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A perda da identidade profissional do trabalhador no processo de desenvolvimento da indústria da construção no Brasil

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Academic year: 2021

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A perda da identidade profissional do trabalhador

no processo de desenvolvimento da

indústria da construção no Brasil

The loss of professional identity of the worker in the development

process of the construction industry in Brazil

Sonia Lemos Grandi1

Toda e qualquer análise a respeito da indústria da construção torna-se um desafio a ser enfrentado, uma vez que o setor apresenta alto grau de complexidade, configurando-se, muitas vezes, enigmático para os agentes diretamente envolvidos e, principalmente, sob a perspectiva sociológica. O enfoque aqui delineado implica o resgate historicamente determinado da formação e do desenvolvimento do setor, no que diz respeito às transformações na composição e na identidade da mão-de-obra, determinadas e resultantes das diversas manifestações da mobilidade e da acumulação do capital e da força de trabalho. Essa perspectiva teórico-metodológica, tendo como fundamento básico as relações entre capital e trabalho, possibilita enfocar o desenvolvimento do setor e as alterações na composição e na identidade da mão-de-obra como decorrentes de uma série de articulações socioeconômicas, políticas e culturais que se escondem atrás da aparência dos dados e variáveis que, muitas vezes, tendem a simplificar e obscurecer a reflexão analítica sobre a indústria da construção, em termos de sua estrutura e dinâmica. O que ocorreu com os trabalhadores da construção, a elite do operariado brasileiro no início do século XX, para que se transformassem em peões de obra, estigma pejorativo com que são comumente denominados? E, atualmente, com a aceleração do crescimento econômico e a retomada do setor, não existe mão-de-obra suficiente no mercado de trabalho e a que existe encontra-se totalmente destituída de identificação? Por que aqueles que saíram do mercado da época de estagnação não mais retornaram e aqueles que têm oportunidade de sair fazem o mesmo? Em se tratando de mobilidade, por que ela não faz parte das aspirações do trabalhador, que prefere ter seu próprio negócio como vendedor ambulante do que ascender na estrutura ocupacional? São essas algumas das questões que remetem a uma imersão no conhecimento do processo de transformação no desenvolvimento da indústria da construção no Brasil.

Palavras-chave: identidade profissional; indústria de construção; mão-de-obra da construção civil. Keywords: professional identity; civil building; industrial development.

1 O RESGATE HISTÓRICO

O crescimento da indústria da construção no Brasil não se fez no vazio. Seu desenvolvimento sem-pre se realizou como resposta às políticas econômi-cas de diferentes époeconômi-cas, seja acompanhando a evo-lução de outras atividades produtivas que marcaram os diversos ciclos e fases de expansão e transforma-ção da sociedade brasileira, seja ainda criando con-dições necessárias e suficientes para que diretrizes de planos e programas fossem implementados. Par-tindo desse princípio, as alterações ocorridas na com-posição e na identidade da mão-de-obra empregada não decorrem única e exclusivamente das caracterís-ticas intrínsecas ao processo produtivo - apesar de

elas agirem como condicionantes -, mas, sim, de um conjunto de determinações gerais, estruturalmente geradas, que se refletem historicamente na estrutura e na dinâmica do setor (GRANDI, 1985).

Tal pressuposto traz consigo a abordagem focada no significado da vinculação da História com a Sociologia, particularmente no que diz respeito à incorporação do tempo como categoria de análise.

Nesse sentido, pode-se afirmar que não existe linearidade no desenvolvimento da indústria da cons-trução devido às descontinuidades que se apresen-tam como uma constante ao longo de sua história e que permanecem até os dias atuais. Por outro lado, há de se considerar ainda que, dada a complexidade interna ao setor, cada segmento – edificações, cons-trução pesada, montagem industrial, projetos e consultoria (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, 1984) – apresenta marcos distintos no seu processo evolutivo

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que se definiram historicamente por uma série diversificada de fatores, tanto de caráter técnico quan-to de natureza econômica, social e política.

Não obstante essas singularidades, é possível estabelecer uma periodização, tendo como perspec-tiva analítica que não só o desenvolvimento da in-dústria da construção se fez de forma reflexa, como também existe certa flexibilização nas demarcações temporais propostas.

Essa periodização trata do desenvolvimento da indústria da construção dos primórdios da colo-nização até a fase que se inicia a partir da década de 1970, quando o setor já se encontra bem-definido, em termos de estrutura e dinâmica, apesar dos aba-los sofridos nas décadas de 80 e 90 até a recente retomada do setor.

