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Academic year: 2021

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TÍTULO: FEMINISMO: LIBERDADE, SOCIEDADE E PODER TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS ÁREA:

SUBÁREA: DIREITO SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): REBECA CRISTINA MIRANDA AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): IRINEU BAGNARIOLLI JR ORIENTADOR(ES):

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RESUMO

Este estudo busca tratar a questão da desigualdade de gêneros a partir de uma interligação entre pensar a liberdade dos indivíduos como direito natural na sociedade e o papel do Estado, e, considerar o poder exercido nas relações sociais com as mulheres interligando estas vertentes ao direito positivado, de forma a relacionarem reciprocamente de uma maneira em que um dá base para a desenvolvimento do outro.

Assim, a pesquisa tem como objetivo avaliar o papel da mulher sob um olhar filosófico e social da constituição da relação de poder da sociedade. Tendo como estrutura conceitual uma abordagem teórica que busca avaliar o comportamento social contemporâneo em relação as mulheres, fornecendo um panorama histórico sobre a constituição da sociedade e o papel do Estado em face ao direito de liberdade. Espera-se como resultado contribuir com a construção do conhecimento sobre a discriminação de gêneros propondo uma reflexão sistematizada ao tema.

INTRODUÇÃO

Tratar da desigualdade entre gêneros constitui um campo polêmico, dinâmico e constantemente desafiado, em que a quebra de paradigmas morais se faz inevitavelmente presente1. As questões apresentadas pelo movimento feminista

tocam em feridas historicamente expostas, em que atos praticados pelo Estado acabam por validar uma desigualdade entre homens em mulher.

A base inicial da pesquisa é tratada sob o tema da liberdade pela ótica de ser uma garantia natural, inerente de cada indivíduo2, cujo em sociedade é condicionado

a fatores externos que direcionam o desejo como se fosse algo intrínseco, mas que na verdade está moldado pelo contexto em que o indivíduo se encontra e diretamente relacionado a própria necessidade de sobrevivência3.

Em seguida, é analisada a relação do indivíduo para com a sociedade e o Estado, coordenando essas relações à um contexto normativo, tendo-se o direito como fonte regulamentadora da justiça4.

Ademais, aprofundam-se as questões do poder do Estado na regulamentação das relações sociais e, ponderam-se as relações humanas na evolução histórica das

1 LOURO, Guacira. Epistemologia feminista e teorização social – desafios, subversões e alianças. Coletânea Gênero plural. Miriam ADELMAN; CilsiBrönstrup SILVESTRIN (organizadoras). Curitiba: UFPR, 2002.

2 SPINOZA, Benedictus de. Ética. Belo Horizonte: Autêntica, 2009

3 FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir, história de violência nas prisões. São Paulo: Vozes, 2007 4 RAWLS, John. Uma teoria da justiça. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

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sociedades civis observando então as dicotomias nas interações sociais a depender do gênero.

Por fim, tendo em vista o processo histórico e dinâmico das relações da sociedade com as mulheres, pretende-se com a construção do pensamento científico sob os temas abordados, encontrar uma reposta aos seguintes questionamentos: Como a sociedade contemporânea interfere nas relações interpessoais com as mulheres? A construção do poder do Estado seria o fator essencial de validação da desigualdade de gêneros? Qual o fundamento da visão de subordinação feminina? OBJETIVO

A pesquisa visa refletir a respeito da origem da distinção de gênero, a partir da análise sobre o surgimento da sociedade e o papel do Estado nas relações sociais. METODOLOGIA

O estudo ora apresentado é embasado numa análise teórica e doutrinária5,

compondo um acervo abrangente que subsidia a composição do panorama da situação da mulher dentro do escopo proposto, considerando autores clássicos da teoria do Estado, filósofos e sociólogos de grande reputação sobre os assuntos abordados, com vistas a construção de um posicionamento doutrinário sob temas que possam responder os pontos levantados.

DESENVOLVIMENTO

A sociedade normativa brasileira é construída sob os pilares da revolução francesa: igualdade, propriedade e liberdade, sendo essa a base de toda evolução normativa.

