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JONAS PORTILHO DE OLIVEIRA GESTAO E CONTROLE DE ORGANIZACOES SEM FINS LUCRATIVOS

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Academic year: 2021

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JONAS PORTILHO DE OLIVEIRA

GESTAO E CONTROLE DE ORGANIZACOES SEM FINS LUCRATIVOS

Monografia apresentada ao Departamento de Contabilidade do Setor de Ciencias Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Parana, como requisito para obten<;ao do tftulo de especialista em Contabilidade e Finan<;as.

Orientador: Prof. Dr. Vicente Pacheco

CURITIBA

(2)

Com sonhos, determinac;ao e liberdade para tentar, pessoas comuns fazem coisas extraordinarias.

Dee Hock

A minha namorada, lzabelle A. F. Lacerda.

(3)

AGRADECIMENTOS

Gostaria de expressar meu profunda agradecimento a todos aqueles que me apoiaram, direta ou indiretamente, durante todas as fases de elaboragao deste trabalho. Nao ouso aqui nomea-los, para nao cometer injustigas, mas agrade<;o, em especial, a todas as pessoas, funcionarios ou nao, que dedicam seu trabalho

a

Fundagao de Portilho de Oliveira- FUNPORT.

A todos, mas especialmente a voce Professor e Doutor Vicente Pacheco pela orientagao e disponibilidade, e a Deus, que nos da a for<;a e a coragem necessarias para continuar lutando por nossos ideais, meus mais sinceros agradecimentos.

(4)

RESUMO

OLIVEIRA, Jonas Portilho. GESTAO E CONTROLE DE ORGANIACOES SEM FINS LUCRATIVOS. Considerando o contexto em que se insere a situagao, muitas vezes, desoladora das organizag6es sem fins lucrativos que serve de ligagao entre essas partes, proporcionando a sociedade a aquisigao de servi<;os, objetivando a compreender e satisfazer o mercado cada ve mais volatil e tendo em vista que o problema vem se agravando, pais cada vez mais os governos delegam a sociedade um papel que originalmente lhes competia, nos propusemos neste trabalho, a analisar a situagao econ6mico-financeira da Fundagao Portilho de Oliveira - Funport (nome fictfcio, fiemo-o assim par questao de etica e a pedido da gerencia da mesma), no periodo de 2003 a 2005. Como inumeras outras institui<;6es sem fins lucrativos, voltadas para o desenvolvimento da ciencia, da tecnologia e da cultura e o seu estatuto, vem encontrando serias dificuldades para manter-se em atividade, prestando atendimento a sua clientela com a qualidade minima requerida, devido a insuficiencia de recursos. Sabemos que o problema nao e novo e vern se arrastando na maioria dos casas, desde a fundagao destas instituig6es, as quais foram criadas exatamente par nao haver par parte das instituig6es governamentais, alternativas viaveis para a educagao e a reabilitagao dos Hospitais Universitarios. 0 retrato da instituigao, que esbogaremos neste trabalho, e tambem o retrato da maioria das organizag6es sem fins lucrativos no Brasil. Atraves da caracterizagao da instituigao e de seus problemas; da avaliagao da situagao econ6mico-financeira da mesma; das ag6es que vem sendo tomadas para captar recursos; do levantamento das fontes de recursos utilizadas par outras instituig6es similares e possibilidade de adequa-las as necessidades da intuigao em estudo; e, dos principios norteadores para a administragao de organiza<;6es sem fins lucrativos, estabelecidos com base em pesquisa bibliografica, embasada nas ideias propostas par Peter Drucker, consultor especializado em estrategias e politicas para empresas e organizag6es sem fins lucrativos, que vern trabalhando com essas institui<;6es ha mais de 40 anos; procuramos estabelecer criterios e sugerir ag6es que possam levar a um melhor gerenciamento da lnstitui<;ao e que venham a traduzir-se em resultados. Segundo Drucker, a capacidade do governo para executar tarefas sociais e muito limitada, motivo que torna as instituig6es em fins lucrativas vitais para a sociedade. Como ele coloca, de forma muito apropriada, o produto destas instituig6es e "um paciente curado, uma crianga que aprende, um jovem que se transforma em um adulto com respeito proprio; isto e, toda uma vida transform ada". Nosso objetivo e colaborar, de alguma forma, para que estes resultados se concretizem.

Palavras - chave: Fundagao de Apoio; Gestao e Controle; Organizag6es Sem Fins Lucrativos; Terceiro Setor.

(5)

SUMARIO

LIST A DE FIGURAS ... v

LIST A DE QUADROS ... v

LIST A DE ABREVIATURAS ... v

1.. INTRODUCAO ... 2

1.1 Contextualiza~ao do problema: Gestao e Controle nas Funda~oes de Apoio2 1.2 Justificativa ... 5

1.3 Objeto de Estudo ... 7

1.3.1 Objetivo Especifico: ... 7

1.4 Metodologia ... 8

2. UMA BREVE REVISAO DA LITERATURA- REFERENCIAL TEORIC0 ... 9

2.1 Conceito de Modelo e de Gestao ... 9

2.2 Controladoria: Fun~oes e Atribui~oes ... 11

2.2 .1 Conceito de Controle ... 11

2.2.2 Controladoria ... ll 2.2.3 Controladoria no processo de gestao ... 12

2.3 Analise das Demonstra~oes Financeiras ... 13

2.3.1 indices de estrutura/endividamento ... 15

2.3.2 indices de imobilizagao ... 15

2.3.3 indices de liquidez ... l5 2.3.4 indices de rentabilidade ... l6 2.4 Melhores Praticas ... l6 2.4.1 A administragao de organizag6es sem fins lucrativos ... 17

2.4.2 Terceiro setor ... 18

2.4.3 Hist6ria Fundacional no Brasil. ... 21

2.4.4 Diversidade das Finalidades ... 22

2.4.5 Fundag6es Privadas ... 22

2.5 Aquisi~ao da Personalidade Juridica: 0 Estatuto ... 23

2.5.1 Natureza juridica ... 23

2.5.2 Aprovagao previa do ministerio publico ... 24

2.6 Estatuto Fundacional: Disposi~oes Obrigat6rias e Facultativas ... 24

2.6.1 Da denominagao ... 24

(6)

2.6.3 Do patrim6nio ... 25

2.6.4 Das receitas ... 25

2.6.5 Das gratuidades das fungoes ... 26

3. CARACTERIZACAO FUNDACAO PORTILHO DE OLIVEIRA- FUNPORT ... 27

3.1 Um Pouco de Hist6ria ... 27

3.1.1 A fundagao ... 28

4 ANALISE DAS DEMONSTRACOES FINANCEIRAS ... 40

4.1 Balan~o Patrimonial ... 40 4.1.1 4.1.2 indices de balango ... 46 Analise horizontal ... 48 4.1.3 Analise vertical ... 50

4.2 A Gestao de Organiza~oes Sem Fins Lucativos .. ... 52

4.2.1 Peter Drucker e a administragao de organizag6es sem fins lucrativos ... 52

4.2.2 Melhores praticas ... 55

(7)

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Ativo Circulante ... .41

Figura 02 - Ativo Realizavel a Longo Prazo/Ativo Permanente ... .42

Figura 03 - Passivo Circulante ... .43

Figura 04- Passivo Exigfvel a Longo Prazo/Patrimonio Uquido ... .44

Figura 05- Demonstrac;ao de Resultados ... .45

Figura 06- Endividamento ... .46

Figura 07- lmobilizac;ao ... .46

Figura 08- indice de Liquidez ... .47

Figura 09- Rentabilidade ... .47

Figura 10-Analise Horizontal ... .49

Figura 11 -Analise Vertical. ... 51

LIST A DE QUADROS Quadro 01 - Numeros de Alfabetizadas e Nao Alfabetizadas no Brasi1 ... .4

Quadro 02 - Numeros de Alfabetizac;ao por Regia a no Brasil. ... .4

Quadro 03 - Numeros de Alfabetizac;ao por Nfvel de Ensino no Brasil. ... 5

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AC - Ativo Circulante AP - Ativo Permanente AT - Ativo Total

CT- Capital de Terceiros ELP - Exigfvel a Longo Prazo

IBGE- Institute de Pesquisa Economica Aplicada LL- Luera Uquido

NBCs - Normas Brasileiras de Contabilidade PIB- Produto lnterno Bruto

PC - Passivo Circulante PL- Patrimonio Liquido

RLP - Realizavel a Longo Prazo

(8)

1. INTRODU<;AO

1.1 Contextualiza~ao do problema: Gestao e Controle nas Funda~oes de Apoio

Os conceitos aqui apresentados devem ser considerados sob a 6tica da materialidade, relevancia e consistencia no registro dos eventos, com a finalidade de melhorar a informagao gerencial disponivel para os usuarios, com a adogao e melhoria dos procedimentos, controle e gestao. Assim, os conceitos sao, predominantemente, aplicaveis a contabilidade e administragao para fins de evidenciagao externa, a denominada Gestao e Controle, o que, evidentemente, nao exclui a utilizagao de metodologias da Contabilidade Gerencial e da Controladoria.