Em princípio, são cinco os períodos bem-defi-nidos que marcaram o processo evolutivo da indús-tria da construção no Brasil. O primeiro vai de 1500 a 1850, quando há a passagem do primitivismo ao cientificismo; o segundo período, compreendido en-tre 1850 e 1930, marcado pelo ferroviarismo, pela emer-gência do operariado da construção e o surgimento das construtoras nacionais; o terceiro, entre 1930 e 1955, marcado fortemente pelo pró-rodoviarisno e pela urbanização; o quarto período, que tem início em 1955, indo até 1970, quando há consolidação da in-dústria da construção brasileira por meio da emanci-pação de seus subsetores; o quinto período, que se inicia na década de 70, quando o setor alcança sua maturidade tecnológica e a transnacionalização dos serviços de engenharia, que se coloca como um dos aspectos mais notáveis. Apesar disso, a partir da déca-da de 80, o setor sofre fortes abalos, que ganham força nos anos 90, configurando uma nova fase consubstanciada num estremecimento do vínculo com o Estado. O caos estabelecido em termos de política econômica, mudanças de diretrizes e incertezas fez com que este vínculo, que, no passado, tanto colabo-rou com o crescimento e o fortalecimento do setor, passasse a ser nocivo à sua estrutura e dinâmica. E, ao que tudo indica, um novo período está se delinean-do com a retomada delinean-do crescimento econômico com bases pouco distintas das demais fases.

Em cada um desses períodos, o capital e a força de trabalho – por meio de um processo de mobilidade interativa – passaram por significativas transformações.

A atividade construtora surge, no primeiro período do desenvolvimento da indústria da cons-trução no Brasil (1500–1850), em decorrência do pro-cesso de colonização e é marcada pela política eco-nômica da Metrópole.

A composição da mão-de-obra empregada era bastante diversificada,principalmente em termos de relações de trabalho, uma vez que trabalhadores livres, assalariados (predominantemente portugueses) eram empregados juntamente com escravos, que, apesar da imobilidade inerente ao seu regime de trabalho,

exer-ciam, por imposição de seus proprietários, uma mo-bilidade de interatividade econômica, ocupando-se ora na agricultura monocultora, ora na atividade cons-trutora em épocas de entressafra. Além desses, índi-os, religiosos e militares também participaram da cons-trução das primeiras obras.

Destaca-se, nesse primeiro momento, o fato de os trabalhadores livres serem os principais res-ponsáveis pela formação da mão-de-obra para o se-tor que ia se estruturando. Ocorre, no entanto, que a aprendizagem de um ofício por parte da mão-de-obra escrava e indígena não se traduzia em outras manifestações de mobilidade da força de trabalho (a ocupacional, por exemplo), a não ser aquela que lhes era imposta (interatividades), uma vez que se mantinham presos à condição de imobilidade por não serem proprietários de sua força de trabalho (GRANDI, 1985).

Com relação aos profissionais mais qualifica-dos, com formação profissional superior “informal-mente adquirida”, pois o ensino regular de engenha-ria no mundo só começou a ser ministrado em 1747, na École National des Ponts et Chaussées de Paris, Portugal mantinha, na Índia, o dobro de engenhei-ros do que no Brasil. Mas a situação se modifica du-rante o século XVII, pois o Brasil passa a apresentar um número maior desses profissionais. O total de “en-genheiros” que, até 1650, girava em torno de 5, passa para 25, em 1725. Já em 1699, é notada a preocupa-ção da Metrópole em criar cursos militares de forma-ção de profissionais nos principais centros da Colô-nia como em Pernambuco, no Rio de Janeiro, no Maranhão e na Bahia. Os holandeses também envia-ram seus engenheiros e mestres ao Brasil.

Ao longo desse primeiro período, há um len-to desenvolvimenlen-to da atividade construlen-tora através, principalmente, das edificações, das quais participa-ram, também, os colégios jesuítas, os arsenais da ma-rinha e as corporações de ofício como agentes pro-pulsores e responsáveis pela formação e qualificação de um contingente de trabalhadores do setor, o que contribuiu para o início da construção de sua identi-dade como trabalhador da construção (RUBEN,1998). A vinda da família real e a abertura dos portos foram fatores que condicionaram maior dinamização da atividade construtora, na medida em que implica-ram a vinda de arquitetos estrangeiros, o aumento do número de engenheiros e a criação da Academia Real Militar, em 1810 (onde era ministrado o curso de en-genharia), e da Escola de Belas Artes (resultante da missão artística francesa, responsável pela introdução do estilo neoclássico no Rio de Janeiro). Cabe desta-car que, ao longo dos anos, a Academia Real Militar passou por várias transformações. Passou a ser a Escola Central, Escola Politécnica, em 1874, quando passou a ser inteiramente civil. Esse nome foi mantido até 1937, quando passou a se chamar Escola de Engenharia e, finalmente, Escola de Engenharia da Universidade Fe-deral do Rio de Janeiro.

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Esses elementos agiram como catalisadores do método construtivo artesanal para o denominado método convencional, o que se configurou num sal-to qualitativo dado pela atividade construsal-tora, apesar do intenso uso de materiais importados.