No que tange a liberdade, das várias teorias apresentadas ao longo dos séculos, pode-se compilá-las como sendo a integralidade do indivíduo como ser humano, não se submetendo a vontade de quem seja apenas as suas próprias, é, portanto, a ausência de submissão, em que a autonomia da vontade é fundamento do qual decorrem várias relações sociais e que prevalece sem qualquer limitação6.

5ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à Metodologia do trabalho científico. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997.

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Nesse sentido, a liberdade se trata da insubmissão às leis dos homens em face às leis naturais, que determinam o poder pleno e incondicional da vontade humana para consigo mesmo7.

Nesse sentido, nas sociedades primitivas a força física sempre foi o cerne da imposição da vontade e da submissão de um para com outro indivíduo. Entretanto, se por um lado, houve períodos em que fatores como a força era crucial para imposição de vontades, por outro, a humanidade desenvolveu a inteligência como meio mais eficiência de uso de recursos e elaboração de estratégias de sobrevivência8.

Assim, no decorrer histórico, entendeu-se que a união de todos poderia trazer maior proteção9, surgindo, pois, as primeiras sociedades civis, que seja pela união ou

por um acordo para elaboração de um contrato social, o objetivo principal era desenvolver uma forma de coexistir que trouxesse maior segurança a todos os membros, mas que não obstruísse suas liberdades individuais10.

Não obstante, considerando que o surgimento da sociedade é a vida em grupo com finalidade de promover maior segurança para todos11, os conflitos entre seus

membros precisam de uma solução para manter a vida social em harmonia. Diante desse aspecto é que se tem o surgimento do Estado, como ente disciplinador das condutas sociais através da limitação das vontades individuais para que a vontade de todos prevaleça dentro desses limites12.

A busca pela segurança decorre da própria natureza de autopreservação, pois em natureza, sem regras, sem limites, o homem agride para não ser agredido13. Logo, a

necessidade de um poder imparcial que vise não somente os interesses de um, mas os interesses de todos, sem deixar de respeitar a liberdade individual e a propriedade privada de cada qual14, e, por fim, a aceitação da limitação da própria liberdade em

favor do bem comum e da segurança garantida por um ente de maior poder, expressa o desejo por uma forma de ponderar os direitos de todo o grupo sem, no entanto, perder a própria liberdade15.

7 ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Nova Cultural, 1973.

8 DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. São Paulo: Saraiva, 2016. 9 Ibidem, p.60

10 SARTRE, Jean-Paul, O existencialismo é um humanismo. 3ª ed. São Paulo: Nova Cultural, 1987. 11 HOBBES, Thomas. Leviatã. São Paulo: Martin Claret, 2006

12 BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 10. ed. São Paulo: Malheiros, 2000. 13 HOBBES, Thomas. Leviatã. São Paulo: Martin Claret, 2006.

14 LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo. São Paulo: Martin Claret, 2003. 15 ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do Contrato Social. [1762]. São Paulo: Abril, 1973.

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Alicerçado nessas ponderações, o Estado surge como um ser hipotético que guarda o direito de todos e que é o único com poder legitimo para coagir aqueles que ultrapassem sua liberdade e invadam de alguma maneira a liberdade de outros16.

Nesse sentido, sobre o surgimento do Estado, há que se considerar teorias distintas, mas que em análise conclusiva, todas levam a um mesmo resultado, qual seja a organização da sociedade com vistas a proteção17.

O termo Estado como definição de sociedade civil, surgiu em 1513 com Maquiavel18 e determina modernamente “uma instituição organizada política, social e

juridicamente, ocupa um território definido e, na maioria das vezes, sua lei maior é uma Constituição escrita. É dirigido por um governo soberano reconhecido interna e externamente, sendo responsável pela organização e pelo controle social, pois detém o monopólio legítimo do uso da força e da coerção19”.

Apesar do surgimento do Estado, muitas questões influenciam o comportamento da sociedade civil, sendo que o Estado impõe sua vontade pelo direito e o direito é reflexo da sociedade percebe-se a existência de ciclo20.

