical dependence, or worsening of existing clinical conditions were evaluate. We conclude the treatment performed in the effective Therapeutic Community, which explains the low percentage of 21.6% of dropouts.

Keywords: Chemical Dependence, Drugs, Therapeutic Community

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Vol. 5 – N° 2 - Dezembro, 2019_________________________________ INTRODUÇÃO

De acordo com a Secretária Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD), drogas são substâncias que causam mudanças nas sensações, no grau de consciência e no estado emocional das pessoas. As modificações causadas por essa substância diversificam de acordo com as características da pessoa que as usa, da droga de escolha, da quantidade, frequência, expectativas e circunstancias em que é consumida. Essa determinação inclui os produtos ilegais (cocaína, maconha, ecstasy, heroína...) e também bebidas alcoólicas, cigarros e vários remédios que são legais, apesar de existir restrição em sua comercialização.

Para Souza e colaboradores (1972) alcoolismo é a prática de se embriagar com bebidas que contêm álcool, e que se identifica por um grupo de fenômenos mórbidos marcados por efeitos físicos e psicológicos. As manifestações de embriaguez incluem aceleração da circulação sanguínea e do ritmo de respiração.

Já a maconha é o nome popular de uma planta chamada Cannabis sativa. A maconha ficou mais popular pelo seu uso recreativo com propósito de alterar a consciência. (SENAD)

Segundo o químico e perito criminal da polícia federal Maldaner (2018) o nome crack vem do barulho que as pedras fazem ao serem queimadas durante o uso. A diferença entre a cocaína em pó e o crack é apenas a forma de uso, mais o princípio ativo Erythroxylum coca é o mesmo.

A Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) define o tabagismo como a ação de consumir cigarros ou outros gêneros que contenham tabaco, cujo princípio ativo é a nicotina.

Com base nesses conceitos e definição entende-se a dependência química como um transtorno heterogêneo, visto que afeta pessoas de diferentes maneiras, atinge tanto seu corpo físico como suas relações interpessoais, por diversas causas, em diferentes meios e circunstância. (SILVA et al., 2010).

Caracteriza-se como uma doença crônica, multicausal, causada por consideráveis desorganizações individuais, familiares e sócias. (FERREIRA et al., 2015). Um dos sinais da dependência é a apresentação de modificações evidentes de práticas habituais e comportamentos e aparência física, pois uso de substâncias pode produzir neuropsicológicos por meio de vários mecanismos de ação. (DIEHL et al., 2019). Com base nisso, pode-se considerar a dependência química como um grave problema de saúde pública, haja vista as consequências que o uso, o abuso e a dependência de drogas ocasionam para a pessoa e para a sociedade. (SILVA et al., 2010).

Portanto são necessárias distintas ações governamentais neste quesito. Um deles é o Sistema Nacional de Política Públicas (SISNAD), onde a elaboração de políticas sobre drogas ocorre através do Conselho Nacional sobre Drogas (CONAD). O conselho é responsável por desenvolver consensos e propor métodos para a redução da demanda e para a redução da oferta de drogas. Na esfera estadual, existem os Conselhos Estaduais sobre Drogas e os municípios são estimulados a implementarem o Conselho Municipal sobre Drogas.

A política voltada para os usuários de álcool e outras drogas está também associada à Política de Saúde Mental do Ministério da Saúde (MS). Nesta política, predomina-se a lei n. 10.216, de 2002, a qual dispõe sobre a proteção e os direitos dos portadores de transtornos mentais, entre eles os usuários de álcool e outras drogas, e sinaliza o modelo assistencial em saúde mental, buscando desenvolver uma rede assistencial fundamentada em serviços extra hospitalares (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003).

Estão inclusos em uma rede de atenção aos usuários de álcool e drogas os seguintes serviços: hospitais gerais, unidades básicas de saúde, casas de passagem, serviços

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especializados públicos ou particulares, recursos da Comunidade, centro de atenção psicossociais, entre outros (MS, 2003).