Em que pesem as peculiaridades das Fundagoes de Apoio as Universidades, a gestao contabil dessas entidades deve seguir, de uma maneira geral, os Principios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade, elaboradas pelas NBCs.

Os relat6rios gerenciais preparados para as Fundagoes de Apoio as Universidades devem fornecer informagoes de forma regular e tempestiva; possibilitar o acesso do usuario das informagoes aos objetivos, estrutura e atividades executadas nos projetos, e viabilizar ao gestor e aos usuarios, uma apreciagao das transagoes realizadas durante a execugao de cada projeto, bem como a posigao gerencial e contabil.

Em 1991, segundo o Censo Demografico do Brasil, a populagao brasileira estimada era de 146.815.792 habitantes. Os dados censitarios apontavam para um percentual de 22,32% de nao alfabetizadas em relagao a totalidade da populagao. Ja o Censo Demografico de 2000 aponta um indice de 14,73% de nao alfabetizadas, ou seja, 25.665.393 milhoes de pessoas, para uma populagao estimada em 174.262.071 pessoas.

Nos ultimos seculos, o Estado Brasileiro as vezes se impoe a sociedade como um ente totalitario, as vezes se exume como Estado liberal, afastando de suas fungoes sociais e economicas, pregando a "liberdade e a igualdade para todos", continuando como observador dos grandes monop61ios e dos inumeros proletariados.

(9)

Num pais onde 13,63% da populagao com mais de 15 anos e analfabeta e, em que a distribuigao de rend a e tao desigual, 10% dos mais ricos levam 46,7% da rend a nacional1.

Como ja se e sabido, os numeros apontados da desigualdade social nao devem causar estranheza. Esta alarmante condigao social de nosso pais faz parte de nossas vidas. Por onde quer que passamos, podemos identificar essas diferengas, sendo que a educagao seria o grande poder motriz para a reversao desta sociedade desconexa em que vivemos. De encontra a estes dados, muitas fundagoes vern desenvolvendo mecanismos e agao para amenizar tal realidade. Ainda estamos engatinhando este terceiro setor, onde a burocracia, impastos e outros adventos limitam estas agoes que podem ter grandes fungoes e trazer para o pais uma melhora no seu desenvolvimento. Em vias disso, e necessaria tambem algumas normalidades para que este segmento urn tanto quando diferente de uma corporagao deve seguir.

(10)

Quadro 1 - Numeros de Alfabetizadas e Nao Alfabetizadas no Brasil

Populac;ao residente de 5 anos ou mais Brasil

Alfabetizadas Nao alfabetizadas

I dade 2000 1991 2000 1991 Total 127.758.049 97.535.783 25.665.393 32.768.578 5 a 9 anos 8.429.696 6.907.149 8.112.631 10.513.010 5 anos 304.680 173.552 3.140.900 3.275.699 6 anos 959.484 571.619 2.360.621 2.834.868 7 anos 1.971.950 1.468.910 1.328.714 1.924.067 8 anos 2.468.621 2.144.066 777.056 1.407.450 9 anos 2.724.961 2.549.002 505.340 1.070.926 10 a 14 anos 16.090.194 14.024.830 1.257.873 3.022.329 10 anos 2.983.931 2.744.817 383.269 861.609 11 anos 3.153.608 2.857.986 280.201 698.693 12 anos 3.289.715 2.824.435 235.099 567.918 13 anos 3.274.226 2.812.988 187.187 475.314 14 anos 3.388.714 2.784.604 172.117 418.795 15 a 19 anos 17.043.398 13.207.236 896.417 1.810.236 15 anos 3.352.684 2.754.494 169.197 399.173 16 anos 3.328.309 2.707.363 169.359 386.322 17 anos 3.501.990 2.621.318 180.960 360.987 18 anos 3.559.052 2.624.618 192.442 351.951 19 anos 3.301.363 2.499.443 184.459 311.803 20 a 24 anos 15.055.801 11.912.831 1.085.714 1.652.047 25 a 29 anos 12.739.047 11.033.479 1.110.618 1.604.599 30 a 34 anos 11.765.826 9.519.075 1.263.118 1.544.418 35 a 39 anos 10.940.001 7.860.146 1.321.528 1.603.617 40 a 44 anos 9.235.111 6.124.009 1.311.583 1.710.705 45 a 49 anos 7.355.198 4.517.269 1.366.343 1.607.419 50 a 54 anos 5.626.469 3.621.459 1.436.132 1.543.669 55 a 59 anos 4.055.355 2.827.979 1.389.360 1.414.145 60 a 64 anos 3.259.833 2.281.616 1.341.096 1.355.242 65 a 69 anos 2.396.782 1.582.469 1.184.324 1.193.591 70 a 74 anos 1.755.984 995.649 986.318 894.269 75 a 79 anos 1.052.365 630.873 727.222 659.345 80 anos ou mais 956.989 489.714 875.116 639.937

Fonte: Censo Demografico

Quadro 2- Numeros de Alfabetiza~ao por regiao no Brasil

Populac;ao residente de 10 anos ou mais 2000

Alfabetizac;ao Brasil Norte Nordeste Sudeste Sui Centro-Oeste Nao alfabetizada 17.552.762 1.510.788 9.226.471 4.475.625 1.430.682 909.196 Alfabetizadas 119.328.353 8.148.175 28.322.440 55.293.544 19.140.381 8.423.813

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Quadro 3 - Numeros de Alfabetiza~ao por nivel de ensino no Brasil

Pessoas que frequentavam creche ou escola Brasil - 2000

Nivel de ensino Rede de ensino Particular Publica

Creche 368.337 745.934

Pre-escolar ou classe de alfabetiza9ao 1.954.110 4.222.816

Alfabetiza9ao de adultos 24.592 435.298 Fundamental 3.712.046 30.173.985 Medic 1.529.814 6.772.785 Pre-vestibular 391.538 48.508 Superior de Gradua9ao 2.011.040 853.006 Mestrado ou doutorado 76.671 85.840

Netas: 1 - Os dados sao dos Primeiros resultados da amostra Fonte: Censo Demografico

Este e o contexte em que se insere a situagao, muitas vezes, desoladora, das organizagoes sociais que compoem o Terceiro Setor. Elas passaram a assumir urn papel de extrema importancia no seio da sociedade civil brasileira. A todo o memento, recebemos, atraves dos meios de comunicagao, os apelos de colaboragao e ajuda por parte destas instituigoes, que dependem de urn suporte, desde financeiro e educacional, para que nao venham a fechar suas portas e deixar desprotegidas as comunidades atendidas por elas.

Ja o Estado Brasileiro, apresenta-se como urn organismo social, voltado aos interesses da coletividade, buscando proporcionar o bern comum, por meio de uma estrutura burocratica nao aliada a eficiencia e a eficacia para a realizagao das fungoes que lhe cabe constitucionalmente para com a grande maioria da sociedade carente de atendimento as suas necessidades primarias. Assim, vindo de encontro a essa deficiencia governamental, nao apenas de nosso pais, mas de todos os paises em desenvolvimento, as atividades do terceiro setor devem ser trabalhadas com responsabilidade, seriedade, colocadas como de extrema importancia, sendo elas urn recurso adicional para atenuar esta real situagao da grande parcela do povo brasileiro.

1.2 Justificativa

Administrar urn projeto, atualmente, requer muito mais do que o exercicio das fungoes basicas de gerencia, como planejar, organizar e controlar. As ameagas as organizagoes, vindas de diversos segmentos, sendo eles politicos, dos pr6prios dados de pesquisas, dos 6rgaos fiscalizadores, dos clientes e em decorrencia das mudangas no contexte socioeconomico, requerem habilidades humanas em alto grau de

(12)

refinamento, ou seja, gestae e controle por meio pratico e nao complexo, visando a facilitar a atuac;ao deste setor, sem

e

claro, poupa-lo de seus reais objetivos com a sociedade. As fundac;oes devem, sem duvidas, seguir normas e regras para com a sociedade, pois querendo ou nao, depende desta mesma sociedade para sobreviver, via doac;oes, colaborac;ao de mao de obra voluntaria entre outros, pois estamos num pafs onde a corrupc;ao

e

grande.

Os gestores da entidade, com a func;ao de administrar os recursos de acordo com as normas dos 6rgaos e entidades que disponibilizam meios para que a pesquisa ou projeto se conclua, tem o dever de entender a importancia da boa gestae.

FERNANDO (1997, p. 17) refere-se

a

importancia da administrac;ao como desafio da gestae afirmando que:

Entende-se a importancia da administra<;ao quando se compreende por que os homens se associam para atingir objetivos comuns. A hist6ria da vida humana

e

marcada pelo esfor<;o de conquistar a natureza e criar condi<;6es de sobrevivencia e conforto. No memento em que os indivlduos perceberam que a associa<;ao com os demais facilitava a realiza<;ao de certos esfor<;os e que determinados objetivos nao podiam ser atingidos por urn unico indivlduo, teve inicio a vida na organiza<;ao.