Essa primeira etapa do desenvolvimento da ati-vidade construtora no país não se traduziu numa in-dependência do setor enquanto atividade econômi-ca, ou seja, apesar de ter havido desenvolvimento – lento e gradual –, este não foi suficiente para que o setor atingisse sua autonomia.

O segundo período (1850-1930), marcado pela emergência do operário da construção e pelo surgimento das construtoras nacionais, não foi tão lon-go como o anterior, mas os acontecimentos históricos e as alterações fizeram com que fosse um dos mais marcantes períodos do desenvolvimento do setor. Os fatos ocorridos culminaram na formação da indústria da construção e na consequente delimitação dos subsetores de edificações e construção pesada.

A construção ferroviária foi a que mais se des-tacou nessa época (pois o pró-rodoviarismo só se inicia no final desse período), pelas repercussões sociais, econômicas e culturais que trouxe consigo. A sua expansão proporcionou a intensificação e a modernização (importada) das construções habitacionais, comerciais, industriais e outras que serviram como receptáculo para o desenvolvimento das forças produtivas engendradas pelas transforma-ções estruturalmente geradas.

Entre as primeiras ferrovias construídas no Brasil, cabe ressaltar a Madeira-Mamoré (1907-1912) que contou com a participação, em momentos dife-rentes, de cinco empresas estrangeiras e de traba-lhadores, além dos brasileiros (a maioria proceden-te do Ceará, de vários países: espanhóis, portugue-ses, bolivianos, noruegueportugue-ses, alemães, antilhanos, co-lombianos, americanos, franceses, russos, cubanos, mexicanos, austríacos, porto-riquenhos, árabes, chi-neses, índios norte-americanos e bolivianos, ingle-ses, peruanos, suecos, belgas, húngaros, irlandeingle-ses, venezuelanos, gregos, turcos, canadenses, chilenos, escoceses, panamenhos, japoneses, dinamarqueses e outros). A nacionalidade desses trabalhadores foi constatada pela autora em pesquisa tendo como fonte o número de óbitos registrados na construção da fer-rovia (FERREIRA, M. R., 1982) e do extenso relató-rio feito pelo médico Oswaldo Cruz, que, em 1910, percorreu 113 km dessa estrada, com o objetivo fa-zer um levantamento sobre as condições sanitárias da região, o elevado número de óbitos e a alta rotatividade disso decorrente.

Tal como os “barrageiros”, parcela dessa mão-de-obra acompanhava as empresas e outra parte era contratada no país através dos “gatos” (GRANDI, 1976) já existentes na época, que comercializavam a alocação dos trabalhadores. As relações de trabalho não se di-ferenciam significativamente das atuais existentes em canteiros de obras de ferrovias e usinas.

A construção de usinas foi de suma importân-cia nesse período, principalmente em termos tecnológicos, porque, por seu intermédio, se difun-diu a utilização de cimento, facultando aos técnicos nacionais dominarem o cálculo do concreto armado que seria estratégico para a verticalização das edificações, processo intensamente utilizado no pe-ríodo subsequente.

Enquanto a construção de ferrovias e usinas teve seu desenvolvimento marcado pela participação de empresas estrangeiras, a construção dos mais di-versificados tipos de edificações (prédios públicos, residências luxuosas, casas populares, vilas operárias e outros) propiciou, desde o início, a formação de um empresariado predominantemente nacional.

O crescimento conjunto, porém diferenciado, dos subsetores edificações e construção pesada induziu a formação nacional de recursos humanos através da criação de escolas de engenharia para civis e de cursos profissionalizantes para a mão-de-obra ligada diretamen-te à concretização do processo produtivo.

A participação de empreiteiras estrangeiras (ma-joritariamente inglesas e norte-americanas), principal-mente na construção de ferrovias, foi decisiva também para o surgimento de subempreiteiras brasileiras na medida em que essas eram contratadas para a realiza-ção de etapas e atividades menos complexas.

A convivência entre empreiteiras estrangeiras, subempreiteiras nacionais e o emprego de engenhei-ros brasileiengenhei-ros por parte das primeiras e por parte do governo possibilitou a absorção e difusão de novas tecnologias, que vieram a ser integradas, com adaptações, à engenharia nacional, sofisticando-a e fortalecendo-a na elaboração de projetos e na exe-cução de obras.

Apesar das pesadas importações de materiais de construção, o aumento da demanda em face do desenvolvimento da indústria de construção teve como consequência a expansão lenta e gradual da indústria nacional de materiais de construção.