A título exemplificativo sobre essa relação: código civil brasileiro de 1916 Art. 6. “São incapazes, relativamente a certos atos (art. 147, n. 1), ou à maneira de os exercer: II. As mulheres casadas, enquanto subsistir a sociedade conjugal”. Sem justificativa cientifica, na vigência do código civil brasileiro de 1956, a mulher pelo simples fato de ser casada era considerada incapaz.

O Estado é o poder central da sociedade21, possuindo poderes plenos para

organizar os indivíduos, inclusive interferir em suas vidas particulares se assim convier22. Frente a isso, historicamente, os Estados constituídos desenvolveram

formas diferentes de organizar a sociedade, assim, observou-se Estados dos mais liberais em que o Estado interfere minimamente na vida dos indivíduos até os Estados mais totalitários, em que as liberdades individuais são totalmente suprimidas pela vontade do governante23.

16 DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. São Paulo: Saraiva, 2016. 17 Ibidem, p.35.

18 MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. 7º ed. São Paulo: Elsevier, 2003.

19 DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. São Paulo: Saraiva, 2016. 20 SILVA, Jose Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. São Paulo: Malheiros, 2009. 21 HOBBES, Thomas. O Poder e o Estado de Direito. Brasília: Universidade de Brasília, 1966. 22 ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do Contrato Social. [1762]. São Paulo: Abril, 1973.

23 BOBBIO, N. Do Fascismo à Democracia: os regimes, as ideologias, os personagens e as

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Nessa esteira, regimes de estado totalitários24 surgiram e ainda existem pelo

mundo, neles se observa o desvirtuamento total da finalidade do Estado como um ser hipotético que une parte da liberdade de todos para assegurar-lhes segurança e proteção, em face de uma única pessoa que exerce sua liberdade e impõe vontade por meio da dominação do mais fraco, nesse caso, leia-se, o mais fraco não somente no sentido físico, mas político e econômico25.

Sob essa perspectiva, pode-se dizer que a existência humana pensada em sociedade é exercida dentro de um contexto de controle26, a liberdade do homem não

é emancipada, porque seus desejos e suas vontades são limitados pelas imposições externas a sua própria essência27, contudo, deve haver sinergia entre a norma social

positivada e liberdade natural inerente à própria concepção de humano28.

A partir do poder dado ao Estado, sendo este oriundo de razões humanas29

que se transformam em regras de convivência e limitam as liberdades individuais em função do bem comum, legitimados pelo direito positivado, tem-se a relação sociedade, Estado e direito.

Frente a isso, pensar numa sociedade juspositivista é tratar antes da visão jusnaturalista de onde surge o Estado como poder legitimador dos atos da vida natural. É dizer, em outras palavras que o homem nasce livre, mas se vê limitado a uma ordem social que serve de base a toda a sociedade30.

Considerando que o contrato social é uma representação do poder soberano do povo e por sua própria natureza tem a finalidade garantir os direitos individuais31.

O Estado, portanto, inicia a regulamentação dos direitos individuais da sociedade existentes no estado de natureza, nesse sentido, o direito é criação do próprio Estado, sendo então o criador da própria justiça, pois equilibra a vontade comum32.

24 BOBBIO, N. Do Fascismo à Democracia: os regimes, as ideologias, os personagens e as

culturas políticas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

25 FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir, história de violência nas prisões. São Paulo: Vozes, 2007 26 Ibidem, p.10.

27 SCHOPENHAUER, A. O mundo como vontade e representação. Trad. M. F. Sá Correia. RJ: Contraponto, 2001.

28 HESSE, Konrad. A força normativa da Constituição. Trad. Gilmar Ferreira Mendes. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris, 1991.

29 GROTIUS, Hugo. O direito da guerra e da paz. Ijuí: Editora Unijuí:, 2005. 30 ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do Contrato Social. [1762]. São Paulo: Abril, 1973. 31 LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo. São Paulo: Martin Claret, 2003. 32 HOBBES, Thomas. Leviatã. São Paulo: Martin Claret, 2006.