Essa afirmac;ao abre espac;o para a proxima reflexao: o que

e

gerenciar? 0 que

e

organizac;ao?

Em resposta, gerenciar

e

a ac;ao de estabelecer ou interpretar objetivos e de alocar recursos para atingir uma finalidade previamente determinada.

E

orientar a dinamica da organizac;ao.

Para que uma atividade seja bem-sucedida

e

precise uma boa utilizac;ao dos recursos e o direcionamento desses recursos para o atingimento da finalidade proposta pelos membros da organizac;ao. S6 assim, o terceiro setor ganhara maier visibilidade, e consequentemente, maier colaborac;ao da sociedade.

Quando se trata de organizac;ao, percebemos que

e

o grupamento de pessoas e recursos - dinheiro, equipamentos, materiais, informac;oes e tecnologia -

e

que vem de encontro com o objetivo proposto: de produzir bens e/ou prestar servic;os.

No entanto o proposto visa, como os gestores de Fundac;oes tem o dever de administrar, ter o controle e prestar contas desses recursos perante aos 6rgaos fiscalizadores e ao meio social, uma vez que as Fundac;oes de Apoio as Universidades sao lnstituic;oes sem fins lucrativos.

(13)

1.3

Objeto de Estudo

Nosso objetivo neste trabalho e analisar a situac;:ao econ6mico-financeira da Fundac;:ao Portilho de Oliveria- FUNPORT2, no periodo de 2003 a 2005.

1.3.1 Objetivo Especifico:

Para alcanc;:armos nosso objetivo geral, temos por objetivos especificos: • Caracterizar a instituic;:ao e seus problemas;

• Avaliar a situac;:ao econ6mico-financeira da mesma;

• Verificar que ac;:oes vern sendo tomadas para captar recursos;

• Verificar quais as fontes de recursos utilizadas por outras instituic;:oes similares e a possibilidade de adequa-las as necessidades da instituic;:ao em estudo. • Apresentar a necessidade da boa gestao e controle principalmente dos

recursos financeiros, para que satisfac;:a tanto os gestores da instituic;:ao quanta aos 6rgaos fiscalizadores.

Observac;:ao: Nao entraremos aqui nos meritos de criar ou indicar urn caminho que possa direcionar urn sistema que tern a capacidade para gerir e controlar financeiramente uma instituic;:ao.

Os resultados obtidos determinarao que as Fundac;:oes de Apoio, por suas caracteristicas especificas, diferenciam-se das demais, pois tern sua personalidade juridica de direito privado, nao visando Iuera, e sendo fundamental para o relacionamento das universidades com a sociedade produtiva. De modo geral, serve de ligac;:ao entre as partes, proporcionando a sociedade a aquisic;:ao de servic;:os das universidades, com o objetivo de satisfazer urn mercado cada vez mais volatil, no qual os produtos tern urn pequeno ciclo junto ao mercado consumidor, por serem descartaveis.

A agilidade que as Fundac;:oes de Apoio proporcionam e facilitam esse processo, sem perder as caracteristicas basicas exigidas pelo Poder Publico, em relac;:ao a legalidade, impessoalidade, moralidade e economicidade, pois apesar da autonomia universitaria, estas autarquias continuam presas a burocracia estatal. Sendo assim, sao

2

Nome "Funda9ao Portilho de Oliveira - FUNPORT" e fictrcio, fiemo-o assim por questao de etica e a pedido da gerencia da mesma.

(14)

de suma importancia a gestao e controle, onde leigos e tecnicos entendam a boa administrac;ao, que tern por sua vez, a obrigatoriedade de relacionar, em suas prestac;oes de contas, as despesas, receitas, bern feitoria a comunidade e outros.

Embora exista uma corrente de pensamentos contraries ao relacionamento entre as universidades e o mercado consumidor, por meio das Fundac;oes de Apoio, que entende as autarquias como constitufdas com objetivo social, e que estas nao devem compactuar com o pensamento neoliberalista da privatizac;ao das coisas publicas, as Fundac;oes estao complementando os escassos recursos financeiros que sao destinados as universidades, quer para seu custeio, quer para a manutenc;ao de suas instalac;oes e da modernizac;ao de seus laborat6rios; bern como apoiar projetos de pesquisa que hoje se encontram delegados a urn segundo plano, pela Uniao.

1.4 Metodologia

0 comportamento e o subsfdio necessaria para o implemento deste projeto, que tera a cooperac;ao e a compreensao dos 6rgaos que tenham relac;ao com as Fundac;oes. Assim, a busca de informac;oes da atualidade, atraves de revistas especializadas, jornais; leis, C6digo Civil, questionamentos com pessoas da entidade em estudo, etc., lembrando que as Fundac;oes ou o Terceiro Setor estao surgindo agora, principalmente nos pafses de terceiro mundo, sendo este urn assunto recente, com uma diferente abordagem.

Abordamos tambem a avaliac;ao da situac;ao economico-financeira da instituic;ao que compreendera, basicamente, a Analise dos Balanc;os Patrimoniais de 2003 a 2005, utilizando-se as Analises Horizontal e Vertical, e os Indices de Balanc;o.

Os princfpios norteadores para a administrac;ao de organizac;oes sem fins lucrativos foram estabelecidos com base em pesquisa bibliografica. Ativemos-nos as ideias propostas por Peter Drucker, consultor especializado em estrategias e polfticas para empresas e organizac;oes sem fins lucrativos, que tern trabalhado em estrategias e polfticas para empresas e organizac;oes sem fins lucrativos ha mais de 40 anos.

(15)

2. UMA BREVE REVISAO DA LITERATURA- REFERENCIAL TEORICO

2.1 Conceito de Modelo e de Gestao

0 modelo de gestao representa a forma pela qual a empresa ira desenvolver seu neg6cio. Esse modelo

e

decorrente da missao estabelecida e dos prop6sitos e objetivos a serem alcan<;ados.

Modelo

e

qualquer representa<;ao abstrata e simplificada de objetos, sistemas, processes ou eventos reais.

Nas ciencias sociais, os economistas foram os pioneiros na elabora<;ao de modelos para explicar suas complexas teorias.

0 modelo tem como objetivo facilitar a compreensao das rela<;oes que ocorrem com os elementos de um sistema, processo ou eventos do mundo real.

Segundo LACHMAN3, o usa de um modelo traz as seguintes vantagens:

1. aparece sob a forma de representa<;ao grafica;

2. ajuda a identificar varias interpreta<;oes sabre as rela<;oes entre seus elementos;

3. serve como base para regras de referencias; 4. facilita a visualiza<;ao do sistema.

Podem-se identificar, basicamente, dais grupos de modelos, conforme MARCOVITCH:

a) 0 modelo ffsico, que e utilizado para substituir o sistema real que esta sendo estudado. Este modele pede ser do tipo anal6gico ou ic6nico. 0 tipo ic6nico e uma miniatura que procura funcionar de forma identica ao objeto estudado. A miniatura de uma barragem para efeito de testes e urn exemplo. No case do tipo anal6gico, nao existe tal preocupa9ao com identidade, o interesse e de representa9ao visual. 0 estudo do layout de uma fabrica e um exemplo.

b) 0 modele simb61ico, que procura registrar urn modele abstrato que esta em nossa mente. 0 modele simb61ico pede ser conceitual ou matematico. 0 modele conceitual descreve urn raciocinio 16gico apresentando-o de forma escrita. Sao partes do modele nao s6 a descri9ao dos elementos, como tambem as rela96es e restri96es existentes. No modele matematico tal raciocinio e apresentado sob a forma de simbolos.

3 LACHMAN, Roy. The model in theory construction.

(16)

Os elementos ou variaveis que compoem urn modele podem ser de dois tipos: A) variaveis end6genas, e

B) variaveis ex6genas.

Definindo variaveis ex6genas - podem ser classificadas em controlaveis e nao controlaveis. Encontram-se sob o controle do tomador de decisoes, as primeiras ou podem por ele ser manipuladas. Tambem sao as que determinam os curses alternatives de agao, sob urn conjunto de fatores ambientais diferenciados. As variaveis ex6genas nao controlaveis sao as que estao fora do tomador de decisoes. Tais variaveis sao as que definem o estado da natureza sob o qual uma decisao deve ser tomada.

Ja as variaveis end6genas sao as variaveis dependentes do modele e os valores par elas assumidos resultam da interagao das variaveis ex6genas, controlaveis e nao controlaveis.

Antes de darmos continuidade ao conceito de Gestae, consultemos o significado do vocabulo Gestao.

FERREIRA,4 em seu Novo dicionario Aurelio define: - "Gestao. (Do lat. "gestione"). S. f. Ato de gerir; gerencia, administragao."