O fato de a indústria da construção no Brasil ter sido primeiramente constituída pela atuação de empresas construtoras estrangeiras possibilitou o surgimento do operariado no setor, antes mesmo da existência de um mercado nacional de empresas cons-trutoras. Esse operariado bastante diferenciado – de-vido à presença de ex-escravos ou descendentes, tra-balhadores que já nasceram livres e tratra-balhadores es-trangeiros – foi forjado basicamente no próprio setor ou teve origem em outros ramos de atividade, sob as mais diversas relações e condições de trabalho.

O aparecimento da categoria “operário da cons-trução” e a formação de um segmento significativo da classe operária urbana constituída pelos trabalhadores do subsetor edificações, ao mesmo tempo que resulta-ram de alterações na forma de organização do trabalho, induziram sua participação político-sindical.

A participação do operariado da construção em mobilizações classistas é atribuída ao elevado

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núme-ro de estrangeinúme-ros e às características socioeconômicas e culturais. Entre os ramos semiartesanais e mesmo industriais, os trabalhadores da construção se desta-cavam pelo maior padrão cultural, melhores condi-ções de trabalho, maior força e continuidade associativa nos centros urbanos. Havia, comparativa-mente a outros setores, um índice menor de analfa-betos e muitos eram aqueles com habilidades artísti-cas que ficaram marcadas em muitas edificações da-quela época. Diz-se, inclusive, que esses trabalha-dores constituíam a elite do operariado nacional. Acredita-se que os antecedentes históricos da cate-goria relativa às corporações de ofício tenham con-tribuído também para que as características dos ope-rários da construção diferenciassem-nos daqueles de outros setores.

O período compreendido entre o final da década de 1920 e meados dos anos 50 (terceiro na trajetória evolutiva do setor) notabilizou-se pelas inú-meras transformações estruturais ocorridas na socie-dade brasileira, com grandes repercussões sobre a indústria da construção, as quais levaram ao fortaleci-mento do subsetor construção pesada, à formação do subsetor de montagem industrial e ao desenvolvimen-to significativo do subsedesenvolvimen-tor edificações, induzido pela intensa urbanização.

Esse período é fortemente marcado pela pro-gressiva interferência do Estado, que, paulatinamen-te, vai se responsabilizando pela montagem e pelo controle de vários setores. É nessa época que o Esta-do se define explicitamente como terceiro agente nas relações de produção, regulando institucionalmente as relações entre capital e trabalho através de um con-junto de leis que, organicamente articuladas, resulta-ram na Consolidação das Leis do Trabalho.

Em se tratando do subsetor construção pesa-da, os eventos ocorridos deram origem ao enlace entre esse segmento e o Estado, com o fortalecimen-to das construfortalecimen-toras nacionais que participaram da ex-pansão do sistema rodoviário nacional e na dinamização, em bases nacionais, do setor de ener-gia elétrica. Assim, quando se ampliou o mercado para a construção no período posterior, já havia empresas construtoras nacionais localizadas em di-ferentes estados para atender à demanda provenien-te do processo de industrialização que se instaura sob novas diretrizes, dando lugar de destaque às construtoras nacionais, que, gradativamente, vão pre-enchendo o lugar anteriormente ocupado pelas empreiteiras estrangeiras e mesmo pelo Estado, que atuava também como construtor.

A construção da Companhia Siderúrgica Naci-onal, a formação do Conselho Nacional do Petróleo e da PETROBRÁS – que se constituíram nos primeiros pilares para a criação e a consolidação das empresas nacionais de montagem industrial – tornaram possí-vel não só o surgimento, em bases nacionais, de um novo subsetor dentro da indústria da construção, como fizeram com que esse subsetor avançasse

tecnologicamente, porque induziram a nacionaliza-ção de equipamentos e insumos básicos e assegura-ram a transferência de tecnologia e qualificação de mão de obra cujo processo, com o passar do tempo, foi sendo absorvido e difundido por outros órgãos da esfera estatal, através de uma política voltada à for-mação e a qualificação de engenheiros, técnicos e ope-rários brasileiros.

O desenvolvimento do subsetor edificações nesse terceiro período foi garantido pelo intenso processo de urbanização, o qual teve como consequência a valorização do solo nas grandes ci-dades, um aumento significativo de favelas e outras formas precárias de moradias, além da proliferação da construção de prédios de apartamentos, que, por sua vez, implicaram uma sofisticação dos métodos construtivos e a utilização de novos materiais, equi-pamentos e serviços.

As inovações tecnológicas ocorridas não se re-alizaram apenas por causa da verticalização das cons-truções, mas também devido a uma “massificação” do processo produtivo uma vez que a construção em bases artesanais já não se ajustava com o acelerado cresci-mento do número de moradias destinadas a atender um contingente expressivo de operários e trabalha-dores do setor terciário.

É nessa época que surgem os primeiros con-juntos habitacionais. O subsetor edificações foi, com-parativamente aos demais subsetores da indústria da construção, o que apresentou maior ritmo de cresci-mento nesse período.