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É através das normas de conduta criadas pelo direito, que buscam se estabelecer uma convivência harmônica, promovendo a justiça social33, eis que se

interfere a partir de prerrogativas e restrições, sanções e direitos, nas relações humanas, para que se possa garantir a defesa e a paz de todos.

Exige-se que o Estado que discipline as relações sociais, com vistas à pacificação da vida em sociedade, sendo o direito a ferramenta do Estado para desempenhar essa finalidade34.

O direito realiza-se sob a forma de lei35, para que se tenha maior segurança

jurídica nas relações sociais entre os particulares e com o próprio Estado, definindo-se não somente as normas de conduta, mas também os princípios reguladores da vida em sociedade.

A despeito da sociedade, também é marcada por influências religiosas e morais em que certas regras de convivência ainda que não positivas são tidas como verdade absoluta e impelem no julgamento dos que não as seguem36.

A construção dos valores morais de uma sociedade transformada em cultura tem a consequência de se transformar em verdade absoluta para aquele povo, assim, sendo o direito fruto da sociedade ainda que tenha pretensão de não estar contaminado pelas normas morais para que possa assumir um caráter imparcial, tem dificuldade em separar-se em absoluto desses valores37.

Diante disso, é possível observar o Estado validar normas que desvirtuam a idéia original de sociedade e de existência do próprio estado38.

RESULTADOS

Pelo que foi exposto, tem-se que a discriminação entre pessoas começa nos tempos mais primitivos em que a força era o aspecto mais importante na sociedade a fim de garantir comida e segurança, nesses tempos, a discriminação não era pelo gênero, mas pela força física.

Nesse sentido, tem-se a seguinte ponderação: mulheres fisicamente mais fracas que os homens, devido aos diferentes hormônios masculinos e femininos.

33 SILVA, Jose Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. São Paulo, SP: Malheiros, 2009 34 Ibidem, p.20.

35 Ibidem, p.38 36 Ibidem, p.39.

37 HOBBES, Thomas. O Poder e o Estado de Direito. Brasília: Universidade de Brasília, 1966. 38 ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do Contrato Social. [1762]. São Paulo: Abril, 1973.

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Com o desenrolar histórico do tempo, outras habilidades se tornaram importantes como a inteligência e a capacidade de planejamento e obtenção de recursos para sobrevivência.

O surgimento das sociedades como forma de impor uma ordem de convivência, é o ponto onde surge a distinção entre os gêneros, sendo os homens mais fortes para obter comida, e as mulheres até mesmo por questão hormonal e pelo estado delicado na recuperação pós-parto acabavam por se posicionar em outras frentes dentro dessas sociedades primitivas.

Na pré-história, tem-se que o mais importante era senão a obtenção de comida e a segurança contra animais e outros indivíduos, assim, a prática reiterada dessas posições culmina na primeira distinção de gêneros que culminou na validação de uma maior importância do homem quando da constituição tempos mais tarde de uma sociedade legal.

Considerando que o surgimento da sociedade civil é a vida em grupo com finalidade de promover maior segurança para todos39, os conflitos entre seus

membros precisam de uma solução para manter a vida social em harmonia. Diante desse aspecto é que se tem o surgimento do Estado, como ente disciplinador das condutas sociais através da limitação das vontades individuais para que a vontade de todos prevaleça dentro desses limites40.

Contudo, em vista da relação entre sociedade, Estado e direito, observa-se uma influência reciproca, cujo qual pode ser validador de normas positivas que sejam injustas, por não observarem a premissa fundamental da constituição do Estado, que é garantir liberdade e proteção a todos os membros da sociedade sem distinções. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ex positis, é possível concluir que a visão de subordinação de gênero decorre de circunstâncias históricas relacionadas a sobrevivência, no entanto, ganha maior proporção após o surgimento da sociedade civil com a aceitação de normas morais de boa convivência que colocam a mulher num papel secundário em vista do homem ser mais forte para prover o sustento de todos, assim pela dominação através do poder decorrente da necessidade houve uma aceitação dessa condição.