Em The brazilian living Webster encyclopedic dictionary of the english language, 5 encontramos:

- "Manage. (Fr. "manege"; It "maneggiare"; lat. "manus"). To control and direct, as a person or enterprise. To conduct, carry on, guide, administer; to succeed or contrive, often in spite of difficulty: to move or use in the manner desired; to treat, as a person, with caution or judgement. - v.i To direct or conduict affairs; to carry on a concern or business."

Como se ve em nossa lingua a palavra gestao significa ato de gerir, gerencia administragao. 0 Dicionario enciclopedico, no entanto, relaciona outros significados para a palavra, e neste, o vocabulo manager apresenta-se revestido de uma conotagao dinamica, permitindo-nos concluir que gerir e o ato de conduzir. Em uma tradugao livre

4 FERREIRA, Aurelio.

Novo dicionario

(17)

poderfamos dizer que "gestae" e a atividade de se conduzir uma empresa ao atingimento do resultado desejado (eficacia) por ela, apesar das dificuldades.

2.2 Controladoria: Funcoes e Atribuicoes

2.2.1 Conceito de Controle

Controle corresponde

a

faculdade e dever dos indivfduos em estabelecer comparag6es entre padr6es preestabelecidos e as suas pretens6es. A agao poderc~

ocorrer se, nesta comparagao, houver a sangao correspondente, ou seja, em qualquer das hip6teses, o indivfduo deve estar pronto para prestar contas de seu ato e receber eventual punigao cabfvel, em caso de transgressao das regras.

Segundo Brisola,6 citando "a Encyclopedia Mirador lnternacional, a origem da palavra controle esta no latim ligada aos radicais "rota" - roda; "rotulus" rolo, cilindro (rolo de escritos, rol, lista); "contra" - prefixo que exprime ideia de oposigao; "contra-rolutus" - contra-role, contra-lista."

No frances, formado por contragao de "centre - role" com significado de lista, rol, registro em duplicata, contralista (1367). Em (1611) internacionalmente a expressao de origem latina "controle" significa: registro em duplicata, verificagao, fiscalizagao e revisao.

Na fungao de controle do processo de gestae, controle corresponde

a

faculdade e dever dos individuos em estabelecer comparag6es entre padr6es preestabelecidos e as suas pretens6es. Para existir o adequado controle e necessaria, como ja se disse que os gestores participem da elaboragao do planejamento e com ele estejam de acordo. 0 planejamento deve ser constantemente revisado (mensalmente, bimestralmente, trimestralmente, semestralmente revisado). Ainda assim, antes de decidir quanta

a

concretizagao das previsoes constantes do planejamento, o gestor deve reanalisar a operagao e altera-las, se foro caso.

2.2.2 Controladoria

Controladoria e como 6rgao de coordenagao e controle da alta diregao administrativa, fornece os dados e informag6es, que planeja e pesquisa, visando

6

BRISOLA, Josue. Uma Contribuicao ao Estudo do Controle Aplicado as Organizacoes. Disserta9ao de Mestrado. FENUSP- Sao Paulo, 1990, p. 17.

(18)

sempre mostrar a essa mesma alta diregao os pontos crfticos presentes e futuros que poem em perigo ou reduzem a eficiencia administrativa.

De acordo com a terminologia de navegagao de J.B. HECKER e J. D. Wilson,7 "ao Controller nao compete o comando do navio, pois essa e a tarefa do primeiro executivo; representa, entretanto, o navegador que cuida dos mapas de navegagao.

E

uma tarefa manter informado o comandante quanta

a

velocidade da embarcagao,

a

resistencia encontrada, aos desvios da rota, aos recites perigosos e aos caminhos tragados nos mapas, para que o navio chegue ao destino ... "

A controladoria alem dessa competencia de orientar a gestao da instituigao, no atingimento de metas e objetivos, naturalmente este 6rgao sera responsavel pela coordenagao da normatizagao, prestagao de Contas e auditoria interna, de todos os setores da gestao no processo administrative.

2.2.3 Controladoria no processo de gestao

Segundo Anthonl, "Tal inferencia e natural por causa da similaridade entre as duas palavras, mas erronea. ( ... ) o controlador e responsavel pelo projeto e funcionamento do sistema por meio do qual se coleta e relata a informagao no controle, porem o uso desta informagao no controle real e responsabilidade da administragao."

Como podemos verificar, o controlador esta ligado aos aspectos voltados

a

estrutura das informagoes, funcionando como urn filtro e e de inteira compet€mcia fazer uso dessas informagoes no dia-dia, os gestores da instituigao.

Conforme Kanitz9, as fungoes da Controladoria podem ser resumidas nas

seguntes:

• INFORMACAO -compreende os sistemas contabeis-financeiros-gerenciasi.

• MOTIVACAO - refere-se aos efeitos dos sistemas de controle sobre o comportamento.

7 HECKERT, J. B. and WILSON, J.D. Controllersip, the Ronald Press Company. New York, 1963 8 ANTHONY, Robert N. Contabilidade Gerencial. Traduzido por Luiz Aparecido Caruso. Sao Paulo.

Atlas, 1965. p. 287

9

(19)

COORDENACAO - visa centralizar informac;oes com vistas na aceitac;ao de pianos. 0 controller toma conhecimento de eventuais inconsistencias dentro da empresa e assessora a direc;ao sugerindo soluc;oes.

AVALIACAO - interpreta fates, informac;oes e relat6rios, avaliando os resultados por area de responsabilidade, por processes, por atividades etc.

PLANEJAMENTO - assessora a direc;ao da empresa na determinac;ao e mensurac;ao dos pianos e objetivos.

ACOMPANHAMENTO-verifica e controla a evoluc;ao eo desempenho dos pianos trac;ados a fim de corrigirem falhas ou de revisa-los (os pianos).

0 processo decis6rio e influenciado pela atuagao da Controladoria atraves das informag6es de planejamento e controle.

A missao da Controladoria e otimizar os resultados economicos da empresa atraves da definigao de um modele de informag6es baseado no modele de gestao. As informag6es de planejamento e controle exigem sistemas de informagoes que suportem estas decis6es.

Portanto, o papel da controladoria e assessorar a gestae da empresa, fornecendo mensuragao das alternativas economicas e, atraves da visao sistemica, integrar informag6es e reporta-las para facilitar o processo decis6rio. Mais uma vez nos leva concluir que a Controladoria ou Controlador exerce influencia

a

medida que norteia os gestores para que mantenham sua eficacia e a da organizagao. Assessorar o principal executive e os demais gestores na definigao estrategica, fornecendo informagoes rapidas e confiaveis sabre a lnstituigao.

Tambem no planejamento operacional, cabe a ele desenvolver um modele de planejamento baseado no sistema de informagao atual, integrando-o para a otimizagao das analises e no controle exercer a fungao de perito ou de juiz, conforme o caso, assessorando de forma independente na conclusao dos numeros e das medig6es quantitativas e qualitativas.

2.3

Analise das Demonstrac;oes Financeiras

Segundo MATARAZZO (1998, p. 29), "o diagn6stico de uma empresa quase sempre comega com uma rigorosa Analise de Balangos, cuja finalidade e determinar quais sao os pontes crfticos e permitir de imediato, apresentar um esbogo das prioridades para a solugao de seus problemas". A Analise de Balangos transforma dados em informag6es que auxiliam na tomada de decisoes.

(20)

0 Balango Patrimonial e a demonstragao que apresenta todos OS bens e direitos (Ativo) da empresa e suas obrigagoes (Passive Exigivel), em determinada data. As contas representativas do Ativo e do Passive sao agrupadas de forma que facilite o conhecimento e a analise financeira da empresa, em ordem decrescente de liquidez para o Ativo e de exigibilidade para o Passive.

0 Ativo Circulante apresenta todos os bens e direitos que se convertem em dinheiro a curta prazo. Ja o Ativo Realizavel a Longo Prazo e composto de direitos realizaveis ap6s o termino do exercicio seguinte. 0 Ativo Permanente e composto pelos subgrupos lnvestimento, contas que nao se destinam

a

manutengao das atividades operacionais da empresa; o lmobilizado que e composto de bens e direitos que se destinam

a

manutengao das atividades normais da empresa; e, o Diferido que e composto de despesas incorridas em determinados exercicios que contribuiram para a formagao do resultado de mais de urn exercicio.

No Passive Circulante temos as obrigagoes exigfveis a curta prazo, ou seja, ate o final do exercicio social seguinte. 0 Exigivel a Longo Prazo apresenta todas as obrigagoes exigiveis ap6s o termino do exercicio social seguinte. 0 Resultado de Exercicios Futures apresenta os Iueras ja auferidos e que serao incorporados ao Patrim6nio Uquido pelo regime de competencia. 0 Patrim6nio Uquido representa os recursos pr6prios da empresa que pertencem a seus acionistas e s6cios obtidos pela diferen<;:a entre o total do Ativo e do Passive.

