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ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA - Gab. Des. Genésio Gomes Pereira Filho

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(1)

• , " 1. ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

-Gab. Des. Genésio Gomes Pereira Filho

ACÓRDÃO . •

APELAÇÃO CÍVEL

N° 076.2005.000115-5/001 – Comarca de Gurinhém

RELATOR:

Des. Genésio Gomes Pereira Filho

APELANTE:

Município de Gurinhém, representado por seu Prefeito

Constitucional

-ADVOGADO:

Ido Dantas da Nóbrega

APELADO:

Carlos Antonio de Lira

41)

ADVOGADOS:

Joao Alberto de Cunha Filho

PROCESSUAL CIVIL –

Apelação Cível -Embargos à execução – Execução de título judicial – Instruir o pedido com a memória

• discriminada e atualizada do cálculo

-Inteligência do artigo 614, inciso II do CPC – Planilha de cálculo - Ausência de demonstrativo, discriminado do crédito – Execução ilíquida — Provimento.

- A finalidade da planilha, exigida pelo art. 614; II, do CPC é aclarar a forma pela qual o credor

01, chegou ao valor que está exigindo, de modo queo devedor possa exercer a plenitude do seu

direito de defesa. Ausente o demonstrativo, extingue-se a execução, ante a ausência de

• requisito processual.

VISTOS,

relatados e discutidos os autos da Apelação Cível, acima descrita:

ACORDAM

os integrantes da Terceira Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça da Paraíba, à unanimidade, em DAR PROVIMENTO ao recurso, nos termos do voto do Relator e da certidão de julgamento de fl. 75.

RELATÓRIO

Cuida-se de Embargos à execução ajuizados

pelo Município de Gurinhém -

PB,

representado por seu • Prefeito

Constitucional, Claudino César Freire, em face de Carlos Antonio de Lira, alegando, em síntese, excesso de execução.

(2)

• -

e

• ,

.

.

.

-`

Impugnação aos embargos apresentada às fls.

16/19.

A MM. Juíza

a quo ,

à fl. 21, converteu o

julgamento em diligência, determinando a remessa dos autos à contadora"

judicial,para que efetuasse os cálculos necessários.

• - .

-Os cálculos foram efetuados, à f1.22, apenas

citando os valores, porém, sem apresentação de planilha pormenorizada.

Conclusos, a MM Juíza

a quo,

proferiú

sentença, cuja parte final da decisão transcrevo

in verbis: il E x positis, atento ao que mais dos autos se pode extrair, em concordância com os princípios gerais do direito, JULGO IMPROCEDENTES OS PRESENTES EMBARGOS, mantendo o valor da execução. Outrossim, condeno o embargante nos honorários de advogado, que arbitro em 10% sobre o valor da causa. Com o trânsito em julgado desta decisão, determino o prosseguimento da execução..."

lrresignado com a decisão, o Município

apresentou recurso de apelação, pedindo a reforma da r. sentença.(fls.42/59)

. •

Contra-razões às fls. 62/63.

A douta Procuradoria de Justiça emitiu parecer

pelo prosseguimento do recurso, sem manifestação sobre o mérito. (fls.68/70) •

.

.

É o relatório.

VOTO

A questão é de fácil deslinde, merecendo

reforma a r. sentença proferida pela juíza

a quo.

Pretende o apelante a reforma da sentença que

julgou improcedentes os embargos à execução, pois afirma haver excesso à

execução e que a planilha de cálculos apresentada não dispõe de valores

•• corretos.

O art. 604 do CPC, cuja vigência permanéceu.

até 23.06.2006, prescreve:

"Quando a determinação do valor da condenação depender apenas de cálculo aritmético, o credor procederá à sua execução na forma do art. 652 e seguintes,

instruindo o pedido com a memória discriminada e atualizada do cálculo." (Grifei)

Como dito, o dispositivo legal é claro quando

declara sobre a memória discriminada e atualizada do cálculo. Discriminár

significa discernir, separar, especificar, ou seja, explicar qual o valor e a que ele é

relativo, quais são as taxas e/ou os juros aplicados e o que correspondem. Não

devem ser necessários os cálculos de um contador, até porque a modificação do

art. 604 serviu para agilizar a execução. Todavia, saber o porquê da .dívida

corresponde a um preceito legal.

Analisando os autos, verifica-se que a ação de

execução movida pelo apelado é nula, ante a falta de requisito processual

genérico, levando à carência de ação. Assim dispõe o art. 614, II, CPC:

Art.614: Cumpre ao credor, ao requerer a execução, pedir a citação do devedor e instruir a petição'

(3)

- • II- com o demonstrativo do débito atualizado até a

data da propositura da aça- o,

quando se tratar de

execução por quantia certa.