Muitas vezes a Política Pública voltada aos dependentes químicos não se torna efetiva, seja por não estar implantada de maneira completa ou devido a outras prioridades dos gestores. Neste contexto uma variação de serviços não governamentais responde pela atenção aos usuários de álcool e outras drogas. Atualmente, em vários municípios brasileiros, o atendimento na rede pública aos usuários com dependência química é ausente ou escasso. Segundo dados de um mapeamento realizado pela SENAD (2007), cerca de 80% dos serviços concedidos para tratamento de usuários de álcool e outras drogas no Brasil são disponibilizados por Organizações Não Governamentais (ONGs). Entre estas instituições, a maioria delas é caracterizada por seus dirigentes como Comunidades Terapêuticas ou CT’s (38,3%) (SENAD, 2007). Originalmente, o tratamento nas CT’s visa proporcionar uma convivência entre os residentes, os quais proporcionam uma ajuda-mútua e envolve-se ativamente do dia-a-dia da comunidade. As CT’s são extensamente difundidas, o que parece estar associado, entre outros elementos, à possibilidade de reconstrução da rede social a partir da convivência com os pares. Nestes serviços deve ser assegurado a permanência voluntária dos residentes, bem como direcionar à rede de saúde para o caso de necessidade (MOTA et al., 2003).

No entanto, nem todos usuários de álcool e outras drogas podem desfrutar das CT’s, pois há diferentes fatores que podem influenciar na adesão a esta categoria de tratamento, tais como a não utilização de medicamentos psicotrópicos para os quadros de abstinência, a falta de reconhecimento com a proposta terapêutica, entre outros (MOTA, et al., 2003).

Evidencia-se também que há diversos dispositivos que se intitulam CT’s, sendo necessário que exista regulamentação do trabalho prestado por estes serviços e que sejam regulamentados padrões de qualidade (MOTA, et al., 2003).

Diante desta problemática nesse estudo tem-se o objetivo de caracterizar o perfil dos dependentes químicos atendidos na Comunidade Terapêutica Filhos da Luz.

METODOLOGIA

Foi realizada uma pesquisa retrospectiva, descritiva através da revisão de prontuário dos pacientes atendidos entre o período de junho de 2018 a maio de 2019.

Foram extraídos através de um formulário de extração previamente estabelecido, os seguintes dados:

- Status dos prontuários relacionados ao seu tempo de arquivo em relação ao dependente atendido (Ativo, últimos seis meses e último ano)

- Desistência (sim, não e em tratamento) - Gênero

- Faixa etária segundo IBGE - Estado civil

- Filiação - Escolaridade - Situação laboral

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Vol. 5 – N° 2 - Dezembro, 2019_________________________________ - Tipo de substância que causa dependência

- Frequência de uso

- Tratamento farmacológico

- Histórico de familiares acometidos

- Grau de parentesco de familiares acometidos

Foi realizada também uma entrevista individual com a gestora da unidade para a coleta de dados sobre políticas, métodos e administração adotados. Os resultados foram sistematizados e apresentados de maneira proporcional.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Foram identificados 51 pacientes que estiveram, e/ou estão em tratamento para dependência química, na Comunidade Terapêutica Filhos da Luz entre o período de junho de 2018 a maio de 2019.

Referente aos dados foram levantados através dos prontuários preservando a identificação, a grande maioria 51% (n= 26) corresponde aos tratamentos atuais. Referente aos últimos 6 meses corresponde a 47,1% (n = 24), são os casos de tempo de tratamento pré-estabelecido já concluídos, e o último ano 2,0% (n = 1), tratamento concluído, entre estes dados estão relacionados aqueles que desistiram, conforme mostra a Tabela 1.

Tabela 1: Dados levantados de prontuários, em relação ao período de tratamento dos dependentes químicos da CT Filhos da Luz entre junho/2018 a maio/2019.

