TÍTULO: CHÁ MATE CAUSA AUMENTO NA ATIVIDADE DA ENZIMA ANTIOXIDANTE SUPERÓXIDO DISMUTASE NO CORAÇÃO DE RATOS DIABÉTICOS
TÍTULO:
CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:
ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:
SUBÁREA: Farmácia SUBÁREA:
INSTITUIÇÃO(ÕES): UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP INSTITUIÇÃO(ÕES):
AUTOR(ES): NATHÁLIA DE OLIVEIRA VISQUETTE AUTOR(ES):
ORIENTADOR(ES): ANA CLÁUDIA DE MELO STEVANATO NAKAMUNE ORIENTADOR(ES):
COLABORADOR(ES): HENRIQUE ARNALDO DE OLIVEIRA, MARCO AURÉLIO GOMES, THAYANE MIRANDA ALVES;
1. RESUMO
No Diabetes Mellitus a produção de espécies oxidantes, resultando em dano oxidativo aos lipídeos e contribuindo para o surgimento de alterações renais, vasculares e cardíacas. O objetivo deste trabalho foi verificar o efeito do chá mate na defesa antioxidante do coração de ratos após diabetes confirmada por indução de streptozotocina (STZ). Ratos machos Wistar (180-200g) diabéticos (grupo DB+CM) e sem diabetes (grupo CM) induzido por STZ (35 mg/Kg m.c.) foram tratados com chá mate na dose 40 mg/Kg m.c. durante 28 dias. Animais dos grupos Controle e do grupo diabético (DB) receberam 1,0 mL de água por gavagem. Após eutanásia dos animais o ventrículo esquerdo foi retirado, colocado em N2 e armazenado em-80ºC.
Para análises laboratoriais foi preparado homogenato do tecido em KCl 1,15% (m/v) na proporção 1:5. No sobrenadante do homogenato foram determinados malonaldeído (MDA, em nmol/L/mg proteína), atividade total da enzima antioxidante superóxido dismutase (SOD T, em U.E./mg de proteína) e concentração de glutationa total (GSH,em µmol/L). Os valores foram apresentados como média e desvio padrão, teste T de Student. A dose de STZ utilizada não induziu maior dano oxidativo lipídico nos animais diabéticos, e o chá mate também não alterou esse parâmetro. Foi observado aumento significativo da atividade de SOD nos grupos tratados com chá mate, com e sem diabetes. Menores concentrações de GSH foram observadas nos animais diabéticos que não receberam chá mate e nos não diabéticos, tratados com o chá. A contribuição do chá mate no modelo experimental utilizado não foi relevante frente aos mecanismos adaptativos que a doença promove, embora seus efeitos na defesa antioxidante sejam mantidos na presença da doença.
Palavras-Chaves: Chá mate, diabetes, antioxidante
2. INTRODUÇÃO
A constante elevação da glicemia no DM resulta em aumento de espécies oxidativas, podendo ocorrer danos aos lipídios, que contribuirão ao longo do tempo para o surgimento de alterações renais, vasculares e cardíacas. Mecanismos
2 da doença1. Estudos recentes, com modelos animais e humanos, demonstram inúmeros benefícios após o consumo de chá mate (Ilex paraguariensis), dentre estes destacam-se sua atividade antioxidante, proteção ao DNA contra o dano induzido, atividade quimioprotetora celular, efeito na redução do LDL-colesterol, efeitos na motilidade intestinal, efeito vasodilatador, efeito termogênico e inibição da glicação. O chá mate apresenta elevado poder antioxidante além de melhorar a atividade de enzimas antioxidantes2,3.
3. OBJETIVOS
Verificar o efeito do chá mate na defesa antioxidante do coração de ratos após 28 dias de comprovação do DM, induzido por estreptozotocina. Para tanto foram avaliados o dano oxidativo aos lipídios, por meio da concentração de malonaldeído (MDA), a atividade total de superóxido dismutase (SOD T) e a concentração de glutationa (GSH).
4. METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO
Ratos machos Wistar (180-200g) foram divididos aleatoriamente nos grupos: Controle (n=8), CM (tratado com chá mate, n=8) e DB (diabetes induzido por dose única de 35 mg/Kg m.c. de STZ, após lidocaína, via intraperitoneal, n=16). Após comprovação do diabetes por glicemia ≥ 400 mg/dL sete dias após STZ, o grupo DB foi subdividido em DB (n=8) e DB+CM (n=8). Os grupos CM e DB+CM receberam por gavagem chá mate solúvel diluído em H2O, na dose de 40 mg/Kg m.c. durante 28 dias. Os grupos Controle e DB 1,0 mL de água. A eutanásia dos animais foi realizada por punção cardíaca para a retirada do ventrículo esquerdo, imediatamente colocado em N2, antes de ser armazenado em -80ºC. No momento das análises laboratoriais foi preparado homogenato em KCl 1,15% (m/v) na proporção 1:5, com auxílio de homogeinizador tipo Potter. No sobrenadante do homogenato foram determinados MDA (nmol/L/mg proteína), SOD T (U.E./mg de proteína) e concentração de GSH (µmol/L). Valores apresentados como média e desvio padrão, teste T de Student. Protocolo de pesquisa aprovado pelo CEUA-FOA/Unesp nº 00471-2017.
5. RESULTADOS
A dose de STZ utilizada não induziu maior dano oxidativo lipídico nos animais diabéticos, uma vez que os valores de MDA não foram diferentes quando comparados: Controle (1,36±0,164) e DB (1,37±0,290), diferente do observado em recente trabalho do grupo com músculo esquelético1, reforçando a existência de diferenças nas respostas teciduais ao aumento do estado oxidativo, já observada entre fígado e hemácias de ratas senis2. Também não foram observadas diferenças nos valores de MDA quando comparados Controle e CM (1,19±0,09), DB e DB+CM (1,80±0,16).
Foi observado aumento da atividade de SOD (p < 0,0019) no grupo CM (6,90±0,351) em relação ao Controle (4,51±0,287), em DB (6,91±0,289) comparado a Controle (p < 0,0007) e em DB+CM (8,56±0,244) em relação ao DB (p < 0,0040) (Figura 1A). GSH diminuiu em CM (0,30±0,025) comparado ao Controle (0,65±0,080,
p< 0,0031) e DB (0,28±0,045) comparado ao Controle (p < 0,0023). DB+CM
(0,37±0,032) não diferiu de DB (Figura 1B).
S O D T A E ( U E /m g p r o te in a ) Co ntr ole CM DB DB + C M 0 2 4 6 8 1 0 G S H A E ( U E /m g p r o te in a ) 0 .0 0 0 2 0 .0 0 0 4 0 .0 0 0 6 0 .0 0 0 8 0 .0 0 1 0 * * # * * Figura 1. (B) Figura 1. (A)
4 Figura 1. (A) Atividade de superóxido dismutase (SOD), (B) Glutationa total (GSH) em homogenato de ratos
Controle e tratados com chá mate na dose diária de 40 mg/kg m.c. Valores expressos como média ± desvio padrão da média. * p < 0,005 versus Controle, # versus DB.
A maior atividade de SOD T nos animais diabéticos indicou a presença de mecanismo de compensação ao aumento das espécies oxidantes e a redução de GSH corrobora esse mecanismo. Como já constatado em fígado, hemácias2 e no fêmur de ratas de ratas senis3, o chá mate aumenta a atividade de SOD T. A redução do GSH no coração de animais saudáveis tratados com chá mate já havia sido observada (dados não publicados) e indica a diminuição de antioxidantes não enzimáticos endógenos, na presença do mesmo, que tem elevada capacidade antioxidante.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A contribuição do chá mate no modelo experimental utilizado não foi relevante frente aos mecanismos adaptativos que a doença promove, embora seus efeitos na defesa antioxidante sejam mantidos na presença da doença.
7. FONTES CONSULTADAS
1. Dos Santos KC, Bueno BG, Pereira LF, Francisqueti FV, Braz MG, Bincoleto LF, da Silva LX, Ferreira ALA, Nakamune ACMS, Chen CO, Blumberg JB, Corrêa CR. Evid Based Complement Alternat Med. 2017:6418048.
2. Pereira AAF, Tirapeli KG, Chaves-Neto AH, da Silva Brasilino M, da Rocha CQ, Belló-Klein A, Llesuy SF, Dornelles RCM, Nakamune ACMS. Exp Gerontol. 2017 Apr; 90:14-18.
3. Pereira CS, Stringhetta-Garcia CT, da Silva Xavier L, Tirapeli KG, Pereira AAF, Kayahara GM, Tramarim JM, Crivelini MM, Padovani KS, Leopoldino AM, Louzada MJQ, Belló-Klein A, Llesuy SF, Ervolino E, Dornelles RCM, Chaves-Neto