As transformações também se verificaram no mercado de trabalho, com repercussões sobre a com-posição da mão-de-obra empregada na indústria da construção. As transformações se consubstanciaram principalmente numa intensificação da mobilidade geoeconômica da mão-de-obra. Assim, no lugar de europeus e seus descendentes, são os trabalhadores brasileiros que deixam a zona rural em direção às ci-dades, passando a se incorporar ao mercado de tra-balho em condições diferenciadas pelos trabalhado-res da construção nas duas primeiras décadas do sé-culo XX e com características totalmente diferentes.

Em termos gerais, houve um processo gradativo de desqualificação profissional, devido não só às ca-racterísticas socioeconômicas e culturais dos trabalha-dores, mas também ao desenvolvimento tecnológico ocorrido no subsetor edificações (com raríssimas ex-ceções), na medida em que as inovações vinham em-butidas nos materiais, simplificando as operações do processo produtivo.

Certo é que, nesse terceiro período, o desen-volvimento da construção pesada e a forma como se deu a formação do subsetor de montagem industrial repercutiram favoravelmente sobre a qualificação da mão-de-obra aí alocada, pois a introdução e a ab-sorção adaptativa de novas tecnologias dependiam não apenas dos idealizadores e gerenciadores do pro-cesso produtivo, mas contavam, principalmente, com

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o desempenho dos executores diretos. Já no subsetor edificações, ao lado da habilitação técnica, foi haven-do uma perda de qualificação “artística” integrada ao processo de produção como um todo.

Considerando que o aperfeiçoamento profissi-onal só se deu para um número relativamente reduzi-do de trabalhareduzi-dores, geralmente os mais qualificareduzi-dos, pode-se concluir que o crescimento quantitativo da mão-de-obra aliado às características socioeconômicas, culturais e políticas dos novos integrantes do operari-ado da indústria da construção e à insuficiência de mecanismos de capacitação profissional levaram à de-terioração generalizada da qualidade da força de tra-balho empregada no setor.

O quarto período, compreendido entre 1955 e 1970, teve como marco inicial o Programa de M e t a s , c u j a i m p l e m e n t a ç ã o r e s u l t o u n u m a dinamização impar dos subsetores de construção pesada e montagem industrial. Já o subsetor edificações teve seu desenvolvimento acelerado na década de 60, com a criação do Banco Nacional de Habitação, quando o Estado passa a intervir sobre o setor, fato não verificado anteriormente em ter-mos de atuação e magnitude.

Foi por intermédio das obras rodoviárias e hi-drelétricas que a construção pesada conseguiu, nesse quarto período, superar o subsetor edificações e, mais do que isso, garantir a supremacia do capital privado nacional, num momento em que grande parte das ati-vidades industriais estava se internacionalizando. Ape-sar de não ter havido nenhuma política específica para a indústria da construção, o Estado, por meio do Pro-grama de metas e de um protecionismo não-explícito à iniciativa privada nacional, criou um espaço efetivo para as construtoras brasileiras.

O apoio explícito por parte do Estado à enge-nharia nacional só ocorreu no final desse período, em 1969, com a promulgação do Decreto-Lei 64.345 (10/04/1969), que instituiu normas para a contratação de serviços, objetivando a garantia de mercado para as empresas brasileiras e o desenvolvimento da enge-nharia no país. A análise dessa legislação e dos fatos que levaram à sua elaboração e implementação induz à conclusão de que houve uma mobilização impor-tante de várias entidades representativas do setor.

O Programa de Metas, que foi estratégico para o desenvolvimento da construção pesada, da monta-gem industrial, de projetos e consultoria nesse perí-odo, não apresentou nenhuma diretriz ligada à ques-tão habitacional. Sem dúvida, a construção de Brasília representou um marco importante para o subsetor edificações, principalmente quanto à construção de edifícios tanto residenciais quanto grandes obras go-vernamentais. No total, essas obras não só absorve-ram um número significativo de trabalhadores de to-das as regiões do país como também introduziram inovações tecnológicas até então não presenciadas no setor, traduzidas nas primeiras experiências em

gran-de escala gran-de sistemas construtivos convencionais ra-cionalizados, bem próximos à industrialização.

O subsetor edificações só recebeu seu primei-ro grande impulso a nível global pela criação, em 1964, do Plano Nacional de Habitação, Sistema Finan-ceiro da Habitação e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Com isso, o Estado acaba por interferir em todo o setor da indústria da construção, mesmo que de forma indireta, como no subsetor edificações, em que passa a agir como organizador e gerenciador do sistema. Além disso, esse segmento sofre outra intervenção do Estado, por intermédio das repercus-sões decorrentes da diretrizes econômicas que, ao regular o nível de renda e emprego, acabam determi-nado a demanda privada, mesmo fora do Sistema Fi-nanceiro da Habitação.