A Demonstragao do Resultado do Exercicio e uma demonstragao dos aumentos e redugoes causados ao Patrim6nio Uquido pelas operagoes da empresa.

Na Analise de Balango da ADM utilizaremos os indices de Balango, a Analise Horizontal e a Analise Vertical. Para MATARAZZO (1998, p. 153), "urn indice e como uma vela acesa num quarto escuro". Os indices estabelecem a relagao entre contas ou grupos de contas, evidenciando determinados aspectos da situagao econ6mica ou financeira.

A Analise horizontal possibilita a comparagao temporal da evolugao de cada conta de uma serie de demonstragoes financeiras em rela<;:ao a demonstragao anterior, enquanto a analise vertical permite visualizar a participagao relativa de cada conta em relagao ao total do Ativo, para uma data ou periodo.

Restringimos-nos, neste trabalho,

a

utilizagao dos Indices de Estrutura de Capitais (Endividamento e lmobilizagao do Patrim6nio Liquido), Liquidez e Rentabilidade. Os indices da Estrutura de Capitais mostram as grandes linhas de decisoes financeiras, consideradas as formas de obtengao e aplicagao de recursos. Os

(21)

indices de Liquidez mostram a base da situagao financeira da empresa, ou seja, sua capacidade de pagamento, e os indices de Rentabilidade nos mostram quanto renderam os investimentos e qual o grau de exito da empresa, sua capacidade de gerar Iueras.

Listamos abaixo, os principais Indices utilizados neste trabalho, caracterizando-os de acordo com MATARAZZO (1998):

2.3.1 Indices de estrutura/endividamento

• Participagao de Capitais de Terceiros [(CT/PL)x1 00]- quanta men or, melhor; • Composigao do Endividamento [(PC/CT)x1 00]: indica que porcentagem dos

ativos totais

e

financiada por capital de terceiros - quanto menor, melhor; 2.3.2 Indices de imobilizagao

• lmobilizagao do Patrimonio Liquido [AP/PL)x1 00]: indica a parcela dos recursos pr6prios investidos no ativo permanente - quanta menor, melhor; • lmobilizagao dos Recursos [(AP/(PL + ELP)]x1 00: inform a quanta dos

recursos permanentes e de Iongo prazo estao investidos no ativo permanente- quanto menor, melhor.

2.3.3 indices de liquidez

• Liquidez Corrente (AC/PC): indica quanto

a

empresa possui em dinheiro, mais os bens e direitos realizaveis no decorrer do exercfcio seguinte ao do encerramento do balango para pagar suas dfvidas vencfveis no mesmo perfodo de tempo- quanto maior, melhor;

• Liquidez Geral [(AC + RLP)/(PC + ELP)]: indica a capacidade de pagamento de todas as dfvidas da empresa, tanto de curto como de Iongo prazo -quanta maior, melhor;

• Capital Circulante Liquido (AC - PC): evidencia as aplicagoes de recursos no giro dos neg6cios da empresa. Se for positivo, demonstra que a situagao financeira

e

favoravel, se for negative, indica que a empresa tern mais obrigagoes de curto prazo do que bens e direitos a curto prazo, caracterizando uma situagao "inadequada".

(22)

2.3.4 indices de rentabilidade

• Retorno sobre o Patrimonio Uquido [(LLIPL) x 1 00]: indica o rendimento obtido pela empresa como remuneragao do investimento dos acionistas -quanto maior, melhor;

• Rentabilidade do Ativo [(LLIAT) x 1 00]: indica quanto uma empresa teve de Lucro Uquido em relagao ao Ativo - quanto maior, melhor.

2.4 Melhores Praticas

0 conhecimento de algumas das praticas desenvolvidas por outras instituigoes sem fins lucrativos, para captagao de recursos, pode nos ser de grande valia. Com tal fim, utilizamos uma ferramenta amplamente conhecida com benchmarking.

Segundo MELO (2001 ):

No mundo dos neg6cios, o benchmarking

e

a busca das melhores praticas na industria que conduzem ao desempenho superior. A essencia do benchmarking

e

que ele e urn processo de identificar os maiores modelos de excelencia para produtos, servic;os ou processes, e depois fazer as melhorias necessarias para alcanc;ar esses modelos, comumente chamados de "melhores praticas" ("best practices"). A justificativa vem em parte da afirmac;ao: "Por que reinventar a roda se podemos aprender com algem que ja fez isso antes?

SPENDOLINI (apud MELO, 2001), define benchmarking, em seu livro 'The Benchmarking Book', como "urn processo continuo e sistematico para avaliar produtos

e

processes de trabalho de organizagoes que sao reconhecidas como representantes das melhores praticas, com a finalidade de melhoria organizacional".

Para MELO (2001), "o objetivo final de urn processo de benchmarking e a agao, que pode envolver uma variedade de atividades, desde recomendagoes ate a implementagao real de mudangas com base nas descobertas do benchmarking, visando sempre

a

melhoria organizacional".

(23)

MELO (2001) complementa sua definic;ao, afirmando que "a aplicac;ao do benchmarking, permite,

a

empresa, adotar uma pratica de melhoria continua, orientado pelas empresas lfderes. Ele indica a direc;ao a ser seguida e nao apenas as metas operacionais e quantificaveis que podem ser atingidas imediatamente.

E

urn processo continuo, pais os concorrentes jamais se acomodarao na busca de melhores nfveis de desempenho".

2.4.1 A administrac;ao de organizac;oes sem fins lucrativos

0

estudo referente

a

administrac;ao das organizac;oes sem fins lucrativos, foi embasado teoricamente na concepc;ao de administrac;ao de DRUCKER (2001 ), segundo o qual a capacidade do governo para executar tarefas sociais e muito limitada, motivo que torna as instituic;oes sem fins lucrativos vitais para a sociedade. Como ele coloca, de forma muito apropriada, o produto destas instituic;oes e "urn paciente curado, uma crianc;a que aprende, urn jovem que se transforma em urn adulto com respeito proprio; isto e, toda uma vida transformada" (DRUCKER, 2001, p. XIV).

Essas instituic;oes nao sao empresas no sentido proprio da palavra, mas tambem precisa aprender a utilizar a ger€mcia como ferramenta, de modo a poder se concentrar em sua missao. No entanto, se faz necessaria urn gerenciamento que atenda suas necessidades especfficas, suas particularidades. Estrategias gerenciais desenvolvidas "especificamente a partir da sua propria experiencia e focalizadas em suas realidades e preocupac;oes".

Ainda segundo DRUCKER (2001). p. XV), "a instituic;ao sem fins lucrativos tern sido o maior sucesso da America nos ultimos quarenta anos". Sob muitos aspectos e a industria de maior crescimento nos Estados Unidos, mesmo enfrentando desafios muito grandes e diversos. Converter doadores em contribuintes e criar identidade e objetivos comuns sao alguns desses desafios.

A realidade brasileira, no entanto, e bastante diversa. Segundo KANITZ e LORENZI (2002) 10,

somos um dos povos que menos doam recursos filantr6picos no mundo. Segundo o impasto de renda, a media para doag6es e contribuig6es e de 23 reais por ano. As empresas brasileiras gastam 4 bilh6es de reais por ano em seguranga patrimonial e pessoal de seus executivos, e 5 mil rea is por mes em filantropia. ( ... ) As 400 maiores

(24)

entidades norte-americanas sao contempladas com o equivalente a R$ 94 bilh6es de donatives anualmente, enquanto as 400 maiores institui<;6es sem fins lucrativos brasileiras recebem o equivalente a R$ 1, 7 bilh6es, o que representa uma fatia de apenas 1/55 do total movimentado nos Estados Unidos. Respeitando-se as devidas diferen<;as entre os dois paises, o descompasso

e

enorme. 0 Produto Interne Brute (PI B) brasileiro, por exemplo, equivale a 1/10 do norte-americana. Ha, portanto, muito campo para avan<;ar no terrene da filantropia no Brasil.

2.4.2 Terceiro setor

Segundo RAFAEL, (1997, p. 26),

0 primeiro setor economico de qualquer pais

e

o governamental, dividido no Brasil em tais niveis distintos de autonomia: a) a Uniao, b) os Estados e c) os Municipios. Assim, temos no Primeiro Setor, a Administra<;ao Publica, dividida nos mais variados 6rgaos, com a finalidade de gerir, guardar, conservar e aprimorar os bens internes e externos da coletividade, para bem servir a todos os cidadaos ( ... ) Portanto, nao faz qualquer diferen<;a se a gestae da coisa publica, ou mesmo do servi<;o publico a ser realizado, acontece de forma direta ou indireta. A administra<;ao sera considerada pertencente ao Primeiro Setor.

0

Primeiro Setor (Estado) nao tern meios de produc;ao de riquezas, e para suprir seus servic;os publicos

a

populac;ao, busca em outros setores recursos financeiros, atraves de tributos.