39 HOBBES, Thomas. Leviatã. São Paulo: Martin Claret, 2006

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Por outro lado, o Estado ainda que tenha surgido para assegurar a liberdade de todos os indivíduos sem distinção, também sofre influências da sociedade, visto que o Estado nada mais é que uma pessoal jurídica ficta, a quem foi dado poderes para regular a convivência social, mas que se adapta as mudanças sociais e pelo direito cria normas que regulam o que é considerado melhor a todo o grupo, assim podendo criar normas injustas, fundamentando uma importância maior para o homem em relação a mulher. Ressalvado que a cultura diferente de cada sociedade leva cada Estado a produzir normas diferentes.

Por fim, a sociedade contemporânea, ainda arraigada em normas morais que condicionam sua própria interpretação de liberdade, direciona a aceitação de um membro na sociedade com base em parâmetros individuais ou da maioria do grupo, assim aquele que não se enquadre no modelo automaticamente é criticado, em geral essa situação e direcionada a mulher por toda essa questão histórica de desenvolvimento do Estado e da própria sociedade.

Em outras palavras, o fundamento para desigualdade com a mulher se vale de questões de sobrevivência que no passado eram tidas apenas e tão somente pela força física, e ao surgir o Estado como regulador das normas de convivência para garantir a liberdade e bem estar de todos, se corrompe com influências morais, embasada apenas em comportamentos e vontades individuais que com a prática reiterada são tidas como verdade absoluta e que acabam direcionando o Estado a elaboração de normas positivas que validam desigualdades de gênero como sendo para o bem estar comum, esquecendo-se da função principia que é garantir o bem estar de todos sem distinção de qualquer natureza.

Destarte, o processo de organização da sociedade deve considerar o interesse coletivo e a liberdade de todos. Ao governante cabe pensar normas sem considerar distinções de gênero, classe, raça etc. que atendam ao interesse humano e não este ou aquele indivíduo em particular41. As normas estatais devem garantir a segurança

jurídica e social que demanda a sociedade, amoldando-se as situações com vistas a atingir a finalidade do Estado, uma vez que nas “ações não previstas pelas leis os homens têm liberdade de fazer o que a razão de cada um sugerir como o mais favorável a seu interesse42”, ressaltando-se que o interesse de um pode prevalecer

em relação ao do outro.

41 HOBBES, Thomas. Leviatã. São Paulo: Martin Claret, 2006. 42 Ibidem, p. 160

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FONTES CONSULTADAS

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1997.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Nova Cultural, 1973.

BOBBIO, Norberto. Do Fascismo à Democracia: os regimes, as ideologias, os personagens e as culturas políticas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 10. São Paulo: Malheiros Editores, 2000. DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. São Paulo: Saraiva, 2016.

LOURO, Guacira. Epistemologia feminista e teorização social – desafios, subversões e alianças. Coletânea Gênero plural. Miriam ADELMAN; CilsiBrönstrup SILVESTRIN (organizadoras). Curitiba. UFPR, 2002.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: história de violência nas prisões. São Paulo: Vozes, 2007

GROTIUS, Hugo. O direito da guerra e da paz. Ijuí: Unijuí, 2005.

HESSE, Konrad. A força normativa da Constituição. Tradução Gilmar Ferreira Mendes. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris, 1991.

HOBBES, Thomas. Leviatã. São Paulo: Martin Claret, 2006.

HOBBES, Thomas. O Poder e o Estado de Direito. Brasília: Universidade de Brasília, 1966.

LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo. São Paulo: Martin Claret, 2003. MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. São Paulo: Elsevier, 2003.

RAWLS, John. Uma teoria da justiça. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do Contrato Social. [1762]. São Paulo: Abril, 1973. SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. São Paulo: Nova Cultural, 1987

SCHOPENHAUER, A. O mundo como vontade e representação. Trad. M. F. Sá Correia. RJ: Contraponto, 2001.

SILVA, Jose Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. São Paulo, SP: Malheiros, 2009

SPINOZA, Benedictus de. Ética. Tradução de Tomaz Tadeu. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009

Referências

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