A gestora explica que, a base de tratamento são reuniões e inspeção de consciência, em um período de 6 meses. Além do dependente químico há também encontros com a família, com intenção de tratar os dois lados. Para Souza e colaboradores (2016) é fundamental o papel da família e/ou núcleo de pessoas com quem tem vínculo afetivo, no processo de reinserção social do indivíduo em tratamento.

Há CT Filhos da Luz, tem um projeto denominado café da manhã sem droga, que é a porta de entrada para o tratamento. Realiza-se uma triagem, para identificação do perfil do dependente em relação as regras da CT.

O usuário fica em torno de 21 dias, na situação de convidado. Período este de adaptação e a certeza da escolha de tratamento. Após este período se torna residente, ficam de 30 á 45 dias na Unidade de Carapicuíba -SP. Após este período a continuidade do tratamento é feito na Unidade de São Roque –SP.

No 1° Estágio é trabalhado o EU interior, que seria resgatar algumas dores e dificuldades.

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Vol. 5 – N° 2 - Dezembro, 2019_________________________________ contato com a natureza.

No 3° Estágio – Retorna-se para a Unidade de Carapicuíba, essa fase é caracterizada pela escola terapêutica, reinserção no mercado de trabalho, passa o dia em serviço externo.

No 4° Estágio - Ressocialização – fase de reintegrar ao mercado de trabalho e ao convívio social.

A equipe conta com profissionais voluntários constituídos por: psicóloga, psicanalista, médica, dentista e entre outros. Onde 60% dos serviços prestados são compostos por voluntários.

Para Ribeiro e colaboradores (2015), a CT tem por objetivo tratar o transtorno individual e transformar estilos de vida, recuperando o sujeito para a vida social, educando seus valores, responsabilidade e honestidade. Assim como mostra as informações da pesquisa, que na fase de tratamento estão inclusos o EU (interior e exterior), comprovando a ideia.

A Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas (FEBRACT) define que em termo estatístico 30% a 35% dos frequentantes das CT’S em nível mundial, deixaram definitivamente de consumir drogas, dados que comprova sua eficácia. (SABINO et al. 2005). Na pesquisa verificou-se que a minoria 21,6% (n= 11) corresponde aos desistentes do tratamento. (Tabela 2).

De acordo com a entrevista realizada, o que justifica a desistência, é não adequação as regras estabelecidas, e/ou desistência do tratamento de forma espontânea. A grande maioria, 51,0% (n= 26), corresponde aos dependentes em fase de tratamento. Conforme Tabela 2. A gestora explica, que após o tratamento a CT conta com os projetos:

Caminho de Luz: O indivíduo presta o serviço para a CT, e recebe uma ajuda de Custo.

Moradia Assistida: Para os casos dos indivíduos que trabalham, mais não tem acesso a uma moradia. Há uma cobrança de um valor simbólico para o pagamento do aluguel, com uma taxa de aumento crescente, ao passar do tempo.

Tabela 2: Dados distribuídos, conforme status de tratamento dos dependentes químicos da CT Filhos da Luz entre junho/2018 a maio/2019.

O maior percentual 72,5% (n= 37) corresponde ao sexo masculino. Conforme entrevista, as mulheres têm alta rotatividade. Para as mulheres possui mais opções de fonte de renda na rua através da prostituição, como consequência as mulheres apresentam uma maior taxa de desistência ao tratamento (Tabela 3).

Os dados encontrados nesta pesquisa demonstram que o abuso de substâncias psicoativas atinge indivíduos de diferentes idades, estando mais concentrados nas idades entre 19 e 40 anos – 80,4% (n=41) (Tabela 3). Em comparação com a pesquisa de Silva e colaboradores (2010) demonstram que a maior procedência está entre os usuários de 26 e 33 anos, que corresponde a 37% no seu estudo, e aponta também que 16% estão entre a faixa

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etária de 18 a 25 anos. Conforme a tabela acima o maior percentual está entre os indicadores também encontrados na pesquisa de Silva et al. (2010), que foi realizada em um hospital psiquiátrico no Município do Paraná, o que comprova que mesmo tratando de locais diferentes para o tratamento do dependente, a faixa etária de exposição é algo em comum no Brasil.