Ou seja, inciso II apresenta o regime da execução por quantia certa, onde o credor deverá apresentar planilha pormenorizada, demonstrando o valor do débito, com todos os cálculos e critérios' utilizados. Não basta, portanto, a simples apresentação dos valores, mas sim os números, mês a mês.

Do mesmo entendimento partilham outros tribunais:

'...4. O art. 614, II, do CPC exige que o credor apresente planilha demonstrativa do valor do débito, com todos os cálculos e critérios utilizado . s na elaboração do cálculo, para que possa ser objeto de análise pelo devedor. 5. A finalidade da planilha, exigida pelo art. 614, II, do CPC é aclarar a forma

pela qual o credor chegou ao valor que estáexigindo, de modo que o devedor possa exercer a

plenitude do seu direito de defesa. 6.

O montante da

condenação em honorários na sentença que acolhe

embargos do devedor deve ser arbitrado em

conformidade com o disposto no art. 20, § 4° do

CPC. 7. Apelação parciahnente provida.'

(grifei) . • •

TITULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL —

EXECUÇÃO FUNDADA EM NOTA DE CRÉDITO,

INDUSTRIAL — ART. 614, II, DO CPC — AUSÊNCIA

DE DEMONSTRATIVO DO DÉBITO

SUFICIENTEMENTE ESCLARECEDOR

D'e

conformidade com a norma inscrita no art. 614,

inciso

inicial

1 1' o, udiodeCmP

demonstrativo

stdreavte o

ivo

analítico

ureadlloinstruir

tir eoinseat

atualizado

altzpaedt oiç dãoq

débito, de forma pormenorizada, com a

discriminação de todos os encargos financeiros

exigidos do devedor, das taxas de juros por ele

praticadas e dos índices de atualização utilizados

para a apuraç'do final do saldo devedor.2

EMBARGOS

À

EXECUÇÃO — AUSÊNCIA DE

MEMÓRIA DISCRIMINADA E ATUALIZADA DO

CÁLCULO — DESOBEDIÊNCIA DO PRINCÍPIO.

DO CONTRADITÓRIO — NECESSIDADE DE SER

CONFERIDA OPORTUNIDADE PARA

MANIFESTAÇÃO DO EMBARGANTE — Tendo em

vista que por ocasião da apresentação dos artigos de

liquidação nos autos principais, os mesmos se

encontravam desacompanhados de me. mória

cálculos, não tendo sido dada vista ao embargante

para que o mesmo se manifestasse acerca da

planilha de cálculos, que somente foi apresentada em

sede de enibargos, não foi obedecido o princípio

constitucional do contraditório, segundo o qual

-TRF 1' R. —AC 01000109199— MG — 5' T. — Rei' Des' Fed. Selene Maria de Almeida — DJU 16.10.2003 — p. 51 — AP 0345629-3 — Itaguara — 4 C.CIv. — Rel. Juiz Paulo Cézar Dias —J. 17.10.2001

(4)

nenhuma definição judicial pode ser obtida através da versão unilateral dos fatos. É imprescindível que seja conferida ao réu oportunidade para que o mesmo se manifeste, sob pena de nulidade da decisão judicial. Recurso a que se dá parcial provimento.3

Em sendo assim, a ausência e/ou a insuficiência do demonstrativo do débito discriminado e atualizado contraria os princípios da ampla defesa e o do contraditório, merecendo reforma a r. sentença que determinou o prosseguimento da execução, uma vez que a mesma deve.ser. extinta, ante a inexistência de apresentação de memória pormenorizada dos valores que lhes estão sendo cobrados, ficando, contudo, ressalvada a oportunidade de exeqüente/embargada, promover novamente a execução,. juntando os documentos essenciais ao prosseguimento da mesma.

Isto posto, DOU PROVIMENTO ao apelo, para alterar a decisão singular, julgando procedentes os Embargos, invertendo o ônus sucumbencial.

É

como voto.

Presidiu os trabalhos o Exmo. Des. Márcio Murilo da Cunha Ramos. Participaram do julgamento, além do Relator, Excelentíssimo Desembargador Genésio Gomes Pereira Filho, o Excelentíssimo Desembargador Márcio Murilo da Cunha Ramos e o Excelentíssimo Desembargador Sauló Henriques de Sá Benevides.

.

-Presente o parquet Estadual, na pessoa do Dr. Alcides Orlando de Moura Jansen, Procurador de Justiça.

• Sala de Sessões da Terceira Câmara Cível çlo

Egrégio Tribunal de Justiça da Paraíba, aos 21 de novembro de 2006. .

Des. Genés • onzes 'rei a Filho Relat •

(5)

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Coordenado ria

Registrado en0— O

ti°

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