Em se tratando das alterações ocorridas na com-posição e qualificação da mão-de-obra, algumas ques-tões se destacam. No primeiro caso, o intenso pro-cesso migratório no sentido cidade-campo fez com que a indústria da construção passasse progressiva-mente a absorver trabalhadores da zona rural destitu-ídos de qualificação profissional, acentuando, com isso, as características socioeconômicas e culturais do operariado da construção decorrentes das transfor-mações ocorridas no período anterior. A indústria da construção passa a ser a porta de entrada para migrantes nos grandes centros urbanos.

Quanto à qualificação da mão-de-obra, há de se observar a atuação do SENAI, através do Projeto Rodovia e do Programa Construção Civil. Não se pode negar a contribuição desses projetos para a formação e o aperfeiçoamento da força de trabalho empregada no setor na década de 60. Não obstante, considera-se que, apesar de todo o pioneirismo e dos esforços em-preendidos, esse treinamento atingiu um número re-duzido de trabalhadores.

Assim, 1,1% de treinados em relação à popula-ção economicamente ativa de 1970 podem exprimir resultados positivos desses programas, mas não deixa de traduzir que a questão da perda progressiva do nível de qualificação da força de trabalho do setor já era, àquela época, real e irreversível, principalmente se for considerada a queda generalizada na qualida-de qualida-de vida do contingente migrante, que passa a ter, na indústria da construção, uma das únicas alternati-vas de ocupação e renda nos centros urbanos mais desenvolvidos.

A partir de 1970, tem início o quinto período do desenvolvimento da indústria da construção no Brasil, quando o setor passa, em termos estruturais, a assumir as características que traçam a sua confor-mação. Um dos traços mais marcantes é o forte vín-culo e a dependência em relação ao Estado. Certo é que essa característica é uma tendência histórica que já vinha se firmando no período anterior, mas deve-de ao fato deve-de que a maior parte da deve-demanda dos subsetores de construção pesada (100%) e montagem

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industrial (cerca de 70%) é constituída pelo poder público, o que, por si só, cria uma relação de depen-dência muito forte.

O fato de o Estado também interferir, indireta-mente, sobre a demanda no subsetor edificações fez com que a dependência se tornasse, assim, maior, tor-nando o setor altamente vulnerável às inúmeras alte-rações ocorridas na política econômica.

A década de 70, comparativamente à de 80, foi mais favorável ao desempenho da indústria da cons-trução devido a implementação das diretrizes especí-ficas da política econômica retratadas no Primeiro e no Segundo Planos Nacionais de Desenvolvimento, que cobriram os períodos de 1972 a 1974 e 1975 a 1979, respectivamente. Tanto um quanto outro tive-ram efeitos diferenciados sobre os setores edificações, construção pesada e montagem industrial.

Essa diversificação, ocorrida na década de 70, possibilitou não só que o setor se diversificasse e atin-gisse sua maturidade tecnológica, como também vies-se a cumprir papel estratégico no vies-sentido de contrabalancear a tendência à crise da economia na-cional, impedindo-a de se manifestar antes de 80.

Além do forte vínculo e da dependência em re-lação ao Estado, outras características se destacaram: a complexidade do setor em termos da estrutura e dinâ-mica dos seus subsetores; a grande hetereogenidade do mercado em que empresas gigantescas (em núme-ro reduzido) convivessem com aquelas de diversificada organização empresarial (significativamente numero-sas); a hegemonia do capital nacional de origem priva-da; a maturidade tecnológica, que permitiu não só a realização de obras grandiosas e tecnicamente com-plexas, mas também a exportação dos serviços de en-genharia (GRANDI, 1986); e a relevância na geração de emprego e renda para um contingente expressivo da população economicamente ativa, que, em 1980, perfazia o total de 3 151 054 trabalhadores, corres-pondente a um terço da mão-de-obra ocupada nos ra-mos de atividades industriais.

Quanto à composição da mão-de-obra emprega-da na indústria emprega-da construção, algumas características já presentes no período anterior ganham destaque. Entre essas o peso dos migrantes no setor. Apesar da compo-nente migratória ser uma característica mundial, no caso brasileiro ela se destacou devido ao fato de que fatores de expulsão foram mais fortes do que fatores de atra-ção, que levam os trabalhadores a exercerem mobilida-de geoeconômica.

Outra característica do operariado da constru-ção refere-se ao sexo desses trabalhadores, explica-do, em grande parte, pela forma como se realiza o processo produtivo. Apesar do aumento da participa-ção das mulheres ao longo das últimas décadas, a par-ticipação dos homens é sensivelmente maior.

Quanto à idade dos trabalhadores, não existe diferença significante entre eles e os ocupados nas demais atividades não-agrícolas: as maiores concen-trações se verificam na faixa entre 20 e 40 anos.