Tabela 3: Caracterização socioeconômica dos dependentes químicos da CT Filhos da Luz entre junho/2018 a maio/2019 (n=51).

A maioria dos pacientes é solteira, 76,5% (n=39) e possui filhos 60,8% (n= 31) (Tabela 3). Isto pode demonstrar um grande problema social, onde a estrutura familiar esta desorganizada e já existe uma sobrecarga da rede de apoio dos usuários devido a dependência química, inclusive a demanda de dar suporte aos filhos gerados. De acordo com a pesquisa de Quimeli e colaboradores (2007), 63,4% dos dependentes do Programa Pró-Egresso (PPE) de Ponta Grossa, são solteiros, o que representou também o maior percentual em comparação aos demais.

Demonstram que a dependência química atinge pessoas com diferentes graus de escolaridade e situação empregatícia, sendo que somente 2% (n=1) é analfabeto. 11,8% (n= 6) possuem o Ensino Fundamental Completo,13,7% (n= 7) possuem o Ensino Fundamental Incompleto, e a grande maioria 43,1% (n=22) possuem o Ensino Médio Completo. O que se

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refere ao ensino médio incompleto 21,6% (n= 11). E o percentual de 7,8% (n= 4) que possuem Ensino Superior Incompleto (Tabela 3).

Ressalta-se que 7,8% (n=4) já trabalhou com carteira assinada. Com exceção da condição de afastado 2,0% (n= 1) que se encontra com carteira assinada. Vinte e seis pacientes (51%) refere-se aos autônomos. Através da entrevista, a gestora justificou que, quando se está no processo de dependência química, falta-se opções de trabalho, tendo como opção apenas o trabalho informal, por não ter essa responsabilidade. São poucos os que vem para a Comunidade para ser afastado do serviço. Normalmente são autônomos ou, em alguns casos, o usuário já está em situação de rua. A maioria dos casos da unidade estava em situação de rua (Cracolândia). Os desempregados, 39,2% (n= 20), nunca atuaram no mercado de trabalho (Tabela 4). Na pesquisa de Quimeli e colaboradores (2007) 43% dos dependentes do Programa Pró-Egresso (PPE) de Ponta Grossa, trabalhavam com registros em carteira, 23,8% autônomos, e 17,4% trabalhavam sem registros, os famosos “bicos”. O que comprova dados relativos neste quesito.

Tabela 4: Dados levantados de situação empregatícia dos dependentes químicos da CT Filhos da Luz entre junho/2018 a maio/2019.

É relativamente comum, na maior parte do mundo, o consumo de bebidas alcoólicas. O álcool após ingestão em excesso se dá origem aos problemas agudos e crônicos, por ter o poder de intoxicação e de causar dependência (BABOR et al., 2010). A Tabela 5 mostra que 80,4% (n= 41) tinha o álcool como substância de uso.

Os dados coletados correspondem a 88,2% (n= 45) que fazia uso da Cocaína. O que define como a droga de maior uso dos dependentes da CT. O Brasil se destaca com cerca de 870 mil usuários da América do Sul, como o segundo maior mercado de cocaína. (SILVA et al., 2010).

Em comparação com o estudo de Sabino e colaboradores (2005), comunidades terapêuticas como forma de tratamento para a dependência de substâncias psicoativas, que em seus resultados indicaram o álcool e a cocaína, como as drogas mais utilizadas. Sendo algo em comum com os dados apresentados na Tabela 5.

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Tabela 5: Dados levantados de substâncias de uso dos dependentes químicos da CT Filhos da Luz entre junho/2018 a maio/2019.