Conforme RAFAEL (1997, p. 27), "o Primeiro Setor e urn grande gerador de empregos e, dependendo de priorizac;ao governamental, urn grande formulador de ideias e projetos a beneficiar este ou aquele segmento da sociedade.".

0 Segundo Setor, conforme RAFAEL (1997, p. 27), "e o verdadeiro setor produtivo de todo o pais essencialmente capitalista. Nele estao englobadas as industrias, todas as empresas comerciais, as entidades agricolas, o conglomerado de construc;ao civil, comercial ou habitacional, enfim, todo o setor de produc;ao com fins de lucratividade".

A economia no Segundo Setor se encontra segmentado em setores primaries, secundarios e terciarios. No sub-setor primario estao todos os produtos extraidos do campo, agropecuarios e com consumo in natura. Possui as func;oes sociais e economicas, gerac;ao de emprego e riquezas, respectivamente. No sub-setor secundario a materia-prima se transforma em produto industrializado- ou elaborado-ja apresentado para consumo aos consumidores finais. No sub-setor terciario, acontece

(25)

a comercializagao destes produtos e tambem dos in natura, alem da prestagao de servigos de toda ordem.

No Terceiro Setor, inserem-se quaisquer das iniciativas privadas na criagao de entidades jurfdicas nao-governamentais a perseguir o bern comum da coletividade, sem finalidades lucrativas. Este setor nao visa Iueras e sozinha, fazendo com que suas atividades nao sejam consideradas como mercantil, que e regularizada no Brasil pelo C6digo Comercial, Lei das Sociedades Anonimas e Lei das Falencias e Concordatas. Todo o seu superavit deve ser reaplicado no seu patrimonio ja existente ou na continuidade das finalidades da instituigao.

0 seu crescimento nao e possivel par si s6, pais e dependente de outros setores da economia e seus avangos da sociedade, alem da conscientizagao desta mesma sociedade, pelo coletivo comunitario. 0 individualismo de uma pequena parcela das classes mais altas sendo substitufdo pelo bem comum de uma populagao. Assim, o Segundo Setor - as empresas - podem gerar diretamente mais empregos e recursos financeiros, e indiretamente o aumento de arrecadagao para o Primeiro Setor -governo - fazendo com isso, a expansao do setor solidario. Assim, os dais setores funcionando harmoniosamente, obtendo resultados, tem-se um Terceiro Setor mais forte e capaz de maiores beneffcios a nossa populagao, devido as interligagoes entre eles.

Assim, seguindo este dualismo maniquefsta, conforme LEITE, (citado par PAES, 2003, p. 88),

Ao lado dos dois setores classicos surgiu e come9a a se firmar ouro, cada vez mais conhecido como Terceiro Setor. A ideia e que nele se situem organiza96es privadas com adjetivos publicos, ocupando pelo menos em tese uma posi9ao intermediaria que lhes permita prestar servi9os de interesse social sem as limita96es do Estado, nem sempre evitaveis, e as ambi96es do Mercado Mercantilista, muitas vezes inaceitaveis. 0 Terceiro Setor, mesmo dependendo do Poder Publico, nao deve ser enquadrado como governamental, sendo apenas caracterizadas par organizagoes nao-governamentais. Mesmo este setor tendo suas rafzes no direito privado, nao haveria como o proprio Poder Publico criar entidades do Governo, com a finalidade de objetivos sociais. Se assim procedesse, estaria gerando uma autarquia ou uma paraestatal, que em analise economica, fariam parte do Primeiro Setor da economia.

Surge assim, o Terceiro Setor, votado quase que exclusivamente para assistencia a sociedade com seus projetos sociais e culturais. Sem fins lucrativos,

(26)

essas entidades prestam servic;os e conseqUentemente, com seus superavits, dar seqUencia aos seus objetivos, e ainda, como ja dito, reaplicar no patrimonio ja existente.

No Terceiro Setor estao todas as sociedades civis sem fins lucrativos, sendo elas: fundac;oes, associac;oes, cooperativas, clubes de recreac;ao etc, as quais tern junto ao Poder Publico, grandes fungoes de ambito sociais, mas que em algumas vezes, tern ficado a desejar, devido a grandes projetos sociais que nao sao efetivamente executados, e seus recursos publicos escoem antes de chegar ao destino alocado.

Com o declinio dos servic;os sociais do Poder Publico, o Terceiro Setor ganha espac;o em comunidades carentes, ocupando assim, o Iugar dos 6rgaos governamentais, com maior eficiencia.

Entre o Primeiro e Segundo Setores, esta o Terceiro Setor, compondo-se de organizac;oes de natureza privada (sem objetivo de Iuera), com o foco em objetivos sociais ou publicos, nao fazendo parte de Administrac;oes Estatais.

Hoje, o Terceiro Setor tern seu reconhecimento e importancia na sociedade, devido a sua capacidade de mobilizac;ao de recursos tanto humanos como materiais, visando o atendimento de questoes sociais, onde o Estado nao tern condic;oes de atuar. Alem disso, esse Setor em suas caracterlsticas idealistas, com participac;ao democratica, com o exerclcio da cidadania e da responsabilidade social, com atuac;ao na defesa dos direitos humanos, na protec;ao do meio ambiente, assistencia

a

saude, apoio

a

populac;ao carente, educac;ao, cidadania, direitos da mulher, do Indio, do consumidor, da crianc;a, etc, estando baseada em valores como solidariedade e etica, intimamente ligadas a valores cristaos.

Nos anos 60 e 70, em nosso pals se proliferaram este tipo de "servic;o", chamadas de ONG's, que tiveram inlcio atraves da igreja e outros setores cristaos, e juntamente com esse trabalho pastoral, surgiu uma nova visao polftica de grande importancia: a ideia de organizar e articular a sociedade pela base, independente de partidos politicos, fortalecendo assim, a sociedade civil. Esta ac;ao teve forte apoio de agencias nao-governamentais de cooperac;ao europeia.

Assim, surgiram as organizac;oes privadas de defesa do interesse publico do pals, abrindo Iugar ao Terceiro Setor, ja que o Estado nao investia no gasto social, sem recursos financeiros para este tipo de investimento.

Com o crescimento deste setor. Urn novo mercado de trabalho surgiu. Hoje, estas organizac;oes empregam cerca de dais milhoes de pessoas em todo o Brasil.

(27)

2.4.3 Hist6ria Fundacional no Brasil

Em nosso pafs, registra-se o infcio deste perfodo atraves das ordenac;oes manuelinas e afonsinas.

Conforme RAFAEL, (1997, p. 68),

0 primeiro esboc;:o de fundac;:ao no Brasil foi em 1738, quando Romao de Matos Duarte, solteiro, milionario, achou por bem separar parte de seu patrimonio para formar um "fundo" para auxiliar, exclusivamente, os expostos na "roda", que, a partir de seu gesto, passariam a ter tratamento digno, ao serem atendidos na Santa Casa de Misericordia do Rio de Janeiro. Esta "roda" consistia de um cesto embutido em uma caixa giratoria onde os recem-nascidos, rejeitados por suas maes, eram colocados e transportados a uma divisao da Santa Casa de Misericordia, para que as enfermeiras cuidassem dessas crianc;as, cujos disp€mdios eram suportados financeiramente por este "fun do", que era doado por aquele bem-feitor. Assim nasceu a Fundac;:ao Romao de Matos Duarte, funcionando paralelamente

a

Santa Casa de Misericordia do Rio de Janeiro, com patrimonio proprio, afeto

a

finalidade exclusiva de dar protec;:ao e apoio aos orfaos desvalidos cariocas.

Conforme as conclusoes de SENNA e MONTEIRO, (1990, p.183),

A rigor, o que Romao de Matos quis fazer, com suas doac;:6es para a criac;:ao das crianc;:as expostas na "rod a", foi instituir uma fundac;:ao, patrimonio ofertado a determinado fim. Embora, ao que tudo indica, esse patrimonio tenha desde 1752, administrac;:ao autonoma, nao destacada dos demais bens pertencentes

a

Santa Casa, que, em compensac;:ao, tomou a si o encargo de manter a Casa dos Expostos, dando-lhe, porem, o nome que talvez, as lrmas mesarias tenham parecido mais sugestivos ou adequado, de Fundac;:ao Romao de Matos Duarte.

Legalmente, apenas no infcio do seculo XX, ouviu-se falar em fundac;oes. Segundo a Lei numero 173, de 1903, as entidades com fins lucrativos, cientfficos e religiosos, conferiam-se com personalidade jurfdica, e assim, era reconhecida a figura jurfdica fundacional, antes mesmo do vigor do C6digo Civil.

Em primeiro de janeiro de 1916, surge o C6digo Civil Brasileiro, e assim, a consolidac;ao no ordenamento jurfdico positive do institute fundacional como pessoa jurfdica de direito privado, com patrimonio composto por bens livres, e finalidade social determinada.