Um dos aspectos mais conhecidos a respeito das características da força de trabalho empregada na in-dústria da construção é o baixo nível de escolarida-de, principalmente quando comparado ao da indús-tria de transformação. Essa diferença é resultante do papel de “válvula de escape” desempenhado pela construção nos centros urbanos: pelas próprias ca-racterísticas de grande parte do processo produtivo no setor, que implica a absorção de trabalhadores cujo potencial de trabalho reside no emprego da força física; e por fatores histórica e estruturalmente determinados, que transformaram o trabalhador pe-jorativamente denominado “peão de obra” bem dis-tante daquele que, no início do século passado, per-tencia à “elite do operariado” nacional.

Não obstante o exposto, há de se ressaltar a relevância do emprego na indústria da construção como fonte de emprego e renda para um significa-tivo contingente de trabalhadores, que, atualmen-te, tem contribuído para a queda do índice de de-semprego no país.

A forma como se realiza geralmente o processo de qualificação da mão-de-obra é uma das dimensões mais importantes a ser destacada. A formação profissi-onal ocorre durante a execução das obras, através de um “treinamento” informal que quase sempre se reali-za em decorrência das relações de trabalho entre os operários mais qualificados (mestres, encarregados, supervisores e oficiais das mais diferentes categorias profissionais: pedreiro, pintor, armador, etc.). É a for-ma como se concretizam essas relações que permite afirmar que, na indústria da construção, a escola é a própria obra. A experiência na função e o tempo de permanência do operário na empresa (por um perío-do mais longo) permitem ao operário se qualificar e ascender na escala ocupacional.

Ainda quanto à qualificação, é importante desta-car que se apresenta diferenciada nos diversos segmen-tos da indústria da construção. O número de trabalha-dores com menor nível de qualificação é encontrado nos subsetores edificações e construção pesada, sendo que, neste último, a proporção é relativamente menor devido ao elevado número de equipamentos e máqui-nas que são utilizados no processo produtivo. No subsetor de montagem industrial, o número de traba-lhadores com maior nível de qualificação é bem mais elevado em decorrência das atividades executadas. Já o subsetor consultoria e projetos é totalmente distinto dos demais, na medida em que é integrado por profissio-nais de nível técnico e superior. Vários outros aspectos relativos à caracterização da mão-de-obra empregada no setor poderiam ser abordados, como o número de tra-balhadores autônomos, o não-registro em carteira de trabalho como parte da trajetória de vida do operário da construção e o incremento da informalidade, em termos gerais, e o da rotatividade.

Considera-se que a alta rotatividade não possa ser considerada “normal”, como usualmente se afir-ma. Isso porque, além das características intrínsecas

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ao processo produtivo, existem outros determinantes: a precariedade como se realizam os processos de sele-ção e integrasele-ção dos trabalhadores ao processo pro-dutivo e a integração ao esquema organizacional das empresas: a inexistência de treinamento; as condições e relações de trabalho; os baixos salários; o Fundo de Garantia e o Seguro Desemprego (quando o trabalha-dor é registrado) utilizados como um décimo quarto salário para suprir as necessidades básicas; a qualifica-ção profissional; as características de grande parte da mão-de-obra; a internalização da rotatividade por par-te dos trabalhadores e o expedienpar-te utilizado pelas empresas, negativos tanto para o capital quanto para a força de trabalho: e, finalmente, a instabilidade em que vive mergulhado o setor.

2 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As reflexões contidas neste artigo permitem inferir que o desenvolvimento da indústria da cons-trução no Brasil foi historicamente marcado por oscilações em que as diretrizes de caráter estrutu-ral, ligadas às políticas socioeconômicas de dife-rentes épocas, possibilitaram o crescimento e o for-talecimento dos diversos subsetores de modo dife-renciado e em alterações significativas na composi-ção da mão-de-obra e da identidade profissional dos trabalhadores.

As oscilações, a partir da década de 1980, não só se acentuaram, em termos de profundidade, como também foram inúmeras e, consequentemente, de curto período. O setor entra em estado de estagna-ção por um bom período para, depois, mais atual-mente, voltar a se recuperar. Cabe indagar: seriam esses os novos marcos no processo de desenvolvimento da indústria da construção no Brasil?

Existem indícios relevantes para se inferir po-sitivamente. O forte vínculo em relação ao Estado permaneceu, mas o caos estabelecido em termos de política econômica nas décadas de 80 e 90, de mu-danças de diretrizes e de incerteza, fez com que esse vínculo, que, no passado, colaborou para o cresci-mento e o fortalecicresci-mento do setor, passasse a ser no-civo à sua dinâmica e até se tornasse um dos princi-pais agentes do retrocesso ocorrido.