Para Sabino e colaboradores 2005), os fatores psicossociais são o maior objetivo de ação do tratamento das CT’s, e apresentam resultados positivos. A questão medicamentosa fica por conta de outros órgãos como: hospitais e clínicas especializadas.

Verificou-se que poucos pacientes faziam uso de farmacologia (9,8%) n=5 (Tabela 6), tendo visto que o foco do tratamento da CT são as relações criadas e as atividades desenvolvidas. Quando verificado a utilização de algum medicamento, este estava relacionado a alguma comorbidade do uso de entorpecentes. Os medicamentos identificados são apresentados na Tabela 7.

Tabela 6: Dados de uso de farmacologia dos dependentes químicos da CT Filhos da Luz entre junho/2018 a maio/2019.

Tabela 7: Medicamentos identificados na revisão de prontuário dos dependentes químicos da CT Filhos da Luz entre junho/2018 a maio/2019.

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Foi relatado em entrevista que a política da CT é evitar o uso de medicamentos. A única farmacologia utilizada é os medicamentos isentos de prescrição (MIP) e a farmacologia das comorbidades.

De acordo com os dados coletados, não há como fator de evidência que a maioria, já tenha uma influência familiar, para ter se tornado um dependente químico (Tabela 8). Visto que nos prontuários levantados, não foram encontrados dados comprobatórios, muitos deles nem preenchido nesta questão. Complementando a Tabela 9, a seguir segue a informação de parentesco.

Para Ferreira e colaboradores (2015), o papel da família está diretamente associado a adesão ao tratamento do dependente químico, de modo a favorecê-lo. Para que não venha ocorrer uma recaída no momento da Saída da CT devido à desadaptação social (SABINO et al. 2005).

Tabela 08: Histórico de familiares acometidos dos dependentes químicos da CT Filhos da Luz entre junho/2018 a maio/2019.

Tabela 09: Grau de parentesco de familiares acometidos dos dependentes químicos da CT Filhos da Luz entre junho/2018 a maio/2019.

*Os ignorados foram retirados.

Como já citado anteriormente a CT Filhos da Luz, também aderi às famílias dos dependentes ao tratamento, porém a gestora explica que essa adesão é baixa.

De acordo com Sabino e colaboradores (2005) essa metodologia ainda requer mais estudos, para averiguar a questão de recaídas, ao voltar para o convívio habitual, após a abstinência que ocorreu em ambiente privado e isolado, sem acesso a drogas e ao convívio do grupo social.

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Vol. 5 – N° 2 - Dezembro, 2019_________________________________ CONCLUSÃO

Após estatística dos resultados obtidos e discutidos, conclui-se que o assunto dependência química, afetam indivíduos na sua vida pessoal, social e acadêmica, o que reflete na sua saúde de um modo geral. O que representa os percentuais dos usuários que não formaram uma família tradicional, não concluíram a escolaridade, e nunca atuaram no mercado de trabalho.

Considerando grave problema de saúde pública, porém as comunidades terapêuticas realizam um trabalho com alto nível de eficácia. Visto que a desistência de tratamento não representa uma ineficácia do método utilizado, o que comprova o baixo percentual de abandono/ desistência.

De maneira geral comunidades terapêuticas não utilizam medicamentos psicotrópicos para auxílio do tratamento, até mesmo porque os profissionais médicos prestam um serviço voluntário. Desta maneira, não são destinados apenas para os atendimentos da comunidade. Todos os usuários em tratamento foram voluntariamente a busca de tratamento. Até mesmo porque o objetivo da CT é um processo de tratamento espontâneo, não ocorrendo nenhum tipo de pressão, ou seja, opção do próprio usuário dependente. Percebe-se que há alguns casos de usos de medicamentos por uso crônico, devido patologias específicas, e que algumas que por sua vez, reflexo da exposição à droga.

REFERÊNCIAS

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