As entidades fundacionais mais antigas no pals sao: a Fundac;ao Pao dos Pobres de Santo Antonio, em Poro Alegre, em 1867; o Abrigo Cristo Redentor, no Rio

(28)

de Janeiro, em 1923; a Fundagao Getulio Vargas, de 1944, com a finalidade tecnica e educativa.

2.4.4 Diversidade das Finalidades

Em termos gerais, as Fundagoes seguem o C6digo Civil, com suas normas pr6prias de atuagao. Nao existe uma legislagao especffica para seu funcionamento, dentro das diversas areas de atuagao e finalidades.

Porem, ha urn tipo de Fundagao que esta fundamentada na Lei numero 8.958, de 20 de dezembro de 1994. Trata-se das Fundagoes de Apoio as lnstituigoes Federais de Ensino Superior.

2.4.5 Fundagoes Privadas

As entidades, para se transformarem em pessoa juridica, precisam ter seus atos constitutivos assentados no registro pertinente.

0 artigo 45 do C6digo Civil Brasileiro estabelece que a existencia legal das pessoas juridicas de direito privado tern inicio com a inscrigao de seus contratos, aos constitutivos, estatutos ou compromisso no registro legal pertinente, com a previa ou nao, autorizagao governamental.

Este ato constitutivo deve ser feito por escrito, contendo as regras fundamentais da fundagao, o nome e o domicilio, alem das especificagoes de sua finalidade.

De acordo com o artigo 62 do C6digo Civil, a criagao deve ser feita pelo instituidor, atraves de escritura publica ou testamento.

Conforme PAIVA, (1995, p. 29),

0 registro

e

o ato juridico por meio do qual um particular, delegado de func;ao publica, verifica a existencia de certas manifestac;6es de vontades destinadas a produzir efeitos juridicos. No sistema juridico brasileiro, a fundac;ao somente se personifica a partir do registro estatutario no servic;o de registro civil das pessoas juridicas. Faz-se, separadamente, a criac;ao e, ap6s, a personificac;ao.

Apenas por meio de uma escritura publica ou testamento, o sistema juridico brasileiro permite que os instituidores ou fundadores manifestem sua vontade de criar uma fundagao. Sua "personificagao" se dara apenas ap6s o registro do seu estatuto no Cart6rio de Registro de Pessoas Juridicas.

(29)

Segundo o artigo 68 do C6digo Civil, funda<;oes de direito privado sao pessoas juridicas, onde substrata e urn patrimonio afetado a urn fim, e a insuficiencia ou deficiencia de bens de todos conduz a urn indeferimento ou a impossibilidade da propria constitui<;ao da entidade.

2.5

Aquisi~ao da Personalidade Juridica: 0 Estatuto

A Funda<;ao, adquirindo personalidade juridica no Sistema Juridico Brasileira, personifica-se de direito privado ap6s ter seu registro do seu estatuto no Cart6rio do Registro Civil das Pessoas Juridicas. lsso acontece a partir da cria<;ao ou o registro da institui<;ao em escritura publica ou do testamento e o da personifica<;ao propriamente dita, com a aprova<;ao e registro do estatuto.

lsso e extremamente importante, conforme MIRANDA, (citado por PAES, 2003, p. 466),

Se a funda<;:ao perde a personalidade jurfdica, tem-se de indagar se a causa da perda atingiu o registro, pode pensar-se em novo registro. Se atingido foi s6 o neg6cio jurfdico da funda<;:ao, as consequencias sao diferentes: o que resta do patrimonio, depois de pagas as dividas, nao se submete

a

regra juridica do art. 30; devolve-se ao fundador ou aos terceiros que fizeram doa<;:oes

a

funda<;:ao. Salvo-se o que foi por nocividade do fim, isto

e,

ilicitude do seu objeto, que atinja o neg6cio jurfdico com o terceiro.

2.5.1 Natureza juridica

Nao havendo personalidade juridica, a inscri<;ao do registro ou estatuto do Cart6rio de Registro Civil das Pessoas Jurfdicas e de natureza constitutiva. lsso faz com que esta apare<;a somente no ato da inscri<;ao do cart6rio competente.

As funda<;oes tern suas existencias legais de acordo com o artigo 45 do C6digo Civil, onde estao inscritos seus contratos, aos construtivos, estatutos ou compromissos no seu registro peculiar, ou quando necessaria, com autoriza<;ao ou aprova<;ao do 6rgao governamental.

0 Ministerio Publico tern incumbencia legal de aprovar o funcionamento da funda<;ao. Sem isso, o registro nao pode ser realizado conforme os estatutos da funda<;ao em cart6rio. Visando o interesse publico, as funda<;ao tern essas exigencias legais pelo Ministerio Publico, sendo concebida pelo juiz.

(30)

2.5.2 Aprovagao previa do ministerio publico

Para a formagao da pessoa juridica, e necessaria a aprovagao do estatuto, e depois de lavrada a escritura da instituigao, tanto ela como o estatuto devem ser submetidos ao Ministerio Publico do Estado, sendo ela a autoridade competente para provar o registro do estatuto no Cart6rio de Pessoas Juridicas.

2.6 Estatuto Fundacional: Disposi~oes Obrigat6rias e Facultativas

Dentro de uma fundagao, seu estatuto e de suma importancia, pais e por via dele que as normas pre-estabelecidas regem a instituigao. Alem disso, sua personalidade juridica se da apenas atraves do registro da norma estatutaria, em cart6rio.

0 estatuto e o norteador da organizagao e garante seu perfeito funcionamento. Ali estao os preceitos que resguardam a instituigao, nos seus regimentos internos, que as vezes, sao implementadas por normas especificas de funcionamento.

0 instituidor tern grande participagao na elaboragao do estatuto, colocando ali, as finalidades da fundagao, como outros dispositivos que julgar necessarios para normatizar a instituigao.

Existem tambem, no estatuto, alem das normas e clausulas obrigat6rias, as normas e clausulas facultativas.

Vale ressaltar a praticidade, a clareza e os efeitos juridicos que devem constar nesse estatuto, por ser utilizado diariamente pelo responsavel da instituigao.

2.6.1 Da denominagao

E

de regra que se contenha a palavra "fundagao" em sua denominagao, identificando assim, a pessoa juridica criada.

Conforme RESENDE, (1997, p.40),

0 termo 'fundac;:ao' e a designac;:ao privativa da pessoa jurfdica patrimonial definida na

lei civil, podendo (alguns entendem ate 'devendo') o Ministerio Publico acionar o Judiciario para que seja o referido vocabulo suprimido da denominac;:ao de inumeras

(31)

associa96es e sociedades civis que o ostentam ou impedir a indevida inclusao, nas que estao se constituindo.

2.6.2 Dos fins

Para a criagao de uma fundagao, conforme artigo 62 do C6digo Civil Brasileiro, o seu instituidor declaran3, atraves de escritura publica ou testamento, dotagao de bens livres, detalhando seus fins, e se preferir, como administra-la.

Para limitar as finalidades do seu patrimonio de uma instituigao, o instituidor deve enumera-las no ato de sua criagao, e administra-la de forma lfcita e servir o interesse geral.

2.6.3 Do patrimonio

Conforme GASPARINI (1989, p. 1887 ), "o patrimonio, substrata economico da fundagao, e o complexo de relagoes juridicas pertencentes a urn dado sujeito. Personalizado, porque sabre ele incidem normas jurfdicas, tornando-o sujeito de direito e obrigagoes. Afetado a urn fim significa destinado ou consagrado a perseguir uma finalidade".

Para a realizagao das finalidades que a fundagao se propoe a cumprir, e tambem suas necessidades mfnimas de funcionamento, os instituidores deverao dotar o ente fundacional com o seu patrimonio, expresso na escritura e criagao, adequando-se

a

execugao destas finalidades. Todos os bens ou direitos da fundagao podem tambem sofrer alienagao, cessao, substituigao ou permuta, porem, mediante aprovagao do Conselho Deliberative, ouvido o Ministerio Publico ao requerer o caso.

2.6.4 Das receitas

Os resultados das atividades e servigos prestados, bern como as rendas vindas de titulos, agoes ou ativos financeiros, ou ainda, operagoes de credito, ou as auferidas de bens patrimoniais, receitas de qualquer natureza, tambem as provenientes da venda de publicagoes e produtos, remuneragao de trabalhos tecnicos, participagao em empresas e empreendimentos, fazem parte da receita de uma fundagao. Alem disso, sao receitas, as doagoes e outros beneffcios que lhe forem cedidos, como tambem

(32)

contribui<;6es, dota<;6es e outros auxflios em favor da institui<;ao pela Uniao, Estados e Municipios, bern como por pessoas ffsicas, institui<;6es publicas e/ou privadas, sendo elas nacionais ou nao.