Se, no início da década de 80, falava-se em estagnação do setor, a partir do segundo quinquênio, a ausência de planos vinculados a obras públicas, a extinção do Banco Nacional de Habitação (1986), a drástica redução dos investimentos públicos, com al-tos índices inflacionários e elevadas taxas de juros, a queda progressiva do poder aquisitivo da população, assistiu-se a um retrocesso em termos de investimen-to para a qualificação tecnológica do seinvestimen-tor, à drástica

diminuição de empresas no mercado, à convivência não-harmoniosa entre empresas de diferentes portes, à significativa redução do contingente de mão-de-obra e à tendência de incorporação de empresas de pe-queno porte especializadas pelas organizações de maior porte e a decorrente diversificação de ativida-des. Assim, por exemplo, as grandes empresas de construção pesada começaram a desenvolver as ativi-dades daquelas do subsetor edificações, ocupando seu espaço já abalado.

Por outro lado, há de se considerar que, com a crise do período citado, as empresas, além de dis-pensar grande parte de seus operários, também fo-ram obrigadas a repensar a questão da mão-de-obra. As mais organizadas (geralmente as de maior porte e em número reduzido) colocaram em prática novos sistemas de gerenciamento de recursos humanos, bus-cando vencer os obstáculos colocados pela situação do setor. As empresas menores tentaram sobreviver num mercado altamente competitivo através de estra-tégias que vão desde a comercialização de imóveis “trocados” por outros bens (imóveis ou não) como parte do financiamento, até aqueles que ficam à mar-gem do Sistema Financeiro Nacional. Quanto à ques-tão da mão-de-obra, assistiu-se à precarização do tra-balho em várias instâncias.

A partir das transformações ocorridas ao longo de 20 anos de estagnação do setor, em meados do início deste século, com os governos de Fernando Henrique Cardoso e Luis Ignácio Lula da Silva, al-guns fatores ocorreram, delineando, ao que tudo in-dica um novo marco para o processo de desenvolvi-mento da indústria da construção no Brasil, com im-pacto sobre a mão-de-obra.

Com o recente crescimento econômico, as fa-cilidades de financiamento, seja pelo setor público seja pelo setor privado (o que não existiu nos perío-dos anteriores através de bancos), com o aumento do poder aquisitivo da população, com o aumento das privatizações da malha ferroviária e ferroviária, com as obras que estão sendo realizadas em vários Esta-dos, somadas àquelas do Programa de Aceleração do Crescimento, etc., as empresas construtoras não esta-vam preparadas para a retomada do crescimento, as-sim como as empresas vinculadas ao setor, como as de suprimento de matéria-prima e equipamentos.

Durante os anos de estagnação, ocorreu um sucateamento do setor e, agora, as empresas estão sendo levadas a fazer uso das mais diversas estratégi-as para atender a um mercado cada vez mais exigente e diversificado.

Quanto à mão-de-obra, o período anteceden-te fez com que houvesse uma evasão de profissionais e operários mais qualificados e também aqueles com pouca ou nenhuma qualificação profissional.

Afirmam os empresários e representantes dos órgãos vinculados ao setor que a mão-de-obra exis-tente é de baixa qualificação e escassa. Em decor-rência disso, está havendo investimento reduzido e

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pulverizado na capacitação dessa mão-de-obra, que continua sendo o pilar do processo produtivo, com-parativamente aos demais setores industriais.

Mas até que ponto esse processo irá recuperar a identidade profissional do trabalhador que foi per-dida ao longo do tempo? Essa é a questão!

3 ABSTRACT

Every analysis about the construction industry becomes a challenge to be faced, due to the fact that the sector presents a high level of complexity, many time configuring itself as enigmatic for the agents directly involved, especially under the sociologic perspective. The focus here is on the historically determinate rescue of the information e development of the sector, in what concerns the transformations on the composition and identity of the labor determinate e resultant of several manifestations of mobility and accumulation of capital and working force. This theoretical and methodological perspective, having as basic fundaments the relations between capital and work, allows the focus on the development of the sector and the changes on the composition and identity of the labor as due to a series of socioeconomic joints, political and cultural that are hidden under the looks of the data e variable that many times simplify and cover up the analytic reflection about the industry of construction, in terms of its structure and dynamics. What happened to the construction workers, the elite of the Brazilian employees in the beginning of the XX century, for them to become “peões de obra”, an pejorative title wich they are commonly known? And, currently, with the growing of the economy and restart of the sector, there is not enough labor on the market, and the one that is available, has no sort of identity? Why the ones that went out of the market when there was not enough positions, did not come back and those that have the opportunity to leave do the same? In what concerns mobility, why itself it not part of the will of the worker that rather have his own business as a street seller than evolve in his own line of work? These are some of the questions tha lead to an immersion in the knowledge of the transformation process on the construction industry development in Brazil.

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