2.6.5 Das gratuidades das fun<;oes

Nao existe remunera<;ao para os diretores de funda<;6es, visto que estas pessoas contribuem e colaboram para atingir os objetivos propostos. lsso tambem e pre-requisite para a obten<;ao de beneffcios fiscais.

Conforme, PAES, (2003, p. 273),

E

caracterfstica presente na grande maioria - ou a quase unanimidade das entidades de interesse social, af inclufdas as associac;6es, as sociedades civis sem fins lucrativos

e

as fundac;6es de direito privado - a inexistencia do pagamento de remunerac;ao aos integrantes de seus 6rgaos de administrac;ao, conselheiros au diretores.

Oaf se da, em regra, par tres raz6es: a primeira decorre da propria natureza jurfdica dessas instituic;6es, das finalidades lfcitas

e

sociais que lhe perseguem

e

da ausencia de Iuera em suas atividades. A segunda, em razao da forma protagonizada pelas pessoas que, voluntaria

e

gratuitamente, dedicam seu tempo

e

talento a essas entidades, como associados, dirigentes au conselheiros. A terceira, porque existe vedac;ao expressa, contida nas exigencias para concessao do titulo de Utilidade Publica para aquelas sociedades civis, associac;6es

e

fundac;6es que sirvam desinteressadamente

a

comunidade (Lei n° 91, de 28/08/35,

e

Decreta n° 50.517, de 02/05/61,

e

alterac;6es posteriores), que seus diretores nao sejam remunerados

e

nem recebam vantagens. Esse titulo

e

condic;ao para sine qua nom para o gozo, pela entidade, de isenc;6es fiscais au recebimentos de subvenc;ao, auxflio au doac;6es (PAES, 2003, p. 273).

(33)

3. CARACTERIZACAO FUNDACAO PORTILHO DE OLIVEIRA - FUNPORT

3.1 Urn Pouco de Hist6ria

As universidades federais, com o objetivo de criar uma estrutura mais agil e flexfvel compatfvel com a dinamica da prodw;ao do conhecimento cientffico e tecnol6gico, resolveram constituir suas fundagoes de apoio.

Na Universidade Federal do Parana, antes de ser submetido ao Conselho Universitario o processo que tratava da autorizagao para a criagao da Fundagao Portilho de Oliveira, foram feitas consultas a inumeros especialistas em Direito Admin istrativo.

que:

Entre as orientagoes recebidas, destacamos a seguinte:

A UFPR podera criar uma fundagao de apoio, sem autorizacao legislativa, desde

a) nao seja a unica entidade instituidora da fundagao;

b) nao seja majoritaria na constituigao do patrimonio da fundagao;

c) utilize recursos da fonte de receitas pr6prias (Fonte 40.22) e nao do Tesouro Nacional (Fonte 00.00).

0

Conselho Universitario da Universidade Federal do Parana, em 23/04/79, resolveu, par unanimidade de votos, aprovar a criagao da Fundagao Portilho de Oliveira para o Desenvolvimento da Ciemcia, da Tecnologia e da Cultura eo seu Estatuto.

0 A to Orgamentario 061/79, de 1 0/12/79, abriu Cn§d ito Suplementar ao orgamento proprio da Universidade Federal do Parana, inclusive "de recursos adicionais pr6prios, face o desenvolvimento de programas geradores de receita par Unidades Administrativas da Universidade: CR$ 4.142.000,00".

A destinagao dos Recursos Diretamente Arrecadados estava amparada pela autonomia financeira das Universidades, prevista no art. 3° da Lei n° 5.540, de 28/11/68, sendo, portanto, de sua competemcia a respectiva programagao.

Em 02/04/1980, foi lavrada a escritura publica de constituigao da FUNDACAO PORTILHO DE OLIVEIRA - FUNPORT, de acordo com a legislagao pertinente a fundagoes (artigos 24 e seguintes do C6digo Civil), na qualidade de pessoa jurldica de

(34)

Direito Privado, sem fins lucrativos, sendo constituintes: "a Universidade Federal do Parana com CR$ 3.053.000,00, o Banco de Desenvolvimento do Parana S.A. com CR$ 1.000.000,00, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extrema Sui com CR$ 1.000.000,00, a Federagao da Agricultura do Estado do Parana com CR$ 1.000.000,00, a Federagao do Comercio do Estado do Parana com CR$ 1.000.000,00, e a Federagao das lndustrias do Estado do Parana com CR$ 1.000.000,00, totalizando CR$ 8.053.000,00".

3.1.1 A fundagao

Segundo PAES (2004, P. 338), "A Lei brasileira nao veda o exercicio de atividades comerciais ou industriais pelas fundagoes. Ela condiciona, apenas, que as atividades nao tenham fins lucrativos e que sejam realizadas no estrito cumprimento das finalidades estatutarias da entidade".

A FUNDA<;AO PORTILHO DE OLIVEIRA realiza atividades de ensino (transmissao de conhecimentos), de pesquisa (produgao de novas conhecimentos) ou de extensao (prestagao de servigos

a

comunidade) de acordo com a definigao do Supremo Tribunal Federal11 par intermedio de convenios ou contratos entre a UFPR e a FUNDA<;AO PORTILHO DE OLIVEIRA, de acordo com o art. 6° da Lei n° 8.958/94, o art. 1° e seu § 2° do Decreta n° 5.205/2004 e as Resolugoes dos 6rgaos de diregao superior da UFPR.

Nos convenios ou contratos entre a UFPR e a FUNDA<;AO PORTILHO DE OLIVEIRA sempre consta clausula com a seguinte redagao: "CLAUSULA ... - DOS BENS: Todos os bens 12 adquiridos com recursos do presente Convenio (au Contrato), pela FUNDA<;AO PORTILHO DE OLIVEIRA, passarao a integrar o patrimonio da UFPR, mediante doagao".

0

Tribunal de Contas da Uniao resolveu julgar regulares as contas da Universidade Federal do Parana, referentes aos exercicios de 1979 e 1980, no entanto

II ADin n° 51- RJ- Revista Trimestral de Jurisprudemcia n° 148, p. 12

12 Como sabemos, os bens importados pela FUNDA<;AO PORTILHO DE OLIVEIRA com isenr;ao do

Impasto de lmportar;ao e do Impasto de Produtos lndustrializados s6 podem ser transferidos, por doar;ao, para a Universidade Federal do Parana, depois de decorridos cinco anos da declarar;ao de importar;ao.

(35)

o Tribunal de Contas da Uniao resolveu julgar regulares as contas da Fundac;ao Portilho de Oliveira para o Desenvolvimento da Ciencia, da Tecnologia e da Cultura -FUNPORT, referentes aos exercfcios de 1980, 1981 e 1982.

Dando continuidade, o Relat6rio de Auditoria de Acompanhamento n° 100266/2003, da Controladoria-Geral da Uniao no Parana 2003, p. 6:

8.2-Sub area: lnvestimentos Permanentes

8.2.1 - Assunto: Adi96es de lnvestimentos Permanentes

8.2.1.1 - lnforma9ao: Gerenciamento da aquisi9ao de investimentos permanentes. A FUNPORT teve seu funcionamento autorizado pelo Conselho Universitario da UFPR por meio da Resolu9ao 03/79, de 23/04/1979. Em 02/04/1980 foi lavrada escritura publica de sua constitui9ao, onde consta um patrim6nio inicial de Cr$ 8.053.000,00 (oito milhoes e cinquenta e tres mil cruzeiros), sendo Cr$ 3.053.000,00 (tres milhoes e cinquenta e tres mil cruzeiros) representados por recursos pr6prios da UFPR, ou seja uma participacao de 37,91% da UFPR sobre o capital total adotado para a constituicao do patrim6nio inicial da entidade.

8.2.2-Assunto: Avalia9ao de lnvestimentos Permanentes

8.2.2.1 - lnforma9ao: Gerenciamento da Avalia9ao dos lnvestimentos.

0 restante do capital refere-se a participac;oes do Banco de Desenvolvimento do Extrema Sui (CR$ 1.000.000,00), Federac;ao da Agricultura do estado do Parana (CR$ 1.000.000,00), Federac;ao do Comercio do Estado do Parana (CR$ 1.000.000,00) e Federac;ao das lndustrias do Estado do Parana (CR$ 1.000.000,00).

A partir da analise dos itens contidos nos inventarios de bens m6veis e im6veis fornecidos pela FUNPORT, verificamos que nao ha mobiliario ou imobiliario de propriedade da UFPR sendo utilizado pela administrac;ao da FUNPORT, porem

a

permissao de usa de espac;o fisico. Da mesma forma, o responsavel pelo almoxarifado da UFPR informou-nos de que nao ha repasse de itens desse estoque

a

FUNPORT.

De acordo com informac;oes prestadas pela FUNPORT e conforme se depreende da escritura publica de sua constituic;ao, nao houve alterac;oes em seus atos constitutivos quanta

a

sua composic;ao patrimonial ou quanta

a

participac;ao da UFPR, desde a sua criac;ao.

Referências

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